Avanço da Fronteira Agrícola na Amazônia

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1 Avanço da Fronteira Agrícola na Amazônia

2 Os Autores Tennyson Martins Dantas é bacharel em Geografia, graduado pela Universidade Estadual do Ceará. É pesquisador sobre desenvolvimento, com pesquisa na modernização do setor agropecuário cearense. Lidianny Vidal Fonteles é estudante do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará, com pesquisas no campo das ciências políticas. Os autores agradecem à Fundação Konrad Adenauer (escritório de Fortaleza [CE] para o norte e nordeste do Brasil) pelo apoio em especial ao Sr. Klaus Hermanns, por sua inspiração para este tema que trouxe uma nova visão da questão amazônica no mundo capitalista. 2

3 Apresentação Avanço da Fronteira Agrícola na Amazônia é uma pesquisa de base documental, cujo objetivo é reunir e sintetizar as principais informações acerca dos fatores que motivam e viabilizam a expansão do setor agropecuário por novos territórios, sendo nesta pesquisa privilegiada a região da Amazônia Legal Brasileira. Procurou-se contextualizar as características socioambientais das áreas amazônicas através de dados, tanto de ordem quantitativa, quanto qualitativa. Também é enfocado aqui o expressivo salto de qualidade que o primeiro setor da economia teve no Brasil nos últimos dez anos. Isto se deve, dentre outros fatores, aos incentivos governamentais, como linhas de créditos, por exemplo, que viabilizaram a consolidação do agronegócio no País. Tal empreitada foi um dos principais pontos que garantiram o crescimento econômico brasileiro e os melhores números de superavit na história da balança comercial. Dentre as instituições agropecuárias que estão à frente da expansão da fronteira agrícola na Amazônia, estão em maioria as que trabalham com culturas de soja e da criação de bovinos. Neste trabalho consta também a apresentação destas atividades por meio de mapas e cartogramas (regionais e nacionais) para que se possa perceber a dimensão espacial de suas ações. Há, ainda, uma síntese da história econômica da Região Amazônica e de todo o processo de modernização que ocorreu no setor agropecuário, ressaltando a formação das agroindústrias no Brasil, tudo isto analisado à luz do atual modelo econômico e social de produção orientado pela globalização. 3

4 SUMÁRIO Introdução 5 Transformações na Agropecuária Brasileira 8 Histórico da Região 11 Os Destaques da Agropecuária 14 Conseqüências Ambientais 20 Considerações Finais 24 Referências 26 Lista de Siglas 28 Lista de Tabelas, Gráficos e Ilustrações 29 4

5 Introdução Na era da globalização, ocorrem mudanças constantes nas relações internacionais, na estrutura e fluxos do comércio mundial para a grande parte dos países. Cada Estado é, ao mesmo tempo, aliado e concorrente de seus vizinhos. Nesse cenário mundial, marcado pela formação de blocos econômicos e pela atuação cada vez maior das empresas transnacionais, cada país deve descobrir o campo que for mais propício à exploração adequada de suas potencialidades e que permita uma participação mais vantajosa quanto possível no atual jogo global. É neste cenário que o Brasil se apresenta como a maior economia da América Latina e a oitava do mundo, com uma renda per capita de US$ 3,5 mil anuais e produto interno bruto (PIB) de US$ 700 bilhões (BENECKE et al., 2003). Parte dessa riqueza é tradicionalmente atribuída à vocação agroexportadora, fato este, responsável por marcantes divisas na história econômica brasileira. Esta atividade ganha cada vez mais novos ritmos e significados no cenário nacional. O agronegócio é considerado o carro chefe do comércio exterior brasileiro, respondendo por 43% das exportações e tendo um PIB de R$ 458,8 bilhões em O País, após uma modernização conservadora (GRAZIANO DA SILVA, 1982, 1999 in ELIAS, 2002) e excludente (ELIAS, 2002) por meio do desenvolvimento científico-tecnológico de seu setor agropecuário tornou essa atividade extremamente eficiente, competitiva e produtiva. O Brasil tem aproximadamente 390 milhões de hectares de terras agricultáveis férteis e de alta produtividade, dos quais 90 milhões ainda não foram explorados. E ainda tem potencial para aumentar sua fronteira agrícola. Isto se dá, sobretudo, na expansão das áreas de pasto e de cultivo de soja. Tal crescimento tem como ponto de partida a região Centro-Oeste, que é o celeiro nacional de exportações (CLEMENT, 2004) e segue em direção ao norte do País, ou seja, na região Amazônica. De acordo com Küster e Martí (2004), com o aumento da exportação de soja e de carne de gado, iniciou-se mais um ciclo de exploração indiscriminada de solos em várias regiões, inclusive promovendo o desmatamento de grandes áreas na Amazônia para o plantio de soja e/ou capim. A Amazônia brasileira, com cerca de 4,8 milhões de km², corresponde ao domínio da floresta latifoliada equatorial a Floresta Amazônica. Trata-se de uma parte da Amazônia sul-americana, que ocupa cerca de 7,5 milhões de km² no centro da América Latina. Dois terços dessa área pertencem ao Brasil, um quarto ao Peru e à Bolívia (metade para cada), e o restante é distribuído entre outros seis países: Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Venezuela. A Amazônia acumula alguns superlativos em escala mundial: maior bacia hidrográfica do mundo, com 20% da água doce e oito dos dez maiores rios do planeta, quase a metade da floresta tropical, maior reserva de biodiversidade, maior quantidade de matéria viva por unidade de superfície etc. É característica na região grande diversidade de ecossistemas, desde a planície de aluvião da faixa atlântica a leste até o Pieminte Andino ao oeste. A diversidade climática apresenta uma pluviometria variando de 1,5m no corredor da seca, ao redor de Santarém, no Pará, a mais de 6m no Piemonte Andino. A estação seca, que quase não ocorre em vários locais da Amazônia 5

