Zoonoses Conceitos e Classificação. Principais zoonoses provocadas por animais de companhia. Conceito de Zoonoses O B J E T I V O S 19/09/2014
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1 vilamulher.terra.com.br Faculdade Max Planck Curso de Medicina Veterinária Disciplina: Medicina Preventiva 6º Semestre 2014 comprenaplanta.net Zoonoses Conceitos e Classificação Principais zoonoses provocadas por animais de companhia Principais zoonoses provocadas por animais de companhia Roteiro da Aula Objetivos da aula Conceito, histórico e classificação de zoonoses Fatores predisponentes para a ocorrência de zoonoses transmitidas por animais de companhia Principais zoonoses provocadas por animais de companhia Medidas de Prevenção e Controle Considerações finais / Avaliação Profª Drª Maria Fernanda Vianna Marvulo O B J E T I V O S PRINCIPAIS ZOONOSES PROVOCADAS POR ANIMAIS DE COMPANHIA Fornecer conhecimento sobre conceito e classificação das zoonoses Apresentar as principais zoonoses provocadas por animais de companhia com objetivo de relacionar com Medicina Veterinária Preventiva Permitir interação entre os conhecimentos adquiridos com as demais disciplinas do Curso de Medicina Veterinária animalfeliz.net Conceito de Zoonoses Séc. XIX - Rudolf Virchow Doenças de animais que podem acometer os Homens Zoo = Animais Nosos = Doença Zoonoses: Doenças ou infecções naturalmente transmissíveis entre animais vertebrados e seres humanos (OMS, 1966). Segundo OMS mais de 200 doenças transmissíveis enquadram-se na definição de zoonoses 1
2 cronicasdorochedo.blogspot.com jardimperi.blogspot.com jamesophia.blogspot.com cidademedieval.blogspot.com 19/09/2014 Histórico das Zoonoses Período neolítico (8.000 anos a.c) Início da domesticação dos animais Ocorrência das Zoonoses hgp5.blogspot.com Histórico das Zoonoses Idade Média (séc. V séc. XV) - importante para a ocorrência e expansão das zoonoses Estruturação das cidades medievais dentro dos castelos feudais Aglomeração de pessoas Alimentos e resíduos que favoreceram o crescimento das populações de animais sinantrópicos Grandes epidemias de Peste Bubônica Histórico das Zoonoses Histórico das Zoonoses Atualidade Cidade Moderna Crescimento populacional Problemas estruturais Condições de moradia Condições de higiene Destinação de lixo e resíduos Presença de animais sinantrópicos e errantes vereadorjoseseverino.blogspot.com alfaeomegatratamentos.wordpress.com jornaldelondrina.com.br palhacocareca.wordpress.com 2
3 Histórico das Zoonoses Programa de Saúde Pública Veterinária OMS 1. Zoonoses, prevenção e controle. 2. Higiene alimentar: prevenção das toxinfecções de origem alimentar. 3. Poluição ambiental de origem animal, prevenção e controle. 4. Medicina comparativa (avanço no conhecimento das doenças humanas pelo estudo de condições comparáveis nos animais). FONTE: STEELE, J. H. Int. J. Zoonoses, 6: 1-32, Classificação segundo o sentido de transmissão da zoonose Antropozoonose: doença dos animais que é transmitida para o homem. Ex: Raiva (Fig. A) Anfixenose: doença que é transmitida tanto do homem para os animais quanto dos animais para o homem. Ex: estafilococose. (Fig.B) Zooantroponose: doença do homem que é transmitida para os animais. Ex: Complexo teníase-cisticercose (Fig.C) Schwabe, 1964 Classificação de acordo com o ciclo do agente etiológico Direta: quando o agente não se altera ao passar de um hospedeiro para o outro e precisa de apenas um hospedeiro para completar o seu ciclo. Ex: raiva, leptospirose (Fig.A) Schwabe, 1964 Classificação de acordo com o ciclo do agente etiológico Ciclozoonose: quando o agente sofre alterações morfológicas e precisa passar por mais de um hospedeiro para completar o ciclo. Ex: Fig. A: Complexo teníase - cisticercose; Fig. B: Complexo equinococose hidatidose Schwabe,
