UMA PROPOSTA DE MODELO DE PROCESSO PARA DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS
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1 UMA PROPOSTA DE MODELO DE PROCESSO PARA DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS Rodrigo de Assis Ramos 1 NIPETI 2 - Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), Campus Nova Andradina rodrigoramos_dpvat@hotmail.com Juliana Baptista NIPETI - Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), Campus Nova Andradina ju.baptista@hotmail.com Claudio Zarate Sanavria NIPETI - Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), Campus Nova Andradina claudio.sanavria@ifms.edu.br Resumo: A presente pesquisa consiste em propor um modelo de desenvolvimento de softwares voltados para o apoio no processo de ensino e aprendizagem, considerando em suas etapas as contribuições de pesquisas relacionadas às áreas de Engenharia de Software e Educação. A pesquisa prevê duas fases: a primeira e atual tem como percurso metodológico a pesquisa bibliográfica, visando a identificação do Estado da Arte, assim como um levantamento dos aspectos técnicos e dos pressupostos e especificidades do desenvolvimento de softwares educacionais; a segunda consistirá na elaboração do instrumento. Espera-se com o presente projeto que se possa contribuir substancialmente para a área de desenvolvimento de softwares educacionais, pois. Sabe-se dos desafios, porém os mesmos são a base para a busca de novos conhecimentos e o aperfeiçoamento do que efetivamente já funciona nas áreas contempladas por este trabalho. Palavras-chave: Engenharia de Software Educacional, Tecnologias Educacionais Introdução O desenvolvimento de softwares é uma atividade complexa com atividades interligadas e interdependentes. Autores como Pressman (2006) e Sommerville (2007) concordam que a qualidade de uma aplicação está diretamente relacionada ao seu processo de concepção e desenvolvimento. Assim, a Engenharia de Software se apresenta como um meio de aplicação de métodos rígidos e métricas eficientes na construção de sistemas. 1 Bolsista do Programa Institucional de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI/CNPq). 2 Núcleo Interdisciplinar e Pesquisa, Estudo e Desenvolvimento em Tecnologia da Informação.
2 2 Para Sommerville (2007, p. 5) a engenharia de software é uma disciplina de engenharia relacionada com todos os aspectos da produção de software, desde os estágios iniciais de especificação até sua manutenção, depois que este entrar em operação. Dessa maneira, a produção de um software passa a obedecer um conjunto de processos pois, como defende Pressman (2006, p. 16), [...] a engenharia de software é realizada por pessoas criativas, com amplos conhecimentos, que devem adaptar um processo de software maduro apropriado para os produtos que elas constroem e para as demandas do seu mercado. Existem várias abordagens de organização dos processos na literatura atual e todos os autores concordam de que é necessário que se estabeleçam modelos de processo de desenvolvimento como um princípio fundamental para a busca da qualidade. Apesar de existirem diversos modelos de processo, é importante que a empresa tenha a consciência de que a compreensão das especificidades do escopo é essencial para que o desenvolvimento atenda aos requisitos. Dependendo a natureza da aplicação, a sua complexidade pode demandar a criação de um modelo de desenvolvimento. É o caso dos softwares desenvolvidos com fins educacionais. Para Santos (2009, p. 19) [...] a complexidade do fenômeno educativo, a necessidade da promoção adequada do desenvolvimento de competências cognitivas, motoras e afetivas e a velocidade com que o ser humano trata informações, transformando-as em conhecimento é o que evidencia as especificidades dos chamados softwares educacionais. Concordando com Santos (2009, p. 17) de que [...] no meio escolar, o uso pedagógico do computador é apontado como fator que pode efetivamente contribuir para um avanço qualitativo dos processos de ensino e aprendizagem, esta pesquisa busca estabelecer um novo modelo de processo de desenvolvimento de software educacional, considerando em suas etapas todas as especificidades e pressupostos inerentes às aplicações desta natureza. Revisão teórica De acordo com Santos (2009) o software educativo propriamente dito é aquele desenvolvido com finalidades educativas explícitas demandando, para subsidiar sua produção, procedimentos específicos, relacionados a um
3 3 conhecimento aprofundado dos processos cognitivos humanos, seja ele de natureza lúdica (um jogo educativo) ou de conteúdo escolar (um software para o ensino de Química, por exemplo), seja ele estático (em cd-rom) ou distribuído (para a Internet). Sabe-se de antemão de que a proposta de um novo modelo é uma tarefa que requer uma análise profunda do contexto, assim como domínio das etapas genericamente estabelecidas para o desenvolvimento de um software. A construção de um modelo de processo e a discussão de seus subprocessos ajuda a equipe a entender essa diferença entre o que deveria ocorrer e o que realmente ocorre (PFLEEGER, 2004, p. 38). Sommerville (2007, p. 6) classifica como fundamentais quatro atividades, afirmando que as mesmas [...] são comuns a todos os processos de software: Especificação de software; Desenvolvimento de Software; Validação