A TUTELA PENAL DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS E DOMESTICADOS SOB A ÓTICA DO ART. 32 DA LEI 9.605/98 1

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1 A TUTELA PENAL DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS E DOMESTICADOS SOB A ÓTICA DO ART. 32 DA LEI 9.605/98 1 Camila Silva Greff 2 RESUMO: O presente trabalho tem como foco o art. 32 da Lei 9.605/98, no que concerne a tutela penal dos animais não humanos, especificamente os domésticos e domesticados, frente à vedação constitucional da submissão de animais à crueldade. Faz-se uma abordagem doutrinária de institutos de direito penal ambiental acerca do art. 32 da Lei de Crimes Ambientais, os elementos essenciais para a caracterização do ato criminoso e as condutas nele tipificadas, expondo a relação existente entre essas ações. Após, passa-se ao estudo de quatro casos práticos, um atribuído a cada uma das condutas tipificadas no referido artigo, a partir da visão de juristas e de defensores da proteção dos animais, bem como da visão do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, com o fim de definir se a prática de alguma das condutas estudadas pode acarretar a responsabilização penal do autor do fato. Palavras-chave: Crueldade contra Animais. Animal não Humano. Tutela. Tutela dos Animais. Crime Ambiental. Animais Domésticos e Domesticados. CONSIDERAÇÕES INICIAIS A proteção constitucional conferida aos animais não humanos pela Constituição Federal de 1988 representou um avanço muito importante na evolução do direito ambiental brasileiro. Marcou uma nova fase no desenvolvimento da tutela da fauna no País. Para os animais domésticos e domesticados, este passo significou uma mudança radical em suas vidas e em suas relações com ser humano. Da mesma forma, a relevância do art. 32, caput, da Lei 9.605/98, também conhecida como Lei de Crimes Ambientais, na tutela penal dos animais domésticos, domesticados, silvestres, 1 Artigo extraído do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, na Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul PUCRS, e aprovado com nota máxima pela Banca Examinadora composta pelo Prof. Me. Orci Paulino Bretanha Teixeira (orientador), Prof. Me. Márcia Andréa Bühring e Prof. Me. Maurício de Carvalho Góes, em 07/11/ Acadêmica do Curso de Ciências Jurídicas e Sociais da PUCRS. Contato: camilagreff@terra.com.br

2 2 nativos e exóticos é incontestável. Esta norma efetiva o cumprimento de disposição constitucional, porquanto traz a vedação da submissão de animais a crueldade, prevista no art. 225 da Constituição Federal, estampada em seu caput, ao responsabilizar penalmente aquele que praticar ato de abuso ou maus tratos, ferir ou mutilar um animal. É a previsão constitucional de responsabilidade penal do agente trazida para a legislação infraconstitucional. No que concerne aos animais domésticos e domesticados, o art. 32 da Lei 9.605/98 representou avanços que não haviam sido verificados em relação aos animais não humanos deste grupo. O que este artigo representa em termos de tutela penal dos animais domésticos e domesticados? Com a edição da Lei de Crimes Ambientais a situação jurídica dos animais domésticos e domesticados passou para que patamar? Portanto, impende consignar que uma análise minuciosa deste artigo é de suma importância, tendo em vista o fato de que, ao tornar efetivo o cumprimento de dispositivo constitucional, o art. 32 da Lei 9.605/98 precisará ser corretamente interpretado quanto ao seu conteúdo e seus elementos característicos, sejam os de cunho ambiental ou de cunho penal. Sem uma correta interpretação deste artigo, a aplicação ao caso concreto não conseguirá atingir o fim a que se destina, qual seja a proteção jurídica dos animais domésticos e domesticados, que ficará comprometida, restando estes animais desamparados legalmente. Outra questão que deve ser abordada é a aplicação prática dos dispositivos em análise. A interpretação da norma, como referido, é fator que influencia na aplicação do direito. A visão da sociedade, os aspectos culturais e as convicções pessoais do intérprete também interferirão na hora de dizer se há violação de dispositivo constitucional ou se há crime. Lida-se, portanto, com a subjetividade do intérprete. Estudar o caso concreto é importante para constatar as mudanças promovidas pela nova norma, bem como para identificar se ela está sendo corretamente aplicada ou se há problemas de interpretação em um determinado grupo social. Ressalta-se que, em um País com vasto território, com diferentes condições climáticas de região para região, tendo sido colonizado por mais de uma Metrópole gerando o acúmulo de heranças culturais diversas, há divergência de opiniões, de interpretações, enfim, pensamentos e quase uma cultura inteira de diferenças, a ocorrência de interpretações dos fatos que não condizem com as normas são muito comuns. 1 O CAPUT DO ARTIGO 32 DA LEI DE CRIMES AMBIENTAIS

3 3 O art. 32 da Lei 9.605/98 3 dispõe como crime praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos. Edna Cardozo Dias 4 entende que a mudança promovida pela Lei 9.605/98, em especial o art. 32, na legislação brasileira possui dois aspectos relevantes: acompanha a legislação de Países mais desenvolvidos e se adéqua ao disposto na Constituição Federal de , que veda condutas que submetam animais a crueldade. João M. A. Y Castro 6 explica que este revogou o art. 64 da Lei de Contravenções Penais 7. Conforme o autor, o artigo revogado não previa a modalidade de maus tratos por abuso, ferimento ou mutilação do animal, o que permitia interpretações muito restritivas e, às vezes, benéficas ao agente criminoso. Laerte F. Levai 8, por sua vez, refere sobre este artigo o fato de ter sido inspirado no art. 225, 1º VII, da Constituição Federal, sobre a crueldade contra animais. A respeito dessa leitura conjunta entre o art. 225, 1º, VII, da CF/88, e o art. 32 da Lei 9.605/98, cabe referência a parecer de Helita B. Custódio 9, datado de 09 de fevereiro de A autora conceitua crueldade contra animais como [...] toda ação ou omissão, dolosa ou culposa (ato ilícito), em locais públicos ou privados [...], bem como cita diversos exemplos, os quais se encaixam perfeitamente no art. 32 do referido diploma legal. Enfatiza mais ainda a conexão entre a CF/88 e a Lei de Crimes Ambientais. 1.1 APLICAÇÃO DE INSTITUTOS DE DIREITO PENAL NO CAPUT DO ART. 32 DA LEI 9.605/98 Um delito possui quatro características básicas. A primeira é a existência de uma ação ou omissão, uma conduta. A segunda é tipicidade. Para que uma conduta seja considerada típica, ela deve estar prevista em Lei como crime, deve estar tipificada. Trata-se de disposição 3 BRASIL. Lei 9.605, de 12 de fevereiro de "Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências". Disponível em: < Acesso em: 20 out DIAS, Edna Cardoso. A tutela jurídica dos animais. Belo Horizonte: Mandamentos, 2000, BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de Disponível em: < Acesso em: 19 out CASTRO, João Marcos Adede Y. Crimes ambientais: comentários à Lei nº 9.605/98. Porto Alegre: Fabris, 2004, p BRASIL. Decreto-lei 3.688, de 03 de outubro de Lei das Contravenções Penais. Disponível em: < Acesso em: 20 set LEVAI, Laerte Fernando. Direito dos animais. 2. ed. rev. ampl. e atual. pelo autor. Campos do Jordão: Editora Mantiqueira, 2004, p CUSTÓDIO, Helita Barreira. Crueldade contra animais e a proteção destes como relevante questão jurídicoambiental e constitucional. Revista de Direito Ambiental, São Paulo: Revista dos Tribunais, v. 2, n. 7, p , jul./set

