DIREITO DE FAMÍLIA RELAÇÕES DE PARENTESCO RELAÇÕES DE PARENTESCO PARENTESCO CONSANGUÏNEO EM LINHA COLATERAL, TRANSVERSAL OU OBLÍQUA
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- Washington Fortunato da Silva
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1 DIREITO DE FAMÍLIA RELAÇÕES DE PARENTESCO Professor Dicler RELAÇÕES DE PARENTESCO Parentesco é o vínculo existente não só entre as pessoas que descendem umas das outras ou de um mesmo tronco familiar comum, mas também entre o cônjuge ou companheiro e os parentes do outro. Espécies de parentesco: - natural consangüíneo em linha reta; ou em linha colateral, transversal ou oblíqua; - civil; e - por afinidade. PARENTESCO CONSANGUÏNEO EM LINHA RETA Art São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes. PARENTESCO CONSANGUÏNEO EM LINHA COLATERAL, TRANSVERSAL OU OBLÍQUA Art São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra. 1
2 CONTAGEM DE GRAUS NA RELAÇÃO DE PARENTESCO CONSANGUÏNEO Art Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente. AVÔ ou AVÓ 2º grau - Linha 3º grau - Linha reta ascend. colateral PAI OU MÃE TIOS 2º grau - Linha 1º grau - Linha 4º grau - Linha colateral reta ascend. colateral IRMÃOS VOCÊ PRIMOS 3º grau - Linha colateral SOBRINHOS FILHOS DOS PRIMOS PARENTESCO NATURAL E CIVIL Art O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consangüinidade ou outra origem. PARENTESCO NATURAL E CIVIL O parentesco natural é aquele resultante de laços de sangue, ou seja, é o vínculo entre pessoas de um mesmo tronco ancestral, ligadas umas às outras pelo mesmo sangue. Como já estudamos, o parentesco natural pode se dar por linha reta ou por linha colateral. 2
3 PARENTESCO NATURAL E CIVIL O parentesco civil é aquele que decorre de uma criação da lei. Como exemplo, temos as hipóteses de adoção e as hipóteses de filhos havidos por reprodução assistida heteróloga (que não possuem vínculo de consangüinidade com os pais). PARENTESCO POR AFINIDADE Art Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade. 1 o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro. 2 o Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável. AVÔ ou AVÓ do CÔNJUGE 2º grau - Linha reta ascend. SOGRO ou SOGRA 2º grau 1º grau - Linha Linha col. reta descend. CUNHADO FILHO DO CUNHADO VOCÊ 1º grau - Linha reta descend. ENTEADO TIOS do CÔNJUGE PRIMOS do CÔNJUGE EXERCÍCIOS (CESPE/UnB/Defensor Público CE/2008) As relações de parentesco subdividem-se em parentesco por consanguinidade e por afinidade, ou seja, são parentes as pessoas que descendem umas das outras, bem como aquelas ligadas por afinidade. Assim, sogra e nora são parentes afins em primeiro grau em linha reta, e os irmãos são parentes entre si em primeiro grau na linha colateral. 3
4 EXERCÍCIOS (CESPE/UnB/TRE/MA Analista Administrativo ) Os cunhados não podem ser classificados juridicamente como parentes. (CESPE/UnB/TRE/MA Analista Administrativo ) O parentesco por afinidade, na linha reta, não se extingue. FILIAÇÃO Filiação é a relação de parentesco consangüíneo, em primeiro grau e em linha reta, que liga uma pessoa àquelas que a geraram, ou a receberam como se a tivessem gerado. O artigo a seguir consagra o princípio da igualdade entre todos os filhos. Art Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. IGUALDADE ENTRE OS FILHOS NA CF Art. 227, 6º da CF - Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatóriasi i i relativas à filiação. Conclui-se que não existe mais a distinção entre filiação legítima e ilegítima. PRESUNÇÃO LEGAL DE PATERNIDADE Presume o legislador de forma geral que o filho da mulher casada foi fecundado por seu marido. Tal presunção visa preservar a segurança e a paz familiar, evitando que se atribua tib uma prole adulterina à mulher casada e se introduza, desnecessariamente, na vida familiar, o receio da imputação de infidelidade. pater is est quem justae nuptiae demonstrant Abreviando-se: pater is est 4
