VIRTUAL ENVIRONMENT TO ASSIST THE DEAF IN LEARNING PORTUGUESE
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- Otávio Brunelli Estrela
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1 VIRTUAL ENVIRONMENT TO ASSIST THE DEAF IN LEARNING PORTUGUESE João Carlos Lopes Fernandes (Faculdade de Tecnologia Eniac - FAPI, SP, Brasil) joao.carlos@eniac.com.br Silvia Cristina Martini Rodrigues (Universidade de Mogi das Cruzes, SP, Brasil) silviac@umc.br The deaf have linguistic and cultural model sign language. In Brazil, special education schools use LIBRAS (Brazilian Sign Language) as literacy method. It has its own rules and contrary to what many people think is not the signed Portuguese. After literacy in LIBRAS, students have contact with the written Portuguese in this case is like learning a second language has new rules. Thus, many difficulties arise and need support, being evidenced in their media. The use of computers and their systems is already a reality in schools to aid teaching and learning, so the researchers created a virtual learning environment that seeks to reduce the difficulties in learning the Portuguese language for deaf and allow its intersection with LIBRAS. The environment was divided into five phases with levels of increasing difficulty. Gaps were developed with phrases to be filled in all stages there was a video explaining the situation was shown in figure illustrating the scene. The environment was applied to a sample of 26 deaf students with a mean age years. Keywords: Learning, Portuguese, LIBRAS, Computer in education, EAD. AMBIENTE VIRTUAL PARA AUXILIAR SURDOS NA APRENDIZAGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA Os surdos possuem como modelo linguístico e cultural a língua de sinais. No Brasil as escolas de educação especial utilizam a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), como método de alfabetização. Ela possui suas próprias regras e ao contrário do que muitas pessoas pensam não é o português sinalizado. Após a alfabetização em LIBRAS, os alunos têm o contato com o português escrito, neste caso é como aprender uma segunda língua que possui novas regras. Desta forma muitas dificuldades aparecem e necessitam de apoio, ficando evidenciada em sua comunicação social. O uso do computador e seus sistemas já é uma realidade nas escolas para o auxílio ao ensino e aprendizagem, desta forma os pesquisadores criaram um ambiente virtual de aprendizagem que busca reduzir as dificuldades na aprendizagem da língua portuguesa por surdos e permitir sua intersecção com a LIBRAS. Ele foi divido em cinco fases com níveis de dificuldade crescente. Foram desenvolvidas frases com lacunas a serem preenchidas, em todas as fases havia um vídeo explicativo da situação que era apresentada na figura que ilustrava a cena. O ambiente foi aplicado em uma amostra de 26 discentes surdos com média de idade de 11 a 15 anos. Palavras-chave: Aprendizagem, Português, LIBRAS, Computador na educação, EAD. 0590
2 1 Introdução Atualmente o uso da computação no apoio educacional, já é uma realidade. Ele auxilia não apenas os estudantes comuns no cotidiano, mas após os anos 70 com a revolução tecnológica se tornou uma ferramenta imprescindível para os alunos portadores de necessidades especiais. Este trabalho tem como objetivo desenvolver um ambiente virtual para deficientes auditivos com auxílio da tecnologia de comunicação para melhoria na escrita da língua portuguesa. Existem várias opções para apoio a educação com a utilização de computadores, como o uso de jogos, sites educacionais e ambientes para aprendizagem (Fernandes, Rodrigues, & Netto, 2013), (Franco, Brito, & Coradine, 2013), (Coradine et al., 2004) (Carvalho et al., 2013). A metodologia utilizada é o desenvolvimento e a criação de ambiente virtual de aprendizagem para auxiliar os surdos em suas dificuldades com a língua portuguesa escrita. A justificativa para a criação deste ambiente se dá a partir da observação da intersecção da LIBRAS, como