Caracterização Diagnóstica da Região Norte. Nós Críticos: sinalização e consequências
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- Benedicta Canedo Pedroso
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2 Seminário NORTE 2015 O Desenvolvimento Regional no Novo Horizonte Europeu: O caso do Norte de Portugal 25.Maio.2005 INCLUSÃO SOCIAL FERNANDA RODRIGUES
3 Estrutura da Apresentação Inclusão Social vs Exclusão Social Dimensões de Análise Territorializada: Privação, Desqualificação, Desafiliação Caracterização Diagnóstica da Região Norte Nós Críticos: sinalização e consequências Perspectivas de estratégia para a inclusão social em contexto europeu.
4 Inclusão Social vs Exclusão Social A construção de um patamar de inclusão supera a leitura dos factores que compõem a exclusão. A deslocação do entendimento de um problema residual e focalizado para questão estrutural, persistente e multidimensional.
5 Inclusão Social vs Exclusão Social A Exclusão Social não se esgota na pobreza, está associada aos problemas de emprego, à consequente ausência de recursos materiais, ao baixo nível de protecção social, à transformação do papel da família, aos movimentos migratórios, à toxicodependência, às crianças e jovens em risco, à ausência de habitação, aos fenómenos ligados ao urbanismo, à recomposição do mundo rural e às novas formas de exclusão (info exclusão).
6 Inclusão Social vs Exclusão Social Outros aspectos a ponderar face à Exclusão Social: Níveis de participação social; Distinção entre pobreza recorrente e ocasional; Acesso a serviços (públicos e privados) essenciais; Endividamento; Dimensão de género; Assimetrias territoriais, de recursos e infraestruturas sócioeconómicos, de investimentos.
7 Inclusão Social vs Exclusão Social Inclusão social é um processo que garante que as pessoas em pobreza e exclusão social acedem às oportunidades e aos recursos necessários para participarem plenamente nas esferas económica, social e cultural e beneficiarem de um nível de vida e bem estar considerado normal na sociedade em que vivem. ( ) (Tratase, além do mais, de assegurar) uma participação acrescida no processo decisório que afecta as suas vidas e o acesso aos direitos fundamentais. (Fonte: Relatório Conjunto sobre a Inclusão, SEC )
8 Inclusão Social vs Exclusão Social Em suma, a Exclusão Social referese a: Problemas de perfil e potencial persistente; Mais do que falta de rendimentos; Unidades maiores do que os indivíduos e seus agregados: abrange territórios e instituições pobres; Privação e injustiças múltiplas: económica, cultural e associativa; Insuficiência e desadequação das políticas e medidas (também sociais).
9 INDICADORES PARA A CONSTRUÇÃO DA TIPOLOGIA EXCLUSÃO/INCLUSÃO Dimensão Indicador. Desafiliação Desqualificação social objectiva Privação Institucionalização Estrutura Familiar Criminalidade Imigração Escolarização Emprego Desemprego Habitacionais Handicaps pessoais Rendimentos Protecção social Tx de pessoas institucionalizadas Tx cobertura equipamentos para idosos Idosos isolados Famílias monoparentais Famílias de avós com netos Tx criminalidade %Estrangeiros na população residente População com escolaridade mínima obrigatória Tx Analfabetismo Saída antecipada do ensino Abandono escolar Desempregados longa duração Tx desemprego População com profissões desqualificadas Pessoas residentes em alojamentos não clássicos Alojamentos sobrelotados População com deficiência População infectada pelo HIV IRS per capita % Poder de Compra Famílias com 5 ou elementos Beneficiários RSI Valor médio anual pensões Pensionistas face população empregada Fonte: Tipificação das Situações de Exclusão em Portugal Continental., Instituto de Segurança Social, IP, Janeiro.
10 Dimensões de Análise Territorializada Privação Insuficiência de recursos materiais: vindos de rendimentos e transferências sociais. Desqualificação Marginalização face à vida económica e social: condições de não pertença. Desafiiliação A questão do laço social, o papel dos corpos intermédios e informais nos processos de ruptura ou protecção. Fonte: Tipificação das Situações de Exclusão em Portugal Continental., Instituto de Segurança Social, IP, Janeiro.
11 Tipificação das Situações de Exclusão Social O Retrato do País Fonte: Tipificação das Situações de Exclusão em Portugal Continental., Instituto de Segurança Social, IP, Janeiro.
12 Tipificação das Situações de Exclusão Social Região Norte Fonte: Tipificação das Situações de Exclusão em Portugal Continental., Instituto de Segurança Social, IP, Janeiro.
