ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM GESTÃO E COORDENAÇÃO DE ENSINO: UM OLHAR FORMATIVO NA LICENCIATURA

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1 ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM GESTÃO E COORDENAÇÃO DE ENSINO: UM OLHAR FORMATIVO NA LICENCIATURA Resumo Marielly Barbosa Silva Mota 1 - UEFS Kamila Souza dos Reis 2 - UEFS Grupo de Trabalho - Práticas e Estágios nas Licenciaturas Agência Financiadora: não contou com financiamento Atualmente compor a equipe gestora escolar não se concretiza como uma atividade simplificada. Ser um gestor ou coordenador pedagógico significa estar atento principalmente às inúmeras dificuldades que advém no cotidiano escolar e atrelado a elas, os desenganos da profissão que muitos carregam consigo. A efetivação do papel de um profissional dado tanto à gestão escolar quanto a coordenação pedagógica está caracterizada por um perfil multifacetado de distintas categorias, sendo elas: burocrática, disciplinar, pedagógica, administrativa, financeira e etc. O presente trabalho emergiu de experiências vivenciadas no período do 5º semestre a partir de discussões realizadas no componente curricular, EDU Estágio Supervisionado em Gestão e Coordenação de Ensino, do curso de Licenciatura em Pedagogia, na Universidade Estadual de Feira de Santana. Experiência esta caracterizada como observação, admitindo a aproximação ao espaço escolar no que compete à ementa da disciplina, tendo como aporte teórico Bianchi, Alvarenga e Bianchi (2002), Freire (1982), Vasconcellos (2006), Placco (2003), Placco e Almeida (2003), Orsolon (2001), Libâneo (2004) e Nóvoa (2001). A pesquisa foi realizada numa escola pública deste mesmo município, tendo como objetivo analisar a importância do estágio supervisionado e a observação do cotidiano do coordenador pedagógico identificando e caracterizando a natureza do trabalho desenvolvido por este profissional. Concluímos este trabalho com a convicção de que esta observação nos ajudou a interpretar e abarcar as especificidades e contradições encontradas no cenário da coordenação pedagógica, bem como compreender ainda que de forma sucinta as relações interpessoais que abarcam os sujeitos envolvidos à equipe gestora no contexto educacional. Palavras-chave: Estágio supervisionado. Coordenador pedagógico. Observação. 1 Graduanda em Licenciatura em Pedagogia na Universidade Estadual de Feira de Santana BA. Membro do Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento Humano e Processos Educativos DEHPE. Bolsista do Programa de Iniciação Científica PIBIC/CNPQ. mariellymota@hotmail.com.br 2 Graduanda em Licenciatura em Pedagogia na Universidade Estadual de Feira de Santana BA. kamila.reisfsa@gmail.com ISSN

2 10327 Introdução A disciplina Estágio Supervisionado em Gestão e Coordenação de Ensino, em sua ementa objetiva propiciar articulação entre os saberes acadêmicos e os saberes da prática entrelaçados com a reflexão sobre as formas de organização da escola e a compreensão da dinâmica de atuação do gestor e do coordenador como principais articuladores do trabalho coletivo, bem como se constitui ainda como uma das competências desta disciplina a problematização das práticas desenvolvidas pela gestão e coordenação de ensino e por fim permite o registro da experiência e avaliação compartilhada. Este dimensionamento nos oportuniza o contato direto com os sujeitos que devem ser investigados e com o local ao qual pretendemos desenvolver nosso trabalho. Dessa forma este trabalho foi estruturado a partir de aulas expositivas, estudos e discussões realizadas no decorrer da componente curricular Estágio Supervisionado em Gestão e Coordenação do Ensino, do 5º semestre do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Estadual de Feira de Santana- BA. O presente trabalho tem por objetivo identificar e caracterizar a natureza do trabalho do coordenador pedagógico por meio da articulação entre o referencial teórico e o diálogo com os profissionais conhecendo o cotidiano de profissionais que desempenham papéis estratégicos na gestão de instituições educacionais, a fim de observar a prática pedagógica exercida na escola escolhida. A confecção do mesmo se orientou por dois caminhos: um teórico e outro prático. No aspecto teórico contêm conceitos e definições que correspondem aos fundamentos da prática pedagógica, ferramentas essenciais para a produção do nosso conhecimento como estudante futuro profissional do campo da educação. No aspecto prático, destaca-se o trabalho de campo e a integração das informações, a fim de facilitar a leitura e a compreensão do assunto estudado, com a correspondência entre os dispositivos e a observação enquanto espaço escolar. O processo de pesquisa realizou-se no semestre letivo de e foi dividido em três momentos: o primeiro concretizou-se através do contato inicial com a instituição de ensino, partindo deste ponto a visita e apresentação da proposta de trabalho a equipe gestora; o segundo momento ocorreu através da observação participativa no âmbito da gestão e da coordenação, quando foi possível realizar questionamentos, indagações, reflexões e proposições; o terceiro, caracterizado pela elaboração e aplicação de projeto de intervenção, a

