PAULO ROBERTO COSTA SUBSIDIOS PARA A DISCUSSÃO DE PARADIGMAS REFERENTES AO HOMICIDIO NA CONDUÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR

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1 PAULO ROBERTO COSTA SUBSIDIOS PARA A DISCUSSÃO DE PARADIGMAS REFERENTES AO HOMICIDIO NA CONDUÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR Belo Horizonte 2008

2 PAULO ROBERTO COSTA SUBSIDIOS PARA A DISCUSSÃO DE PARADIGMAS REFERENTES AO HOMICIDIO NA CONDUÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR Monografia apresentada ao curso de Especialização em Transportes e Trânsito do Programa de Pós-Graduação Lato Sensu do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais CEFET/MG, como requisito parcial à obtenção do título de Especialista Orientador: Professor Juracy Ventura Belo Horizonte 2008

3 FOLHA DE APROVAÇÃO Na data de de foi realizada a sessão de avaliação final da Monografia. A questão do Homicídio na Condução do Veículo Automotor análise dos institutos jurídicos do homicídio na condução do veículo automotor, visando traçar diretrizes que facilitem a identificação de elementos que possam prevenir e combater o número assustador de homicídios no trânsito brasileiro, vigente do aluno Paulo Roberto Costa. Componentes da Banca: Professor(a) (nome e assinatura) Professor(a) (nome e assinatura) Orientador: Professor Juracy Ventura

4 DEDICATÓRIA (á Maria José Faria Costa) Você que viveu de maneira tão intensa cada minuto de minha luta, nessa minha jornada acadêmica. Você, mãe, amiga, embora invisível aos meus olhos, não se fez ausente... Sua presença a todo instante me inspirou, me ensinou, me ouve e até em certo momento me consola pela nossa separação. Seu exemplo de vida, suas lutas, suas conquistas, suas vitórias, seu sorriso permanente e seu permanente bom-humor, hão de sempre me acompanhar em minha jornada e sempre me servido de lição de vida. A sua maneira peculiar de saborear a vida trouxe para mim a exata convicção de que nossa missão é a de viver com intensidade cada segundo, atribuindo a ele o valor do presente dado por Deus. A saudade que sinto de você não e vazia: é repleta de amor e gratidão por toda sua dedicação e que ainda com toda certeza, me dedica, pois para o amor, não existe distância e nem perda. Só com sua partida consegui entender que, para aqueles que verdadeiramente amam, como te amo e como você me ama, não existe adeus, mas até logo. Até um dia, mãe Maria. Seja feliz...

5 AGRADECIMENTO O primeiro agradecimento é feito a meus pais Raimundo Liberato Costa (in memorian), Maria José Faria Costa (in memorian) pela oportunidade de vida e pelos ensinamentos ministrados. O meu segundo agradecimento vai para minha família que soube compreender as dificuldades que passei para conseguir atingir este objetivo. Também, e com muita satisfação que encontro nestas poucas linhas a oportunidade de agradecer aos meus professores da Faculdade de Direito, cujo apoio foi fundamental para adquirir confiança nos momentos em que não sentia absolutamente seguro de manifestar publicamente a minha idéias e comentários. De modo especial aos grandes amigos Professor Marco Antônio Badaró Bianchini, Professor João Batista, Professor Paolo Mazucato e Professor Humberto Macedo. Não poderia esquecer da Diretoria do DER/MG na pessoa do Dr. Fernando Janotti, Dr. Eugênio Botinha, Dr. Mário Campos e Dr. Milton Teixeira Carneiro, pela confiança neste estudo sério voltado para colaborar na melhoria da prestação do serviço público ao cidadão. E por fim, agradecer a todos os colegas em especial a Jackeline, Betânia, Valéria, Geralda, Davdson e Levi, que de forma direta e indireta colaboram na consecução da meta traçada.

