Princípios e Diretrizes sobre Direitos Humanos e dos Povos no Combate ao Terrorismo na África

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1 Princípios e Diretrizes sobre Direitos Humanos e dos Povos no Combate ao Terrorismo na África COMISSÃO AFRICANA DOS DIREITOS HUMANOS E DOS POVOS

2 PRINCÍPIOS E DIRETRIZES SOBRE DIREITOS HUMANOS E DOS POVOS NO COMBATE AO TERRORISMO NA ÁFRICA COMISSÃO AFRICANA DOS DIREITOS HUMANOS E DOS POVOS

3 02 Princípios e Diretrizes sobre Direitos Humanos e dos Povos no Combate ao Terrorismo na África PORTUGUÊS ÍNDICE PREFÁCIO NOTAS EXPLICATIVAS PREÂMBULO PARTE 1. PRINCÍPIOS GERAIS A. Obrigação de Abstenção de Atos de Terrorismo B. Obrigação de Prevenir o Terrorismo C. Obrigação de Proteger contra o Terrorismo D. Obrigação de Assegurar a Responsabilização E. Obrigação de Proporcionar um Recurso Eficaz F. Obrigação de Proporcionar Reparação G. Proibição de Discriminação H. Medidas Especiais I. Liberdades Fundamentais J. Independência Judicial K. Princípio da Legalidade L. Extraterritorialidade M. Inadmissibilidade de Derrogações e Restrições de Direitos Humanos e Liberdades N. Os Princípios e Diretrizes PARTE 2. PRIVAÇÃO ARBITRÁRIA DA VIDA E USO DA FORÇA A. Direito à Vida

4 PORTUGUÊS Princípios e Diretrizes sobre Direitos Humanos e dos Povos no Combate ao Terrorismo na África 03 B. Uso de Força Letal e Não Letal (i) Planejamento e Preparação (ii) Obrigação de Reportar, Investigar e Processar (iii) Assistência Médica PARTE 3. LIBERDADE, PRISÃO E DETENÇÃO A. Proibição de Detenção Arbitrária B. Direitos da Pessoa Presa ou Detida (i) Notificação de Direitos (ii) Notificação das Razões para Prisão ou Detenção e Notificação de Acusação (iii) Direito a Representação Jurídica (iv) Direito à Não Autoincriminação (v) Direito a Contestar Imediatamente a Detenção (vi) Assistência e Exames Médicos (vii) Comunicação com o Exterior C. Privação da Liberdade antes de Julgamento ou Acusação D. Tratamento Humano de Indivíduos Privados da Liberdade (i) Proibição de Tortura (ii) Proibição de Desaparecimentos (iii) Proibição de Detenção Secreta (iv) Condições de Detenção e Reclusão PARTE 4. DIREITO A JULGAMENTO JUSTO A. Julgamento Justo B. Tribunais Militares ou outros Tribunais Especiais C. Prova (i) Utilização de Provas (ii) Provas Secretas (iii) Provas Obtidas Ilegalmente (iv) Responsabilização por Provas Ilegais D. Proibição de Ser Julgado Duas Vezes pela Mesma Infração PARTE 5. TRANSFERÊNCIAS DE PESSOAS A. Transferências (i) Supervisão Judicial (ii) Não Repulsão PARTE 6. CRIMINALIZAÇÃO E SANCIONAMENTO DO TERRORISMO A. Responsabilização: B. Clareza e Especificidade da Lei C. Responsabilidade Criminal Indireta

5 04 Princípios e Diretrizes sobre Direitos Humanos e dos Povos no Combate ao Terrorismo na África PORTUGUÊS D. Criminalização de Organização/Associação E. Assistência no Acesso aos Direitos Humanos F. Proporcionalidade da Pena G. Registro (i) Intenção (ii) Notificação (iii) Recurso e Retirada do Registro (iv) Reparações PARTE 7. COOPERAÇÃO NO COMBATE AO TERRORISMO A. Obrigação de Cooperar B. Comissão de Atos Internacionalmente Ilícitos C. Cooperação entre Órgãos da União Africana e a Sociedade Civil PARTE 8. EMPRESAS PRIVADAS DE SEGURANÇA (EPS) A. Responsabilização das Empresas Privadas de Segurança PARTE 9. APATRIDIA A. Proibição de Apatridia PARTE 10. DEFENSORES DE DIREITOS HUMANOS DEFENSORES, VITIMAS, TESTEMUNHAS, JORNALISTAS, INVESTIGADORES, JUÍZES, E OUTROS A. Instituições Nacionais de Direitos Humanos B. Proteção pelo Estado C. Deveres para com as Vítimas D. Definição de Vítima de Terrorismo PARTE 11. DIREITO À PRIVACIDADE A. Privacidade e Vigilância PARTE 12. DIREITO DE ACESSO À INFORMAÇÃO E DIREITO À VERDADE A. Direito de Acesso à Informação e Direito à Verdade PARTE 13. SEGURANÇA HUMANA A. Segurança Humana PARTE 14. IMPLEMENTAÇÃO A. Implementação de Medidas Revisões B. Disseminação C. Formação D. Relatórios