forma de aprendizagem da língua portuguesa escrita. Neste método serão utilizados recursos tecnológicos como imagens e vídeos em LIBRAS buscando aproximar o deficiente auditivo de situações de seu cotidiano. Conforme (LEVY, 1996), um ambiente virtual de aprendizagem nunca poderá ir contra o real; ele deverá ser uma interface para aplicações computacionais, onde o usuário poderá interagir, em tempo real, utilizando-se dos dispositivos de entrada, como teclado, mouse entre outros. A hipótese é que essas estratégias possam ser apresentadas como informações de uma forma mais fácil para pessoas que têm problemas em assimilar um determinado conteúdo, como por exemplo, a língua portuguesa utilizando recursos teóricos de (LEVY, 1996). Todos os ambientes estudados e analisados como apoio ao desenvolvimento do AVA, não buscam interconectar a LIBRAS com a língua portuguesa, eles aparentemente trabalhavam mais como a função de tradução. Em 1996, o professor Doutor Antônio Carlos da Rocha Costa da PUC de Porto Alegre, iniciava a utilização do (Quadros, 2005). Este sistema serviu de ponto de partida para alguns softwares desenvolvidos para a produção de textos e exercícios da escrita da língua de sinais por alguns núcleos de pesquisa de educação e surdez no Brasil. A Unisinos em 2002 desenvolveu o Sign Web Message, baseado no sistema Sign Writing, através a coordenação do professor Doutor Sérgio Crespo. Ele é um webmail que permite a utilização tanto da escrita da língua portuguesa quanto a utilização da LIBRAS. O Falibras, captura a voz humana e a transforma em texto utilizando-se dos softwares da empresa IBM. O texto é analisado através de um interpretador que realiza sua correção ortografia e apresenta a tradução adequada em LIBRAS (Franco et al., 2013). Na Unicamp o professor Doutor José Mario De Martino e a Doutora Wanessa Amaral, desenvolveram um sistema utilizando computação gráfica que transformam as palavras digitadas em um computador em simbologia da LIBRAS, (Martino & Amaral, 2012). 0591
3 1.1 O cotidiano do surdo Atualmente o mercado já oferece algumas opções voltadas ao cotidiano dos surdos, na figura 1 é ilustrado um telefone que foi desenvolvido para a comunidade surda e já é utilizado em seu cotidiano. Figura 1: Solução para o cotidiano de um surdo Fonte: A Literatura Voltada ao Surdo A comunidade surda possui sua própria literatura, as editoras já produzem livros específicos, a figura 2, ilustra duas opções de livros que já se encontram a venda nas livrarias, são elas: Rapunzel Surda e Cinderela Surda. Na literatura surda todos os livros possuem o texto em português e as transcrições para a língua de sinais, na verdade ficam como uma tradução e como os alunos já são alfabetizados em LIBRAS a maioria não lê o português, a utilização destes livros deve ser mediada por professores especialistas em LIBRAS. 0592
4 Figura 2: Literatura surda Fonte: Adaptado pelos autores (10/2014). A figura 3 ilustra uma ideia de como o material didático é utilizado na alfabetização dos surdos. Figura 3: Material de alfabetização para surdos Fonte: Adaptado pelos autores (10/2014). Podem-se verificar na figura 3 que são utilizadas imagens, cores e sinais, este tipo de alfabetização é baseado na cartilha caminho suave, autora Branca Alves de Lima que desde 1948 é utilizada na alfabetização de alunos (ouvintes). Para o surdo este tipo de alfabetização é muito eficiente para LIBRAS, mas não apresenta bons resultados na formação de frases, como pode ser observado nas figuras 4 e
5 Figura 4: Frases (simples) de alunos surdos Fonte: Adaptado pelos autores (10/2014). Figura 5: Frases (complexas) de alunos surdos 1.4 Procedimentos Educacionais Fonte: Adaptado pelos autores (10/2014). No ensino de surdos existem três procedimentos ou tendências: O oralismo que busca integrar o surdo com os ouvintes, eles propõem o desenvolvimento da língua oral e valoriza a utilização de próteses auditivas. A Comunicação Total que defende a utilização de todas as formas de comunicação (gestos naturais, português sinalizado, LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), leitura labial e escrita). 0594