6 EPÍGRAFE Os analfabetos do século XXI não serão os que não souberem ler e escrever, mas os que não souberem aprender, desaprender e reaprender. Alvim Toffler

7 RESUMO Este estudo objetivou analisar a Legislação Penal vigente, buscando contextualizar a adequação típica do homicídio na condução de veiculo automotor, como forma de fornecer amparo técnico e teórico aos estudantes e operadores do direito que atuam na área do direito penal. Inicialmente fez-se uma análise teórica sobre os conceitos relevantes ao tema em estudo, dissecando-se os diferentes tipos de dolo e culpa, relacionando-os aos entendimentos de prestigiados autores da doutrina pátria. Em um segundo momento foi abordado se a nossa legislação vigente está adequada nos perfis de prevenir e reduzir o grande número de homicídios praticados na condução do veiculo automotor. Os demais capítulos seguintes são dedicados ao estudo pormenorizado da jurisprudência correlacionada à teoria, e se a adequação típica dos homicídios praticados na condução do veículo automotor é suficiente dentro dos princípios da prevenção geral e especial da pena.

8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO DO CRIME DOLOSO DO CRIME CULPOSO DA CULPABILIDADE DO ACTIO LIBERA IN CAUSA DA EMBRIAGUEZ DA LEI / DO HOMICIDIO DOLOSO DO ART. 302 DO CTB DA JURISPRUDÊNCIA CONCLUSÃO BIBLIOGRAFIA ANEXOS...49

9 1 INTRODUÇÃO O tema central deste estudo versa acerca do crime de homicídio na condução de veículo automotor, verificando qual o tratamento vem sendo dispensado nesta circunstância. O objetivo geral do estudo é analisar a Legislação Penal vigente, buscando contextualizar a adequação típica do homicídio praticado na condução do veículo automotor O objetivo específico se delimita em analisar se a legislação vigente referente ao assunto estar adequada e se encontra suficientemente munida de recursos para prevenir e reduzir o grande número de homicídios praticados na condução de veículo automotor, e se vem recebendo enquadramento em dolo eventual ou da culpa consciente. O problema levantado: Qual o enquadramento típico dispensado ao homicídio praticado na condução de veículo automotor e será este, dentro de um caráter de prevenção geral e especial da pena, suficiente para conter essa modalidade delituosa? A hipótese do nosso trabalho vai ao encontro da dolosidade eventual, por considerarmos que essa adequação típica é a mais eficiente para conter o grande número de homicídios praticados na condução do veículo automotor. Para tanto, faremos uma analise da jurisprudência pátria, verificando qual o tratamento vem sendo aplicado nos homicídios na condução do veículo automotor nos dias de hoje. A metodologia teve como base a dogmática, analisando a legislação penal no que se refere ao CP, CTB E LEI /2008 (Lei Seca), bem como a jurisprudência afeta ao assunto. A razão da escolha do tema vincula-se à pretensão de dilatar os conhecimentos acadêmicos do autor e desenvolver percepções e contexto jurídico um tanto quanto

10 novo no cenário atual. Além disso, ter-se-á a condição de mesclar o Direito Penal e de Trânsito, buscando esclarecer todas as mudanças ocorridas na legislação acima descrita, com intuito de efetiva contribuição para futuras discussões diretamente ligadas ao trabalho, sobre os debates que estão surgindo sobre o dolo em crimes de trânsito, bem como a interpretação dos novos dispositivos legais, previstos no Código Penal e Trânsito.