4 4 constitucional, prevista no art. 5º, XXXIX 10, da CF/88 11, repetida pelo art. 1º 12 do Código Penal 13. A terceira é a ilicitude. Uma conduta típica só não será ilícita, contrária ao ordenamento jurídico, se a conduta for praticada sob uma das condições dispostas no art do Código Penal. A quarta é a culpabilidade, definida como um juízo de reprovabilidade, no qual o criminoso age de uma forma, quando as condições do caso concreto lhe exigiriam agir de outro modo. Um crime se torna perfeito com a consumação, isto é, a conduta típica, em todos os seus elementos, se realiza. Essa consumação pode ser instantânea inicia e termina no mesmo momento, permanente se protrai no tempo ou habitual reiteração de atos típicos. Quando o agente não consegue chegar ao resultado, se está diante de uma tentativa, que pode não ser admitida em alguns tipos de delito. Fixadas as premissas acima, passa-se à análise do referido artigo. Para Édis Milaré e Paulo J. Costa Jr. 15 o objeto jurídico e o objeto material são a fauna silvestre, doméstica, domesticada, nativa ou exótica. O tipo não prevê a forma omissiva, apenas comissiva, e é crime de ação múltipla, isto é, mais de uma ação/verbo praticar ato de abuso, praticar ato de maus tratos, ferir e mutilar é descrito no tipo penal. O sujeito ativo é qualquer pessoa física e o sujeito passivo é a coletividade. Sobre o elemento subjetivo, admite apenas a forma dolosa. Quanto às fases de realização do tipo penal, o tipo não se configura apenas com o aperfeiçoamento, por isso, a consumação, pode se dar na forma tentada. José H. Pierangeli 16, quando fala da consumação do crime no tempo, explica que quando a ação criminosa se referir à prática de ato de abuso ou à prática de ato de maus tratos, o crime será permanente, isto é, sua consumação se protrai no tempo de acordo com a vontade do sujeito ativo. Já no que se refere às condutas de ferir e mutilar, segundo o autor, o crime é instantâneo, se 10 Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal [...]. 11 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de Disponível em: < Acesso em: 19 out Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de ). 13 BRASIL. Decreto-lei 2.848, de 07 de dezembro de "Código Penal". Disponível em: < Acesso em: 20 out Art Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. 15 MILARÉ, Édis; COSTA JÚNIOR, Paulo José da. Direito penal ambiental: comentários à Lei 9.605/98. Campinas: Millennium, 2002, p PIERANGELI, José Henrique. Maus tratos contra animais. In: MILARÉ, Édis; MACHADO, Paulo Affonso Leme (Org.). Direito ambiental: conservação e degradação do meio ambiental. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011, v. II, p. 295.

5 5 consuma em um só momento. Partindo dessa idéia, o autor entende que, por se tratarem, nas duas primeiras condutas, de crime permanente, a tentativa seria admitida apenas na fase inicial do crime comissivo, não podendo ser aceita no crime omissivo, pois a paralisação do iter criminis indicaria o fim da fase de tentativa, aperfeiçoando-se o crime com a consumação. Nas duas outras condutas, por sua vez, a tentativa é perfeitamente possível. No que tange ao sujeito ativo do tipo do art. 32, Laerte F. Levai 17 entende que o crime pode ser cometido tanto por pessoa física, quanto por pessoa jurídica. Sobre a forma como o agente age para a realização do delito, se comissiva ou omissivamente, o autor também discorda, acreditando que ambas as formas são admitidas no tipo penal. O autor cita, como exemplo, o caso em que o proprietário o proprietário de um animal, que tem a obrigação de cuidar deste, não o faz, abandonando-o ou deixando-o morrer de fome. Ressalta, contudo, que a conduta deve ser dolosa, o agente necessita querer o resultado ou assumir o risco de produzi-lo. José H. Pierangeli 18 partilha da mesma opinião de Laerte F. Levai a respeito da forma omissiva, acrescentando, porém, que ela é admitida apenas quantos aos atos de abuso e maus tratos. Sobre o dolo, também entende que pode ser tanto direto quanto eventual. Neste aspecto, o autor observa que a culpa não se enquadra no tipo, tanto que se um resultado mais grave decorrer de uma conduta culposa, não fará diferença, salvo para fins de individualização da pena. Mister apontar, por fim, conforme análise feita por Edis Milaré e Paulo J. Costa Jr. 19, os animais são o objeto tutelado pelo tipo penal. A coletividade é o sujeito passivo do crime previsto no art. 32 da Lei 9.605/98, como indicado por José H. Pierangeli 20 ao dizer que sempre vislumbramos constituir bem jurídico a ser protegido pela norma penal o patrimônio natural, e, em sendo assim, coloca-se a humanidade como sujeito passivo. Quanto a isto, Daniel B. Lourenço 21 refere é algo que ocorre porque os animais ainda estão inseridos na categoria de objetos de direito, considerados incapazes de portar direitos subjetivos. 17 LEVAI, Laerte Fernando. Direito dos animais. 2. ed. rev. ampl. e atual. pelo autor. Campos do Jordão: Editora Mantiqueira, 2004, p PIERANGELI, José Henrique. Maus tratos contra animais. In: MILARÉ, Édis; MACHADO, Paulo Affonso Leme (Org.). Direito ambiental: conservação e degradação do meio ambiental. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011, v. II, p MILARÉ, Édis; COSTA JÚNIOR, Paulo José da. Direito penal ambiental: comentários à Lei 9.605/98. Campinas: Millennium, 2002, p PIERANGELI, José Henrique. Maus tratos contra animais. In: MILARÉ, Édis; MACHADO, Paulo Affonso Leme (Org.). Direito ambiental: conservação e degradação do meio ambiental. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011, v. II, p LOURENÇO, Daniel Braga. Direito dos animais: fundamentação e novas perspectivas. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris Editor, 2008, p

6 6 Registra-se que Laerte F. Levai 22 é contrário à idéia de que a coletividade é o sujeito passivo do tipo penal do art. 32, figurando os próprios animais no pólo passivo. Para o autor o bem jurídico preponderante é o respeito devido aos animais, figurando estes criaturas sensíveis que sentem e que sofrem como sujeitos passivos do crime, não a coletividade causadora ou mesmo expectadora do mal. Por fim, quanto as excludentes de ilicitude, como exemplificam Edis Milaré e Paulo J. da Costa Jr. 23, se for necessário cortar a perna de um animal para salvar-lhe a vida, não se estará diante do crime de mutilar animal, mas de um estado de necessidade. Consoante dizem os autores, o status necessitatis elide o crime. O art da Lei 9.605/98 também é um bom exemplo a ser citado de causas que excluem a ilicitude de um crime. 1.2 COMPETÊNCIA, AÇÃO PENAL E PENAS CABÍVEIS Conforme Diomar A. Filho 25, a ação penal é pública incondicionada, sem prejuízo de eventual ação penal privada subsidiária da pública. Normas previstas na Lei 9.099/95 26 no que concerne à transação penal 27 e à suspensão condicional do processo 28 podem ser aplicadas, 22 LEVAI, Laerte Fernando. Direito dos animais. 2. ed. rev. ampl. e atual. pelo autor. Campos do Jordão: Editora Mantiqueira, 2004, p MILARÉ, Édis; COSTA JÚNIOR, Paulo José da. Direito penal ambiental: comentários à Lei 9.605/98. Campinas: Millennium, 2002, p Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado: I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família; II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de animais, desde que legal e expressamente autorizado pela autoridade competente; III (VETADO) IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente. 25 ACKEL FILHO, Diomar. Direito dos animais. São Paulo: THEMIS, 2001, p BRASIL. Lei nº , de 26 de setembro de Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências. Disponível em: < Acesso em: 20 out Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade. 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado: I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva; II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo; III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida. 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do Juiz. 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos. 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei. 6º A imposição da sanção de que trata o 4º deste artigo não constará de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível. 28 Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal). 1º Aceita a proposta pelo

