Autoria: Luis Felipe Nascimento

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1 Resumo Quando a Gestão Social e a Gestão Ambiental se Encontram Autoria: Luis Felipe Nascimento Neste artigo propõe-se uma reflexão sobre a origem dos conceitos de Gestão Social e da Gestão Ambiental, a evolução destes conceitos e os fatos levaram a aproximação destes dois conceitos. O surgimento da Gestão Socioambiental, ou denominações similares, é mais do que a soma das partes, representa uma nova concepção do papel das organizações. Para a produção deste artigo foi realizado uma pesquisa na literatura, identificando os fatos marcantes nas últimas seis décadas. O resultado desta análise explicita que a Gestão Social e Ambiental partiram de pontos distantes, mas a realidade das organizações e os impactos por elas causados, foram os responsáveis por esta fusão, formando a Gestão Socioambiental. Palavras Chaves: Gestão Social, Gestão Ambiental, Gestão Sociambiental 1. Introdução O surgimento, desenvolvimento e desaparecimento de conceitos fazem parte do seu ciclo de vida, mas alguns conceitos não desaparecem, eles se transformam ou se fundem com outros. Este artigo tem por objetivo analisar a trajetória dos conceitos relacionados a Gestão Social e de conceitos relacionados a Gestão Ambiental. Nos próximos itens serão descritos os principais eventos, iniciativas e conceitos, que ao longo de seis décadas, contribuíram para a construção dos conceitos de Gestão Social e Gestão Ambiental. Enquanto no passado as organizações falavam em ações filantrópicas, ações sociais ou de controle da poluição, atualmente os termos mais utilizados são responsabilidade social empresarial, responsabilidade social corporativa, ações e produtos ambientalmente corretos, responsabilidade ambiental, etc. Não houve apenas uma alteração nos nomes, houve também uma ampliação dos conceitos e do papel das organizações perante a sociedade. Mas o que levou as organizações a desenvolverem ações além do que são exigidas por lei? Por que uma empresa privada deveria se preocupar com o bem estar de uma comunidade ou com o futuro das próximas gerações? Não seria isto uma utopia numa sociedade capitalista onde a razão para a criação de uma empresa é a obtenção do lucro? Estas e outras questões serão analisadas ao longo deste artigo. No próximo item são apresentados os dados na forma de quadros, identificados por décadas. 2. Histórico e Evolução dos Conceitos de Gestão Ambiental e Gestão Social Existem registros históricos de milhares de anos que podem ser considerados ações de gestão social ou ambiental. Neste artigo iremos considerar a década de 50 como o início da preocupação com a gestão social e com a gestão ambiental moderna. Curiosamente, no ano de 1953 ocorreram dois fatos marcantes. O acidente na Baía de Minamata, no Japão, que resultou de um derramamento de mercúrio, é um marco nos debates sobre os problemas ambientais. No mesmo ano ocorreu o lançamento do livro Social Responsability of the Businessman de Howard R. Bowen nos EUA. Até então, o meio ambiente era considerado o local para o descarte dos resíduos da produção industrial e de todas as ações do homem. Acreditava-se que a natureza tinha a capacidade de assimilar tudo o que nela era jogado. Era como se a natureza fosse um grande