11 2. DO CRIME DOLOSO Segundo Rui Stoco (2001, p. 98), o Direito pátrio adotou a Teoria da Vontade para definir o dolo como sendo a intenção mais ou menos perfeita de praticar um fato que se conhece contrário à lei. Tanto no dolo como na culpa há ato voluntário do agente, mas no primeiro caso a conduta já nasce ilícita. No dolo o agente quer a ação e o resultado, ou, pelo menos, assume o risco de tal resultado, ao passo que na culpa ele quer a ação, vindo a atingir o resultado por desvio acidental de conduta proveniente da falta de dever objetivo de cuidado. As espécies de dolo são: Direto (ou determinado): quando o agente visa certo e determinado resultado; Indireto (ou indeterminado): o agente não se dirige a certo e determinado resultado; possui duas formas: alternativo a intenção do agente se dirige a um ou outro resultado, como, por ex., quando efetua golpes na vítima com intenção de feri-la ou matá-la; e, eventual é quando o agente assume o risco de produzir o resultado; consiste na produção de um resultado danoso diante do qual o agente não se detém, embora não o deseje, aceitando-o, porém, como decorrência provável de sua ação. César Dario Mariano da Silva (2006, p. 8) ressalta o fato de que o crime de homicídio pode ser praticado de forma direta ou indireta: No meio direto, como o próprio nome já diz, o sujeito age diretamente sobre o corpo da vítima. Exemplo: facadas, tiros, estrangulamento etc. Já no meio indireto, o sujeito embora não aja diretamente sobre o corpo da vítima, propicia sua morte de outra forma. Exemplo: abandonar a vítima no meio de um deserto ou de uma floresta isolada (César Dario Mariano da Silva, 2006, p. 8). No que concerne ao homicídio praticado com dolo eventual, o sujeito ativo assume o risco de produzir o resultado morte ou ao menos tolera, mesmo que não exista a intenção de matar.

12 A14 divisão do dolo, na tipologia subjetiva é classificada da seguinte forma: Na Teoria Clássica ou Tradicional: dolo geral e dolo específico (elemento subjetivo do injusto) Na Teoria Finalista: dolo e elemento subjetivo do tipo Pode-se dizer que o crime doloso, traduz por excelência, um grande desvalor social, vez que demonstra que o agente deliberadamente focava a lesão ao bem jurídico. Assim, conclui-se que dolo é à vontade do agente em realizar o tipo penal, com a intenção de diminuir em valor social relevante, de um bem jurídico penalmente tutelado. Os elementos objetivos do tipo são aqueles destinados à descrição da conduta, sendo esta, juridicamente relevante. Afirma Rogério Greco que os elementos objetivos do tipo, conforme Jescheck, têm a finalidade de descrever a ação, o objeto da ação e, em sendo o caso, o resultado, as circunstâncias externas do fato e a pessoa do autor! (Rogério Greco, 2003, p. 188). Os elementos objetivos podem ser descritivos e normativos. Para Francisco de Assis Toledo, são objetivos todos aqueles elementos que devem ser alcançados pelo dolo do agente. Dividem-se em descritivos e normativos (Francisco de Assis Toledo, 1994, p ). Segundo Rogério Greco, os elementos descritivos e normativos são assim definidos: Elementos descritivos são aqueles que têm a finalidade de traduzir o tipo penal, isto é, de evidenciar aquilo que pode, com simplicidade, ser percebido pelo intérprete, e normativos são aqueles criados e traduzidos por uma norma de que, para sua 14 Stoco Rui. Tratado da Responsabilidade Civil, 2001, p. 98 Silva César Dario Mariano, 2006, Manual de Direito Penal, p.8 Greco, Rogério. Curso de Direito Penal, 2003, p. 188, Toledo, Francisco de Assis. Princípios Básicos de Direito Penal,1994, p Santoro Filho Antônio Carlos. Fundamentos do Direito Penal,2003, p. 40.

