CONSULTORIA EM SERVIÇO SOCIAL: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
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- Suzana Palhares Morais
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1 CONSULTORIA EM SERVIÇO SOCIAL: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO RESUMO: Fátima da Silva Grave Ortiz 1 Rita de Cássia Cavalcante de Lima 2 Partindo do pressuposto que a consultoria em Serviço Social expressa fértil terreno para o exercício profissional e a prática investigativa, nosso objetivo nesta comunicação é apresentar reflexões e resultados de um processo de consultoria em Serviço Social, prestado por assistentes sociais docentes à equipe de Serviço Social de um hospital universitário, durante o ano de 2003, bem como as dificuldades impostas ao processo como um todo. PALAVRAS-CHAVE: exercício profissional; consultoria; capacitação continuada; processos grupais. INTRODUÇÃO O objetivo desta comunicação é apresentar reflexões e resultados de um processo de consultoria 3 em Serviço Social, prestado por assistentes sociais docentes à equipe de Serviço Social de um hospital universitário, durante o ano de Assistente Social, Professora da Escola de Serviço Social/ UFRJ, mestre em Serviço Social e doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação da ESS/UFRJ; fgrave@terra.com.br. 2 Assistente Social, Professora da Escola de Serviço Social/UFRJ, mestre em Serviço Social, e- mail: ricavalcante@ess.ufrj.br. 3 Compartilhamos com VASCONCELOS (1998) o entendimento que nos processos de consultoria, nos quais a equipe profissional possui um determinado projeto profissional, cabe ao consultor :... pôr instrumentos que possibilitem o desvelamento do movimento da realidade social, ocultado pelo movimento cotidiano das relações sociais, o que faz parecer inexistentes quaisquer alternativas e possibilidades de ação profissional. (p.127).
2 DESENVOLVIMENTO Desde 1999, observa-se a construção, entre a Escola de Serviço Social (ESS) e a equipe de Serviço Social do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), de uma relação renovada, no tocante ao compromisso com a formação profissional dos estudantes de graduação em Serviço Social 4. O investimento de atores diferentes docente e coordenação de estágio da ESS, e equipe de Serviço Social do HUCFF possibilitaram as condições para em 2002, alguns projetos idealizados por ambas as instituições começassem a tomar concretude. Referimo-nos aqui a duas importantes frentes de trabalho: primeiro, a resposta da Escola ao endereçamento por parte da equipe de Serviço Social do HUCFF em ser instalado um processo de consultoria a esta equipe e o aprofundamento desta unidade de saúde enquanto campo de estágio. Quanto a esta última, foi possível, pela primeira vez na ESS, a criação de uma turma constituída exclusivamente por alunos deste campo, cujas aulas acontecem na própria instituição. Contudo, consideramos que tais elementos, embora sejam importantes na relação campo/ess, não são os que mais evidenciam a relação renovada, que falávamos há pouco. Na verdade, os avanços obtidos nesta relação campo HUCFF/ESS envolve a identidade e a responsabilidade compartilhada que ambas construíram com relação à formação dos alunos e a importância de um estágio qualificado e comprometido com esta formação. Cabe ressaltar que a intenção do estreitamento das relações da ESS/Serviço Social HUCFF no tocante à consultoria, na qual culminou com a aprovação e implementação de uma proposta de implantação, era contribuir com a capacitação dos profissionais 4 Alguns procedimentos foram adotados com o intuito de viabilizar o aprofundamento da relação político-pedagógica, dos quais podemos citar: processo seletivo conjunto, envolvendo a participação docente na elaboração, aplicação e avaliação de provas escritas; construção compartilhada de ações junto aos novos alunos estagiários selecionados visita coordenada ao HUCFF, conhecimento dos programas do Serviço Social, intervenção profissional e rotinas internas etc.; elaboração de programa da disciplina a partir de reuniões docente/supervisores, possibilitando conjugar as indicações das ementas e necessidades do campo; participação de supervisores em aulas temáticas da disciplina; acompanhamento dos supervisores quanto aos trabalhos exigidos na disciplina; reuniões sistemáticas, envolvendo alunos, supervisores e docentes na condução de situações vividas no campo e/ou encaminhamento de ações na disciplina.
