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4 Editorial Diretoria Presidente: Domingos Martins Vice-presidente: Alfredo Kaefer Secretário: Roberto Pecoits Tesoureiro: João Roberto Welter Diretores Efetivos: Claudemir R. Bongiorno e Roberto Kaefer Diretores Suplentes: Sidney D. Bottazzari, Ciliomar Tortola, Ivan Lima, Paulo C. Felipe, Dilvo Grolli e Valter Pitol Conselho Fiscal Efetivos: Mário F. Camargo e Célio B. Martins Filho Conselho Fiscal Suplentes: Paulo Karakida, Evaldo Ulinski e Osvaldo F. Junior Delegado Representante Efetivo: Domingos Martins e Pedrinho Furlan Suplentes: Cláudio de Oliveira e Paulo César M. T. Cordeiro Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná Av. Cândido de Abreu, Salas 303/304 Curitiba/PR - CEP: Tel.: sindiavipar@sindiavipar.com.br Fale conosco Se você tem alguma sugestão, crítica, dúvida ou deseja anunciar na Revista Avicultura do Paraná, escreva para nós: revista@sindiavipar.com.br. Crescimento das exportações paranaenses O Paraná está descobrindo novos mercados para a carne de frango e ampliando o leque de exportações. Já começamos este primeiro trimestre com a carne de frango paranaense sendo destinada a dez mercados a mais do que os registrados no mesmo período de Podemos dizer com orgulho que o Paraná já embarca o produto para mais de 130 países em todo o mundo. Ao mesmo tempo em que busca novos clientes, a avicultura paranaense também avança na participação em mercados conquistados, entre eles a China, que é o terceiro país que mais consome o frango produzido aqui. Outra boa notícia, é que nunca estivemos tão perto do fim do embargo russo. Os governos federal e estadual, bem como os players do setor, fortaleceram as negociações políticas para reverter a situação. O objetivo é sensibilizar as autoridades de que não há justificativas técnicas para o embargo. Tanto é que e nosso produto tem uma excelente situação nos mais exigentes mercados da Europa, Ásia e Oriente Médio. Isso é reflexo direto do alto grau de profissionalização das empresas avícolas paranaenses e da qualidade do frango de corte produzido no Paraná, fruto de investimentos em genética, manejo, ambiência e sanidade. Além disso, internamente o crescimento do segmento avícola vem trazendo novas formas de investimento o que traz novos ares e mais fôlego ao setor. Exemplo disso é que tem aumentado significativamente o número de integrados e propriedades com complexos avícolas em suas áreas. Os condomínios avícolas estão abrindo as portas da avicultura para outros empreendedores, apresentando uma nova possibilidade de investimento para os investidores e tem rendimento garantido. Boa leitura! Domingos Martins Presidente do Sindiavipar Expediente Revista Avicultura do Paraná Produção: Edição: CNC Comunicação (cnccomunicacao.com.br) Guilherme Vieira Jornalista Responsável: Marketing: Guilherme Vieira - MTB: 1794 Mônica Fukuoka As matérias desta publicação podem ser reproduzidas, desde que citadas as fontes. Ed. nº 27 Mar/Abr 2012 Reportagem: Cecilia Gibson, Lyane Martinelli, Karina Kanashiro e Ráisa Guerra Colaboração: Camila Barbieri, Camila Galvão, Mariana Macedo e Patricia Herman. Design: Cleber Brito Diagramação: Cleber Brito Impressão: Maxi Gráfica

5 16 Estrevista 18 Oportunidades rentabilidade Condomínios avícolas é uma ótima oportunidade para investir e avançar no setor avícola. A prática, além de muito rentável, possibilita a diversificação de investimentos. Foto: AENoticias bom momento O presidente da Organização da Ocepar, João Paulo Koslovski, fala so- -bre o crescimento das Cooperativas do Paraná e seus volumes de exportações e importações no setor agropecuário. Seções Espaço Sindiavipar...06 Radar...08 Ciência Agenda Observatório...10 Fiep Capacitação...13 Eventos...14 Entrevista...16 Oportunidades...18 Mercado Sustentabilidade...22 Saúde do trabalhador Mercado Capa Foto: Divulgação 24 Capa embarques Paraná descobre novos mercados para a carne de frango e amplia leque de exportações. Ao mesmo tempo, aumenta participação em países já conquistados. Foto: Divulgação barreira Por meio de reuniões e relatórios, o governo brasileiro tenta negociar com a Rússia o término do embargo às carnes brasileiras, decretado em junho do ano passado. Artigo técnico...30 Nutrição...31 Ubabef...32 Instituições...34 Bem-estar animal...36 Pesquisa e tecnologia...37 Seab-PR...38 Responsabilidade social...40 Insumos Associados...42 Estatísticas...44 Informe...45 Notas e registros...46 Artigo motivacional...48 Culinária...49 Curiosidades...50

6 Ações Ações Sindiavipar Já nos primeiros meses do ano, o Sindiavipar participou de diversas reuniões e eventos em prol da avicultura paranaense. No consagrado Show Rural Coopavel, que este ano recebeu mais de 180 mil pessoas, a entidade esteve mais uma vez promovendo as empresas e a avicultura do estado, através da divulgação da revista Avicultura do Paraná. Além disso, diversas reuniões de âmbito econômico e ambiental foram realizadas com importantes entidades do ramo, como a União Brasileira de Avicultura (Ubabef) e a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). Confira abaixo as principais ações dos meses de janeiro e fevereiro: JANEIRO Programa de Energia Noturna: Ícaro Fiechter, diretor executivo do Sindiavipar, participou, juntamente com a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), das avaliações sobre o Programa de Energia Elétrica Noturna da Copel. Reunião da Fiep sobre controle ambiental: Foi discutido o resultado da reunião previa com o Instituto Ambiental do Paraná, para definição do limite de emissões como um dos instrumentos de controle ambiental. FEVEREIRO Show Rural Coopavel: O Sindiavipar esteve presente no Show Rural Coopavel 2012, realizado em Cascavel, de 6 a 10 de fevereiro. Mais de 180 mil pessoas visitaram o evento que é referência em tecnologia para a avicultura e tem como principal objetivo a difusão de tecnologias voltadas ao aumento de produtividade de pequenas, médias e grandes propriedades rurais. Reunião na Fiep sobre incentivos fiscais: Em reunião sobre assuntos tributários, foram discutidos incentivos fiscais no âmbito estadual e as recentes decisões do Supremo Tribunal Federal sobre a questão. Além da postura do Conselho Nacional de Política Fazendária sobre o tema. Reunião Observatório da Indústria: Ícaro Fiechter, diretor executivo do Sindiavipar, participou da reunião do Observatório da Indústria. Foram analisadas propostas que contribuam com o projeto de lei que cria o Código Nacional de Defesa do Contribuinte. Reunião de Mercado Interno: Foi realizada em São Paulo, na Sede da Ubabef, a Reunião da Câmara de Mercado Interno, onde foram analisadas as atuais situações de mercado e foram apresentadas as projeções de exportação. 6 sindiavipar.com.br