5 PRESUNÇÃO LEGAL DE PATERNIDADE Art Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência i conjugal; II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento; PRESUNÇÃO LEGAL DE PATERNIDADE Início da convivência Dissolução da sociedade conjugal 180 dias conjugal 300 dias PRESUNÇÃO DE PATERNIDADE PRESUNÇÃO LEGAL DE PATERNIDADE Art Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido omarido; V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido. PRESUNÇÃO LEGAL DE PATERNIDADE A fecundação ou inseminação homóloga é realizada com sêmen originário do marido, ao passo que a fecundação ou inseminação heteróloga é feita com sêmen de terceira pessoa. 5
6 PRESUNÇÃO LEGAL DE PATERNIDADE Art Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões biõ excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga; Embrião é o ser oriundo da junção de gametas humanos, sendo que há basicamente dois métodos de reprodução artificial: o ZIFT, consistente na realização da fecundação fora do corpo da mulher (in vitm), eo GIFT, consistente na introdução do gameta por meio artificial, no corpo da mulher, esperando-se que a própria natureza faça a fecundação. O embrião é excedentário quando é fecundado fora do corpo (in vitro) e não é introduzido prontamente na mulher, sendo armazenado por técnicas especiais. ENUNCIADOS DE JORNADAS DO CJF 104 Art : no âmbito das técnicas de reprodução assistida envolvendo o emprego de material fecundante de terceiros, o pressuposto fático da relação sexual é substituído pela vontade (ou eventualmente pelo risco da situação jurídica matrimonial) juridicamente qualificada, gerando presunção absoluta ou relativa de paternidade no que tange ao marido da mãe da criança concebida, dependendo da manifestação expressa (ou implícita) da vontade no curso do casamento. ENUNCIADOS DE JORNADAS DO CJF 105 Art : as expressões fecundação artificial, concepção artificial e inseminação artificial constantes, respectivamente, dos incs. III, IV e V do art deverão ser interpretadas como técnica de reprodução assistida. 6
7 ENUNCIADOS DE JORNADAS DO CJF 106 Art , inc. III: para que seja presumida a paternidade do marido falecido, será obrigatório que a mulher, ao se submeter a uma das técnicas de reprodução assistida com o material genético do falecido, esteja na condição de viúva, sendo obrigatório, ainda, que haja autorização escrita do marido para que se utilize seu material genético após sua morte. ENUNCIADOS DE JORNADAS DO CJF 107 Art , IV: finda a sociedade conjugal, na forma do art , a regra do inc. IV somente poderá ser aplicada se houver autorização prévia, por escrito, dos ex-cônjuges para a utilização dos embriões excedentários, só podendo ser revogada até o início do procedimento de implantação desses embriões. ENUNCIADOS DE JORNADAS DO CJF 257 Art : As expressões fecundação artificial, concepção artificial e inseminação artificial, constantes, respectivamente, dos incs. III, IV e V do art do Código Civil, devem ser interpretadas restritivamente, não abrangendo a utilização de óvulos doados e a gestação de substituição. PRESUNÇÃO RELATIVA DE PATERNIDADE DE FILHO NASCIDO DE BÍNUBA Art Salvo prova em contrário, se, antes de decorrido o prazo previsto no inciso II do art , a mulher contrair novas núpcias e lhe nascer algum filho, este se presume do primeiro marido, se nascido dentro dos trezentos dias a contar da data do falecimento deste e, do segundo, se o nascimento ocorrer após esse período e já decorrido o prazo a que se refere o inciso I do art
