A DOUTRINA ESPÍRITA - IV PARTE

Transcrição

1 A DOUTRINA ESPÍRITA - IV PARTE - Filosofia e Ética. Pedro (Espírito) Psicofonia compilada por Maria José Gontijo Revisão: Filipe Alex da Silva Resumo: Trata-se do quarto estudo de uma série de cinco que trata da Doutrina dos Espíritos. Neste estudo Pedro faz uma explanação sobre o aspecto filosófico da Doutrina Espírita, os paralelos com a mesma, a importância da Epistemologia, Lógica e Ética. Defende a ideia que devemos ser mais que fiéis, sermos agentes de Jesus. Palavras chaves: Aspectos filosóficos do Espiritismo; pensar bem e pensar o bem; mitos; dogmas; metodologia filosófica; Epistemologia; Ética; moral; lógica aristotélica; dialética: tese, antítese e síntese; lógica do terceiro excluído; transdisciplinaridade; complexidade; agentes do Cristo; crença e fé. Boa noite a todos! Sejam bem-vindos a este ambiente de aprendizagem do Espírito, onde nós compartilhamos, não apenas os nossos conhecimentos, mas, principalmente, aquilo que somos e que irradiamos. É uma alegria, contar com novos e velhos participantes que vêm conosco saborear esse manjar espiritual que é a Filosofia Espírita. É importante vocês saberem que este momento também é compartilhado por várias realidades vibracionais, presentes aqui neste espaço e em outros espaços longe daqui, que assistem as nossas preleções e os nossos debates. No primeiro estudo sobre a Doutrina Espírita descrevemos o aspecto religioso, no segundo, sobre a Antropologia espírita discorrendo a evolução dos princípios espíritas na Terra desde a pré-história até o presente momento. Na última aula discutimos sobre os cinco aspectos da Doutrina Espírita. Sugiro que essas seis aulas sejam compiladas num pequeno livreto, talvez intitulado como Reflexões sobre a Doutrina Espírita ou algo semelhante e que pudesse ser distribuído gratuitamente, depois que passassem pelo crivo de razão de todos vocês e também pelas correções necessárias da língua Portuguesa. É uma sugestão para que esse estudo não se perca e que ele possa ser refletido e discutido para que possam reler e reaprender. Vamos hoje, refletir sobre o Espiritismo e a Filosofia, para ampliar nossa compreensão do aspecto filosófico da Doutrina Espírita. Alan Kardec já percebia e entendia as relações íntimas que ocorrem entre o Espiritismo e a Filosofia. Tanto é que suas conceituações definiram o Espiritismo como Ciência e Filosofia com consequências morais. No início da sua obra O Evangelho Segundo o Espiritismo, ele afirma que Sócrates e Platão, seriam precursores da ideia cristã e espírita. Ora, Sócrates é conhecido como Pai da Filosofia e Platão era seu dileto discípulo. Desta forma encontra-se no próprio codificador a origem dessas relações ou dessas percepções. Mas aprofundemos o estudo para verificar o 1

2 que significa vincular o Espiritismo à Filosofia, ao pensar bem e a pensar o bem. Significa vincular o Espiritismo a toda uma história do pensamento humano que busca entender o Universo, as relações do homem com o homem, a origem e o porquê de todas as coisas. Esta é a busca última da Filosofia também. É interessante notarmos os vários paralelos que surgem entre a Filosofia e o Espiritismo. A Filosofia tem o seu início na antiga Grécia, onde o mito era dominante e ela surge como a questionadora dos valores deste; como uma tentativa da razão humana explicar as realidades sem a necessidade deles. Só que estes foram preservados na forma de dogmas. E surge o Espiritismo para questionar os dogmas e buscar explicações científicas, para aquilo que os dogmas estabeleceram como verdades inquestionáveis. O Espiritismo vem, como a Filosofia outrora, renovar os ares do pensamento humano a respeito de determinados objetos do conhecimento, tais como: Espírito, a relação do mundo físico com o espiritual, Deus e mediunidade. Os aspectos da Filosofia são herdados pelo Espiritismo, que utiliza o método filosófico para questionar os próprios conhecimentos da Ciência e entender certos aspectos da realidade, utilizando metodologia