6 PORTUGUÊS 05 PREFÁCIO Estes Princípios e Diretrizes sobre Direitos Humanos e dos Povos no Combate ao Terrorismo na África foram adotados pela Comissão Africana sobre Direitos Humanos e dos Povos durante sua 56ª Sessão Ordinária em Banjul, Gâmbia (realizada de 21 de abril a 7 de maio de 2015). Os Princípios e Diretrizes foram desenvolvidos com base no Artigo 45(1)(b) do Estatuto Africano, que obriga a Comissão a elaborar normas, princípios e regras sobre as quais os governos africanos podem basear sua legislação. Eles são baseados em tratados regionais africanos, jurisprudências, normas e resoluções desta Comissão; e em tratados internacionais de direitos humanos e resoluções do Conselho de Segurança da ONU. Os Princípios e Diretrizes também levam em consideração outras decisões e mecanismos especiais de direitos humanos regionais e internacionais, resoluções da Assembleia Geral da ONU, incluindo a Estratégia Global Contra o Terrorismo de 2006, e os pareceres do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Os Princípios e Diretrizes foram concebidos e elaborados após as instituições da União Africana e seus Estados Membros terem publicado resoluções e colocado em vigor diversos mecanismos para responder a atos graves de terrorismo e extremismo violento. Entre eles, os mais proeminentes são a Convenção da OUA sobre a Prevenção e Combate ao Terrorismo e seu Protocolo. Nesta mesma ocasião, a União Africana enfatizou a necessidade de os Estados Membros respeitarem os direitos do Estatuto Africano dos Direitos Humanos e dos Povos e outros instrumentos de direitos humanos regionais e internacionais. A Comissão, por sua vez, publicou a Resolução 88/2005 sobre a Proteção dos Direitos Humanos e o Estado de Direito na Luta contra o Terrorismo, que reafirmou que os Estados Africanos deverão garantir que as medidas tomadas para combater o terrorismo estejam totalmente de acordo com suas obrigações previstas no Estatuto Africano dos Direitos Humanos e dos Povos e outros tratados internacionais de direitos humanos, incluindo o direito à vida, a proibição de prisões e detenções arbitrárias, o direito a uma audiência justa, a proibição de tortura e outras penas e tratamentos cruéis, desumanos e degradantes e o direito de buscar asilo. As instituições da União Africana e os Estados Membros também reconheceram que as causas raiz desta violência precisam ser abordadas de maneira abrangente, inclusive através de mecanismos que respeitem os direitos humanos e de estratégias que capacitem organizações da sociedade civil, incluindo líderes religiosos, mulheres, jovens e também grupos vulneráveis.

7 06 Princípios e Diretrizes sobre Direitos Humanos e dos Povos no Combate ao Terrorismo na África PORTUGUÊS Sob o prisma destas considerações, a Comissão adotou seus Princípios e Diretrizes para auxiliar os Estados a implementarem suas obrigações relativas a direitos humanos no combate ao terrorismo e outras formas de extremismo violento. Na conjuntura atual, os atos de terrorismo e suas respectivas violações de direitos humanos conseguem afetar quase todos os aspectos da vida e impactar todos os tipos de direitos, sejam civis ou políticos, econômicos, sociais e culturais; ou direitos de um determinado grupo. Estes Princípios e Diretrizes são especiais no sentido em que, à primeira vista, contêm Notas Explicativas que mostram ao leitor a fonte de autoridade em que são baseados. Eles fornecem assim um conjunto de 14 Princípios Gerais, tais como não discriminação e obrigação de reparar danos, e orientações sobre questões específicas que esta Comissão considerou como sendo particularmente relevantes para a proteção de direitos humanos no combate ao terrorismo. Desta forma, a Comissão reconhece que, embora alguns pontos possam não estar expressamente cobertos nos Princípios e Diretrizes, eles deverão estar cobertos pelos 14 Princípios Gerais e pelos instrumentos de direitos humanos que se encontram em outras partes. De forma a fornecer aos Estados orientações que sejam mais eficazes no tocante ao respeito e garantia de suas obrigações relativas a direitos humanos no combate ao terrorismo, os Princípios e Diretrizes se propõem a cumprir quatro objetivos específicos: Focar nas vítimas: A Comissão reconheceu que as vítimas do terrorismo também são bastante marginalizadas das discussões mantidas pelos Estados e organizações intergovernamentais com o intuito de prevenir e combater o terrorismo. Por esta razão, os Princípios e Diretrizes dedicam um tempo considerável à necessidade de prevenir e punir atos de terrorismo e de fornecer assistência as suas vítimas. Contextualizar o fenômeno do terrorismo: Os Princípios e Diretrizes refletem a realidade que os atos de terrorismos e suas respectivas violações dos direitos humanos não existem em um contexto isolado. Pelo contrário, uma estratégia eficaz exige que reformas institucionais e estruturais abordem suas causas raiz. Isto está de acordo com o Comunicado da 455ª assembleia do Conselho de Paz e Segurança sobre terrorismo e extremismo violento que foi realizada na África em 2 de setembro de 2014, onde foi acordado que os Estados precisam abordar todas as condições propícias à disseminação do terrorismo e extremismo violento, inclusive conflitos prolongados sem resolução, ausência do estado de direito e violações de direitos humanos, discriminação, exclusão política, marginalização socioeconômica e governança inadequada, e que a erradicação da pobreza, geração de empregos e desenvolvimento podem ser componentes essenciais para uma estratégia de sucesso. Resposta à novos problemas: Os Princípios e Diretrizes abordam um amplo conjunto de questões de direitos humanos, incluindo novos problemas que lamentavelmente costumam estar relacionados à prevenção e ao combate ao terrorismo e extremismo violento. Para esta finalidade, os Princípios e Diretrizes contêm regras gerais e específicas que se aplicam ao direito à vida; privação de liberdade, tratamento humano e julgamentos justos; rendições e transferências; leis antiterrorismo e listas de alerta ; cooperação interestadual; empresas de segurança privada; apatridia e cidadania; defensores dos direitos humanos; direito à privacidade e acesso à informação; e segurança humana. Salientar a importância da cooperação e implementação destes Princípios e Diretrizes: A cooperação entre as instituições da União Africana no sentido de respeitar os direitos humanos no combate ao terrorismo e a necessidade de implementar o conteúdo dos Princípios e Diretrizes constituem o último pilar sobre os quais estes estão apoiados. O sucesso dos Princípios e Diretrizes em alcançar o respeito pelos direitos humanos no combate ao terrorismo, assim como o uso dos direitos humanos para reduzir sua prevalência, será mensurado até o limite em que eles sejam conhecidos e implementados pelos Estados Membros do Estatuto Africano. A Comissão Africana sobre Direitos Humanos e dos Povos apela a todas as partes interessadas para que utilizem os Princípios e Diretrizes sobre Direitos Humanos e dos Povos no Combate ao Terrorismo na

