1258 CRSNOVO052/ /04/98 CONTABILIDADE E CONTROLADORIA 1261 CRSNOVO056/ /04/98 ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS. ... Parecer

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "1258 CRSNOVO052/98-1 14/04/98 CONTABILIDADE E CONTROLADORIA 1261 CRSNOVO056/98-7 14/04/98 ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS. ... Parecer"

Transcrição

1 Processo n: / ADM 323/02 Interessado: UNOPAR Universidade Norte do Paraná Assunto: Validação de diplomas de Mestrado em Administração e em Contabilidade e Controladoria, Inaplicação de critérios de classificação de programas instituídos durante a tramitação do pedido de reconhecimento. Parecer PJR/JT/025, 24/06/2002 Sr. Presidente, Provocada pela Diretoria de Avaliação a Procuradoria examina a possibilidade de ser declarada a validade nacional dos diplomas outorgados aos alunos de duas turmas de mestrado, sendo uma em Administração e outra em Contabilidade e Controladoria, oferecido pela UNOPAR Universidade Norte do Paraná, iniciadas em Aduz a Universidade que implantou os dois cursos e solicitou acompanhamento pela CAPES, no primeiro Semestre de 1998, observando a legislação então em vigor; que visitada por Comitês de Consultores Científicos nomeados pela CAPES obteve pareceres favoráveis, condicionados ao atendimento de sugestões que adotou integralmente. Contudo, encerrada a avaliação no final do primeiro Semestre de 2000, a esperada recomendação da CAPES não aconteceu e, naquela oportunidade,, grande parte dos alunos já haviam concluído os estudos. 3. Insurge-se, portanto, com a demora na conclusão da avaliação, fator que entende concorrente ao prejuízo institucional e dos alunos, mas, sobretudo, com a frustração da expectativa de recomendação, derivada das apreciações preliminares e do implemento das sugestões feitas. 4. Requer a atribuição de conceitos 3, salientando que ambos os cursos receberam unicamente a turma do primeiro Semestre de Merece ser pontuado que alguns ex-alunos ingressaram em Juízo contra a Universidade, mediante ações de reparação de danos materiais e morais, pleiteando vultosas quantias. Nos Autos de n.º 123 e 124/02, em trâmite perante o Juízo da 3º Vara Cível da Comarca de Maringá, PR, a Universidade requereu que a CAPES fosse convocada para integrar as Lides, esboçando que a contradição na manifestação dos consultores foi decisivo para que a Universidade não houvesse se empenhado em aprimorar a qualidade dos cursos. 6. A DAV não instruiu o pedido da UNOPAR, porém, visitamos a Coordenadoria de Acompanhamento e Avaliação e Constatamos que a tentativa do 2202par025JT 1/8

2 reconhecimento constituiu o objeto dos processos discriminados a seguir, abertos ambos em 14/04/98: N Ú M E R O S INÍCIO DA CURSO 0GERAL ASSUNTO TRAMITAÇÃO 1258 CRSNOVO052/ /04/98 CONTABILIDADE E CONTROLADORIA 1261 CRSNOVO056/ /04/98 ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS 7. O projeto do curso da Área de Contabilidade foi protocolado na CAPES em 31/03/98, anexado ao Ofício sem número, de 27/03/98, subscrito pelo Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Prof. Aristeu Repetti. O processo noticia que o curso teria sido visitado em Fevereiro, antes do encaminhamento formal, e a visita foi relatada em agosto daquele ano pelos Professores Fernando Luce e Roberto Moreno que se pronunciaram pela recomendação, como se vê pela conclusão do Parecer que abordou aspectos tais como: Corpo docente; atividade de pesquisa; produção docente; infraestrutura; e, estrutura curricular, considerando-os satisfatórios com as ressalvas expressas, in verbis:... Parecer Em, é nosso entendimento que a recomendação do Curso de Mestrado em Controladoria e Contabilidade depende das seguintes mudanças: - Redução do número de vagas à metade ou duplicação dos docentes doutores; - Investimento em base de dados, que permita aos alunos acesso à bibliografia contemporânea, essencial para o nível pretendido do Curso; função das observações feitas. 8. Em 20/07/99, novo Comitê de Avaliação, integrado pelos Professores Jaime Fensterseifer; Roberto Moreno; e, Susana Rodrigues produziu relatório que atesta a redução do número de vagas à metade e a solução do problema da deficiência da base de dados, deliberando que:... Parecer Somos de Parecer que o curso de mestrado em controladoria e contabilidade da UNOPAR seja recomendado como Mestrado Profissional. Recomendamos, ademais, a visita anual de consultores até a próxima avaliação de área. 2202par025JT 2/8