específica. O Espiritismo utiliza não só a Filosofia como um todo, mas também disciplinas que são ligadas a ela, sendo importante que o espírita as estudasse. O espírita, tendo conhecimento dos princípios da Doutrina seria bom que conhecesse algumas disciplinas da Filosofia que muito o auxiliaria no conhecimento e na prática do Espiritismo. Uma dessas disciplinas, de fundamental importância para o espírita, é a Lógica. A Lógica é uma disciplina que tenta entender como funciona o pensamento e qual a relação deste com a realidade. Ela é de fundamental importância para entendermos o mundo espaço temporal e depois, mesmo sem perceber, pelo menos admitir a possibilidade de outras realidades. Temos abordado em nossos estudos vários aspectos da Lógica. A Lógica aristotélica foi a primeira a ser concebida e é a mais simplista, também chamada de lógica formal, do verdadeiro e falso. Ela só é importante para nós nas questões muito simples. Nas questões muito fechadas, onde há uma matemática binária, onde não há questionamento do que é verdade ou falso, é uma lógica limitante, no sentido que só existem duas possibilidades: ou é verdadeiro ou é falso. Exemplificando: O Sérgio é homem ou mulher? O Sérgio é homem. Isso é verdade? Parece simples. Mas se passamos a questionar o que realmente representa ser homem, no sentido da idade, da humanidade, da hombridade, da moral, complica-se. Considerando estes fatores não podemos mais afirmar com certeza que a proposição Sérgio é homem, é verdadeira. Quanto mais se amplia a consciência, mais essa lógica se torna incapaz de responder nossas questões. Porque eu não posso estabelecer que ele seja homem só pela aparência. Quanto mais a questão se aprofunda, mais essa lógica do verdadeiro e falso se torna incapaz de responder a verdade. 2

3 Começamos a entender Jesus, quando ensina a não julgar, porque quando julgo alguém, seja lá no que for, na verdade estou estabelecendo uma lógica muito simplista, essa do falso e verdadeiro. Na realidade, o Sérgio é homem e não é. Todos nós somos e não somos, dependendo do sentido, da evolução, da cultura e demais fatores da análise. Então a lógica do falso e verdadeiro é muito simplista para responder questões complexas. Somos falsos e verdadeiros, somos homens e mulheres, estamos grávidos e não, estamos aqui e também não estamos aqui. Essa lógica exclui a existência de uma terceira possibilidade. Por isso também a chamamos de lógica do terceiro excluído. Na lógica aristotélica, do verdadeiro e falso, como sistema fechado não há possibilidade de evolução. A Filosofia avança mais de mil anos e cria-se a dialética. Esta é uma lógica que entende o pensamento e a verdade de uma forma mais ampla. Na dialética existem ainda falso e verdadeiro, no entanto chama-se tese e antítese; contrários, porém sem conotações de verdades ou falsidades absolutas, os dois se apaixonam e concebem um filho que é a síntese. A síntese é o terceiro excluído, ela é a solução do paradoxo. Crescendo, se torna uma tese, para continuar-se na evolução contínua do entendimento da realidade tal como ela é. Mesmo esta lógica que já é evolutiva, que permite o terceiro, que não permite só o verdadeiro nem o falso, é insuficiente para a complexidade do Universo. Porque não existe só uma tese e uma antítese. Mas existem milhares de teses que devem se juntar para ter um conhecimento maior da verdade. Uma lógica que busque a síntese de todas as teses é a lógica da humildade, que ensina a todos ouvir. Vamos buscar o conhecimento sem ter no preconceito e a partir de todas as teses, de todos os pontos de vista, de todas as percepções, buscar o conhecimento que seja mais amplo, mais evoluído, mais envolvente, daquilo que se chama verdade, e mesmo assim sabendo que esta não é a verdade absoluta, mas um conhecimento mais amplo da mesma. Outra disciplina interessante da Filosofia para o Espírita é a Epistemologia, que é o estudo do conhecimento, que apresenta as teorias da transdisciplinaridade e da complexidade. No princípio da