COMO OS PSICANALISTAS LUSO-ESPANHOIS LÊEM FREUD 50 ANOS DEPOIS DE SUA MORTE.* Waldemar Zusman** (26/10/91)

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1 COMO OS PSICANALISTAS LUSO-ESPANHOIS LÊEM FREUD 50 ANOS DEPOIS DE SUA MORTE.* Waldemar Zusman** (26/10/91) É difícil ter uma visão de conjunto sobre a maneira pela qual os psicanalistas de fala luso-espanhola lêem Freud 50 anos depois de sua morte. É certo que já não se lê Freud como há 50 anos atrás por múltiplas razões entre as quais está a própria diversificação do pensamento psicanalítico, que se desdobrou em diferentes escolas que alteraram o centro de gravidade de certas concepções originais do pensamento de Freud e modificaram o ângulo da leitura. Por outro lado a diáspora psicanalítica determinada pela segunda guerra mundial implantou em diferentes culturas um pensamento que procedia da Europa Central e que veio se mesclar com circunstancias históricas e políticas diversas das de sua procedência. Em cada um dos países de fala luso-espanhola a psicanálise encontrou um ambiente cultural peculiar, mas ainda assim sustentou uma certa unidade estrutural. Embora o arcabouço geral da psicanálise siga sendo o mesmo e as vigas mestras do edifício conceitual fundado por Freud ainda tenha o mesmo vigor, em algumas áreas surgiram novas formulações que acrescentam ou direcionam o pensamento da ciência psicanalítica para rumos inexplorados. O paradigma criado por Freud no início do século representou uma ruptura com a ciência oficial, embora Freud estivesse profundamente comprometido com o pensamento experimentalista de Brücke em cujo laboratório trabalhou por seis anos em projetos neurofisiológicos de variada índole. A medicina de melhor qualidade do início do século era a da escola de Hemholtz que contava com nomes como Ludwig e Du Bois-Reymond, os quais junto com Brücke fizeram um juramento ideológico de não admitir no organismo humano outras forças para além das físico-químicas. Nos casos onde não se pudesse comprovar as leis físico-químicas era preciso admitir a presença de forças com igual dignidade e aguardar sua descoberta mediante processos físico-matemáticos. A enorme admiração de Freud por Brücke e sua adesão aos postulados positivistas da ciência oficial não chegaram a se constituir em obstáculo intransponível. Freud deixou para mais tarde e para outros a tarefa de encontrar substratos orgânicos que viessem dar comprovação a seus achados psicológicos, que passaram a interessa-lo mais que as exigências do naturalismo de Brücke. A enorme abrangência do paradigma* criado por Freud continha várias lacunas, como era inevitável. Algumas destas lacunas foram preenchidas pelos sistemas criados por Klein, Bion, Winnicott e Kohut e muitas delas ainda serão preenchidas por autores que estão por vir. (11) 1

2 As estruturas conceituais complexas que emergem como escolas de psicanálise e preenchem lacunas do paradigma freudiano geram turbulências de considerável amplitude quando nascem. O próprio Freud muitas vezes não as pode tolerar pelo temor de que o seu paradigma original pudesse sucumbir, ou tornar-se superficial e demasiadamente estreito. Foi assim na época de Freud e ainda hoje, mesmo sem Freud, segue sendo assim. É necessária uma certa distância histórica para que o sistema emergente se defina como capaz de preencher uma lacuna do paradigma vigente e a ele se incorporar, ao fim de algum tempo. Após um primeiro momento de turbulência o sistema emergente que se apresenta como uma nova escola vai se fazendo familiar e sua nova linguagem ganha gradual correspondência com os termos do paradigma vigente. Uma leitura de Freud, cinqüenta anos depois da época em que foram dados os primeiros passos para a montagem da estrutura que lhe custou todo o tempo de sua existência, não pode ser feita a partir da surpresa inicial, das perplexidades e da admiração dos primeiros discípulos magnetizados pelo pensamento inovador de um neurologista singular. Tudo que Freud acrescentou ao acervo da ciência e da cultura humanas faz,agora, parte