COMPORTAMENTO DE CULTIVARES DE MILHO NO ESTADO DA BAHIA NO ANO AGRÍCOLA DE 1999/2000

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1 COMPORTAMENTO DE CULTIVARES DE MILHO NO ESTADO DA BAHIA NO ANO AGRÍCOLA DE 999/2000 Hélio da Silva Marques, Hélio Wilson Lemos de Carvalho 2, Maria de Lourdes da Silva Leal 2, Manoel Xavier dos Santos 3, Jazon Silva de Oliveira, Valfredo Vilela Dourado, Giderval Vieira Sampaio e Benedito Carlos Lemos de Carvalho Eng. Agrôn. M.Sc., Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola, (EBDA), Salvador-BA. 2 Eng. Agrôn. M.Sc., Embrapa-Centro de Pesquisa Agropecuário dos tabuleiros Costeiros (CPATC), Caixa Postal, CEP , Aracaju, SE. 3 Eng. Agrôn. Ph.D., Embrapa-Centro Nacional de Pesquisa de Milho e Sorgo (CNPMS), Caixa Postal 52, CEP , Sete Lagoas, MG. Eng. Agrôn. Ph.D., Embrapa - Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola, (EBDA), Salvador-BA. As regiões de Irecê, Nordeste e Oeste são as principais áreas produtoras de milho do Estado da Bahia e, juntas contribuem com mais de 80 % do milho produzido no Estado. A região de Irecê possui solos de excelente qualidade para a produção do milho, mas as condições climáticas, quase sempre limitam sua produção, pela frustração total e parcial de safras. A região Nordeste da Bahia, diferentemente do que ocorre com a região de Irecê, há uma maior regularidade climática, em virtude da melhor distribuição de chuvas e pelo fato das temperaturas serem mais favoráveis ao cultivo do milho. A região Oeste vem se notabilizando pelas altas produtividades, onde os rendimentos do milho vem superando a média nacional. Neste contexto, é de grande interesse o desenvolvimento de um programa de pesquisa voltado para a avaliação de cultivares de milho dada a possibilidade de seleção de cultivares (variedades e híbridos) com adaptação aos mais diversos ambientes do Estado, e com possibilidades de promover melhorias nas atividades do agricultor. Por essa razão, desenvolveu-se o trabalho visando avaliar variedades e híbridos de milho, nas diferentes regiões produtoras de milho do Estado da Bahia, para recomendação daqueles de melhor adaptação e portadores de características agronômicas desejáveis. Os ensaios foram realizados em sete locais do Estado da Bahia, no ano agrícola de 999/2000, distribuídos nas regiões produtoras de Irecê (nos municípios de Lapão e Ibititá), Oeste (nos municípios de Barreiras dois ensaios e Riachão das neves), Nordeste (no município de Paripiranga) e planalto de Vitória da Conquista (no município de Barra do Choça). O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com três repetições dos trinta e seis tratamentos. Cada parcela constou de quatro fileiras de 5,0 m de comprimento, a espaços de 0,90 m entre fileiras e 0,50 m entre covas. Foram colhidas as duas fileiras centrais de forma integral, correspondendo a uma área útil de 9,0 m 2. Foram tomados os dados de florescimento feminino, alturas de planta e de espiga, estande de colheita número de espigas colhidas e peso de grãos. Esses dados foram submetidos a análise de variância por local, obedecendo ao modelo de blocos ao acaso. A seguir, foi processada a análise de variância conjunta para essas características obedecendo ao critério de homogeneidade dos quadrados médios residuais. A análise de variância conjunta mostrou efeitos significativos, a % de probabilidade, pelo teste F, para cultivares, locais e interação cultivares x locais, no tocante aos caracteres florescimento feminino, alturas de planta e de espiga estande de colheita e número de espigas colhidas, evidenciando diferenças entre as cultivares os locais e comportamento diferenciado das cultivares em face das variações ambientais (Tabela ). As cultivares revelaram comportamento diferencial, entre se, ao nível de % de probabilidade, pelo teste F, dentro de cada local para o peso de grãos (Tabela 2). Constatou-se que alguns ambientes foram mais propícios ao cultivo do milho, produzindo acima da média geral (5.086

