CURSO DE DIREITO DOLO EVENTUAL E CULPA CONSCIENTE EM HOMICÍDIOS DECORRENTES DE ACIDENTES DE TRÂNSITO

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1 CURSO DE DIREITO DOLO EVENTUAL E CULPA CONSCIENTE EM HOMICÍDIOS DECORRENTES DE ACIDENTES DE TRÂNSITO ANA REGINA CAMPOS DE SICA R.A: /5 TURMA: 3109-A FONE: (11) anasica@globo.com SÃO PAULO

2 ANA REGINA CAMPOS DE SICA DOLO EVENTUAL E CULPA CONSCIENTE EM HOMICÍDIOS DECORRENTES DE ACIDENTES DE TRÂNSITO Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas, como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Direito, sob a orientação do Professor Dr. Ivan Carlos de Araújo. SÃO PAULO

3 BANCA EXAMINADORA:... Professor-Orientador: Dr. Ivan Carlos de Araújo... Professor-Argüidor:... Professor-Argüidor: 10

4 Dedico este trabalho para: Virgem Santa e Imaculada, a quem tudo devo e, à minha mãe Lúcia, a quem por tudo agradeço. 11

5 Agradeço a todos que, direta ou indiretamente, influenciaram no meu desenvolvimento intelectual. Agradeço principalmente ao Professor Ivan Carlos de Araújo, de quem adquirí não só a paixão incessante pelo Direito Penal, mas também uma especial percepção: a de que ele é e sempre será meu Mestre e eu, consequentemente, sua eterna aprendiz. Agradeço ainda, a todos os meus amigos, especialmente à Ana Carolina Minutti, Andreza Sangregório, Alexandra Pacanaro, Christiany Conte e Fátima Belluzzo; as quais, com a gratuidade peculiar a toda e qualquer amizade, tiveram participação decisiva no aperfeiçoamento deste trabalho. 12

6 SINOPSE Dentre as diversas espécies de dolo e culpa, nenhuma causa tanta curiosidade quanto a distinção doutrinária de dolo eventual e culpa consciente, tendo em vista a sensível disparidade conceitual que existe entre tais institutos. No plano teórico esta distinção, embora vaga, é de fácil compreensão. O problema surge quando ela, na prática, é aplicada. Isso porque, os meios utilizados para constatar a presença ou não do elemento subjetivo do crime sofrem grandes mutações, variando sempre de acordo com o posicionamento adotado pelos sujeitos processuais envolvidos. Assim, para o mesmo fato, surgem várias interpretações. No que se refere, especificamente, aos crimes de trânsito isto se torna claramente visível. Logo, se o indivíduo participa de competição não autorizada em via pública e, em função disso, provoca um acidente com vítima fatal; tem-se a possibilidade de configuração de dois entendimentos (que, antes da Lei /2006, também surgiam no caso de homicídio resultante de embriaguez ao volante): 1º. O agente agiu com dolo eventual em relação ao evento morte, pois a gravidade de sua conduta inicial evidencia sua total indiferença ao resultado mais grave. 2º. O agente agiu sob o domínio de culpa consciente, pois em regra, o crime de homicídio nessas circunstâncias é culposo, caracterizando-se pela grande imprudência do agente, mas não necessariamente pela sua indiferença. Portanto, este trabalho aborda diversos conceitos e, cada uma dessas correntes terminando por incidir em um posicionamento que reflete mais o conteúdo probatório dos fatos do que a mera aplicação de abstrações. 13

7 SUMÁRIO I. INTRODUÇÃO...8 II. DOLO ASPECTOS GERAIS ELEMENTOS ESPÉCIES Dolo Natural ou Dolus Bonus e Dolo Normativo ou Dolus Malus Dolo Direto ou Determinado ou Imediato Dolo Indireto ou Indeterminado ou Mediato Dolo Genérico Dolo específico Dolo Geral ou Erro Sucessivo Dolo de Propósito ou Refletido e Dolo Íntimo ou Repentino Dolo de Dano ou Lesão e Dolo de Perigo...30 III. CULPA ESTRUTURA ELEMENTOS Conduta inicial voluntária Inobservância do dever objetivo de cuidado Resultado involuntário Nexo causal entre a conduta e o resultado Nexo normativo Previsibilidade do resultado Tipicidade ESPÉCIES Culpa Inconsciente ou Comum Culpa Consciente Culpa Própria Culpa Imprópria ou Culpa por Extensão, Assimilação ou Equiparação Culpa Mediata ou Indireta Culpa Concorrente

8 Culpa recíproca...44 IV. CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO (CTB) ASPÉCTOS GERAIS Veículo Automotor Via Pública HOMICÍDIO CULPOSO NA DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR Aspectos Gerais Causas de aumento de pena PARTICIPAÇÃO EM COMPETIÇÃO NÃO AUTORIZADA Aspectos Gerais...57 V. DOLO EVENTUAL E CULPA CONSCIENTE DISTINÇÃO AFINAL, DOLO EVENTUAL OU CULPA CONSCIENTE?...66 VI. CONSIDERAÇÕES FINAIS...75 VII. ANEXO...70 VIII. BIBLIOGRAFIA

9 16

10 I. INTRODUÇÃO Por meio do presente estudo, foi feita uma análise objetiva dos elementos subjetivo e normativo inerentes a todo e qualquer crime, sem ignorar as divergências doutrinárias incidentes. Considerando que o objeto central dessa pesquisa é a análise da culpa e do dolo em crimes de trânsito, foi também feita a abordagem de dois delitos tipificados na Lei nº. 9503/1997; atual Código de Trânsito Brasileiro. São eles: homicídio culposo (art.302) e participação em disputa não autorizada (art.308). A escolha desses dispositivos para a realização de uma abordagem específica não foi feita por acaso. Ao contrário, baseou-se na maior controvérsia que existe acerca do reconhecimento da culpa consciente, em contraposição ao dolo eventual, em caso de homicídio decorrente da conduta do agente que participa de competição não autorizada em via pública. Assim, por meio de levantamentos na doutrina e na jurisprudência, pretendeuse avaliar a configuração desses elementos (dolo eventual e culpa consciente) em homicídios decorrentes de acidentes de veículos, tendo em vista que os administradores da Justiça vêm dispondo de tratamentos diferenciados para delitos cometidos nas mesmas circunstâncias. A importância desse trabalho é evidenciada por duas tendências antagônicas. Uma delas consiste na configuração presumida do dolo eventual sempre que o acidente de trânsito resultante em vítima fatal ocorrer em virtude de competição não autorizada. Assim, o acusado é encaminhado a julgamento pelo Tribunal do Júri por entender-se que ele assumiu o risco de produzir um resultado mais grave ao executar sua conduta. 17