3 da referida equipe, de modo que esta pudesse redimensionar a prática profissional desenvolvida na unidade e com isso homogeneizar suas ações e posturas, respondendo efetivamente aos princípios do atual Código de Ética, sobretudo quanto ao compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual na perspectiva da competência profissional. (CRESS RJ, 2000: 16). Além disso, outros objetivos estavam presentes no horizonte tais como: promover campos de estágio qualificados aos alunos de graduação; redimensionar a intervenção profissional no campo da saúde, considerando as exigências engendradas pelos princípios ético-políticos que permeiam a profissão e pelos existentes na Lei Orgânica da Saúde; e por último, identificar possíveis linhas de pesquisa, favorecendo o tripé ensino, pesquisa e extensão. Outra frente de trabalho, compartilhando desses objetivos, foi a atividade organizada e desenvolvida paralelamente, com o intuito de oferecer suporte à consultoria. Referimo-nos à criação de um curso de extensão intitulado Seguridade Social, Saúde e Serviço Social, realizado nas dependências do próprio hospital, com aulas quinzenais e uma carga horária total de 64 horas, cujo objetivo principal era fortalecer o processo de consultoria a partir da capacitação fundamentalmente teóricometodológica e técnico-operativa. É importante registrar que o processo de organização e delimitação das temáticas desse curso contou com a contribuição da equipe de Serviço Social do HUCFF, e possibilitou a criação por parte de seus membros de uma expectativa de natureza endógena, de que essa atividade de ensino fosse oferecida apenas para essa equipe. No entanto, o curso de extensão se tornou uma estratégia mais ampla da Escola de promover uma atividade de qualificação para os supervisores de todos os campos de estágio da área da saúde e, portanto, permitiu, de forma simultânea, que aquela equipe pudesse ter outros sujeitos do Serviço Social e outras instituições da área para problematizar o que delimitava, a priori, como questões exclusivas de sua equipe ou do hospital universitário. Assim, as duas frentes de trabalho, consultoria a equipe do Serviço Social do HUCFF e o curso de extensão Seguridade Social, Saúde e Serviço Social para supervisores da área da saúde, foram dois dispositivos estratégicos para a atualização daquela equipe.
4 Quanto ao projeto político-pedagógico, foi apresentado um plano de trabalho 5, no qual estabelecia-se que a consultoria seria desenvolvida a partir de dois momentos distintos, porém auto-implicados. O primeiro dizia respeito as discussões de caráter teórico-metodológico, mais especificamente sobre o entendimento da equipe acerca do significado sócio-histórico da profissão na ordem burguesa, bem como a concepção de saúde presente na atualidade seus avanços e dificuldades. Para tanto, as discussões contaram com suporte bibliográfico. Já no segundo momento, a consultoria, a partir da aprovação formal da equipe de Serviço Social, propôs os chamados grupos de trabalho - GT, composto pelos próprios Assistentes Sociais da unidade, com o intuito de discutir as atribuições gerais do Serviço Social, assim como aquelas existentes nas diversas portas de entrada do hospital ambulatório, emergência e admissão e alta e unidades de internação. A partir do amplo debate que tais GT instituíssem, a idéia era a revisão das práticas atuais, considerando o contexto de dificuldades da unidade e os compromissos profissionais assumidos frente aos usuários. O plano de trabalho da consultoria durante sua efetivação, demonstrou problemas já no primeiro momento, na medida em que os atores envolvidos consultores e equipe demandante reproduziram uma prática pedagógica do tipo bancária (FREIRE, 1975). A vinculação da discussão a leitura bibliográfica deu visibilidade a desigualdade do investimento dos membros da equipe ao ato de ler: um pequeno grupo da equipe que leu os textos participava das reflexões facilitadas pelas consultoras e a grande maioria permanecia na clássica posição pedagógica de depositárias do saber. Essa posição nos fez pensar se já tínhamos conhecimento suficiente sobre essa equipe suas crenças, conflitos, hábitos e formação acadêmica para não reproduzirmos na consultoria uma pretensa atualização teórica-metodológica, mas sem possibilidade real de gerar capilaridade à visão de mundo e ao fazer profissional dos seus membros. 5 Vale ressaltar que tal proposta foi elaborada tomando como referência as reuniões ocorridas previamente envolvendo a equipe de Serviço Social e as docentes consultoras, bem como a partir da leitura e análise do conjunto de documentos que norteiam a ação dos profissionais da unidade.