8 IMPOTÊNCIA ABSOLUTA COMO IMPUGNAÇÃO À PATERNIDADE DO FILHO Art A prova da impotência do cônjuge para gerar, à época da concepção, ilide a presunção da paternidade. INSUBSISTÊNCIA DA ALEGAÇÃO DO ADULTÉRIO DA MULHER PARA ILIDIR PRESUNÇÃO LEGAL DE PATERNIDADE Art Não basta o adultério da mulher, ainda que confessado, para ilidir a presunção legal da paternidade. AÇÃO CONTESTATÓRIA DE PATERNIDADE Art Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua mulher, sendo tal ação imprescritível. Parágrafo único. Contestada t a filiação, os herdeiros do impugnante têm direito de prosseguir na ação. INSUFICIÊNCIA DA CONFISSÃO MATERNA COMO PROVA DE EXCLUSÃO DA PATERNIDADE Art Não basta a confissão materna para excluir a paternidade. 8
9 PRESUNÇÃO RELATIVA DE VERACIDADE NAS DECLARAÇÕES CONTIDAS NO REGISTRO DE NASCIMENTO Art A filiação prova-se pela certidão do termo de nascimento registrada no Registro Civil. Art Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento, salvo provando-se erro ou falsidade do registro. FALTA DO REGISTRO DE NASCIMENTO Art Na falta, ou defeito, do termo de nascimento, poderá provar-se a filiação por qualquer modo admissível em direito: I - quando houver começo de prova por escrito, proveniente dos pais, conjunta ou separadamente; Ex: cartas, diários, onde haja a indicação do nascimento do filho FALTA DO REGISTRO DE NASCIMENTO II - quando existirem veementes presunções resultantes de fatos já certos. Ex: se em companhia do casal há muito vive uma pessoa tida comofilha, sabendo-se que os pais são casados e tiveram um filho, teremos então a posse do estado de filho, e, nela baseada, a pessoa criada pelo casal poderá, apoiada em prova testemunhal, indicar em juízo o reconhecimento da filiação COMPETÊNCIA DA AÇÃO DE PROVA DE FILIAÇÃO Art A ação de prova de filiação compete ao filho, enquanto viver, passando aos herdeiros, se ele morrer menor ou incapaz. Parágrafo único. Se iniciada a ação pelo filho, os herdeiros poderão continuá-la, salvo se julgado extinto o processo. 9
10 EXERCÍCIOS (TJ/DFT - Titularidade de Serviços Notariais e de Registro 2008) Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua mulher, sendo tal ação imprescritível. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido. EXERCÍCIOS (TJ/DFT - Titularidade de Serviços Notariais e de Registro 2008) Quando confessado, o adultério da mulher à época da concepção do filho é suficiente para a exclusão da presunção de paternidade. RECONHECIMENTO DE FILHOS Trata-se de um ato declaratório voluntário (quando emana da livre manifestação de vontade dos pais ou de um deles) ou judicial do parentesco entre pai e mãe e seu filho, gerando efeitos jurídicos ao proclamar a filiação. Art O filho havido fora do casamento pode ser reconhecido pelos pais, conjunta ou separadamente. A MATERNIDADE SEMPRE É CERTA Se a mãe, não sendo casada, comparecer ao registro civil para registrar o seu filho, não poderá exigir o lançamento do nome do pai, salvo se este estiver presente e consentir, ou se aquela exibir procuração, com poderes específicos para tal declaração. Para o lançamento do nome da mãe não há a mesma restrição, pois se considera que a maternidade sempre é certa (mater semper certa est). 10
11 CONTESTAÇÃO DA MATERNIDADE Art Quando a maternidade constar do termo do nascimento do filho, a mãe só poderá contestá-la, provando a falsidade do termo, ou das declarações nele contidas. Exemplos onde é possível a ação de contestação: - não ter havido o parto; - ser o filho pertencente à outra mulher; - troca de embriões na fertilização assistida; e - erro, dolo ou fraude no ato de registro. MODOS DE RECONHECIMENTO DOS FILHOS Art O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito: I - no registro do nascimento; II - por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório; III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado; MODOS DE RECONHECIMENTO DOS FILHOS IV - por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato que o contém. Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu falecimento, se ele deixar descendentes. MODOS DE RECONHECIMENTO DOS FILHOS Art O reconhecimento não pode ser revogado, nem mesmo quando feito em testamento. IRREVOGABILIDADE ANULAÇÃO 11