4 Classificação de acordo com o ciclo do agente etiológico Classificação de acordo com o ciclo do agente etiológico Metazoonose: Quando o agente passa parte do seu desenvolvimento em um invertebrado. Ex: encefalomielite equina, doença de chagas, babesiose (Fig. C). Saprozoonose: o agente precisa desenvolver parte do seu ciclo no ambiente. Ex: larva migrans visceral (Toxocara canis) (Fig. A), toxoplasmose, coccidiomicose. Euzoonose: o homem é o hospedeiro definitivo ou pelo menos é obrigatória sua presença. Ex: Complexo teníase-cisticercose (Fig.A) Parazoonose: o homem é hospedeiro acidental. A sua ausência não impede que o ciclo se complete. Ex: Equinococose-hidatidose. (cão hosp. verme adulto; carneiro hosp. forma larvar. O homem pode infectar-se com as fezes, mas não é essencial). (Fig. B) Schwabe, 1964 Schwabe,
5 evunix.uevora.pt lookfordiagnosis.com 19/09/2014 ZOONOSES Tríade Epidemiológica Cadeia de Transmissão Agente Meio Ambiente Hospedeiro FI VE VT PE S Agente Etiológico Zoonose viral Vírus da raiva humana Caracteriza-se por encefalite progressiva aguda e letal Letalidade de aproximadamente 100% Conhecida desde a antiguidade, continua como problema de saúde pública nos países em desenvolvimento, especialmente a transmitida por cães e gatos, em áreas urbanas Mamíferos são suscetíveis Notificação obrigatória Manuscrito iraquiano do século XIII. Gênero Lyssavirus Família Rhabdoviridae Retrovírus neurotrópico Várias cepas conhecidas 5
6 camocimdopovo.blogspot.com endemiasezoonoses.blogspot.com Sensibilidade e Resistência Reservatórios Sensível: Ambiente/ radiação UV Inativado por aquecimento a 56ºC por 30 minutos Solventes orgânicos Detergentes Desinfetantes: Formalina (1%), cresol (3%) Resistente: Autólise (permanece vivo nos tecidos) Pode persistir no tecido cerebral infectado por até 10 dias a temperatura ambiente e por várias semanas a 4º C Ciclo Urbano: Cães e gatos Ciclo Silvestre: Morcegos Raposas, macacos, felinos Distribuição de Reservatórios Ciclos Epidemiológicos Site CDC medicinanet.com.br 6
7 Modo de transmissão Período de Incubação Inoculação do vírus contido na saliva do animal infectado Mordedura Variável (dias até anos) Média Arranhadura e lambedura de mucosas Vírus penetra e multiplica-se no ponto de inoculação Atinge sistema nervoso periférico e posteriormente sistema nervoso central Dissemina-se por vários órgãos e glândulas salivares, se replica e é eliminado pela saliva resenf.blogspot.com 45 dias no homem 10 a 60 dias no cão Depende: Localização e gravidade da mordedura Proximidade de troncos nervosos Concentração de partículas virais inoculadas racasonline.com anfalpet.org.br Período de Transmissibilidade Cães e gatos: 2 a 5 dias antes dos sinais clínicos, persistindo durante toda a evolução da doença CLÍNICO Diagnóstico Por meio dos sinais e evolução da doença Histórico de mordedura ou arranhadura ou lambedura de mucosas por animal raivoso Morte: média de 5 a 7 dias após os sinais vilamulher.terra.com.br DIFERENCIAL: tétano, botulismo, outras encefalites LABORATORIAL Característica da evolução da doença: forma furiosa e/ou paralítica Imunofluorescência Direta (IFD) Prova biológica (Inoculação em camundongo) Anticorpos monoclonais Técnicas de biologia molecular fiocruz.br ante-mortem 7