6 2 Metodologia O Bilinguismo, que divide a alfabetização dos alunos em duas partes, neste caso o aluno é primeiro alfabetizado em uma Língua de sinais e depois como segunda língua ele aprende o idioma (língua) oficial de seu país. A pesquisa foi realizada em uma escola de ensino especial para surdos e comprovou a existência de uma grande dificuldade na utilização de tempos verbais na construção de frases, como o verificado nas figuras 4 e 5. O que o aluno tenta fazer é transformar a linguagem gestual em escrita, ele não se preocupa com os tempos verbais e com isso os resultados na criação e interpretações de frases são muito ruins. Eles utilizam como base para a criação e interpretação o alfabeto de LIBRAS, apresentado na figura 6. Figura 6: Alfabeto de LIBRAS Fonte: Segundo o relato dos professores de língua portuguesa da instituição de ensino especial, este é um problema encontrado em toda a comunidade surda Brasileira. Esta dificuldade é claramente observa nas relações sociais e podem afetar a vida acadêmica e profissional de um surdo. Os professores ainda informam que a quantidade de surdos que completam um curso superior é muito pequena, pois a base educacional não o prepara para algumas interações com pessoas ouvintes. 0595
7 2.1 Desenvolvimento O avanço da utilização dos recursos tecnológicos, como computadores e a Internet, e sua ótima aceitação pelos os alunos como apoio educacional, veem ao encontro do desenvolvimento de um ambiente virtual de aprendizagem (AVA) para auxiliar surdos na elaboração de frases, respeitando às regras gramaticais e os tempos verbais da língua portuguesa. Após análise das soluções existentes no mercado, foi desenvolvido um ambiente para o auxílio do deficiente auditivo com dificuldades de aprendizagem na língua portuguesa escrita, mas já alfabetizado na língua brasileira de sinais (LIBRAS). No desenvolvimento foi utilizado à linguagem de programação Visual Basic e o banco de dados PostgreSQL. Todo o desenvolvimento e testes foram acompanhados por especialistas da educação para surdos e aprovado no comitê de ética CAAE O ambiente foi dividido em 5 fases e os usuários deveriam preencher lacunas existentes entre as palavras, para isto foram oferecidas opções para escolha em todas as fases exceto a quinta fase que ele deveria preenche-la com suas próprias palavras. Antes do preenchimento da frase um vídeo com orientações em LIBRAS era exibido, sendo possível repeti-lo quantas vezes o usuário achasse necessário. Após assistilo o usuário deveria clicar sobre a(s) palavra(s) que julgasse ser a correta e que completaria a frase (fase 1 a 4). Caso existisse alguma dúvida ele poderia a qualquer momento acionar a função orientações (posicionada bem abaixo da caixa onde são apresentados os vídeos) e assistir o vídeo em LIBRAS novamente. O usuário deverá completar outra frase de mesmo nível de complexidade até finalizar a fase, ou seja, conseguir atingir o entendimento mínimo para prosseguir fase seguinte, criando três frases corretas. A figura 7 ilustra um exemplo de tela da primeira fase do ambiente. Figura 7: Primeira fase do ambiente. Fonte: produzido pelos autores (10/2014). 0596
8 A figura 8 ilustra a tela da quarta fase, onde se pode verificar que o nível de dificuldade e gradativo e segue as mesmas regras das fases anteriores. Figura 8: Quarta fase do ambiente. Fonte: produzido pelos autores (10/2014). Para garantir que não existiam tentativas de repetição, o vulgar chute, o ambiente embaralhava as palavras e modificava a posição das lacunas de forma aleatória. Como pode ser visto na figura 9, no detalhe (a), do Fluxograma das Tarefas. 0597
9 Figura 9: Fluxograma de Tarefas Fonte: produzido pelos autores (10/2014). 0598