13 efetiva compreensão, necessitam de uma valoração por parte do intérprete (Rogério Greco, 2003, p. 188). Destarte, pode-se afirmar que os elementos objetivos descritivos, visam com que o agente conheça todos os dados imprescindíveis à distinção da infração penal. Os elementos normativos, por sua vez: São os constituídos por termos ou expressões que só adquirem sentido quando completados por um juízo de valor, preexistente em outras normas jurídicas ou ético-social (exemplo: coisa alheia, propriedade, funcionário público, mulher honesta etc.) ou emitido pelo próprio intérprete (exemplo: dignidade, decoro, reputação etc.) (Francisco de Assis Toledo, 1994, p. 154). Os elementos descritivos do tipo se diferenciam dos normativos do tipo, uma vez que estes necessitam, para a sua compreensão, de um maior aprofundamento no juízo de valoração jurídico-penal. Para Antonio Carlos Santoro Filho: A pura descrição do fato ou da ação é função reservada aos elementos objetivos do tipo. Os elementos normativos são aqueles que atribuem um sentido, um valor à ação, aos sujeitos do delito, ou às circunstâncias de tempo, lugar, modo e meio de execução (SANTORO FILHO, 2003, p. 40). Destarte, pode-se afirmar que os elementos normativos do tipo, vão além do que dispõe a pura e simples descrição objetiva das condutas, é necessário que haja uma maior valoração daquele, através de normas sociais, morais e mesmo legal, para uma melhor compreensão da figura típica. 2.1 Dolo Eventual No dolo eventual, o agente sabe que o resultado lesivo pode vir a ocorrer, mas age com indiferença, aceitando-o e assumindo o risco de sua produção. Note-se que

14 pa15ra que subsista o dolo eventual é essencial que o agente anteveja a possibilidade do evento danoso (previsibilidade do resultado) e que, ainda assim, demonstre-se indiferente à sua possível produção, como já foi explicado na teoria do assentimento (teorias do dolo). Algumas decisões judiciais identificam o dolo eventual em situações em que não existe o aspecto volitivo de aceitação do dano. Estas decisões tentam amparar-se nas teorias da representação ou da probabilidade, que não foram recepcionadas no nosso Código Penal. O professor Bitencourt narra de forma extremamente didática as diferenças entre as teorias da probabilidade e da vontade: Para a primeira, diante da dificuldade de demonstrar o elemento volitivo, o querer o resultado, admite a existência do dolo eventual quando o agente representa o resultado como de muito provável execução e, apesar disso, atua, admitindo ou não a sua produção. No entanto, se a produção do resultado for menos provável, isto é, pouco provável, haverá culpa consciente. Para a segunda é insuficiente que o agente represente o resultado como de provável ocorrência, sendo necessário que a probabilidade da produção do resultado seja incapaz de remover a vontade de agir. Haveria culpa consciente se, ao contrário, desistisse da ação, estando convencido, calcula mal e age, produzindo o resultado. Como se constata, a teoria da probabilidade desconhece o elemento volitivo, que é fundamental na distinção entre dolo eventual e culpa consciente, e que, por isso mesmo, é mais bem delimitado pela teoria do consentimento. Damásio de Jesus assevera que o dolo eventual caracteriza-se pela presença de duas características elementares, a saber: a previsibilidade objetiva, que é a possibilidade do agente antever que a conduta a ser percorrida poderá produzir um resultado danoso (devendo esta previsibilidade se nortear pelo discernimento que um cidadão comum teria na mesma situação); e a anuência do autor para com este possível resultado (indiferença). O ilustre promotor Sznick defende entendimento um pouco diferente. Segundo ele, no dolo eventual, o agente efetivamente quer a produção do resultado, pois, ao antever a possibilidade de sua ocorrência e, ainda assim insistir na conduta demonstra desejo pela produção do resultado. Em suas próprias palavras, No dolo eventual, o agente quer o evento, mesmo que este não seja o objetivo principal de sua conduta, mas o é secundariamente querido, porque consentido. (...) 15 Jesus Damásio, 2001, Direito Penal: parte geral, p. 288