7 7 porém, quanto à suspensão do processo, é exigido, quando possível, laudo de constatação de reparação do dano para que seja declarada a extinção da punibilidade. Cabe lembrar que a ação penal pública incondicionada é de titularidade do Ministério Público, conforme art. 129, I e III 29, da Constituição Federal, nos termos do Título III 30 do Código de Processo Penal 31. acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições: I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; II - proibição de freqüentar determinados lugares; III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz; IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades. 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado. 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano. 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta. 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade. 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo. 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo prosseguirá em seus ulteriores termos. 29 Art São funções institucionais do Ministério Público: I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; [...] III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos [...]. 30 Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. [...] Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou representação, dentro do mesmo prazo, nos casos dos arts. 24, parágrafo único, e 31. [...] Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal. [...] Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos. 1o Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo para o oferecimento da denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido as peças de informações ou a representação; 2o O prazo para o aditamento da queixa será de 3 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos, e, se este não se pronunciar dentro do tríduo, entender-se-á que não tem o que aditar, prosseguindo-se nos demais termos do processo. Art. 47. Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimentos e documentos complementares ou novos elementos de convicção, deverá requisitá-los, diretamente, de quaisquer autoridades ou funcionários que devam ou possam fornecê-los. Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade [...]. 31 BRASIL. Decreto-lei nº , de 3 de outubro de Código de Processo Penal. Disponível em: < Acesso em: 20 out

8 8 Quanto à pena e ação penal, Luiz R. Prado 32 explica que a pena é de detenção de 3 meses a 1 ano e multa, aumentando-se um terço da pena e detenção se ocorrer a morte do animal ( 2º do art. 32 da Lei 9.605/98). A pena de multa seguirá critérios do Código Penal (art do CP 34 ), podendo, se o valor máximo aplicado se revelar ineficaz, ser aumentada até 3 vezes (art da Lei 9.605/98). Registra-se, da análise feita pelo autor acima citado, que a pena privativa de liberdade nos crimes do art. 32 não ultrapassa um ano e quatro meses. Logo, a competência para julgar ações referentes a esses crimes é do Juizado Especial Criminal, porquanto é o órgão julgador dos crimes de menor potencial ofensivo, isto é, aqueles cuja pena privativa de liberdade não ultrapassa dois anos 36. Este, aliás, é um dos motivos de crítica feitos por Laerte F. Levai 37, que entende que a dosagem da pena é por demais favorável ao criminoso. Por ser deveras baixa, resta sempre a possibilidade de se substituir as penas restritiva de liberdade e de multa por penas restritivas de direitos. Este é um hábito cada vez mais visto no País, devido a política criminal de despenalização. Permanece, na opinião do autor, o mesmo problema que existia quando o fato punível era apenas contravenção penal. 1.3 CLASSIFICAÇÃO DA FAUNA PROTEGIDA Sabe-se que o termo fauna inserido no art. 225 da Constituição Federal 38 não faz alusão a um grupo específico de animais, mas à fauna em sua totalidade. João M. A. Y Castro 39 faz 32 PRADO, Luiz Regis. Direito penal do ambiente: meio ambiente, patrimônio cultural, ordenação do território, biossegurança (coma análise da Lei /2005). São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005, p Art A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de ) 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de ) 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção monetária. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de ). 34 BRASIL. Decreto-lei 2.848, de 07 de dezembro de "Código Penal". Disponível em: < Acesso em: 20 out Art. 18. A multa será calculada segundo os critérios do Código Penal; se revelar-se ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser aumentada até três vezes, tendo em vista o valor da vantagem econômica auferida. 36 Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. (Redação dada pela Lei nº , de 2006). 37 LEVAI, Laerte Fernando. Direito dos animais. 2. ed. rev. ampl. e atual. pelo autor. Campos do Jordão: Editora Mantiqueira, 2004, p BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de Disponível em: < Acesso em: 19 out

9 9 referência à Lei Estadual /00 40, que instituiu o Código Ambiental do Estado do Rio Grande do Sul, o qual conceitua fauna como conjunto de espécies animais 41. Todavia, no que concerne às legislações extravagantes deve-se observar a qual grupo, geral ou específico se quer tutelar. O Código de Pesca 42, por exemplo, faz referência à fauna aquática, que também é tutelada pelo Código de Caça 43, responsável pela proteção dos animais silvestres. Não há, portanto, uma definição certa para cada espécie, podendo ela se enquadrar em mais de um grupo da fauna. Diversas são as classificações atribuídas às espécies da fauna, conforme o fim que se busca atingir, com o que se busca diferenciar. Ela W. V. de Castilho 44 fala a respeito dessa variedade de classificações, demonstrando a dificuldade que se pode ter para estabelecer um critério de diferenciação. Inclusive, observa que a classificação e a terminologia feitas pela Lei 9.605/98 45 divergem da classificação dos seres vivos, bem como das nomenclaturas zoológicas, gerando problemas de interpretação. Cada artigo da Lei de Crimes Ambientais possui uma forma de classificar a fauna que se destina a tutelar. No caso do art. 32, a fauna foi subdividida em silvestre, doméstica, domesticada, nativa e exótica. Gina Copola 46 faz uma breve definição de cada um dos tipos de fauna tutelados: a fauna silvestre é composta por animais que não guardam qualquer relação com o homem, e que também não podem, em regra, viver no habitat humano ; a fauna doméstica é aquela mais próxima do homem, e que em geral depende do homem para a sobrevivência, e, dessa forma, adapta-se facilmente ao habitat humano ; a fauna domesticada é composta por animais que apesar de não terem nascido para viver no mesmo habitat que o homem, pode adaptar-se a tal 39 CASTRO, João Marcos Adede Y. Crimes ambientais: comentários à Lei nº 9.605/98. Porto Alegre: Fabris, 2004, p RIO GRANDE DO SUL. Lei nº , de 3 de agosto de Institui o Código Estadual do Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências. Disponível em: < Rotulo=Lei%20n%C2%BA% &idNorma=11&tip o=pdf>. Acesso em: 20 out Art Para os fins previstos nesta Lei entende-se por: [...] XXIII - fauna: o conjunto de espécies animais; 42 BRASIL. Decreto-Lei nº 221, de 28 de fevereiro de Dispõe sobre a proteção e estímulos à pesca e dá outras providências. Disponível em: < Acesso em: 13 out BRASIL. Lei nº , de 3 de janeiro de Dispõe sobre a proteção à fauna e dá outras providências. Disponível em: < Acesso em: 13 out CASTILHO, Ela Wiecko V. de. Conceito de fauna e de animais nos crimes contra a fauna da lei 9.605/98. In: FREITAS, Vladimir Passos de (Org.). Direito ambiental em evolução nº ed. 6. tir. Curitiba: Juruá, 2006, p BRASIL. Lei 9.605, de 12 de fevereiro de "Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências". Disponível em: < Acesso em: 20 out COPOLA, Gina. A lei de crimes ambientais comentada artigo por artigo: jurisprudência sobre a matéria. Belo Horizonte: Fórum, 2008, p

