ACOMPANHAMENTO DO TRABALHADOR HIPERTENSO EM ATIVIDADES DE RISCO
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- Guilherme Freire
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1 17 CONGRESSO NACIONAL DA ANAMT ATUALIZAÇÃO CLÍNICA PARA OS MÉDICOS DO TRABALHO ATUALIZAÇAO EM CARDIOLOGIA BRASÍLIA - 17/05/2019 ACOMPANHAMENTO DO TRABALHADOR HIPERTENSO EM ATIVIDADES DE RISCO Julizar Dantas
2 DECLARAÇÃO DE CONFLITOS DE INTERESSE Declaro não ter conflito de interesses. Currículo Lattes no site CNPQ (Plataforma Lattes) Julizar Dantas
3 HIPERTENSÃO ARTERIAL Hipertensão arterial é condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos 140 e/ou 90 mmhg. MALACHIAS, Marcus Vinícius Bolívar et al. 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Rio de Janeiro, v. 107, n. 3, supl. 3, p , set
4 CLASSIFICAC A O DA PRESSÃO ARTERIAL MEDIÇÃO CASUAL OU NO CONSULTO RIO ( 18 ANOS) Classificação PAS (mm Hg) PAD (mm Hg) Normal Pré-hipertensão Hipertensão estágio Hipertensão estágio Hipertensão estágio Quando a PAS e a PAD situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada para classificac a o da PA. Considera-se hipertensa o sistólica isolada se PAS 140 mm Hg e PAD < 90 mm Hg, devendo a mesma ser classificada em estágios 1, 2 e 3. MALACHIAS, Marcus Vinícius Bolívar et al. 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Rio de Janeiro, v. 107, n. 3, supl. 3, p , set
5 HIPERTENSÃO ARTERIAL E APTIDÃO PARA O TRABALHO A hipertensão arterial afeta a aptidão para o trabalho devido ao risco aumentado de eventos cardiovasculares _ morte súbita, acidente vascular encefálico (AVE), infarto agudo do miocárdio (IAM), insuficiência cardíaca (IC), doença arterial periférica (DAP) _ e doença renal crônica (DRC).
6 FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR IDADE SEXO MASCULINO HEREDITARIEDADE DISLIPIDEMIAS OBESIDADE VIDA SEDENTÁRIA FUMO HIPERTENSÃO ARTERIAL DOENÇA CARDIOVASCULAR DIETA ATEROGÊNICA OUTROS DIABETES EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL (MP 2,5 / CS 2 / CO...) INFLAMAÇÃO FATORES PSICOSSOCIAIS (Estresse, depressão... )
7 ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR PRÉ-EVENTO Informações indispensáveis: Idade Colesterol total/hdl/ldl Tabagismo Sexo Pressão Arterial Diabetes mellitus Exames: Colesterol Fracionado Glicemia D IA B ET ESCORE DE FRAMINGHAM (ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO) E S BAIXO <10% MÉDIO 10 20% ALTO > 20%
8 RISCO CARDIOVASCULAR (ESCORE DE FRAMINGHAM) PETROBRAS/REGAP - 01/01 a 31/12/2008 0,6% 17,1% Alto Médio Baixo 82,3%
9 ESCORE DE FRAMINHAM - VALOR PREDITIVO ESCORE DE FRAMINGHAM 20% (RISCO ALTO) SENSIBILIDADE: 66% ESPECIFICIDADE: 74% VALOR PREDITIVO POSITIVO: 21.9% VALOR PREDITIVO NEGATIVO: 95.0% Parinya C; Simmons RK; Sharp S; Wareham NJ; Griffin SJ; Hori H; Khaw, KT. A simple risk score using routine data for predicting cardiovascular disease in primary care. Br J Gen Pract Aug 1; 60(577): e327 e334. Published online 2010 Jul 26. doi: /bjgp10X Disponível em Acesso em 12 mai 2019
10 ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO NO PACIENTE HIPERTENSO DE ACORDO COM FATORES DE RISCO ADICIONAIS, PRESENÇA DE LESÃO EM ÓRGÃO-ALVO E DE DOENÇA CARDIOVASCULAR OU RENAL MALACHIAS, Marcus Vinícius Bolívar et al. 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Rio de Janeiro, v. 107, n. 3, supl. 3, p , set
