P.º R.P. 67/2009 SJC-CT

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1 P.º R.P. 67/2009 SJC-CT Escritura pública versus documento particular autenticado e depositado electronicamente Compra e venda Documento particular outorgado e assinado pelas partes e por solicitador Recusa (artº 69º, n.º1, al. b), do CRP) Condições de validade do depósito electrónico. PARECER Relatório: A ficha nº 2505 Freguesia de respeita a um prédio rústico inscrito na respectiva matriz sob o artigo 4231, com registo de aquisição a favor de Daniel, c.c. Áurea., na comunhão geral (Ap. 4 de 2008/10/07). Pela Ap. de 2009/02/12 o ora recorrente requisitou presencialmente na Conservatória recorrida o registo de aquisição a seu favor deste prédio, relacionando como documento entregue o documento particular de 10/02/2009, e em observações aditou a menção Depósitos com a chave de acesso nº Nesta mesma data (2009/02/12), a Senhora Conservadora enviou para apoio@itij.mj.pt em que deu conta de que pretendia visualizar e imprimir o(s) documento(s) depositado(s) electronicamente a que foi atribuída a chave de acesso mas o sistema sirp só permitia visualizar a última página. Entretanto (não sabemos se no mesmo dia da apresentação ou depois), a solicitadora Elsa apresentou na Conservatória recorrida cópia simples de um documento denominado Compra e Venda que, no que importa acentuar, reza que no dia 10 de Fevereiro de 2009 no escritório daquela solicitadora, perante si, e a fim de celebrar um contrato de compra e venda ao abrigo do disposto no art. 22º do D.L. nº 116/2008, compareceram como outorgantes os titulares inscritos no registo predial do prédio anteriormente identificado (1ºs outorgantes) e o ora recorrente (2º outorgante), tendo a Senhora Solicitadora verificado a identidade dos outorgantes, os 1ºs outorgantes declarado que vendiam ao 2º outorgante o identificado prédio, e o 2º outorgante declarado que aceitava o contrato, e todos os outorgantes declarado ainda que não tinha havido intervenção de mediador, tendo a Senhora Solicitadora feito a propósito a advertência legal. Transcrevemos a parte final do documento: Assim o disseram. Faz parte integrante do presente contrato ao abrigo do disposto no nº 1 do artigo 4º da Portaria nº 1535/2008 de 30/12 nos termos do artigo 24º do Decreto- Lei nº 116/2008 de 4/7: Declaração para liquidação do imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis nº ( ) e respectivo comprovativo de pagamento ( ); Declaração para liquidação de imposto de selo verba 1.1 nº ( ); Certidão de teor matricial ( ); Certidão emitida pela dita Conservatória ( ). Este documento foi lido aos outorgantes e explicado o seu conteúdo, na presença de todos os intervenientes e pelos mesmos assinado. 1

2 Seguem-se as assinaturas dos outorgantes e da Senhora Solicitadora, terminando o documento com a menção de ter sido liquidado e cobrado o imposto de selo da verba 15.8 da TGIS. Por despacho de 2009/02/16 a Senhora Conservadora recusou o registo ao abrigo das disposições conjugadas nos artigos 220º, 363º, 369º e 875º do Código Civil, 35º, nº 2, do Código do Notariado, 68º e 69º, nº 1, d), do Código do Registo Predial. Neste despacho, cujos termos aqui se dão por integralmente reproduzidos, a ora recorrida sustenta que o contrato de compra e venda que se pretende registar é nulo porque viola a forma legal exigida para o mesmo que tanto pode ser o documento particular autenticado como a escritura pública -, não sendo o documento apresentado nem documento particular autenticado, ou seja, não é um documento particular que tenha sido confirmado perante a solicitadora, nem escritura pública, uma vez que a lei não atribui ainda aos solicitadores poderes para lavrarem documentos autênticos, nomeadamente escrituras públicas. Em 2009/02/27 foi apresentada na Conservatória recorrida a petição de recurso hierárquico da decisão registal anteriormente explicitada, cujos termos aqui se dão por integralmente reproduzidos. Se bem interpretamos o pensamento do recorrente, é seu entendimento que a intenção do legislador foi alargar o conceito de autenticação, obrigatória sendo a verificação de tudo como se de uma escritura pública se tratasse, devendo as novas entidades autenticadoras cumprir todas as obrigações dos notários relativamente às escrituras públicas, com a diferença formal de que no documento por este