6 ocidental, demora de dois meses na Zona Bragantina a seis meses no sul do Pará, regiões na Amazônia Oriental. A corrente marítima tropical mantém alta temperatura na faixa atlântica e, no sudoeste da bacia, a influência da corrente polar, que chega aos Andes, é sentida no meio do ano. A diversidade geológica apresenta material pré-cambriano e paleozóico plissado nos Andes, sedimentos marinhos profundos e planícies de aluviões no centro da bacia e chapadas graníticas das Guianas, no norte, e do Brasil Central, no sul. A diversidade hidrográfica é envolvida por rios brancos, transportando aluviões e por outros de águas claras e ácidas, que chegam dos maciços graníticos. A diversidade observa-se também na cobertura vegetal com a justaposição de áreas de floresta, de cerrado e de savanas, especialmente nas faixas meridional e colombiana da bacia. A savana ou campo do estuário do rio Amazonas também contrasta com os imensos blocos de floresta alta e densa da planície central ou da floresta, de altitude entre 600 e 3000m da Amazônia andina. A população indígena é majoritária na Amazônia da maioria dos países andinos. Antigamente, muito presente no Brasil, ela regrediu e concentrou-se em áreas reservadas que cobrem um pouco mais de 10% da superfície do País. A população cabocla resulta da mestiçagem entre índios e colonos nos cinco últimos séculos. Concentra-se nas beiras dos rios que foram, até pouco tempo, a única via de comunicação. Essa população é considerada como tradicional, em oposição aos migrantes chegados com a colonização oficial da segunda parte do século XX. O sistema caboclo de uso de terra é baseado no extrativismo e na agricultura migratória, incluindo um demorado tempo de posse. Para fins de planejamento econômico, viabilização de políticas públicas e proteção do seu vasto potencial dos recursos naturais, até então desconhecido, da Região Amazônica, foi instituída a Amazônia Legal através do dispositivo de Lei Nº em 6 de janeiro de 1953, sendo revista pela Lei de 27 de outubro de Ela engloba os estados da macro-região Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), e mais o Estado do Mato Grosso (macro-região Centro-Oeste), e parte do Maranhão, a oeste do meridiano de 44º (macroregião Nordeste). Ela perfaz uma superfície aproximada de km 2, o que corresponde a cerca de 61% do território brasileiro. Entre as unidades da Federação, que a compõem destacamse o Amazonas e o Pará que, respectivamente, possuem áreas de km 2 e km 2, somando mais de 55% do total. Pertencem à Amazônia Legal mais de dois terços das fronteiras geográficas do País. A Amazônia evoluiu de uma região com população extremamente escassa (8,2 milhões em 1970¹), passando por 17 milhões em 1991, até atingir 21 milhões de habitantes em A densidade demográfica subiu de apenas 1,7 habitante por quilômetro quadrado (1970) para 4,2 habitantes por quilômetro quadrado em (¹) Desconsiderando a população do Estado do Tocantins, criado apenas em 05/10/1988 pela atual Constituição Federal. 6

7 Podemos dizer que a economia desta região é largamente baseada no setor rural (extração de madeira, pecuária e agricultura), na mineração industrial (em especial, ferro e bauxita) e na Zona Franca de Manaus. O PIB regional totalizou R$ 73 bilhões em 2000 (equivalente a UR$ 40 milhões), o que representa apenas 6,5% do PIB nacional, embora a Região represente quase 61% do território e abrigue 12% da população nacional. O PIB per capita da Amazônia Legal em 2000 foi igual a R$ (equivalente a US$ 1.903). A qualidade de vida dos habitantes da Amazônia, medida pelo Índice de Desenvolvimento Humano [IDH]², revela que a média dos estados da Região (entre 0,65 e 0,77) foi inferior à média nacional (0,83) no ano de Houve ligeira melhoria do IDH em relação ao índice de 1996 nos Estados do Acre, Maranhão, Pará e Tocantins. Por outro lado, houve uma queda de valores de IDH para os Estados do Amapá, Amazonas, Rondônia e Roraima. Considerando uma média ponderada pelo número de habitantes de cada estado, teremos um valor de IDH de 0,707 para a Amazônia Legal. A trajetória de desenvolvimento pela qual passa a Amazônia faz desta floresta uma fonte de matéria-prima extremamente lucrativa para os modernos conquistadores, pressionados pela obtenção de lucros. Poder-se-ia pensar que a grande diversidade encontrada na Amazônia, em vários aspectos, se traduziria numa grande diversidade de uso da terra. A grande diversidade climática, cultural, social, econômica, política e outras deveriam favorecer o uso de sistemas agropecuários bastante diversificados. Portanto, é nesse contexto que o cultivo de soja chegou ao cenário amazônico em meio a uma polêmica discussão desenvolvimentista da Amazônia. Atualmente, a produção de soja na Região chega a 3 toneladas por hectare cultivado. Apenas o Estado do Acre não é produtor dessa leguminosa. Os avanços nas pesquisas nas áreas de química, mecânica e genética e criação de técnicas adaptativas também proporcionaram a viabilidade da produção de soja em grande escala nas terras pobres da Amazônia, apesar dos possíveis graves impactos ambientais. Nota-se também, segundo Veiga et al., 2004, a predominância de pastagem, ocupando mais de 80% da área desmatada - 58,7 milhões de hectares; ou seja, no início do século XXI, 10% da Amazônia está coberta por pastagem. (²) O índice é formado pelos seguintes indicadores: (i) expectativa de vida; (ii) educação, expressa pela alfabetização de adultos e pela taxa de escolaridade (primário, secundário e superior); e (iii) renda. O índice varia de 0 até 1 (PNUD 2002). 7