7 Ações O Sindiavipar mais uma vez marcou presença no Show Rural Coopavel. Na foto, Ícaro Fiechter, diretor executivo do Sindiavipar, juntamente com Dilvo Grolli, realizador do evento, divulgam a revista Avicultura do Paraná em frente à feira, que reuniu 180 mil pessoas interessadas em conhecer as novas tecnologias do setor. Ícaro Fiechter, diretor executivo do Sindiavipar, com Ozório Dalbello da BR Foods e Jair Casarotto da Coopavel no estande do Sindiavipar, onde foi realizada a divulgação do Anuário da Avicultura Paranaense 2012, com os últimos dados do setor, além do Mapa da Avicultura Paranaense, que contém a relação das indústrias avícolas do estado. Pré-moldados A confiança que você quer para sua obra. Com experiência em diversos ramos, a Prenorte está preparada para realizar a sua construção, em qualquer local, oferecendo produtos de qualidade, com alta durabilidade, dentro dos padrões de segurança exigidos. Forte atuante no seguimento de construção de pré-moldados, é especializada em instalações de galpões para aviários, suínos e caprinos, além de comerciais e residenciais. 7 Avenida Teixeira de Freitas, Centro, Jacarezinho - PR (43) prenortepremoldados@uol.com.br Aceitamos o Cartão BNDES

8 Radar Carta do leitor Prezados, tenho um cliente na Europa que precisa comercializar toneladas de frango congelado/ mês com Certificado Halal. Gostaria de saber se alguma empresa do Paraná afiliada ao Sindiavipar tem interesse em fechar uma parceria comercial. Leonardo Cuiabá-MT Resposta: Olá Leonardo. Repassamos sua solicitação para as empresas associadas ao Sindiavipar. De qualquer maneira, hoje, 28 dos 34 abatedouros instalados no Paraná estão habilitados para exportação, o que representa quase 85% das indústrias do ramo. Destes, 27 possuem abate Halal. Você pode conferir a relação de todas essas empresas na página 47 desta revista ou, se preferir, acesse o site do Sindiavipar no link: sindiavipar.com.br. Conexão Sindiavipar Fique por dentro de todas as novidades do setor avícola, recebendo diariamente o informativo online do Sindiavipar. É muito fácil, cadastre-se no site: e receba as notícias em primeira mão. Assine já! sindiavipar.com.br Fotos: César Machado Mapa da avicultura paranaense UMA FOTO PERFEITA CAUSA UMA ÓTIMA IMPRESSÃO O melhor e mais completo banco de imagens do agronegócio. Suínos, aves, bovinos, culturas, alimentos, carnes, maquinário, etc. A revista Avicultura do Paraná apresenta, nesta edição, o mapa da avicultura paranaense, com os dados sobre os associados, produção e exportação. São mostradas no mapa as empresas divididas por região, apresentando o número de abatedouros, incubatórios e avicultores. Você encontra também, detalhes sobre a habilitação de exportação de cada Indústria, contendo informações como os números de abate de cabeças de frango nos últimos cinco anos, fazendo uma comparação entre o resultado total do país e a porcentagem estadual. O mapa também está disponível no site sindiavipar.com.br. 8 sindiavipar.com.br

9 Ciência Tuberculose Doença pode dizimar lotes inteiros quando diagnosticada tardiamente A tuberculose é uma doença crônica de aves adultas, que coloca a vida do animal em risco e possui tratamento de longo prazo. Caracterizada pela formação de granulomas nas vísceras, o que facilita o diagnóstico da doença, a tuberculose causa perda de peso progressiva, atrofia muscular e, até mesmo, a morte. Causada pelo complexo bacteriano Mycobacterium avium, a tuberculose tem ocorrência mundial e infecta a maioria das espécies de aves, sendo mais comum em aves de cativeiro e fundo de quintal. Em humanos, o isolamento de M. avium é pouco frequente, porém cresceu a preocupação, devido o aumento de casos de tuberculose em portadores do vírus HIV. A bactéria pode persistir no ambiente (solo) por vários anos, sendo resistente ao calor, baixa umidade, baixo ph e à maioria dos desinfetantes, exceto cresóis, como creolina e lisol. Sua ocorrência em aves adultas deve-se, na maioria das vezes, devido ao longo período de incubação, que pode variar de semanas a meses. A infecção ocorre através da ingestão de alimento, água, cama ou solo contaminados, quando a bactéria invade vários órgãos, tais como fígado, baço, intestino, medula e pulmão. As aves contaminadas eliminam o organismo através das fezes. Tem sido constatado que pombos também podem ser veículos disseminadores desta doença. Um dos principais sintomas é a perda de peso constante, que leva ao definhamento da carcaça. Há uma atrofia dos músculos do peito e, em alguns casos, as aves podem apresentar dificuldade de locomoção e também diarreia. Ocasionalmente alguns animais podem ter morte súbita devido a ruptura do fígado. O histórico de doença crônica em aves adultas com o definhamento da carcaça é muito sugestivo de tuberculose. Para obter o diagnóstico correto, é feito o isolamento e a identificação do M. avium nas lesões. O teste de tuberculina, onde um pedaço da pele do pescoço da ave é examinado, também pode ajudar no diagnóstico. O tratamento não é uma maneira efetiva de eliminar as bactérias. Aves tratadas podem continuam eliminando os bacilos por certo tempo, o que aumenta o risco de contaminação. Os organismos que mesmo após o tratamento não forem eliminados tornam-se bastante resistentes, permanecendo por muito tempo no ambiente. É preferível a erradicação ao tratamento. Recomenda-se a eliminação das aves contaminadas quando assim diagnosticadas. Prevenção A prevenção é baseada em boas regras de segurança e manejo. Deve-se evitar misturar aves de diferentes espécies e idades, e sempre certificar- -se da origem de novas aves introduzidas no plantel. Além disso, incinerar aves infectadas e mortas, manter bom controle de roedores e evitar o contato com animais selvagens. Em aves comerciais, pelo curto ciclo de vida, os padrões de instalação, manejo, higiene e isolamento podem manter as aves livres da doença, que ainda não possui vacina disponível no mercado. Fonte: Alberto Back sindiavipar.com.br 9