de Software e Evolução de Software. Gomes e Wanderley (2003), Benitti et al (2005) e Giraffa et al (2005) são alguns dos autores que relatam em seus trabalhos discussões e propostas de modelos de processo voltados para o desenvolvimento de softwares educacionais. Todos concordam que o desenvolvimento deste tipo de aplicação requer uma forte articulação entre professores e profissionais da computação, afim de que os docentes compreendam o processo de construção de uma aplicação e os desenvolvedores contemplem efetivamente os objetivos educacionais no produto que desenvolvem. Santos (2009, p. 21) defende que [...] a engenharia de softwares educativos é um campo complexo, com características próprias, que demanda um conhecimento amplo por parte do projetista, principalmente quando são consideradas as características básicas de um sistema computacional para uso pedagógico. Para Santos (2009) desenvolver bons programas de computador é um desafio de peso para a indústria da informática. Tal complexidade é decorrente da necessidade de compreensão do problema que gera a necessidade do software educativo. Metodologia A pesquisa aqui proposta seguirá uma abordagem qualitativa de natureza exploratória, sendo que o plano de trabalho prevê o agrupamento em duas fases: 1)
4 4 Levantamento teórico e sistematização dos pressupostos e especificidades; 2) Elaboração do modelo. A fase 1 do projeto tem como base metodológica a pesquisa bibliográfica que Gil (2010, p.29) descreve como sendo elaborada com base em material já publicado. [...] material impresso, como livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos. [...] bem como o material disponibilizado pela Internet. Essa fase consiste nas seguintes etapas: Levantamento bibliográfico preliminar; Elaboração do plano provisório de assunto; Busca das fontes; Leitura do material; Fichamento; Organização lógica do assunto; Redação do texto. Essa fase é norteada por três perguntas: Quais as produções que já abordam a temática definida para esta pesquisa? Quais os paradigmas de desenvolvimento, princípios técnicos e etapas genéricas definidas para modelos de processo de software? Quais os pressupostos e especificidades do desenvolvimento de tecnologias voltadas para o processo de ensino e aprendizagem? Já na fase 2, que estará respaldada pelos resultados previamente sistematizados na fase 1, consistirá na elaboração do modelo. Para tal processo de construção terá como questões norteadoras: Quais as etapas? Quais as atividades desenvolvidas em cada etapa? Quais os artefatos produzidos em cada etapa? Quais as ferramentas necessárias em cada etapa? Quais os marcos de referência de cada etapa? Quais os atores responsáveis por cada etapa? Qual a relação e a interdependência em cada etapa? Esta pesquisa não prevê a validação do modelo proposto em decorrência do tempo necessário para que tal processo ocorra. Assim, todo o processo de validação e análise da aplicabilidade do modelo será contemplado em trabalho posterior ao descrito aqui. Resultados e Considerações A pesquisa encontra-se na fase de levantamento bibliográfico e espera-se com o presente projeto que se possa contribuir substancialmente para a área de desenvolvimento de softwares educacionais, pois esse é um dos objetivos estabelecidos pelo Grupo de Estudos em Engenharia de Software e Tecnologia Educacional (GENTE), um grupo pertencente ao NIPETI (Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa, Estudo e Desenvolvimento em Tecnologia da Informação) e que busca
5 5 essencialmente a integração das áreas contempladas neste projeto de pesquisa. Sabe-se dos desafios, porém os mesmos são a base para a busca de novos conhecimentos e o aperfeiçoamento do que efetivamente já funciona. Espera-se com a presente pesquisa um enriquecimento do conhecimento científico acerca da Engenharia de Software no que diz respeito à produção de ferramentas que visem contribuir para o processo de ensino e aprendizagem. Referências BENITTI, Fabiane Barreto Vavassori; SEARA, Everton Flávio Rufino; SCHLINDWEIN, Luciane Maria. Processo de Desenvolvimento de Software Educacional: proposta e experimentação. Revista Renote Novas Tecnologias na Educação, v. 03, n. 1, Maio, Disponível em <seer.ufrgs.br/renote/article/viewfile/13849/8025>. Acesso em 15 jun GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. Ed. São Paulo: Altas, GIRAFFA, Lucia M. M.; SOUZA, Rafael V. de; MARCZAK, Sabrina; PRIKLANDNICKI, Rafael. PDS-E: Em direção a um processo para desenvolvimento de Software Educacional. Anais do XXV Congresso da SBC, São Leopoldo RS, Disponível em < >. Acesso em 05 mai GOMES, Alex Sandro; WANDERLEY, Eduardo Garcia. Elicitando requisitos em projetos de Software Educativo. Anais do IX Workshop de Informática na Escola WIE, Disponível em < Acesso em 05 mai PFLEEGER, Shari Lawrence. Engenharia de Software: teoria e prática. 2ª ed. São Paulo: Prentice Hall, PRESSMAN, Roger S. Engenharia de Software. 6ª ed. São Paulo: McGraw- Hill,2006. SANTOS, Gilberto Lacerda. Alguns princípios para situações de engenharia de softwares educativos. Inter-Ação: Revista da Faculdade de Educação da UFG, v. 34, n. 1, jan/jun, Disponível em < Acesso em 15 jun SOMMERVILLE, Lan. Engenharia de Software. 8ª ed. São Paulo: Pearson Addison-Wesley, 2007.
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