modernidade, o homem começou a conhecer o universo de forma científica e se perguntou: conhecemos o mundo pelo sentido ou pela razão? Começou assim uma disputa entre os racionalistas e os empiristas. A Epistemologia é importante para se entender o Espírito: consciência, percepção e pensamento são palavras chaves. Compreenderemos melhor o Espiritismo se entendermos seus significados. A ideia de disciplinas estanques tem movido o mundo material de hoje. Disciplina não no sentido moral, mas de compartimento de conhecimento: Física, Biologia, Psicologia, Medicina e outras. Acreditou-se que o aprofundamento em uma parte da realidade, se teria um conhecimento maior desta. Esqueceu-se de que o Universo não é dividido em si mesmo. Fracionouse o conhecimento. Mas o Universo é dinâmico e interage de uma forma tão maravilhosa que um átomo de um corpo não está desligado de nenhum átomo de qualquer outro. 3

4 É impossível entender a realidade sem entender as interações que existem em todos os seres. Isso vai ser discutido na transdisciplinaridade e na complexidade. O Espiritismo não pode ficar à margem destes conhecimentos, senão ele se aliena, se isola e torna por si só um dogma, distanciado da realidade. Desta forma a Filosofia vem somar com o Espiritismo e ela está acessível a cada um de nós. Hoje, com a internet, com livros muito baratos, com a disseminação do conhecimento, ela está disponível para quem quiser aprender, para grupos de estudos, não está fora da realidade de nenhuma pessoa. Não é que o espírita tenha que se tornar bacharel em Filosofia. Nada disso. É que o espírita tem que estar consciente dos mecanismos ou metodologias do pensar correto para que não se torne simplesmente crente. Um dos maiores problemas do movimento espírita é: porque o espírita não entende o Espiritismo? Porque a grande maioria dos espíritas vê o Espiritismo como uma crença; no sentido de credere, isto é, dar crédito a. Desta forma, o Espiritismo se tornaria uma religião comum, como as outras, religião de crença e não de razão. É diferente da pessoa que compreende, que pensa, discute e que reflete. Reflitamos sobre frase de Kardec: a verdadeira fé é aquela encara a razão face a face em qualquer época da humanidade. O que é encarar a razão? É a filosofia a manifestação dessa razão. Encarar a razão é ser capaz de debater racionalmente com qualquer pessoa, se ela apresenta objeções, você é capaz de discutir com ela. É diferente de crer. O Espiritismo não ensina o que pensar, mas a pensar. Será que o Espiritismo apoia todas as doutrinas filosóficas? Da mesma forma que existem várias escolas religiosas, cada uma com suas propostas, pensadores na história da humanidade elaboraram o seu pensamento sobre a vida. Por que Kardec coloca Sócrates e Platão como precursores do Espiritismo e do Cristianismo e não o discípulo de Platão, Aristóteles, cuja ideia é mais conhecida no mundo da ciência e permaneceu válida quase mil e quinhentos anos? Existem filósofos materialistas. Será que o Espiritismo concordaria com uma filosofia materialista, já que é profundamente espiritualista, e o materialismo é antagônico ao espiritualismo? Existem maravilhosos filósofos, no sentido de raciocínio e pensamento, porém, estão fundamentados num equívoco, logo toda sua construção, apesar de bela, está equivocada. Por que Sócrates? Ele foi um grande missionário e médium. Ele conversava com seu Espírito protetor, como Chico conversava com Emmanuel. Era instruído por ele. Sócrates ensinava isso a seus discípulos. Tinha uma ideia muito clara do mundo espiritual ou consciencial. Platão, seu discípulo, aprendeu e ensinou isso. Ele presenciou Sócrates tomar cicuta com tranquilidade, na certeza da continuidade da vida. 4