autenticado, seja ele por si elaborado ou não, têm de verificar todos os pressupostos necessários às escrituras públicas e ser obrigatoriamente depositado electronicamente na página criada propositadamente para o efeito, sendo que esta formalidade o depósito electrónico efectuado pelas entidades autorizadas é a única actual verdadeira diferença entre as escrituras públicas e os documentos particulares autenticados. Resulta do exposto, segundo o recorrente, que nenhuma ilegalidade se lhe afigura existir no facto de o solicitador redigir o documento tal como continua a fazê-lo o notário, desde que se proceda ao depósito do documento na página própria, não estando prevista qualquer forma para redigir o documento. A propósito, afirma que as minutas que constam da página oficial são repetitivas, pois no termo de autenticação ali apresentado repete-se tudo o que está no contrato propriamente dito. Entende ainda o recorrente que no caso dos documentos particulares hoje em vigor, todos os documentos, sem excepção, que dele façam parte têm obrigatoriamente de ser arquivados pela entidade autenticadora. Sustenta que nada falta ao documento, tendo sido cumpridas todas as formalidades. E rebate o entendimento da recorrida de que o contrato é feito pelas partes e o solicitador apenas o autentica -, perguntando, para o caso das partes não saberem redigir o documento, se deverá o solicitador recusar-se a elaborá-lo e posteriormente a autenticá-lo, pois ao fazê-lo estaria a mentir por referir que tinham sido as partes a elaborá-lo. Admite o recorrente que a recorrida tem razão quando alega que o documento apresentado se parece com uma escritura pública, mas as parecenças não são motivo de recusa. 2

3 Conclui que o documento apresentado a registo não sofre de qualquer vício de forma ou validade jurídica, não sendo consequentemente nulo e que o despacho da Senhora Conservadora carece assim de fundamento legal, pelo que pede que o registo peticionado seja efectuado. A Senhora Conservadora recorrida sustentou a recusa em cuidado despacho, no qual começa por salientar que o que motivou o recurso é o diferente entendimento do que é um documento particular autenticado para titular uma compra e venda de imóvel, após a reforma do registo predial introduzida pelo D.L. nº 116/2008. Vamos tentar sintetizar, esperançados em não o atraiçoar, o raciocínio da recorrida, nos seguintes termos: a) O documento que o recorrente juntou no processo de registo é um documento particular, e a validade deste documento não estará afectada só pelo facto de nele intervir uma terceira pessoa (a solicitadora) que não é outorgante do mesmo; porém b) A reforma veio alargar a titulação (no caso, da compra e venda de imóvel) ao documento particular autenticado, e para que o documento particular autenticado constitua título (bastante, naturalmente) do facto é necessário que ocorram o contrato assinado pelas partes, o termo de autenticação do mesmo e o depósito electrónico para validar a autenticação. c) A autenticação do documento particular assume autonomia em relação ao depósito electrónico do documento particular (autenticado), pelo que o depósito electrónico não substitui (não supre, não dispensa) o termo de autenticação, e se este faltar então terá sido violada a forma legal prescrita para o negócio jurídico. A recorrida remeteu ao Instituto o recurso hierárquico, em 2009/03/05. Em 2009/03/18 o ITIJ Serviço Apoio enviou à recorrida em que informou que o incidente registado com o ID foi fechado, após resolução pela nossa equipa de suporte. Nesta mesma data (2009/03/18) a recorrida oficiou ao Instituto para informar que no dia de hoje foi reportado pelo ITIJ, por telefone, que afinal o que estava depositado era apenas a última página, mas que isso poderia acontecer, porque nem sempre o sistema grava todas as folhas de um documento e a última página pode substituir-se às anteriores. A Senhora Conservadora alega que confiou em que o documento estaria bem depositado e que a recusa teria um novo fundamento que não foi invocado no despacho. Saneamento: O processo é o próprio, as partes legítimas, o recorrente está devidamente representado, o recurso é tempestivo e inexistem questões prévias ou prejudiciais que obstem ao conhecimento do mérito. Pronúncia: 1- Antes de 1 de Janeiro de 2009 a compra e venda de imóveis, em geral, era celebrada por escritura pública (cfr. art. 80º, nº 1, do C.N. aprovado pelo D.L. nº 207/95, de 14 de Agosto). 3