8 Transformações na Agropecuária Brasileira Atualmente o Brasil passa por um processo de reorganização econômica e territorial, promovendo, nesse processo, a dispersão espacial da produção, ao mesmo tempo em que promove sua especialização regional e a concentração dos setores de ponta. Lamentavelmente, isso ocorre de forma conservadora, acentuando a retórica desigualdade social e regional e ainda cria desequilíbrios. Isto quer dizer que a reestruturação produtiva e seu impacto no território se processam de forma seletiva, privilegiando determinados segmentos territoriais, sociais, econômicos mais imediatamente suscetíveis à reestruturação sustentada pelos princípios de competitividade (ELIAS, 2002). Nos últimos 50 anos, o setor agropecuário brasileiro passa por fortes mudanças, ensejando uma atividade intensa em capital, tecnologia e informação, com conseqüente aumento da produtividade e o acúmulo de renda. A mudança da base técnica, com maciça substituição dos insumos naturais pelos produzidos em escala industrial, é um dos fatores dessa transformação e afeta profundamente as forças produtivas desta atividade, por possibilitar maior controle do ciclo biológico das plantas e dos animais. Isto leva à formação de um novo padrão econômico e social ao universo do setor agropecuário. Ainda nas palavras da professora Denise Elias (2002), por intermédio da especialização, divisão social, territorial do trabalho, ampliam-se potencialidades das economias de escala, aumentando a concorrência e otimizando lucros, numa resposta mais positiva à racionalidade do atual estádio do capitalismo. A obtenção da agropecuária científica (SANTOS, 2000) e a reformulação do seu espaço agrário passaram por três momentos distintos. O primeiro veio com a mudança da base técnica, com a intensificação do uso dos insumos artificiais, em detrimento dos naturais, através da difusão de inovações químicas e mecânicas. O segundo momento ocorre com a implantação de indústrias dos ramos a montante da agropecuária, fornecedores de insumos modernos, e a jusante, transformadores dos produtos agropecuários agroindústrias, com intenso processo de instalação industrial. Aqui se nota o desenvolvimento dos complexos agroindustriais (CAIs) (MULLER, 1988, 1989). Sua expansão foi um vetor fundamental para a organização do agronegócio brasileiro. Por isso, entender os seus circuitos de cooperação (SANTOS, 1986) e os seus sistemas de ações (SANTOS, 1994, 1996) é entender no tempo e no espaço, a forma de agir das grandes corporações globalizadas que dominam a produção agropecuária brasileira. A terceira etapa é a implementação, em grande escala, das inovações biotecnológicas. Isso permitiu ao homem interferir decisivamente na natureza, ao desenvolver técnicas capazes de transformar as características dos seres vivos, animais e plantas, a partir da identificação, isolamento e clonagem dos genes. Isso representa um novo paradigma para a própria existência do homem, acirrando-se com ela a utilização da ciência para a cumulação ampliada em vários setores econômicos (farmacêutico, químico, agroindustrial etc.), inclusive na agropecuária, e completando-se as bases da revolução verde, fundamentada na utilização e difusão internacional de um conjunto de práticas tecnológicas, de pesquisa e produção agropecuárias. 8

9 Portanto, a dinâmica da agricultura passa a ser determinada pelo padrão de acumulação industrial, centrado no desenvolvimento dos complexos agroindustriais, enquanto a agropecuária moderna passa a ser o núcleo dos CAI s emergentes, cuja produção se destina prioritariamente à geração de commodities e de matérias primas para as agroindústrias em franca expansão, da mesma forma que demanda importante gama de produtos industriais. Caracteriza-se, pois, uma nova organização econômica e social da agropecuária, que acompanha a unificação da economia pelo movimento do capital industrial e financeiro. Há, também, a partir, dos anos de 1970, um processo de integração de capitais viabilizados pela centralização de capitais industriais, bancários, agrários etc; expansão das sociedades anônimas, cooperativas agrícolas, empresas integradas verticalmente (agroindústrias ou agrocomerciais), assim como a organização de conglomerados empresariais, por meio de fusões, organização de holdings, cartéis e trustes, com atuação direta nos CAI s. Se a produção agrícola passa por mudanças notáveis com a implantação da biotecnologia, por intermédio da produção de sementes melhoradas em laboratórios, na pecuária, essa tecnologia já provocou as mais radicais transformações oriundas de modernas técnicas de inseminação artificial. Desse modo, a pecuária passou a ser planejada em laboratório e desenvolvida intensivamente de forma confinada, expandindo as potencialidades dos animais. Portanto, a criação deixa de depender exclusivamente da natureza, em decorrência dos elevados índices de artificialidade, tanto que a Engenharia Genética alterou o próprio princípio da organização da vida animal. Com o uso da biotecnologia, foi possível a redução do ciclo biológico vegetal e animal, viabilizando maior número de safras anuais, maior número de crias por animal reprodutor etc. Isto representa que é possível diminuir o tempo de produção correspondente ao ciclo biológico, até muito superior ao tempo de trabalho aplicado, pois, quanto menor a diferença entre tempo de trabalho e da produção, maior a taxa de lucro da atividade. Organizam-se verdadeiras redes técnicas voltadas a dotar o setor agrário de fluidez para as empresas hegemônicas atuantes no setor do agrobusiness. Dessa forma, os espaços agrícolas também se mecanizam e, onde a atividade agropecuária se baseia na utilização intensiva de capital, tecnologia e informação, é visível a expansão do meio técnico-científico-informacional (SANTOS, 1985 in ELIAS, 2002), contribuindo para elevar o dinamismo da construção do espaço resultante da reestruturação produtiva da agropecuária. Toda essa modernização ocorreu de forma socialmente seletiva e espacialmente concentrada, mantendo intocáveis algumas estruturas sociais, territoriais e políticas incompatíveis com os fundamentos do desenvolvimento econômico, que propõe eqüidade social e territorial; desse modo, se acentuando as históricas desigualdades socioterritoriais brasileiras. Esse processo, então privilegiou determinados segmentos sociais e econômicos, além dos espaços mais imediatamente suscetíveis a uma reestruturação sustentada pelas inovações técnico-científicas e pela globalização da produção e consumo. Assim, acirrou-se a expansão das relações capitalistas e de produção no meio rural, que foi conduzida de forma extremamente excludente, ou seja, 9

10 prejudicial à maioria da população rural, à organização de território e ao meio ambiente, originando no País um crescimento econômico cada vez mais desigual. A divisão territorial do trabalho agropecuário também se redefine nesse atual período técnicocientífico-informacional quando as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, mais intensamente atingidas pelos processos de modernização, em geral, formam a região concentrada da agropecuária nacional (SANTOS, 1986). É nessa região que o espaço, inclusive o agrícola, mais recebeu sistemas de objetos e de ações (SANTOS, 1994, 1996, 2000, 2001), renovando permanentemente as forças produtivas e o território; entretanto, também podemos perceber a presença forte deste novo padrão estrutural da agropecuária, constituindo verdadeiros pontos luminosos (SANTOS, 2000 in ELIAS, 2002) em plena selva, especialmente nas partes central e sul do Estado do Mato Grosso e na região do alto Xingu, Pará - corresponde à Amazônia Ocidental, como mostra o seguinte cartograma: Ilustração 1: Ocupação da Terra pela Agropecuária Fonte: IBGE Considerando, porém, a divisão territorial do trabalho agropecuário resultante do processo de reestruturação, podem distinguir outras duas regiões: o Nordeste e a Amazônia. Esta última compõe a fronteira agrícola, incorporada mais recentemente e de forma parcial à modernização. Essas duas regiões são o que Milton Santos chama de antigas áreas do exército de reservas de lugares (1988 in ELIAS 2002). Desde o final dos anos de 1980, com a da intensificação da economia e do consumo globalizados, elas passaram a ser mais ocupadas. 10