3 9. Tem-se então uma indicação clara e suficiente para nutrir a expectativa do reconhecimento, que como é sabido, funda-se na apreciação técnica realizada pelo corpo de consultores. Não passou despercebido que originalmente o Programa foi tratado como acadêmico e o Comitê o entendeu Profissional, mas este aspecto não interfere em nosso estudo porque o atributo é da natureza do curso, diz respeito a uma estruturação preponderantemente voltada à pesquisa ou à aplicação de técnicas profissionais aprimoradas, podendo os avaliadores proceder o acerto da nomenclatura, quando cabível. 10. De fato, ainda no segundo semestre de 1999, a Comissão de Avaliação, composta pelos Professores Carlos Alberto Gonçalves; César Gonçalves Neto; Jaime Fensterseifer; Roberto Moreno Moreira; Sérgio Bulgacov; e, Sônia Maria Rodrigues Calado, atribuiu o conceito 2 ao curso, negando a validade nacional aos respectivos diplomas, divergindo da tendência evidenciada pelos pareceres anteriores. 11. O Curso de Administração foi submetido a avaliações, observando as mesmas datas que o de Contabilidade, porém, a estrutura curricular foi considerada incompatível com o nível stricto sensu e a produção intelectual, assim como a infraestrutura, insuficientemente demonstrada, razão porque foi sugerida, pela Comissão de Consultores, da qual participaram os Professores Clóvis Machado da Silva; Fernando Bins Luce; Humberto Marques Filho; José Antônio Gomes de Pinho; e, Roberto Moreno, em agosto de 1998, a visita por comitê para os necessários esclarecimentos. 12. Embora o Ofício CAA/CTC/VIS/042, de 20/10/98 informe que foram designados para a visita os Professores Roberto Moreno Moreira e Fernando Bins Luce, não há no processo relatório da correspondente visita. Apenas Ficha de Recomendação do ano de 2000, atribuindo o conceito 2 e confirmando as deficiências supostas quando da apreciação de 1998, tendo agora atuado os Professores Carlos Alberto Gonçalves; Jaime Fensterseiffer; Rachel Coutinho Marques da Silva; Ronaldo Zwicker; Sérgio Bulgakov; Tomás de Aquino Guimarães; e, Walter Fernando Araújo de Morais. 13. Não obstante o debate na Comissão de Avaliação possa envolver detalhamento e aprofundamento em maior grau que nos comitês, à primeira vista, relativamente ao curso da área de Contabilidade, observa-se uma incongruência entre os pareceres dos dois Comitês e o conceito insatisfatório finalmente atribuído que, a nosso sentir, seria um vigoroso argumento para a interposição de recurso, o qual entretanto exigiria a manifestação dos competentes Experts, pois a Procuradoria Jurídica não possui qualificação que a habilite à necessária apreciação técnica. 14. Noutra vertente, verificamos que desde a edição da Resolução CFE n.º 05, de 10/03/83, que se propôs a disciplinar a vinculação direta da validade nacional dos 2202par025JT 3/8

4 diplomas ao credenciamento dos respectivos cursos de mestrado de doutorado, preceituada pelos arts. 24 e 27, da Lei nº , de 28/11/68, que reproduzimos para facilitar a compreensão, criou-se uma exigência que propiciou situações indesejáveis como as que ora analisamos, e outras ainda mais danosas para os incautos estudantes. Segue-se a transcrição da Lei: Art. 24. O Conselho Federal de Educação conceituará os cursos de pósgraduação e baixará normas gerais para sua organização, dependendo sua validade, no território nacional, de os estudos neles realizados terem os cursos respectivos credenciados por aquele órgão.... Art. 27. Os diplomas expedidos por universidade federal ou estadual nas condições do art. 15 da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, correspondentes a cursos reconhecidos pelo Conselho Federal de Educação, bem como os de cursos credenciados de pós-graduação serão registrados na própria universidade, importando em capacitação para o exercício profissional na área abrangida pelo respectivo currículo, com validade em todo o território nacional. 1º O Ministério da Educação e Cultura designará as universidades federais que deverão proceder ao registro de diplomas correspondentes aos cursos referidos neste artigo, expedidos por universidades particulares ou por estabelecimentos isolados de ensino superior, importando o registro em idênticos direitos. 2º Nas Unidades da Federação em que haja universidade estadual, nas condições referidas neste artigo os diplomas correspondentes aos mesmos cursos, expedidos por estabelecimentos isolados de ensino superior mantidos pelo Estado, serão registrados nessa universidade. (Nossos os realces) 15. A exigência reportada no tópico anterior está contida no artigo 5º, da resolução ali referida e diz respeito ao requisito de um período experimental mínimo de dois anos para a solicitação de credenciamento, prazo que somente fluiria se verificado o acompanhamento pelos órgãos do MEC, com atribuição de acompanhar a Pós- Graduação, assim entendida a CAPES, não apenas pelas atribuições legalmente cominadas, mas também porque implantara sistema de avaliação confiável em Art. 5º O pedido de credenciamento, encaminhado ao Presidente do CFE pela instituição interessada, somente será examinado quando houver sido precedido por um período de funcionamento experimental do curso, com duração mínima de dois anos, devidamente autorizado pelo colegiado competente da instituição e estiver sob permanente acompanhamento pelos órgãos do Ministério da Educação e Cultura responsáveis pela pós-graduação, aos quais deverá ser comunicado seu início de funcionamento. 1º Os alunos admitidos durante este período experimental deverão ser formalmente informados de que a validade nacional de seus diplomas estará condicionada ao credenciamento do curso pelo CFE nos termos desta Resolução. (Sublinhamos) 2202par025JT 4/8