11 Logo, a abstração do elemento subjetivo do delito (de homicídio) é feita de acordo com a conduta anterior ao resultado morte, como se o dolo presente no crime de participação em disputa não autorizada persistisse no momento de ocorrência do homicídio. O outro entendimento, ao contrário, pretende que o agente seja punido a título de culpa (consciente), pois se considera que, em regra, ninguém ao incidir no crime em questão, o faz consentindo na ocorrência do possível evento morte. Portanto, para essa corrente, a superveniência de uma fatalidade configura a grande imprudência do agente que peca por confiar demais nas próprias habilidades, ultrapassando os limites do risco tolerado. Apesar da identidade circunstancial de crimes, tais inclinações dão ensejo a diferenciados julgamentos. Logo o principal fundamento da presente pesquisa é a injustiça que esses posicionamentos podem causar quando objetivamente aplicados. Por fim, em razão desse embate entre os que defendem o dolo presumido e os que consideram mais adequada a punição a título de culpa, buscou-se esclarecer os argumentos sustentados por cada um deles, tentando atingir a conclusão mais condizente possível com o ideal de justiça. 18

12 II. DOLO O jurista Antonio Rosa analisa bem a evolução histórica do conceito de dolo: (...) a palavra dolo, significa, em suas origens gregas, engano, artifício, fraude. O Direito Germânico, a partir da Idade Média, passou a tomá-lo na acepção de ato voluntário. Nos tempos modernos, o dolo é, geralmente, definido como a vontade de um responsável, dirigida a uma ilicitude. 1 De acordo com o que dispõe o doutrinador Damásio Evangelista de Jesus, o dolo constitui elemento subjetivo do tipo (implícito) 2, pois é ele que direciona a conduta para um tipo penal ou outro. Sob uma terceira ótica, tem-se ainda que quanto ao elemento volitivo, o dolo é a vontade de realização da conduta típica. 3 Tal vontade deve atingir todos os elementos constitutivos do tipo; sejam eles objetivos ou normativos ASPECTOS GERAIS Na tentativa de definir o dolo, surgiram três teorias principais: - Teoria da Representação entendimento segundo o qual basta que o indivíduo tenha representado o evento para que o dolo se configure. Neste sentido, o doutrinador Flávio Augusto Monteiro de Barros esclarece: 1 ROSA, Antonio José Miguel Feu. Direito Penal Parte Geral, p JESUS, Damásio Evangelista de. Direito Penal Anotado, p BARROS, Flávio Augusto Monteiro de. Direito Penal-Parte Geral, p

13 De acordo com a teoria da representação, para a configuração do dolo basta a previsão do resultado. Privilegia-se o momento intelectual, de ter agido com previsão do evento, deixando de lado o aspecto volitivo, de querer ou assumir ou risco de produzí-lo. 4 - Teoria da Vontade o citado autor explica ainda que, para essa teoria, o dolo apenas subsistirá quando o agente, além de antever o resultado, almejar que este ocorra reconhecendo assim, o nexo causal entre sua conduta e o evento que ela ensejará 5. E o Professor Damásio E. de Jesus acrescenta que é preciso que o agente tenha a representação do fato (consciência do fato) e a vontade de causar o resultado. 6 - Teoria do Consentimento, Assentimento ou Anuência ainda que o agente não deseje diretamente a ocorrência do evento típico, haverá o dolo quando ele aceitar que ele ocorra. É o que explica o jurista Júlio Fabrini Mirabete: Para a teoria do assentimento faz parte do dolo a previsão do resultado a que o agente adere, não sendo necessário que ele o queira. Para a teoria em apreço, portanto, existe dolo simplesmente quando o agente consente em causar o resultado ao praticar a conduta. 7 Ao se analisar o texto do Código Penal Pátrio, fácil é perceber que, no art.18, inciso I primeira parte tem-se a codificação da Teoria da Vontade enquanto que na segunda parte do mesmo dispositivo, prevalece a Teoria do Consentimento. Logo, a Teoria da Representação não possui respaldo legal. 8 4 Ibid., p Ibidem. 6 JESUS, Damásio Evangelista de. Direito Penal Anotado, p MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal Parte Geral, p Art. 18 do Código Penal Brasileiro: Diz-se o crime: Crime doloso I doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. 20

14 De acordo com o Promotor Fernando Capez a conduta dolosa do agente se configura em duas fases distintas: a) fase interna: opera-se no pensamento do autor. Caso não passe disso, é penalmente indiferente. Isso ocorre nas hipóteses em que o agente apenas se propõe a um fim (...); em que tão somente seleciona os meios para realizar a finalidade (...); em que se considera os efeitos concomitantes que se unem ao fim pretendido (...). b) fase externa: consiste em exteriorizar a conduta, numa atividade em que se utilizam os meios selecionados conforme a normal e usual capacidade humana de previsão. Caso o sujeito pratique a conduta nessas condições, age com dolo (...). 9 O juiz Flávio A. M. de Barros alerta que apesar de o art.18 do Código Penal referir-se ao dolo como sendo a intenção de dar causa ao resultado, tal elemento subjetivo está presente não só em crimes formais e materiais, mas também em crimes de mera conduta ELEMENTOS Por todo o exposto, de acordo com o jurista Mirabete, são elementos do dolo (natural): São elementos do dolo, portanto, a consciência (conhecimento do fato que constitui a ação típica) e a vontade (elemento volitivo de realizar esse fato). A consciência do autor deve referir-se a todos os elementos do tipo, prevendo ele os dados essenciais dos 9 FERNANDO, Capez. Curso de Direito Penal Parte Geral, p BARROS, Flávio Augusto Monteiro de. Op. Cit., p