8 Aspectos Epidemiológicos Europa e Japão encontram-se livres do ciclo urbano Oceania: praticamente livre da infecção EUA e Canadá: Ciclo silvestre Países em desenvolvimento: Ciclo urbano No Brasil: Raiva é endêmica Casos humanos: Região Nordeste: 54%; Norte: 39% Cães e gatos: responsáveis por transmitir 79% casos humanos 2008: 1º caso de cura de Raiva humana no Brasil (PE) Provocada por morcego 8
9 Medidas de Prevenção e Controle Vigilância Epidemiológica Detectar precocemente áreas de circulação do vírus em animais visando impedir a ocorrência de casos humanos Propor e avaliar as medidas de prevenção e controle Identificar a fonte de infecção de cada caso humanos ou animal Determinar a magnitude da Raiva humana e as áreas de risco para intervenção Garantir tratamento oportuno aos indivíduos expostos ao risco 9
10 Medidas de Prevenção e Controle Ações de Educação e mobilização comunitária Raiva humana Uso de vacinas e soro Medidas de Prevenção e Controle Animais Altas coberturas vacinais nos animais Controle de foco e bloqueio vacinal Captura e eliminação de cães e gatos de rua Envio de amostras para exame laboratorial, para monitoramento da circulação viral 10
11 DUNLOP, R. H.; WILLIAMS, D. J. Veterinary medicine: an illustrated history CONTROLE DA RAIVA Plano de Eliminação da Raiva Humana Transmitida por Cães Objetivo Geral: Eliminar a raiva humana transmitida por cão. Metas: Vacinar no mínimo 80% da população canina; Captura e eutanásia de animais errantes; Tratar 100% pessoas expostas ao vírus rábico; Diagnosticar laboratorialmente 100% dos casos humanos; Bloquear 100% dos focos; Examinar amostras de 0,2% da população canina; Reduzir em 50% a taxa de abandono. Controle Integrado Parâmetros pop. relevantes: razão macho:fêma razão cão:homem fertilidade proporção de errantes proporção crítica de vacinados Dinâmica da População Dinâmica da Raiva regiões problemáticas tipo e apreensão perfil sócio-econômico Educação Apreensão Controle Castração Controle da pop. => Controle da Raiva? Controle Vacinação participação dos clínicos modelagem de campanhas dimensionamento da campanha Adoção Eutanásia proporção crítica de castrados castração de fêmeas E machos? envolvimento dos clínicos 11
12 Leptospirose Leptospirose Zoonose cosmopolita Doença infecciosa febril provocada por bactéria espiroqueta do gênero Leptospira Sinonímia: Doença de Weil, febre dos arrozais, febre outonal Doença endêmica no Brasil tornando-se epidêmica em períodos chuvosos Períodos chuvosos e a cidade moderna alfaeomegatratamentos.wordpress.com alfaeomegatratamentos.wordpress.com palhacocareca.wordpress.com I M P O R T Â N C I A SAÚDE PÚBLICA E ANIMAL Zoonose - Transmissão ratos, cães - Esgotos países em desenvolvimento Saúde Pública -Doença - 5 a 10% de mortes em epidemias % das internações: gripe, virose, dengue 12
13 Agente Etiológico - Espirais (spira = espiral e chaete = cabelo) - Microorganismos delgados helicoidais - Móveis - Gênero Leptospira, Família Leptospiraceae - 16 espécies conhecidas (patogênicas e saprófitas) - L. interrogans mais importante saúde pública - Mais de 200 sorovares identificados -Icterohaemorraghiae, Copenhageni, Canicola 1-Leptospira alexanderi 2-Leptospira biflexa 3-Leptospira borgpetersenii 4-Leptospira broomii 5-Leptospira fainei 6-Leptospira inadai 7-Leptospira interrogans 8-Leptospira kirschneri 9- Leptospira kmetyi 10- Leptospira licerasiae 11-Leptospira meyeri 12-Leptospira noguchii 13-Leptospira santarosai 14-Leptospira weilii 15-Leptospira wolbachii 16-Leptospira wolffii Euzeby, 2011 Sensibilidade e Resistência FATORES DE VIRULÊNCIA E PATOGENICIDADE Sensíveis à dessecação (2h) Sensíveis aos desinfetantes comuns Sensíveis à luz solar direta Sensíveis às variações de ph e a temperaturas superiores a 40ºC Resistentes por vários dias em água (comprovadamente por até 180 dias) com ph neutro (7,2 a 7,4) Resistentes em solos com alta saturação de água - preferência por locais úmidos - Morfologia: penetra na pele mesmo íntegra - Motilidade - Patogenia: produção de substâncias - CITOTOXINA: ataca células endoteliais (hemorragias) - HEMOLISINA: lesa hemácias icterícia, lesa célula do tecido hepático e renal 13