11 MALACHIAS, Marcus Vinícius Bolívar et al. 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Rio de Janeiro, v. 107, n. 3, supl. 3, p , set
12 DOENÇA CV E RENAL ESTABELECIDA PARA AVALIAÇÃO DO RISCO ADICIONAL NO HIPERTENSO (RISCO ADICIONAL MUITO ALTO) Doença cerebrovascular (AVE isquêmico, hemorragia cerebral, AIT) DAC (angina, IAM, CRVM ou angioplastia percutânea) Insuficiência cardíaca (FEVE reduzida ou preservada) Doença arterial periférica dos membros inferiores sintomática Doença renal crônica estágio 4 (RFG-e < 30 ml/min/1,73m2) ou albuminúria > 300 mg/24 h Retinopatia avançada: hemorragias, exsudatos, papiledema MALACHIAS, Marcus Vinícius Bolívar et al. 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Rio de Janeiro, v. 107, n. 3, supl. 3, p , set
13 ESCORE DE RISCO GLOBAL (ERG) Quando o indivi duo na o se enquadra em nenhuma das condições da etapa 1, a pro xima fase deve ser a estimativa do Escore de Risco Global (ERG). Considerar alto risco os homens com ERG > 20% e as mulheres com ERG > 10%. CALCULADORA DE RISCO CARDIOVASCULAR - SBC MALACHIAS, Marcus Vinícius Bolívar et al. 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Rio de Janeiro, v. 107, n. 3, supl. 3, p , set
14 Os pacientes de risco intermedia rio, que apresentam quaisquer fatores agravantes sa o reclassificados para alto risco". MALACHIAS, Marcus Vinícius Bolívar et al. 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Rio de Janeiro, v. 107, n. 3, supl. 3, p , set
15 DIRETRIZES PARA AVALIAÇÃO DA APTIDÃO CARDIOVASCULAR NA AVIAÇÃO CIVIL CANADENSE Em qualquer visita, uma pressão arterial sistólica (PAS) 180 mmhg ou pressão arterial diastólica (PAD) 110 mmhg (estágio 3) é incompatível com certificação médica na aviação civil canadense. Guidelines for the Assessment of Cardiovascular Fitness in Licensed Aviation Personnel Transport Canada Civil Aviation Medicine Ottawa, Ontario, February, 2012.
16 MEDICINA DO TRÁFEGO Para os candidatos à obtenção ou renovação da CNH que apresentem PAS 160 mmhg e/ou PAD 100 mmhg deverá ser feita nova medida da pressão arterial em uma segunda ocasião. a - Aprovação sem restrições para candidatos com valores de PAS < 160 mmhg e PAD < 100 mmhg. Manual de medicina de tráfego. São Paulo: Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, p.
17 MEDICINA DO TRÁFEGO b - Aprovação com restrição do prazo de validade para 2 anos para os candidatos que apresentarem valores da PAS entre 160 e 179 mmhg e/ou PAD entre 100 e 109 mmhg (estágio 2). c - Considerar inaptos temporariamente os candidatos que apresentem valores da PAS 180 mmhg e/ou PAD 110 mmhg (estágio 3). Manual de medicina de tráfego. São Paulo: Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, p.
18 ATIVIDADES CRÍTICAS Hipertensão arterial, estágio 2 (PAS entre 160 e 179 ou PAD entre 100 e 109 mmhg) associada a 3 fatores de risco, LOA, SM ou DM, representa inaptidão temporária para atividades críticas (Ex.: espaço confinado; trabalho em altura, temperaturas extremas; mergulho; trabalho com atividade física vigorosa...). Dantas, J.. Patologia cardiovascular relacionada ao trabalho. In: René Mendes. (Org.). Patologia do trabalho. 3 a. ed. Rio de janeiro: Atheneu, 2013.