11 Histórico da Região O potencial para exploração econômica da Amazônia é muito amplo e variado. Por décadas, a única atividade econômica desenvolvida nessa região foi o extrativismo, com registro de agricultura de subsistência em determinadas localidades. Tal fato é decorrente, sobretudo, da principal característica da Região: a presença de multiplicidade de ecossistemas. Com isso a Região apresenta matas de terra firme, florestas inundadas, várzeas, igapós, campos abertos e cerrados. Conseqüentemente, a Amazônia abriga uma infinidade de espécies vegetais e animais: 1,5 milhão de espécies vegetais catalogadas; três mil espécies de peixes; 950 tipos de pássaros e um patrimônio mineral incomensurável. Nas décadas de 1940 e 1950, teve início um processo de colonização, com a construção de rodovias na região e em resposta aos intentos de internacionalização da Amazônia. Na época, o governo brasileiro destinou mais de US$ 500 milhões, para um programa de desenvolvimento de quatro anos e começaram as negociações para o Tratado Amazônico, junto aos países da Região. Assim, a partir daquela época, investimentos públicos permitiram a construção de estradas e de outros projetos de colonização. Três rodovias principais foram construídas para ligar a Amazônia aos estados do sul do País: Belém-Brasília (BR 010); Cuiabá-Santarém (BR 163) e Cuiabá - Rio Branco (BR 364). Foi criada a Superintendência do Plano de Valorização da Amazônia - SPVEA - para lidar com os problemas regionais. A Operação Amazônia veio substituí-la e criou-se a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia - SUDAM, em 1953, para canalizar os esforços de desenvolvimento regional. Nos anos 1960, com a construção de Brasília e de sua ligação com Belém, no Pará, prevista no desenho estratégico geopolítico português desde o século XVIII, iniciou-se uma segunda fase de ocupação da parte oriental da Amazônia. Considerada a ligação atual de São Paulo com Brasília e desta com Belém, esse grande eixo rodoviário materializou e acompanhou grande parte do traçado original previsto pela Coroa Portuguesa para ligar o Brasil de "mar a mar". O auge da expansão dessa segunda fase de ocupação foi marcado pela abertura da rodovia Transamazônica (BR 230) e a criação da Zona Franca e Industrial de Manaus, Amazonas. No fim da década de 1970 houve, no Brasil, um poderoso movimento migratório de camponeses até o sul da Amazônia. Milhares de pequenos agricultores sem terras, inclusive operários pobres ou sem trabalho - principalmente das regiões Sul e Sudeste - mudaram-se para projetos públicos e privados de colonização agrícola nos Estados de Rondônia, Pará e Mato Grosso. O governo militar, na pessoa do presidente Médici, tinha interesses em diversos projetos geopolíticos de ocupação militar na Amazônia. Promoveu-se, então, uma ocupação rápida galgada na exploração da atividade agropecuária. Para desenvolver a criação de gado, eram necessárias pastagens. Para isso, a floresta era queimada por grandes empresas, que compravam áreas imensas, às vezes maiores do que muitos países, a preços irrisórios. Grandes grupos mineradores passaram a controlar grandes reservas na área. Estes grupos expulsavam os posseiros que se encontravam na área e se apropriavam de suas terras. Os colonos foram instalados em agrovilas, sem financiamento, assistência médica nem escolas. 11

12 Essa tentativa de ocupação da Amazônia, sem cálculos de viabilidade econômica e sem planejamento científico, ensejou uma série de problemas do Brasil atual. Dizimação de grupos indígenas, lutas pela posse da terra entre grandes fazendeiros, assassinato de líderes seringueiros e sindicalistas rurais, miséria dos garimpeiros e instalação na área de traficantes de drogas foram alguns desses problemas (CÁCERES, 1995). Todos os governos dos países da bacia amazônica (Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela e as Guianas ) tinham a intenção de ocupar os seus espaços para garantir suas fronteiras, explorar os recursos naturais disponíveis e criar alternativas à questão fundiária por meio da oferta de terra aos agricultores expulsos de outras regiões. Em qualquer região, após a extração da madeira comercializável, os colonos adotavam maciçamente o sistema de corte e queima para a exploração agropecuária. Esse sistema é baseado na fertilização do solo pelas cinzas, resultado do corte e da queimada do material vegetal do ecossistema da floresta. Assim, o processo de desmatamento começou a partir dos caminhos e das estradas, permitindo a entrada dos colonos na floresta. Também, ao lado dos sistemas dos caboclos da Amazônia dos rios, que integram as atividades agropecuárias aos ecossistemas florestais, apareceram so sistemas dos colonos da Amazônia das estradas, baseados na substituição dos ecossistemas florestais por sistemas agropecuários (VEIGA et al., 2004). O resultado é uma área desmatada média por país de 12% a 15% do espaço amazônico para exploração agropecuária. Paralelamente às migrações e à alocação de migrantes, surgiram cidades substituindo os pequenos povoamentos ribeirinhos da Amazônia dos rios e cadeias de produção foram se constituindo, abrangendo diversos atores, do produtor até o consumidor final. A cidade, concentrando funções sociais, comerciais, políticas etc., começou a se tornar o núcleo central da colonização. Becker in Veiga et al., 2004, fala da urbanização da Amazônia como elementochave da colonização, no caso do Brasil. Assim, no início do século XXI, fala-se da Amazônia das regiões (POCCARD-CHAPUIS et al., in VEIGA et al., 2004) organizada a partir de redes de cidades. Nesse processo de ocupação, as atividades extrativistas foram diminuindo de importância e sendo substituídas pela exploração e transformação industrial de minérios e pela expansão da fronteira agrícola (café, soja e arroz principalmente). A expansão destas atividades foi acentuada pela disponibilidade energética criada com a construção de grandes empreendimentos hidroelétricos (Tucuruí, no Pará; Balbina, no Amazonas e Samuel, em Rondônia). Apesar da intensificação da ocupação humana nos últimos anos, a Amazônia brasileira ainda é uma região de baixas densidades demográficas, as menores do País. A economia regional continua tendo por base atividades primárias: a agropecuária, que constitui a atividade mais importante já há duas décadas; o extrativismo vegetal, que foi a atividade básica dessa região desde sua ocupação inicial; e a mineração, atividade muito promissora em razão das grandes reservas minerais pouco exploradas. No contexto das atividades primárias, o extrativismo vegetal tem na borracha seu produto mais importante, apesar de sua produção ter sofrido declínio após a implantação do látex; também se extraem castanha-do-pará e madeira. A agricultura tem na pimenta-do-reino e na malva seus produtos mais importantes. Nos últimos anos, observou-se a presença cada vez mais forte de plantações de soja, sobretudo nos Estado de Mato Grosso e Pará. 12

