Regimes Aduaneiros Especiais. Regimes Aduaneiros Especiais. Trânsito aduaneiro. Trânsito aduaneiro. Trânsito aduaneiro. Trânsito aduaneiro
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- Teresa Neiva Mendonça
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1 Regimes Aduaneiros Especiais Regimes Aduaneiros Especiais As características básicas dos regimes especiais são: Regra geral, os prazos na importação são de um ano, prorrogável, por período não superior, no total, a cinco anos. a) suspensão da exigibilidade de tributos; b) fixação de prazo e de condições para enquadramento no regime; Exceções: a) disposição do Ministro da Fazenda; b) contratos de prestação de serviço por tempo certo. c) constituição das obrigações fiscais em termo de responsabilidade. Em caso de descumprimento do regime, o beneficiário ficará sujeito ao pagamento dos tributos incidentes, juros, multa de mora e de ofício, calculados da data da admissão no regime. Conceito: O regime subsiste do local de origem, desde o momento do desembaraço para trânsito aduaneiro (que é a autorização para o início do regime), até o local de destino, onde a unidade que o jurisdiciona irá atestar a chegada da mercadoria, na forma e prazo estipulados. Modalidades mais comuns: I - o transporte de mercadoria procedente do exterior até o ponto onde deva ocorrer outro despacho; II - o transporte de mercadoria nacional ou nacionalizada, despachada para exportação, para embarque ou para armazenamento em área alfandegada; III - o transporte de mercadoria estrangeira despachada para reexportação; IV - o transporte de mercadoria estrangeira de um recinto alfandegado situado na zona secundária a outro; V - a passagem de mercadoria procedente do exterior e a ele destinada; VI - o transporte, de mercadoria procedente do exterior, conduzida em veículo em viagem internacional até o ponto em que se verificar a descarga; Beneficiários do regime: I - o importador; II - o exportador; III - o depositante; IV - o representante, no País, de importador ou exportador domiciliado no exterior; V - o permissionário ou o concessionário de recinto alfandegado; VI - em qualquer caso: a) o operador de transporte multimodal; b) o transportador habilitado c) o agente credenciado a efetuar operações de unitização ou desunitização da carga em recinto alfandegado. A concessão e aplicação do regime competem à unidade de origem e são processadas no Siscomex Trânsito, que é um módulo do Siscomex com acesso via internet. Quando da concessão do regime, caberá à autoridade aduaneira estabelecer a rota a ser cumprida, fixar prazos para a operação e para a comprovação da chegada da mercadoria ao destino e adotar as cautelas julgadas necessárias à segurança fiscal. A cautela fiscal mais comum é a lacração do volume ou veículo (no caso de caminhões do tipo baú, fechados). Em casos especiais, poderá ser determinado o acompanhamento fiscal. 1
2 Trânsito Aduaneiro - Conclusão A operação de trânsito é concluída na repartição de destino, onde se procede ao exame dos documentos, à verificação do veículo, dos dispositivos de segurança e da integridade da carga. Se tudo estiver de acordo, ocorrerá a extinção do regime e a correspondente baixa do termo de responsabilidade firmado, na repartição de origem. Admissão Temporária Admissão Temporária é o regime aduaneiro que permite a permanência no país de bens procedentes do exterior, por prazo determinado, com suspensão total do pagamento dos impostos incidentes na importação ou ainda com suspensão parcial, no caso de utilização econômica. Admissão Temporária Admissão Temporária - Prazos A concessão do regime fica condicionada ao cumprimento cumulativo das seguintes exigências: Ingresso dos bens em caráter temporário; Importação sem cobertura cambial; Adequação dos bens à finalidade da importação; Constituição das obrigações fiscais em termo de responsabilidade; Perfeita identificação dos bens; Anuência de outros órgãos, se necessário. No ato de concessão do regime, a autoridade aduaneira deverá fixar o prazo de duração, levando em conta o provável prazo de permanência dos bens no país, que será