8 PORTUGUÊS Princípios e Diretrizes sobre Direitos Humanos e dos Povos no Combate ao Terrorismo na África 07 África no sentido de informar seus esforços no fortalecimento dos mecanismos de proteção aos direitos humanos e na prevenção do terrorismo e extremismo violento. A Comissão Africana sobre Direitos Humanos e dos Povos prosseguirá com o diálogo em níveis internacional, continental, subregional e nacional com todos os envolvidos e compartilhará ideias sobre oportunidades de promover estratégias que respeitem e garantam os direitos humanos no combate ao terrorismo e extremismo violento. Este documento, conforme ratificado pelos leitores e por todos aqueles que trabalham com a Comissão, é uma contribuição embasada ao pacote de trabalhos criado para consolidar o Estatuto Africano de Direitos Humanos e dos Povos em todos os países africanos. Assim, este documento é seu e eu desejo que você faça bom uso dele no que tiver que ser realizado: de forma que a vida e a dignidade humana sejam para sempre protegidas em nosso amado continente. Sra. Reine Alapini-Gansou Relatora Especial dos Defensores dos Direitos Humanos na África Ex-Presidente da Comissão Africana de Direitos Humanos e dos Povos

9 08 Princípios e Diretrizes sobre Direitos Humanos e dos Povos no Combate ao Terrorismo na África PORTUGUÊS NOTAS EXPLICATIVAS Os Princípios e Diretrizes sobre Direitos Humanos e dos Povos no Combate ao Terrorismo na África são acompanhados por Notas Explicativas de caráter informativo. Estas Notas fornecem material de suporte para os Princípios e Diretrizes e incluem fontes do direito convencional africano, da jurisprudência da Comissão Africana sobre Direitos Humanos e dos Povos, das Diretrizes e Medidas para a Proibição e Prevenção da Prática de Tortura e Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes na África, das Diretrizes sobre as Condições de Detenção, Custódia Policial e Prisão Preventiva na África, dos Princípios e Diretrizes sobre o Direito a um Julgamento Justo e Assistência Jurídica na África e dos Princípios Globais sobre Segurança Nacional e o Direito à Informação ( Princípios Globais ou Princípios de Tshwane ), assim como do direito convencional internacional dos direitos humanos e resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Os Princípios e Diretrizes foram elaborados tendo também em consideração outros mecanismos especiais e decisões de direitos humanos internacionais e regionais, resoluções da Assembleia Geral das Nações Unidas, incluindo a Estratégia Global das Nações Unidas de Combate ao Terrorismo de 2006, e as opiniões do Gabinete do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Sempre que os materiais de apoio aos Princípios e Diretrizes forem evidentes, não são disponibilizadas Notas.

10 PORTUGUÊS 09 PREÂMBULO A Comissão Africana sobre Direitos Humanos e dos Povos; Convencida de que os atos de terrorismo são deploráveis e não podem ser justificados em circunstâncias de qualquer ordem; que o terrorismo constitui uma violação grave dos direitos humanos e uma ameaça à paz, segurança, desenvolvimento e democracia; e que é imperativo para os Estados africanos adotar todas as medidas necessárias para proteger suas populações contra atos de terrorismo e implementar todos os instrumentos humanitários e de direitos humanos relevantes ao nível continental e internacional; Nota Explicativa: Ver Protocolo da Convenção da OUA sobre a Prevenção e Combate ao Terrorismo, Preâmbulo. Reafirmando o nosso apoio à Convenção da Organização de Unidade Africana sobre a Prevenção e Combate ao Terrorismo de julho de 1999 e o seu protocolo de 2004; e rejeitando e condenando veementemente o pagamento de resgates a grupos terroristas; Nota Explicativa: Sobre a rejeição de resgates, ver o Comunicado do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, na sua 455.ª reunião sobre a prevenção e combate ao terrorismo e extremismo violento na África de 2 de setembro de 2014, parág. 24. Considerando a definição de terrorismo contida no Artigo 28(G) do Protocolo sobre Alterações ao Protocolo sobre o Estatuto do Tribunal Africano de Justiça e Direitos do Homem, e as resoluções relevantes do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre combate ao terrorismo, em particular a Resolução 1373 (2001); Considerando também que as causas profundas do terrorismo são complexas e todas as situações que levam à disseminação do terrorismo e do extremismo violento têm de ser resolvidos, incluindo os conflitos prolongados não solucionados, a ausência de legalidade e as violações de direitos humanos, a discriminação, o desfavorecimento laboral e educativo, a exclusão política, a marginalização socioeconômica e a governança inadequada, salientando, todavia, que nenhuma destas situações pode desculpar ou justificar atos de terrorismo; Nota Explicativa: Ver o Comunicado do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, na sua 455.ª reunião sobre a prevenção e combate ao terrorismo e extremismo violento na África de 2 de setembro de 2014, parág. 29.