13 A criação de gado na Amazônia brasileira começou no século XVII, nos primórdios da colonização portuguesa, para atender as necessidades dos colonos europeus. No Estado do Pará, a criação de boi expandiu-se na região do baixo-amazonas, de Santarém ao arquipélago de Marajó, em sistemas extensivos de produção, utilizando pastagens naturais de várzeas (TEIXEIRA, 1953 in VEIGA, 2004). Apenas no fim da década de 1960, a pecuária foi considerada a atividade privilegiada do governo brasileiro para colonizar a Amazônia, até então, a última parte do país a ser ocupada; porém, essa decisão política de ocupar a Amazônia teve objetivos mais amplos, como: garantir a integridade do território nacional; explorar seus recursos naturais; fornecer terra aos colonos que foram excluídos do crescimento econômico de outras regiões, em virtude da concentração de terra ou de mecanização agrícola. A ocupação desordenada que a Região recebeu conferiu à agricultura uma dinâmica marcada pela baixa produtividade, baixa qualidade de vida da população local, bem como impactos ambientais crescentes. Todas essas intervenções humanas na Amazônia trouxeram diversos impactos socioambientais graves, como erradicação de ecossistemas, poluição de rios, perda de biodiversidade, redução do potencial produtivo dos solos, erosão, perturbação de comunidades locais, destruição de sítios arqueológicos, desmatamentos, queimadas, destruição e aculturação de povos indígenas, conflitos de fronteira, incremento do tráfico, plantio de drogas etc. 13

14 Os Destaques da Agropecuária Segundo Küster e Martí (2004), a estrutura do universo agrário brasileiro é uma herança do período colonial, sendo que a produção agrícola foi organizada para atender aos mercados europeus, produzindo grandes quantidades de produtos durante os ciclos coloniais, como algodão, açúcar, café e outros. Resultante desse fato, tem-se hoje uma indústria agrícola extremamente produtiva e orientada para o mercado exterior. Podemos dizer que, hoje, as exportações brasileiras apresentam um padrão geral de comércio em que ramos de manufaturados e semimanufaturados intensivos em recursos naturais e energia apresentam forte competitividade e expansão. Este crescimento e evolução fazem-se presentes sobretudo nos produtos agropecuários. Tabela 1: Principais produtos brasileiros exportados 2003/2004: Var.% TOTAL GERAL ,7 Total dos principais produtos ,5 Minérios de ferro ,7 Óleos brutos de petróleo ,3 Farelo de soja ,3 Automóveis de passageiros ,7 Pastas químicas de madeira ,6 Carne de frango congelada, in natura ,9 Aviões ,7 Produtos laminados planos de ferro ou aços ,0 Produtos semimanufaturados de ferro ou aço ,5 Calçados ,3 Partes e peças p/veículos automóveis ,0 Carne de bovino congelada, fresca ,7 Café cru em grão ,7 Soja mesmo triturada ,7 Açúcar de cana, em bruto ,0 Couros e peles depilados, exceto em bruto ,0 Apars. Transmissores ou receptores ,1 Motores para veículos ,4 Óleo de soja em bruto ,9 Milho em grãos ,9 Madeira serrada ou fendida ,8 Alumínio em bruto ,7 Bombas, compressores, ventiladores etc ,6 Madeira compensada ou contraplacada ,4 Máquinas e aparelhos p/ terraplanagem etc ,9 Fonte: SECEX Elaboração:AEB 14

15 Desta forma, o agronegócio brasileiro se consolida como o carro-chefe do comércio exterior e é responsável por 33% do PIB nacional e emprega 37% da população economicamente ativa do País (17,7 milhões de trabalhadores somente no campo). E ainda estimava-se que o PIB do setor terminasse o ano de 2004 em US$ 180,2 bilhões. Entre 1998 e 2003, a taxa de crescimento anual do PIB agropecuário foi de 4,67%. No ano de 2003, as vendas externas de produtos agropecuários renderam ao Brasil US$ 36 bilhões, com superávit de US$ 25,8 bilhões. Nos últimos anos, poucos países tiveram um crescimento tão expressivo no comércio internacional do agronegócio quanto o Brasil. Sabe-se, que em 1993, as exportações do setor eram de US$ 15,94 bilhões, com um superávit de US$ 11,7 bilhões. Em dez anos, o País dobrou o faturamento com as vendas externas de produtos agropecuários e teve um crescimento superior a 100% no saldo comercial. Esses resultados levaram a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) a prever que o País será o maior produtor mundial de alimentos na próxima década. Este setor apresenta uma posição de destaque, ocupando o primeiro lugar no ranking mundial de couro curtido, calçados de couro, álcool, carne bovina e carne de frango. Também vende 82% do suco de laranja distribuído no planeta, 29% de todo o açúcar consumido no mundo, 28% do café em grão e 44% do café solúvel, 23% do tabaco consumido no planeta; e detém 38% do mercado mundial de soja (M.A.). Em 2003, o Brasil vendeu mais de diferentes produtos para mercados estrangeiros. Além dos importadores tradicionais, como Europa, Estados Unidos e os países do Mercosul (Argentina, Paraguai, Uruguai), o Brasil tem ampliado as vendas dos produtos do seu agronegócio aos mercados da Ásia, Oriente Médio e África, como mostra a seguinte tabela: Tabela 2: Mercados Consumidores de Produtos Agropecuários Brasileiros 2003 Principais Mercados Compradores UNIÃO EUROPÉIA ESTADOS UNIDOS CHINA ORIENTE MÉDIO EUROPA ORIENTAL FEDERACAO RÚSSIA DEMAIS ALADI (EXCL.MERCOSUL) ÁFRICA JAPÃO MERCOSUL DEMAIS PAÍSES US$ T O T A L Fonte: Ministério da Agricultura 15

