EDUCAÇÃO AMBIENTAL USANDO UM CÓRREGO COMO LABORATÓRIO

Transcrição

1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL USANDO UM CÓRREGO COMO LABORATÓRIO Milena Rossetti (1) Biomédica, Especialista em acupuntura clínica. Técnica Química da Comusa - Serviços de Água e Esgoto de Novo Hamburgo/RS. Atua na Coordenação Socioambiental da empresa, onde desenvolve diversos trabalhos e na área de educação socioambiental, ministrando cursos e palestras em instituições públicas e privadas. Atua também como técnica no tratamento de água e esgoto. Celso Palma Técnico em Tratamento de Água e Esgoto da Comusa Serviços de Água e Esgoto de Novo Hamburgo/RS. Endereço (1) : Av. Cel Travassos, nº287 Bairro Rondônia Novo Hamburgo - RS - CEP: Brasil - Tel: +55 (51) mrossetti@comusa.rs.gov.br. RESUMO O ser humano surgiu como parte da natureza, ou seja, parte de um conjunto de seres vivos e não vivos que compõe o planeta Terra, os quais se relacionam em um equilíbrio dinâmico, influenciando e sofrendo influencia entre si. Com o passar do tempo, através dos avanços no conhecimento e da dominação da natureza pelo homem, a humanidade foi deixando de se sentir parte integrante do todo, não percebendo mais as relações de equilíbrio com os outros seres do planeta. Nesse contexto, o desafio é formular uma educação ambiental que seja crítica e inovadora. Com esse propósito, apostamos na educação ambiental através do método de construção do conhecimento, usando o Arroio Peri, córrego da cidade de Novo Hamburgo/RS, como forma de laboratório de estudos para alunos do ensino fundamental. Estes foram reunidos no turno inverso de suas aulas, totalizando 16 encontros, de aulas teóricas, práticas e saídas de campo, visando conhecer o referido córrego, mapeando sua fauna e flora. Os alunos participantes aprenderam a importância de preservar a natureza, criando uma preocupada com os descartes indevidos dos resíduos sólidos nos córregos, o que leva a contaminação da água. O estudo gerou nos alunos uma forma de vida mais ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 1

2 consciente e voltada para a preservação e cuidados com o meio ambiente em que estão inseridos. Palavras-chave: Educação ambiental, córrego, meio ambiente, preservação, água, Arroio Peri. INTRODUÇÃO/OBJETIVOS O ser humano surgiu como parte da natureza, ou seja, parte de um conjunto de seres vivos e não vivos que compõe o planeta Terra, os quais se relacionam em um equilíbrio dinâmico, influenciando e sofrendo influencia entre si. O ser ancestral baseava sua sobrevivência em grupos na capacidade de suporte dos recursos naturais, habitava cavernas e conservava uma relação de equilíbrio com a natureza. Com o passar do tempo, através dos avanços no conhecimento e da dominação da natureza pelo homem, a humanidade foi deixando de se sentir parte integrante do todo, adquirindo uma consciência cada vez mais individualista, se afastando do meio natural. Na atualidade, o ser humano não percebe mais as relações de equilíbrio com os outros seres do planeta. Age de forma totalmente desarmônica, causando grandes desequilíbrios ambientais. A Natureza passou a ser vista apenas como um tema do campo da Biologia, explicada pelas teorias dessa ciência e da Ecologia. Embora a sociedade de hoje aparente perceber os problemas ambientais, a maioria das pessoas não conhece as origens, conseqüências e formas de enfrentamento desses problemas. Não tendo massa crítica sobre o assunto, a sociedade não percebe os impactos ambientais e sociais a que está submetida e reproduz idéias distorcidas dos mesmos (FERNANDES et al, 2005). No contesto atual, em que mais da metade da população mundial vive nas cidades e já não tem mais uma convivência face a face com a natureza, a necessidade de uma educação ambiental renovadora e libertadora torna-se imprescindível, pois a educação formadora de sujeitos para a competitividade da vida tende a deixá-lo sem consciência das conseqüências ecológicas dos seus atos. O desafio é formular uma educação ambiental que seja crítica e inovadora. O seu enfoque deve buscar uma perspectiva holística de ação, que relaciona o homem, a natureza e o universo, levando em conta que os recursos naturais se esgotam e que o principal ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 2