3 10328 fim de auxiliar e contribuir de forma significativa no que diz respeito ao objetivo pretendido. Momentos estes que conjuntamente corroboraram para coleta, sistematização de dados e produção textual. Este trabalho se constitui em descrever e analisar a importância do estágio supervisionado e a observação do cotidiano do coordenador pedagógico. Almeja ainda compreender como se tem caracterizado o papel do coordenador pedagógico na teoria e como tem funcionado esta ação na prática, da instituição observada, a fim de viabilizar possibilidades de uma ação/prática pedagógica, que seja capaz de minimizar as dificuldades encontradas e que também esta mesma prática possa assegurar o sucesso do trabalho conjunto de uma equipe gestora no âmbito educacional. Estágio Supervisionado: uma experiência formativa O estágio supervisionado como componente curricular visa superar a tradicional visão redutora de prática instrumental, ampliando-a para espaço de aprendizagem da profissão na formação inicial e atividade de pesquisa. A lei de 25 de setembro de 2008 (BRASIL, 2008) em seu Artigo 1º, dispõe sobre o estágio de estudantes, definindo-o como: Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos. A resolução CNE/CP Nº 1, de 15 de maio de 2006 (BRASIL, 2006) que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, faz menção ao dimensionamento do estágio curricular em seu Artigo 8º: IV - estágio curricular a ser realizado, ao longo do curso, de modo a assegurar aos graduandos experiência de exercício profissional, em ambientes escolares e nãoescolares que ampliem e fortaleçam atitudes éticas, conhecimentos e competências: a) na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, prioritariamente; b) nas disciplinas pedagógicas dos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal; c) na Educação Profissional na área de serviços e de apoio escolar; d) na Educação de Jovens e Adultos; e) na participação em atividades da gestão de processos educativos, no planejamento, implementação, coordenação, acompanhamento e avaliação de atividades e projetos educativos; f) em reuniões de formação pedagógica.

4 10329 O componente curricular EDU-511, Estágio Supervisionado em Gestão e Coordenação do Ensino trata-se de um requisito obrigatório para a obtenção do grau de Licenciado(a) em Pedagogia, devendo então, ser cumprido pelos alunos que estão regularmente matriculados no curso da Universidade Estadual de Feira de Santana. Nada mais é do que um instrumento empregado para consentir ao futuro(a) pedagogo(a) a possibilidade de melhor conhecer a organização e funcionamento da escola na sua prática cotidiana, através do contato com a ação dos atores envolvidos em sua dinâmica, bem como sua relação com as demais agências educativas e sociais. Esta atividade tem um caráter complexo e fundamental, por tal motivo o estágio sempre acontecerá sob a orientação do professor do componente curricular e com a colaboração dos profissionais do campo de estágio, o que possibilita uma ação conjunta educacional. O estágio supervisionado em gestão e coordenação é a oportunidade do aluno conhecer, vivenciar e contribuir, junto à equipe gestora, para a identificação das problemáticas existentes na escola e discussão dos mecanismos de superação dessas dificuldades, fortalecendo a confiança e a participação no ambiente escolar. Para Bianchi, Alvarenga e Bianchi (2002, p. 16) o estagio é um período de estudos práticos para a aprendizagem e experiência e envolve ainda, supervisão, revisão, correção e exame cuidadosos. Para a autora a atividade de estagio é útil e vital ao futuro profissional, além de proporcionar uma melhoria no processo ensino e aprendizagem. É possível constatar a importância que o estágio supervisionado exerce na construção e formação de discentes para a docência, uma vez que o estágio ocupa um espaço de aprendizagem com trocas mútuas, diálogo e contextualização de saberes, permite-nos fazer uma leitura da prática através do olhar participativo e atuante ao campo de estudo. A polissemia do papel de coordenador pedagógico Atualmente função principal que se tem atribuído ao coordenador pedagógico é o de mobilizar os diferentes saberes dos profissionais que atuam na escola para levar os alunos ao aprendizado, ou seja, estabelecer um movimento de correlação entre saberes e práticas efetivada. Esta é uma visão que Paulo Freire (1982) defende ao descrever que o coordenador pedagógico é, primeiramente, um educador e como tal deve estar atento ao pedagógico das relações de aprendizagem no interior da escola. Ele leva os professores a ressignificarem suas práticas, resgatando a autonomia docente sem, se desconsiderar a importância do trabalho coletivo.