11 10 Princípios e Diretrizes sobre Direitos Humanos e dos Povos no Combate ao Terrorismo na África PORTUGUÊS Salientando que estas causas raiz têm de ser resolvidas de uma forma abrangente, incluindo através de mecanismos de desradicalização e combate ao radicalismo que respeitem os direitos humanos, e através de estratégias que capacitem as organizações da sociedade civil, incluindo líderes religiosos, mulheres e jovens, assim como grupos vulneráveis; Nota Explicativa: Ver o Comunicado do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, na sua 455.ª reunião sobre a prevenção e combate ao terrorismo e extremismo violento na África de 2 de setembro de 2014, parág. 29. Salientando também que, embora a disseminação do terrorismo possa, em certas circunstâncias, ser intensificada pelo uso da Internet e das redes sociais, a Internet e as redes sociais são ferramentas que podem ser usadas para combater a disseminação do terrorismo e não deverão ser vistas como uma ameaça em si mesmas; Nota Explicativa: Ver Assembleia Geral das Nações Unidas, Resolução 60/288: Estratégia Global de Combate ao Terrorismo, Seção II, parág. 12. Relembrando que a Convenção sobre a Prevenção e Combate ao Terrorismo estabelece que nada nessa convenção deve ser interpretado no sentido de derrogar os princípios gerais do direito internacional, em particular os princípios do direito humanitário internacional, assim como a Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos; e que a Estratégia Global de Combate ao Terrorismo das Nações Unidas de 2006 reconhece que desenvolvimento, paz e segurança e direitos humanos estão interligados e reforçam-se mutuamente ; Nota Explicativa: Ver Convenção da Organização de Unidade Africana sobre a Prevenção e Combate ao Terrorismo, Artigo 22(1); e Assembleia Geral das Nações Unidas, Resolução 60/288: Estratégia Global de Combate ao Terrorismo, Preâmbulo e Seção IV. Reafirmando a sua determinação em libertar África do flagelo do terrorismo e do extremismo violento, o terrorismo não pode e não deve ser associado a qualquer religião, nacionalidade, civilização ou grupo e que o cerceamento dos direitos humanos pode criar maior instabilidade; que os Estados têm de prestar atenção às dimensões de gênero do terrorismo e antiterrorismo, que as mulheres e as crianças são, muitas vezes, as vítimas diretas e indiretas do terrorismo e antiterrorismo, e que os direitos humanos têm de ser respeitados e protegidos de forma permanente; que o uso de crianças como instrumentos de terrorismo tem de ser condenado; e que os Estados não podem usar o combate ao terrorismo como um pretexto para restringir, ilegal e arbitrariamente, liberdades fundamentais, em particular a liberdade de reunião, de expressão, associação, religião e deslocação, e o direito à privacidade e propriedade; Nota Explicativa: Ver o Comunicado do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, na sua 455.ª reunião sobre a prevenção e combate ao terrorismo e extremismo violento na África de 2 de setembro de 2014, parág. 6 e 28; Comun. 143/95-150/96, Constitutional Rights Project e Civil Liberties Organisation v. Nigéria (novembro 1999), parág. 33; CADHP, Resolução 283: Situação de Mulheres e Crianças em Conflitos Armados; Relatório do Relator Especial sobre a promoção e proteção dos direitos humanos e liberdades fundamentais durante o combate ao terrorismo, Martin Scheinin, A/64/211, 3 de agosto 2009; e Nota Explicativa do Princípio 1(I), Liberdades Fundamentais e Princípio 1(M), Não Derrogações e Restrições sobre Direitos Humanos e Liberdades. Reconhecendo as obrigações dos Estados na promoção da justiça para as vítimas de terrorismo e na prestação de apoio no tratamento físico e psicológico e na reabilitação social destas vítimas; Nota Explicativa: Ver Relatório do Relator Especial sobre a promoção e proteção dos direitos humanos e liberdades fundamentais durante o combate ao terrorismo, Ben Emmerson, A/HRC/20/14, 4 junho 2012, parágs

12 PORTUGUÊS Princípios e Diretrizes sobre Direitos Humanos e dos Povos no Combate ao Terrorismo na África 11 Relembrando que o Protocolo Relativo à Constituição do Conselho de Paz e Segurança da União Africana convida o Conselho de Paz e Segurança a procurar uma cooperação próxima com a Comissão Africana sobre os Direitos Humanos e dos Povos em todas as matérias relevantes para os seus objetivos e mandato e que a Comissão Africana sobre os Direitos Humanos e dos Povos deverá levar à atenção do Conselho de Paz e Segurança qualquer informação relevante para os objetivos e o mandato do Conselho de Paz e Segurança; Relembrando também o pedido do Conselho de Paz e Segurança, na sua 455.ª reunião, para que a Comissão Sobre Terrorismo e Extremismo Violento na África trabalhe em conjunto com a Comissão Africana sobre os Direitos Humanos e dos Povos para continuar a apoiar os esforços dos Estados Membros para promover e garantir o respeito pelos direitos humanos e pelo direito humanitário internacional durante a prevenção e combate ao terrorismo; Relembrando ainda que o mandato da Comissão, nos termos do Artigo 45(1)(b) da Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos, é formular e elaborar, com vista a servir de base à adoção de textos legislativos pelos governos africanos, princípios e regras que permitam resolver os problemas jurídicos relativos ao gozo dos direitos do homem e dos povos e das liberdades fundamentais ; Reconhecendo que continua a ser necessário formular e elaborar princípios e regras que reforcem ainda mais e complementem as disposições relativas às proteções dos direitos humanos no contexto dos direitos humanos e combate ao terrorismo; Relembrando que o Artigo 1 da Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos exige que os Estados reconheçam os direitos, liberdades e deveres consagrados na Carta e que promovam a adoção de medidas legislativas ou outras medidas que as tornem eficazes; e que o Artigo 26 exige que os Estados garantam a independência dos Tribunais e permitam a criação e melhoria de instituições nacionais apropriadas responsáveis pela promoção e proteção dos direitos e liberdades garantidos pela Carta; Reafirmando a Resolução 88 sobre a Proteção dos Direitos Humanos e o Primado do Direito na Luta contra o Terrorismo e reconhecendo que estes Princípios e Diretrizes sobre Direitos Humanos e dos Povos no Combate ao Terrorismo na África devem ser lidos juntamente com a Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, as Diretrizes e Medidas para a Prevenção e Proibição da Tortura e Outros Tratamentos ou Punições Cruéis, Desumanas ou Degradantes na África, as Diretrizes sobre as Condições de Detenção, Custódia Policial e Prisão Preventiva na África, os Princípios e Diretrizes sobre o Direito a um Julgamento Justo e Assistência Jurídica na África, os Princípios Globais sobre Segurança Nacional e o Direito à Informação ( Princípios Globais ou Princípios de Tshwane ), e quaisquer outros documentos atuais ou futuros relevantes para o terrorismo e o combate ao terrorismo; e Solenemente proclama estes Princípios e Diretrizes sobre Direitos Humanos e dos Povos no Combate ao Terrorismo na África e insta a que sejam tomadas todas as medidas necessárias pelos Estados parte e outras partes interessadas na área dos direitos humanos e dos povos para que venham a ser do conhecimento geral na África; sejam promovidos pelas autoridades do Estado a todos os níveis; sejam incorporados nas legislações nacionais e respeitados; e sejam disponibilizados os recursos necessários para serem implementados com eficácia.