12 DIREITO DO CÔNJUGE DE IMPEDIR A RESIDÊNCIA DE FILHO RECONHECIDO PELO OUTRO NO LAR CONJUGAL O filho havido fora do casamento, reconhecido por um dos cônjuges, não poderá residir no lar conjugal sem o consentimento do outro. VONTADE DO FILHO EM TER A SUA PATERNIDADE RECONHECIDA Art O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor pode impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação. Art Qualquer pessoa, que justo interesse tenha, pode contestar a ação de investigação de paternidade, ou maternidade. ANTES DA MAIORIDADE OU DA EMANCIPAÇÃO - o reconhecido terá 4 anos após a maioridade o a emancipação para manifestar o não consentimento com o reconhecimento da filiação. Maioridade ou Emancipação DEPOIS DA MAIORIDADE OU DA EMANCIPAÇÃO - o reconhecido deverá manifestar o seu consentimento com o reconhecimento da filiação para que ela produza efeitos. EFEITOS DA SENTENÇA DE PATERNIDADE Art A sentença que julgar procedente a ação de investigação produzirá os mesmos efeitos do reconhecimento; mas poderá ordenar que o filho se crie eeduque fora da companhia dos pais ou daquele que lhe contestou essa qualidade. Os efeitos da sentença que declara a paternidade retroagem à data do nascimento produzindo efeitos ex tunc. 12
13 EXERCÍCIOS (OAB/Exame da Ordem/2009.2/adaptada) Com base no Código Civil brasileiro, julgue as opções a seguir acerca do reconhecimento dos filhos. - O filho havido fora do casamento não pode ser reconhecido, separadamente, pelos pais. - O filho maior pode ser reconhecido, independentemente de seu consentimento, visto que o reconhecimento da paternidade constitui direito subjetivo do genitor. EXERCÍCIOS - O filho havido fora do casamento e reconhecido por um dos cônjuges não poderá residir no lar conjugal sem o consentimento do outro cônjuge. - É passível de revogação oreconhecimento dos filhos havidos fora do casamento. ADOÇÃO A adoção é um ato jurídico solene pelo qual, observados os requisitos legais, uma pessoa estabelece, independente de qualquer relação de parentesco consangüíneo ou afim, um vínculo fictício i de filiação, trazendo para a sua família, na condição de filho, pessoa que, geralmente, lhe é estranha. ADOÇÃO A Lei /2009 revogou a grande maioria dos artigos do Código Civil que tratavam da adoção. Dessa forma, o assunto agora é regulado pelo Estatuto t t da Ci Criança e do Adolescente (ECA). 13
14 ARTIGOS DO C.C. SOBRE ADOÇÃO Art A adoção de crianças e adolescentes será deferida na forma prevista pela Lei n o 8.069, de 13 de julho de Estatuto t t da Criança e do Adolescente. (Redação dada pela Lei nº , de 2009) ARTIGOS DO C.C. SOBRE ADOÇÃO Art A adoção de maiores de 18 (dezoito) anos dependerá da assistência efetiva do poder público e de sentença constitutiva, aplicando-se, no que couber, as regras gerais da Lei n o 8.069, de 13 de julho de Estatuto da Criança e do Adolescente. (Redação dada pela Lei nº , de 2009) ARTIGOS DO ECA SOBRE ADOÇÃO - A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa. - É vedada a adoção por procuração. - O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes. ARTIGOS DO ECA SOBRE ADOÇÃO - A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais. ti i i - Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado civil. - Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando. 14
15 ARTIGOS DO ECA SOBRE ADOÇÃO - Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família. - O adotante t há de ser,pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o adotando. - A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos. ARTIGOS DO ECA SOBRE ADOÇÃO - Os divorciados, os judicialmente separados e os excompanheiros podem adotar conjuntamente, contanto queacordemsobreaguardaeoregimedevisitase desded que o estágio de convivência i tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão. EXERCÍCIOS (CESPE/UnB/TJ-AL/Juiz/2008) Considerando que a adoção desliga o adotado de qualquer vínculo com seus pais e parentes, não há óbice legal que o impeça decontrair casamento com irmã de seu pai biológico. i EXERCÍCIOS (CESPE/UnB/DPU/Defensor Público da União/2010) Antônio e Joana, casados entre si, resolveram adotar uma criança. Durante o processo de adoção, iniciado oestágio deconvivência, i eles se separaram de fato e se divorciaram. Nessa situação, será ainda possível a adoção por esses interessados, desde que comprovado o vínculo de afinidade e afetividade com aquele que não é detentor da guarda acordada entre eles. 15