15 elementos típicos futuros em especial o resultado e o processo causal. A vontade consiste em resolver executar a ação típica (...). 11 O Professor Heleno Cláudio Fragoso acrescenta ainda como elemento o nexo causal entre conduta e resultado: nos crimes materiais (...) é indispensável estabelecer a relação da causalidade entre a ação e o resultado. Tal evento, em tais casos, integra a descrição da conduta proibida e dele depende a tipicidade. 12 Para os que consideram que o dolo é normativo (adeptos da Teoria Normativa), além dos elementos já expostos, é preciso ainda, para que o dolo se configure, que o agente tenha a potencial consciência da ilicitude do fato. Ou seja, o indivíduo precisa ter a possibilidade de conhecer o caráter imoral do fato típico. Não basta que o autor represente e deseje o evento, diz o Professor Paulo José da Costa Jr., será ademais necessária a consciência do injusto. Vale dizer, o agente deverá saber que está a praticar algo de errado, pelo qual poderá ser censurado (...) ESPÉCIES Dolo Natural ou Dolus Bonus e Dolo Normativo ou Dolus Malus De acordo com a projeção histórica relatada por Heleno Cláudio Fragoso 14 e Francisco de Assis Toledo 15, a diferença entre essas espécies está intimamente ligada a dois entendimentos doutrinários que tentam abordar o conceito de crime. 11 MIRABETE, Julio Fabbrini. Op.Cit., p FRAGOSO, Heleno Cláudio. Lições de Direito Penal Parte Geral, p COSTA JÚNIOR, Paulo José da. Comentários ao Código Penal, p FRAGOSO, Heleno Cláudio. Op.Cit., p Ibid., p

16 A Concepção Psicológica, também chamada Teoria Naturalística ou Causal, sob influência da Concepção Normativa, consagrou o dolo normativo. Já a Concepção Normativa Pura ou Teoria Finalista, ainda de acordo com os referidos autores, adotou o dolo natural tendo por respaldo o texto do Código Penal após a grande reforma feita pela Lei nº /84 à Parte Geral; o qual dispõe nos seguintes termos: diz-se o crime doloso quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzí-lo.(art. 18, I do C.P.). Ao interpretar este dispositivo, Magalhães Noronha esclarece: Tem-se objetado que nossa lei não inclui o elemento normativo no conceito de dolo. Aponta-se para isso, o art.18, I, e alega-se que, quando o Código exige o conhecimento da antijuridicidade, di-lo expressamente com as expressões: indevidamente, ilicitamente, sem justa causa etc. 16. Assim, de acordo com esse entendimento, a normatividade (como sendo a potencial consciência da ilicitude), continua integrando a culpabilidade, mas de modo desvinculado do dolo. Isso significa que, de acordo com o que dispõe o próprio Código Penal (art.21, caput), o desconhecimento da ilicitude do fato nunca exclui o dolo posto que, tal consciência é elementar da culpabilidade e não do elemento subjetivo do tipo. Em contraposição a esta corrente, tem-se a Teoria Naturalista (ou Causal), segundo a qual, crime é todo fato típico, antijurídico e culpável. O Promotor Fernando Capez, embora seja finalista, conceitua o dolo normativo de modo singular: 16 NORONHA, Magalhães. Direito Penal Introdução e Parte Geral, p

17 Dolo normativo (...) é considerado requisito da culpabilidade e possui três elementos: a consciência, a vontade e a consciência da ilicitude. Por essa razão, para que haja dolo, não basta que o agente queira realizar a conduta, sendo também necessário que tenha a consciência de que ela é ilícita, injusta, errada. Como se nota, acresceu-se um elemento normativo ao dolo, que depende de um juízo de valor, ou seja, a consciência da ilicitude. Só há dolo quando, além da consciência e da vontade de praticar a conduta, o agente tenha a consciência de que está cometendo algo censurável Dolo Direto ou Determinado ou Imediato Nele o agente deseja produzir determinado evento. A esse respeito, o jurista Luiz Régis Prado anota que a vontade se dirige à realização do fato típico, querido pelo autor (teoria da vontade art.18, I, CP). 18 É o caso, por exemplo, do indivíduo que conduz seu veículo com a intenção de participar de competição não autorizada. O Professor Heleno Cláudio Fragoso explica que, ainda que o resultado não seja primariamente desejado pelo agente, sendo certa a ocorrência do evento, haverá dolo direto (de segundo grau): Há dolo direto também em relação ao meio e ao resultado que necessariamente estão ligados à realização da conduta típica, mesmo que não sejam desejados pelo agente. Se este sabe que a ação necessariamente acarreta resultado concomitante, e não 17 FERNANDO, Capez. Curso de Direito Penal Parte Geral, p BITENCOURT, César Roberto. PRADO, Luiz Régis. Código Penal Anotado, p

18 obstante a pratica, quer, por certo, também esse resultado, embora o lamente Dolo Indireto ou Indeterminado ou Mediato De acordo com Magalhães Noronha, o dolo é indireto quando, apesar de querer o resultado, a vontade não se manifesta de modo único e seguro em direção a ele, ao contrário do que sucede na espécie anterior. 20 Portanto, trata-se de um dolo de conteúdo impreciso, pois não há desígnio de evento específico. Em virtude dessa imprecisão, tem-se a subclassificação dessa espécie de dolo nas seguintes modalidades: а) Dolo Alternativo Caso em que o agente tem por intuito produzir um ou outro resultado, satisfazendo-se com a ocorrência de qualquer deles. Neste sentido, Paulo José da Costa Jr. conceitua: no dolo alternativo o agente quer indiferentemente, um evento ou outro (matar ou ferir). Representa com probabilidade o resultado (na representação do dolo direto, tem a certeza da realização do evento). 21 Assim, o dolo alternativo estará configurado sempre que o agente quiser produzir um resultado e não o resultado. 22 b) Dolo Eventual 19 FRAGOSO, Heleno Cláudio. Op. Cit., p NORONHA, Magalhães. Op. Cit., p COSTA JÚNIOR, Paulo José da. Op. Cit., p FERNANDO, Capez. Op. Cit., p