5 O que é mito da caverna de Platão? Conhecem a alegoria da caverna? Seriam as pessoas aprisionadas na caverna que viam só a sombra das pessoas lá fora e achavam que aquilo era a realidade, mas a realidade verdadeira era lá fora. A Alegoria da caverna é o Nosso Lar dos gregos antigos. O Nosso Lar é a alegoria moderna das cavernas. O mundo das ideias de Platão era o mundo espiritual desse livro, do romance de André Luiz. E no mundo material é uma parte da realidade, uma parte tosca da verdadeira realidade que é lá. Por isso o que mito da caverna é precursor do Nosso Lar. Já Aristóteles se distancia deste mundo espiritual, porque não conheceu Sócrates. Ele trabalhava mais os sentidos físicos, visão, audição e as outras percepções materiais. Desenvolve outras linhas filosóficas. Há outra disciplina dentro da Filosofia importantíssima no Espiritismo, que é a Ética e esta é fundamental. Quando Kardec fala das consequências morais está se referindo à Ética. Porque os franceses do século XIX utilizavam a palavra moral, vinda do latim e não ética vinda do grego antigo. Kardec quando falava a moral indicando o bem, estava se referindo a Ética. É diferente quando se refere as morais do mundo se referindo ao que hoje chamamos de moral ou costumes. Temos que analisar o texto para sabermos quando ele estava se referindo a moral-ética baseada na lei divina, universal e quando da moralcostume que cada povo, cada religião tinha. Ele usava a mesma palavra com dois significados diferentes porque não havia ou não se usava outra palavra em sua época. Foram os pesquisadores alemães e depois os ingleses que introduziram a palavra ética para significar filosofia moral, com um sentido mais universal. Há uma necessidade profunda de trazer a Filosofia para dentro da Casa Espírita numa linguagem que todos entendam, de traduzir aqueles conceitos mais difíceis em conceitos acessíveis, porque a Filosofia, o pensar correto, nos possibilita a desenvolver o senso crítico. Com ele somos capazes de discernir melhor o que nos faz bem e o que não faz, discernir o que é interessante ler e o que não é, o que é interessante assistir na televisão e o que não é. Vejam que isto é diferente de proibir. Não assistam programa televisivo tal, não leiam o livro de fulano de tal. Isto é repetição do índex da igreja católica, que proibia ou permitia seus fiéis terem acesso ao conhecimento. A Doutrina Espírita tem que ensinar as pessoas a pensar para elas discernirem o que é bom e aproveitarem e o que não é, descartarem. A metodologia que está produzindo bons frutos, vamos aplicá-la; a que não está, não vamos. Daí passamos do nível do ser fiel para um nível maior do ser agente. Nós somos agentes de Cristo no mundo. Não somos simplesmente fiéis. Quando nos tornamos agentes do Cristo e fazemos uma prece, Ele percebe. Vou fazer uma pequena alegoria para vocês entenderem melhor: Jesus, recebendo um pedido de auxílio, por meio de uma prece, fala para seus imediatos assim: Olhem no meu caderninho, que agentes temos para ajudar 5

6 em Divinópolis/Minas Gerais, no Brasil. E aí esses agentes são convocados para trabalhar para o bem. Ser agente de Jesus é trabalhoso, mas em compensação, quando desencarnarmos, se tivermos sido persistentes até o final da nossa vida, Ele viria nos receber e agradecer por ser seu instrumento. Porque Cristo age no mundo através daqueles que são seus instrumentos. Comentário da M.J.G: Nas casas espíritas se promovem muito pouco o incentivo à reflexão, crítica e autocrítica. Pedro: Isso acontece porque para isso o espírita precisaria assumir uma postura diferente do fiel. Ser fiel é muito simples e fácil: _Vamos gente! Vamos. Vamos voltar! Voltamos. Vamos fazer! Façamos. Desfazer! Desfaçamos. Nós somos seguidores. Mas quando nos tornamos agentes, assumimos a responsabilidade pelos nossos atos, pelas nossas escolhas. Escolhemos nosso caminho. É a responsabilidade pela nossa própria liberdade. P1 (S.B.) Pedro, como é que ficam as pessoas, que dentro dessa ética, dessa filosofia, acreditando que estão praticando a ética, não só os espíritas, mas também de outros credos religiosos, mas tendo a consciência de que elas estão certas, mesmo cobrando pelos serviços espirituais, como estará a consciência delas após o desencarne? R1 - Não existe uma resposta única porque depende