4 Não existe uma definição legal de escritura pública. Mas o conceito está suficientemente firmado no ordenamento jurídico de há longa data. No parecer emitido no Proc. nº 76/92 R.P. 4, maxime nos pontos 5, 6 e 7, para que nos limitamos a remeter, foram salientados os elementos que fundamentalmente a caracterizam. Na economia do parecer, pretendemos sublinhar apenas alguns aspectos. A competência para lavrar escrituras públicas pertence aos notários [cfr. art. 4º, nº 2, b), do C.N.]. A escritura pública é «um documento em que a declaração de vontade é consignada por forma expressa e escrita, elaborado pelo notário e subscrito por ele e pelos outorgantes». «Na escritura pública o papel do notário não se traduz na mera autenticação das assinaturas das partes e das suas declarações. É ele que elabora o documento, como expressamente indica o nº 2 do art. [42º do C.N.] exprimindo, solenizando e autenticando a vontade das partes ( )» (cfr. citado parecer, pág. 7, com sublinhado nosso). É ainda inerente ao conceito de escritura pública o tratar-se de documento em que o original se acha arquivado (cfr. art. 36º, nº 1, do C.N.). A elaboração da escritura pública obedece a um rigoroso procedimento, maxime com a exigência de a mesma ser escrita em língua portuguesa, devendo nela observar-se também as exigências da «simultaneidade da presença de todos os intervenientes, o controlo da identidade das partes, a validade da sua representação, a legalidade do acto ( )» (cfr. citado parecer, págs. 8/9). 2- Decorre do disposto nos art.s 22º e 36º, nº 3, do D.L. nº 116/2008, de 4 de Julho, que a partir de 1 de Janeiro de 2009 a compra e venda de imóveis como aliás todos os actos elencados no citado art. 22º do D.L. nº 116/2008, e que, afinal, eram os actos elencados no art. 80º do C.N., na redacção anterior à introduzida pelo art. 8º daquele D.L. nº 116/2008, com excepção dos actos referidos nas alíneas a), b) d) e g), na actual redacção deste art. 80º do C.N. pode ser celebrada por escritura pública ou documento particular autenticado. A competência para lavrar escrituras públicas continua a pertencer aos notários. A competência para exarar termos de autenticação em documento particular pertence aos notários [cfr. art. 4º, nº 2, c), do C.N.] e às câmaras de comércio e indústria reconhecidas nos termos do D.L. nº 244/92, de 29 de Outubro melhor dizendo, de acordo com a posição assumida no parecer emitido no Pº C.P. 81/2009 DSJ-CT, no ponto 2, aos advogados e solicitadores que representarem as referidas câmaras de comércio e indústria -, aos conservadores, aos oficiais de registo, aos advogados e aos solicitadores (cfr. art. 38º do D.L. nº 76-A/2006, de 29 de Março, e ponto 2 do citado parecer emitido no Pº C.P. 81/2009 DSJ-CT). Vale por dizer que o notário pode intervir na titulação dos actos elencados no art. 22º do D.L. nº 116/2008 lavrando escritura pública ou exarando termo de autenticação. 3- Também não existe uma definição legal de documento particular autenticado enquanto título dos actos elencados no art. 22º do D.L. nº 116/2008. Reconhecemos que começa a ser tempo de construir o conceito, mas não é nossa pretensão desempenhar essa tarefa. 4

5 Na economia do parecer, importa sublinhar os aspectos que nos habilitem a tomar posição sobre o mérito do recurso. Vejamos. Será a nosso ver possível surpreender na Lei (cfr. art.s 22º e 24º do D.L. nº 116/2008, e Portaria nº 1535/2008, de 30 de Dezembro) três momentos na formação do título (e não vamos aqui questionar se estaremos ou não perante uma nova forma de declaração negocial). Num primeiro momento, o documento particular é outorgado e assinado pelas partes. A entidade autenticadora não outorga o documento, não consigna as declarações de vontade das partes por forma expressa e adaptada ao normativo aplicável ao negócio jurídico por elas desejado, e não subscreve o documento com as partes. Poderá, quando muito, não como entidade autenticadora mas enquanto profissional habilitado e no exercício da sua função de aconselhamento técnicojurídico, auxiliar as partes na redacção do documento ou redigir ela própria o documento que depois será assumido e assinado apenas pelas partes. Num segundo momento, o documento particular assinado pelas partes é