19 Torna-se presente quando, inicialmente, o agente não quer o evento delitivo, mas assume o risco de produzí-lo no momento em que, prevendo a possibilidade de ocorrência daquele, se mantém indiferente. Logo, esclarece Aníbal Bruno no seguinte sentido: (...) no dolo eventual a vontade do agente não se dirige propriamente ao resultado, mas apenas ao ato inicial, que nem sempre é ilícito, e o resultado não é representado como certo, mas como possível. Mas o agente prefere que ele ocorra, a desistir da conduta. 23 Observe que, de acordo com o referido autor, no dolo eventual a anuência do agente refere-se sempre a um resultado incerto. É o que esclarece o advogado Cornélio José Holanda: (...) se o agente tem como certo o resultado, e mesmo assim age, atuará (...) não com dolo eventual, que requer para sua configuração, a anuência para um resultado provável, e não a um resultado induvidoso. Neste, estará presente sempre um componente de azar, pois a consumação danosa, apesar de possível ou provável, poderá não ocorrer. 24 Seguindo o mesmo raciocínio, o jurista Luiz Régis Prado complementa que no dolo eventual o agente não quer diretamente a realização do tipo objetivo, mas a aceita como provável ou possível assume o risco de produção do resultado (teoria do consentimento art.18, I, in fine, CP) BRUNO, Aníbal. Direito Penal-Parte Geral, p HOLANDA, Cornélio José. O dolo eventual nos crimes de trânsito. (Obtido em 30 de março de 2005). Disponível em 25 BITENCOURT, César Roberto. PRADO, Luiz Régis. Código Penal Anotado, p

20 A doutrina analisa ainda, o real significado do termo assumir o risco de produzir o resultado, que está expresso no art.18, I parte final do CP. A esse respeito Celso Delmanto explica que no dolo eventual não é suficiente que o agente se tenha conduzido de maneira a assumir o resultado; exige-se mais, que ele haja consentindo no resultado. 26 Por fim, Magalhães Noronha faz uma interessante distinção: (...) sinteticamente, costuma estremar-se o dolo direto do eventual, dizendo-se que o primeiro é a vontade por causa do resultado; o outro, é a vontade apesar do resultado. 27 c) Dolo Cumulativo Para Paulo José da Costa Jr. o dolo indireto pode ainda manifestar-se por meio do que ele denomina dolo cumulativo. E ele explica: no dolo cumulativo o agente pretende a realização de dois resultados (matar e ferir), tendo igualmente a certeza de obter o que tenciona. 28 Em outras palavras, o indivíduo tem por intuito obter dois ou mais eventos típicos distintos cumulativamente, ou seja, ele direciona sua conduta de modo a produzir mais de um resultado lesivo; desejando cada um deles. Prevalece, no entanto, o entendimento de que tal situação caracteriza o dolo direto em relação a cada resultado pretendido. Neste sentido, o advogado Cornélio de Holanda posicionou-se: (...) entendemos que, mesmo sendo múltiplos os 26 DELMANTO, Celso. Código Penal Comentado, p NORONHA, Magalhães. Op. Cit., p COSTA JÚNIOR, Paulo José da. Op. Cit., p

21 objetivos, se o agente procede à realização da conduta necessária aos resultados visados, existe dolo direto Dolo Genérico Caso em que o agente realiza uma conduta típica sendo que, sua motivação ou finalidade é irrelevante para configuração do crime. Assim, de acordo com as lições de Fernando Capez, tem-se: Dolo genérico: vontade de realizar a conduta sem um fim especial, ou seja, a mera vontade de praticar o núcleo da ação típica (o verbo do tipo). Nos tipos que não têm elemento subjetivo, isto é, nos quais não consta nenhuma exigência de finalidade especial (os que não têm expressões como com o fim de, para etc.), é suficiente o dolo genérico Dolo específico O Professor Heleno Cláudio Fragoso ensina que, em contraposição ao anterior, configura-se o dolo específico quando a finalidade do agente ou sua motivação se tornar elementar do crime: Em certos casos, no entanto, verifica-se que a ilicitude depende de um especial fim ou motivo de agir, que amplia o aspecto subjetivo do tipo. (...). O especial fim ou motivo de agir que aparece em certas definições do delito condiciona ou fundamenta a ilicitude do fato. Trata-se, portanto, de elemento subjetivo do tipo (...) HOLANDA, Cornélio José. O dolo eventual nos crimes de trânsito. (Obtido em 30 de março de 2005). Disponível em 30 CAPEZ, Fernando. Op. Cit., p FRAGOSO, Heleno Cláudio. Op. Cit., p

22 Dolo Geral ou Erro Sucessivo Trata-se do erro sobre o nexo causal entre conduta e resultado. Logo, de acordo com Flávio Augusto Monteiro de Barros, verifica-se o dolo geral quando o agente, supondo ter produzido o resultado visado, realiza nova conduta com finalidade diversa sendo que esta é que acaba efetivamente produzindo o evento de início desejado. 32 O Professor Heleno Cláudio Fragoso explica que, tecnicamente, deveria haver o concurso entre o crime doloso tentado e o crime culposo, mas logo em seguida ele esclarece: (...), todavia, tal solução não satisfaz o sentimento jurídico (...), motivo pelo qual, na prática se considera o acontecimento um processo unitário, resolvendo-se a hipótese como crime único (homicídio doloso consumado). 33 Assim sendo, nesse caso, o dolo do agente não se descaracteriza afinal, seja por meio da conduta inicial; seja por meio da conduta posterior, foi ele quem desejou e deu causa ao resultado (art.13, caput do C.P.) Dolo de Propósito ou Refletido e Dolo Íntimo ou Repentino Intimamente ligado à premeditação, o dolo de propósito se manifesta quando há um lapso de tempo relevante entre a representação psicológica do crime pelo agente e sua efetiva execução. Assim, basta que tenha decorrido um lapso temporal considerável entre o propósito criminoso e a atuação, e que esta tenha sido precedida de uma preparação minuciosa BARROS, Flávio Augusto Monteiro de. Op. Cit., p FRAGOSO, Heleno Cláudio. Op. Cit., p COSTA JÚNIOR, Paulo José da. Op. Cit., p