5 16. Com a extinção do CFE (MP nº 661, de 18/10/94), o Ministro de Estado, pela Portaria n.º 1.740, de 20/12/94 delegou competência à CAPES para credenciar os cursos de mestrado e doutorado, segundo regras e procedimentos aprovados com esta finalidade. A situação durou até a edição da Portaria MEC n.º 694, de 13/06/95 e, para disciplinar a atribuição de conceitos aos cursos o Presidente da Fundação editou a Portaria n.º 84, de 22/12/94, publicada no Boletim de Serviço de 31/01/95. A norma, hoje revogada, viria oferecer condições para que se atenuasse a insegurança causada pelo artigo 5º da Resolução de 1983 ao sugerir que o risco da eventual falta de qualidade do curso seria solidariamente cominado aos alunos do período experimental, reduzindo a responsabilidade da instituição promotora. 17. Os conceitos eram então alfabéticos, conforme detalhado no artigo 3º da Portaria, e não eram atribuídos aos cursos no biênio em que fosse comunicado oficialmente o início das atividades, como se vê, pelo texto fielmente trazido: Art. 3º Os resultados da avaliação são sintetizados através dos conceitos: "A", "B", "C", "D" e "E", os quais expressam, em ordem decrescente, a qualidade de cada curso. 1º Não será atribuido conceito ao curso que for declarado em uma das seguintes situações: a) NOVO - CN b) EM REESTRUTURAÇÃO - CR; e c) SEM AVALIAÇÃO - SA. 2º O ingresso do curso no sistema de avaliação fica condicionado à recomendação fundada em pareceres de especialista, sendo-lhe declarada a situação "CN" na primeira avaliação. 3º Serão considerados como "SA" os cursos que não remetam à CAPES os dados aludidos no art. 2º desta Portaria. 18. Sob os auspícios desta norma a condição de curso novo era, portanto, similar à do curso em período experimental, da Resolução n.º 05, de 1983, pois, submetido à acompanhamento dos órgãos oficiais, mas, sem ostentar conceito indicador da qualidade. 19. Quando a Portaria MEC n.º 2.264, de 19/12/97 ratificou os atos praticados pela CAPES durante a vigência da delegação de competência, ampliou para triênio a periodicidade das avaliações ordinárias e explicitou que curso novo seria todo aquele com menos de três anos de ingresso no sistema de avaliação da CAPES (art. 2º, 1º). Alargava-se o prazo antes chamado experimental. 20. Na vigência da última norma mencionada, foram protocolados os projetos dos cursos da UNOPAR, que, então deveriam seriam enquadrados como CN - cursos novos no triênio 1998/2000, não fosse a publicação da Portaria CAPES n.º 29, de 2202par025JT 5/8