do background mental dos psicanalistas que o lêem e em certa medida codetermina esta leitura, que se tornou mais crítica e mais seletiva. Ainda assim a admiração por seu gênio não se tornou menor. A idéia de uma Weltanschauung estruturada a partir dos conceitos psicanalíticos não agradava a Freud. Mas é inegável que a leitura de suas obras e a experiência psicanalítica de nível terapêutico promovem uma reestruração da cosmo-visão dos que passam pelo processo. A leitura de Freud, que entre psicanalistas não fica restrita a uma só vez, vai sofrendo transformações graduais que procedem do background criado pela leitura anterior, como já dissemos. A isto, provavelmente, se deve a impressão de descobrir novos sentidos no mesmo artigo, em uma segunda ou em uma terceira leituras. Outro fenômeno de idêntica procedência é o de descobrir em Freud a origem ou o germem de um conceito que só aparece claramente definido em época subsequente, no contexto de uma nova escola. A ORFANDADE DA NEUROSE ATUAL Cinqüenta anos apôs a morte de Freud a leitura e a releitura de seus textos costuma gerar em todos nós a curiosidade de saber o que se desenvolveu mais e o que menos se desenvolveu em sua obra. A mim, particularmente impressiona o relativo abandono a que ficaram relegados alguns conceitos 2

3 importantes do início de sua investigação. Não posso falar de todos, não saberia fazê-lo, e ao me referir a um deles não tenho a pretensão de ser completo. Quero me ater ao conceito de Neurose Atual que Freud isolou das Psiconeuroses traçando uma linha divisória que talvez signifique bem mais que o que lhe pareceu quando ele tentava ordenar a mistura caótica de sintomas com que se defrontava sua prática clínica dos primeiros tempos. Naquele começo, " na década de 1890(1) ele dividia as neuroses em neuroses atuais e psiconeuroses. As neuroses atuais, compreendendo a neurastenia e a neurose de angústia, deviam-se, acreditava ele, frustração sexual, que de alguma forma desconhecida liberava toxinas no sistema. Como eram causadas por fatores fisiológicos diretos, sua cura tinha de ser fisiológica, isto é, uma alteração das práticas sexuais que conduziram a elas. Freud postulou que a neurastenia era causada por masturbação excessiva, a neurose de ansiedade por estimulação não descarregada, especialmente o coitus interruptus. As psiconeuroses eram a histeria e a neurose obsessiva." Esta linha divisória, sabemos agora, era mais do que uma delimitação nosológica. Ela marcava a existência de um fosso que separa os processos simbólicos de uma outra forma de "pensar" para a qual não ha um nome definido no campo da psicanálise. A isto retornaremos mais adiante. Os pacientes histéricos e os obsessivos absorveram a atenção de Freud, que lhes dedicou o melhor de seus potenciais de investigação. Graças ao esforço de entender estes pacientes e de decifrar seus enigmas Freud descobriu os fenômenos da repressão, da transferência e da conversão. O salto misterioso (the mysterious leap) do psíquico ao somático se definiu então como característica básica dos processos histéricos e definiu o destino de uma produção simbólica submetida ao processo da repressão. O tratamento seguia a pista das fantasias reprimidas e devia traze-las de volta ao campo da consciência, de onde tinham sido expulsas. A noção básica, e daí por diante fundamental, introduzida em As Neuropsicoses de Defesa (2) era a de que as neuroses representam uma defesa contra idéias insuportáveis. O que se sublinha nesta definição é a importância do fenômeno simbólico : as idéias insuportáveis. Com graus de maior ou menor sofisticação a psicanálise jamais se afastou deste pensamento normativo que deriva do conceito central de repressão. A histeria constituiu-se em pedra angular do paradigma freudiano. Ela se tornou a matriz de seu arcabouço teórico e cumpriu a mesma função que outras entidades nosológicas desempenharam como fenômeno matricial gerador de teorias sistematizadas que se constituíram em "escolas de psicanálise".(7). O pensamento de Melanie Klein, de Bion,de Kohut ou de Winnicott, derivam de matrizes clínicas diversas das Freud e diferentes entre si. 3