14 19/09/2014 Reservatórios Ratazana Rato-de-esgoto Gabiru Reservatórios Principais Sorovares Sinais Clínicos Rattus norvegicus Rato-de-telhado Rato-preto Sorovares Icterohaemorraghiae Copenhageni Camundongo Catita comprenaplanta.net Canicola Icterohaemorragiae Casos graves Hemorragias Febre 3 a 4 dias Rigidez e mialgia Membros posteriores Icterícia Letalidade 10% - Não existe imunidade cruzada - Conhecer sorovares que prevalecem em cada região Períodos da doença De incubação De 1 a 30 dias (em média, de 5 a 14 dias) De transmissibilidade Os animais podem eliminar a leptospira pela urina durante meses, anos ou por toda a vida Depende da espécie animal e sorovar envolvido Fases Leptospiremia: duração 7 a 10 dia Leptospirúria: contínua ou intermitente Aglutininas: aparecem após 7 a 10 dias 14
15 biomedycina.blogspot.com 19/09/2014 Modo de Transmissão Para humanos: direta ou indiretamente Roedores e cães infectados - eliminam leptospira pela urina Coleções hídricas, solo, alimentos contaminados vias de transmissão Penetração pela pele íntegra ou lesada ou pela mucosa Homem hospedeiro acidental Trabalhadores rurais, de esgoto Acha e Szyfres, 1986 Vasconcellos, 1999 Amostra - Sangue - Líquor - Soro - Urina - Sêmen - Restos placentários DIAGNÓSTICO -EXAME DIRETO Microscopia de Campo Escuro Coloração com prata -ISOLAMENTO Meio Líquido (EMJH) e Meio Sólido (Fletcher) DIAGNÓSTICO Sorodiagnóstico - Técnica de Soroaglutinação Microscópica Antígenos Vivos Colheitas Pareadas -DETEÇÃO DO DNA 15
16 dedetizacaoinsetan.com.br 19/09/2014 Aspectos Epidemiológicos Distribuição universal Brasil: endêmica Epidêmica em épocas chuvosas Regiões metropolitanas: aglomeração populacional de baixa renda, condições inadequadas de saneamento e de moradia Maiores frequências de casos notificados Indivíduos do sexo masculino na faixa etária de 20 a 35 anos Profissões mais expostas às leptospiras Trabalhadores de limpeza e desentupimento de esgotos, garis, médicos veterinários, tratadores de animais, agricultores Medidas de Prevenção e Controle Vigilância Epidemiológica Monitorar a ocorrência de casos e surtos Determinar distribuição espacial e temporal Reduzir a letalidade da doença: diagnóstico precoce e tratamento Identificar os sorovares circulantes em cada área Direcionar as medidas preventivas e de controle destinadas à população, ao meio ambiente e aos reservatórios Doença de notificação compulsória no Brasil Medidas de Prevenção e Controle Medidas de Prevenção e Controle Relativas às fontes de infecção Controle de roedores Antirratização: modificação das características ambientais, eliminação dos fatores que favorecem a penetração, a instalação e a proliferação Desratização: eliminação direta dos roedores Diagnóstico, segregação e tratamento dos cães infectados/doentes Relativas às vias de transmissão Cuidados com a higiene animal: limpeza e desinfecção das áreas onde os animais se encontram (canis, locais de criação) Drenagem de áreas alagadiças Destino adequado do lixo e de excretas Controle de mananciais e tratamento da água (água potável) 16