23 Já no dolo de ímpeto, a conduta do agente é imediatamente posterior a mentalização do crime por ele idealizado, sendo aquela, portanto, é automaticamente realizada. É o que afirma Paulo José da Costa Jr.: O dolo de ímpeto não admite, entre a formulação do propósito delituoso e a conduta, um hiato temporal. Quando menos, haverá de existir uma solução de continuidade cronológica exígua ou razoável. Tal não implica que a vontade delituosa tenha sido formada debaixo do influxo de qualquer paixão, já que a conduta poderá desenvolverse com calma e frieza Dolo de Dano ou Lesão e Dolo de Perigo Importante é destacar que dano (prejuízo) é tudo aquilo que impede, total ou parcialmente, a satisfação das necessidades humanas (...), ou seja, (...) é tudo que implique a destruição ou diminuição de um bem. 36 Já o perigo deve ser entendido como juízo probabilístico de superveniência do dano, com base naquilo que costuma acontecer. 37 Ou seja, é a mentalização de uma possibilidade concreta (probabilidade). Logo, ainda em consonância com os comentários dos juristas Paulo José da costa Jr. e Maria Elizabeth Queijo, o perigo deve estar efetivamente presente, ou seja, deve ser atual ou eminente (nunca futuro). Assim, de acordo com o Professor Damásio, o dolo de dano é aquele em que o agente visa lesar um bem juridicamente tutelado (ou assume o risco de fazê-lo) Ibidem. 36 COSTA JUNIOR, Paulo José da, QUEIJO, Maria Elizabeth. Comentários aos Crimes do Código de Trânsito, p Ibidem. 38 JESUS, Damásio Evangelista de. Direito Penal - Parte Geral, p

24 Quem age com dolo de perigo, conforme o mesmo autor, dirige sua conduta com o objetivo de expor o bem tutelado a uma situação que provavelmente o danificaria; sem desejar, no entanto, que esse dano realmente ocorra. Isto é, o agente tem por intuito expor o bem ao perigo de lesão e não à lesão efetiva. Deste modo, o Professor Paulo José da Costa Jr. sinteticamente conclui: fazse a distinção com base na ofensa produzida ao bem tutelado pela norma penal. O dolo será de dano se o sujeito quis lesar o bem tutelado. 39 Cumpre, contudo, observar que a superveniência do resultado lesivo pode transmudar o crime doloso de perigo em crime culposo de dano 40, pois segundo esse entendimento, quem age com dolo de perigo não assume o risco de produzir o resultado lesivo. Mirabete, no entanto, entende que dolo de dano e dolo de perigo são espécies substancialmente idênticas. Dolo existe quando o agente quer ou consente na realização da figura típica ou, nos termos da lei, quando quer ou consente no resultado, não importando que esse tipo seja de dano ou de perigo COSTA JÚNIOR, Paulo José da. Comentários ao Código Penal, p BARROS, Flávio Augusto Monteiro de. Direito Penal-Parte Geral, p MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal Parte Geral, p

25 III. CULPA A melhor definição é delineada por Aníbal Bruno: (...) consiste a culpa em praticar voluntariamente, sem a atenção ou o cuidado devido, um ato do qual decorre um resultado definido na lei como crime, que não foi querido pelo agente, mas que era previsível. 42 Sob outra ótica, a culpa na doutrina finalista da ação, constitui elemento do tipo (...). É, também, puro juízo de reprovação, uma vez que é normativa e não psicológica (...) ESTRUTURA O jurista Luiz Regis Prado, oportunamente, faz a seguinte distinção: No tipo injusto doloso é punida a ação ou omissão dirigida a um fim ilícito, ao passo que no culposo pune-se um comportamento mal conduzido a um fim irrelevante ou lícito. Há uma contradição essencial entre o querido e o realizado pelo autor; vale dizer, a direção finalista da ação não corresponde à diligência devida (...). Como infração a uma norma de cuidado, a culpa emerge como elemento normativo do tipo, não fazendo parte do tipo subjetivo, nem compondo como elemento normativo o tipo de injusto doloso (...). 44 Analisando-se o texto da lei (art. 18, II do C.P.) 45 percebe-se que a falta de intenção do indivíduo em obter determinado evento, faz dos crimes culposos tipos 42 BRUNO, Aníbal. Direito Penal-Parte Geral, p JESUS, Damásio Evangelista de. Direito Penal - Parte Geral, p BITENCOURT, César Roberto. PRADO, Luiz Régis. Código Penal Anotado, p Art.18 do Código Penal Brasileiro: Diz-se o crime: 32

26 penais abertos que constam, na lei, apenas do resultado. É o que explica o Professor Heleno Cláudio Fragoso: São tipos abertos os dos crimes culposos, que apenas descrevem resultados e devem ser completados com a ação ou omissão contrária ao dever objetivo de cuidado. A ação em tal categoria de delitos, não se dirige no sentido do resultado, mas a outros fins, geralmente lícitos, fora do tipo. Sabe-se apenas da ação típica dos crimes culposos que deve causar certo resultado e que deve ser praticada com negligência, imprudência ou imperícia (art.18, II, CP), ou seja, com transgressão do dever objetivo de cuidado, que competia o agente observar, determinando assim, a tipicidade. 46 Assim, de acordo com Francisco de Assis Toledo os crimes culposos apenas se configurarão se, após a análise comparativa entre a conduta efetiva e a conduta devida (de acordo com o juízo do homem médio), chegar-se à conclusão de que o resultado não teria ocorrido se a conduta do acusado tivesse sido calcada no dever objetivo de cuidado: Tipo aberto (...) consiste na descrição incompleta do modelo de conduta proibida, transferindo-se para o intérprete o encargo de completar o tipo, dentro dos limites e das indicações nele próprio contidas. São os denominados tipos abertos, como se dá em geral com os delitos culposos que precisam ser completados pela norma geral que impõe a observância do dever de cuidado. 47 Fernando Capez, por sua vez, complementa: Crime Culposo II culposo, quando o agente causa o resultado por imprudência, negligência ou imperícia. 46 FRAGOSO, Heleno Cláudio. Op. Cit., p TOLEDO, Francisco de Assis. Princípios Básicos de Direito Penal, p

27 Culpa é elemento normativo da conduta. A culpa é assim chamada porque sua verificação necessita de um prévio juízo de valor, sem o qual não se sabe se ela está ou não presente. (...). A culpa, portanto, não está descrita, nem especificada, mas apenas prevista genericamente no tipo. Isso se deve ao fato da absoluta impossibilidade de o legislador antever todas as formas de realização culposa (...) ELEMENTOS São elementos da culpa: Conduta inicial voluntária Cabe destacar que tal voluntariedade recai sempre sobre a realização da conduta; nunca sobre a obtenção do resultado definido como crime. Tal elemento é muito bem ilustrado por Magalhães Noronha: O agente quer praticar a ação com a mesma vontade do fato doloso: o chofer, que dirige seu automóvel a 120 km por hora e desastradamente atropela alguém, quer a ação de dirigi-lo assim, do mesmo modo que a quer aquele que imprime essa velocidade a seu veículo para atirá-lo propositadamente sobre o pedestre, seu inimigo. Em ambos os casos a ação causal é voluntária Inobservância do dever objetivo de cuidado 48 CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal Parte Geral, p NORONHA, Magalhães. Op. Cit., p