16 Diante desses dados, podemos comprovar a significação que a atividade agropecuária tem na economia brasileira e global como um todo. Este setor atua no espaço de forma conservadora, excludente e gerador de disparidades socioeconômicas, ao mesmo tempo em que se apresenta moderno, eficiente e competitivo. Na conjuntura do agronegócio brasileiro, dois produtos se sobressaem perante os demais porque recebem cada vez mais investimentos vultuosos em seus processos produtivos e por conquistarem mercados no plano internacional. De acordo com a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), os maiores destaques, do gênero agropecuário, na pauta de exportação em 2003 foram os produtos derivados de soja e gado. Juntos, os dois produtos tiveram uma variação positiva na ordem de 135,8% nas exportações apenas de 2003 para O gráfico seguinte mostra os principais produtos agropecuários de exportação: Gráfico 1: Principais Produtos Agropecuários de Exportação Fonte: Ministério da Agricultura A elevação das vendas de carne bovina e soja no comércio exterior é fruto de investimentos técnicos que multiplicam e dinamizam suas produções, como detalhado anteriormente. Aliado a isso, há o crescimento da demanda internacional. Pode-se verificar o dinamismo nas produções pelos seguintes gráficos: 16

17 Gráfico 2 Quantidade produzida de soja - Brasil /2000 (milhões de toneladas) Fonte: IBGE Gráfico 3 Evolução do rebanho bovino - Brasil /1996 (milhões de cabeças de gado) /1996 Fonte: IBGE Em 2000, o Brasil já contava com aproximadamente 170 milhões de cabeças, sendo considerado, então, o segundo maior rebanho bovino do mundo, depois da Índia e antes da China. Em 2004, esse número já passou para 191,5 milhões de cabeças de boi, um número maior do que a própria população brasileira, tornando-se o maior rebanho comercial do mundo e assumindo a liderança do mercado mundial, passando à frente da Austrália e dos Estados Unidos. Com uma produção de quase sete milhões de toneladas, o Brasil já ultrapassou a Europa, tornando-se também o segundo maior produtor de carne bovina do mundo, depois dos Estados Unidos. Tal quadro decorre sobretudo, do melhoramento dos índices de produtividade e do início da contribuição da Amazônia no setor. Esta contribuição para o rebanho brasileiro passou de 10% a 30% entre 1980 e Nas outras regiões do País, o tamanho do rebanho bovino ficou estabilizado, exceto no Mato Grosso e no Maranhão. De fato, os rebanhos desses dois estados, que fazem parte da Amazônia Legal, apresentam altas taxas de crescimento, respectivamente 9,75% e 4,1%. Analisando o avanço da pecuária na Amazônia nos últimos anos, notam-se as maiores taxas de crescimento, ao redor de 10% a 15%, no sul e sudeste do Pará, no Acre, no norte do Mato Grosso e em Rondônia, ao longo da década de Sabendo-se que a frente pecuária já passou pelo 17

18 Maranhão, Tocantins e sul do Mato Grosso há 20 ou 30 anos, o Estado do Amazonas deverá ser o próximo grande estado brasileiro envolvido na produção pecuária. As maiores taxas de crescimento foram registradas nos municípios localizados ao longo do arco do desmatamento³, saindo do oeste do Maranhão, atravessando o sudeste e o sul do Pará, o norte do Mato Grosso, alcançando depois Rondônia e Acre. A soja é a responsável pelo País estar vivenciando o seu terceiro grande ciclo agrícola. Trata-se de uma planta leguminosa, originária da China, de elevado valor protéico, que foi cultivada inicialmente nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás. Sua cultura se expandiu bastante nos últimos anos nas áreas do cerrado; isso promovido, dentre outros fatores, por técnicas adaptativas de solo desenvolvidas pela Embrapa Soja. Os ciclos anteriores, cana-de-açúcar e o café, foram importantes para o desenvolvimento econômico do País, mas o cultivo da soja tem, de longe, vantagens sobre eles (BARBOSA, ASSUMPÇÃO, 2001). O principal reflexo disso é a dinâmica da sua cultura, que passa a ser determinada pelo padrão de acumulação industrial, centrado na atuação dos complexos agroindustriais; na vastidão de suas áreas plantadas, e em todo o aparato tecnológico que permeia sua produção. A soja é o cultivo que mais cresceu no País nos últimos vinte anos e representa, atualmente, o ramo mais importante dos setores oleaginoso e agroexportador. Este grão participa atualmente da cadeia de produção de elementos tanto de ordem animal como vegetal, como, por exemplo, na ração para avicultura e pecuária, na aqüicultura, na agricultura, na fabricação de óleos e na produção da agroindústria alimentar humana. Além dessas associações diretas com aspectos econômicos/produtivos, outros fatores explicam sua vultuosa expansão e as perspectivas de aumento de consumo interno e externo, tais como: mudanças de hábitos alimentares urbanos, com maior consumo de proteínas vegetais; descobertas de pesquisas ressaltando o poder nutricional da planta; descobertas de derivados; desenvolvimento de indústrias do setor de óleos e rações; ingresso de grandes empresas, multinacionais na sua comercialização; utilizado pela agroindústria alimentar; utilizado pela indústria de implementos agrícolas; surgimento de alternativas de produção de combustíveis renováveis, como biodiesel. De acordo com a Associação Brasileira de Agribusiness (ABAG), há para o ano de 2010 a previsão de um crescimento de 50% na colheita de cereais e oleaginosas e de mais de 6 milhões de toneladas de carne. Essa expansão está concentrada nas regiões mais centrais e interiores do País, com uma pressão maior nos custos pós-porteira, pois suas produções são voltadas para exportação e percorrem longas distâncias. (³) Considera-se Arco do Desmatamento a área da Amazônia Brasileira onde estão concentrados os desmatamentos da floresta em uma faixa que se estende pelo sul da região, desde o Maranhão até Rondônia. 18