5 10330 Segundo Vasconcellos (2006) essa práxis é formada pelas seguintes dimensões: reflexiva ao auxiliar na compreensão dos processos de aprendizagem; organizativa ao articular o trabalho dos diversos atores escolares; conectiva por possibilitar interrelação entre os professores, gestores, funcionários, pais e alunos; interventiva quando modifica algumas práticas arraigadas que não traduzem mais o ideal de escola e por fim, avaliativa, ao estabelecer a necessidade de repensar o processo educativo em busca de melhorias. O coordenador pedagógico constitui-se de um artefato basilar no espaço educacional, pois é capaz de promover a integração de todos os que estão submersos no processo ensinoaprendizagem, constituindo e estabelecendo as relações interpessoais de forma proveitosa em seu cotidiano. Segundo Placco (2003), refletir sobre esse cotidiano, questioná-lo e equacionálo pode ser um importante movimento para que o coordenador pedagógico o transforme e faça avançar sua ação e a dos demais educadores da escola. O coordenador pedagógico apresenta um papel ativo bem como essencial na valorização da formação do professor, pois demonstra certas habilidades que são capazes de lidar com as diferenças advindas, incluindo como um de seus objetivos a efetiva colaboração na construção de uma educação de qualidade. O papel do coordenador pedagógico está para além, das funções pedagógicas. Ele precisa se apropriar de práticas, metodologias e ações que visem cooperar para o fortalecimento das relações que circundam a escola. Para assumir esta função, é cogente estar disposto aos enfrentamentos de problemas cotidianos assim como preceder a tarefa de resolver os conflitos no espaço interno da instituição escolar, tais como os de ordem burocrática, disciplinar e organizacional. As autoras Vera Placco e Laurinda Almeida, na obra O Coordenador Pedagógico e o cotidiano da escola, publicada em 2003, inferem sobre a importância do papel do coordenador e de sua funcionalidade: Urge também que o (a) coordenador (a) pedagógico educacional comprometa os educadores da escola- professores e funcionários- nos processos de análise e diagnóstico da realidade escolar, assim como no planejamento e na proposição de projetos para atender ás necessidades diagnosticadas e aos objetivos da escola, de modo que o objetivo político-pedagógico proponha ações de importância em torno das quais todos se empenhem (PLACCO; ALMEIDA, 2003, p. 52). A necessidade da existência de um coordenador pedagógico na escola torna-se imprescindível, uma vez que esse sujeito pode promover significativas transformações e expressivas mudanças, pois seu papel contribui de maneira singular para a formação

6 10331 e informação dos docentes. O coordenador é capaz de tornar o espaço escolar dinâmico e reflexivo, desta maneira permite-se a superação de obstáculos, socialização de experiências e fortalecimento das relações interpessoais. Orsolon (2001) destaca que as mudanças, provocadas pelos coordenadores devem ser importantes para toda a comunidade escolar, de maneira que as concordâncias e discordâncias, as resistências e as inovações propostas se constituam num efetivo exercício de democracia que possam transformar a escola. Portanto, a ação do coordenador será a de um agente transformador na medida em que transformar a si mesmo poderá, por conseqüência, transformar à realidade de maneira dinâmica, crítica e simultânea produzindo assim a compreensão do fenômeno educativo. Dito de outra forma é perceptível o exercício nas funções formadora, articuladora e transformadora desse profissional no ambiente escolar. Seu papel é fundamental para a formação dos docentes envolvidos no processo educacional e para todos os demais integrantes de uma instituição escolar sejam alunos, pais e funcionários. Corroborando para este entendimento Libâneo (2004) compreende que o coordenador pedagógico é aquele que responde pela viabilização, integração e articulação do trabalho pedagógico, estando diretamente relacionado com os professores, alunos e pais. O coordenador pedagógico tem que estar e ir além do conhecimento teórico, pois para acompanhar o trabalho pedagógico e estimular os sujeitos integrantes do espaço educacional é conciso se ater a percepção e sensibilidade para identificar as necessidades sobrevindas aos alunos e professores, tendo que se manter sempre atualizado, buscando fontes de informação e refletindo sobre sua prática. Assim podemos nos amparar nos ditos de Nóvoa (2001, p.36), a experiência não é nem formadora nem produtora. É a reflexão sobre a experiência que pode provocar a produção do saber e a formação. É indispensável destacar que o trabalho deve acontecer com a coparticipação de todos, assim o coordenador deve estar preparado para mudanças e sempre pronto a motivar sua equipe. Dentro das diversas atribuições está o ato de acompanhar o trabalho docente, sendo responsável pelas relações estabelecidas entre os envolvidos na comunidade educacional. O coordenador carece estar continuamente vigilante ao cenário que se apresenta a sua volta valorizando os profissionais da sua equipe e acompanhando os resultados, essa caminhada nem sempre é feita com segurança, pois os diversos subsídios e responsabilidades, o medo e a insegurança também fazem parte dessa trajetória, cabe ao coordenador refletir sobre sua própria prática para superar os obstáculos e aperfeiçoar o processo de ensino-