13 12 Princípios e Diretrizes sobre Direitos Humanos e dos Povos no Combate ao Terrorismo na África PORTUGUÊS PARTE 1 PRINCÍPIOS GERAIS A. Obrigação de Abstenção de Atos de Terrorismo: Os Estados devem abster-se de quaisquer atos destinados a organizar, apoiar, financiar, cometer ou incitar à prática de atos terroristas, ou fornecer refúgios para terroristas, direta ou indiretamente. A obrigação de se abster de atos de terrorismo deverá ser cumprida em conformidade com as obrigações dos Estados ao abrigo do direito internacional humanitário, dos direitos humanos e dos refugiados. Nota Explicativa: Ver Convenção da Organização de Unidade Africana sobre a Prevenção e Combate ao Terrorismo, Artigo 4(1) e 22(1); Conselho de Segurança das Nações Unidas, Resolução 1373, parág. 2(a); Ato Constitutivo da União Africana, Artigo 4(o); Convenção que Regula Aspectos Específicos dos Problemas dos Refugiados na África, Artigo 3; Assembleia Geral das Nações Unidas, Declaração de Princípios de Direito Internacional Respeitantes às Relações Amigáveis e Cooperação Entre Estados em Conformidade com a Carta das Nações Unidas, 24 de outubro de 1970; Protocolo da Convenção da OUA sobre a Prevenção e Combate ao Terrorismo, Preâmbulo; Protocolo Relativo à Constituição do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, Artigo 3(f); e Assembleia Geral das Nações Unidas Resolução 60/288: Estratégia Global de Combate ao Terrorismo das Nações Unidas, Seção IV. B. Obrigação de Prevenir o Terrorismo: Os Estados devem desenvolver todas as ações necessárias para prevenir a prática e o financiamento de atos terroristas, incluindo o envio de alertas atempados a outros Estados através da troca de informações; recusando abrigo seguro a quem financia, planeja, apoia ou comete atos terroristas, ou disponibiliza abrigos seguros; e impedindo que quem financia, planeja, facilita ou comete atos terroristas utilize os respectivos territórios para tais efeitos, contra outros Estados ou indivíduos em outros Estados. Para assegurar que os Estados cumprem a sua obrigação de prevenir o terrorismo, o Estado tem de disponibilizar às autoridades responsáveis a necessária formação especializada e assistência técnica e material. Os Estados têm ainda de adotar, conforme o necessário, políticas e programas não punitivos de combate à radicalização e des-radicalização que envolvam o compromisso e o trabalho com os meios de comunicação social, organizações da sociedade civil, líderes da comunidade, autoridades religiosas, mulheres e vítimas do terrorismo, instituições de ensino formal e informal, assim como reformas legislativas, programas de reabilitação de cadeias e a criação de capacidades nacionais, para assegurar a implementação eficaz e a sustentabilidade destas medidas associadas. A obrigação de prevenir o terrorismo tem de ser cumprida em conformidade com as obrigações dos Estados no âmbito do direito internacional humanitário, dos direitos humanos e dos refugiados.

14 PORTUGUÊS Princípios e Diretrizes sobre Direitos Humanos e dos Povos no Combate ao Terrorismo na África 13 Nota Explicativa: Ver Conselho de Segurança das Nações Unidas, Resolução 1373, parágs. 1(a) e 2(a-d); Plano de Atuação da Reunião Intergovernamental de Alto Nível da União Africana sobre a Prevenção e Combate ao Terrorismo na África, Preâmbulo, parág. 4; Convenção da Organização de Unidade Africana sobre a Prevenção e Combate ao Terrorismo, Artigo 22(1); Protocolo da Convenção da OUA sobre a Prevenção e Combate ao Terrorismo, Preâmbulo; Protocolo Relativo à Constituição do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, Artigo 3(f); Assembleia Geral das Nações Unidas, Resolução 60/288: Estratégia Global de Combate ao Terrorismo das Nações Unidas, Seção IV; Conselho de Paz e Segurança, Relatório do Presidente da Comissão sobre Terrorismo e Extremismo Violento na África, 455.ª Reunião ao Nível de Chefes de Estado e de Governo, Nairóbi, Quénia, 2 de setembro de 2014, parágs. 74, 80 e 83. C. Obrigação de Proteger contra o Terrorismo: Os Estados devem, em conformidade com as suas obrigações no âmbito do direito internacional humanitário, dos direitos humanos e dos refugiados, proteger os povos no seu território ou sob a sua jurisdição contra violência ilegal, incluindo atos de terrorismo. Os Estados devem, de igual modo, proteger suspeitos de terrorismo, as suas famílias e associados contra o assédio, outros ataques e a justiça vigilante. Nota Explicativa: Ver Comun. 245/02, Fórum das ONG de Direitos Humanos do Zimbábue v. Zimbábue (maio 2006), parág. 143; Comun. 74/92, Comissão nacional dos direitos do homem e das liberdades v. Chade (outubro 1995), parág. 20; Convenção da Organização de Unidade Africana sobre a Prevenção e Combate ao Terrorismo, Artigo 22(1); Protocolo da Convenção da OUA sobre a Prevenção e Combate ao Terrorismo, Preâmbulo; Protocolo Relativo à Constituição do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, Artigo 3(f); e Assembleia Geral das Nações Unidas, Resolução 60/288: Estratégia Global de Combate ao Terrorismo das Nações Unidas, Seção IV(2). D. Obrigação de Assegurar a Responsabilização: Os Estados devem investigar com eficácia e divulgar publicamente informações sobre abusos de direitos humanos, e submeter à justiça, incluindo mediante acusação, perpetradores de violações dos direitos humanos. Uma ordem de um oficial superior ou de uma autoridade pública não pode ser invocada como justificação ou desculpa legítima para um abuso de direitos humanos. Esta regra aplica-se a abusos de direitos humanos que resultam de atos de terrorismo e de antiterrorismo. Nota Explicativa: Ver Conselho de Segurança das Nações Unidas, Resolução 1373, parág. 2(e); Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos, Artigo 1; Convenção Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, Artigo 2(2); Convenção das Nações Unidas contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Punições Cruéis, Desumanos ou Degradantes, Artigos 2(1), 2(3), e 4(1); Convenção das Nações Unidas para a Proteção de Todas as Pessoas Contra os Desaparecimentos Forçados, Artigo 4 e 6(2); Diretrizes e Medidas para a Proibição e Prevenção da Prática de Tortura e Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes na África, Diretriz 11; Código de Conduta para Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, Artigo 5; Comun. 288/2004, Gabriel Shumba v. República do Zimbábue (maio de 2012), nota 16; Comun. 245/02, Fórum das ONG de Direitos Humanos do Zimbábue v. Zimbábue (maio de 2006), parág. 143; Comun. 74/92, Comissão nacional dos direitos do homem e das liberdades v. Chade (outubro de 1995), parág. 20; e ver também Nota Explicativa do Princípio 12(A), Direito de Acesso à Informação e o Direito à Verdade. E. Obrigação de Proporcionar um Recurso Eficaz: Quando um Estado, ou qualquer outra entidade, viola direitos humanos de uma pessoa, o Estado deve proporcionar um recurso eficaz que esteja disponível e seja eficaz e suficiente. O recurso é considerado disponível se a pessoa puder aplicá-lo sem impedimento, é considerado eficaz se oferecer perspectivas de sucesso e é suficiente se for capaz de corrigir a queixa. Esta regra aplica-se no contexto de abusos de direitos humanos que resultam de atos de terrorismo e de antiterrorismo.