4 As diferentes escolas, que derivam de matrizes clínicas singulares, terminam ( ou começam) por pretender uma abrangências universal na mão de grupos que as convertem num leito de Procusto. O conceito de conversão, típico dos processos histéricos ganhou um amplitude desmedida e passou a ser considerado a pedra angular para a compreensão e a interpretação de todos fenômenos psicossomáticos. A conversão se converteu no leito de procusto do paciente psicossomático. As conseqüências não se fizeram esperar. O anedotário psicanalítico começou a registrar a clássica história do paciente que continuava urinando na cama embora orgulhosamente soubesse porque o fazia. A experiência clínica acumulava o registro daquelas situações em que o paciente tinha numa das mãos o sintoma e na outra a interpretação do mesmo. Nos hospitais gerais dos EEUU, nos serviços de emergência havia um tipo de pacientes a que os plantonistas davam o nome de "gomers". A palavra se compõe das iniciais da frase : " get out of my emergncy room" e se aplicava àquele tipo de pacientes que buscavam sempre o mesmo plantonista a cada 7 dias para se fazerem examinar e obter alívio de uma sintomatologia hipocondríaca e da angustia concomitante. O contato com o médico e o exame clínico eram suficientes para deixar o paciente mais tranqüilo até o plantão seguinte. Eram pacientes a quem qualquer interpretação de seus sintomas não interessava, nem fazia sentido. Em 1970 Nemiah e Sifneos (8) descreveram uma categoria de pacientes que chamaram de Alexitímicos para designar a incapacidade de fazer a leitura de suas próprios sentimentos emoções. São pacientes com a vida de fantasia muito empobrecida, mais propensos aos raciocínio concreto, preocupados com o sucesso e dispostos a falar interminavelmente de seus sintomas corporais. A Escola psicossomática de Paris descreveu também um tipo de pacientes com idênticas características: uma vida de fantasia muito pobre, inúmeras manifestações psicossomáticas e intolerância a interpretações. M. de M'Uzan, P.Marty e C.David (2) deram-lhes a designação de portadores de "pensamento operatório". Um termo de significação mais ampla serve hoje para a designação desse grupo de pacientes que não encontra um lugar bem definido nas classificações oficiais e nem uma terapêutica adequada. São os somatizantes, como Joyce McDougall prefere chama-los. Ha que distinguilos dos históricos cujo processo típico o fenômeno da conversão. Eles são provavelmente aqueles pacientes que Freud classificou como portadores de Neurose Atual, para quem não valiam as interpretações que lidavam com as vicissitudes do processo simbólico, cuja sintomatologia Freud acreditava derivar de tensões acumuladas, ou de perturbações no processo de descarga da energia sexual. Os portadores de Neurose Atual ficaram relegados a uma orfandade quase irremediável desde que Freud dirigiu o 4

5 foco de suas observações para o campo mais sedutor dos processos simbólicos. O SIGNO E O SÍMBOLO A ênfase dada aos processos simbólicos e o enorme fascínio que o símbolo tem sobre os seres humanos fez crer que o campo dos fenômenos mentais encontrava suas fronteiras na elucidação dos processos oníricos onde a simbolização, o deslocamento e a condensação são os fatores de maior relevância. A transferência, da qual também se pode dizer que ela o sonho da vigília, (12) assenta boa parte de seus alicerces no fenômeno simbólico. A condensação e o deslocamento, próprios do processo onírico são alavancas propulsoras da conexão transferencial. Mas a aplicação indiscriminada do modelo da histeria a toda a gama de pacientes somatizantes impôs a observação de que o processo simbólico não está ao alcance de todos, e para um mesmo indivíduo as possibilidades simbólicas e a atividade simbolizadora dependem da qualidade da vivência e também de sua intensidade. Na investigação da psicose e no seu tratamento uma desestruturação da capacidade simbolizadora é de ocorrência