6 20/04/98, que somente ocorreu em 11/05/98, e que instituiu, a avaliação de cursos novos, com atribuição de conceitos, a serem divulgados no Semestre em que fossem protocolados os projetos. Foi um passo largo para a eliminação do período experimental, ou da classificação CN que viria a desaparecer quando modificados os conceitos atribuíveis. 21. A mudança de critérios, com a introdução de conceitos expressos em números inteiros do 1 ao 7, somente ocorreu em 24/12/98, com a publicação da Portaria MEC n.º 1.418, do dia anterior, que garantiu validade nacional aos diplomas expedidos pelos programas que obtivessem conceito 3 ou superior. Deve ser frisado que o Parágrafo único, do artigo 3º, desta norma, assegurou validade aos títulos conferidos pelos cursos recomendados no âmbito do sistema de avaliação da CAPES, até aquela data. 22. É relevante observar que a Portaria MEC n.º 132, de 02/02/99, conferiu validade aos diplomas outorgados pelos cursos classificados como CN e que não obtiveram conceito satisfatório na primeira avaliação que utilizou os conceitos numéricos (1996/1997), como expressa o artigo adiante transcrito, o que, pensamos, configura uma mudança de postura que parece não foi assimilada pelo sistema e pela CAPES, em particular. Exterminou-se a condição de risco que envolvia o período experimental e garantiu-se a validade nacional aos estudos realizados sob acompanhamento do Poder Público, porque é inescondível a presunção de regularidade e qualidade que a situação inspira: Art. 2º Considerar válidos os títulos obtidos por alunos que ingressaram em cursos com conceito A, B e C ou com a designação CN (Curso Novo), pela sistemática de avaliação anterior, e tenham obtido graus 1 ou 2 na avaliação do biênio 1996/1997, bem como daqueles que ingressaram em cursos com conceito inferior a C, pela sistemática de avaliação anterior, e tenham alcançado os graus de 3 a 7 na avaliação correspondente ao biênio 1996/ Note- se que a hipótese do curso CN que não alcançou qualificação na 2º avaliação ordinária implica em que jamais demonstrou qualidade satisfatória. A validade nacional aí advém de uma ficção normativa, fundada também na imposição de prazos pelo Poder Público, que permitem consolidação de situações geradoras de direitos. 24. Examinado este ponto, temos que indagar se a publicação da Portaria divulgando critérios de atribuição de conceitos aos cursos novos seria aplicável aos dois cursos da UNOPAR, que, cautelosamente, interrompeu as matrículas, mesmo antes de uma manifestação negativa por parte do MEC. Parece que não por dois motivos: primeiro, deve-se atentar para o fato que os cursos foram visitados em fevereiro e o protocolamento oficial dos projetos se deu em março de 1998, mais de um mês antes da vigência da Portaria; e, segundo, somente em 2001, com a publicação da Resolução CNE/CES n.º 01, de 03/04/01, passou a ser exigida a autorização prévia para o 2202par025JT 6/8

7 funcionamento dos programas de mestrado e doutorado e, ainda assim, não se aplica tal exigência às Universidades, em reconhecimento à autonomia didático científica que engloba a prerrogativa de criar cursos, e, em conseqüência, possuem prazo de doze meses para a comunicação oficial e deflagrar a avaliação. 25. Também é relevante que a condição de CN sequer foi submetida à homologação pelo Despacho Ministerial de 29/12/98, relativo ao resultado da avaliação pertinente ao biênio 96/97, em observância à ressalva contida no artigo 1º, 1º, da Portaria MEC n.º 2.264, de 19/12/ Tudo sopesado impõe-se reconhecer que a aplicação de norma recém editada (atribuição de conceito a curso novo) quando já iniciado o acompanhamento que viria a ser suficiente para a garantia da validade nacional, nos termos dos dispositivos da Portaria MEC n.º 132, acima invocada, traduziu-se em prejuízo para a instituição e seus alunos, que merece ser reparada pois nosso Ordenamento Jurídico verbera a retroação dos efeitos da norma quando danosa aos direitos de terceiro. 27. O período experimental, também vivenciado sob a classificação CN deve ser considerado banido do Sistema Nacional de Pós Graduação após a edição da Portaria MEC n.º 1.418, de dezembro de 1998, mas não é legítima a interrupção dos acompanhamentos iniciados na vigência dos conceitos instituídos pela Portaria CAPES n.º 84, de 22/12/94, como é o caso dos cursos da UNOPAR. 28. Recomendo, portanto que a CAPES reconheça a condição de Curso Novo para os Mestrados em Administração e Contabilidade e Controladoria, vigente no triênio 1998/2000, o que assegurará validade nacional aos diplomas expedidos, em consonância com o disposto na Portaria MEC n.º 132, de 1999, vez que houve matrículas exclusivamente no ano de 1998, o que não oportunizará aferição qualitativa no triênio subseqüente. É o Parecer que submetemos a elevada consideração da Presidência, José Tavares dos Santos Procurador Geral 025/02. Adoto os fundamentos e a recomendação constantes do Parecer PJR/JT 2202par025JT 7/8

8 Encaminhe-se à Diretoria de Avaliação para que proceda os necessários registros e dê ciência à UNOPAR da legalidade do registro dos diplomas em referência para que gozem de validade nacional, na forma da Lei. PR/G, /06/02 Abilio Baeta Neves Presidente 2202par025JT 8/8