15 14 Princípios e Diretrizes sobre Direitos Humanos e dos Povos no Combate ao Terrorismo na África PORTUGUÊS Nota Explicativa: Ver Carta Africana sobre Direitos Humanos e dos Povos, Artigos 1 e 7(1)(a); Comun. 147/95 e 149/96, Dawda Jawara v. Gâmbia (maio de 2007), parág. 32; Princípios e Diretrizes sobre o Direito a um Julgamento Justo e Assistência Jurídica na África da Comissão Africana sobre Direitos Humanos e dos Povos, Seção C ( Direito a um Recurso Eficaz ); Comitê Contra Tortura, Comentário Geral 3 sobre Implementação do Artigo 14 pelos Estados Partes, parág. 5; Comun. 245/02, Fórum das ONG de Direitos Humanos do Zimbábue v. Zimbábue (maio de 2006), parág. 143; Comun. 74/92, Comissão nacional dos direitos do homem e das liberdades v. Chade (outubro 1995), parág. 20; Nota Explicativa do Princípio 12(A), Direito de Acesso à Informação e o Direito à Verdade. F. Obrigação de Proporcionar Reparação: Os Estados devem proporcionar reparação integral e eficaz às pessoas que tenham sofrido danos físicos ou outros ou que tenham sofrido violações dos seus direitos humanos como consequência de atos de terrorismo praticados em nome da luta contra o terrorismo. A reparação integral e eficaz deverá incluir, quando aplicável e tendo em conta os danos, restituição, compensação, reabilitação, satisfação e garantias de não repetição. Para facilitar esta responsabilidade, os Estados são incentivados a, em conformidade com as normas de direitos humanos regionais e internacionais, constituir um mecanismo de financiamento para compensar as vítimas de atos terroristas. (Ver Princípio 10(D), Definição de Vítima de Terrorismo.) Nota Explicativa: Ver Relatório do Relator Especial sobre a promoção e proteção dos direitos humanos e liberdades fundamentais durante o combate ao terrorismo (Dez áreas de boas práticas no combate ao terrorismo), Martin Scheinin A/HRC/16/51, dezembro de 2010, parág. 25; Comitê Contra a Tortura, Comentário Geral 3 sobre Implementação do Artigo 14 pelos Estados parte; Assembleia Geral das Nações Unidas, Resolução 60/147: Princípios e Diretrizes Básicos sobre o Direito a um Recurso e Reparação para Vítimas de Violações Massivas do Direito Internacional dos Direitos Humanos e Violações Graves do Direito Internacional Humanitário, Seção IX (Reparação pelos danos sofridos), parágs ; Protocolo da Convenção da OUA sobre a Prevenção e Combate ao Terrorismo, Artigo 3(1)(c); e Nota Explicativa do Princípio 12(A), Direito de Acesso à Informação e o Direito à Verdade. G. Proibição de Discriminação: Cada indivíduo deverá ser igual perante a lei e ter direito a proteção igual da lei. Cada indivíduo deverá ter direito ao gozo dos seus direitos humanos e liberdades sem qualquer tipo de distinção prejudicial, incluindo, entre outros, de raça, grupo étnico, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou outro tipo de opinião, origem nacional e social, fortuna, nascimento ou deficiência. Os Estados devem assegurar que as medidas antiterrorismo não atinjam indivíduos com base em critérios discriminatórios. Nota Explicativa: Ver Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos, Artigos 2 e 3; Carta Africana dos Direitos e Bem-estar das Crianças, Artigo 3; Protocolo da Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos sobre os Direitos das Mulheres na África, Artigo 2; Convenção da União Africana para a Proteção e Assistência de Pessoas Deslocadas Internamente na África, Artigo 4(a); Convenção que Regula Aspectos Específicos dos Problemas dos Refugiados na África, Artigo 4; Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, Artigo 4(1); Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, Artigo 2; Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, Artigo 2(2); Convenção das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contras as Mulheres, Artigo 1; e Convenção das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, Artigo 1. Ver também CADHP, Diretrizes sobre as Condições de Detenção, Custódia Policial e Prisão Preventiva na África e Nota Explicativa do Princípio 6(D), Criminalização de Organização/Associação. H. Medidas Especiais: Têm de ser elaboradas medidas especiais para respeitar e proteger os direitos de pessoas com necessidades especiais que sejam afetadas por atividades de terrorismo e antiterrorismo. Essas medidas não devem ser discriminatórias ou aplicadas de uma forma que seja discriminatória. Em particular, os Estados devem assegurar a elaboração de legislação, procedimentos, políticas e práticas destinadas a respeitar e proteger os direitos e o estatuto especial e as necessi-