freqüente. Embora Ernest Jones (3) tenha estabelecido uma distinção entre os símbolos universais e o que ele chamou de verdadeiros símbolos psicanalíticos, a qualidade simbólica das unidades representacionais segue sendo a mesma. O símbolo se define pela propriedade de representar o objeto na ausência do mesmo(5). Nisto ele se distingue do signo que ao representar o objeto não o dispensa de sua proximidade passada, presente ou futura. A noção de signo é a mesma noção de sintoma usada pelos médicos na investigação semiológica. Assim é que uma pele amarelada é signo ou sintoma de hepatite. A relação sígnica entre fumaça e fogo está na base do clássico aforisma: "onde há fumaça ha fogo. Uma queda no barômetro significa que vai chover. A clássica distinção feita por Hanna Segal (10) entre o símbolo e a equação simbólica no exemplo do violinista que não mais podia tocar em público dá a medida da rígida conexão que se estabelece entre o signo e o seu termo de referência*. O signo remete ao objeto a que está referido enquanto o símbolo remete a uma concepção do objeto. O signo denota, o símbolo conota. A interpretação de signos é a base da inteligência animal, assinala Susanne Langer, cujas idéias expostas em seu livro A Filosofia Em Nova chave servem de base aos pensamentos que exponho neste tópico. É de seu livro que extraio o seguinte trecho, ainda com o propósito de elucidar a questão do signo e do símbolo num aspecto particular: 5

6 "Ha uma famosa passagem na autobiografia de Helen Keller, na qual esta notável mulher descreve a aurora da linguagem na sua mente.é certo que ela havia usado signos antes, formado associações, aprendido a esperar coisas e identificar pessoas e lugares; mas houve um grande dia em que todo o significado de signo foi eclipsado e tolhido pela descoberta de que um certo dado, no seu limitado mundo sensorial, tinha uma denotação, que um ato particular de seus dedos constituía uma palavra. Este evento requererá longa preparação; a criança aprendera muito atos digitais mas estes ainda não passavam de um jogo sem sentido. Então, um dia, a professora saiu com ela, para dar um passeio e aí ocorreu o grande advento da linguagem: "ela me trouxe o chapéu", reza a biografia," e eu soube que iria sair para o sol quente. Este pensamento, se é que uma sensação sem palavras pode chamar-se um pensamento, fez que eu pulasse e saltasse de prazer." Andamos pelo caminho do poço, atraídas pela fragrância das madressilvas que o cobriam. Alguém estava tirando água e a professora colocou minha mão debaixo da bica. Quando a corrente fria jorrou sobre minha mão, ela soletrou, na outra, a palavra água, primeiro devagar, depois rapidamente. Fiquei parada, toda minha atenção fixa no movimento dos seus dedos. De repente, senti uma obscura consciência como de algo esquecido uma emoção de pensamento que retornava; e de algum modo, o mistério da linguagem me foi revelado. Soube então que a-g-u-a significava o algo maravilhoso e frio que escorria sobre minha mão. Aquela palavra viva despertou-me a alma, deu-lhe luz, esperança, alegria, libertou-a! Ainda existiam barreiras, é verdade, mas barreiras que com o tempo poderiam ser removidas." "Deixei o poço ansiosa por aprender. Tudo tinha um nome, e cada nome deu luz um novo pensamento. Quando voltamos para casa, todo objeto que eu tocava parecia tremer de vida. Isto porque eu via tudo com a estranha e nova vis o que me sobreviera." Para Susanne Langer esta passagem revela a genuína diferença entre signo e símbolo. O signo, diz ela, " é algo sobre o qual se age, ou um meio de ordenar a ação o símbolo um instrumento de pensamento. Helen Keller qualificou o processo mental que precedeu imediatamente a descoberta das palavras dizendo : "este pensamento, se é que uma sensação sem palavra pode chamar-se um pensamento". O pensar real só é possível, diz Langer, luz da genuína linguagem, não importa quão limitada, quão primitiva. No caso de Helen Keller com a descoberta de que á-g-u-a não constituía necessariamente um signo de que desejava ou esperava água, mas o nome desta substância, pelo qual poderia ser mencionada, concebida, lembrada. 6