15 No dolo eventual o resultado é previsto pelo agente não como fim, mas como objetivo secundário, que pode resultar da ação criminal e, inobstante isso, não deixa de realizar a ação. (...) O dolo não é eventual; eventual é o resultado, na sua ocorrência; isto porque o agente ao prever e admitir o resultado, implicitamente o quis. 2.2 Dolo Direto Dolo direto é o dolo propriamente dito. Caracteriza-se pela vontade livre e consciente de um indivíduo de praticar uma conduta tipificada na legislação penal. Com efeito, aquele que desfere um tiro de revólver em outrem, com o intuito de matar essa pessoa, pratica, com dolo direto, um homicídio Dolo Indireto Dolo indireto Art. 18, I, 2ª parte do CP - No dolo indireto, o agente não quer diretamente o resultado, porém assume o risco de produzi-lo. A vontade é dirigida à conduta e não ao resultado. O agente prevê o resultado como possível ou provável e, mesmo assim, resolve agir de qualquer forma. A previsão da probabilidade do resultado não demove o agente de atuar, de forma que, assim procedendo, passa a aceitar a sua eventual ocorrência: a superveniência do resultado se lhe torna indiferente. No dolo eventual, portanto, o agente conta seriamente com a possibilidade de produzir o resultado típico, porém, apesar disso, quer agir para alcançar o fim perseguido e se resigna com a eventual produção do resultado. Exemplos: roleta russa, racha, etc. Tratamento penal aos crimes cometidos através de dolo direto e dolo eventual - O Código Penal equipara o dolo direto ao dolo eventual. A doutrina e a jurisprudência entendem, no entanto, que há maior reprovação no crime cometido através de dolo direto, o que poderá ser levado em conta pelo juiz na dosagem da pena. Nem todo crime doloso admite a sua prática através do dolo eventual Em regra, os crimes dolosos admitem a sua prática através do dolo direto ou do dolo eventual. Excepcionalmente, entretanto, alguns crimes exigem a certeza sobre determinado elemento constitutivo do tipo, afastando o dolo eventual.

16 Exemplo: o crime de receptação dolosa (art. 180, caput) exige que o agente saiba que a coisa adquirida seja produto de crime. 3. DO CRIME CULPOSO Negligência, também conhecida como desatenção ou falta de cuidado ao exercer certo ato, consiste na ausência de necessária diligência, implicando em omissão ou inobservância de dever, ou seja, aquele de agir de forma diligente, prudente, agir com o devido cuidado exigido pela situação em tese. Já a imprudência, ou melhor, imprevidência, tem a ver com algo mais que mera falta de atenção, mas ato que pode revelar-se de má-fé, ou seja, com conhecimento do mal e a intenção de praticá-lo; a ação imprudente é aquela revestida de dolo a má-fé concretizada -, e portanto, embora não querida pelo agente também não revestida de absoluta ausência de intenção. Melhor explicando, age de forma imprudente aquele que sabedor do grau de risco envolvido, mesmo assim acredita que seja possível a realização do ato sem prejuízo para qualquer um; age, assim, além da justa medida de prudência que o momento requer, excede os limites do bom senso e da justeza dos seus próprios atos. Com relação à imperícia, requer-se do agente a falta de técnica ou de conhecimento, de outra forma, tem-se uma omissão daquilo que o agente não deveria desprezar, pois consiste em sua função, seu ofício exigindo dele perícia uso de técnica que lhe é própria ou exigível até mesmo pelo seu mister. Referese, por fim, a uma falta involuntária, mas também eivada de certa dose de má-fé com pleno conhecimento de que seus atos poderão vir a resultar em dano para outrem. Assim reunidos temos as ações cometidas pelo indivíduo que podem resultar em dano, não havendo que se falar em boa-fé, nem mesmo de leve relance, posto que a atitude ou melhor, a intenção do agente caracterizou-se e enquadrouse dentro de um dos três tipos aqui descritos

