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1 1124' : pe:o: 2 "PUS JUM.4 Poder Judiciário Tribunal de Justiça da Paraíba ACÓRDÃO AGRAVO N /002 Oriundo da e Vara Cível da Comarca de Campina Grande RELATOR: João Batista Barbosa - Juiz Convocado AGRAVANTE: José Eliomar de Almeida Firma Individual ADVOGADO: Emilson de Lucena Formiga 1 AGRAVADO: QBE Brasil Seguros S/A ADVOGADO: Jubevan Caldas de Sousa 2 AGRAVADO: CANDUA Corretora de Seguros AGRAVO DE INSTRUMENTO. Verbas pecuniárias bloqueadas. Tutela jurisdicional preventiva. Legitimidade. Periculum in mora e fumus boni iuris. Requisitos favoráveis ao recorrido. Desprovimento do recurso. - Presentes os requisitos autorizadores da concessão da tutela acautelatória prolatada pelo Magistrado de primeiro grau, quais sejam o perigo da demora e a fumaça do bom direito, legítima é a decisão que determina o bloqueio dos valores em questão, até ulterior deliberação do juízo. VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento em que figuram como partes as acima nominadas. ACORDAM, em Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, na conformidade do voto do relator e da súmula de julgamento de fls. 81, por votação unânime, negar provimento ao recurso, em harmonia com o Parecer ministerial. RELATÓRIO - Trata-se de Agravo de In trumento interposto face à decisão proferida pelo MM Juiz de Direito da 6.a Vara Cível da Comarca de Campina Grande, nos autos da Ação de Execução, cujo conteúdo foi, em síntese, no sentido de determinar a devolução dos autos da Apelação Cível n /001 para este Órgão judicial de segundo grau, a fim de que tangencie vícios pertinentes à intimação do advogado, bem como manter valores bloqueados através do sistema BancenJud.

2 ,,, 2 Alega o recorrente, sinteticamente, atacando apenas o comando pertinente à verba pecuniária, que merece reforma a decisão guerreada, eis que o Juiz incorreu em equívoco, pois estão presentes os requisitos para a expedição do alvará relativo aos valores bloqueados pela ferramenta especificada em epígrafe, razão por que pleiteia, liminarmente, a confecção do apontado instrumento liberatório, com a finalidade de efetuar o saque da quantia retida, bem como o pagamento dos honorários advocatícios e, finalmente, formula o mesmo pleito no mérito (f. 02/04). No despacho inaugural, o então Des. Jorge Ribeiro Nóbrega reservou-se no direito de apreciar o pedido de efeito suspensivo, após prestadas as informações de estilo, tendo o magistrado cumprido às f. 61/62. Às f. 64/66, foi indeferido o pedido de efeito suspensivo pretendido pelo agravante. Sem contra-razões (f. 71) e, remetidos os autos à douta 1110 Procuradoria de Justiça, o parquet não se manifestou no concernente ao mérito, tendo em vista a ausência de interesse público primário (f. 72/74). Em síntese, o relatório. VOTO: João Batista Barbosa - Relator O problema a ser solucionado nestes autos refere-se à ponderação acerca da legitimidade do decisum monocrático, cujo conteúdo foi no sentido de, cautelarmente, deferir a manutenção do bloqueio de valores monetários destinados ao pagamento dos honorários advocatícios. A decisão hostilizada nesta relação processual foi no norte de, reconhecendo o vício alegado pelo embargante referente à intimação de aresto prolatado por este Órgão judicial fracionário, verificando os requisitos da tutela preventiva, determinar a manutenção do bloqueio da quantia discutida pelo agravante, obstaculizando a expedição de alvará. A ordem positivada defere ao órgão judicial competente a possibilidade de criar a norma específica entre as partes, determinar o cumprimento de comando jurisdicional, bem como a faculdade de prevenir lesões ou ameaças de danos ao patrimônio jurídico alheio. São requisitos jurídicos para a concessão de providência acautelatória: a) um dano em potencial, significando afirmar que ocorre risco objetivamente plausível, tomando como referência o aspecto cronológico em processo principal (periculum in mora); b) plausibilidade do direito substancial invocado (fumus boni iuris);..,-.. : No caso concreto, verifica-se que juízo primeiro grau, invocando as regras de prevenção, determinou a intocabili áe em r lação a valores penhorados no processo tombado sob o n , devendo este órgão judicial ad quem aferir a configuração dos requisitos da tutela cautelar. Somando a tal circunstância, vislumbra-se que o Magistrado, considerando relevante a pretensão material invocada pelo primeiro agravado declaração de nulidade da intimação do acórdão da 4 n Câmara Cível deste Eg. Tribunal -, deferiu o pleito formulado pelo requerente, determinando a remessa dos