2 filtro, onde tudo que caia no solo, na água ou lançado na atmosfera seria limpo e desapareceria, sem causar danos ao homem. O mesmo acontecia na área social. As pessoas mais necessitadas solicitavam ajuda aos que possuíam recursos disponíveis. Os donos de empresas eram alvo de pedidos de pessoas físicas, como também de organizações ou comunidades e, em muitos casos, faziam doações e ajudavam seus empregados ou as organizações e comunidades carentes, indo além das suas responsabilidades legais. Estas doações ocorriam por motivações religiosas, culturais ou humanitárias e tornaram-se conhecidas como ações filantrópicas. Filantropia significa a ação de doar dinheiro ou outros bens a favor de instituições ou pessoas que desenvolvam atividades com mérito social. É vista como uma forma de promover o desenvolvimento e melhorias sociais, suprindo uma lacuna deixada pelo estado. As repercussões do acidente de Minamata e do livro de Bowen sobre a Responsabilidade Social dos Homens de Negócio, provocam reflexões sobre a realidade social e ambiental, que até então pareciam ser imutáveis. O quadro 1 mostra os fatos marcantes da década de 50. Quadro 1. Evolução da Gestão Social e da Gestão Ambiental na Década de Acidente de Minamata (Japão) derramamento de mercúrio. Efeito: 700 mortos e 9000 doentes crônicos 1957 Tcheliabinski (União Soviética) primeiro acidente nuclear Lançamento livro Social Responsability of the Businessman de Howard R. Bowen, EUA, onde afirma: as organizações existem graças ao contexto social em que estão inseridas e são agentes sociais, por isto possuem valor Da mesma forma que o livro de Bowen foi um marco para a Gestão Social, o livro Primavera Silenciosa de Rachel Carson alertava para os perigos do uso de pesticidas e poluentes. Carson estudava os pássaros e temia que o uso de pesticidas iria terminar com eles, deixando a primavera sem o canto dos pássaros. Este livro e a luta em defesa do meio ambiente realizada por Carson, mesmo quando foi pressionada pelas indústrias químicas, tornaram-se um marco para a história moderna da gestão ambiental. A preocupação com a responsabilidade social das empresas também avançou nesta década, destacando-se o trabalho de McGuirre que entendia que as empresas não deveriam ajudar a sociedade onde estavam inserida apenas por razões humanitárias, mas como um compromisso moral. Quadro 2. Evolução da Gestão Social e da Gestão Ambiental na Década de Lançamento livro A Primavera Silenciosa de Rachel Carson, onde ela alertava para os perigos do uso de pesticidas e poluentes. Nesta década houve avanços conceituais. Joseph W. McGuire defendia: a responsabilidade social supõe que a organização não tem apenas obrigações legais e econômicas, mas também obrigações com a sociedade 2

3 que vão além destas obrigações. A década de 70 é conhecida na área ambiental como a década do Comando e Controle, pois foi neste período que se desenvolveram as políticas e instrumentos para disciplinar as ações das organizações e controlá-las. Estas políticas foram impulsionadas pela Conferencia de Estocolmo em 1972, pois posterior a esta Conferencia foram criadas as secretarias de meio ambiente e legislações sobre o uso dos recursos naturais e disposição de resíduos. As empresas não poderiam mais jogar os seus resíduos nos rios os nos terrenos disponíveis. A gestão social recebeu um grande impulso com a publicação da lei francesa que determinava que as empresas deveriam publicar os seus balanços sociais. Este tema foi difundido no Brasil por meio da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas. Quadro 3. Evolução da Gestão Social e da Gestão Ambiental na Década de Relatório Os Limites do Crescimento desenvolvido por um grupo de cientistas para o Clube de Roma Conferência de Estocolmo primeira conferencia da ONU para o meio ambiente. Participação de 113 países e 250 ONGs. Resultados: Criação de órgãos de controle ambiental em diversos países, criação do PNUMA,etc 1976 Acidente de Seveso (Itália) incêndio numa indústria de pesticidas. Resultado: emissão de grande quantidade de dioxinas Lei /77 da França determina a publicação do balanço social orientado pelas relações de trabalho 1977 ACDE Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas, no seu segundo encontro nacional discute o tema Balanço Social Empresarial 1978 Selo Ecológico (Alemanha) primeiro selo ecológico denominado de Anjo Azul A década de 80 é rica em acontecimentos, pois foi o período quando ocorreram os piores acidentes ambientais. Em 1984 ocorreu o acidente de Bohpal na Índia, em 1986 o acidente de Chernobil na Ucrânia, no mesmo ano o acidente na Basiléia na Suíça e, em 1989 o acidente conhecido como Exxon Valdez no Alasca. Em cinco anos ocorreram quatro grandes acidentes que chocaram a humanidade. As empresas não podiam mais dizer que tratavam-se de fatos esporádicos, pois temia-se que os acidentes iriam se intensificar nos próximos anos. Nesta década surgem os primeiros estudos relacionando a Responsabilidade Social e lucratividade. Em 1984 Freeman dissemina o conceito de Stakeholder definindo-o como qualquer grupo ou indivíduo que pode afetar ou é afetado pelo alcance dos objetivos organizacionais 3