17 Medidas de Prevenção e Controle Relativas aos suscetíveis Imunização de cães Medidas de proteção individual para trabalhadores ou indivíduos expostos ao risco Uso de equipamentos de proteção individual como botas, luvas, avental Redução do risco de exposição de ferimentos às águas/lama de enchentes ou outra situação de risco CONCEITUAÇÃO Zoonoses parasitárias com larga variedade de manifestações clínicas (cutâneas, mucocutâneas,viscerais ), causadas por protozoários do gênero Leishmania, transmitidos por mosquitos flebotomíneos HISTÓRICO 1912 = Gaspar Viana descobriu a ação curativa dos antimoniais Participação dos insetos (dípteros flebotomíneos) Cerqueira (1920) e Aragão (1922) comprovação naturalmente Leishmanioses ocorrem geralmente na forma endêmica em 88 países (Velho e Novo Mundo) Visceral ou Calazar = surtos epidêmicos 17
18 HISTÓRICO Brasil 1935 e anos seguintes: CE (800 casos diagnosticados) Houve uma redução durante as campanhas de dedetização antimalárica, mas possuiu uma elevação quando essas campanhas cessaram em áreas urbanas ou periurbanas Desde 1993: Evidência que as leishmanioses são zoonoses mais prevalentes que suspeitado anteriormente Causas possíveis Aumento do risco de infecções e extensão geográfica Desflorestamento; Obras de represamento hidráulico e irrigação; Desenvolvimento agrícola; Migrações para novas áreas; Aparecimento do vírus HIV LEISHMANIOSE VISCERAL (Calazar, leishmaniose visceral americana) LEISHMANIOSE CUTÂNEA (botão do oriente, botão de biskra, botão de aleppo) LEISHMANIOSE MUCOCUTÂNEA (leishmaniose tegumentar americana, úlcera de Bauru) + grave fatal > ocorrência lesões dermatológicas Úlceras de pele lesões teciduais FATORES CONDICIONANTES FATORES CONDICIONANTES Subdesenvolvimento Alterações ambientais Atividades extrativistas Mineração Construção de estradas Migrações Fronteiras agrícolas Co-infecções Trabalho em áreas de mata Extrativismo; desmatamento... Fonte: SVS/SUS 18
19 FATORES CONDICIONANTES DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E PREVALÊNCIA Ocupação periurbana desordenada Desmatamento recente 1,5-2 MILHÕES DE NOVOS CASOS/ANO 1-1,5 milhões: cutânea 0,5 milhão: visceral ATUALMENTE: 12 milhões de pessoas infectadas 88 países 350 milhões de expostos a riscos Fonte: SVS/SUS DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E PREVALÊNCIA 22 Novo Mundo Leishmaniose Visceral Agente Etiológico 88 PAÍSES 66 Velho Mundo 16 Desenvolvidos 72 Subdesenvolvidos Fonte: SVS/SUS Leishmania infantum (Leishmania Leishmania chagasi) Cutânea e Mucocutânea Visceral OMS,
20 Lutzomyia longipalpis (Photo by Greg Lanzaro) Vetores Distribuição mundial da LV Flebotomíneos Ordem: Diptera Família: Psychodidae Sub-família: Phlebotominae Gênero: Lutzomyia Espécies: L. longipalpis, L. cruzi Diversos nomes populares: Mosquito palha, tatuquira, birigui, cangalinha, entre outros. Fonte: OMS 90% dos casos de LV nas américas ocorrem no Brasil; A região nordeste apresenta 94% de todos os casos de LV registrados no Brasil. Doença passa por processo de URBANIZAÇÃO Reservatórios Silvestres Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Araçatuba (SP), Palmas (TO), Três Lagoas (MS), Campo Grande (MS), Corumbá (MS) Didelphis albiventris Timbú Gambá Cerdocyon thous Cachorro-do-mato Fonte: SVS/SUS 20