10 10 meio, dependendo da ação do homem ; a fauna nativa se compõe dos animais pertencentes ao ecossistema brasileiro; e a fauna exótica, dos pertencentes a outros ecossistemas. 1.4 PRATICAR ATO DE ABUSO, ATO DE MAUS TRATOS, FERIR E MUTILAR Praticar ato de abuso e praticar ato de maus tratos são as duas primeiras condutas referidas pelo art. 32 da lei 9.605/ José H. Pierangeli 48 refere que, embora existam duas condutas, há um só verbo: praticar. O autor também faz uma comparação entre maus tratos e abuso, sendo esta uma forma mais grave de crueldade que aquela, mostrando a ligação entre uma conduta e outra, que não podem ser compreendidas separadamente 49. Edis Milaré e Paulo J. Costa Jr. 50 entendem ser abuso a conduta que exige do animal esforço acima de suas forças, abusando dele, extrapolando limites, como, por exemplo, cavalgar milhas sem dar o devido descanso ao animal, ou obrigar o animal a carregar peso excessivo por longos trajetos. Quanto aos maus tratos, entendem ser o castigo excessivo e desnecessário ao animal, tendo como exemplo o uso exagerado de esporas e relhos, infligindo demasiados e desnecessários castigos à montaria.] O Código Penal 51 é utilizado quando se quer encontrar uma definição do crime de maus tratos. Muitos autores 52, quando tratam o assunto, citam o art do referido diploma legal, que 47 BRASIL. Lei 9.605, de 12 de fevereiro de "Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências". Disponível em: < Acesso em: 20 out PIERANGELI, José Henrique. Maus tratos contra animais. In: MILARÉ, Édis; MACHADO, Paulo Affonso Leme (Org.). Direito ambiental: conservação e degradação do meio ambiental. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011, v. II, p Infligir maus tratos, portanto, é tratar com violência; é bater, espancar, maltratar, açoitar, mutilar, lesar fisicamente; é obrigar contra a natureza; é produzir padecimentos; é submeter pessoas e animais a sofrimentos de ordem física e mental; é submetê-los mediante emprego de utensílios e aparelhos; é sujeitá-lo a trabalho excessivo ou inadequado para a sua estrutura e ou idade; é privar de alimentação etc. Destarte, praticar ato de abuso e de maus tratos, muitas vezes possui um mesmo e único sentido, e é dessa maneira que aparecem os vocábulos do Decreto , de No entanto, o ato de abuso ou de mau uso liga-se a uma atividade como, por exemplo, sujeitar um animal a trabalho excessivo ou superior a sua capacitação física, fazer um animal fêmea em adiantado estado de gestação trabalhar. Evidente que, se não fizesse a lei a distinção, tal conduta se adequaria ao tipo legal como maus tratos. Não peca, porém, o legislador, em estabelecer uma distinção e, assim, evitar dificuldades para um intérprete menos avisado. 50 MILARÉ, Édis; COSTA JÚNIOR, Paulo José da. Direito penal ambiental: comentários à Lei 9.605/98. Campinas: Millennium, 2002, p BRASIL. Decreto-lei 2.848, de 07 de dezembro de "Código Penal". Disponível em: < planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm>. Acesso em: 20 out Por exemplo: COPOLA, Gina. A lei de crimes ambientais comentada artigo por artigo: Jurisprudência sobre a matéria. Belo Horizonte: Fórum, 2008, p Art Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina: Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a

11 11 é a definição legal de maus tratos praticado contra pessoas. José H. Pierangeli 54 aplica desta definição, especificamente em relação aos animais, a privação de alimentação, a sujeição a trabalho excessivo ou inadequado e abuso nos processos e meios de adestramento e outros cuidados indispensáveis. Impende consignar que o termo maus tratos é associado as outras condutas referidas no caput do art. 32 da Lei 9.605/98. Antes da edição da referida norma, crueldade contra animais era sinônimo de maus tratos. Aliás, ainda hoje é tida por muitos doutrinadores 55 como tal, haja vista que a crueldade contra animais, prevista na CF/88 56, é regulamentada pela Lei de Crimes Ambientais 57 no artigo que faz referência aos maus tratos contra animais. Lembra-se que, como explicado anteriormente, o art. 64 da Lei de Contravenções Penais 58 referia-se apenas aos maus tratos contra os animais, e que a Lei 9.605/98 veio a ampliar o leque de hipóteses de condutas reprováveis contra os animais, para evitar interpretações restritivas por parte do Órgão Julgador. Neste ponto, o parecer de Helita B. Custódio 59 explica essa sinonímia 60. Laerte F. Levai 61 ressalta que nos casos de prática de ato de abuso ou maus tratos contra animal não haverá necessidade de prova pericial, como um laudo ou atestado veterinário, para comprovar o fato criminoso, porquanto há a possibilidade do crime não deixar vestígios físicos. A situação de mau uso ou de sofrimento do animal, nestes casos, pode ser demonstrada por meio de quatro anos. 2º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos. (Incluído pela Lei nº 8.069, de 1990). 54 PIERANGELI, José Henrique. Maus tratos contra animais. In: MILARÉ, Édis; MACHADO, Paulo Affonso Leme (Org.). Direito ambiental: conservação e degradação do meio ambiental. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011, v, II, p DIAS, Edna Cardoso. A tutela jurídica dos animais. Belo Horizonte: Mandamentos, 2000, p BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de Disponível em: < Acesso em: 19 out BRASIL. Lei 9.605, de 12 de fevereiro de "Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências". Disponível em: < Acesso em: 20 out BRASIL. Decreto-lei 3.688, de 03 de outubro de Lei das Contravenções Penais. Disponível em: < Acesso em: 20 set CUSTÓDIO, Helita Barreira. Crueldade contra animais e a proteção destes como relevante questão jurídicoambiental e constitucional. Revista de Direito Ambiental, São Paulo: Revista dos Tribunais, v. 2, n. 7, p. 61, jul./set Nesta ordem de demonstrações, é oportuno evidenciar a equiparação gradativa do conceito de maus tratos ao conceito de crueldade contra os animais, diante do intencional, ou negligente, imprudente ou imperito emprego de meios ou de instrumentos desumanamente dolorosos, tanto na prática de maus tratos quanto como na de crueldade contra a vítima animal, que se submete e sofre, de forma cada vez mais agravante, os danosos e iguais efeitos puníveis. Nos dias de hoje, diante dos dolorosos e danosos efeitos iguais e puníveis, torna-se evidente que a crueldade e os maus tratos constituem termo e expressão de conceitos equivalentes, tanto na impiedade das práticas sempre cruéis e desumanas contra os animais como nos seus danosos efeitos análogos: a dor provocada consciente e dolosamente (o agente é livre, quer o resultado e assume o risco de produzi-lo) ou culposamente (o agente é livre, mas dá causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia) pela própria pessoa humana. 61 LEVAI, Laerte Fernando. Direito dos animais. 2. ed. rev. ampl. e atual. pelo autor. Campos do Jordão: Editora Mantiqueira, 2004, p. 39.

