Participação USF Terras de Santa Maria Serviço de Pediatria do CHEDV AS Design
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- Martim Morais Dreer
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2 Elaboração Isabel Nunes Coordenação Eduarda Vidal Orientadora da Isabel Participação USF Terras de Santa Maria Serviço de Pediatria do CHEDV AS Design Colaboração Alice Oliveira Ana Quelhas Carina Pereira Diana Cruz Sarah Cardoso Catarina Pinto Nathalie Silva Sónia Sá
3 Índice Porquê um Guia sobre a febre?... 5 O que é a febre?... 6 Quais são as causas da febre?... 7 Como medir a temperatura?... 8 Qual a temperatura normal? De quanto em quanto tempo se deve avaliar a febre? Tratar ou não a febre? Quando tratar? Como tratar? Antipiréticos mais usados Como administrar medicamentos à criança? Outros cuidados a ter com a criança com febre Temperaturas que obrigam a cuidados A criança com febre pode frequentar a escola? Há alguma dieta para fornecer à criança com febre? Os dentes dão febre? Se a febre for devida a insolação, devo tratar da mesma maneira? A febre pode causar convulsões? O que são e quais as consequências das convulsões febris? Como proceder na crises convulsivas Quais os sinais de alarme a estar atento? Não são criterios de alerta Mitos e verdades da febre
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5 GUIA DA FEBRE MANUAL PARA PAIS GUIA DA FEBRE MANUAL PARA PAIS E CUIDADORES DE CRIANÇAS Porquê um Guia sobre febre? A febre é o principal motivo de consulta na infância. Muitas vezes as crianças com febre são levadas ao médico ou ao Serviço de Urgência sem que tal seja necessário e a maior parte das vezes, pode ser prejudicial para a criança. Outras vezes são levadas demasiado tarde. Este guia surge então na necessidade de se fazer uma sistematização dos cuidados a ter na criança com febre, informar sobre os sinais de alarme, informar sobre os sinais de alarme e sobre os sinais que não necessitam de preocupação. Do seu conteúdo constam informações simples e práticas para os cuidados de crianças conhecerem melhor o que é a febre, que tratamento e que cuidados de vigilância devem ser tomados. O guia sobre a febre foi baseado na melhor evidência científica de profissionais de saúde portugueses e de outros países. Não obstante, o guia pretende ser orientador e não substitui a consulta médica. Estamos juntos, pela sua saúde! 5
6 O que é a febre? É a elevação da temperatura corporal. A febre é uma resposta biológica complexa do organismo, com aumento da temperatura corporal como resposta a diversas situações como inflamação, infeção, stress ou outras. Apesar de frequentemente associada a diversos riscos, a febre traz vários benefícios ao organismo (como diminuição da reprodução das bactérias/vírus, aumento da resposta imunitária e aumento da atividade dos antibióticos) funcionando também como mecanismo de defesa do nosso corpo. A febre não é uma doença, mas sim um sinal. Sempre que possível, é importante identificar e tratar a sua causa. 6
7 Quais são as causas da febre? A maioria das crianças com febre tem uma doença vírica auto-limitada (como as vulgares constipações), que passa sem necessidade de tratamento. Contudo, em alguns casos, a causa de febre pode ser uma doença mais grave (como por exemplo infeções bacterianas) e a criança poderá estar em risco de desenvolver complicações. Quase todas as crianças têm bom estado geral e um foco infecioso identificável. No entanto, em cerca de 20% dos casos, mesmo após uma avaliação médica completa, não se identifica a causa da febre, sendo necessária a vigilância da criança no domicílio ou em ambiente hospitalar. A febre pode também estar associada a emoções fortes, temperatura ambiente alta, roupas molhadas, ou muita roupa, calor ou insolação, intoxicação e outras doenças não-infeciosas. Também pode ocorrer febre após a vacinação. 7