7 O PROCESSO DA HOMINIZAÇÃO A capacidade de simbolizar a marca distintiva mais específica da condição humana. Os animais não alcançam o processo simbolizador. Isto não quer dizer que os animais não possuam seus recursos proprios de inteligência e pensamento. Mas o pensamento animal não é simbólico, é signico. Como usual dizer-se dos animais que eles agem por instinto, toda observação do pensamento animal fica obscurecida por esta afirmação genérica, que em última análise não passa de um preconceito de espécie. Para os que não se deixam colher pela sombra deste preconceito, a observação dos animais domésticos fornece inúmeros exemplos de uma atividade de pensamento que se poderia chamar de pensamento sígnico. A antropologia estabelece características distintivas entre os primatas e os homens e se refere a esta passagem de uma condição a outra chamando-a de Processo de Hominização(9). A hominização se caracteriza pelo aumento da capacidade craniana com desenvolvimento do cérebro em volume e complexidade. A locomoção se torna habitualmente bípede. O perfil do rosto se encolhe em relação ao crânio, a dentadura se torna menor e mão se aperfeiçoa passando de órgão de locomoção e apoio a instrumento de manipulação e de expressão de pensamentos e emoções. Mas os elementos mais importantes da distinção entre os primatas e o homem são a capacidade de pensar e falar, aprender e transmitir as noções adquiridas e acima de tudo produzir símbolos. A capacidade simbolizadora a mais radical das distinções. O salto qualitativo que o processo da hominização permite supor, o aparecimento dos recursos de simbolização, não implica na extinção das modalidades anteriores, isto é, dos recursos sígnicos preexistentes. Mas a psicanálise, que enveredou pelo caminho da investigação dos processos simbólicos e fez da histeria o seu modelo operacional, afastou-se da investigação dos fenômenos sígnicos da condição humana em suas modalidades normais e perturbadas. A linha divisória que Freud traçou separando as psiconeuroses das neuroses atuais corresponde assim ao divisor de águas que agrupa em um de seus lados as vicissitudes do processo simbólico e no outro as do processo sígnico. O entendimento freudiano das neuroses atuais ficou restringido a perturbações da descarga de excitações sexuais gerando um cortejo de sintomas de ordem somática. Mas a neurastenia e a neurose de angustia, acrescidas posteriormente da hipocondria, não encontraram formas específicas de tratamento que fizessem jus às formulações etiológicas da proposta freudiana. Não tenho conhecimento de que se tivessem feito pesquisas para identificar os fatores tóxicos resultantes do metabolismo das substâncias sexuais, como pensava Freud. Na prática clínica, nos consultórios psicanalíticos as neuroses atuais ganham um tratamento idêntico ao das 7

8 psiconeuroses, ainda que a resposta terapêutica às interpretações do sentido simbólico dos sintomas seja freqüentemente precária. Alguns psicanalistas sensíveis ao problema das desordens psicossomáticas, ou numa linguagem mais moderna aos pacientes somatizantes, criaram teorias que pretendem dar uma formulação mais adequada a esta questão que Freud deixou em segundo plano no corpo de sua doutrina. Mas o terreno da medicina psicossomática um campo minado pelo dualismo do pensamento de Descartes que dimensionou a res extensa e a res cogitans como entidades incomensuráveis. Desta forma a vida da mente e de seus fenômenos mais significativos como o pensamento só podem estar contidos no espaço da res cogitans e nunca na res extensa. Mas não há nenhuma razão a priori para crermos que os fenômenos mentais constituam uma ordem sistemática única, ou que a res extensa seja em essência non cogitans (4). Em algumas das teorias mais aceitas como a de Alexander o dualismo cartesiano rege a concepção. Para ele as desordens psicossomáticas (não a histeria de conversão) não passam do acompanhamento somático de conflitos mentais muito prolongados. A teoria de Wolff, que se apoia no pensamento de Seyle, fala na resposta corporal a fatores agressivos, dando mais ênfase à resposta.