12 12 fotografias, de relatos feitos por testemunhas, ou até mesmo pelo bom senso do julgador, haja vista que, mesmo sem machucaduras, o animal pode estar em evidente estado de sofrimento. No que tange às condutas ferir e mutilar, são condutas que, conforme ressalta José H. Pierangeli 62, não deixam de ser maus tratos a animal. Explica o autor que o ferimento ou a mutilação são contornos mais graves e repulsivos de condutas iniciais de maus tratos e abuso 63. Inclusive, pode se ter uma conduta de maus tratos ou abuso que resulte em um ferimento tão grave, que leve à mutilação do membro lesionado. Como se vê, as quatro condutas são interligadas uma a outra. Laerte F. Levai 64 faz uma ressalva quanto a conduta de ferir um animal. No entender do autor, mesmo que essa ação cause lesões que ofendam a integridade física do animal, pode não ser possível a realização do exame pericial na vítima atingida. Porém, não se pode admitir que o agente saia impune, deve-se recorrer a outros meios de prova em direito admitido. Embora importante a prova pericial nestes casos, não é impossível substituí-la, nem seria correto deixar de fazê-lo na ausência daquela. 2 APLICABILIDADE DO CAPUT DO ART. 32 DA LEI DE CRIMES AMBIENTAIS: ANÁLISE DE CASOS PRÁTICOS 2.1 VEÍCULOS DE TRAÇÃO ANIMAL 62 PIERANGELI, José Henrique. Maus tratos contra animais. In: MILARÉ, Édis; MACHADO, Paulo Affonso Leme (Org.). Direito ambiental: conservação e degradação do meio ambiental. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011, v. II, p As duas ultimas condutas são ferir e mutilar, que se revestem de maior gravidade. Temos, aqui, duas condutas comissivas, dolosas, que ultrapassam os limites do abuso e dos maus tratos. O agente quer ferir um animal, golpeando-o em qualquer de seus órgãos ou tecidos. Evidente que, ao exame pericial, que é indispensável para a formação do corpo de delito, tais feridas têm de estar demonstradas, e a perícia deverá revelar qual a espécie de ferida: incisa, punctória ou mista, ou de lesões contusas, de lacero-contusas, se há, ou não, equimoses, hematomas ou bossas sangüíneas, fraturas, luxações etc. Embora a lei não se refira à gravidade das lesões, estas poderão indicar o índice de crueldade, orientador da conduta do agente, que ira compor um juízo de maior reprovabilidade, ou de culpabilidade. Ou, quando não, ampliando as conseqüências do delito, que devem a ser consideradas para os fins do art. 59 do CP. Mas a lei ainda refere se refere à mutilação. Mutilar alguém de algum membro ou de parte do corpo é cortar-lhe um membro ou parte do seu corpo. O animal é privado de algum de seus membros, ou de parte de seu corpo, com a privação de uma e das demais patas, da cauda, dos dentes. Reduzindo ou impossibilitando a sua locomoção, a sua capacidade de defesa, impondo-lhe maiores sacrifícios e limitações etc. A crueldade, agora, atinge os limites da selvageria, da falta de humanidade. Por isso, ganha essa conduta um grau de reprovação que se aproxima do grau ou nível máximo de culpabilidade posto que, hodiernamente, ninguém mais discute possuir a culpabilidade graus. 64 LEVAI, Laerte Fernando. Direito dos animais. 2. ed. rev. ampl. e atual. pelo autor. Campos do Jordão: Editora Mantiqueira, 2004, p. 39.

13 13 A relação do homem com os animais está presente em tudo que ele faz, inclusive em seu meio de trabalho. De pouca utilização nos dias de hoje, os veículos de tração animal tem sido mais aproveitados pelos denominados catadores de lixo, pessoas que percorrem as ruas da cidade atrás de lixo reciclável, recolhem-no e vendem-no para locais que trabalham com esse tipo de lixo. Os VTAs são o meio pelo qual o catador de lixo transporta esse lixo que ele encontra até os locais que trabalham com isso. Dessa forma, o animal se torna seu principal instrumento de trabalho. O Decreto /34 65 dispõe, nos arts. 3º, VII; 4º; 5º; 6º; e 7º 66, sobre veículos de tração animal. Observa-se que no art. 4º estão relacionadas as espécies de animais que podem ser utilizadas nesses veículos, não sendo permitido o uso de outras. Foram arrolados os eqüinos cavalos e éguas, os bovinos bois e vacas, os muares burros e mulas e os asininos asnos e jumentos. João M. A. Y Castro 67 faz breves colocações sobre os arts. 4º a 7º: as espécies eqüinas, bovinas, muares e asininas são, morfologicamente, mais preparadas para a atividade de tração de veículos e o previsto no art. 6º busca proteger o bem estar do animal, do condutor e da sociedade, ao determinar que os sinais sonoros, para efeito de aviso da presença do veículo, não devem ser constantes, mas eventuais, sendo acionados somente quando necessário. Além das normas ambientais sobre proteção à fauna, incidem sobre as atividades com veículos de tração animal também as normas de trânsito. Neste ponto, o Código de Trânsito Brasileiro 68 é a norma principal, que estabelece as regras gerais para os veículos, condutores e pedestres. 65 BRASIL. Decreto , de 10 de julho de Estabelece medidas de proteção aos animais. Disponível em: < Acesso em: 20 set Artigo 3º. Consideram-se maus tratos: [...] XII - descer ladeiras com veículos de tração animal sem utilização das respectivas travas, cujo uso é obrigatório [...]. Artigo 4º. Só é permitida a tração animal de veículo ou instrumento agrícolas e industriais, por animais das espécies esquina, bovina, muar e asinina. Artigo 5º. Nos veículos de duas rodas de tração animal é obrigatório o uso de escora ou suporte fixado por dobradiça, tanto na parte dianteira, como na traseira, por forma a evitar que, quando o veículo esteja parado, o pêso da carga recaía sôbre o animal. e também para os efeitos em sentido contrário, quando o peso da carga for na parte traseira do veículo. Artigo 6º. Nas cidades e povoados os veículos s tração animal terão tímpano ou outros sinais de alarme, acionáveis pelo condutor, sendo proibido o uso de guizos, chocalhos ou campainhas ligados aos arreios ou aos veículos para produzirem ruído constante. Artigo 7º. A carga, por veículo, para um determinada número de animais deverá ser fixada pelas municipalidades, obedecendo sempre ao estado das vias públicas. declives das mesmas, peso e espécie de veículo., fazendo constar nas respectivas licenças a tara e a carga útil. 67 CASTRO, João Marcos Adede Y. Direito dos animais na legislação brasileira. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 2006, p BRASIL. Lei nº , de 23 de setembro de Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Disponível em: < Acesso em: 20 out