indicado pelo interessado e começará a fluir a partir da data do desembaraço dos bens. Admissão Temporária - Prazos Admissão Temporária - Extinção Veículo pertencente a turista estrangeiro: o prazo é o mesmo da permanência do proprietário (ou condutor autorizado) no país; Veículo de brasileiro não-residente que retorne ao país em caráter temporário: prazo de até 90 dias, prorrogável, até 180 dias; Bens de uso profissional ou pessoal de estrangeiro em atividade profissional no país: o prazo será igual ao concedido no visto de trabalho; Bens de uso profissional ou no conceito de bagagem de brasileiro não-residente: prazo de até 90 dias, prorrogável, até 180 dias; Se a admissão temporária for em relação a mercadorias objeto de contrato de prestação de serviços por prazo certo, o prazo será o mesmo do contrato, renovável na mesma medida que este, obedecido o limite máximo de cinco anos. Reexportação: é o caso normal, ou seja, a devolução dos bens ao exterior, que poderá ser feita parceladamente; Entrega à Fazenda Nacional, sem ônus ou despesas, desde que a autoridade aduaneira concorde em recebê-los, promovendo, posteriormente, sua destinação (incorporação, leilão etc.); Destruição, às expensas do interessado; se da destruição sobrarem resíduos economicamente apreciáveis, estes deverão ser despachados para consumo, com o pagamento dos tributos incidentes; Transferência para outro regime especial (entreposto aduaneiro, p.ex.); Despacho para consumo, o que significa que os bens ingressaram na economia do país, o que sujeita o beneficiário ao recolhimento dos tributos devidos e à obediência da legislação sobre licenciamento de importações, se for o caso. 2
3 Admissão temporária para utilização econômica Caso um determinado bem venha a ser admitido temporariamente no país com o intuito de utilização econômica (vale dizer, para a produção de outros bens ou serviços) deverá recolher o Imposto de Importação, o Imposto sobre Produtos Industrializados, PIS e COFINS, proporcionalmente ao prazo de permanência no território aduaneiro, calculados com base na sua vida útil, de acordo com as regras fixadas pela legislação do Imposto sobre a Renda. A proporcionalidade implica 1% do montante original devido, ao mês, durante a concessão do regime. Drawback O regime de drawback tem por objetivo incentivar as exportações, mediante o ingresso, no território aduaneiro, de insumos ou produtos intermediários de procedência estrangeira que serão utilizados na industrialização de bens que posteriormente serão exportados. Drawback Suspensão Drawback Suspensão É a modalidade de drawback mais comum, pois possibilita que empresas com vocação para a exportação adquiram mercadorias estrangeiras com a suspensão dos tributos incidentes na importação, desde que assumido o compromisso de que tais matériasprimas ou produtos intermediários serão utilizados na industrialização de produtos posteriormente destinados ao exterior. Atualmente, é possível a aplicação do regime em função de licitação internacional, contra pagamento de instituição ou financiamento obtido no exterior. Em qualquer hipótese, a competência para concessão do regime pertence à SECEX. Regra geral, o prazo de concessão é de um ano, prorrogável, uma vez, por igual período (é possível a extensão do prazo por até 5 anos, em casos excepcionais). Drawback Isenção Drawback Restituição Esta modalidade tem por objetivo a reposição de estoques, ou seja, a importação, em equivalente quantidade e qualidade, com isenção dos tributos incidentes, no caso de exportação de produtos finais cujos insumos, matérias-primas ou produtos intermediários anteriormente importados com o pagamento dos tributos devidos. A competência para concessão do regime pertence à SECEX. Nesta modalidade, o exportador solicita a restituição do valor dos tributos pagos relativos a insumos utilizados na fabricação de produtos já exportados. Importante: como a restituição, na verdade, é realizada por meio de crédito fiscal a ser utilizado em importações posteriores, o regime, ao contrário dos anteriores, deverá ser concedido pela Receita Federal, que é o órgão encarregado da administração tributária no Brasil. Daí podermos afirmar que se trata de procedimento de compensação e não de restituição, como dá a entender sua designação legal. 3