8 Como medir a temperatura? A temperatura corporal é diferente conforme os locais em que é medida. A avaliação da febre pela palpação é, em qualquer situação, falível, pelo que não é recomendada! A temperatura retal é mais elevada que a timpânica ou oral. A temperatura nas axilas é mais baixa que nos locais referidos anteriormente (cerca de 0,5 C). As recomendações sobre o local mais adequado para a medição da temperatura variam com a idade da criança: Até 3 anos: retal 3 anos: axilar ou timpânica Há vários TERMÓMETROS e dispositivos de medição da temperatura no mercado. Deve optar-se por um que seja: de aplicação prática, designadamente quando o bebé está a dormir; fácil de limpar; não corra risco de se partir ou magoar a criança; seja fiável e não se degrade com o tempo. Os termómetros digitais são os mais aconselhados, pois são seguros e permite uma leitura rápida e fiável da temperatura. Podem ser utilizados para medir a temperatura retal ou axilar. Em alguns casos não conseguem detectar a febre e noutros apresentam valores de temperatura mais altos do que a realidade (por exemplo, por uma infeção no ouvido). 8
9 Após o uso, os termómetros digitais devem ser lavados com água e sabão. Os termómetros digitais e de ouvido funcionam a pilhas. Deve ter-se em atenção a validade das mesmas. Se a validade terminou, não terá maneira segura de avaliar a temperatura da criança. Na hora de deitar fora as pilhas, deve se colocá-las em local seguro e fora do alcance das crianças até ao momento de as descartar no pilhão. A utilização de termómetros frontais ou de mercúrio NÃO é recomendada! 9
10 Qual a temperatura normal? Recém-nascido a 3 anos: 38ºC (retal) 3 anos: 38ºC (axilar ou timpânica) Considera-se febre se a temperatura corporal estiver acima de 38º C. De quanto em quanto tempo se deve avaliar a temperatura? Não há uma regra definida. A temperatura deve ser avaliada antes de se tomarem medidas para a baixar, contudo não há uma regra definida. São sinais que podem indicar necessidade de reavaliar a temperatura: criança quente, irrequieta, com respiração rápida ou com o coração a bater rápido. Se tiver iniciado um medicamento para baixar a febre, deve esperar-se 4-6 horas para fazer efeito. 10
11 Tratar ou não a febre? Nem sempre é necessário tratar a febre, mas devemos tratar o desconforto que provoca. Numa situação de infeção, a febre parece ter um papel importante como mecanismo de defesa. Existem vários processos envolvidos no combate à infeção que apresentam uma maior atividade quando a temperatura corporal se encontra acima do valor normal. Quando tratar? A utilização de medicamentos para baixar a febre (terapêutica antipirética) tem como finalidade prevenir o aparecimento de complicações associadas à febre, enquanto proporciona conforto ao doente. Temperaturas elevadas, superiores a 39º C, tendem a causar um grande desconforto à criança pelo que a administração de antipiréticos produz bem-estar. Deve-se tratar a febre nas seguintes situações: a criança está desconfortável/com dor a febre é muito alta ( 39º C) a criança está gravemente doente 11
12 Como tratar? Numa criança com febre, é importante a adoção de algumas medidas simples: iniciar por tirar alguma roupa à criança (não despir completamente) ou dar banho em água tépida (evitar o desconforto) durante cerca de 10 minutos e reavaliar a febre; manter a temperatura ambiente confortavelmente fresca; repouso; oferecer líquidos em abundância (aumentar o número de mamadas no caso dos bebés que fazem aleitamento materno); nos restantes preferir água; Nunca utilizar água fria para o banho. O que se pretende é melhorar o conforto da criança. A água fria vai provocar tremores e aumentar a temperatura, gerando mais desconforto. 12
13 Compressas com álcool não devem ser utilizadas porque produzem uma descida rápida da temperatura, mas só ao nível da pele e, passado muito pouco tempo, a temperatura volta a subir. O álcool pode ser absorvido e provocar toxicidade, mesmo quando utilizado em pequenas quantidades. Se a criança mantiver febre que justifique tratamento ou estiver desconfortável, deve-se começar pelo paracetamol. Este pode ser dado de 8/8h ou de 6/6h, se for necessário. O ibuprofeno (de 8/8h) pode ser uma alternativa. As doses do paracetamol e do ibuprofeno são sempre ajustadas ao peso da criança (indicadas na embalagem ou prescritas pelo médico). Não existe evidência de que alternar o paracetamol e o ibuprofeno seja mais eficaz ou mais rápido a resolver a febre. Esta prática, ainda que muito frequente, não é aconselhada. 13