* A teoria de Wisdom a que me parece ter mais aproximação com o pensamento que desenvolvo. Basicamente ela assinala que uma desordem psicossomática se os conflitos envolvidos são experimentados na área das sensações táteis e cinestésicas. Se a área da experiência dos conflitos é de natureza visual, a desordem é psicológica e fica regida pelos processos simbólicos. A teoria de Wisdom é que é mais complexa que a menção sucinta que fazemos dela, tem a vantagem de não incidir na dualidade corpo-mente. A linha divisória do seu sistema passa pelo medium dentro do qual se estabelece o conflito. A teoria que estou expondo e propondo também lança mão de uma linha divisória que separa os processos sígnicos dos processos simbólicos e que a meu ver corresponde à divisão feita por Freud entre as neuroses atuais e as psiconeuroses. Recorro à Teoria da Hominização que tem seu fundamento na Teoria de Darwin. A hominização é uma função transformadora de atuação constante que promove o signo à condição de símbolo desde que as condições conflitivas da personalidade não se constituam em obstáculo. A capacidade transformadora do pensamento sígnico em pensamento simbólico não é uniforme em todos os seres humanos, e em cada ser humano sofre variações na dependência da conjuntura conflitual bem como da intensidade emocional da vivência. É da experiência cotidiana de todos nós a constatação que a capacidade de pensar sofre limitações se a intensidade emocional ultrapassa certos limites, que variam de pessoa a pessoa. Nos chamados pacientes "operatórios" ou nos alexitímicos, nos "gomers", em uma palavra nos pacientes somatizantes, 8

9 pode-se admitir uma dominância do pensamento sígnico, o que não exclui o pensamento simbólico, embora este se apresente empobrecido. O pensamento sígnico é um pensamento do corpo, no corpo, que não ganhou transformação simbólica, e que se anuncia como ação motora, secretária ou visceral. A pregnância do dualismo cartesiano perturba a assimilação deste conceito. As vinhetas clínicas que vou mencionar talvez possam ser de alguma ajuda. O pensamento sígnico está mais próximo da ação que o simbólico. No nível sígnico os verbos só se conjugam no presente, que é o tempo da ação. O futuro e o condicional são tempos do nível simbólico. Neste nível o paciente pode, por exemplo, falar do seu desejo de morrer em face de situações de desespero. Mas a fantasia esgota seus potenciais na própria enunciação. No nível sígnico o desejo de morrer é o início de uma ação que encaminha o processo da morte por uma forma qualquer do adoecimento, mediante perturbações fisiológicas mais ou menos eficientes. As doenças autoimunes são, a meu ver, manifestações convincentes de um processo sígnico autodestrutivo. Sua instrumentação fisiológica é o sistema imunitário, mediante o qual instalam-se quadros clínicos de curso contínuo ou intermitente. Um exemplo de manifestação sígnica é a de um paciente que iniciou sua sessão deprimido, queixando-se do fim semana. Discutira com a esposa e as filhas, como de hábito. Em seguida mostrou-me o seu polegar. Seu dedo estava roxo e insensível. Parecia também um pouco demasiado. O paciente dizia que a morte era preferível ao tipo de vida que levava. Após ouvir suas queixas decidi dizer-lhe que ele não só pensara em morrer mas que também já havia dado início ao processo da morte por aquele dedo que ele me havia mostrado. Após uma breve pausa a sessão seguiu o seu curso com a emergência de um material diverso. Ao fim de 10 ou 15 minutos o paciente percebeu espantado (meu espanto não era menor) que seu dedo havia readquirido a coloração normal. Não obstante ele continuou deprimido até o fim da sessão. Tive a impressão de que a interpretação tocara o nível sígnico de sua vivência, mas não o nível simbólico. Esta é, no entanto uma situação de exceção. O usual que a interpretação em nível simbólico não alcance o nível sígnico. Um