10 Agenda AveSui 2012 Data: 2 a 4 de abril de 2012 Local: São Paulo - SP Realização: Gessulli Agribusiness avesui@gessulli.com.br Informações: (11) Site: avesui.com XIII Simpósio Brasil Sul de Avicultura e IV Poultry Fair Data: 17 a 19 de abril de 2012 Local: Chapecó - SC Realização: Nucleovet nucleovet@nucleovet.com.br Informações: (49) Site: nucleovet.com.br XXIV World s Poutry Congress Data: 5 a 9 de agosto Local: Bahia Convention Center - BA Realização: Brazilian Branch Facta wpsa.br@facta.org.br Informações: (19) Site: wpc2012.com Avisulat 2012 Data: 21 a 23 de novembro Local: Fundaparque - RS Realização: Asgav, Sips e Sindilat vendas@tribecaeventos.com.br Informações: (51) Site: avisulat.com.br Quer divulgar seu evento aqui? Entre em contato conosco pelo revista@sindiavipar.com.br ou ligue (41) Economia crescerá cerca de 3,3% em 2012 Analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) estimam que o crescimento da economia Produto Interno Bruto (PIB) este ano foi mantida em 3,3%. Para 2013, a previsão caiu de 4,2% para 4,1%. Segundo o boletim Focus, a expectativa para o crescimento da produção industrial, neste ano, passou de 2,79% para 2,7%. Para 2013, permanece em 4%. A projeção para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB passou de 36,95% para 36,9%, este ano, e de 35,8% para 35,5%, em A expectativa para a cotação do dólar ao final do ano segue em R$ 1,75 tanto para este ano quanto para Já a previsão para o superávit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) passou de 19,5 bilhões de dólares para 19,1 bilhões, em 2012, e de 14,5 bilhões de dólares para 14 bilhões, no próximo ano. Empresas avícolas são destaque na exportação Dentre os 250 principais exportadores brasileiros de 2011, encontram-se 12 empresas e cooperativas que se dedicam a exportação de carne de frango: Sadia, Brasil Foods, Seara, Marfrig, Doux Frangosul, Cooperativa Aurora, C. Vale, Kaefer Agro-Industrial, Copacol, Tyson do Brasil, Cooperativa Lar e Diplomata. A considerar os processos de fusão e separação, que envolvem Sadia, Seara, Brasil Foods e Marfrig, a lista poderia sofrer modificações em relação ao número de empresas. Vale ressaltar que se considerada a fusão entre Brasil Foods e Sadia, elas ocupariam a quarta posição no ranking. Em comparação a 2010, destaca-se o aparecimento de um novo integrante da área avícola, a Tyson do Brasil, que já aumentou em 64% sua receita cambial.

11 Observatório Pesquisa avalia impacto ambiental na avicultura Com o objetivo de instruir a indústria avícola sobre a redução do impacto ambiental da atividade, os governos da Inglaterra, Escócia e Irlanda do Norte, desenvolvem desde 2009 uma pesquisa nesta área. Em parceria com universidades, o projeto avalia como reduzir o impacto da produção de frangos e de ovos sobre o meio ambiente e em sua primeira fase avaliou a eficiência desta produção sob diferentes sistemas de criação. Multiparticipativa, a pesquisa utiliza um software específico, denominado Lifecycle Assessment, para observar e registrar os impactos ambientais dos dois setores. Nesta fase do projeto eles avaliam uma ampla série de novas possibilidades, como mudanças no manejo, bem como a introdução de tecnologias capazes de aumentar a eficiência energética da propriedade. Estima-se que o projeto seja concluído ainda em setembro deste ano e que, com ele, o avicultor possua uma ferramenta que auxilie no uso consciente dos insumos na produção. Cresce produção brasileira de alimentos Até 2050, o Brasil tem condições de produzir 400 milhões de toneladas de alimentos. Essa é a previsão da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), segundo a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu. Com esse número de produção, o Brasil cumprirá com a meta de produção mundial de 2,8 milhões de toneladas estimada pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) para alimentar as cerca de 9 bilhões de pessoas que habitarão o planeta em Atualmente, o Brasil produz 170 milhões de toneladas de grãos e o aumento da produção será resultado de ganhos de produtividade, sem aumento de área de produção e com a adoção de tecnologias sustentáveis, que contribuirão para a redução das emissões de gases de efeito estufa, explica a senadora. Ubabef leva 12 agroindústrias para a Gulfood Dubai 2012 Agroindústrias exportadoras participantes do projeto de promoção comercial a partir da parceria entre a União Brasileira de Avicultura (Ubabef) com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) estiveram entre os dias 19 e 22 de fevereiro, na Gulfood Dubai, nos Emirados Árabes. Em sua quinta participação no evento, a Ubabef contou com uma área de 144 m², onde estiveram presentes 12 agroindústrias: Copagril, Minuano, Superfrango, Tramonto, Frinal, Pif Paf, Globoaves, Unifrango, Frangos Pioneiro, Diplomata, Frangos Canção e Jaguafrangos. Durante o evento, a Ubabef distribuiu materiais promocionais e informativos sobre a avicultura nacional, com dados sobre a produção e sobre os diferenciais que fazem do Brasil líder mundial em exportações. sindiavipar.com.br 11