28 A título de culpa, a punição do agente apenas se justifica se ficar provado que ele não agiu com a devida cautela ao executar sua conduta. É o que esclarece Heleno Cláudio Fragoso: (...) a ação delituosa que a norma proíbe é a que se realiza com negligência, imprudência ou imperícia, ou seja, violando o dever objetivo de cuidado, atenção ou diligência, geralmente imposto na vida de relação, para evitar dano a interesses e bens alheios e que conduz, assim, ao resultado que configura o delito. 50 Assim sendo, a inobservância do dever de cuidado pode ser manifestada de três modos: imprudência = comportamento positivo que Celso Delmanto chama de prática de ato perigoso. 51 culpa é: negligência = de acordo com Magalhães Noronha, tal modalidade de (...) no sentido do Código (...) a inação, inércia, passividade. Decorre de inatividade material (corpórea) ou subjetiva (psíquica). Reduz-se a um comportamento negativo. Negligente é quem, podendo e devendo agir de determinado modo, por indolência ou preguiça mental, não age ou se comporta de modo diverso FRAGOSO, Heleno Cláudio. Op. Cit., p DELMANTO, Celso. Código Penal Comentado, p NORONHA, Magalhães. Op. Cit., p

29 imperícia = trata-se da culpa profissional já que, deve sempre ocorrer no exercício de uma atividade (...) que o agente está autorizado a exercer. 53 Assim, de acordo com Luiz Regis Prado, tem-se: Imperícia é a incapacidade, a falta de conhecimentos técnicos precisos para o exercício de profissão ou arte, a inaptidão ou a incompetência técnico científica para o exercício profissional (...). Em havendo imperícia fora do âmbito profissional, a culpa é atribuída a título de imprudência ou negligência. 54 Cabe observar que, a exemplo do que fez vários autores, César Bitencourt destacou uma importante distinção: Imperícia não se confunde com erro profissional. O erro profissional é um acidente escusável, justificável e, de regra, imprevisível, que não depende do uso correto e oportuno dos conhecimentos e regras da ciência. Deve-se à imperfeição e precariedade dos conhecimentos humanos, operando, portanto, no campo do imprevisto e transpondo os limites da prudência e da atenção humana Resultado involuntário Conforme esclarece Flávio Monteiro de Barros, o resultado não desejado é elementar do tipo em crimes culposos, pois a inocorrência do evento delitivo mantém atípica a conduta: 53 BARROS, Flávio Augusto Monteiro de. Op. Cit., p BITENCOURT, César Roberto. PRADO, Luiz Régis. Código Penal Anotado, p BITENCOURT, César Roberto. Manual de Direito Penal, p

30 No crime culposo, o resultado aloja-se dentro do tipo, conferindo-lhe a essência criminosa. Tanto é assim que a simples conduta não caracteriza crime. A integralização do tipo penal culposo depende da superveniência do resultado indesejado: se este não ocorre, a simples conduta, conforme o caso constitui fato atípico (...) Nexo causal entre a conduta e o resultado A relação de causalidade, diz Cezar Roberto Bitencourt, nada mais é do que a imputação física do crime ao autor da ação produtora do resultado. Em seguida ele explica: (...) é indispensável que o resultado seja conseqüência da inobservância do cuidado objetivo, ou, em outros termos, que este seja a causa daquele (...). Atribuir-se, nessa hipótese, a responsabilidade ao agente cauteloso constituirá autêntica responsabilidade objetiva, pela ausência do nexo causal. A inevitabilidade do resultado exclui a própria tipicidade Nexo normativo Relevante para se auferir a culpa mediata (ou indireta), trata-se de um elemento destacado por Fernando Capez, o qual fundamenta: Além do nexo causal é preciso que o agente tenha culpa em relação ao segundo resultado, que não pode derivar nem de caso 56 BARROS, Flávio Augusto Monteiro de. Op. Cit., p BITENCOURT, César Roberto. Op. Cit.,, p

31 fortuito nem de força maior. Desse modo, a culpa indireta pressupõe: nexo causal (que o agente tenha dado causa ao segundo evento) e nexo normativo (que tenha contribuído culposamente para ele) Previsibilidade do resultado Ninguém pode ser punido por fato imprevisível. Nesse sentido, adverte o Professor Julio F. Mirabete: (...) não haverá crime culposo mesmo que a conduta contrarie os cuidados objetivos e se verifica que o resultado se produziria da mesma forma, independentemente da ação descuidada do agente. Assim, se alguém se atira sob as rodas do veículo que é dirigido pelo motorista na contra-mão de direção, não se pode imputar a este o resultado (morte do suicida). Trata-se, no caso, de mero caso fortuito. 59 Ao se analisar a previsibilidade em crimes culposos, deve-se proceder à análise tanto da previsibilidade objetiva (baseada no cuidado inerente ao homem médio ou comum), quanto da previsibilidade subjetiva (baseada em aspectos pessoais do acusado). Assim, ainda de acordo com o referido autor, verificado que o fato é típico, diante da previsibilidade objetiva (do homem razoável), só haverá reprovabilidade ou censurabilidade da conduta (culpabilidade) se o agente puder prevê-la (previsibilidade subjetiva). 60 Logo, a previsibilidade objetiva é elementar do tipo, pois consiste na possibilidade, diante das circunstancias, de se antever o resultado; enquanto que, a previsibilidade subjetiva é pressuposto de culpabilidade, já que se baseia na capacidade do indivíduo de fazê-lo. A esse respeito, Fernando Capez adverte: 58 CAPEZ, Fernando. Op. Cit., p MIRABETE, Julio Fabbrini. Op. Cit., p Ibidem. 38