3 responsável pela sua degradação é o homem. Seria ótimo viver em uma sociedade que assumisse a importância da natureza para sua sobrevivência e qualidade de vida. O objetivo principal desse projeto foi desenvolver uma educação ambiental através do método de construção do conhecimento da realidade da comunidade, percebendo o ambiente que está inserida, aprendendo a proteger e cuidar do mesmo. Para atingir esse propósito, usamos o Arroio Peri (córrego) como forma de laboratório de estudos para alunos do ensino fundamental de uma escola pública. O Arroio Peri é um marco geopolítico, uma vez que se situa na divisa entre as cidades de Campo Bom e Novo Hamburgo, pertencente à microbacia do Arroio Pampa, local de sua foz. O Arroio Pampa tem como foz o Rio dos Sinos, cuja bacia está localizada a noroeste do estado do Rio Grande do Sul, entre os paralelos 29 e 30 sul. Integrante da bacia do Rio Jacuí que, por sua vez, faz parte da bacia do Guaíba. A bacia do Rio dos Sinos possui uma extensão de 190 km, uma superfície aproximada de 3691 km², englobando 32 municípios, muitos caracterizados por alta densidade populacional e atividades industriais de grande porte (SOUZA, 2008). Conforme dados do IBGE 2014, o município de Novo Hamburgo, o qual tem uma área de unidade territorial de 223,821 km², possui uma população estimada de habitantes e; o município de Campo Bom, cuja área da unidade territorial é de 60,510km², tem uma população estimada de habitantes. O projeto foi proposto e coordenado pela Universidade Feevale, através do curso de graduação em Ciências Biológicas e para sua execução contou com a parceria da Comusa e uma escola de ensino fundamental de Campo Bom. METODOLOGIA O local de escolha para nosso estudo foi o Arroio Peri, córrego pertencente à microbacia do Arroio Pampa. O Arroio Pampa é um dos córregos mais poluídos da Cidade de Novo Hamburgo, sendo classificação como classe IV na Resolução CONAMA 357 (Brasil, 2005), a qual define como cinco as classes possíveis para águas doces superficiais, tendo como critérios para esta classificação parâmetros máximos permitidos para cada classe, bem como o Rio dos Sinos que apresenta a mesma classificação. As classificações das águas e seus usos se encontram descritas na Tabela 1. ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 3

4 Tabela 1: Classes e seus usos preponderantes segundo Resolução CONAMA 357/2005. Classificação Classe especial Classe I Classe II Classe III Classe IV Usos Abastecimento para consumo humano, com desinfecção; preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação e proteção integral. Abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado; proteção das comunidades aquáticas; recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA nº 274, de 2000; irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película; proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas. Abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional; proteção das comunidades aquáticas; recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA n 274, de 2000; irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; aqüicultura e à atividade de pesca. Abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado; irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; pesca amadora; recreação de contato secundário e dessedentação de animais. Navegação; harmonia paisagística. O público-alvo do estudo consistiu em um grupo de alunos do 7º ano do ensino fundamental da cidade de Campo Bom/RS, que estuda nas imediações do Arroio Peri, os quais já vinham desenvolvendo estudos no referido córrego. Os alunos foram reunidos no turno inverso de suas aulas, totalizando 16 encontros, e a educação ambiental foi promovida via aulas teóricas, aulas práticas e saídas de campo, visando conhecer o córrego local, mapeando a fauna e flora do mesmo. Para cumprir com o objetivo de construção do conhecimento, as aulas foram ministradas por graduandos dos cursos de Ciências Biológicas e Biomedicina da Universidade Feevale, supervisionadas por professores biólogos da Feevale, responsáveis pelo projeto, e por servidores da Comusa. ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 4