12 Fiep Mão de obra qualificada Senai-PR desenvolve programas de capacitação desde o recebimento de aves até o carregamento final A avicultura é um dos principais negócios do setor produtivo do Paraná. O estado abateu, em 2011, segundo dados do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), 1,3 milhões de cabeças de frango. É o maior produtor brasileiro, representando 28% da produção nacional que, em 2011, abateu 4,6 milhões de cabeças. Um estado com esse potencial e com esses números precisa de mão de obra qualificada para atender as necessidades do setor. Atento a isso, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Senai Paraná, desenvolveu programas de treinamento e capacitação exclusivamente pensados para a avicultura. De acordo com o diretor regional do Senai-PR, Marco Antonio Secco, o foco principal da entidade é a educação inovadora e de qualidade na formação da mão de obra. Os alunos do Senai entram no mercado de trabalho antes mesmo de concluírem o curso. Nosso índice de empregabilidade é de 95%. Por isso estamos sempre buscando o melhor da educação profissional para a indústria, reforça. No município de Toledo, no oeste do estado, onde está concentrada grande parte da produção de aves, o Senai oferece curso de aprendizagem industrial e cursos técnicos em alimentos. Assim como em toda a educação profissional ofertada pelo Senai, os cursos para este setor aplicam a metodologia de formação por competências. Essa metodologia faz com que os alunos busquem o conhecimento por meio da orientação do professor, explica Ademir Fiametti, gerente da unidade do Senai em Toledo. Nossos professores não são expositores, mas sim, mediadores da aprendizagem, afirma ele. Além da preocupação em manter um corpo docente altamente qualificado, o Senai Toledo possui infraestrutura moderna e inovadora. Dispomos de laboratórios de análises físico-químicas de alimentos, microbiologia de alimentos e áreas de processamento de carnes e de leites, com projeto para o desenvolvimento de uma unidade móvel para atendimento das indústrias, o que evita deslocamento dos colaboradores, reforça Fiametti. Como resultado, o Senai Toledo forma, em média, 500 profissionais para o setor de avicultura, a cada ano. infraestrutura moderna Sede do Senai em Toledo-PR Na prática A educação profissional de qualidade é uma necessidade do setor produtivo brasileiro. Para a gerente da universidade corporativa da C. Vale Cooperativa Agroindustrial, Sandra Mara Hendges, a qualificação para o setor de alimentos deve ser específica para atender as particularidades desta área, que engloba desde as boas práticas para fabricação, manutenção até as normas regulamentadoras para exportação de alimentos. A C. Vale está presente nos estados do Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, além do país vizinho, Paraguai. 12 sindiavipar.com.br

13 Capacitação Workshop avícola II Workshop Sindiavipar trará palestras sobre o mercado, sanidade, bem-estar e nutrição animal O II Workshop Sindiavipar, organizado pelo Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná, já está com as suas inscrições abertas. Programado para agosto de 2012, o evento deste ano terá como tema a Avicultura de corte: do Paraná para o mundo. Em sua segunda edição, o evento pretende dar continuidade a capacitação e a promoção do desenvolvimento do setor avícola, através de palestras sobre o mercado, sanidade, bem-estar e nutrição animal. Uma das palestras contará com Ariel Mendes, diretor da União Brasileira de Avicultura (Ubabef). O tema será a compartimentalização do país por regiões, de acordo com a suas capacidades e características próprias. O conceito, que é defendido pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês), visa habilitar unidades de produção de carne de frango ao invés de reconhecer um estado como apto a exportar. Uma das maiores vantagens da compartimentalização é no caso de ocorrência de surto de alguma doença: com o novo sistema, mesmo que a unidade habilitada esteja no estado afetado, ainda poderá manter suas exportações. O evento será realizado em Foz do Iguaçu, no Mabu Thermas e Resort, no dia 24 de agosto, a partir das 9h. Ao final das palestras, está marcado um coquetel de confraternização para as 18h, além de sorteios de brindes e bolsas de estudo. Para quem realizar a inscrição até 30/6, o valor é de R$ 70. Posteriormente, de 1/7 a 20/8 R $100 e depois desta data R$ 150. As inscrições podem ser feitas pelo site do sindicato (sindiavipar.com.br).

14 Eventos Show Rural Coopavel 2012 Com 5% a mais de visitantes em comparação ao ano passado, evento alcançou público recorde recorde Número de visitantes nos cinco dias de evento chegou a quase 200 mil Juntamente com o encerramento da edição do Show Rural Coopavel 2012, veio também a certeza do sucesso e da notoriedade que o evento alcançou ao longo de todos esses anos no setor do agrobusiness. Neste ano, o evento, que tem como principal objetivo a difusão de tecnologias voltadas ao aumento de produtividade de pequenas, médias e grandes propriedades rurais, ultrapassou todas as expectativas de público entre os dias 6 a 10 de fevereiro. Com uma perspectiva de que 180 mil pessoas comparecessem ao local, os organizadores registraram um número superior a este. Nos cinco dias de evento o número de visitantes chegou a , maior público já recebido em uma edição do Show Rural desde sua criação em Esse número corresponde a 5% a mais de visitantes, comparado à edição anterior quando foram registrados Também estiveram presentes no evento, importantes lideranças paranaenses como o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, Valdir Rossoni; o ex-senador, agora vice- -presidente de Agronegócio e de Micro e Pequenas Empresas do Banco do Brasil, Osmar Dias; o secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara; o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná, Edson Campagnolo, dentre outros. Com 250 apresentações técnicas e 406 expositores, o evento se mostrou como uma excelente oportunidade para difundir novas tecnologias e selar bons negócios para o pequeno, médio e grande produtor. O Show Rural Coopavel 2012 serviu como uma vitrine tecnológica que facilita o acesso de produtores rurais a equipamentos e técnicas que auxiliam a produzir mais e melhor. Várias palestras foram ministradas por órgãos como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), entre outros. Segundo o coordenador geral do Show Rural Coopavel, Rogério Rizzardi, o interesse do público presente frente aos produtos e as informações apresentadas, foi muito grande. Todos os visitantes, produtores e suas famílias, mostraram que gostariam de aprender mais sobre tecnologia no agronegócio. Rizzardi destaca ainda que esse cenário consagra o Show Rural Coopavel como um evento difusor de tecnologias para a melhoria no campo. A próxima edição do Show Rural Coopavel acontecerá de 4 a 8 de fevereiro de sindiavipar.com.br