13 PRIVAÇÃO ECONÓMICA Região Norte NUT III NUT III Rendimentos Poder Compra RSI Média Pensões Pensionistas/ Pop. Empregada Alto TrasosMontes Ave Cávado Douro Entre Douro e Vouga Grande Porto Minho Lima Tâmega
14 Pobreza União Europeia Portugal Pobreza União Europeia União Europeia Antes de transferências sociais 27% 24% 25% 24% Depois de transferências sociais 22% 20% 16% 15% Taxa de persistência do risco de pobreza 15% 15% 9% 9% Desigualdade na distribuição de rendimentos 6,7 6,5 4,7 4,4 Taxa de risco de pobreza Fonte: Revista Visão n.º 623, Suplemento Especial O Estado da Nação, Fevereiro de 2005.
15 Imigração % Crimes Tâmega Minho Lima Grande Porto Entre Douro e Vouga Douro Cávado Ave Alto Trasos Montes Avós com netos Famílias Monoparentais Idosos Isolados Tx cobertura equipamento idosos Pessoas Institucionalizadas NUT III DESAFILIAÇÃO Região Norte NUT III
16 DESQUALIFICAÇÃO SOCIAL OBJECTIVA Região Norte NUT III NUT III Escolaridade mínima obrigatória Taxa Analfabetismo Saída precoce Abandono escolar DLD Profissão Desqualificada Alojamento sobrelotado Alto Tras os Montes Ave Cávado Douro Entre Douro e Vouga Grande Porto Minho Lima Tâmega
17 GRUPOS ESPECÍFICOS Tendências N.º/ Dimensão Tendência Toxicodependência HIV Reclusão Crianças e Jovens em Risco Trabalho Infantil Sem Abrigo IDT (2003): Região Norte 9685 País Instituto Ricardo Jorge (2004): Região Norte 3002 País Observatório Justiça (2002): País 4900 CPCJ (2003): Região Norte 5423 País PNAI (2003): Em lar e acolhimento Familiar PNAI (2003): País FEANTSA (1996): Região Norte 1000 País 4000 (2001/2003) (2001/2004) (1999;...) (1998/2003) (1998/2001) Sem Informação
18 CARACTERIZAÇÃO DIAGNÓSTICA Região Norte NUT III NUTS Forte Privação Fraca Desqualificação Forte Fraca Forte Desafiliação Fraca Alto Trásos Montes X X X Ave X X X Cávado Douro X X X Entre Douro e Vouga Grande Porto X X X Minho Lima Tâmega X X
19 NÓS CRÍTICOS Ao Nível da Região Norte Dificuldade na elaboração do diagnóstico, carência de informação: estatística, de indicadores adequados, das percepções/experiências dos cidadãos. Adversidade do modelo de desenvolvimento designadamente, por fragilidade da escolarização e qualificação profissional e da prevenção de rupturas geradoras de exclusão. Insuficiência das transferências sociais nomeadamente, no campo das pensões e de outras prestações básicas como o Rendimento Social de Inserção.
20 NÓS CRÍTICOS Ao Nível da Região Norte Ausência de apoios à Sociedade Providência. Desadequação do modelo de respostas: assimetria territorial, desequilibro de cobertura face aos riscos e às situações e funcionamento rotinizado dos equipamentos sociais. Incipiente articulação intra e supra concelhia e com iniciativas de planeamento multisectorial.
21 NÓS CRÍTICOS Ao Nível dos Princípios Este país não se lê. Existência de extenso e desarticulado quadro de informação sobre os problemas e respectivas medidas. Disjunção entre o quadro definido das intervenções e a sua concretização na prática. Persistência da noção de que neste campo qualquer resposta faz sentido, dada a extensão, severidade e diversidade das carências. Ausência do efeito de contaminação das medidas entre si e para com novos campos. Ausência de análise dos impactos das medidas gerais de política sobre o campo da exclusão social
22 NÓS CRÍTICOS Ao Nível dos Princípios Indefinição ou sub avaliação do ponto de viragem da exclusão para a inclusão. Decréscimo dos investimentos em políticas sociais, caso de políticas específicas como a Acção Social (ou Assistência Social na designação europeia e mundial). Alargamento quantitativo e menos qualitativo da rede de equipamentos (sem estudos actualizados de necessidades, de implementação, de custos e com débil clarificação da relação públicoprivado). Fraca dinâmica sóciopolítica e cívica no processo de construção e reclamação da cidadania social
23 União Europeia e Perspectivas de Estratégia para Inclusão Social Fundamentação da Estratégia Passar de uma visão fragmentada sobre a pobreza e exclusão social para uma visão integrada. Ultrapassar a mera constatação dos sintomas, compreender as dinâmicas que estão na sua génese como fundamento de intervenções estrategicamente delineadas. Não dispensar a política económica de intervir na correcção estrutural dos processos de exclusão inscritos na própria evolução das estruturas económicas e sociais. Promover leituras servidas por indicadores sociais gerais (de situação)
24 União Europeia e Perspectivas de Estratégia para Inclusão Social Eixos da Estratégia Europeia Necessidade de reduzir o nível da pobreza na União Europeia. Combater os obstáculos estruturais à inclusão social e às novas formas de exclusão social.