16 PORTUGUÊS Princípios e Diretrizes sobre Direitos Humanos e dos Povos no Combate ao Terrorismo na África 15 dades distintas de mulheres e crianças que sejam vítimas de terrorismo ou sujeitas a medidas antiterrorismo, incluindo, sem a isso se limitar, buscas e investigações, todas as formas de detenção, julgamentos e determinação das penas. Nota Explicativa: Ver, por analogia, CADHP, Diretrizes sobre as Condições de Detenção, Custódia Policial e Prisão Preventiva na África, Diretriz 30. I. Liberdades Fundamentais: Os Estados não devem usar o combate ao terrorismo como um pretexto para restringir liberdades fundamentais, incluindo a liberdade religiosa e de consciência, expressão, associação, reunião e deslocação, e o direito à privacidade e propriedade com respeito pelo Princípio 1(M), Não Derrogações e Restrições sobre Direitos Humanos e Liberdades. Nota Explicativa: Ver Comun. 266/03, Kevin Mgwanga Gunme et al v. Camarões (2009), parágs. 136 e 138; Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos, Artigos 8, 9, 10(1), 11, 12 e 14; Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, Artigo 17; e Nota Explicativa do Princípio 1(M), Não Derrogações e Restrições sobre Direitos Humanos e Liberdades. J. Independência Judicial: Os Estados devem proteger e garantir a independência dos juízes e dos Tribunais. Nota Explicativa: Ver Carta Africana sobre Direitos Humanos e dos Povos, Artigo 26; Comun. 143/95-150/96, Constitutional Rights Project e Civil Liberties Organisation v. Nigéria (novembro 1999), parágs. 30 e 33; Tribunal de Justiça da África Oriental, James Katabazi e 21 Outros v Secretário-geral da CAO e Outro, 01/2007, novembro de 2007; e Comun. 143/95-150/96, Constitutional Rights Project e Civil Liberties Organisation v. Nigéria (novembro de 1999). K. Princípio da Legalidade: Ninguém pode ser condenado por uma ação ou omissão que não constituía, no momento em que foi cometida, uma infração legalmente punível pela lei nacional ou internacional, tal como definida por disposições legais claras e precisas. Essas infrações têm de ser acessíveis ao público e não podem ser discriminatórias. A pena é pessoal e apenas pode atingir o delinquente relativamente à sua própria conduta. Se, após a prática da infração, entrar em vigor uma disposição legal que imponha uma pena mais leve, o infrator deverá ser beneficiado pela mesma. Nota Explicativa: Ver Carta Africana sobre Direitos Humanos e dos Povos, Artigo 7(2); ao longo da Carta Africana sobre Direitos Humanos e dos Povos, os Estados apenas podem restringir os direitos e liberdades dos indivíduos quando previsto em lei, conforme se estabelece nos Artigos 6, 7, 8, 10, 11, 12 e 14; Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, Artigo 15(1); Comun. 48/90-50/91-52/91-89/93, Amnistia Internacional, Comitê Loosli Bachelard, Comitê de Advogados pelos Direitos Humanos, Associação de Membros da Conferência Episcopal de África Oriental v. Sudão (novembro de 1999), parág. 59; Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas, Comentário Geral 29, parág. 7; Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas, Comentário Geral 27, parág. 13; ECtHR, The Sunday Times v. Reino Unido, 26 de abril de 1979, Petição N.º 6538/74, parág. 49; e Nota Explicativa do Princípio 1(G), Proibição de Discriminação. L. Extraterritorialidade: Os Estados estão vinculados pelas suas obrigações em matéria de direitos humanos na condução de operações de combate ao terrorismo no estrangeiro, incluindo em tempo de conflito armado, durante o qual o direito internacional humanitário também é aplicável. Nota Explicativa: Ver Comun. 227/99, República Democrática do Congo v. Burundi, Ruanda, Uganda (maio 2003), parágs M. Inadmissibilidade de Derrogações e Restrições de Direitos Humanos e Liberdades: A Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos não permite derrogações. Os direitos e liberdades de cada indivíduo deverão ser exercidos com respeito pelos direitos dos outros, a segurança coletiva, a mo-

17 16 Princípios e Diretrizes sobre Direitos Humanos e dos Povos no Combate ao Terrorismo na África PORTUGUÊS ralidade e o interesse comum. Apenas em circunstâncias excecionais podem os Estados restringir determinadas liberdades e direitos humanos. A justificação de qualquer restrição tem de ser prescrita pela lei, estritamente proporcional e absolutamente necessária para satisfazer uma necessidade legítima, conforme o estabelecido na Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos e em conformidade com o direito regional e internacional dos direitos do homem. Uma limitação não pode constranger um direito ao ponto de este, em si mesmo, se tornar uma ilusão. Tem de ser possível contestar a legitimidade de restrições de direitos perante um tribunal. Nota Explicativa: Ver Comun. 74/92, Comissão nacional dos direitos do homem e das liberdades v. Chade (1995), parág. 21; Carta Africana sobre Direitos Humanos e dos Povos, Artigos 5, 6, 10(1), 11, 14, e 27(2); Comun. 140/94, 141/94, 145/95, Constitutional Rights Project, Civil Liberties Organisation and Media Rights Agenda v. Nigéria (1999), parágs ; Comun. 276/03, Centro para o Desenvolvimento dos Direitos das Minoria (Quénia) e Grupo de Direitos das Minorias (em nome de Endorois Welfare Council) v. Quénia (novembro de 2009), parág. 214; e CADHP, Princípios e Diretrizes sobre o Direito a um Julgamento Justo e Assistência Jurídica na África, Seção R ( Cláusula de Inderrogabilidade ). N. Os Princípios e Diretrizes: Estes Princípios e Diretrizes complementam as normas existentes, em particular as Diretrizes e Medidas para a Proibição e Prevenção da Prática de Tortura e Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes na África, as Diretrizes sobre as Condições de Detenção, Custódia Policial e Prisão Preventiva na África, os Princípios e Diretrizes sobre o Direito a um Julgamento Justo e Assistência Jurídica na África e os Princípios Globais sobre Segurança Nacional e o Direito à Informação ( Princípios Globais ou Princípios de Tshwane ). Nadas nos Princípios e Diretrizes deverá ser interpretado no sentido de restringir ou derrogar direitos protegidos pelo direito regional e internacional humanitário, dos direitos humanos e dos refugiados. Se ocorrerem conflitos entre o disposto nos Princípios e Diretrizes e noutras normas de direitos do homem, internacionais e regionais, prevalece a disposição mais protetora.