outro paciente trouxe à sessão os momentos desagradáveis que vivia com a companheira, com já estava casado ha alguns anos. Ela desejava ter um filho e ele se recusava de forma taxativa. As conversas terminavam invariavelmente em acaloradas discussões, e estas evoluíam para o seguinte desfecho : o filho ou o marido. Havia períodos em que os ânimos serenavam e o assunto do engravidamento ficava mais distante, para depois retornar com exaltação e desespero. A crise se arrastava até que a esposa começa a ter sangramentos e dor abdominal. O ginecologista consultado lhe diz após o exame: " seu útero começa a formar tumorações, e se você não engravidar ou tomar hormônios 9

10 terá de extrai-lo. A solução sígnica se antecipou ao desfecho da interminável batalha de nível simbólico, que não chegava a seu termo. O mimetismo animal faz parte do elenco de respostas sígnicas do comportamento humano. A cena que agora descrevo é a do café matinal de uma família que reunia em torno da mesa o marido, a esposa, a mãe do pai e três crianças, das quais a menor tinha poucos meses de idade. Deram-lhe um pedaço de miolo de pão para faze-la participar do café. Momentos depois a criança se engasga e o grupo se enreda na turbulência da angustia de faze-la voltar a respirar. O pai a toma no colo e começa a bater em suas costas. A criança fica vermelha e depois roxa, até que por fim expele o miolo de pão que a engasgava. O grupo se acalma e cada um comenta o comportamento ansioso do outro. Do pai da criança a avó diz o seguinte: " você mudou de cor junto com a criança.ficou vermelho quando ela estava vermelha e roxo quando ela estava roxa". Uma compreensão de nível simbólico poderia ser formulada neste termos: "morro contigo". As manifestações sígnicas e simbólicas não se excluem. Um mesmo paciente pode apresentar ambas em suas exteriorizações psicossomáticas. Mas quando os fenômenos se polarizam pode-se perceber que o histórico tende mais para a belle indifference que o paciente sígnico, frequentemente mais angustiado, assustado com a morte a propósito do menor de seus sintomas. LINGUAGEM SÍGNICA E DESISTÊNCIA O medo de morrer dos pacientes sígnicos corresponde a uma ameaça efetiva, uma vez que o pensamento sígnico está mais próximo da ação que o pensamento simbólico. Os fenômenos sígnicos são manifestações protomentais, inscrevem-se na categoria dos supostos-básicos de Bion, que nomeou três instâncias definidas: dependência, luta-fuga e acasalamento. Creio que é necessário reconhecer e nomear um quarto suposto-básico de cuja existência não se pode duvidar: o suposto-básico da desistência. Ele corresponde ao instinto de morte nomeado por Freud e articula as perturbações sígnicas do comportamento humano em quatro áreas distintas, que mencionaremos a seguir. Antes, é necessário esclarecer que o conceito de desistência com que estamos lidando corresponde à mais radical significação do termo. Na raiz * desistir significa o abandono da existência. O uso corrente da palavra desistência como a renúncia de algo, procede da área simbólica e não tem a significação radical do desistir sígnico, que implica sempre em abandonar a existência ou em dar início a esse processo. Pode-se admitir o suposto-básico da desistência como transfundo das doenças autoimunes, de certas formas de suicídio, das traumatofilias e das toxicomanias. Não poderei me estender, no espaço deste trabalho, na 10

11 exemplificação dos agrupamentos clínicos mencionados. Terei de me limitar a uma situação dramática, de ocorrência comum, embora intrigante, onde o suposto básico da desistência se apresenta com evidência indiscutível. Refiro-me àquela situação em que um indivíduo sobe ao alto de um edifício e ameaça atirar-se e hesita. Existir e desistir são os pratos de uma balança que em seu interior oscilam perigosamente. Ao nível do solo, em pouco tempo, juntam-se dois grupos. Um grupo de trabalho formado pelo corpo de bombeiros, pela polícia civil e por eventuais colaboradores empenhados em salvar o pré-suicida. Ao lado deste grupo forma-se um outro