15 Eventos Brasil recebe o WPC 24ª edição do evento, que acontece na Bahia, reunirá 9 mil participantes em quatro dias de programação O XXIV World Poultry Congress vai reunir estudantes, pesquisadores e empresas avícolas do mundo todo para discutir os aspectos da produção de carne e ovos, assim como promover suas tecnologias e inovações. O evento será realizado no Centro de Convenções de Salvador, na Bahia, entre os dias 5 e 9 de agosto e será organizado pela Fundação Apinco de Ciência e Tecnologia Avícolas (Facta) e produzida pela Associação Mundial de Ciência Avícolas (WPSA, na sigla em inglês), que já tem 100 anos de história. Esta é a primeira vez, depois de 34 anos que a WPSA volta a organizar o evento no Brasil. O congresso oferece dentro dos quatro dias de programação diversas palestras sobre genética, nutrição, sanidade e manejo de aves, além de centenas de apresentações de trabalhos científicos na área. O WPC contará também com a presença de empresas de diversos segmentos, que irão apresentar novas tecnologias e inovações para melhoria do sistema de produção. No total, espera- -se um público de 9 mil visitantes, sendo 3 mil congressistas. O WPC 2012 terá ciclo de palestras com pesquisadores e especialistas de renome internacional, além da participação de centenas de empresas dos mais diversos segmentos, que mostrarão as últimas novidades em tecnologia para promover melhorias no sistema de produção, conta Edir Nepomuceno da Silva, presidente da Facta e da WPSA no Brasil. sindiavipar.com.br 15

16 Entrevista A avicultura brasileira tem sido fundamental na sustentação dos baixos índices inflacionários, sendo a carne mais consumida e mais competitiva em custos Foto: Divulgação Cooperativas em alta Gestores devem modernizar processos e manter o foco no consumidor O quadro atual de crescimento na agropecuária brasileira também se estende às cooperativas do país. De janeiro a dezembro de 2011, a balança comercial do segmento alcançou US$ 5,819 bilhões, um recorde para o período. As exportações também tiveram um crescimento significativo, totalizando US$ 6,175 bilhões, como informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Nesse panorama, o Paraná está entre os destaques. As cooperativas do estado atingiram nas exportações US$ 2,2 bilhões ano passado e ficaram em primeiro lugar, com 38,5% do total, quanto às importações. O presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslovski, concedeu uma entrevista à Revista Avicultura do Paraná abordando esse cenário positivo para as cooperativas e apresentando os desafios, as possíveis soluções e as perspectivas para o setor agropecuário e para a avicultura. Confira a seguir: Revista Avicultura do Paraná - Dos US$ 6,175 bilhões em exportações atingidos pelas cooperativas do Brasil em 2011, o Paraná foi responsável por US$ 2,2 bilhões. Quais motivos você listaria como responsáveis por esse resultado? João Paulo Koslovski De acordo com nossos estudos, esse resultado colocou o Paraná como líder nacional entre os estados da federação. E os motivos que nos levaram a isso foram, principalmente, a excelente safra agrícola - que, segundo a Conab, foi a maior de todos os tempos no país, com 162,8 milhões de toneladas, os bons preços internacionais das commodities na Bolsa de Chicago e a expansão no setor de carnes, especialmente de frangos, em É preciso salientar que, desde a década de 2000, as cooperativas têm investido na profissionalização e na busca de novos mercados que, aliados a um processo de agroindustrialização, permitiram que hoje mais de 100 países importem nossos produtos. Quais seriam os desafios e objetivos das cooperativas para 2012 frente aos saldos positivos de 2011? E quais os objetivos e desafios da Ocepar para o ano? Temos muitos desafios pela frente. Eu diria que o principal deles é reduzir a altíssima carga tributária que penaliza sobremaneira as cooperativas e todo o setor produtivo. Os déficits de infraestrutura, aliados ao seu elevado custo, têm gerado muita preocupação e 16 sindiavipar.com.br