4 Quadro 4. Evolução da Gestão Social e da Gestão Ambiental na Década de Criação do IBASE (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas) 1982 Prêmio ECO criado pela Câmara de Comércio Americana de São Paulo (AMCHAM) tinha por objetivo reconhecer e promover nacionalmente projetos de ação social Acidente de Bohpal (Índia) lançamento de gases tóxicos na atmosfera pela Empresa Union Carbide. Resultado: mortos e mais de doentes crônicos Empresa Nitrofértil (estatal localizada no Pólo Petroquímico da Bahia) foi a primeira empresa a publicar um balanço social no Brasil 1984 Freeman define o termo Stakeholder como: qualquer grupo ou indivíduo que pode afetar ou é afetado pelo alcance dos objetivos organizacionais 1986 Acidente de Chernobil (Ucrânia) acidente nuclear. Resultado: 31 mortos instantâneamente e, passado 10 anos constatou-se: 134 pessoas confirmadas com síndrome aguda de radiação e 237 suspeitas. Desde o acidente ocorreram casos de câncer na região Acidente da Basiléia (Suíça) foram derramados no rio Reno litros de pesticidas. Resultado: morte de peixes Relatório Nosso Futuro Comum, conhecido como relatório Brundtland 1987 Protocolo de Montreal proíbe a produção dos CFCs 1988 Constituição Brasileira Cap. VI: todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado Acidente Exxon Valez (Alasca) 37 milhões de litros de óleo são derramados no mar 1989 Convenção da Basiléia (Suíça). regulamenta a movimentação transfronteiriça de resíduos perigosos 4

5 A década de 90 novamente é rica em acontecimentos. O Brasil é o anfitrião da segunda Conferencia da ONU para discutir os problemas do meio ambiente, que tornou-se conhecida como a Conferencia Rio 92. Os acidentes ambientais da década de 80 repercutem na área social levando ao surgimento das normas AS 8000 de avaliação da responsabilidade social das organizações e a AA 1000, um padrão internacional de gestão da responsabilidade corporativa. Surgem também ações na área econômica que valorizam as boas práticas sociais e ambientais, como foi o lançamento do índice de sustentabilidade Dow Jones. No Brasil foi criado nesta década o Instituto Ethos e fortaleceu-se a discussão sobre a ética nos negócios. O tema cidadania corporativa difundiu-se entre as empresas levando-as a repensarem suas práticas de filantropia. Na área ambiental houve uma mudança de enfoque, as empresas passaram a priorizar uma gestão mais ecoeficiente em vez de se preocuparem com a gestão dos resíduos. O termo prevenção ganhou força e a remediação passou a ser visto como uma despesa evitável. No cenário internacional destacaram-se o lançamento da série ISO 14000, que difundiuse rapidamente no Brasil, inicialmente entre as grandes empresas, e num segundo momento para os fornecedores destas grandes empresas. O protocolo de Quioto tornou-se mais conhecido pela discordância dos EUA do que pelos efeitos que a sua não assinatura poderia causar. O tema alterações climáticas ainda era pouco difundido entre a população brasileira. Quadro 5. Evolução da Gestão Social e da Gestão Ambiental na Década de Rio 92 Segunda Conferência da ONU para o Meio Ambiente. Presença de 172 países e participantes. Resultados: Documentos - Agenda 21; Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Sustentabilidade; Princípios para a Administração Sustentável das Florestas; etc Clarkson apresenta outra definição para Stakeholder: Estão divididos em dois grupos. Os voluntários são os que investem seu capital na organização, possuindo uma relação financeira com esta. Os involuntários são expostos aos riscos das atividades organizacionais como um todo Empresa Amiga da Criança um projeto criado pela Fundação Abrinq 1997 Criação do CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável) Criação do GRI (Global Reporting Initiative) 1997 Protocolo de Quioto - Convenção sobre Mudanças Climáticas 1997 Lançamento da Norma ISO Criação do Instituto Ethos 1998 Selo Balanço Social/Betinho lançado pelo IBASE, o qual conferia padrão de excelência na prestação de contas da empresa para a sociedade. 5