apresentado à entidade autenticadora, para autenticação. Não há prazo, a partir da data da assinatura do documento, para a autenticação. No citado parecer emitido no Pº C.P. 81/2009 SJC-CT defendemos que a função autenticadora dos documentos particulares que titulem actos elencados no art. 22º do D.L. nº 116/2008 é bem mais exigente e exauriente do que aquela que é exercida na autenticação dos demais documentos particulares. A propósito, cremos que o art. 24º, nº 1, do D.L. nº 116/2008 demanda dois esclarecimentos. Em primeiro lugar, a citada norma refere-se aos documentos particulares que titulem actos sujeitos a registo predial elencados no art. 22º do mesmo Decreto-Lei, e não a todos os documentos particulares que titulem actos sujeitos a registo predial (v.g., esta norma não se aplicará ao documento exigido pelo art. 56º, nº 1, do C.R.P. para o cancelamento da hipoteca). Em segundo lugar, esta norma (art. 24º, nº 1, do D.L. nº 116/2008) deverá merecer uma especial atenção na elaboração do conceito de documento particular autenticado enquanto título dos actos elencados no art. 22º do D.L. nº 116/2008. Dela decorre com suficiente nitidez que o documento deverá conter os requisitos de legalidade (também substantiva, naturalmente) do negócio jurídico e que se aplicará, no que não estiver expressamente regulado, o Código do Notariado. Portanto, a entidade autenticadora deverá no momento da autenticação apreciar os requisitos de legalidade do acto, devendo recusar a autenticação do documento se o acto nele incompletamente titulado for nulo [ cfr. art. 173º, nº 1, a), do C.N.] ou se tiver sido violada norma imperativa que no momento da autenticação não possa ser observada (v.g., norma atinente ao princípio da legitimação). Como deverá advertir as partes se o acto for anulável ou ineficaz (cfr. art. 174º do C.N.). Cremos mesmo ser de entender que esta norma exige à entidade autenticadora que explique às partes o próprio conteúdo do documento (apenas) por elas assinado (e não apenas o conteúdo do termo de autenticação, como no vulgar termo de autenticação - cfr. art.s 46º, nº 1, l), e 151º, nº 1, do C.N., e parecer emitido no Pº C.P. 81/2009 SJC-CT). Convém não perder de vista que a confirmação do conteúdo do documento particular perante a entidade autenticadora tem que ser feita simultaneamente por todos os declarantes, porquanto se trata de negócio jurídico para cuja validade (existência jurídica) a lei 5

6 exige documento particular autenticado (cfr. Código do Notariado, Ed. da D.G.R.N., 1973, págs. 40 e 196). Finalmente, num terceiro momento o documento particular autenticado e os documentos que o instruíram e que devam ficar arquivados por não constarem de arquivo público devem ser depositados na plataforma electrónica através do sítio na Internet com o endereço (cfr. art. 24º do D.L. nº 116/2008 e Portaria nº 1535/2008). Este depósito electrónico é condição de validade da autenticação do respectivo documento particular (cfr. art. 24º, nº 2, do D.L. nº 116/2008). Por razões de segurança jurídica sobre a data em que o documento particular adquiriu a natureza de documento particular autenticado e sobre o interesse, que também será público, em que a forma do negócio jurídico seja completamente observada na mesma data da autenticação -, o depósito electrónico deverá ser efectuado na data da autenticação, e só em circunstancialismo excepcional é que aquele depósito poderá ser efectuado nas 48 horas seguintes (cfr. art. 7º, nºs 1 e 2, da Portaria nº 1535/2008). Portanto, o depósito electrónico só será válido se for efectuado no prazo e com observância dos demais requisitos legalmente fixados. Sendo efectuado fora do prazo ou com violação desses requisitos, a invalidade do depósito electrónico afectará a validade da autenticação e o documento particular não chega a adquirir a natureza de documento particular autenticado. Terão, então, as partes, querendo aproveitar o documento particular, que confirmar novamente perante entidade autenticadora (a mesma ou outra) o seu conteúdo, ou seja, terá que ocorrer nova autenticação, seguida de (novo) depósito electrónico nos termos legalmente fixados. 