14 Antipiréticos mais usados Paracetamol e Ibuprofeno. Não é recomendado o uso de ácido acetilsalicílico em crianças pela associação com a Síndrome de Reye. ATENÇÃO! Se o bebé tiver menos de 3 meses e temperatura retal 38º C, deve ser dado paracetamol e avaliado pelo médico. Se o bebé tiver menos de 6 meses não se deve administrar ibuprofeno. Após a administração do antipirético a febre baixa, mas o objetivo não é baixar até à temperatura normal. Por vezes baixa meio grau, o que é suficiente para melhorar o conforto da criança. O organismo precisa de manter a temperatura elevada como um combate à doença. Se após a administração do antipirético, por via oral ou retal, a criança vomita ou tem uma dejeção nos minutos seguintes, deve repetir-se o medicamento. 14
15 Como administrar medicamentos à criança? Os xaropes e líquidos estão aconselhados até aos 6-8 anos. Deverá usar-se uma colher doseadora, uma chupeta ou uma seringa. As colheres normais não devem ser usadas, porque a quantidade de líquido varia de modelo para modelo. Deve dar-se a dose indicada pelo médico assistente, que é sempre calculada pelo peso da criança e não pela idade. Deve introduzir-se o xarope no fundo da garganta ou junto às bochechas, para auxiliar a ingestão e diminuir a capacidade da criança sentir o sabor ou cuspir o medicamento. Pode oferecer-se um pouco de água para ajudar a empurrar o medicamento. Nunca se deve apresentar os medicamentos como doces ou guloseimas. Pode acontecer que a criança procure o frasco para beber mais um bocadinho e ingerir uma dose excessiva, causando intoxicação. 15
16 Outros cuidados a ter com a criança com febre Temperaturas que obrigam a cuidados Nas crianças com menos de 3 meses, nas quais as respostas são mais imaturas, qualquer temperatura superior a 38º C deve ser considerada como significativa. Sendo um sinal de alarme, exige a imediata observação pelo médico, mesmo que o bebé não apresente outros sintomas. As crianças entre os 3-36 meses com temperatura superior a 39º C também devem ser avaliadas. No caso de febre com temperatura acima de 39,5º C na criança com mais de 36 meses (3 anos), que, após a toma de medicação e diminuição da febre, se mantenha prostrada, não brinque e não se console ao colo dos pais, esta também deve ser avaliada pelo médico. Figura: Adaptação da escala da dor para quantificar a febre. 16
17 A criança com febre pode frequentar a escola? A maior parte das vezes a febre é um sinal de que existe uma doença infeciosa, normalmente vírica. Estas infeções, víricas ou não, são contagiosas. Se a criança frequenta a escola ou o infantário com uma doença infeciosa, o mais provável é causar contágio em toda a classe e noutras classes. É aconselhável a criança permanecer em casa. A atividade física da criança com febre normalmente deve ser reduzida. Por um lado, porque não apetece, por outro lado, porque o cansaço, a falta de apetite juntamente com a febre são mecanismos de defesa. É aconselhável algum repouso. Há alguma dieta para fornecer à criança com febre? Não há qualquer dieta para a criança com febre. Normalmente há falta de apetite. É aconselhável dar bebidas sem açúcar, preferencialmente água, para evitar a desidratação que a febre causa, pela maior transpiração e pelos vómitos ou diarreia se coexistirem. Os alimentos devem ser simples e de fácil digestão. Devem ser ricos em calorias, mas isentos de gorduras. É importante não obrigar a criança a comer se não tem apetite. 17
18 Os dentes dão febre? Não há estudos que indiquem existir mais infeções gerais nos períodos mais críticos da dentição. Por este motivo há que ter algum cuidado com o tratamento das dores e do desconforto da dentição, bem como procurar encontrar alguma explicação diferente para doenças mais prolongadas ou intensas. O bebé pode sim andar mais irritado com dores, vontade de morder ou esfregar as gengivas. Por outro lado, sabe-se que os dentes começam a nascer por volta dos seis meses, altura em que a imunidade recebida pelo bebé através da placenta e da amamentação, começa a desaparecer e, por outro lado, a exposição a infeções é maior (por exemplo na entrada para o infantário). Dar apoio à criança, mimo e colo pode ser o suficiente para dar conforto e acalmar. 18
19 Se a febre for devido a insolação, devo tratar da mesma maneira? No caso de um golpe de calor ou insolação, os antipiréticos (medicamentos para baixar a febre) não estão indicados. Devem utilizar-se as medidas físicas: 1. Abandonar a fonte de calor. 2. Diminuir a roupa. 3. Dar muitos líquidos. 4. Recorrer ao médico assistente. 19