16 PODER FAMILIAR É um conjunto de direitos e obrigações quanto à pessoa e bens do filho menor não emancipado, exercido em igualdade de condições por ambos os pais, para que possam desempenhar os encargos que a norma jurídica lhes impõe, tendo em vista o interesse e a proteção dos filhos. Art Os filhos estão sujeitos ao poder familiar, enquanto menores. SIMULTANEIDADE DO PODER FAMILIAR Art Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade. id d Parágrafo único. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo. ALTERAÇÃO DO PODER FAMILIAR Art A separação judicial, o divórcio e a dissolução da união estável não alteram as relações entre pais e filhos senão quanto ao direito, que aos primeiros i cabe, de terem em sua companhia os segundos. EXCLUSIVIDADE DO PODER FAMILIAR Art O filho, não reconhecido pelo pai, fica sob poder familiar exclusivo da mãe; se a mãe não for conhecida ou capaz de exercê-lo, dar-se-á tutor ao menor. 16
17 CONTEÚDO DO PODER FAMILIAR Art Compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos menores: I - dirigir-lhes a criação e educação; II - tê-los em sua companhia e guarda; III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem; IV - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar; CONTEÚDO DO PODER FAMILIAR Art Compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos menores: V - representá-los, até aos dezesseis anos, nos atos da vida civil, il e assisti-los, após essa idade, d nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento; VI - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; VII - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição. BENS DOS FILHOS NO PODER FAMILIAR Art O pai e a mãe, enquanto no exercício do poder familiar: I - são usufrutuários dos bens dos filhos; II - têm a administração i dos bens dos filhos menores sob sua autoridade. EXTINÇÃO DO PODER FAMILIAR Art Extingue-se o poder familiar: I - pela morte dos pais ou do filho; II - pela emancipação, nos termos do art. 5 o, parágrafo único; III - pela maioridade; IV - pela adoção; V - por decisão judicial, na forma do artigo
18 PERDA DO PODER FAMILIAR Art Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que: I - castigar imoderadamente o filho; II - deixar o filho emabandono; III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes; IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente. Art Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha. Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à mãe condenados por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão. NOVO CASAMENTO DE UM DOS PAIS Art O pai ou a mãe que contrai novas núpcias, ou estabelece união estável, não perde, quanto aos filhos do relacionamento anterior, os direitos ao poder familiar, exercendo-os sem qualquer interferência i do novo cônjuge ou companheiro. Parágrafo único. Igual preceito ao estabelecido neste artigo aplica-se ao pai ou à mãe solteiros que casarem ou estabelecerem união estável. EXERCÍCIOS (CESPE/UnB/DPE-PI/Defensor Público/2009) O poder familiar compete aos pais, sem que haja prevalência de qualquer um deles, salvo no caso de união estável, situação em que prevalece a vontade materna. (CESPE/UnB/TRE-MA/Analista Judiciário/2009) O poder familiar é exercido por ambos os genitores, ainda que a guarda seja deferida exclusivamente a um deles. 18
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