4- Será possível, segundo cremos, extrair do anteriormente exposto algumas conclusões, que na economia do parecer pretendemos realçar. A escritura pública continua sendo a única forma de, no nosso ordenamento jurídico, titular determinados actos jurídicos. A competência para lavrar escrituras públicas é exclusiva dos notários. Na escritura pública o notário é o autor do documento, o qual é subscrito pelas partes e por ele próprio e está sujeito a um especial regime de conservação. A escritura pública obedece a um rigoroso procedimento. O documento particular autenticado e depositado electronicamente obedece também a um rigoroso procedimento, mas distingue-se claramente da escritura pública. Desde logo, quanto à autoria do documento, que é das partes. Depois, quanto à competência para a autenticação, que não é exclusiva dos notários. Finalmente, quanto ao também especial regime de conservação. Nos actos elencados no art. 22º do D.L. nº 116/2008, que tanto podem ser titulados por escritura pública como por documento particular autenticado e depositado electronicamente, as partes devem escolher o procedimento a adoptar na titulação, o qual, sendo perfeitamente distinto e autónomo do outro, não pode sofrer desvios que o desfigurem e possam confundi-lo com estoutro. Não podem subsistir dúvidas sobre se o notário lavrou uma escritura pública ou autenticou um documento particular. 6

7 Também as partes não podem ficar com a falsa sensação de que outorgaram e assinaram uma escritura pública. As partes devem ficar cientes de que com a sua assinatura do termo de autenticação o procedimento de titulação do negócio jurídico não ficou completo, faltando um sub-procedimento essencial o depósito electrónico que é condição de validade da autenticação e que não depende delas (elas não podem substituir-se à entidade autenticadora na realização desse sub-procedimento cfr. art. 6º, nº 1, da Portaria nº 1535/2008). As partes devem também estar cientes de que a constituição ou transferência de direitos reais sobre coisa determinada dá-se por mero efeito do contrato, salvas as excepções previstas na lei (cfr. art. 408º, nº 1, do C.C.), e que em caso de divergência entre a data da autenticação e a data do depósito do documento particular autenticado é pelo menos defensável (cfr. art. 7º, nº 3, da Portaria nº 1535/2008, a contrario) que deva prevalecer a data do depósito. Em jeito de conclusão síntese, diremos que a transparência pressuposta pelo legislador demanda que as partes sejam livres na escolha entre a escritura pública e o documento particular autenticado e depositado electronicamente para a prática dos actos elencados no art. 22º do D.L. nº 116/2008, e que, escolhido o procedimento, deverão ser estritamente observadas as regras que lhe são próprias. 5- É tempo de nos debruçarmos sobre o caso dos autos A Senhora Conservadora fundamentou a recusa alegando que o documento apresentado para registo nem era escritura pública nem documento particular autenticado. Estamos de acordo. E também acompanhamos a recorrida quanto à possibilidade de o documento valer como documento particular não autenticado, apesar da intervenção ilegítima da Senhora Solicitadora na outorga desse documento. O documento não poderá assumir natureza diversa da de simples documento particular. Não poderá, naturalmente, assumir a natureza de escritura pública, como o próprio recorrente reconhece. E não poderá assumir a natureza de documento particular autenticado, porque falta pura e simplesmente a autenticação. A tese que parece ser a defendida pelo recorrente de que a outorga do documento pela entidade autenticadora é mais (vale mais) do que a autenticação do documento não pode, a nosso ver, prevalecer. Este procedimento não está previsto na titulação dos actos elencados no art. 22º do D.L. nº 116/2008. A titulação através de documento particular autenticado e depositado electronicamente demanda que os três momentos anteriormente assinalados sejam autonomamente percorridos. Como já defendemos no citado parecer emitido no Pº C.P. 81/2009 SJC-CT, o documento particular autenticado deve conter duas manifestações de vontade humana expressas (exteriorizadas): a declaração de vontade negocial exteriorizada com a assinatura do documento pelas partes; e a declaração de vontade confirmatória do conteúdo deste documento exteriorizada com a outorga, juntamente com a entidade autenticadora, do termo de autenticação pelas partes. 7