que inicia, em coro, uma incitação a que salte. Este último grupo faz parte do suposto básico da desistência, de que o pré-suicida é o líder. Cinqüenta anos após a morte de Freud a leitura de seus trabalhos segue incitando a reflexão e cobrando de seus leitores uma expansão de seus pensamentos. Mesmo seus temas abandonados convertem-se em ganchos para o desdobramento de temas que progridem à sombra de seus conceitos e ao longo das largas avenidas que ele abriu para a compreensão dos fenômenos humanos. A medicina psicossomática iniciou-se com ele. Foi obra de seu gênio organizar esse campo traçando de saída aquela linha divisória a que fizemos tantas vezes menção ao longo deste texto. Tal como no mito do Gênesis era preciso separar diferentes categorias que se apresentavam intermescladas. E Freud o fez. BIBLIOGRAFIA (1)Fine, Reuben. A história da Psicanálise, Editora da Universidade de São Paulo, Brasil (2) Freud, S. The Neuro-psychoses of defense, SE, vol. 3:43 (3) Jones, E. The Theory of symbolism IN Papers on psycho-analysis. 5a. ed. Londres : BalliŠre, 1948 (4) Langer, Susanne K. Ensaios filosóficos. S o Paulo : Editora Cultrix, p. 13 (5) Langer, Susanne K. Filosofia em nova chave. S o Paulo, Brasil : Editora Perspectiva, 197 (6) Marty, M. de M'Uzan & David, C. L'investigation psycosomatique, P.U.F. Paris, 1963 IN Joyce McDougall. Em defesa de uma certa anormalidade. Porto Alegre : Artes Medicas, 1983 (7) Mezan, R. Problema de uma história da Psicanálise IN Percursos na história da Psicanálise, Livraria Taurus Editora, RJ, Brasil (8) Nemiah, J. C. & Sifneos, P. E. Affect and fantasy in patients with psychosomatic disorder, 1970 IN Modern trends in psychosomatic medicine. 2a. ed. Hill, O. W. London : Butterworth IN Handbook of psychiatry,vol. 1. Edited by M. Shepherd and O. Z. Zangwill, Cambridge University Press 11

12 (9) Ranzi, Carlo. Homo há setenta milhões de anos. Lisboa : Distri Editora, 1983 (10) Segal, Hanna. Notes on symbol formation IN The Works of Hanna Segal. New York : Jason Aronson, 1981 (11) Zusman, W. Nossa ciência e nossa vida científica. Revista de Psicoanálisis, tomo XLV, 6 (1988) (12) Zusman, W. A transferência como mecanismo de defesa. Revista Brasileira de Psicanálise, 8(1974):

13 *Trabalho apresentado na Primeira Reunião Regional da F.E.P.A.L.,México,1989. **Analista Didata da Soc. Bras. de Psic. do Rio de Janeiro. * O conceito de paradigma que utilizamos procede da obra de Thomas Khun. *Neste caso específico trata-se de uma degradação da atividade simbólica. *Para um exame crítico mais detalhado das diversas teorias deste campo remeto o leitor ao trabalho de J.O.Wisdom: On a Differentiating Mechanism of Psychosomatic Disorder. Int. J. Psycho-Anal., 40, 1959, *The Shorter English Dictionary on Historical Principles RESUMO O autor parte da afirmação de que as Neuroses Atuais reconhecidas por Freud como entidades distintas das Psiconeuroses foram engolfadas pelas interpretações simbólicas, como se a natureza intrínseca de seus processos não fosse peculiarmente distinta. O pensamento simbólico teve uma expansão desmedida no campo da medicina psicossomática, onde o dualismo cartesiano também contribuiu para gerar grandes dificuldades. A psicanálise não definiu a natureza dos processos pré-verbais. Mas o préverbal é também uma linguagem, embora não simbólica. A linguagem préverbal é signica e correponde ao pensamento animal. O pensamento sígnico é próprio dos processos psicossomáticos não simbólicos. A noção de pensamento sígnico se articula com o conceito de Desistência, que o autor conceitua como um Suposto Básico não nomeado por Bion. A articulação dos conceitos de Pensamento Sígnico com o de Desistência permite compreender o funcionamento de uma ampla faixa de enfermidades psicossomáticas que requerem um outro tipo de aproximação terapêutica. Apresentado no Congresso da FEPAL México. (26/10/91) Publicado no Boletim Científico da SBPRJ. Março- Nº1, 1990; e nos Cuadernos de Psicoanálisis, v. 21, México,

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