18 PORTUGUÊS 17 PARTE 2 PRIVAÇÃO ARBITRÁRIA DA VIDA E USO DA FORÇA A. Direito à Vida: A vida humana é inviolável. Cada ser humano terá direito ao respeito pela sua vida e pela integridade da sua pessoa. Ninguém pode ser privado arbitrariamente deste direito. Esta regra aplica-se no contexto de abusos de direitos humanos que resultam de atos de terrorismo e antiterrorismo. Nota Explicativa: Ver Carta Africana sobre Direitos Humanos e dos Povos, Artigo 4; Ato Constitutivo da União Africana, Artigo 4(o); Comun. 245/02, Fórum das ONG de Direitos Humanos do Zimbábue v. Zimbábue (maio de 2006), parág. 143; e Comun. 74/92, Comissão nacional dos direitos do homem e das liberdades v. Chade (outubro de 1995), parág. 20. B. Uso de Força Letal e Não Letal: O uso da força deverá ser estritamente regulado segundo o direito nacional e em conformidade com as normas internacionais. As autoridades públicas não podem usar a força além do estritamente necessário e apenas na medida do que for necessário para o cumprimento das suas funções. O uso da força letal deverá ser encarado como uma medida extrema. A força letal apenas deverá ser usada em situações de defesa própria ou defesa de outros contra a ameaça iminente de morte ou lesão grave, para impedir a perpetração de um crime particularmente grave que envolva ameaça séria à vida, para prender uma pessoa que se revele perigosa e resista à autoridade, ou para evitar a sua fuga, e apenas quando meios menos extremos sejam insuficientes para atingir estes objetivos. Em qualquer caso, o uso intencional de força letal apenas pode ser feito quando for inevitável para proteger a vida. Quando é usada força não letal, esta também tem de ser necessária e proporcional à ameaça, de modo a que a força seja usada na sua forma menos prejudicial e nunca com fins punitivos. O direito internacional dos direitos humanos proíbe assassinatos seletivos e execuções extrajudiciais, sumárias ou arbitrárias. Relativamente ao uso de força letal e não letal, os Estados devem, em particular, ter em conta o seguinte: (i) Planejamento e Preparação: As operações antiterrorismo devem ser rigorosamente adaptadas e estritamente proporcionadas à intenção de proteger as pessoas contra a violência e ser planejadas e controladas pelas autoridades de modo a minimizar, o mais amplamente possível, o recurso à força letal ou não letal, conforme o exigido pelo referido princípio sobre Uso de Força Letal e Não Letal. (ii) Obrigação de Reportar, Investigar e Processar: Sempre que o uso da força provocar ferimentos ou morte, os responsáveis deverão comunicar de imediato o incidente às autoridades competentes. Nas situações em que o uso da força possa resultar uma violação de direitos humanos,

19 18 Princípios e Diretrizes sobre Direitos Humanos e dos Povos no Combate ao Terrorismo na África PORTUGUÊS os Estados têm a responsabilidade de agir em conformidade com o Princípio 1(D), Obrigação de Assegurar a Responsabilização; Princípio 1(E), Obrigação de Proporcionar um Recurso Eficaz; e Princípio 1(F), Obrigação de Proporcionar Reparação. (iii) Assistência Médica: Os Estados deverão assegurar que seja facultada assistência e sejam prestados cuidados médicos com a maior brevidade possível a quaisquer pessoas feridas ou afetadas. Os Estados deverão assegurar ainda que os familiares ou amigos próximos das pessoas feridas ou afetadas sejam avisadas com a maior brevidade possível. Nota Explicativa ao Uso de Força Letal e Não Letal: Ver CADHP, Diretrizes sobre as Condições de Detenção, Custódia Policial e Prisão Preventiva na África, Diretriz 3(c)(iii); Comun. 266/03, Kevin Mgwanga Gunme et al v. Camarões (2009), parágs. 136 e 138; Código de Conduta para Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, Artigo 3; Princípios Básicos das Nações Unidas sobre a Utilização da Força e de Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, Artigos 5(a-b) e 9; Comun. 288/2004, Gabriel Shumba v. República do Zimbábue (maio de 2012), nota 16; Código de Conduta para Autoridades Policiais adotado pela Organização Regional dos Chefes de Polícia da África Austral (SARPCCO), Artigo 3; Relatório do Relator Especial sobre execuções extrajudiciais, sumárias ou arbitrárias (Estudo sobre assassinatos seletivos), Philip Alston, A/ HRC/14/24/Add.6, 28 de maio de 2010, parágs. 10 e 32-33; CADHP, Resolução 227: sobre a prorrogação do mandato do Grupo de Trabalho sobre a Pena de Morte na África; Comun. 54/91-61/91-96/93-98/93-164/97_196/97-210/98, Malawi African Association, Amnistia Internacional, Ms Sarr Diop, Union interafricaine des droits de l Homme e RADDHO, Collectif des veuves et ayants-droit, Association mauritanienne des droits de l Homme v. Mauritânia (2000), parág. 120; e Nota Explicativa do Princípio 3(D)(i), Proibição de Tortura e Princípio 3(D)(ii), Proibição de Desaparecimentos. Nota Explicativa de Planejamento e Preparação: Ver ECtHR, McCann v Reino Unido, 27 de setembro de 1995, Petição N.º 18984/91, parág. 193; Princípios Básicos das Nações Unidas sobre a Utilização da Força e de Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, Artigo 10; e Comun. 288/2004, Gabriel Shumba v. República do Zimbábue (maio de 2012), nota 16. Nota Explicativa para Reportar, Investigar e Processar: Ver Princípios Básicos das Nações Unidas sobre a Utilização da Força e de Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, Artigo 6; comentário ao Código de Conduta para Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, Artigo 3; Comun. 288/2004, Gabriel Shumba v. República do Zimbábue (maio de 2012), nota 16; e Nota Explicativa do Princípio 1(D), Obrigação de Assegurar Responsabilização, Princípio 1(E), Obrigação de Proporcionar um Recurso Eficaz, e Princípio 1(F), Obrigação de Proporcionar Reparação. Nota Explicativa de Assistência Médica: Ver Carta Africana sobre Direitos Humanos e dos Povos, Artigo 16; Comun. 250/02, Liesbeth Zegveld e Mussie Ephrem v. Eritreia (novembro 2003), parág. 55; CADHP, Diretrizes e Medidas para a Proibição e Prevenção da Prática de Tortura e Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes na África, Diretriz 31; CADHP, Princípios e Diretrizes sobre o Direito a um Julgamento Justo e Assistência Jurídica na África, Seção M(2)(e) ( Direitos Quando da Prisão ); Princípios Básicos das Nações Unidas sobre a Utilização da Força e de Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, Artigo 5 (c-d); Código de Conduta para Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, Artigo 6; Comun. 288/2004, Gabriel Shumba v. República do Zimbábue (maio de 2012), nota 16; e Código de Conduta para Autoridades Policiais adotado pela Organização Regional dos Chefes de Polícia da África Austral (SARPCCO), Artigo 5.

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