8 Poderemos, então, concluir, com a recorrida, que o negócio jurídico é nulo por vício de forma? Neste ponto com alguma hesitação, confessamos não acompanhamos o pensamento da recorrida. Cremos ser sustentável o entendimento de que o negócio jurídico não é manifestamente nulo, pelo que a recusa do registo não pode ter por norma fundamento o art. 69º, nº 1, d), do C.R.P. Aquilo que, na data da apresentação do pedido de registo, era manifesto era que o negócio jurídico não estava completamente titulado nos documentos apresentados, e então a recusa radicaria na norma da al. b) do nº 1 do art. 69º do C.R.P. O ponto está, segundo cremos, em saber se o favor negotti demanda o aproveitamento do documento particular, melhor dizendo, a preservação das declarações negociais nele exteriorizadas. As partes podem elas próprias querer optar pela confirmação do conteúdo do documento particular, em vez de outorgarem um novo documento particular. E poderá até não ser substantivamente irrelevante tal opção (ainda que se defenda que a transferência do direito de propriedade se dá apenas com o depósito electrónico do documento particular autenticado). Ora, não tendo as partes prazo legal para autenticar o documento particular, não descortinamos razões para em novo procedimento registral recusar aquele documento particular, desde que entretanto tenha sido autenticado e depositado electronicamente juntamente com os documentos que o instruíram e que devam ficar arquivados No caso dos autos coloca-se ainda um delicado problema relacionado com o depósito electrónico do documento particular (não autenticado) e dos documentos que o instruíram. Pelos vistos, a Senhora Solicitadora não teve sucesso no depósito electrónico de tais documentos e o ITIJ deu o caso por encerrado. Desconhecemos os motivos do insucesso do depósito electrónico e este não é seguramente o processo próprio para a sua averiguação. A questão que se deve colocar e a que importa dar resposta, no âmbito deste recurso é como se comprova, por exigência da norma do art. 43º do C.R.P., um facto jurídico titulado por documento particular autenticado nos termos dos art.s 22º e segs. do D.L. nº 116/2008 e da Portaria nº 1535/2008. Já acentuámos, no ponto 2 deste parecer, os três momentos em que se desdobra a formação do título, salientando que o depósito electrónico é condição de validade da autenticação do documento particular. O documento particular autenticado depositado electronicamente e os documentos instrutórios também depositados electronicamente devem ser arquivados pela entidade autenticadora (cfr. art. 24º, nº 6, do D.L. nº 116/2008, e art. 8º da Portaria nº 1535/2008). Temos, assim, um documento escrito que é o documento particular autenticado, que a própria lei (citados art.s 24º, nº 6, do D.L. nº 116/2008 e 8º, nº 1, da Portaria nº 1535/2008) chama de original. Deste documento poderão, segundo cremos, ser extraídas certidões e públicas formas (cfr. art.s 383º e 386º do C.C.), mas o original não comprova o 8

9 facto, que, como já acentuámos, só estará completamente titulado com o depósito electrónico. O depósito electrónico, se bem ajuizamos, consiste na recepção e arquivo em suporte informático do documento particular autenticado, tornando-se a partir daí acessível à leitura apenas no monitor de um computador, antes e à margem da sua impressão em suporte de papel. Sendo o documento original depositado electronicamente um documento escrito em suporte de papel, este documento depositado electronicamente assumirá a natureza de documento electrónico escrito em sentido estrito. É o que a nosso ver resulta do disposto no art. 3º, nº 1, do D.L. nº 290-D/99, de 2 de Agosto, e dos ensinamentos de Miguel Pupo Correia, Assinatura electrónica e certificação digital, in Direito da Sociedade de Informação, Vol. VI, 2006, págs. 287/288 (cfr. ainda o nosso parecer emitido no Pº R.P. 159/2007 DSJ-CT). Inclinamo-nos a sustentar que o documento particular autenticado depositado electronicamente em sítio na Internet legalmente definido assume a natureza de pública forma do original em suporte de papel arquivado pela entidade autenticadora. Apesar de não existir acto de certificação de conformidade com o original (aliás, se não erramos, ainda não está regulamentada em portaria a certificação da conformidade de documentos electrónicos com os documentos originais, em suporte de papel cfr. art. 38º, nº 6, do D.L. nº 76-A/2006, na redacção do D.L. nº 8/2007, de 17.01), sempre tal