5 As aulas foram organizadas de modo a fornecer aos alunos as informações teóricas necessárias e instruções para a atividade de saída de campo, como: sobre o tipo de material utilizado como amostra de vegetação e de animais (fauna e flora local), a forma de coleta, de armazenamento, de transporte e de identificação dos mesmos. Foram realizadas quatro saídas de campo para a coleta de amostras para posterior identificação da fauna e flora e uma para coleta de amostras de água. Grande quantidade de resíduos sólidos foi encontrada nas margens e no leito de Arroio Peri, o que gerou curiosidade nos alunos sobre o correto destino desses resíduos e se eles estariam interferindo na qualidade daquela água. Para suprir a demanda surgida durante nosso processo de aprendizagem, conseguimos uma parceria com a cooperativa de catadores do município de Novo Hamburgo que, através de uma palestra nas dependências da escola, orientaram sobre a correta denominação, separação e destinação dos resíduos sólidos. Outros sete encontros foram realizados para a identificação e catalogação das amostras encontradas e deu-se início a confecção do atlas da fauna e flora do Arroio Peri. Realizamos coleta de amostras de água em três pontos com a finalidade de analisarmos alguns parâmetros e compará-los com o propósito de verificar a provável interferência da ação do homem sobre a qualidade da água desse córrego. As amostras de água foram coletadas nos seguintes locais: na cachoeira da nascente, na foz e ponto próximo a escola. As amostras coletadas foram analisadas no laboratório da Comusa, com exceção da análise de oxigênio dissolvido e temperatura, as quais foram realizadas no local da coleta, com o auxilio de equipamento portátil (Oxímetro Hach HQ30d). Os demais parâmetros analisados e suas metodologias e/ou equipamentos de análise foram: ph (phmetro Digimed DM2), condutividade (condutivímetro com eletrodo Digimed DM-32), cor (colorímetro Digimed DM- Cor), turbidez (turbidímetro Hanna HI98703), Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO (respirométrico), Demanda Química de Oxigênio - DQO (Digestão de refluxo fechado), oxigênio consumido em meio ácido (permanganometria), coliformes totais e E. coli (substrato cromogênico ONPG-MUG). RESULTADOS Nas saídas de campo, foram coletados galhos, folhas, fungos, fotografados e/ou filmados alguns exemplares de árvores nativas e animais presentes no local. Foram realizadas, também, gravações de cantos de pássaros. Todo material coletado foi posteriormente identificado com auxilio de atlas de fauna e flora, dos professores, dos graduandos e dos servidores da Comusa. ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 5

6 Com base nos materiais coletados e analisados, constatamos que a fauna e flora próximas à nascente encontram-se preservadas, com mata ciliar adequada e condições da qualidade da água normais. No decorrer do percurso a degradação do córrego foi constatada com a diminuição da mata ciliar, por vezes ausência, e substituição da mesma por residências que ficam as margens do córrego, despejando seus esgotos diretamente nele. Os alunos também verificaram que o esgoto cloacal e pluvial da população local é canalizado para dentro desse córrego e que isso interfere na qualidade da água do mesmo. Com a palestra ministrada pela cooperativa de catadores, os alunos aprenderam a importância da destinação correta dos resíduos sólidos e como o descarte incorreto destes influencia na qualidade da água do córrego e consequentemente na qualidade da água do Rio dos Sinos que abastece a cidade. Verificamos que grande parte do Arroio Peri passa por propriedades particulares, o que gerou a necessidade de contato com os proprietários para que pudéssemos dar sequência à pesquisa. Também constatamos que o córrego em questão não se forma de uma única nascente e sim de várias. Uma dessas dá origem a uma cascata, a qual foi utilizada como ponto de coleta de amostra de água. No dia da coleta a cascata se constituía de apenas um filete de água devido à estiagem. Os resultados encontrados na nascente do córrego sugerem uma classificação como Classe I, de acordo como o CONAMA 357/2005. Podemos constatar uma preservação na qualidade da água do Arroio Peri na sua nascente. Os resultados de E.Coli e de Oxigênio dissolvido encontrados no ponto 2, sugerem uma contaminação por esgoto cloacal entre o ponto 1 (nascente) e ponto 2 (Próximo escola). Os resultados de condutividade e Oxigênio dissolvido no ponto 3 sugerem uma contaminação por resíduos inorgânicos industriais entre o ponto 2 e 3 (foz). Tabela 1: análises físico-químicas e microbiológicas do Arroio Peri realizadas no dia 20/11/ Ponto próximo 1 Nascente Ponto de coleta: a escola 3 - Foz Temperatura do Líquido ( C) 20,1 22,2 24,1 ph 8,21 7,41 7,67 Oxigênio Dissolvido (mg.l -1 O 2 ) 8,88 1,58 2,04 Condutividade (ms.cm -1 ) Cor (UH) Turbidez (UT) 6,5 23,3 10,5 ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 6