20 A febre pode causar convulsões? Não. As convulsões febris podem aparecer num número muito pequeno de crianças, principalmente no início da febre, quando há uma elevação rápida. Quanto mais pequena a criança, maior essa possibilidade. O que são e quais as consequências das convulsões febris? Convulsão define-se como atividade motora aparente, sem um objetivo, involuntária, com ou sem alteração do estado de consciência, de origem cerebral. As convulsões resultam de uma maior vulnerabilidade da criança a estímulos, neste caso a febre. Nem todas as convulsões são de origem epilética. Durante uma convulsão, geralmente, a criança perde o contato ocular. Durante o episódio, podem ocorrer uma ou mais das seguintes alterações: - revirar os olhos; - salivar; - ter movimentos com os membros ou a cabeça ou ficar com o corpo muito rígido sem movimentos; - perder o controlo de esfíncteres, entre outras. Habitualmente fica sonolenta após o episódio. Por vezes as convulsões febris podem ser confundidas com as subidas de temperatura nas quais a criança fica com tremores nos membros relacionados com esta subida, sem haver verdadeira crise. 20
21 As convulsões em contexto de febre (convulsões febris) são frequentes na criança até aos 5 anos (3-5%). Os episódios não duram mais de 3 a 5 minutos e, na grande maioria dos casos, são benignas; não aumentam o risco de sofrer de epilepsia e não têm consequências futuras. A probabilidade de se repetir é maior se a primeira convulsão febril ocorrer antes de completar um ano de vida ou se existirem outros casos na família. Como proceder nas crises convulsivas? Sempre que uma criança tem uma crise convulsiva, com ou sem febre, devem ser tomadas algumas ATITUDES: não entrar em pânico; colocar a criança em segurança (colocá-la numa superfície segura, deitada de lado; afastar todos os objectos que possam magoar); dar um antipirético (preferência via retal); não dar de beber ou comer, nem colocar nada na boca; aguardar que a crise termine e em seguida levar a criança SEMPRE ao hospital; se a crise não parar em 10 minutos ligar o 112 e pedir ajuda. 21
22 Quais os sinais de alarme a estar atento? 1. Febre em bebé com menos de 3 meses. 2. Manchas nos dois primeiros dias de febre (no primeiro dia são mais preocupantes). Petéquias: manchas vermelhas escuras (violáceas) na pele que medem menos de 5mm de diâmetro (tipo picada de pulga) e que não desaparecem ao toque. Equimoses: lesões semelhantes às anteriores mas maiores, geralmente superiores a 5mm. Manchas rosadas, normalmente superiores a 3mm e inferiores a 2cm, que começam por ser poucas e de hora a hora vão aparecendo em maior número. A compressão faz desaparecer momentaneamente. Pequenas manchas róseas que aparecem e desaparecem em menos de 3 horas. 3. Prostração - só suporta a posição de deitado. Mesmo no colo de um adulto não consegue estar sentado. Tem de se deitar nos dois braços do adulto. A criança prostrada, quando está acordada, comporta-se como se estivesse a dormir (em linguagem comum, está mortiça). 4. Choro inconsolável ou irritabilidade difícil de acalmar (não alivia com o paracetamol ou ibuprofeno). 5. Sonolência excessiva e prolongada com total indiferença para o que o rodeia. 6. Rigidez da nuca. 7. Dedos e/ou lábios muito roxos na subida da temperatura. 8. Convulsão ou perda dos sentidos. 22
23 9. Dificuldade em respirar (respiração rápida e agitada, visualização das costelas ao respirar, abertura das asas do nariz). A frequência respiratória pode atingir respirações por minuto. 10. Gemido expiratório intermitente mantido durante várias horas (hhamn... hhann), que resulta da interrupção/suspensão do final da saída do ar dos pulmões. 11. Sede intensa, difícil de saciar e lábios muito secos. 12. Recusa total de alimento ou líquidos, por um período superior a duas refeições. 13. Febre acima de 40º C que não cede aos antipiréticos ou que se mantém após 3 dias. 14. Dores fortes referidas espontaneamente ou comportamentos que indicam dores e que persistem após os antipiréticos. 15. Incapacidade ou muita dificuldade para se manter de pé ou caminhar. 16. Vómitos e/ou diarreia persistentes ou muito abundantes, incapazes de serem controlados em casa e que causem desidratação (língua seca, ausência de saliva, olhos encovados). Caso alguma destas situações se apresente, os pais devem LEVAR A CRIANÇA AO MÉDICO. Se não estiver presente nenhum destes critérios, os pais ou cuidadores, poderão esperar calmamente, mas vigilantes, até ao 5º dia de febre ou mais, apenas administrando paracetamol ou ibuprofeno. 23