17 Entrevista até mesmo prejudica a nossa competitividade. Precisamos continuar investindo na profissionalização, viabilizar a aguardada Lei Cooperativista em discussão no Congresso Nacional, aprovar políticas públicas de incentivo ao desenvolvimento do cooperativismo no país e, especialmente, fortalecer a atuação sistêmica, fomentando uma maior interação e atuação estratégica entre as cooperativas. Analisando a avicultura brasileira, qual sua opinião referente à situação deste setor no quadro econômico do país? A avicultura brasileira tem sido fundamental na sustentação dos baixos índices inflacionários, sendo a carne mais consumida e mais competitiva em custos se comparada com as outras. De outro lado, vem ano após ano batendo recordes quantitativos e em valores monetários nas exportações, ajudando, desta forma, no superávit da balança comercial brasileira, que tem no agronegócio brasileiro sua sustentação. A produção de carne de frango aumentou em 25% nos últimos 5 anos, passando, em 2007, da produção de 10,3 milhões de toneladas para 12,9 milhões de toneladas em No caso das exportações brasileiras, o crescimento foi de 18% nos últimos cinco anos, chegando a 3,95 milhões de toneladas em Hoje, a avicultura é uma atividade muito importante para nossas cooperativas, pois tem viabilizado a atividade de milhares de pequenos produtores. E quais as previsões da Ocepar quanto à avicultura no Paraná em 2012? São positivas e com importantes investimentos sendo realizados. Um exemplo é a construção de um frigorífico, em parceria firmada entre a Copacol, cooperativa com sede em Cafelândia, e a Coagru, de Ubiratã, onde ficará a nova planta e também um empreendimento de abate de frangos pela Cocari, cooperativa de Mandaguari. Iniciativas essas que se somam às unidades das cooperativas C.Vale (Palotina), Copagril (Marechal Cândido Rondon), Coopavel (Cascavel), Copacol (Cafelândia), Coasul (São João) e Lar (Medianeira). No entanto, há uma preocupação em relação à instabilidade econômica mundial, a qual pode refletir na atuação do setor e também na perda das safras de milho e soja no estado, hoje superior a 20% da previsão inicial, encarecendo também o custo de produção e refletindo diretamente nos resultados dos avicultores. A agropecuária brasileira deveria tomar quais atitudes para não sofrer possíveis impactos referentes a crise na Europa? O continente europeu tende paulatinamente a reduzir sua participação na demanda mundial de alimentos, dado suas características de pirâmide etária e social. Por isso, a principal atitude é a busca intensa por novos mercados internacionais para compensar, pelo menos em parte, a redução de exportações para a Europa. E o que deve ser feito para que o setor conquiste esses novos mercados? A conquista de novos mercados é um processo complicado e custoso. Dessa forma, a participação privada e governamental nos fóruns internacionais, para levar e demonstrar a competitividade em custos e os excelentes produtos que o Brasil dispõe, é fundamental. O Ministério da Agricultura, há alguns anos, colocou em países estratégicos adidos agrícolas junto às embaixadas. Esses profissionais têm o objetivo de facilitar as negociações do setor privado com os governos e possíveis importadores de nossos produtos. Essa é uma das inúmeras estratégias que podem ser feitas, juntamente com a participação em feiras, visitas em loco, garantias sanitárias, ambientais e outras que são exigidas pelos importadores. Contudo, a busca na abertura de novos mercados é uma tarefa que todos precisam implementar, para que não dependamos de poucos países compradores, e assim possamos diluir os riscos do setor. Especificamente, o que o Paraná pode fazer para expandir seu agronegócio no país e no exterior? Os investimentos que estão sendo realizados no Paraná e no Brasil são imperativos para a busca de novos mercados para colocação de nossos produtos, ainda sem descuidar do boom de consumo no mercado interno, que continua em franca expansão. Assim, precisamos, cada vez mais, profissionalizar a gestão de nossas empresas e os profissionais em conhecimento de idiomas e na cultura dos países que serão alvo de nossas exportações. No caso do governo, o apoio para a resolução de nossos problemas de logística e abertura de canais de negociação são as principais políticas para ampliar nossa pauta de exportações. sindiavipar.com.br 17

18 Oportunidades Investimento rentável Condomínios avícolas têm características especiais que dão bom retorno ao investidor O crescimento do segmento avícola vem trazendo novas formas de investimento no setor. Além do crescimento das indústrias em si, tem aumentado muito o número de integrados e propriedades com complexos avícolas em suas áreas. Esses empreendimentos agregam valor à propriedade, além de em alguns casos possibilitar a diversificação de investimentos e potencializar os lucros. Uma das possibilidades de investimento nessa questão têm sido os condomínios avícolas propriedades com galpões destinados a produção de frango de corte. Com grande rentabilidade para os investidores e com bons produtos para a indústria, os condomínios avícolas crescem e fortalecem a avicultura no campo. De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, os condomínios avícolas abrem as portas da avicultura para outros empreendedores, pois tem diversas possibilidades de postura do investidor e tem rendimento garantido. As indústrias estão descobrindo os benefícios de ter em seu quadro de integrados os condomínios avícolas. Uma das principais indústrias de Maringá, o GTFoods Group, é uma das empresas que tem investido nos condomínios avícolas. De acordo com Ildeu Canalli, gerente do departamento agroindustrial do GTFoods, os condomínios avícolas facilitam questões de manejo das aves e um controle sobre uma maior parte da produção dentro do mesmo padrão. É, com certeza, um facilitador para a indústria e para o investidor, afirma. Se para as indústrias é um bom negócio, para os investidores é retorno garantido. Com a estrutura necessária para o funcionamento do empreendimento, através de um bom padrão de construção e equipamentos, equipe técnica e veterinária, o investidor tem menos preocupações, pois conta com uma equipe para manter funcionando os aviários, garantindo o retorno sobre a produção dentro do sistema de integração, afirma o diretor industrial do GTFoods, Ciliomar Tortola. 18 sindiavipar.com.br

19 Oportunidades Para o presidente do Sindiavipar, o principal para quem quer investir é procurar um integrador. Isso porque é o integrador que faz o gerenciamento da produção e tem o know-how do negócio, sendo a base sustentadora de quem quer investir em condomínios avícolas. Sem o apoio do integrador o negócio fica de subsistência, sem o retorno esperado que a avicultura proporciona, comenta Martins. Hoje, são várias as formas que um investidor pode participar de um condomínio avícola. Quem tem um valor para investir pode colocar seu dinheiro em um projeto em andamento, pode se juntar com outros investidores e montar um condomínio novo. Além disso, quem tem uma extensão de terra, mas não tem dinheiro para investir, pode se colocar a disposição para abrigar os aviários e receber uma parte dos lucros, divididos igualmente entre os investidores, explica o presidente do Sindiavipar. Os condomínios avícolas em geral têm de 8 a 22 aviários na mesma propriedade e o gerenciamento no local de toda essa estrutura é feita por um médico veterinário ou zootecnista, que atua como administrador do empreendimento. Para o cuidado direto com os animais nos aviários, o indicado pelas indústrias é que um casal ou uma família fique responsável por dois aviários. Para a moradia desse parceiro, o integrado disponibiliza uma casa de 86 m², equipada para habitação de uma família. É importante lembrar que para a construção do condomínio, além do espaço para os aviários, temos também o espaço reservado para as famílias que cuidam do funcionamento dos complexos avícolas, lembra Canalli. Com sete condomínios em funcionamento entre seus integrados e outros quatro em construção, que devem entrar em funcionamento até o final do ano, o GTFoods se tornou um especialista na construção desse tipo de empreendimento na região de Maringá. Já estamos sendo procurados por grupos de investidores que querem aplicar recursos na atividade por vislumbrar bons lucros na avicultura. Como não é preciso do cuidado diário do dono do empreendimento nos aviários, e contando com o apoio do administrador, os retornos financeiros tornam-se ainda maiores, afirma Canalli. sindiavipar.com.br 19