14 Posição doutrinária Uma das condutas referidas 69 como passível de se enquadrar no conceito de abuso contra animais se dá nas atividades dependentes de veículos de tração animal. Embora a legislação especifique e ofereça meios de proteção aos animais utilizados em VTAs, a falta de fiscalização e de conhecimento sobre as Leis dificulta a proteção destes animais. Sobre isso Laerte F. Levai 70 constata que há um problema relacionado ao uso e aos conseqüentes abusos desses animais, tendo em vista dois fatores: a mesma Lei que vê a conduta de quem obriga o animal a carregar pesos excessivos como crime, permite o uso sem abusos do animal; as vicissitudes sócioeconômicas e o desconhecimento de normas de trânsito por parte dos usuários de VTAs; e o descaso do Poder Público. Por isso, ainda hoje, é possível encontrar nas ruas animais puxadores de VTAs exaustos, após horas ininterruptas de trabalho, sem comer e sem beber água. Não é raro saber de cavalos/jumentos/burros que foram obrigados a trabalhar até o limite de suas forças e que acabaram morrendo por conta disto. João M. A. Y Castro 71 observa que as cidades estão repletas de carroças, puxadas por animais extenuados e mal alimentados, utilizados no recolhimento de lixo reciclável. José H. Pierangeli 72 partilha da mesma opinião. O autor analisa o art. 3º do Decreto /34 e agrupa as trinta e uma condutas lá previstas conforme ensejadoras de abuso e ensejadoras de maus tratos. Entre aquelas arroladas como abuso, estão trabalho excessivo, além das forças do animal, imposição de trabalho à fêmea em estado adiantado de prenhez; imposição de trabalho à animal jovem, ainda sem condições para tal atividade. Angela B. Bianchini 73 tem o mesmo entendimento. Em seu trabalho de conclusão de curso, orientado por Fernanda L. F. de Medeiros, a autora fez uma análise da Lei / Tal 69 PROJETO ESPERANÇA ANIMAL. Animais Usados para Tração. Disponível em: Acesso em: 20 out LEVAI, Laerte Fernando. Direito dos animais. 2. ed. rev. ampl. e atual. pelo autor. Campos do Jordão: Editora Mantiqueira, 2004, p CASTRO, João Marcos Adede Y. Crimes ambientais: comentários à Lei nº 9.605/98. Porto Alegre: Fabris, 2004, p PIERANGELI, José Henrique. Maus tratos contra animais. In: MILARÉ, Édis; MACHADO, Paulo Affonso Leme (Org.). Direito ambiental: conservação e degradação do meio ambiental. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011, v. II, p BIANCHINI, Angela Both. A Lei /08 como instrumento de proteção jurídica dos animais no Município de Porto Alegre. Disponível em: < Acesso em: 09 out

15 15 norma, conhecida como Lei das Carroças, determina a redução gradativa dos veículos de tração animal na cidade de Porto Alegre. A meta é extinguir o uso desse tipo de transporte até 2016, com as exceções previstas no art. 3º, 1º 75, da referida Lei. Segundo ela uma Lei municipal desta magnitude vem complementar a disposição penal do art. 32 da Lei 9.605/98. Ademais, mesmo os doutrinadores 76 que não fazem uma crítica direta a esta conduta citam como prática de abuso contra animais o fato de serem atrelados a carroças com cargas superiores ao que podem carregar, o fato de serem levados ao limite da exaustão, trabalhando por horas ininterruptas sem ser-lhes possibilitado intervalo para descanso, o fato de serem deixados sem água e comida por várias horas afins Posição do STF e/ou do TJRS O Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul já se manifestou sobre a conduta de alguns proprietários de animais utilizados em veículos de tração animal, que lotam a carroça com material que excede o peso permitido. Tem prevalecido a idéia de que configura-se sim o crime de abuso quando o agente obriga o animal a puxar peso além do admissível. É o que se entende da análise do Recurso Crime nº No caso em tela 78, o réu foi denunciado por expor animal a trabalho excessivo, pois obrigou a vítima a tracionar carroça com carga superior a permitida, que é a de 300kg (trezentos quilogramas), porque, na ocasião, transportava na carroça uma carga de 13 (treze) bolsas de 74 PORTO ALEGRE. Lei nº , de 10 de setembro de Institui, no Município de Porto Alegre, o Programa de Redução Gradativa do Número de Veículos de Tração Animal e de Veículos de Tração Humana e dá outras providências. Disponível em: < Acesso em: 20 out Art. 3º Fica estabelecido o prazo de 8 (oito) anos, para que seja proibida, em definitivo, a circulação de VTAs e de VTHs no trânsito do Município de Porto Alegre. 1º Fica permitida a utilização de VTAs e de VTHs: I em locais privados; II na área rururbana, incluindo-se os núcleos urbanos intensivos; III na região periférica; IV em locais públicos, para fins de passeios turísticos; e V em rotas e baias que sejam autorizadas pelo Executivo Municipal. 76 MILARÉ, Édis; COSTA JÚNIOR, Paulo José da. Direito penal ambiental: comentários à Lei 9.605/98. Campinas: Millennium, 2002, p RIO GRANDE DO SUL. Tribunal de Justiça. Turma Recursal Criminal, Turmas Recursais. Recurso Crime nº Relator: Nara Leonor Castro Garcia. Julgado em: 10/12/ APELAÇÃO CRIME. MAUS-TRATOS EM ANIMAL DOMÉSTICO. ART. 32, CAPUT, DA LEI 9605/98. CRIME AMBIENTAL.CONDENAÇÃO. GRATUIDADE. 1.O R. obrigou o cavalo, que se encontrava debilitado, a puxar pela via pública uma carroça sobrecarregada, com peso incompatível com suas possibilidades físicas, praticando assim ato de abuso e maus-tratos a animal doméstico. 2.Impossibilidade de fixação de pena aquém do mínimo legal. Súmula 231 STJ. 3.A condição econômica do R. não é causa de exclusão da pena de multa. 4.Benefício à gratuidade decorre da representação pela Defensoria Pública. PROVIDA EM PARTE À APELAÇÃO. UNÂNIME.