3 3 autos para este Órgão judicial recursal, adotando as cautelas exigidas na relação processual. Compulsando detida e cuidadosamente os presentes autos, chega-se ao denominador comum de que a emissão de juizo de valor vergastada é legitima, pois ficaram materializados os requisitos para a concessão da tutela cautelar, vejamos. No tocante ao primeiro pressuposto do provimento jurisdicional em questão, denota-se que a fumaça do bom direito encontra-se consubstanciada in casu, no sentido de favorecer o agravado, vez que a causa de pedir especificada pelo requerente em juízo - vicio na intimação e a devolução do processo para o tribunal para este órgão judicial analisar a pecha suscitada -, sob o ângulo da cognição sumária, encontra respaldo na ordem jurídica vigente. Outrossim, no mesmo rumo caminha o segundo requisito - perigo da demora - em benefício dos agravados, desfavorecendo o agravante, tendo em vista que inexiste possibilidade de, no transcurso do tempo em que se processa a relação processual, ocasionar qualquer lesão de natureza econômica para o advogado, pois a quantia bloqueada permanece incólume na instituição bancária onde os valores em questão encontram-se depositados. Ainda, mesmo tendo a ciência de que todo profissional necessita ser remunerado pelos serviços desempenhados, bem como sabendo que a verba discutida transporta natureza alimentícia, referendo o decisum monocrático hostilizado em todos os seus termos, porquanto ficaram configurados os requisitos legais para o deferimento da tutela cautelar. Nesse diapasão, vejamos os seguintes julgados do eg. STJ: Medida cautelar. Liminar deferida. Levantamento. Transferência de dinheiro para outras contas. Bloqueio. Referenda-se decisão que, tendo em vista liminar deferida anteriormente nesta Corte para evitar o levantamento de importâncias depositadas em banco, acolhe a manutenção de despacho proferido pelo Juízo de Direito, o qual determina o bloqueio das importâncias já transferidas para outras contas.' PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NA MEDIDA CAUTELAR. PRETENDIDA SUSPENSÃO DA DECISÃO QUE, EM EXECUÇÃO FISCAL, DETERMINA O BLOQUEIO DE VALORES EM CONTA-CORRENTE ATÉ O LIMITE DA DÍVIDA EXECUTADA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA FUMAÇA DO BOM DIREITO. DESPROVIMENTO DO AGRAVO REGIMENTAL. 1. A propositura de medidas cautelares perante o Superior Tribunal de Justiça tem sido admitida apenas em casos excepcionais, para o fim de assegurar a eficácia da prestação jurisdicional futura, em sede de recurso especial, desde que seja demonstrada a presença conjunta dos requisitos do fumus boni iuris e do periculum in mora, além da viabilidade de admissão daquele recurso. 2. Todavia, na hipótese, não ficou evidenciada a presença do fumus boni iuris, requisito indispensável à concessão da tutela cautelar. A tese recursal relativa à impossibilidade de penhora sobre o faturamento da empresa nem sequer foi enfrentada pelo Tribunal de origem, o que atrai a incidência das Súmulas 282 e 356 do STF. Convém ressaltar que a penhora de dinheiro disponível em conta-corrente não se confunde com a penhora sobre o faturamento. Por outro lado, o acórdão recorrido está em conformidade com a jurisprudência dominante desta Corte, no sentido de (MC 3.963/SP, Rel. Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, TERCEIRA TURMA, julgado em 26/11/2001, DJ 04/03/2002 p. 253)