20 Mercado Embargo russo Quase um ano após início do embargo a vários frigoríficos, Brasil e Rússia podem finalmente chegar a um acordo Frigoríficos do Paraná, Mato Grosso e Rio Grande do Sul estão na expectativa quanto ao fim do embargo russo às carnes brasileiras, decretado em junho do ano passado. Por meio de reuniões e relatórios, o governo do Brasil tenta negociar com a Rússia o término deste impasse, que nunca esteve tão perto do fim como agora. Um dos principais argumentos a favor do país é que o serviço de defesa sanitária é federal, com o uso dos mesmos critérios em todas as regiões, não justificando o porquê de o embargo ter atingido alguns estados. Em uma nota divulgada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), referente ao encontro entre autoridades em Berlim, Alemanha, no início deste ano, o ministro da agricultura, Mendes Ribeiro Filho, também teria argumentado que apesar de termos duas plantas restritas, a região Sul tem uma situação privilegiada em termos de controle sanitário. Segundo o diretor de Programa da Secretaria de Defesa Agropecuária, Ênio Marques, que também esteve em Berlim, foi firmado um acordo entre os dois países para que sejam feitas reuniões técnicas, depois das respostas aos relatórios, para gerar um protocolo de equivalência, equiparando as exigências de Brasil e Rússia na área sanitária. Paraná O Paraná também fortaleceu as negociações políticas para reverter o embargo da Rússia à compra de carnes bovina, de frango e de suínos do Brasil. Elas complementam as medidas técnicas adotadas pelo governo paranaense para adequar o serviço de sanidade do estado. O assunto começou a ser discutido no final de fevereiro, durante uma reunião na Superintendência do Mapa em Curitiba, com a presença do secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, do superintendente do Ministério no Paraná, Daniel Gonçalves Filho, e de lideranças políticas e do agronegócio. A ideia do Governo do Estado é atuar politicamente junto aos governos brasileiro e russo para sensibilizar as autoridades de que não há justificativas técnicas para o embargo. Eles pretendem mostrar às autoridades brasileiras que a Rússia optou por criar cotas para importar produtos, beneficiando países da União Europeia e também os Estados Unidos, que apoiaram a entrada russa na Organização Mundial do Comércio. Norberto Ortigara lembrou também que o governador Beto Richa sancionou a lei que cria a Agência de Defesa Agropecuária, aprovada na Assembleia Legislativa no final do ano passado. Com a aprovação do projeto pela Assembleia Legislativa, o estado pode contratar de 350 a 400 novos profissionais técnicos, possivelmente no mês que vem. A Agência tem capacidade para compor um quadro de profissionais que vão atuar na vigilância, controle e sanidade agropecuária. Outra frente em que o Paraná atuou para reforçar essa estratégia foi a criação da carreira de fiscal agropecuário para a Defesa Animal e Vegetal, cometou Ortigara na ocasião. 20 sindiavipar.com.br

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22 Sustentabilidade Tecnologias sustentáveis A busca por soluções ambientais e econômicas ganha cada vez mais espaço no setor agropecuário A tecnologia sustentável chegou ao campo. Hoje, existem cada vez mais recursos alternativos para diminuir o impacto que a agropecuária pode causar no meio ambiente e beneficiar, econômica e socialmente, os produtores. Exemplos disso são as tecnologias selecionadas pela unidade de Suínos e Aves da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) - que contribuem para a agricultura de baixo carbono e para a agregação de valor na propriedade - apresentadas no Show Rural Coopavel Para o pesquisador da Embrapa, Paulo Armando de Oliveira, o mercado demonstra interesse crescente na produção de máquinas e soluções sustentáveis. Hoje, as tecnologias que contribuem para a prática sustentável do agronegócio são fundamentais. Não se fazem mais projetos sem a visão da sustentabilidade ambiental. A tendência é que os sistemas de produção animal e industrial busquem o resíduo zero, atendendo os temas de qual o destino do resíduo e o que vai ser feito com ele. Toda e qualquer máquina dentro desse processo também precisa ter a visão ampla da sustentabilidade não só ambiental, como também econômica e social, comenta. Referente à conscientização ambiental no setor agropecuário, Oliveira explica que é preciso aprimorar a sensibilização e a educação ambiental não só do produtor, mas de todos que trabalham no meio rural. Além disso, é necessário que o gerente de produção também se conscientize em sempre buscar processos de tratamento de resíduos economicamente viáveis, completa. Agricultura e avicultura O biodigestor, tecnologia para a agricultura de baixo carbono, que permite a agregação de valor ao dejeto e oferece benefícios ambientais, foi um dos destaques selecionados pela Embrapa. Com o uso desse equipamento, o produtor pode gerar energia por meio do biogás e biofertilizante para uso na lavoura. Os técnicos Paulo Baldi e Márcio Saatkamp, que fizeram o atendimento no estande da Embrapa no Show Rural, afirmam que os produtores apresentaram grande interesse quanto a essa tecnologia, fazendo vários questionamentos e demonstrando curiosidade sobre o funcionamento, a instalação, os custos e os resultados do biodigestor. Na parte de agregação de valor na propriedade, foi apresentado o Dimmer IEM-LUX, um controlador eletrônico de luminosidade em aviário. Trata-se de um equipamento que possibilita a compensação de luz levando em consideração o conforto dos animais. Controlando a intensidade, o produtor simula dia e noite, seguindo inclusive o programa estabelecido para cada linhagem ou lote. Além disso, a economia proporcionada pelo aparelho fica a cargo da compensação de luminosidade, que garante que a luz a ser utilizada seja apenas a necessária ao ambiente. 22 sindiavipar.com.br