6 1998 SA 8000 Norma internacional de avaliação da Responsabilidade Social 1999 Lançamento do DJSI (Dow Jones Sustainability Index) 1999 OHSAS Norma sobre sistema de gestão de saúde e segurança no trabalho 1999 AA 1000 Padrão internacional de gestão da Responsabilidade Corporativa 1999 Publicação do Código de Melhores Práticas de Governança Corporativa pelo IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) A virada do milênio trouxe boas notícias com o crescimento das ações públicas e privadas na área social e ambiental. Bancos públicos e privados passaram a se integrar, seja oferecendo produtos como o Programa de Investimento Social de Empresas criado pelo BNDES, seja estimulando investimentos em empresas social e ambientalmente responsáveis. Muitas organizações lançam suas cartilhas e recomendações para que seus associados tomem conhecimento e passem a ver as restrições sociais e ambientais como oportunidades de negócio. Os termos social e ambiental aparecem juntos nos relatórios de balanço social e nas normas ambientais ou sociais. Torna-se cada vez mais difícil falar de um sem lembrar do outro. Não é possível falar em Desenvolvimento Sustentável sem considerar os aspectos sociais, econômicos e ambientais. As empresas começam a falar em equilíbrio entre as três variáveis, a destacar que estão engajadas em promover o desenvolvimento sustentável. Quadro 6. Evolução da Gestão Social e da Gestão Ambiental no Século XXI 2000 Lançamento do Guia de Boa Cidadania Corporativa pela Revista Exame e Instituto Ethos 2001 Prêmio Balanço Social lançado por várias organizações 2001 Convenção de Estocolmo sobre FTSE4 Good Index Series lançado Poluentes Orgânicos Persistentes para ser um benchmark para os gestores (POPs) de carteiras de investimento socialmente responsáveis 2001 Publicações sobre Consumo Sustentável 2002 Rio + 10 Convenção Mundial realizada em Joanesburgo (África do Sul) pelo Instituto Akatu Publicação da Cartilha de Governança Corporativa pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) 2003 Mapa do Terceiro Setor um banco de dados sobre ONGs lançado pela FGV e Fundações ORSA e Salvador Arena 2003 Bolsa de Valores Sociais criado pela BOVESPA 2003 Programa de Apoio a Investimentos Sociais de Empresas lançado pelo 6

7 3. O surgimento de Novos Conceitos BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) Conforme demonstrado nos quadros no item 2, nesta trajetória surgiram diversos conceitos que cabem ser melhor definidos, como por exemplo: - Empresa Cidadã A Empresa Cidadã ou a Cidadania Organizacional é, segundo Fischer (2002), a cidadania organizacional busca integrar de forma consistente a visão de dentro para fora e de fora para dentro da organização. Neste contexto, a gestão de pessoas deve propiciar condições e recursos para que se desenvolva a cultura da cidadania. A cidadania empresarial é o resultado das ações internas e externas de uma organização (Mello Neto e Froes, 1999). - Fundações vinculadas às empresas muitas organizações criaram uma fundação para tratar dos aspectos relacionados as atividades de responsabilidade social, enquanto que a empresa foca-se na sua atividade fim. Esta alternativa apresenta prós e contras, pois por um lado argumentam os seus defensores de que a criação de uma fundação permitiu à empresa dedicar-se a sua atividade fim. Por outro lado, os críticos dizem que a fundação afasta os trabalhadores das atividades de RSC, dificultando sua interação com as atividades da fundação. - Marketing Social Segundo Melo Neto e Fróes (2001) o Marketing Social pode ser divido em cinco categorias: - Marketing da Filantropia doações de produtos e dinheiro realizadas pela própria empresa para entidades assistências; - Marketing das Campanhas Sociais tem apelo emocional e contribui para a conscientização da população sobre determinado tema. Geralmente tem o apoio da mídia e resulta num bom retorno publicitário para quem promove; - Marketing de patrocínio de projetos sociais (próprios ou de terceiros) busca melhoria da imagem de quem promove, melhorando sua relação como os stakeholders. - Marketing de relacionamento utiliza o pessoal de vendas, representantes e distribuidores para orientar os clientes e parceiros. Objetiva fidelizar os clientes e promover a marca; - Marketing da promoção social do produto e da marca ocorre por meio do licenciamento do nome ou do logo de alguma entidade sem fins lucrativos, dando em troca uma percentagem do faturamento para o proprietário da marca. Este licenciamento dá um status de socialmente responsável para a marca e produto. - Desenvolvimento Sustentável é entendido por algumas linhas de pensamento como sinônimo de sustentabilidade econômica, ou seja, com enfoque na perenidade daquela atividade. Para esta linha de pensamento, as variáveis sociais e ambientais são de menor importância. Isto significa dizer que quando a organização enfrentar dificuldades financeiras, realizará cortes nas áreas menos importantes, como as ações sociais e ambientais. Por outro lado, existem empresas que estão inserindo as variáveis sociais e ambientais no seu planejamento estratégico e tornando estas ações como importantes para o negócio da organização. Estes e outros conceitos são utilizados, e precisam ser compreendidos, quando se define a gestão socioambiental, descrita no próximo item. 7