7 10332 aprendizagem, pois o trabalho construído e realizado em equipe é uma fonte abundante de superação e valorização do profissional. O cotidiano da coordenação e suas dimensões pedagógicas O trabalho de campo teve como lócus da observação uma instituição pública de ensino municipal, localizada na cidade de Feira de Santana, no interior da Bahia. Contemplando ao objetivo de conhecer o cotidiano de profissionais que desempenham papéis estratégicos na gestão de instituições educacionais, essa sessão visa descrever de forma precisa o que de fato ocorre na escola. A unidade escolar na qual foi desenvolvida a observação possui uma diretora, uma vice-diretora e uma coordenadora pedagógica, a qual se faz referência para desenvolvimento deste trabalho. Pois o enfoque aqui previsto é o funcionamento da coordenação pedagógica. De acordo com Placco (2003, p ): O cotidiano do coordenador pedagógico ou pedagógico-educacional é marcado por experiências e eventos que o levem, com frequência, a uma atuação desordenada, ansiosa, imediatista e racional, às vezes até frenética [...]. Dado que o trabalho do(a) coordenador(a) pedagógico- educacional visa ao melhor planejamento possível das atividades escolares, faz-se necessário que ele(a) seja capaz de analisar suas ações, no dia a dia, identificando quais aspectos e em que medida - podem e devem ser aperfeiçoados ou organizados melhor. Ao iniciar uma conversa sobre de que forma acontece o cotidiano da coordenadora pedagógica nesta instituição, foi informado pela mesma, que seu papel está relacionado a desenvolver atividades que auxilie no desenvolvimento cognitivo dos alunos da instituição, buscando novas metodologias, implantando estratégias de ensino, jogos, brincadeiras para tornar as aulas mais atrativas, considerando os conteúdos. No entanto não puderam ser percebidos nos momentos de observação, os pontos mencionados aos quais competiam à coordenação. A iniciativa nas resoluções de problemas sejam eles pedagógicos, administrativos e/ou institucionais, não estava presente de maneira a qual, foi dita de início, ou seja, as competências atribuídas ao coordenador pedagógico, não foram evidenciadas na instituição de ensino. Em meio às distinções que ocupam o espaço escolar bem como o andamento e desenvolvimento das relações rotineiras que acometem o funcionamento da escola, o papel da coordenadora observada, sempre esteve restrito e precedido ao posicionamento da diretora. A autonomia da coordenação pedagógica, jamais prevalecia.