16 16 cimento, cada uma pesando 50Kg (cinqüenta quilogramas). Restou condenado à pena privativa de liberdade de 3 meses de detenção. Conforme a relatora, Desembargadora Nara Leonor Castro Garcia, o fato foi comprovado nos termos da denúncia. O réu obrigou o animal, que já estava debilitado, a carregar peso não condizente com sua capacidade física, praticando, no entendimento do relator, ato de abuso e maus tratos. Houve conduta dolosa, porquanto o próprio réu admitiu que sabia que o animal estava debilitado e que o peso que obrigou ele a carregar estava acima do permitido. Nenhuma circunstância que pudesse excluir a culpabilidade ficou caracterizada, haja vista que o agente poderia ter dado mais de uma viagem para transportar os sacos de cimento. 2.2 RINHAS DE ANIMAIS A rinha de animais é uma atividade esportiva causadora de grande polêmica no País. Atualmente proibida, não foram poucas as tentativas de legalizá-la. Ainda hoje tem-se notícias destas tentativas. Os Decretos /24 79 e /61 80 foram as primeiras normas a proibirem essa atividade, que se tenha notícia. Quanto à condição de prática que causam maus tratos a animais, as rinhas assumiram esta posição, segundo Edna C. Dias 81, com o Decreto , que dispunha especificamente sobre isso, em seu art. 3º, XXIX 83. Sobre a atividade em si, consiste em um combate entre animais de mesma espécie ou de espécies diferentes. A respeito de sua origem, Monica Grimaldi 84 comenta que os romanos promoviam lutas entre cães ou entre cães e outros animais e os ingleses medievais eram adeptos das brigas entre cães. Quanto ao Brasil, é maior adepto das brigas entre galos, herança trazida de Portugal, mas que teve origem na Grécia antiga. Como bem refere a autora supracitada, a rinha de animais de maior ocorrência no Brasil é a de galos. Por este motivo, e para uma melhor explanação do assunto, fixar-se-á, neste trabalho, 79 BRASIL. Decreto , de 10 de setembro de Approva o regulamento das casas de diversões publicas. Disponível em: < norma-pe.html>. Acesso em: 20 set BRASIL. Decreto , de 18 de maio de Proíbe o funcionamento das rinhas de brigas de galos e dá outras providências. Disponível em: < mas.action?numero=50620&tipo_norma=dec&data= &link=s>. Acesso em: 20 set DIAS, Edna Cardoso. A tutela jurídica dos animais. Belo Horizonte: Mandamentos, 2000, p BRASIL. Decreto , de 10 de julho de Estabelece medidas de proteção aos animais. Disponível em: < Acesso em: 20 set Art. 3º Consideram-se maus tratos: [...] XXIX - realizar ou promover lutas entre animais da mesma espécie ou de espécie diferente, touradas e simulacros de touradas, ainda mesmo em lugar privado [...]. 84 GRIMALDI, Mônica. Desde eras remotas... Disponível em: < Acesso em: 13 out 2011.

17 17 apenas à prática das rinhas de galo. Ressalta-se, entretanto, que as demais rinhas seguem o disposto na doutrina e na jurisprudência sobre as brigas de galo. A respeito dos procedimentos preparatórios e do combate, Edna C. Dias 85 relata, nos mínimos detalhes, os preparativos e a realização de uma rinha de galos. Em resumo, o galo passa por 69 dias de treinamento, durante os quais ele é submetido a tratamentos cruéis, como ficar suspenso pelo rabo para fortalecer as unhas na. Durante o treinamento de cotejo, o galo é posto para brigar com outros, mas lesões são evitadas para não prejudicar o animal na hora da rinha. No dia da luta, conforme a supracitada autora, procede-se a parelha escolha dos pares e iniciam-se as apostas, denominadas topos. Durante a luta, são utilizadas esporas de metal e bicos de prata, utilizados com o fim específico de causar danos mais graves ao adversário. O combate dura uma hora e quinze minutos, com quatro intervalos de 5 minutos, denominados refrescos, nos quais também são feitas apostas. Se não houver um vencedor, isto é, se nenhum dos galos cair, o topo perde a validade Posição doutrinária Quando uma atividade é considerada por seus praticantes como recreativa, a análise de sua admissibilidade se dá pela ótica de duas extremidades principais, quais sejam o dever constitucional de proteção da fauna e o direito social constitucional ao lazer. Sobre isso, registrase o posicionamento de Celso A. P. Fiorillo 86. Ele explica que o direito ao lazer e o dever de preservação e conservação da fauna podem se chocar, porquanto há casos em que aquele é exercido com a utilização deste. Haja vista que a norma constitucional proíbe categoricamente práticas que submetam animais à crueldade, quando surge o conflito entre tais direitos difusos, é necessário que se faça uma análise do caso de modo que se compatibilize a conservação do meio ambiente e o exercício de certas atividades. Os juristas, em sua grande maioria 87, tem opinião desfavorável quanto à prática de rinhas de animais. Além de considerarem uma forma cruel de diversão, os doutrinadores também não concordam com as teses dos defensores de rinhas de que é um instinto natural do animal. Laerte 85 DIAS, Edna Cardoso. A tutela jurídica dos animais. Belo Horizonte: Mandamentos, 2000, p FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro. 7. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2006, p CADAVEZ, Lília Maria Vidal de Abreu Pinheiro. Crueldade contra os animais: uma leitura transdisciplinar à luz do sistema jurídico brasileiro. Direito & Justiça, Porto Alegre, v. 34, n. 1, p , jan./jun

18 18 F. Levai 88 é um desses autores. Ele explica que os animais são provocados pelo próprio dono, que o animal passa por crueldades extremas, porquanto que desde cedo conhecem a dor física suas orelhas, cristas e barbelas são cortadas sem emprego de anestesia têm o bico e as esporas reforçadas com aço inoxidável, de modo que a briga não termina enquanto um deles não tombar morto. Esta é a idéia de João M. A. Y. Castro 89, que refuta qualquer argumento de que a agressividade apresentada pelo animal no momento da luta faz parte de seu natureza, porquanto eles são treinados e estimulados para que apresentem tal comportamento, sendo até mesmo sacrificados quando dóceis. Ademais, como cita o autor, os petrechos colocados nos animais durante a luta tem como fim causar lesões no adversário de despertar-lhe o desejo de luta. Logo, entende-se que a posição da doutrina, no assunto rinhas, é de que se trata de um crime ambiental, em face de submeter os animais à crueldade. Impossível compatibilizar tal atividade com a preservação e conservação da fauna, porquanto atinge diretamente a saúde psíquica do homem, que, nos dizeres de Celso A. P. Fiorillo 90, não lhe permite ver, em decorrência de práticas cruéis, um animal sofrendo Posição do STF e/ou do TJRS O Supremo Tribunal Federal e o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul já se manifestaram sobre o assunto. É unânime a posição de que a referida atividade esportiva constitui crime previsto no art. 32 da Lei 9.605/ Entende-se que, embora essas decisões se refiram apenas à rinhas de galo, qualquer rinha de animais é considerada cruel e, portanto, proibida, como se vê nas decisões selecionadas. A Ação Direta de Constitucionalidade nº , julgada pelo STF e publicada este ano, reflete tal posição 93. Trata-se da validade ou invalidade jurídico-constitucional da Lei 2.895/98 94, 88 LEVAI, Laerte Fernando. Direito dos animais. 2. ed. rev. ampl. e atual. pelo autor. Campos do Jordão: Editora Mantiqueira, 2004, p CASTRO, João Marcos Adede Y. Crimes ambientais: comentários à Lei nº 9.605/98. Porto Alegre: Fabris, 2004, p FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro. 7. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2006, p BRASIL. Lei 9.605, de 12 de fevereiro de "Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências". Disponível em: < Acesso em: 20 out BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Tribunal Pleno. Ação Direta de Inconstitucionalidade nº Relator(a): Min. Celso de Mello. Julgado em: 26/05/2011. Diário de Justiça Eletrônico, 198 DIVULG PUBLIC EMENT VOL PP