19 O Brasil é um dos poucos países onde é possível ampliar a fronteira agrícola por, ainda, vastas porções territoriais. As florestas brasileiras ocupam 53% da área de terra disponível para ocupação da agropecuária, enquanto que a oferta das florestas dos Estados Unidos (maior potência agrícola do mundo) é de 33% (PINAZZA, 2003). A tendência desta expansão é direcionada, sobretudo para a região Norte, ou seja, área da Amazônia Legal. Podemos dizer que a pecuária se apresenta como o carro-chefe deste avanço. Um estudo do Departamento Norte-Americano de Agricultura [USAD], feito em janeiro de 2004, afirma que, enquanto os Estados Unidos possuem áreas cultivadas até os limites de suas fronteiras, a agricultura e a pecuária no Brasil ainda dispõe de um potencial de 70 a 90 milhões de hectares em pastagem a serem convertidos em culturas anuais. Esse estudo também mostra que o País reúne condições de se equiparar ou superar os Estados Unidos em área cultivada. Os poucos limites naturais disponíveis para a futura expansão da produção de cereais e oleaginosas podem ser superados por meio de pesquisa, ensino e extensão concedidos por um plano de investimento adequado. O rebanho bovino brasileiro concentra-se tradicionalmente na região Centro-Sul do País e os Estados que possuem maior quantidades de cabeças são: Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins. E as grandes plantações de soja, como foi mencionado, estão no Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás. Podemos perceber, então, que existe uma confluência das duas atividades, principalmente, nos Estados do Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Goiás. A cultura da soja se expande de maneira diversificada regionalmente, do sul ao norte do Brasil. Segundo o IBGE no prognóstico para 2005, verificam-se acréscimos de 6% na área plantada (22,758 milhões de hectares), e de 29% na produção esperada (63,243 milhões de toneladas). As áreas da Amazônia Legal também estão sendo alvo do avanço do cultivo de soja (MULLER, BUSTAMANTE, 2002). Chega a ocupar, na maioria dos casos, antigas áreas de pastagem, nos estados de confluência. Há uma relação crescente entre criação de gado e plantações. Segundo o último Censo Agropecuário Brasileiro do IBGE (1995/1996), na categoria de Uso da Terra, 28% de todas as áreas ocupadas pela atividade agropecuária são de pastagens plantadas. É o que mostra o gráfico. Gráfico 4: Uso da Terra Brasil 1995/1996 Fonte: IBGE 19

20 Conseqüências Ambientais A taxa de desmatamento da Amazônia Legal no período de agosto/2001 agosto/2002 é em torno de km² (INPE), a segunda maior da história. Deve-se considerar que o satélite TM- Landsat, utilizado pelo INPE, não consegue captar derrubadas em áreas menores que 6,25 hectares, deixando de fora o impacto provocado por milhões de pequenos posseiros. Além disso, os dados não incluem corte seletivo, resultante da atuação de milhões de madeireiros que operam na Amazônia e tampouco o desmatamento provocado por grandes incêndios florestais, como o de Roraima em Parte da explicação para esse aumento, que foi de 40% no período em questão, está na ampliação da área plantada de arroz e soja e da criação de bovinos (D ÁVILA, 2002). É grande a polêmica quanto aos impactos ambientais decorrentes da produção de soja e gado na região amazônica. Nota-se uma discordância entre os pesquisadores ambientais. A amplitude da divergência envolve desde instituições (centros de pesquisas do governo, universidades, ONG s) entre si, até pesquisadores que trabalham nas mesmas instituições. A Embrapa da Soja, por exemplo, defende o cultivo da planta com base na afirmação de que a soja não danifica o solo, por isso não causa fortes impactos. Também afirma que sua cultura traz consigo desenvolvimento para regiões pobres do País. A ONG Amazônia e pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia [INPA] são extremamente contra, afirmando que este seria mais um motivo para invasões sucessivas na floresta. Em virtude da atual polêmica, foram elaborados importantes relatórios de impactos ambientais, sociais, relatórios estatísticos, econômicos sobre a relação custo/benefício das mencionadas atividades na região, tais como: A Geopolítica da Soja na Amazônia um documento consensual, fruto do seminário de mesmo título, realizado em maio de 2004 pelo Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG), Embrapa e Amigos da Terra, que visou ao debate científico pautado na identificação dos caminhos e história da expansão da soja e soluções científicas e tecnológicas; na discussão sobre os principais aspectos agronômicos e ecológicos associados à expansão da soja e à gestão do território. Outro importante documento que segue esta linha chama-se Conexão Hamburguer, apresentado em abril de 2004 pelo Centro para Pesquisa Florestal Internacional. Este estudo faz uma associação direta do crescimento da atividade pecuária na Região Amazônica com a exportação de carne bovina para a Europa. Alguns pesquisadores afirmam que o crescimento do cultivo da soja acompanha o crescimento da pecuária, como se, juntos, formassem um ciclo: os madeireiros, os pecuaristas e produtores de soja, avançando em direção ao norte, à Floresta Amazônica. O ciclo se iniciaria com o madeireiro que compra áreas, a um preço muito baixo, até então intocadas, na floresta, para extrair a madeira e comercializá-la; uma vez sem as árvores, tal área se torna um simples campo aberto. O madeireiro, então, transfere sua propriedade para o pecuarista, interessado em torná-la área de pastagem para seu gado e, em seguida, vem o produtor de soja que compra esses lotes do pecuarista para instalar, ali, uma área de cultivo de soja. Novamente o madeireiro invade outras terras virgens da floresta e o ciclo recomeça. 20