32 Atenção: a ausência de previsibilidade subjetiva não exclui a culpa, uma vez que não é seu elemento. A conseqüência será a exclusão da culpabilidade, mas nunca da culpa (o que equivale dizer, da conduta e do fato típico). Dessa forma, o fato será típico porque houve conduta culposa, mas o agente não será punido pelo crime cometido ante a falta de culpabilidade. 61 Isso, no entanto, não é o que entende o Professor Julio F. Mirabete, para quem, a previsibilidade objetiva não possui razão de existir; sendo relevante apenas proceder-se à análise da previsibilidade subjetiva. Esta, por sua vez, é (para ele) elementar do tipo culposo e não da culpabilidade: Essa colocação doutrinária, para nós, não é perfeita. Em primeiro lugar, por se fundar a previsibilidade objetiva uma abstração (homem razoável, homem médio, homem padrão, homem modelo etc.) que não se consegue caracterizar suficientemente. Em segundo lugar porque fica excluída a tipicidade do fato praticado por alguém que, por suas qualificações tem maiores possibilidades de prever o resultado que o homem comum (...). Por essa razão, (...) a previsibilidade deve ser estabelecida conforme a capacidade de previsão de cada indivíduo, sem que para isso se tenha de recorrer a nenhum critério de normalidade. Assim, pode haver ou não tipicidade conforme a capacidade de prever do sujeito ativo. A previsibilidade subjetiva é pra nós elemento psicológico (subjetivo) do tipo culposo Tipicidade 61 FERNANDO, Capez. Op. Cit., p MIRABETE, Julio Fabbrini. Op. Cit., p

33 Há na culpa, diz Damásio, um primeiro momento em que se verifica a tipicidade da conduta: é típica toda conduta que infringe o cuidado necessário objetivo. Completando esse raciocínio, Flávio A. M. de Barros argumenta: Os crimes culposos são tipos abertos, pois a complementação da definição típica depende de um juízo valorativo do magistrado. A tipicidade depende da concretização de todos os elementos do crime culposo, dos quais merecem destaque a violação do dever de cuidado e a previsibilidade objetiva do resultado. 63 Cabe observar, por fim, que na legislação penal brasileira a punição do agente a título de culpa é uma ressalva; tendo em vista o disposto no próprio Código Penal (art.18, único): salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente ESPÉCIES Culpa Inconsciente ou Comum Nesta, diz Magalhães Noronha, o resultado previsível não é previsto pelo agente. (...). É a chamada culpa ex ignorantia. 64 Nos ensinamentos de César Roberto Bitencourt, tem- se: Na culpa inconsciente, apesar da presença da previsibilidade, não há previsão por descuido, desatenção ou simples desinteresse. 63 BARROS, Flávio Augusto Monteiro de. Op. Cit., p NORONHA, Magalhães. Op. Cit., p

34 A culpa inconsciente caracteriza-se pela ausência absoluta nexo psicológico entre o autor e o resultado de sua ação Culpa Consciente Também chamada culpa ex lascívia, trata-se de uma excepcionalidade em que a culpa é dotada de previsão. O assunto é melhor abordado por Luiz Regis Prado: Na culpa consciente o agente afasta ou repele, embora inconsideradamente, a hipótese de superveniência do evento e empreende a ação na esperança de que esse evento não venha a ocorrer prevê o resultado como possível, mas não o aceita nem o consente Culpa Própria Trata-se da culpa em que o agente não quer nem assume o risco de produzir o resultado. 67 (grifo nosso). Logo, a classificação entre culpa comum e consciente está ligada à previsão ou não do evento. Já a caracterização da culpa própria tem conexão com o elemento volitivo Culpa Imprópria ou Culpa por Extensão, Assimilação ou Equiparação 65 BITENCOURT, César Roberto. Op. Cit., p BITENCOURT, César Roberto. PRADO, Luiz Régis. Código Penal Anotado, p MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal Parte Geral, p

35 De acordo com as lições do Professor Damásio, são casos de culpa imprópria os previstos nos arts. 20, 1º, 2ª parte e 23, único, parte final 68 do Código Penal. Assim sendo, nos termos deste diploma legal, tem-se: * Art.20, 1º = descriminantes putativas: É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. (Grifo nosso). De íntima conexão com os tipos permissivos, (excludentes da antijuridicidade), trata-se da culpa presente nas chamadas discriminantes putativas inescusáveis. Nessas, o agente incide em erro vencível quanto à situação de fato, pois comete um crime supondo estar agindo licitamente ao imaginar que se encontram presentes os requisitos de uma das causas justificativas previstas em lei (...) 69 (legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal, estado de necessidade ou exercício regular de um direito). Assim sendo, o Desembargador Antonio Rosa sinteticamente expõe: Há ocasiões em que o agente pratica o ato criminoso, pensando que limita em seu favor uma causa de justificação qualquer. Por erro de avaliação, ele se julga em legítima defesa, ou em estado de necessidade, etc. 70 * Art. 23, único = excesso punível: 68 JESUS, Damásio Evangelista de. Direito Penal - Parte Geral, p Ibid., p ROSA, Antonio José Miguel Feu. Direito Penal Parte geral, p

36 O agente em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. (Grifo nosso). Essa forma de manifestação da culpa imprópria é muito bem explicada pelo Promotor Victor Gonçalves: É a intensificação desnecessária de uma conduta inicialmente justificada. O excesso sempre pressupõe um início de situação justificante. A princípio o agente estava agindo coberto por uma excludente, mas em seguida, extrapola. (...). O excesso (...) culposo (ou excesso inconsciente ou intencional) é o que deriva de culpa em relação à moderação, e, para alguns doutrinadores, também quanto à escolha dos meios necessários. Nesse caso o agente responde por homicídio culposo. Trata-se de caos de culpa imprópria Culpa Mediata ou Indireta De acordo com os ensinamentos de Fernando Capez, deve ser entendida como sendo a culpa presente quando o agente produz indiretamente o resultado. É o caso (...) de um assaltante que, após assustar a vítima, faz com que ela fuja e acabe sendo atropelada. 72 Ainda de acordo com o ilustre jurista, é preciso, no caso dessa espécie de culpa, que estejam presentes tanto o nexo causal quanto o normativo, conforme oportunamente visto GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Direito Penal Parte Geral, p FERNANDO, Capez. Curso de Direito Penal Parte Geral, p Ibidem. 43