4 i.. 4 que é possível a expedição de ofício ao Banco Central do Brasil, por parte do Juízo da execução fiscal, objetivando encontrar bens penhoráveis, quando o ente público exeqüente demonstrar que esgotou os meios administrativos disponíveis para o recebimento das informações relativas ao devedor e a seus bens. Registre-se que a análise do efetivo esgotamento dos meios de busca de bens do executado, e a conseqüente inversão da conclusão exposta no acórdão regional, exigem, necessariamente, o reexame de matéria fálico-probatória, o que é vedado em sede de recurso especial (Súmula 7/STJ). Além disso, este Tribunal Superior tem-se manifestado no sentido de admitir a penhora sobre numerário de contacorrente, por entender que essa é preferencial na ordem legal de gradação. 3. Agravo regimental desprovido.' PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NA MEDIDA CAUTELAR. CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO A RECURSO ESPECIAL ADMITIDO NA ORIGEM. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO FUMUS BONI IURIS E DO PERICULUM IN MORA. INDEFERIMENTO DO PEDIDO LIMINAR. NEGATIVA DE SEGUIMENTO DA CAUTELAR, COM FUNDAMENTO NO ART. 34, XVIII, DO RISTJ. 1. Alegação de que houve a rescisão de contrato administrativo de concessão de uso do navio de apoio logístico "Atlântico Sul", de propriedade da Marinha do Brasil, sem observância dos princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, razão pela qual se requer a concessão de liminar determinando a imediata entrega da referida embarcação, com a finalidade de se dar cumprimento ao contrato de concessão remunerada de uso. 2. A medida cautelar exige, para a sua concessão, necessariamente, a presença cumulativa dos requisitos da plausibilidade do direito invocado e do risco de dano irreparável (fumus boni iuris e periculum in mora). A ausência de qualquer dos requisitos referidos obsta a pretensão de se conferir efeito suspensivo ao recurso especial. 3. O não-cumprimento ou o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos constituem motivos suficientes para a rescisão de contratos administrativos, de acordo com o disposto nos incisos I e II do art. 78 da Lei 8.666/ Hipótese em que o Tribunal de origem, mediante minucioso exame das provas documentais existentes nos autos, bem como das cláusulas do contrato de concessão remunerada II de uso do navio "Atlântico Sul", concluiu que houve descumprimento do que foi avençado, decorrendo daí a motivação do ato administrativo ora impugnado. 5. Ademais, por se tratar de contrato administrativo, deve-se ter em vista o predomínio da vontade da Administração sobre a dos particulares. Tem-se, assim, que o particular pode até buscar a comprovação de que não deu causa à rescisão do contrato, para fins de recomposição de eventuais prejuízos que possa ter suportado. É inviável, no entanto, exigir-se o cumprimento do contrato já rescindido, ainda que unilateralmente, pelo Poder Público. Ausência do fumus boni iuris, consubstanciado na probabilidade de êxito do recurso especial. 6. O risco de dano irreparável, por seu turno, parece operar em favor da parte requerida, ora agravada. Com efeito, o que se pretende com a presente medida cautelar é a liberação, em favor da requerente, ora agravante empresa estrangeira com domicílio em Lisboa - Portugal, de um navio pertencente à Marinha do Brasil, bem de considerável valor que, após a r restauração prevista no contrato rescindido, estaria em condições de..--- navegabilidade, podendo deslocar-se até mesmo para o exterior. 7. É importante salientar, ainda, que grande parte das irregularidades ensejadoras da rescisão contratual ocorreu por suposto descumprimento L.,..f.\ das cláusulas relativas ao seguro da embarcação, o que torna o risco ainda maior acaso determinada a sua imediata liberação. 8. Agravo regimental \ k/ desprovido.3 2 (AgRg na MC /RS, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 25/03/2008, DJe 30/04/2008) 3 (AgRg na MC /RJ, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 04/03/2008, DJe 03/04/2008)

5 5 Com efeito, presentes os requisitos autorizadores da concessão da tutela acautelatória prolatada pelo Magistrado de primeiro grau, quais sejam o periculum h: mora e o fumus boni iuris, legitima é a decisão que determina o bloqueio dos valores em questão, até ulterior deliberação do juizo. Presidiu o julgamento, com voto, o Exmo. Des. Antônio de Pádua Lima Montenegro. Dele participando, além mim relator, o Exmo. Des. Júlio Paulo Neto. Presente a sessão, o Exmo. Dr. José Raimundo de Lima, Procuradora de Justiça. Sala de Sessões da Egrégia Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, em e d- maio de If oa e :.t!. rbosa Relator n J1r1 ''invocado

6 IRIBUNAL DE JUSTIÇA Coordenadoria JaWciária 11404~