5 O processo pedagógico experienciado apresentou seus limites com maior visibilidade no segundo momento. A primeira delas refere-se ao fato de que dos GT propostos, somente dois (02) deles conseguiram se efetivar e apresentar propostas: um possui membros da coordenação da equipe e o segundo requereu após algumas tentativas de organização a presença das consultoras ao longo de toda a organização da tarefa. Cita-se que no método pactuado para os GT, a participação das consultoras só incidiria no momento da apresentação da tarefa, e nos pareceu após alguns encontros que a não realização do trabalho requeria tempo de trabalho a ser deslocado de outras atividades da assistência; exigia rompimento da tradicional relação pedagógica em que educando aguardava a iniciativa e o domínio do educando na construção e reprodução do conhecimento; demandava capacidade dos membros para o trabalho em grupo; e por fim, de estarem maduras para a experiência de processos de autogestão. Esses elementos não se fizeram presente e conclui-se, então, que a construção de um GT não se constitui em tarefa simples, tal como, havia sido planejado. Exige um nível de implicação (LAPASSADE, 1983) da equipe que passa por variáveis institucionais, dos níveis de satisfação no trabalho, dos processos grupais em curso, e não somente por uma decisão racional e organizacional na elaboração dessa forma coletiva de trabalho. Uma expressão disso foi o balanço quantitativo da presença dos assistentes sociais nos encontros quinzenais: das 15 reuniões contabilizadas em 2003, somente 39% das assistentes sociais da equipe de Serviço Social compareceram a mais de 50% dos encontros. Isso significa que de janeiro a dezembro de 2003, as reuniões de consultoria nunca contaram com a integralidade da equipe, dificultando certamente os encaminhamentos das propostas, discussões e de conflitos institucionais e outros interpessoais subjacentes. Na verdade, o que ficou evidenciado no decorrer do processo foi que o objetivo da consultoria, expresso na necessidade de reestruturação das práticas profissionais, escondia uma série de questões que envolvia não somente problemas de ordem interventiva (embora estes também existam), mas, sobretudo, questões relativas aos processos grupais, ao exercício do poder como mandato institucional em concorrência com outros pólos do poder intra-equipe e externamente a ela.
6 Outrossim, observou-se que atravessada pela racionalidade burguesa, que combina elementos oriundos da chamada razão formal-abstrata, bem como do irracionalismo, além de superestimar a razão instrumental (GUERRA, 2001), a unidade de saúde, tão logo o Serviço Social, reproduz o modo de agir e pensar tipicamente burguês, no qual prioriza-se a forma em detrimento do conteúdo; busca-se modelos de intervenção sem refletir sobre eles; desloca-se o objeto da intervenção profissional para o âmbito das rotinas e protocolos; empreende uma relação instrumental com os usuários e demais profissionais; e por fim, entende-se competência profissional como o resumo de todos esses aspectos. Neste cenário, o discurso da equipe tomado em si escamoteia a sua própria ambivalência, pois, se de fato, verbaliza e reflete de forma crítica sobre sua baixa capacidade de elaboração de um projeto profissional de natureza propositivo e coletivo para o Serviço Social no HUCFF, como um dos meios de resposta a requisição de competência técnica, demonstra e atua com resistência a mudanças de ordem mais estruturais no campo institucional da profissão, do hospital universitário e a hegemonia do saber médico no seu interior, e das políticas públicas de saúde. Neste sentido, é a partir daí que situamos uma segunda dificuldade que diz respeito diretamente à formação e capacitação profissional. Nossa experiência neste processo de consultoria nos deixou claro a seguinte questão como sensibilizar profissionais já formados para a necessidade da capacitação continuada capaz de ultrapassar a mera aquisição bancária de conhecimento, infrutífera para se tornar substrato de uma prática propositiva, reflexiva inscrita na prática social? Sem dúvida, a atualização profissional não é um processo pedagógico tão simples, pois envolve não apenas a apreensão de conteúdos, mas a tomada de posição do profissional quanto aos princípios ético-políticos, sobre os quais, não basta ao profissional concordar com eles, mas tomá-los como referência cotidiana. Isto significa, ao nosso ver, abraçar uma determinada perspectiva de homem e de mundo, que nem sempre é tão simples assim, considerando o padrão de sociabilidade engendrado pela ordem burguesa e expresso numa típica racionalidade, como aludimos no parágrafo anterior. Em nossa experiência particular, tal dificuldade era tácita entre os profissionais da equipe, tendo em vista que, em sua maioria, restringem-se no cotidiano institucional à manutenção das rotinas, em detrimento das particularidades da própria unidade de
7 saúde, um hospital-escola que possui como finalidade o ensino e a pesquisa, para além da assistência. Desta maneira, embora entenda-se que, independentemente da área temática ou instituição onde se inscreve o Serviço Social, a natureza de seu fazer está organicamente vinculada às seqüelas da questão social e às particularidades que esta assume no cenário brasileiro. Contudo, o que poderia conferir um diferencial à prática profissional dos Assistentes Sociais da unidade refere-se exatamente às áreas, sobre as quais pouco se atua: o ensino 6 e a pesquisa. No entanto, partilhamos do entendimento que a dificuldade quanto à capacitação continuada, fato presente em larga maioria de nossa categoria, nem sempre se restringe a opção pessoal ou falta de interesse por parte do profissional; e sim, da forma como a própria prática profissional e cotidiana se estabelece. Se por um lado, há excesso de demandas, com redução na equipe, acarretando uma sobrecarga de trabalho para os Assistentes Sociais; por outro, as demandas imediatas (que refletem a maneira como a questão social e suas expressões são enfrentadas no Brasil, pela via do clientelismo, paternalismo, assistencialismo, descontinuidade e etc.) não exigem, a princípio, destes profissionais maior qualificação teórico-metodológica para sua execução. Presos à dinâmica institucional e partícipes de um determinado padrão de sociabilidade, correm tais profissionais o risco, não apenas de efetivá-los, mas sobretudo tornar a tarefa da capacitação profissional inócua ou insuficiente. Sobre esta mesma lógica, nós, docentes, implicados com o plano de trabalho inicial da consultoria também corremos o risco do aprisionamento à racionalidade burguesa e a todas as suas conseqüências (EIRAS, 2001). Desta forma, percebe-se que ainda há muito a se fazer, sobretudo considerando o fato de que o plano de trabalho original foi desconstruído, conforme as forças que operavam no campo institucional e nos processos grupais, possibilitando uma aproximação dos docentes e da equipe aos fenômenos mais críticos de corte éticovalorativo e político-institucional. 6 Considerando a equipe de Serviço Social, menos da metade opta pela supervisão de alunos de graduação.