7 DBO (mg.l -1 DBO) DQO (mg. L -1 O 2 ) < Matéria Orgânica (mg.l -1 O 2 ) Coliformes Totais (NMP. 100mL -1 ) E. Coli (NMP.100mL -1 ) < Devido à quantidade de resíduos existentes e ao assoreamento no córrego, os alagamentos são freqüentes na região. Constatando isso, os alunos desenvolveram um trabalho que consistiu em um aviso de cheias. Esse trabalho foi apresentado em feiras de iniciação científicas do município, recebendo premiação de destaque na II FEMICITEC (Feira Municipal de Iniciação Científica e Tecnologia) e de primeiro lugar na Mostratec Junior (Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia) e no Rio dos Sinos é Nosso (Projeto do Grupo Sinos Jornais da região). DISCUSSÃO No decorrer do projeto constatamos um significativo avanço nos conhecimentos relacionados à biologia e ao meio ambiente local por parte dos alunos através de atividades de identificação da flora e da fauna no entorno do Arroio Peri. Os mesmo passaram a adotar atitudes mais voltadas e preocupadas com as questões ambientais e sua preservação. Os avanços nos conhecimentos adquiridos pelos alunos vão ao encontro dos resultados obtidos nos LIAUs (Laboratórios de Inteligência do Ambiente Urbano), desenvolvidos pelo Dr. Prof. Rualdo Menegat (Coordenador do Atlas ambiental de Porto Alegre/RS), os quais se fundamentam na necessidade de se conhecer o lugar, uma vez que a cidade de hoje não nos permite observar a paisagem e com ela estabelecer relações de construção de conhecimento como acontecia com as cidades antigas. Também vão de encontro ao que sugere Fernandes (2003), de que a percepção ambiental pode ser definida com a tomada de consciência do ambiente pelo homem, através da qual cada indivíduo percebe, reage e responde diferentemente às ações sobre o ambiente em que vive. Desta forma a percepção do meio ambiente é de fundamental importância para que possamos compreender melhor as interrelações entre o homem e o ambiente. A não observação de peixes, a falta de mata ciliar e os resultados das análises de água nos pontos 2 e 3 vão de encontro ao que diz Cotta ET. AL, 2006, o crescimento industrial ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 7

8 desordenado gera a liberação de compostos indesejáveis ao meio ambiente, causando danos à flora e a fauna. Esses achados juntamente com as observações de despejos de esgoto doméstico e pluvial in natura no córrego, ou seja, sem prévio tratamento, concordam com os estudos de Cunha et AL (2005) os quais afirmam que um forte componente no aumento da poluição orgânica de origem antrópica em cursos de água localizados em grandes centros urbanos é a contaminação de suas águas por esgoto doméstico. Nossa proposta de educação ambiental através do ato de conhecer a realidade do córrego, suas características naturais e os danos que a ação humana tem causado no mesmo, vão de encontro à definição de percepção ambiental de Forggiato, que a define como sendo o ato de perceber o ambiente em que está inserido, aprendendo a cuidar e proteger o mesmo. CONCLUSÃO No decorrer do processo de construção do conhecimento do ambiente local, os alunos aprenderam a importância de preservar a natureza. Os mesmos constataram que a erosão, assoreamento e a mata ciliar degradada só ocorrem onde há interferência humana e que, a canalização do esgoto cloacal para o córrego, sem o devido tratamento, contribui para sua degradação. Apontamos como uma conquista significativa o envolvimento dos alunos que, a partir das saídas de campo se motivaram a aprender mais sobre o Arroio Peri, buscaram auxilio em livros e atlas para o desenvolvimento de conhecimentos relacionados ao meio ambiente e a natureza do local. Os alunos entenderam a importância da separação e destinação correta dos resíduos sólidos, o que gerou preocupação com os descartes indevidos desses materiais nos córregos, o que leva a contaminação da água. Acreditamos que a educação ambiental, através do método de construção do conhecimento da realidade, gerou nos alunos uma forma de vida mais consciente e voltada para a preservação e cuidados com o meio ambiente em que estão inseridos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FERNANDES, R. S., SOUZA, V. J., PELISSARI, V. B., FFERNANDES, S.T. Uso da percepção ambiental como instrumento de gestão em aplicações ligadas às áreas educacional, social e ambiental. Rede Brasileira de Centros de Educação Ambiental. Rede CEAS. ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 8

9 FREIRE, PAULO. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 42ª Ed. São Paulo: Cortez, GUIMARÃES, MAURO. Educação Ambiental: no consenso um embate. 5ª ED. Campinas, SP. Editora Papiros, 99 páginas, OSÓRIO, ANDREA KETZER. O Laboratório de Inteligência do Ambiente Urbano (LIAU): uma estratégia da Rede Municipal de Educação de Porto Alegre que aproxima Geografia e Educação Ambiental. Dissertação de mestrado Programa de Pósgraduação em Geografia, UFRGS. Porto Alegre, 2013.b BRASIL Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente: Resolução 357, de 17 de março de Brasília, Ministério do Meio Ambiente, p ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 9