4 Entreposto Aduaneiro O regime de entreposto aduaneiro, na importação e na exportação, é o que permite o armazenamento de mercadorias, sob controle fiscal, em recintos alfandegados de uso público, com suspensão dos tributos incidentes. Esta é um regime muito interessante para os empresários, porque possibilita que as mercadorias, enquanto depositadas, sejam submetidas às seguintes operações: a) exposição, demonstração e testes de funcionamento; b) industrialização, nas suas diversas modalidades; c) manutenção ou reparo. Entreposto Aduaneiro na Importação O Regime admite mercadorias importadas com ou sem cobertura cambial. O prazo de permanência da mercadoria no regime, regra geral, será de um ano, prorrogável por igual período; em casos especial, poderá perdurar por, no máximo, três anos. No caso de mercadorias destinadas a feiras, congressos, mostras ou eventos semelhantes, o prazo de vigência será equivalente àquele estabelecido para o alfandegamento do recinto. Entreposto Aduaneiro de Importação A base operacional do entreposto aduaneiro de importação é um recinto alfandegado, de uso público ou privativo (no caso de mercadorias estrangeiras para apresentação em feiras, congressos, mostras etc.). As mercadorias admitidas no regime poderão ser nacionalizadas, com posterior despacho para consumo ou exportação, pelo consignatário ou pelo adquirente. Entreposto Aduaneiro de Exportação É o regime especial que permite o armazenamento de mercadorias destinadas a exportação, nas modalidades comum (com suspensão do pagamento de tributos) ou extraordinário (concedido a trading companies, com direito à utilização dos benefícios fiscais de incentivo à exportação, antes do embarque para o exterior). O prazo de permanência da mercadoria no regime depende do regime adotado: a) No regime comum, 1 ano prorrogável por igual período (ou até o total de 3 anos, em situações especiais). b) No caso de regime extraordinário, será de 180 dias. Entreposto Industrial sob Controle Informatizado (RECOF) Entreposto Industrial sob Controle Informatizado (RECOF) É o regime que permite à empresa importar, com ou sem cobertura cambial, e com suspensão do pagamento de tributos, sob controle aduaneiro informatizado, mercadorias que, depois de submetidas a uma operação de industrialização, sejam destinadas a exportação. Este regime especial, normalmente utilizado por grandes empresas, prevê um controle informatizado das operações de importação e posterior exportação, por meio de um software específico que faz a auditoria dos procedimentos. A autorização para operar no regime é de competência da Receita Federal do Brasil; O prazo de suspensão do pagamento dos tributos incidentes na importação será de até um ano, prorrogável por período não superior a um ano. (casos especiais: até 5 anos); A empresa beneficiária responderá pela custódia e guarda das mercadorias na condição de fiel depositária. 4
5 Exportação Temporária Exportação Temporária O regime de exportação temporária é o que permite a saída, do Brasil, com suspensão do pagamento do imposto de exportação, de mercadoria nacional ou nacionalizada, condicionada à reimportação em prazo determinado, no mesmo estado em que foi exportada. A exportação temporária é uma espécie de contrapartida do regime de admissão temporária; assim, do mesmo modo que em certas situações pode haver bens provenientes do exterior que devam permanecer por tempo determinado no nosso território aduaneiro, com a suspensão dos tributos incidentes na importação, igual fenômeno ocorre em relação a produtos brasileiros cujo destino seja outros países, desde que em caráter não permanente. Exportação Temporária Prazo: será de até um ano, prorrogável, a juízo da autoridade aduaneira, por período não superior, no total, a dois anos (excepcionalmente, o prazo poderá ser aumentado pelo Ministro da Fazenda). O prazo também pode ser vinculado a contrato de prestação de serviços por prazo certo ou, ainda, no