de cada caso. Mas quando essas pessoas percebem o erro que elas praticaram, ficam profundamente arrependidas e geralmente têm o desejo de retornar e fazer diferente. É um erro que ocorre exatamente pela falta de Filosofia, é que essas pessoas entendem o Espiritismo de uma forma precipitada, tão estacionada como se fosse uma crença estagnada no tempo e espaço. Vamos refletir aqui, como é importante a questão da lógica. Quando crio o conceito de pureza doutrinária, concomitantemente, crio o conceito de impuro. Quem vai definir o que é puro ou impuro? O falso ou verdadeiro? Quem estabeleceu que a sua interpretação da Doutrina seja mais pura do que a do outro? É aquele que tem medo de perder o poder, o controle. Pois quem é agente do Cristo, discípulo da verdade, não está interessado em questão de poder. Não lhe interessa nem quem está certo ou errado. O que percebemos nessa atitude humildade é a prática do que Jesus nos ensina: Não julgueis. Kardec se subordinava a Cristo, os Espíritos que escreveram a Codificação se subordinaram a Cristo. Emmanuel se subordinou a Kardec e Chico se subordinava a todos eles. Vamos também nos subordinar a Cristo. A proposta cristã é a do amor, da caridade, que significa amor em ação. A Filosofia e o Conhecimento são importantes para não cometermos erros no amor, porque até para amar bem é preciso saber como. É por isso que Jesus pessoalmente orientou a Codificação no sentido de ensinar o seguinte: Espíritas, instrui-vos. Isso é muito importante. Procurem a razão, o conhecimento, a Filosofia, instrui-vos de tudo que é importante para crescimento de vocês, mas não esqueçam que primeiro é o amor, porque tudo isso acima sem o amor, se transforma em orgulho, vaidade e vai provocar a sua queda. 6

7 Ame primeiro. Se você errar amando, quando chegar na realidade espiritual vai dizer errei, mas amei. Então siga primeiro o Mestre do amor. Siga depois os outros. Sugiro a vocês que leiam a biografia de grandes mestres da humanidade: irmã Dulce, Madre Teresa de Calcutá. Ela diz que Deus não vai julgá-lo pelo tanto que você fez, mas pelo amor que você empregou naquilo que fez. Ela vai nos ensinar também a respeito dos agentes de Cristo, eu sei que Deus não coloca fardo mais pesado do que nossos ombros podem suportar, mas eu queria que Deus confiasse menos em mim. P2 (W.T): Vivemos num mundo de alteridade, então é aquele instante que nós em vez de investirmos em ajudar os nossos irmãos, estamos preocupados em vivermos no lado de lá. Eu quero, é aqui e agora poder trabalhar. É o meu mundo. Como disse o discípulo tudo me é lícito, mas nem tudo me convêm. Todas as religiões se propõem a oferecer uma maravilha no mundo de lá, quero que você nos diga como conseguimos aceitar isso aqui? R2 - Pedro: Na verdade, a preocupação pelo lado de lá é porque sabemos que o mundo material é transitório, nossa casa definitiva é lá (no meu caso aqui). De onde viemos e para onde voltaremos. Nós sabemos que não pertencemos a este mundo. Então é como se o aluno estivesse na escola doido para bater o sinal para voltar para casa. P3 (N.P.): Ficamos mais tempo aqui ou mais tempo lá? R3 - Pedro: Mais tempo lá. No início da evolução, antes da formação da consciência. Consciência é quando o Espírito conquista duas coisas: pensamento contínuo e percepção de si mesmo. O Espírito existe antes da consciência, só que o pensamento dele não é contínuo. Começa a desenvolver muito devagar e a percepção é muito restrita e vai se ampliando vagarosamente. Quando esta percepção se torna autopercepção, ele se percebe indivíduo e mantêm-se o pensamento continuamente, se torna consciente, a partir desse momento ele já pode existir fora do corpo físico. Aí começa a sua existência no mundo consciencial ou no mundo espiritual. Antes disso ele vai se desenvolvendo, passo a passo até alcançar esse patamar de desenvolvimento. Aí há a necessidade da matéria para fazer aparecer a consciência. O próximo passo é superar o espaço temporal e conseguir uma consciência transdimencional. 7