19 ATIVIDADES CRÍTICAS HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA - INAPTIDÃO TEMPORÁRIA PARA ATIVIDADES CRÍTICAS. Medir a pressão arterial em posição supina e após 1 minuto de ortostase. Diagnóstico: queda sintoma tica da PAS 20 mmhg ou PAD 10 mmhg. Ocorrência: uso de medicamentos (anti-hipertensivos, nitratos, antidepressivos tricíclicos, antipsicóticos...), neuropatia autonômica, DM (10% incidência), desidratação, uso de drogas e idosos. Juraschek P; Daya N; Rawlings M et al. Association of History of Dizziness and Long-term Adverse Outcomes With Early vs Later Orthostatic Hypotension Assessment Times in Middleaged Adults. JAMA Intern Med. 2017;177(9): doi: /jamainternmed
20 INAPTIDÃO TEMPORÁRIA Hipertensão arterial, estágio 3 (PAS 180 ou PAD 110 mmhg), urgências e emergências hipertensivas devem ser tratadas imediatamente e são condições incapacitantes temporárias para o trabalho. Dantas, J.. Patologia cardiovascular relacionada ao trabalho. In: René Mendes. (Org.). Patologia do trabalho. 3 a. ed. Rio de janeiro: Atheneu, 2013.
21 ENCAMINHAMENTO À PERÍCIA DO INSS Emitir relatório contendo: I. o diagnóstico; II. os resultados dos exames complementares; III. a conduta terapêutica; IV. o prognóstico; V. as consequências à saúde do paciente; VI. o provável tempo de repouso recomendado. É competência legal do médico perito, a decisão do tipo e duração do benefício previdenciário. RESOLUÇÃO CFM nº 1.851/2008
22 ENCAMINHAMENTO À PERÍCIA DO INSS Hipertensão arterial associada às condições clínicas: Doença cerebrovascular (AVE isquêmico, hemorragia cerebral, AIT) DAC (angina, IAM), Insuficiência cardíaca Doença arterial periférica dos membros inferiores sintomática Doença renal crônica estágio 4 (RFG-e < 30 ml/min/1,73m2) ou albuminúria > 300 mg/24 h Retinopatia avançada: hemorragias, exsudatos, papiledema.
23 ENCAMINHAMENTO À PERÍCIA DO INSS A cardiopatia hipertensiva grave caracteriza-se pela presença de HVE (massa VE > 163 g/m 2 em homens e 121 g/m 2 em mulheres) que não regride com o tratamento, disfunção sistólica VE (FEVE < 40%), arritmias complexas relacionadas à hipertensão arterial e cardiopatia isquêmica grave associada. DUTRA, Oscar P.. II Diretriz brasileira de cardiopatia grave. Arq. Bras. Cardiol., São Paulo, v. 87, n. 2, p , Aug
24 INAPTIDÃO PARA A MAIORIA DAS FUNÇÕES ENCAMINHAMENTO À PERÍCIA DO INSS O trabalhador hipertenso classificado no grau de risco muito alto, associado aos parâmetros seguintes, indica inaptidão para a maioria das funções. FEVE: 25-35% VO2 máximo < V0 2 máx. 17,5 ml/kg/min. (5 METs) Teste de caminhada de seis minutos: m Classe funcional III (NYHA) Dantas, J.. Patologia cardiovascular relacionada ao trabalho. In: René Mendes. (Org.). Patologia do trabalho. 3 a. ed. Rio de janeiro: Atheneu, 2013.
25 INAPTIDÃO PARA TODAS AS FUNÇÕES ENCAMINHAMENTO À PERÍCIA DO INSS O trabalhador hipertenso classificado no grau de risco muito alto, associado aos parâmetros seguintes, está inapto para todas as funções. FEVE < 25% VO2 máximo < 10 ml/kg/min Teste de caminhada de seis minutos < 300 m; Classe funcional III/IV (NYHA) persistente. Dantas, J.. Patologia cardiovascular relacionada ao trabalho. In: René Mendes. (Org.). Patologia do trabalho. 3 a. ed. Rio de janeiro: Atheneu, 2013.
26 Promover a saúde inclui a construção de ambientes organizacionais e estilo de vida adaptados às necessidades de ser humano, saudável e produtivo! Obrigado! julizardantas@yahoo.com.br
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