8 Para efeito de registro dos resultados acadêmicos obtidos no período de 2003, podemos destacar os seguintes pontos: a) Reabertura do campo de estágio para seleção de novos estagiários; b) Conclusão do Curso de Extensão Seguridade Social, Saúde e Serviço Social; c) Abertura de turma exclusiva de Orientação e Treinamento Profissional para os estagiários do HUCFF, conformando um total de 30 alunos para o segundo semestre de 2004; d) Capacitação continuada em Serviço Social e Saúde através do 1º momento da consultoria; e) Aproximação continuada dos docentes consultores da realidade e dilemas cotidianos do fazer profissional; f) Elaboração coletiva das atribuições gerais dos Assistentes Sociais do HUCFF; g) Elaboração coletiva das atribuições do Serviço Social no ambulatório. CONCLUSÕES Concluímos que a consultoria expressa um espaço qualificado de reflexão e intervenção do Serviço Social, uma vez que permite a interlocução entre os profissionais (como no caso, docentes e não-docentes) acerca de seus problemas e aflições cotidianas em busca de encaminhamentos interventivos alternativos, bem como exige daquele que se propõe a ser consultor um profundo conhecimento técnico e institucional. Neste capital de conhecimento a ser acumulado para a consultoria, destaque deve ser dado a direção teórica-metodológica e ético-política do projeto pedagógico. Um projeto de natureza emancipatória exige do consultor uma posição recorrente de construção coletiva na produção e reprodução crítica do conhecimento, no qual o educando e aquele educador saiam transformados da prática de consultoria. Contudo, tal espaço pode revelar em alguns casos o cenário de disputas internas, sobre o qual nem sempre o consultor possui inteiro conhecimento e domínio, podendo a partir daí dificultar e/ou inviabilizar o processo em si. A consultoria em Serviço Social representa para ambos os atores profissionais e consultores, um desafio a ser enfrentado, uma vez que, se de um lado, exige que a universidade
9 rompa seus próprios muros e alcance os espaços profissionais, contribuindo na sua qualificação; por outro, necessita que tais profissionais estejam efetivamente dispostos e sensíveis às eventuais mudanças e à inserção de um ator externo no cenário de seus dilemas e contradições. O desafio, portanto, é grande e de mão dupla. BIBLIOGRAFIA BAREMBLITT, Gregório (org.) Grupos: teoria e técnica. RJ, Ed. Graal, CRESS/RJ. Assistente Social: Ética e Direitos Coletânea de Leis e Resoluções, Rio de Janeiro, EIRAS, A.A.L.T.S. Problematizações acerca do trabalho com grupos no Serviço Social. IN Libertas. Juiz de Fora, Ed. UFJF, Faculdade de Serviço Social, v.1, n.2, jul/dez FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. Porto, Afrontamento, GUERRA,Y. As Racionalidades do Capitalismo e o Serviço Social. IN: MOURO,H. & SIMÕES, D. (org.) 100 Anos de Serviço Social, editora Quarteto, Coimbra, LAPASSADE, G. Grupos, Organizações e Instituições. RJ, Ed Francisco Alves, 2ª edição. VASCONCELOS, A. M. de. Relação Teoria/Prática: O Processo de Assessoria/Consultoria e o Serviço Social. IN: Revista Serviço Social & Sociedade, 56, Cortez, São Paulo, 1998.
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