2 BMP - Resumo kg/ha), tais como, Lapão e Ibititá, na região de Irecê, Barra do Choça, no planalto de Vitória da Conquista e, Barreiras, nos cerrados do Oeste da Bahia. A análise de variância conjunta para o peso de grãos (Tabela 2) revelou diferenças significativas, a % de probabilidade, pelo teste F, para os efeitos de cultivares, locais e interação cultivares x locais, o que evidencia comportamento diferenciado entre as cultivares, os locais, além de mostrar inconsistência no comportamento das cultivares em face das variações ambientais. Os híbridos mostraram melhor adaptação que as variedades, com rendimentos médios acima da média geral, destacando-se, entre eles, os Zeneca 850, Pioneer 30, Cargill e Pioneer 3027, apesar de não diferirem de muitos outros, estatisticamente. Algumas variedades mostraram rendimentos semelhantes a alguns híbridos, evidenciando boa adaptação às condições edafoclimáticas da região, como as CMS 59, AL 3- Dois em Um e AL 25-Vencedor. As variedades BR 5033-Asa Branca, BR 50-Sertanejo, BR 06 e BR 5028-São Francisco apresentaram produtividades médias ao redor da média geral, justificando o bom comportamento apresentado em outros trabalhos realizados na região. Considerando os resultados nota-se que os híbridos mostraram melhor adaptação que as variedades, e a utilização desses materiais na região poderá melhorar substancialmente a atividade do agricultor. As variedades de melhores rendimentos devem ser amplamente recomendadas, principalmente, para os pequenos e médios produtores rurais. Tabela. Médias e resumo das análises de variância conjuntas para as características avaliadas. Estado da Bahia, 999/2000. Cultivares Florescimento Feminino Altura de planta Altura de espiga Estande de colheita Espigas Colhidas BR BR 50-Sertanejo Guape BRS AL Manduri BR Sintético Dentado Saracura AL 25-Vencedor Pioneer

3 BMP - Resumo Pioneer CMS Boz AL 30-Tietê Sintético Duro AL 3-Dois em Um BR5033-Asa Branca BR5039-São Vicente CMS BR Agromen BR5028São Francisco A SHS Pioneer Cargill Ag Zeneca AG Agromen BR 5037-Cruzeta CMS

4 Cargill BRS Assum Preto CMS CMS Média C. V. (%) 2,0 7,,7 7, 9, F ( T ) 98,0 ** 7, **,2 **,3 ** 5,7 ** F ( L ) 29,8 **,8 ** 50,7 ** 26,7 ** 68,6 ** F ( T x L ), ** 2, ** 2, **,8 **,9 ** D. M. S. (5 % ) Variedade, 2 híbrido simples, 3 híbrido triplo e híbrido duplo. ** Significativo a % de probabilidade pelo teste F. Tabela 2. Produtividade média de grãos (kg/ha) das cultivares nos vários locais e resumo das análises de variância. Estado da Bahia, 999/2000. Cultivares Paripiranga Lapão Ibititá Barra Do Choça Riachão Das Neves Barrerias Barrerias2 Análise conjunta 3 Zeneca Pioneer Cargill Pioneer Pioneer Agromen Cargill AG AL 30-Tietê

5 Agromen AG AL 25- Vencedor AL 3-Dois em Um SHS CMS BR A BRS BR 5033-Asa Branca BR 50- Sertanejo BR BR São Francisco Sintético Dentado Boz AL Manduri Sintético Duro CMS BR 5039-São Vicente CMS BRS Assum Preto BR Saracura

6 BR Cruzeta CMS Guape CMS Média C. V. (%) 6,3 2,5,8 2, 5,7 2,6 9,2 2,3 F (C ) 60,7 ** 5,7 **,9 **,2 ** 9,3 ** 8,9 ** 6,6 ** 3, ** F (L ) , ** F (C x l ) ,6 ** D. M. S. (5 % ) ** Significativo a % de probabilidade pelo teste F. Variedade, 2 híbrido simples, 3 híbrido triplo e híbrido duplo.