10 A quinta fase era a mais avançada, nela o usuário deverá utilizar o teclado e criar uma frase sem opções de escolha, nela o sistema verificará a ortografia, sintaxe e pontuação (figura 10). Figura 10: Quinta fase do ambiente Fonte: produzido pelos autores (10/2014). A figura 11 apresenta a sinalização do ambiente. A expressão facial é utilizada e aproximando o aluno surdo da sua realidade. Figura 11: Sinalização de acerto e erro. Fonte: produzido pelos autores (10/2014). 0599
11 3 Resultados Para validação do ambiente desenvolvido foram criados dos grupos de alunos (Grupo A e B). Eles foram selecionados pelos professores especialistas da educação de surdos da escola participante. O principal parâmetro da escolha foi o aproveitamento escolar. Nestes grupos forma selecionados alunos já alfabetizados em LIBRAS e com idade entre 11 a 15 anos. O grupo A, foi composto por alunos que apresentavam o melhor aproveitamento escolar para a realidade dos surdos (notas médias em língua portuguesa próximas de cinco pontos), no grupo B ficaram os alunos com médias próximas de dois e meio pontos; as notas da instituição são similares as da educação tradicional (de zero a 10 pontos). Os alunos do grupo A não utilizaram o ambiente, apenas participavam das aulas regulares. O grupo B além das aulas regulares utilizaram o ambiente 2 vezes por semana, acompanhado por especialistas da educação de surdos. O tempo da atividade perdurou por três meses e os resultados são apresentados na figura 12. Ao final da pesquisa os alunos do grupo A também utilizaram o ambiente para a garantia de sua socialização. Figura 12: Tabulação de resultados 4 Considerações Finais Fonte: produzido pelos autores (10/2014). A análise dos resultados obtidos, apresentados na figura 12 comprova a eficiência do ambiente, ficou evidenciada que após a utilização do ambiente o escore alcançado pelos alunos na disciplina de língua portuguesa se aproximou dos melhores resultados dos alunos que não possuíam dificuldades (alunos selecionados pela escola). A utilização de vídeos em LIBRAS e as fotos utilizadas no ambiente representam 0600
12 situações enfrentadas pelos surdos e facilitaram a criação das frases em língua portuguesa e sua interpretação. Com pequenas adaptações o ambiente desenvolvido poderá ser utilizado por outras disciplinas, permitindo a interação da aprendizagem com a LIBRAS. Como em qualquer ambiente de computação serão necessárias atualizações no ambiente desenvolvido e também uma maior utilização de alunos surdos para melhoria do ambiente. Referências Carvalho, R. S., Brito, J. O., Rodrigues, J. P., Silva, I. Q., Matos, P. F., & Oliveira, C. R. S. (2013). LIBROL: Software Tradutor de Português para LIBRAS. Paper presented at the 33º Congresso da Sociedade Brasileira de Computação, Maceio. Coradine, L. C., Albuquerque, F. C., Silva, A., Madeiro, J., Pereira, M., & Tavares, O. L. (2004). Interpretação de orações simples através do FaLIBRAS (tradutor português- LIBRAS) para auxiliar na aprendizagem de crianças surdas. Paper presented at the Anais do Simpósio Brasileiro de Informática na Educação. Fernandes, J. C. L., Rodrigues, S. C. M., & Netto, O. L. d. C. (2013). A virtual environment to help deaf students with written language. International Journal of Biomedical Engineering and Technology, 12(1), Franco, N. M., Brito, P. H., & Coradine, L. C. (2013). FALIBRAS-WEB: Acessibilidade de pessoas surdas na Web em LIBRAS utilizando Design Colaborativo. Paper presented at the Nuevas Ideas en Informática Educativa, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. LEVY, P. (1996). O que é o virtual (T. e. Quatro Ed.). São Paulo. Martino, J. M. D., & Amaral, W. (2012). Comunicação estabelecida: Jornal da Unicamp. Quadros, R. M. (2005). Um capítulo da história do sign writing. 0601
Resumo. Palavras-chave: Mediado por computador, aprendizagem, português, LIBRAS.
Recebido em: 07/09/2014. Aprovado em: 22/11/2014. Disponibilizado em: 26/12/2014 1. João Carlos Lopes Fernandes é Doutor em Engenharia Biomédica na área de Tecnologias Computacionais pela Universidade
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