21 Reservatório urbano Leishmaniose Visceral no cão Assintomático Sintomático Sinais clínicos onicogrifose, hepato-esplenomegalia, linfoadenopatia, alopecia, dermatites, oftalmopatia, úlceras de pele, coriza, apatia, diarréia, hemorragia intestinal, insuficiência renal, problemas articulares, perda/ diminuição do libido, enegrecimento da bolsa escrotal... Não são patognomônicos Fonte: SVS/SUS Leishmaniose visceral canina Leishmaniose visceral canina > prevalência Leishmaniose visceral canina no Brasil Parasitismo cutâneo Elo doméstico Vários meses de incubação Sinais: alopecia úlceras cutâneas caquexia crescimento de unhas 21
22 SINAIS CLÍNICOS LEISHMANIOSES VISCERAIS CADEIA EPIDEMIOLÓGICA LEISHMANIOSES VISCERAIS Cães infectados Lutzomyia spp Phlebotomus spp Cães suscetíveis HOMEM Ciclo da Leishmaniose Visceral Dia 22
23 P r o m a s t i g o t a A m a s t i g o t a Leishmaniose Tegumentar Agentes Etiológicos Fonte: SVS/SUS Protozoários intracelulares Família: Trypanossomatidae Gênero: Leishmania 3 principais espécies no Brasil: Leishmania Vianna braziliensis Leishmania Vianna guyanensis Leishmania Leishmania amazonensis. Vetores Fonte: SVS/SUS Diversos nomes populares: Mosquito palha, tatuquira, birigui, cangalinha, entre outros. Flebotomíneos Ordem: Diptera Família: Psychodidae Sub-família: Phlebotominae Gênero: Lutzomyia Fêmea: hematófagas. Antropo e zoofilia Oviposição: locais úmidos, matéria orgânica RESERVATÓRIOS Leishmaniose tegumentar: Roedores, Marsupiais, Xenartras (edentados), Canídeos Silvestres Reservatórios Silvestres X Animais Domésticos Nectomys squamipes Didelphis albiventris Bradypus infuscatus canids.org Cerdocyon thous web.icicom.up.pt/cuspos/gato_e_rato_2.jpg 23
24 Hospedeiros Acidentais CADEIA EPIDEMIOLÓGICA LEISHMANIOSES TEGUMENTAR Silvestres infectados Lutzomyia spp Vetor Silvestres Suscetíveis Doença crônica com manifestações semelhantes as da doença humana Parasitismo ocorre preferencialmente em mucosas das vias aerodigestivas superiores. HOMEM ANIMAIS DOMÉSTICOS Fonte: SVS/SUS CADEIA EPIDEMIOLÓGICA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR Dia 24
25 Ciclo da Leishmaniose Tegumentar Ciclo da Leishmaniose Tegumentar Fonte: SVS/SUS Fonte: SVS/SUS SINAIS CLÍNICOS LEISHMANIOSES TEGUMENTARES SINAIS CLÍNICOS LEISHMANIOSES TEGUMENTARES Rey, 2001 Rey,
26 DIAGNÓSTICO LEISHMANIOSES VISCERAIS DIRETO Punção aspirativa esplênica Punção aspirativa de esterno Esfregaço Giemsa Meio NNN DIAGNÓSTICO LEISHMANIOSES VISCERAIS INDIRETO RIFI ELISA Formol-gel: formol + soro gel opaco MEDIDAS DE CONTROLE MEDIDAS DE CONTROLE RELATIVAS ÀS FONTES DE INFECÇÃO RELATIVAS ÀS FONTES DE INFECÇÃO Homens, silvestres e cães Diagnóstico Tratamento Cães: evolução lenta Positivos sadios Sem tratamento ou profilaxia eficaz Casos caninos casos humanos Diagnóstico sacrifício 26
27 MEDIDAS DE CONTROLE RELATIVAS ÀS FONTES DE INFECÇÃO MEDIDAS DE CONTROLE RELATIVAS ÀS FONTES DE INFECÇÃO MEDIDAS DE CONTROLE RELATIVAS ÀS VIAS DE TRANSMISSÃO AÇÕES SOBRE O VETOR MEDIDAS DE CONTROLE RELATIVAS ÀS VIAS DE TRANSMISSÃO AÇÕES SOBRE O VETOR Distribuição atividade residual Inquérito entomológico Densidade Flutuações Monitoramento de inseticidas Inseticidas Paredes internas e externas de casas e anexos DDT Piretróides Caracterizar áreas de transmissão Organofosforados Captura de flebotomíneos: intra e peridomicílio Combate às larvas: funcional 27
28 MEDIDAS DE CONTROLE RELATIVAS ÀS VIAS DE TRANSMISSÃO AÇÕES SOBRE O VETOR MEDIDAS DE CONTROLE RELATIVAS ÀS VIAS DE TRANSMISSÃO AÇÕES SOBRE O VETOR MEDIDAS DE CONTROLE RELATIVAS ÀS VIAS DE TRANSMISSÃO AÇÕES SOBRE O VETOR MEDIDAS DE CONTROLE RELATIVAS AOS SUSCETÍVEIS VACINAÇÃO? REPELENTES ROUPAS SANEAMENTO 28