8 4. O surgimento da Gestão Socioambiental A realidade e o surgimento de novos conceitos aproximaram as questões sociais e ambientais. Não mais como separar a gestão social da gestão ambiental. A gestão sócioambiental não é apenas a unificação das variáveis social e ambiental na gestão das organizações. A gestão socioambiental ocorre pelo fato das questões ambientais possuírem interfaces com as questões sociais e vice-versa. O impacto ambiental, geralmente, provoca também um impacto social. Por exemplo, a poluição do rio mata o peixe e prejudica o pescador, o banhista e toda a população que servia-se do rio. Portanto, tratar a poluição do rio apenas como um problema ambiental significa abordar apenas parte do problema. Neste caso, a gestão sócioambiental irá analisar as causas da poluição, os danos causados, formas de remediação, bem como os impactos sociais do dano ambiental. Embora não seja o foco principal, a questão econômica não pode ser deixada de lado, pois o pescador não terá mais sua fonte de renda, a remediação terá um custo, a população terá que ser abastecida de água por outra fonte, que provavelmente será mais cara do que a captação da água do rio, enfim, o dano ambiental provoca uma elevação dos custos aos usuários diretos e indiretos do recurso natural atingido. 5. Considerações Finais Considerando que as ações sociais e ambientais devem estar cada vez mais integradas, é recomendável que as organizações invistam na unificação dos sistemas de gestão social e ambiental, vendo isto como uma oportunidade de obter ganho de eficiência. Embora a unificação de sistemas de gestão implique em esforços consideráveis, pois da mesma forma que os conceitos tiveram origens diferentes, os profissionais que atuam nestes setores possuem formações diferentes e sensibilidades distintas. Para que ocorra realmente uma unificação é necessário uma decisão de diretoria e uma implantação gradual integrando os objetivos. No âmbito acadêmico também ocorre uma certa cisão, pois os pesquisadores da área social costumam freqüentar eventos e publicar seus papers em periódicos distintos dos pesquisadores da área ambiental, e vice-versa. Tem-se aqui também um desafio de unificação de interesses e de linguagem, superando eventuais pré-conceitos. Referencias Bibliográficas ASHLEY, Patrícia. A. et. Al. Ética e responsabilidade social nos negócios. 1 ed. 2 tiragem. São Paulo: Saraiva, BALANÇO SOCIAL. Disponível em: Acessado em 15 de novembro de BARBOSA, Luciane Neves. A Relação entre a responsabilidade social corporativa e a criação de valor para os investidores: o caso da Petrobrás. Dissertação de Mestrado, COPPEAD, UFRJ, BESSER, Terry L. The significance of Community to Business Social Responsability. Rural Sociology 633 (1999), CARROL, Archie B. A Three-dimensional conceptuyal model of corporate performance. Academy of Management Review, v. 4, n. 4, p ,

9 CARROL, Archie B. Corporate social responsibility: evolution of a definitional construct. Journal of Business Ethics, v. 38, n. 3, p , CARROL, Archie B. The pyramid of corporate social responsibility: toward the moral management of organizacional stakeholders. Business Horizons, v. 34, n.4, p.39-48, CLARKSON, Max B. E. A stakeholder framework for analyzing and evaluating corporate social performance. Academy of Management Review, v. 20, n.1, p , FISCHER, Rosa Maria, et. All. A responsabilidade pelo desenvolvimento. International Society for Third Sector Research, Disponível em: MELO NETO, Francisco Paulo de; FROES, César. Gestão da responsabilidade social corporativa: o caso brasileiro. Rio de Janeiro. Qualitymark,