37 Culpa Concorrente Havendo concorrência de culpa, diz César Roberto Bitencourt, os agentes respondem, isoladamente, pelo resultado produzido. (...) Nessa hipótese, não se pode falar em concurso de pessoas, ante a ausência do vínculo subjetivo. 74 É o caso, por exemplo, de um acidente de carros com vítima fatal, em que todos os motoristas foram imprudentes. Todos os condutores que concorreram culposamente para a ocorrência do evento morte, por esse deverão responder. O exemplo é de Julio Fabbrini Mirabete Culpa recíproca Caracteriza-se sempre que, nas circunstâncias de fato estiverem presentes tanto a culpa do agente quanto da vítima. Neste sentido, Magalhães Noronha esclarece: Ao inverso do que sucede no direito privado, não admite o penal compensação de culpas. O proceder culposo do ofendido não elide o do agente. (...). Só se isentará de pena alguém quando o resultado for atribuído exclusivamente à culpa da vítima. 76 (Grifo nosso). De acordo com Fernando Capez 77, apesar de a culpa da vítima não excluir a culpa do agente, nos termos do art.59 do C.P. ela tem utilidade no momento de 74 BITENCOURT, César Roberto. Op. Cit., p MIRABETE, Julio Fabbrini. Op. Cit., p NORONHA, Magalhães. Op. Cit., p FERNANDO, Capez. Op. Cit., p

38 fixação da pena base posto que, o comportamento da vítima, nesse caso, pode ser aproveitado em benefício do agente. 45

39 IV. CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO (CTB) Promulgada em 23 de setembro de 1997, a Lei nº (que entrou em vigor em 22 de janeiro de 1998), surgiu da tentativa de atender aos anseios sociais. É o que explica José Geraldo da Silva: A situação do trânsito brasileiro é caótica, e com uma frota que se agiganta a cada ano (...), aliada ao número assustador de pessoas mortas e feridas em acidentes de trânsito, tornou-se mister a codificação de tipos penais que criminalizem condutas relacionadas ao mau uso do automóvel. 78 De acordo com o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) da Secretaria Estadual de Saúde, o trânsito, no Brasil, é uma das principais causas de mortes estando atrás apenas, da violência urbana. Na região sul do país, no entanto, esse quadro se inverte e a imprudência dos motoristas se torna a maior vilã. 79 O CTB, responsável pela revogação da Lei nº. 5108/66, trouxe inovadores mecanismos de repressão à criminalidade no trânsito, dando origem a tipificações penais até então inexistentes e a preceitos secundários consideravelmente rígidos se comparados aos previstos no Código Penal. Sujeito a regulamentações, prevê a possibilidade de se instituir medidas de conscientização que eduquem motoristas e pedestres de modo a reduzir a ocorrência de acidentes. De acordo com Assessoria e Consultoria de Documentos Marinho Despachantes tem-se: 78 GENOFRE, Fabiano, LAVORENTI, Wilson, SILVA, José Geraldo. Leis penais Especiais Anotadas, p Trânsito lidera ranking de mortes. Disponível em: Acesso em 15 de novembro de

40 O Brasil registra anualmente cerca de 1,5 milhão de acidentes, que resultam na morte de 34 mil pessoas e outras 400 mil ficam feridas nos centros urbanos do país. Isso representa uma média de 80 mortes e mil pessoas feridas por dia. 80 É nesse quadro crítico que vigora o CTB. Esse, por sua vez, consubstancia um antagonismo: prevê, por um lado, diversos tipos penais que configuram crimesobstáculo, visando a impedir a verificação de eventos mais graves 81, consagrando, por outro lado, diversos retrocessos em matéria penal e processual penal, por ter ferido garantias fundamentais, construídas ao longo dos séculos ASPÉCTOS GERAIS Veículo Automotor A aplicação do CTB pressupõe sempre, que o agente esteja na direção de veículo automotor. O conceito desse vem expresso no próprio CTB (anexo I): (...) todo veículo a motor de propulsão que circule por seus próprios meios, e que serve normalmente para o transporte de pessoas e coisas, ou para a tração viária de veículos utilizados para o transporte de pessoais e coisas. O termo compreende os veículos conectados a uma linha elétrica e que não circulam sobre trilhos (ônibus elétricos). 80. PANORAMA Marinho Despachantes. Curso de Direção Defensiva passa a ser obrigatório, p COSTA JUNIOR, Paulo José da, QUEIJO, Maria Elizabeth. Comentários aos Crimes do Código de Trânsito, p.xi. 82 Ibid., p.xii. 47

41 Diante de tal definição, os Promotores Victor Gonçalves e Fernando Capez concluem que os veículos de tração animal (como a carroça) e os de propulsão humana (como a bicicleta) estam excluídos do âmbito de incidência do CTB. 83 Cabe anotar ainda, que também: (...) não estão incluídos no conceito de veículo automotor, para fins de aplicação do Código de Trânsito, todos aqueles que, embora movidos a motor de propulsão e que circulem por seus próprios meios, não transitem sobre vias urbanas terrestres e rurais (...) como lanchas e barcos Via Pública Alguns dos crimes previstos no CTB (como o de participação em competição não autorizada) apenas são puníveis quando ocorridos em via pública. Via é superfície por onde transitam pessoas, veículos e animais, compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, ilha e canteiro central (anexo I do CTB). Via pública, de acordo com Fernando Capez e Victor Gonçalves, é um local aberto a qualquer pessoa, cujo acesso seja sempre permitido e por onde seja possível a passagem de veículos automotor (ruas, avenidas, alamedas, praças etc.) CAPEZ,Fernando, GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Aspectos Criminais do Código de Trânsito Brasileiro, p COSTA JUNIOR, Paulo José da, QUEIJO, Maria Elizabeth. Op. Cit., p CAPEZ, Fernando, GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Op. Cit., p

42 Segundo tais doutrinadores, consideram-se ainda vias públicas, as ruas dos condomínios particulares. 86 Damásio Evangelista de Jesus ainda acrescenta que pode ocorrer, entretanto, que o local não seja especificamente destinado ao tráfego de veículos, como grandes jardins, praças, calçadas, passeios, terrenos, gramados, etc. 87 Ainda assim, para efeitos de aplicabilidade do CTB, deverão ser considerados como vias públicas HOMICÍDIO CULPOSO NA DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR Art Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor Aspectos Gerais a) Objetividade jurídica: É a tutela da vida humana, cuja proteção por sua extrema importância, é um imperativo de ordem constitucional (art.5º, caput da CF/88). 88 b) Sujeitos: 86 Ibid, p JESUS, Damásio Evangelista. Crimes de Trânsito, p COSTA JUNIOR, Paulo José da, QUEIJO, Maria Elizabeth. Op. Cit., p

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