29 Vigilância nas leishmanioses Promoção e Educação em Saúde Identificar e monitorar unidades territoriais de relevância epidemiológica; Investigar e caracterizar surtos; Identificar precocemente os casos autóctones em áreas consideradas não-endêmicas; Reduzir o número de casos em áreas de transmissão domiciliar; Adotar medidas de controle pertinentes, após investigação epidemiológica, em áreas de transmissão domiciliar. O Jeca Tatu não é assim, ele está assim Monteiro Lobato Vigilância entomológica Controle físico do vetor Aumentar o conhecimento sobre a biologia de flebotomíneos Captura de flebotomíneos com armadilha tipo CDC Armadilhas adesivas no intra e peridomicílio Uso de telas protetoras Fonte: SVS/SUS Fonte: SVS/SUS 29
30 Controle físico do vetor Controle químico do vetor Uso de telas em janelas, canis e galinheiros Fonte: SVS/SUS Cuidado com efeitos residuais e impactos ambientais! Inseticidas indicados para o controle químico de vetores Cuidados ao adentrar a mata Fonte: SVS/SUS Usar roupas adequadas e repelentes Fonte: SVS/SUS 30
31 Destino adequado do lixo Maior investimento por parte dos administradores em saneamento básico Sanear todo o Brasil! Medidas preventivas destinadas aos animais domésticos 31
32 Realizar controle populacional eficiente Uso de coleiras de deltametrina 4% Programas de posseresponsável Mudar a política de sacrifício dos CCZs e investir em adoção bafanaciencia.blog.br/wp-content/pref_carrocinha2.jpg Vacinação e suas restrições TOXOPLASMOSE Não recomendada pelo MS Ainda em fase de testes 32
33 Histórico 1908 Nicolle e Manceaux / Splendore 1960 Jacobs et al. = carne de animais de abate / importante via de transmissão 1970 Ciclo gametogônico nos gatos (Hutchinson et al.; Frenkel et al.; Overdulve e Sheffield; Weiland e Kühn; Witte e Pierkarski) 1972 Histórico Fleck et al. isolaram oocistos de solos naturalmente contaminados por dejetos de felinos Wallace et al. e Munday = apresentaram a importância do gato na epidemiologia da toxoplasmose Janitschke e Werner; Jewell et al.; Miller et al. = primeiros estudos com felídeos silvestres Toxoplasma gondii Formas infectantes Agente Etiológico - Taquizoítas Infecção aguda Multiplicação rápida em células nucleadas Parasitemia = sangue, secreções, excreções Infecção congênita 33
34 Agente Etiológico - Bradizoítas Agente Etiológico - Esporozoítas Infecção crônica Infecção pela ingestão de cistos teciduais Estresse = ruptura do cisto Oocistos (10-12 m) Fezes felinos Esporulação do meio ambiente Sensíveis a temperaturas extremas Infecção pela ingestão de oocistos Distribuição Geográfica Importância na Saúde Pública Ciclo Biológico Toxoplasma gondii Cosmopolita / Zoonose 1/3 da população humana possuem anticorpos anti-t. gondii Comum infecção rara doença Forma congênita Indivíduos imunossuprimidos Infecção e doença associadas a altos índices de pobreza, hábitos alimentares e deficiências no manejo das criações de animais 34
35 Gatos Domésticos Hospedeiros Definitivos Felídeos Silvestres Hospedeiros Definitivos Infecção e Doenças em Animais e Humanos Animais domésticos Ovinos, caprinos, suínos, eqüinos e bovinos Cães e gatos Aves Animais Silvestres Felídeos Primatas Neotropicais Marsupiais Humanos GARDINER et al. (1988) 35
36 Toxoplasmose Congênita Hidrocefalia e Estrabismo convergente Diagnóstico Diagnóstico indireto: RIFI, ELISA, MAT/HAI Diagnóstico direto Coproparasitológico (oocistos / felinos) Visualização (in print) Imunofluorescência em tecidos PCR Isolamento e identificação do agente Estudos das lesões histopatológicas DYKE (1960) Foto Dr. D. Delascio Relação Hospedeiro-Parasita Epidemiologia T. gondii usualmente parasita o hospedeiro (HD e HI) sem produzir sinais clínicos Comum infecção e rara doença Infecções naturais são mais adquiridas pela: Ingestão de cistos teciduais em carne contaminada - ligüiças Oocistos em alimento ou água contaminada Epidemiologia / Modos de Transmissão Toxoplasma gondii 36