21 Tal fato implicaria fortes impactos ambientais que poderiam além da ocupação desordenada da floresta em primeiro lugar, também a infertilidade do solo. Isso se daria porque a perda de solo por quilo de grão de soja produzido pode chegar a dez quilos devido ao desmatamento improdutivo e a pouca rotatividade de cultivos, isto é, levando-se em consideração que as terras são cerca de vinte vezes mais baratas (e também de menor qualidade) do que da região sul, e a floresta já sofreu um processo anterior de devastação pelos madeireiros e pecuaristas. As perdas para a floresta não se restringem apenas à perda da vegetação local e da biodiversidade. Para viabilizar toda essa produção, é necessária uma estrutura de suporte, como estradas, galpões, portos etc. Ao redor das estradas de escoamento que ligam as plantações aos portos, são formados pequenos povoados que se estendem por até 50 km de cada lado da estrada. De modo geral, podemos dizer que a área acumulada relativa ao desflorestamento da Amazônia Legal aumentou de 41,5 milhões de hectares em 1990 para 58,7 milhões de hectares em Em um período de apenas dez anos, perdeu-se uma área de floresta equivalente ao dobro do tamanho de Portugal ou do Paraguai. E também 83% do desmatamento, em 1999 e 2000, foram realizados nos Estados no Mato Grosso, Pará e Rondônia, ou seja, os estados brasileiros que apresentam atualmente as maiores taxas de crescimento do rebanho bovino e as frentes pioneiras mais ativas. Podemos ver isso no seguinte cartograma, em que as áreas com atividades humanas estão representadas de vermelho. Ilustração 2: Antropismo na Amazônia Legal Fonte: IBGE Para Nilo D Ávila (2002), não se trata mais de pequenas frentes de desmate provocadas por colonos que se instalam em áreas remotas, mas grandes áreas das florestas sendo removidas em regiões até então distantes do fenômeno de expansão da fronteira agrícola (Arco do 21

22 Desmatamento). Grandes desmatamentos e frentes de grilagem de terras públicas estão ocorrendo em Apuí, Lábrea, Manicoré, Boca do Acre, Novo Aripuarã e Rodovia do Estanho, todos nos Amazonas Estado até então bastante preservado. De acordo com o C.H., a maioria das áreas desmatadas acaba virando pastagens. Pelo último Censo Agropecuário, a área dedicada à agricultura em 1995/1996 atingiu hectares, enquanto que a cifra para áreas de pastagens foi de hectares; ou seja, havia em 1996 quase seis hectares de pastagens por hectare de culturas. Nos últimos quinze anos, o número de cabeças de gado na Amazônia dobrou, passando de 26 milhões em 1990 para 57 milhões de cabeças em Nesse processo, o rebanho bovino na Amazônia passou de 17,8% do rebanho brasileiro total para mais de um terço. Sendo assim, 80% do crescimento de gado no Brasil, nesse período, ocorreu na Amazônia. Existe, já há alguns anos, um processo de deslocamento do rebanho bovino brasileiro das regiões sul e sudeste para Centro- Oeste e Norte (VEIGA et al., 2004). Este gado novo concentra-se no Estados de Mato Grosso, Pará e Rondônia (Figura 3), sendo também os estados com maior desmatamento em 2002 (IBGE). Ilustração 3: Concentração do Rebanho Bovino Fonte: Veiga et al. Ainda conforme o C.H., a principal razão para o aumento das áreas de pastagens e do número de rebanhos bovinos no Brasil foi o crescimento da demanda internacional pela carne. E isso ocorreu por dois motivos, primeiro pela desvalorização da moeda nacional. O Real, de 1,2 real por dólar em dezembro de 1998 para 3,6 por dólar em dezembro de Como resultado, o preço da carne em reais dobrou nesse período, criando um incentivo enorme para que fazendeiros expandissem suas áreas de pastagem; entretanto, o preço em dólares da carne brasileira baixou, tornando o País competitivo nos mercados internacionais. 22

23 O segundo motivo foi a erradicação das enfermidades do gado. Atualmente, a maioria dos pastos está livre da febre aftosa. Isso contribuiu para que os produtores nacionais tivessem acesso a numerosos mercados na Europa, com destaques para Rússia, Reino Unido e Itália, maiores compradores, e também no Oriente Médio. Entre 1990 e 2001, a porcentagem de importações de carne transformada procedente do Brasil passou de 40% a 74%. A produção intensificou-se ainda mais quando foi detectada encefalopatia espongiforme bovina, mais popularmente conhecida como doença da vaca louca, nos rebanho bovinos europeus, provocada por um fungo presente nas rações dadas aos animais. Com isso a atividade pecuária européia entrou em crise e foi necessário substituir a produção. Iniciou-se, então, a busca por outros mercados e os empresários brasileiros do setor aproveitaram o momento internacional favorável para ampliar suas produções. Mesmo considerando a expansão da pecuária bovina como a principal finalidade do desmatamento, não se sabe quais são as verdadeiras causas da expansão dessa atividade na Amazônia e as do desmatamento (PIKETTY, 2003 in VEIGA et al., 2004). Por outro lado, para o G.S.A., os impactos socioambientais produzidos no bioma amazônico são decorrentes da atual expansão da fronteira agrícola motivada principalmente pela produção de grãos, em especial o cultivo de soja. Isso tem grande extensão regional. Para Clement (2004), a região de cultivo de soja se transformará em cerrado. As florestas amazônicas fornecem algo entre 20% e 40% da umidade que sustenta o clima da parte central do Brasil. As áreas da Amazônia Legal onde se cultiva a soja ainda produzem uma quantidade de grãos pequena (mesmo sendo extremamente lucrativa) se comparada ao volume das regiões Sul e Centro-Oeste, áreas que tradicionalmente atuam nessa atividade. Isso prova que a cultura da soja na Amazônia é incipiente; entretanto, é motivo suficiente para discussões técnico-científicas antagônicas. Por ser uma atividade que está se iniciando, é necessário um certo tempo de estudo para se conhecer bem seus efeitos no bioma amazônico. Identificar como a soja é praticada em escala industrial (como ocorre no cerrado) afeta direta e indiretamente os fatores bióticos e abióticos deste meio ambiente; mas já se pode sentir um vetor negativo causado pela finalidade da produção de soja na Amazônia: a exportação; seguindo a lógica do comércio internacional (páginas 16 e 17) e não para garantir o desenvolvimento local. Algumas conseqüências negativas já são notáveis, como a criação de infra-estrutura para escoamento. Há vultuosos investimentos no planejamento de obras de hidrovias, abertura de estradas na floresta, como a polêmica BR-163, fontes geradoras de energia, portos etc. Este suporte, aliado aos baixos preços dos terrenos, torna-se um atrativo para grandes contingentes populacionais, vindos de toda parte do País, e, com isso, novas intervenções antrópicas na Região. 23

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