certificação resultaria automaticamente ex legis do depósito electrónico, uma vez que este só pode ser feito pela entidade autenticadora do documento particular depositando. Importa, porém, atentar no que dispõe o nº 5 do art. 24º do D.L. nº 116/2008: «A consulta electrónica dos documentos depositados electronicamente substitui para todos os efeitos a apresentação perante qualquer entidade pública ou privada do documento em suporte de papel». Do que resulta, a nosso ver, que o documento electrónico tem a força probatória do original em suporte de papel, pelo que ao caso não será aplicável o disposto no art. 386º do C.C. Em face do exposto, afigura-se-nos líquido que o documento particular autenticado é título manifestamente insuficiente para comprovar o facto objecto imediato do registo, pelo que no caso dos autos, ainda que o documento particular estivesse autenticado, sempre o registo teria que ser recusado com recurso à mesma norma fundamento: art. 69º, nº 1, b), do C.R.P. O título que preencherá os requisitos de forma ad substantiam e ad probationem do negócio jurídico a inscrever nas tábuas será o documento electrónico constituído pelo documento particular autenticado (original) recebido e arquivado no suporte informático ou cópia autenticada que deste documento poderá ser extraída em diferente tipo de suporte (cfr. conclusão 6ª do citado parecer emitido no Pº R.P. 159/2007 DSJ-CT). Neste plano, haverá assim que constatar que a Senhora Conservadora não procedeu correctamente na qualificação do pedido de registo. Em circunstância alguma poderia dispensar a consulta electrónica do documento depositado electronicamente (ou a apresentação de cópia autêntica deste documento electrónico em diferente tipo de suporte). 6- Nos termos expostos, somos de parecer que o recurso não merece provimento. 9

10 Em consonância, firmam-se as seguintes Conclusões 1- A transparência pressuposta pelo legislador da Reforma introduzida pelo Decreto-Lei nº 116/2008, de 4 de Julho, demanda que as partes sejam livres na escolha entre a escritura pública e o documento particular autenticado e depositado electronicamente para a prática dos actos elencados no art. 22º daquele diploma legal, e que, escolhido o procedimento, deverão ser estritamente observadas as regras que lhe são próprias. 2- Deverá ser recusado nos termos do disposto no art. 69º, nº 1, b), do C.R.P. o registo de negócio jurídico de compra e venda de imóvel pedido com base em documento particular outorgado e assinado pelas partes e por solicitador, porquanto o procedimento do documento particular autenticado previsto no art. 22º do citado D.L. nº 116/2008 demanda a prática de um acto autónomo de autenticação do documento particular. 3- Deverá igualmente ser recusado aquele registo, nos termos da mesma norma de direito registal, se a entidade autenticadora não teve sucesso no depósito electrónico do documento particular, ainda que autenticado estivesse, porquanto o título que preencherá os requisitos de forma ad substantiam e ad probationem do negócio jurídico a inscrever nas tábuas será o documento electrónico constituído pelo documento particular autenticado (original) recebido e arquivado no suporte informático (ou cópia autêntica que deste documento poderá ser extraída em diferente tipo de suporte). 4- O depósito electrónico de documento particular autenticado só será válido se for efectuado no prazo e com observância dos requisitos fixados no art. 7º da Portaria nº 1535/2008, e, sendo efectuado fora do prazo ou com violação desses requisitos, a invalidade do depósito afectará a validade da autenticação e o documento particular não chega a adquirir a natureza de documento particular autenticado, tendo então as partes, querendo aproveitar o documento particular, que confirmar novamente perante entidade autenticadora (a mesma ou outra) o seu conteúdo, ou seja, terá que ocorrer nova autenticação, seguida de (novo) depósito electrónico nos termos legalmente fixados. Parecer aprovado em sessão do Conselho Técnico de 30 de Julho de João Guimarães Gomes Bastos (relator), António Manuel Fernandes Lopes, Isabel Ferreira Quelhas Geraldes, Maria Eugénia Cruz Pires dos Reis Moreira, Luís Manuel Nunes Martins, Maria Madalena Rodrigues Teixeira. Este parecer foi homologado pelo Exmo. Senhor Presidente em

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