37 Prevenção e Controle (Dubey, 1998) - Humanos Lavar mãos e fômites com sabão e água após a manipulação de carnes Cozinhar carnes a 67 C antes do consumo Evitar provar carne crua (principalmente lingüiças) quando estiver preparando os alimentos Mulheres grávidas (especialmente) devem evitar o contato com gatos, solo ou carne crua Gatos devem comer somente ração e/ou carne cozida. Evitar que eles saiam de casa para caçar e virar o lixo Prevenção e Controle (Dubey, 1998) - Humanos Limpeza diária das fezes evitando a esporulação dos oocistos (cuidado mulheres grávidas) Uso de luvas na jardinagem Lavagem dos vegetais antes do consumo x analisar a presença de gatos Congelar carne a -12 C por 5 dias Ter cuidado com gatos em fazenda com ovinos, caprinos e suínos Vassouras, pás e outros equipamentos usados para limpar a caixas dos gatos precisam ser fervidos a 67 C por pelo menos 10 minutos Como os médicos veterinários poderão atuar... Situações de Risco (Vigilância em Saúde) CCZ (CVA): Meio urbano CCZ (CVA): Meio rural VIGILÂNCIA SANITÁRIA Alimentos prontos para o consumo Leite? Ostras? Educação em saúde 37
38 Situações de Risco (Vigilância em Saúde) Situações de Risco (Vigilância em Saúde) Parques Registro de dados VIGILÂNCIA AMBIENTAL Escolas Criatórios urbanos VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Investigação de surtos Pesquisas científicas Zoológicos Saneamento Água e esgoto Educação em saúde Educação em saúde Referências consultadas e sugeridas ACHA, P.N.; SZYFRES, B. Zoonosis y enfermedades transmisibles comunes al hombre y a los animales. Organización Panamericana de La Salud. 3 ed. Washington, (Pub.Cient, 580) DOMINGUES, P.F.; LANGONI, H. Manejo sanitário animal. São Paulo: EPUB, CORTES, J.A. Epidemiologia: conceitos e princípios fundamentais. São Paulo: Varela, JEKEL, J.F.; ELMORE, J.G.; KATZ, D.L. Epidemiologia, bioestatística e medicina preventiva. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, COMPLEMENTAR: BEER, J. Doenças Infecciosas em animais domésticos. São Paulo: Roca, GERMANO, M.L.; GERMANO, I.S. Higiene e vigilância de alimentos. 1ed. São Paulo: Varella, GUIMARÃES, J.H.; TUCCI, E.C.; BARROS-BATTESTI, D.M. Ectoparasitos de importância veterinária. São Paulo: Plêiade/FAPESP, MOURA, J.A. Sanidade animal no mundo. Brasília: IICA, REY, L. Parasitologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, WEB:
39 WHO. WSPA. World Health Organization; World Society for the Protection of Animals. Guidelines for dog population management. Geneva, p. Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Programa de Controle de Populações de Cães e Gatos do Estado de São Paulo. São Paulo, Boletim Epidemiológico Paulista, p. O que você precisa saber? Para relembrar, consolidar conhecimento e refletir... Conceito Qual conceito de zoonoses? Conceitos e Aplicações Quais são os fatores predisponentes para a ocorrência de zoonoses transmitidas por animais de companhia (mobilidade)? Falta de posse/guarda responsável, presença de animais errantes Quais as principais zoonoses provocadas por animais de companhia? Qual papel do médico veterinário que trabalha com Higiene e Saúde Pública? Raiva, Leptospirose, Leishmaniose, Toxoplasmose, Larva Migrans Cutânea e Visceral Adoção das medidas de prevenção e controle Garantir Saúde Animal e Saúde Pública 39
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