8 10333 Foi possível analisar que a equipe possui um sistema centralizador aos exercícios da diretora, não por imposição, mas pela falta de iniciativa dos demais componentes da equipe gestora. No entanto, foi visto um bom entendimento e diálogo entre toda a equipe, sendo notórias conversas, acolhimento e uma relação de amizade entre os funcionários e a gestão escolar. Tornando assim o ambiente de trabalho mais afetivo e colaborativo, onde um apoia o outro, oferecem ajuda, dividem opiniões, compartilham momentos, etc. A relação da família com a escola é essencial, porém, segundo a coordenadora pedagógica, os pais dos alunos não participam da vida escolar dos filhos o que se caracteriza como um problema frente à necessidade desta parceria, para promover um convívio participativo entre pais, alunos e escola. Por consequência dificulta tanto o trabalho da gestão escolar quanto do professor, pois o que é construído na escola é desconstruído em casa, o que impossibilita propor intervenções e solucionar os problemas que cada aluno enfrenta. Por todo o que foi visto, e presenciado durante o período de observação, é certo lembrar que o papel do coordenador deve ser definido como um facilitador. Considerando que a instituição escolar é um espaço formativo, bem como um espaço de construção de cultura e de relações humanas, o coordenador pedagógico estará envolvendo em sua prática atitudes e conceitos de compromisso, democracia e gestão de conflitos. Para isso, ele deve conhecer e reconhecer inteiramente o seu espaço de trabalho, compartilhar ideias e conhecimentos, construir o seu papel na escola, tornando-se assim, a ligação fundamental, delineando o seu caminho como transformador, formador e articulador. Considerações finais A realização deste trabalho foi de grande importância, uma vez que viabilizou compreender ainda que de forma sucinta a rotina de um coordenador pedagógico bem como a gestão escolar. Foi revelador perceber quantas funções e diligências podem ter e advir sobre as funções administrativas da instituição. A compreensão desse trabalho veio com as leituras em sala, a teoria, a vivência e a prática. Poder captar que sem uma, a outra não é possível foi imprescindível para a efetivação deste trabalho. Percebemos ainda que a extensão da experiência educativa, vista na disciplina foi notável relevância para que pudéssemos interpretar e compreender a dinâmica funcional que cerca a gestão e a coordenação do ensino, oportunizou-nos a entender, que as divergências existentes na escola estão para além das quatro paredes da sala de aula, incitou-nos a sair da

9 10334 zona de conforto, mas sim buscar e abarcar aquilo que está além do nosso alcance e que de alguma maneira por nós seja desconhecido. A função de coordenador pedagógico exige habilidades para lidar com o inesperado, visto que em seu cotidiano pode ocorrer situações que pedem uma solução urgente para resolver um problema corriqueiro como: falta de professor, briga de alunos... Por isso, é necessário que o coordenador busque novos conhecimentos que o ajudem a enfrentar as dificuldades encontradas em sua profissão Ao abrirmos nossos olhos à prática pedagógica, percebemos que a dimensão e expansão do trabalho de campo foram de suma importância para nossa formação enquanto discentes e crescimento enquanto futuras docentes. A finalidade desta observação propõe auxílio em decodificar e entender a dinâmica funcional da instituição escolar, assim como conhecer os sujeitos que a envolvem dando ênfase a gestão e coordenação, buscando compreender seus percursos e posicionamento enquanto profissional. REFERÊNCIAS BIANCHI, A. C.; ALVARENGA, M.; BIANCHI, R. Manual de orientação: estágio supervisionado. 2. ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Conselho Pleno. Resolução n. 1, de 15 de maio de Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 maio Disponível em: < Acesso em: 9 dez Lei n , de 25 de setembro de Dispõe sobre o estágio de estudantes; altera a redação do art. 428 da Consolidação das Leis do Trabalho CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996; revoga as Leis nos 6.494, de 7 de dezembro de 1977, e 8.859, de 23 de março de 1994, o parágrafo único do art. 82 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e o art. 6o da Medida Provisória no , de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 set Disponível em: < Acesso em: 9 dez FREIRE, P. Educação: sonho possível. In: BRANDÃO, C. R. (Org.). O educador: vida e morte. 2. ed. Rio de Janeiro: Graal, LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5. ed. Goiânia: Alternativa, NÓVOA, A. O professor pesquisador e reflexivo. Salto para o Futuro, 13 set

10 10335 ORSOLON, L. A. M. O coordenador/formador como um dos agentes de transformação da/na escola. In: PLACCO, V. M. N. S.; ALMEIDA, L. R. (Org.). O coordenador pedagógico e o espaço de mudança. São Paulo: Loyola, PLACCO, V. M. N. S. O coordenador pedagógico no confronto com o cotidiano da escola. In: PLACCO, V. M. N. S.; ALMEIDA, L. R. (Org.). O coordenador pedagógico e o cotidiano da escola. São Paulo: Loyola, p PLACCO, V. M. N. S.; ALMEIDA, L. R. (Org.). O coordenador pedagógico e o cotidiano da escola. São Paulo: Loyola, VASCONCELLOS, C. S. Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto político pedagógico ao cotidiano da sala de aula. 7. ed. São Paulo: Libertad, 2006.