23 Saúde do trabalhador Educação postural Atitudes simples no dia a dia no campo podem evitar dores nas costas e outros problemas de saúde. cartilha geral para ser distribuída a todos os produtores e trabalhadores rurais participantes dos treinamentos. 25 profissionais de fisioterapia e de educação física, com experiência na área, ficaram com a responsabilidade de treinar os instrutores do Senar de cada estado, dando as noções básicas com foco nas posições corretas e nos procedimentos adequados para cada atividade. Um vídeo também foi elaborado para ser entregue aos instrutores, como um recurso instrucional a ser utilizado durante os treinamentos, completa Gomes. O vídeo está disponível no endereço Algumas dicas posturais podem ajudar a diminuir e também prevenir problemas de saúde. Confira quais são elas: Os problemas posturais foram responsáveis pelo afastamento de 77 mil trabalhadores, no campo e na cidade, em 2010, segundo o Ministério da Previdência Social. As estatísticas também apontam que a cada três brasileiros, pelo menos um sofre com dores nas costas. A partir desse cenário, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) lançaram o programa Trabalho Decente Educação Postural, para proporcionar o bem-estar de homens e mulheres que atuam na área rural. O projeto apresenta aos produtores e trabalhadores rurais atitudes simples que podem trazer mais conforto e segurança. Segundo a coordenadora da Área de Programas e Projetos - Departamento de Educação Profissional e Promoção Social do Senar, Patrícia Machado Gomes, os assuntos relacionados à educação postural serão trabalhados de forma transversal durante os treinamentos da entidade, independente da área. Até agora, 25 estados aderiram ao programa. Todos os instrutores do projeto terão condições de relacionar as atividades rotineiras dos produtores e trabalhadores à melhor postura, afirma. O projeto também utilizará uma Uma postura correta ao se levantar e abaixar. Prática de alguns exercícios durante pequenos intervalos. Hábito de espreguiçar-se algumas vezes ao dia, como auto-alongamento. Sentar-se sempre sobre o quadril, nunca sobre a coluna. Distribuir igualmente o peso entre os braços quando algo for carregado. Contrair o abdômen, sem prender a respiração, ao levantar uma carga pesada do chão, para não sobrecarregar a coluna. sindiavipar.com.br 23

24 Capa Novos destinos fortalecem exportação do Paraná Paraná já embarca carne de frango para mais de 130 países em todo o mundo 24 sindiavipar.com.br

25 Capa Com o objetivo de abrir fronteiras de exportações e intensificar as relações comerciais, o Paraná está descobrindo novos mercados para a carne de frango e ampliando o leque de exportações. Começamos 2012 com a carne de frango produzida no Paraná sendo destinada a dez mercados a mais do que os registrados no mesmo período do ano passado, comemora o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins. Atualmente, o Paraná embarca o produto para mais de 130 países em todo o mundo, respondendo por mais de 25% das exportações de carne de frango do país. E a meta é aumentar este número. Hoje mais de 70% dos países do globo consomem a carne de frango produzida no Brasil, direta ou indiretamente. Isso acontece porque muitas nações reexportam o produto, especialmente para os países fronteiriços. Esse número demonstra as possibilidades de crescimento que o Paraná tem pela frente, avalia Martins. Principais destinos Na lista de principais destinos da carne de frango produzida no Paraná estão países do Oriente Médio (como Arábia Saudita, Hong Kong, Emirados Árabes, Kwait e Egito), Japão, China, Venezuela, Holanda, África do S-ul e Egito, que concentram cerca de 70% do volume das vendas paranaenses para o mercado externo. Entretanto, nos outros 30% estão destinos bastante exóticos como Benin, na região ocidental da África, Ilhas Feroe, nação do Reino da Dinamarca, e Seychelles, no Oceano Índico Ocidental, até países conhecidos pela sua riqueza como Mônaco, Estados Unidos e Austrália. Hoje, 28 dos 34 abatedouros instalados no estado estão habilitados para exportação, 10 principais mercados consumidores da avicultura paranaense Exportação Participação Nº País US$ KG US$ KG 1 Arábia Saudita ,48% 24,24% 2 Japão ,94% 8,08% 3 China ,32% 6,47% 4 Hong Kong ,25% 9,08% 5 Emirados Arabes ,04% 6,77% 6 Kuwait ,91% 4,70% 7 Venezuela ,38% 3,46% 8 Holanda ,96% 2,00% 9 África do Sul ,58% 5,82% 10 Egito ,33% 1,26% Total ,20% 71,87% TOTAL ACUMULADO % 100% sindiavipar.com.br 25

26 A China é um mercado importante, com um grande potencial de crescimento o que representa mais de 80% das indústrias do ramo. Destes, 27 possuem abate Halal indispensável para o mercado árabe - e 28 têm habilitação para exportação geral. Além disso, 6 abatedouros estão aptos a exportar para a China e 13 para a União Europeia. Temos ainda novas indústrias chegando em breve ao Paraná, especialmente na região noroeste, o que deve refletir num crescimento natural na exportação, pois essas empresas estão entrando na atividade para esse fim, antecipa o presidente do Sindiavipar. Consolidação Ao mesmo tempo em que busca novos clientes, a avicultura paranaense também pretende aumentar a participação em mercados já conquistados, entre eles a China, o maior importador mundial de carne de frango. O mercado chinês foi aberto em 2010 para as indústrias avícolas nacionais. Para o Paraná, já em 2011 a China começou a figurar entre os 10 principais mercados consumidores do frango paranaense alcançando de cara a 3ª posição. Hoje, a China consome aproximadamente 7% da carne de frango exportada pelo estado, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A China é um mercado importante, com um potencial de crescimento bastante grande, comenta o presidente do Sindiavipar. Para Martins, os resultados das vendas internacionais do frango do Paraná, e especialmente a excelente situação do produto nos mercados da Ásia e Oriente Médio, devem ser atribuídos, entre outros fatores, ao alto grau de profissionalização das empresas avícolas paranaenses. Temos um mercado muito consistente, bem construído, de uma parceria de longuíssimo prazo, ressalta. Segundo ele é preciso destacar também a qualidade do frango de corte produzido no Paraná, fruto de investimentos em genética, manejo, ambiência e sanidade. Estabilidade Nos últimos cinco anos, além da abertura do mercado chinês, houve pouca alteração no ranking dos principais destinos da carne de frango paranaense. Na lista dos dez mais figuraram, entre 2006 e 2011, apenas 11 países: Arábia Saudita, Hong Kong, Japão, Venezuela, Holanda, Emirados Árabes, Kuwait, Alemanha, África do Sul, Egito e mais recentemente a China. Graças ao bom relacionamento e ao atendimento às especificações dos mercados externos, o Paraná desfruta de uma relativa estabilidade nas relações comerciais com essas nações. Por conta disso e da versatilidade da carne de frango, 26 sindiavipar.com.br