caso de contratos de arrendamento operacional, aluguel ou empréstimo. Exportação temporária para aperfeiçoamento passivo Este regime permite a saída, do Brasil, por tempo determinado, de mercadoria nacional ou nacionalizada, para ser submetida a operação de transformação, elaboração, beneficiamento ou montagem, no exterior, e a posterior reimportação, sob a forma do produto resultante, com pagamento dos tributos sobre o valor agregado (aplica-se, também, a reparos, consertos ou restauração). Loja Franca É o regime aduaneiro especial que permite a estabelecimento instalado em zona primária de porto ou de aeroporto alfandegado vender mercadoria nacional ou estrangeira a passageiro em viagem internacional, contra pagamento em cheque de viagem ou em moeda estrangeira conversível (atualmente aceita-se pagamento em reais). O regime é concedido mediante licitação concorrencial. Poderão ser admitidas no regime mercadorias nacionais. Depósito Especial É o regime aduaneiro especial que permite a estocagem de partes, peças, componentes e materiais de reposição ou manutenção, com suspensão do pagamento dos tributos federais, para veículos, máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos, estrangeiros, nacionalizados ou não, de acordo com definição do Ministro da Fazenda. Regra geral, as mercadorias devem ser importadas sem cobertura cambial e o prazo de permanência será de até 5 anos. 5
6 Depósito Afiançado Depósito Alfandegado Certificado O regime aduaneiro especial de depósito afiançado é o que permite a armazenagem, com suspensão do pagamento de tributos, de materiais importados sem cobertura cambial, destinados à manutenção e ao reparo de embarcação ou de aeronave pertencentes a empresa autorizada a operar no transporte comercial internacional, inclusive rodoviário, e utilizadas nessa atividade. Vale, também, para as chamadas provisões de bordo. O prazo é de até 5 anos. O regime de depósito alfandegado certificado é o que permite considerar exportada, para todos os efeitos fiscais, creditícios e cambiais, a mercadoria nacional depositada em recinto alfandegado, vendida a pessoa sediada no exterior, mediante contrato de entrega no território nacional e à ordem do adquirente. Trata-se da chamada exportação fictícia, na qual o produto não deixa o país, mas recebe o tratamento jurídico de exportado. O regime pode ser concedido por até um ano. Depósito Franco O regime aduaneiro especial de depósito franco é o que permite, em recinto alfandegado, a armazenagem de mercadoria estrangeira para atender ao fluxo comercial de países limítrofes com terceiros países. O regime de depósito franco será concedido somente quando autorizado em acordo ou convênio internacional firmado pelo Brasil. É o caso, por exemplo, dos depósitos francos do Paraguai, localizados nos portos de Santos e Paranaguá. Zona Franca de Manaus A entrada de mercadorias estrangeiras na Zona Franca de Manaus, destinadas a seu consumo interno, industrialização em qualquer grau, inclusive beneficiamento, agropecuária, pesca, instalação e operação de indústrias e serviços de qualquer natureza, bem como a estocagem para reexportação, será isenta dos impostos de importação e sobre produtos industrializados (exceções: armas e munições; fumo; bebidas alcoólicas; automóveis de passageiros; e produtos de perfumaria, toucador, preparados e preparações cosméticas em geral. Zona Franca de Manaus As isenções são condicionadas a finalidades específicas, aplicáveis às empresas localizadas na ZFM. As mercadorias entradas na ZFM poderão ser posteriormente destinadas à exportação para o exterior, ainda que usadas, com a manutenção da isenção dos tributos incidentes na importação. A remessa de mercadorias de origem nacional para consumo ou industrialização na ZFM será, para efeitos fiscais, equivalente a uma exportação brasileira para o exterior (com as exceções anteriormente vistas). Denomina-se internação a entrada, em outros pontos do território aduaneiro, de mercadoria procedente da ZFM (hipóteses em que estão sujeitas aos tributos devidos na importação). 6
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