19 19 do Estado do Rio de Janeiro, que autoriza a criação e realização de exposições e competições entre aves combatentes da fauna não silvestre. Argumenta o Procurador Geral da República que tal norma viola o disposto no art. 225, 1º, VII, da Constituição Federal 95. O voto 96 do relator, Ministro Celso de Melo, se deu no sentido de declarar inconstitucional a norma em tela, porquanto todo o seu texto faz referência às brigas de galo, atividade mostra-se frontalmente incompatível com o art. 225, 1º, VII, da CF/88, bem como está tipificada pelo art. 32, caput, da Lei 9.605/98. Ressalta o relator que as brigas de galo já são consideradas reprováveis pelo ordenamento jurídico brasileiro antes mesmo da vigência da Constituição Federal de 1988, que veda a submissão a crueldade a qualquer animal, inclusive animais domésticos como o galo. Lembra também que a integridade do meio ambiente constitui prerrogativa jurídica de titularidade coletiva. 93 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - BRIGA DE GALOS (LEI FLUMINENSE Nº 2.895/98) - LEGISLAÇÃO ESTADUAL QUE, PERTINENTE A EXPOSIÇÕES E A COMPETIÇÕES ENTRE AVES DAS RAÇAS COMBATENTES, FAVORECE ESSA PRÁTICA CRIMINOSA - DIPLOMA LEGISLATIVO QUE ESTIMULA O COMETIMENTO DE ATOS DE CRUELDADE CONTRA GALOS DE BRIGA - CRIME AMBIENTAL (LEI Nº 9.605/98, ART. 32) - MEIO AMBIENTE - DIREITO À PRESERVAÇÃO DE SUA INTEGRIDADE (CF, ART. 225) - PRERROGATIVA QUALIFICADA POR SEU CARÁTER DE METAINDIVIDUALIDADE - DIREITO DE TERCEIRA GERAÇÃO (OU DE NOVÍSSIMA DIMENSÃO) QUE CONSAGRA O POSTULADO DA SOLIDARIEDADE - PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL DA FAUNA (CF, ART. 225, 1º, VII) - DESCARACTERIZAÇÃO DA BRIGA DE GALO COMO MANIFESTAÇÃO CULTURAL - RECONHECIMENTO DA INCONSTITUIONALIDADE DA LEI ESTADUAL IMPUGNADA - AÇÃO DIRETA PROCEDENTE. LEGISLAÇÃO ESTADUAL QUE AUTORIZA A REALIZAÇÃO DE EXPOSIÇÕES E COMPETIÇÕES ENTRE AVES DAS RAÇAS COMBATENTES - NORMA QUE INSTITUCIONALIZA A PRÁTICA DE CRUELDADE CONTRA A FAUNA - INCONSTITUCIONALIDADE. - A promoção de briga de galos, além de caracterizar prática criminosa tipificada na legislação ambiental, configura conduta atentatória à Constituição da República, que veda a submissão de animais a atos de crueldade, cuja natureza perversa, à semelhança da farra do boi (RE /SC), não permite sejam eles qualificados como inocente manifestação cultural, de caráter meramente folclórico. Precedentes. - A proteção jurídico-constitucional dispensada à fauna abrange tanto os animais silvestres quanto os domésticos ou domesticados, nesta classe incluídos os galos utilizados em rinhas, pois o texto da Lei Fundamental vedou, em cláusula genérica, qualquer forma de submissão de animais a atos de crueldade. - Essa especial tutela, que tem por fundamento legitimador a autoridade da Constituição da República, é motivada pela necessidade de impedir a ocorrência de situações de risco que ameacem ou que façam periclitar todas as formas de vida, não só a do gênero humano, mas, também, a própria vida animal, cuja integridade restaria comprometida, não fora a vedação constitucional, por práticas aviltantes, perversas e violentas contra os seres irracionais, como os galos de briga ( gallus-gallus ). Magistério da doutrina. [...] Precedentes. 94 RIO DE JANEIRO. Lei nº , de 20 de março de Autoriza a criação e a realização de exposições e competições entre aves das raças combatentes (fauna não silvestre) para preservar e defender o patrimônio genético da espécie gallus-gallus. Disponível em: < ?OpenDocument> Acesso em: 20 out BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de Disponível em: < Acesso em: 19 out Entendo, por isso mesmo, Senhor Presidente, que a Lei nº 2.895, de 20/03/98, editada pelo Estado do Rio de Janeiro de teor essencialmente idêntico ao da Lei catarinense nº /2000, declarada inconstitucional pelo Plenário desta Corte, no julgamento da ADI 2.514/SC, Rel. Min, EROS GRAU, está em situação de conflito ostensivo com a norma inscrita no art. 225, 1º, VII, da Constituição da República, que, insista-se, veda a prática de crueldade contra animais e que tem, na Lei 9.605/98 (art. 32), o seu preceito incriminador, eis que pune, a título de crime ambiental, a inflição de maus-tratos contra animais.

20 20 Após devidamente debatida a questão na sessão, a decisão final foi unânime em considerar inconstitucional a Lei Estadual 2.895/98, tendo em vista que contrariava descaradamente a Constituição Federal e a Lei de Crimes Ambientais. Ao admitir a briga de galos, a norma estadual em tela permitia a realização de uma pratica considerada criminosa pela norma constitucional e infraconstitucional federal. Por fim, no âmbito estadual, decisão do TJRS 97, nos autos do Recurso Crime nº , manifesta o mesmo entendimento. No caso em tela, ocorrido em Caxias do Sul, o réu foi acusado de, em comunhão de esforços e acordo vontades com outros indivíduos, ter praticado ato de abuso e maus tratos a animais, quais sejam galos, tendo sido constatada a existência de um rinhadeiro no local, bem como de galináceas que eram postas para brigarem umas com as outras, acarretando lesões aos animais. Conforme a relatora, Desembargadora Laís Ethel Corrêa Pias, havia provas de autoria e materialidade. Haja vista que os fatos narrados na inicial, devidamente comprovados durante a dilação probatória, constituem conduta ilícita e antijurídica, nos termos do art. 32, caput, da Lei 9.605/98, e que não havia nenhuma causa excludente de ilicitude, a decisão foi pela manutenção da sentença condenatória. 2.3 FARRA DO BOI Evento muito difundido em Santa Catarina, em especial na região litorânea, a Farra do Boi, anualmente, traz à tona na mídia o conflito entre o dever constitucional de proteção dos animais e o direito constitucional à manifestações culturais. Embora proibida no Brasil, todos os anos, geralmente na mesma época, os jornais noticiam a ocorrência ilegal desse evento em Santa Catarina. Carolina M. Bahia 99 comenta que esta manifestação existe no Estado vizinho há pelo menos dois séculos, tendo vindo de Portugal com os açorianos, que sempre tiveram uma maior 97 CRIME AMBIENTAL. MAUS TRATOS CONTRA ANIMAIS. GALO DE RINHA. ARTIGO 32, CAPUT, DA LEI 9.605/98. SENTENÇA CONDENATÓRIA MANTIDA. Evidenciada a ocorrência do delito, presentes as elementares do tipo penal. Materialidade e autoria comprovadas. Corrigido erro material na sentença. Corrigida a pena de multa cumulativa de acordo com a legislação vigente. Fixado o regime aberto para o cumprimento da pena detentiva. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 98 RIO GRANDE DO SUL. Turma Recursal Criminal. Recurso Crime nº , Relator: Laís Ethel Corrêa Pias, Julgado em 27/09/ BAHIA, Carolina Medeiros. O caso da farra do boi no Estado de Santa Catarina: colisão de direitos fundamentais. In: MOLINARO, Carlos Alberto... [et al.]. (Org.). A dignidade da vida e os direitos fundamentais para além dos humanos: uma discussão necessária. Belo Horizonte: Fórum, 2008, p

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