24 Não são critérios de alerta 1. A temperatura que não normaliza após os antipiréticos e não está presente nenhum dos sinais de alerta descritos acima. 2. Aparecimento de marmoreado na pele com a subida da tempertaura. É um sinal fisiológico e não deverá ser muito valorizado. 3. Pés e mãos frias. Trata-se, como o anterior, de um sinal fisiológico. Não deverá ser valorizado. 4. Tosse. É até sinal de doença benigna, normalmente por vírus. 5. Manchas na pele, erupção, que aparece normalmente após o 3º dia de febre e a criança apresenta bom estado geral. 6. Erupção em mancha, parecido com uma queimadura solar. Se esta erupção durar mais que 24 horas, deve ser consultado o médico assistente, pode tratar- -se de escarlatina e necessita de ser medicado. Não se trata de emergência médica. Deve ser observado e avaliado pelo médico de família. 24
25 Mitos e verdades da febre A febre é uma doença. A febre não é uma doença, é um mecanismo de defesa contra a infeção, tanto causada por vírus como por bactérias. Nem a quantidade de febre nem a sua diminuição após a administração de Ibuprofeno ou Paracetamol orientam sobre a gravidade da infeção. Devemos dar muitos líquidos às crianças com febre. A febre é um estado de aumento do stress metabólico e do consumo de água corporal e por isso o aumento da ingestão de líquidos é fundamental. A criança com febre deve ser bem hidratada. Devemos oferecer líquidos com frequência, preferencialmente água. A febre pode dar alterações neurológicas e cerebrais. A febre em si não causa danos cerebrais, cegueira, surdez ou morte. A febre pode causar desidratação. Se a febre é prolongada, pode favorecer o aparecimento de desidratação, principalmente se não houver ingestão suficiente de líquidos, se for acompanhada de transpiração intensa, vómitos ou diarreia. 25
26 As convulsões com febre podem trazer consequências neurológicas graves. Convulsões que só ocorrem em pico febril, na grande maioria, não trazem consequências futuras para a criança. Posso evitar as convulsões febris dando o antipirético logo que a criança começa a ter febre. Algumas crianças predispostas (4%) podem ter convulsões com febre, mas nenhum tratamento evita estas crises. As convulsões febris ocorrem enquanto a febre está a subir, muitas vezes antes de atingir os 38º C, sendo, por isso, impossíveis de prever. Uma febre que dure mais de 3 dias é sinal que deve tomar antibiótico. A febre pode ter uma duração variável, entre 3-5 dias. Os antibióticos só devem ser administrados se indicados pelo médico e se estiver perante uma infeção bacteriana. A maior parte das vezes as infeções são víricas, sem indicação para o uso dos antibióticos. Outras vezes nem se trata de uma infeção. É importante lembrar que o uso inadequado de antibióticos pode levar a uma maior resistência do organismo a estes medicamentos e pode também ocasionar, diarreia, erupções cutâneas, alergias. 26
27 Se a criança tiver febre não devo dar antipiréticos antes da consulta, para o médico fazer melhor o diagnóstico. Se a criança tem febre, deve dar-se antipirético, para diminuir o desconforto. Não é necessário o médico ver a febre como também não necessita de ver os vómitos, a diarreia, para acreditar e fazer um diagnóstico. Quando uma criança tem febre deve repousar. O repouso é benéfico. Pelo menos diminuir a atividade física. Normalmente quando a criança está com febre sente-se mais cansada e com vontade de estar mais parada. O terceiro dia de febre é um mau dia para a criança ser observada. O terceiro dia de febre pode ser demasiado cedo para as doenças ligeiras e demasiado tarde para as doenças graves. O comportamento da criança com febre nos primeiros dois dias é fundamental. É importante seguir os alertas de febre aconselhados nas páginas Este guia não substitui a consulta médica. 27
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