25 União Europeia e Perspectivas de Estratégia para Inclusão Social Objectivos Comuns da Estratégia Europeia para a Inclusão Social 1. Promover a participação no emprego e o acesso de todos aos recursos, aos direitos, aos bens e aos serviços. 2. Prevenir os riscos de exclusão. 3. Actuar em favor dos mais vulneráveis. 4. Mobilizar o conjunto dos intervenientes.
26 Perspectivas de Estratégia para a Região Norte Construção de medidas de carácter estrutural a nível nacional que levem em conta a transversalidade do problema e a especificidade da Região. Articulação interministerial das políticas sociais a nível regional, em conjugação com estruturas de coordenação de nível nacional. Construção de um sistema de informação diagnóstico que integre e dê visibilidade à dimensão da exclusão vs. inclusão social. Promoção de processos de planeamento integrado designadamente concretizando dinâmicas interconcelhias de carácter permanente.
27 Perspectivas de Estratégia para a Região Norte Apoio à Sociedade Providência: apoios directos e indirectos para a qualificação das respostas e desempenho dos papeis providenciais sem prejuízo dos papeis produtivos. Incorporação das perspectivas dos cidadãos quanto às suas condições e às medidas de política, renovando os compromissos e promovendo intervenções adequadas. Instituição do debate público sobre as prioridades e sua concretização no domínio da promoção da inclusão (enquanto questão pública e de coesão social). Programação e montagem de um serviço de avaliação e acompanhamento da qualidade dos equipamentos e serviços e prestações.
28 Perspectivas de Estratégia para a Região Norte Combinação da necessidade de criação ou reforço de áreas de cuidados a nível regional com iniciativas de qualificação profissional para a sua prestação. Revisão das medidas de cooperação público/privado, com clarificação de patamares de inclusão e qualidade, bem como de outras obrigações bilaterais. Compatibilização entre medidas de imediato ou curtíssimo prazo (para situações e processos emergenciais) com planos de médio longo prazo (para riscos e vulnerabilidades).
29 Perspectivas de Estratégia para a Região Norte Implementação de intervenções ajustadas à especificidade regional e intra regional, com adequada temporalidade e duração, bem como recursos. Criação de um sistema de monitorização e avaliação de políticas e medidas na perspectiva da promoção da inclusão/geração de exclusões (políticas à prova de exclusão). Construção e manutenção de alianças com Instituições de Ensino e Centros de Investigação interessados na área da inclusão/exclusão promovendo diagnósticos e perspectivas de intervenção actualizadas.
30 Plano Nacional de Acção para a Inclusão (PNAI) Compromissos Assumidos para Portugal Reduzir o risco de pobreza. Reduzir fortemente a pobreza infantil até 2010.* Garantir que 25% dos DLD s participem numa medida activa de formação, reconversão, prática profissional ou outra medida de Empregabilidade (até 2010).* Atingir o nível médio de participação em acções de formação ao longo da vida em pelo menos 12,5% da população em idade activa (até 2010). Reduzir para metade o número de jovens entre os 18 e os 24 anos com 9 ou menos anos de escolaridade e que não participem em acções de formação. * Meta Europeia
31 Plano Nacional de Acção para a Inclusão (PNAI) Compromissos Assumidos para Portugal Até 2010, fazer convergir as pensões mínimas com valores indexados ao SMN. Criar e implementar um sistema de auditoria social às instituições de acolhimento de crianças em risco, pessoas com deficiência e idosos tendo em vista qualificar o seu funcionamento. Garantir que cada cidadão tenha médico de família. Garantir a disponibilidade de estruturas de acolhimento para pelo menos 90% das crianças com idades compreendidas entre os 3 e a idade da escolaridade obrigatória e pelo menos 33% das crianças com menos de 3 anos.* * Meta Europeia
32 Plano Nacional de Acção para a Inclusão (PNAI) Compromissos Assumidos para Portugal Promover o desenvolvimento de 50 planos locais para crianças e jovens em risco/perigo em territórios com maior incidência desta problemática. Combater o abandono escolar precoce para atingir uma média não superior 10%.* Assegurar a contratualização para a inserção às pessoas em situação de exclusão social. * Meta Europeia
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