17 Nesta mesma condição estudada até aqui, temos que o indivíduo agiu com a intenção, com a vontade livre e consciente de consecução do fim colimado, sem considerar a possibilidade de que sua ação, ou omissão, possa, de qualquer forma e sob qualquer pretexto vir a resultar em dano a outrem, seu semelhante, mesmo que esse outro indivíduo possa de qualquer maneira ter contribuído para tal intento. Ao Estado cabe o interesse de ver mantido os seus interesses que são, via de conseqüência, mas não necessariamente aqueles do interesse coletivo qualquer custo, tendendo de forma mais que exigível a manutenção do equilíbrio do poder, cujo principal e, por que não dizer, indispensável instrumento seja o ordenamento jurídico dentro do qual encontrem-se previstas todas as possibilidades que sejam capazes de gerar efeitos indesejáveis à manutenção deste equilíbrio. A resultante que se delineia aqui é aquela descrita pelo próprio ordenamento jurídico, ou seja, toda a vez que o equilíbrio é perturbado por ato que resulte em dano, deve ser imediatamente restituído, tomando o Estado para si à tutela jurisdicional com o intuito de preservar não apenas o equilíbrio, mas também sua manutenção de forma positiva. O dano, aqui encarado como resultante indesejável e muito menos querida por todos, deve ser reparado sob as formas previstas pela lei sistema positivo seja sob a forma de indenização, seja sob a forma de punição, seja por ambas as formas. 3.1 CULPA CONSCIENTE Culpa Consciente ou Culpa com Previsão De acordo com Bitencourt, na culpa consciente o agente prevê a possibilidade da produção do resultado ilícito, todavia, acredita sinceramente que este não venha a ocorrer. Note-se que não bastará apenas a previsibilidade do resultado para que se configure a culpa consciente, será também forçoso que o agente não o deseje e se esforce para que este não ocorra.

18 A previsão cobrada do agente é a chamada de objetiva, ou seja, a que se seria de esperar de um cidadão de raciocínio mediano que se encontrasse nas mesmas condições que ele. Em sua obra explica que A previsibilidade objetiva se determina mediante um juízo levado a cabo, colocandose o observador (por exemplo, o juiz) na posição do autor no momento do começo da ação, e levando em consideração as circunstâncias do caso concreto cognocíveis por uma pessoa inteligente, mais as conhecidas pelo autor e a experiência comum da época sobre os cursos causais. Damásio E. de Jesus exemplifica com a hipótese do caçador que avista sua caça próxima a um confrade e percebe que, atirando no animal poderá acertar em seu companheiro. Confiando em sua pontaria e acreditando que não o atingirá, dispara sua arma, matando-o. Perceba-se que o agente não assumiu a possibilidade da produção do resultado porque acreditava que sua habilidade seria suficiente para afastá-lo. Sintetizando, Jesus relata que, para que se configure a culpa consciente devem estar presentes: 1º) vontade dirigida a um comportamento que nada tem com a produção do resultado ocorrido (...); 2º) crença sincera de que o evento não ocorra em face de sua habilidade ou interferência de circunstância impeditiva, ou excesso de confiança (...); 3º) erro de execução. Ressalva ainda que a culpa consciente é equiparada à inconsciente, sendo a pena in abstract igual para as duas espécies, pois, tanto vale não ter consciência da anormalidade da própria conduta, quanto estar consciente dela, mas confiando, sinceramente, em que o resultado lesivo não sobrevirá. 4. DA CULPABILIDADE Segundo Fernando Capez (2000) relata que, para

19 Conforme o autor, não se trata de elemento do crime, mas pressuposto para imposição de pena, porque, sendo um juízo de valor sobre o autor de uma infração penal, não se concebe possa, ao mesmo tempo, estar dentro do crime, como seu elemento, e fora, como juízo externo de valor do agente. Para censurar quem cometeu um crime, a culpabilidade deve estar necessariamente fora dele. Artur de Brito Gueiros Souza (2004) afirma que a culpabilidade é o juízo de valor negativo ou reprovação do autor pela realização não justificada de um fato típico, fundado no poder agir de outro modo. Para a Doutrina Majoritária a culpabilidade é sempre o fundamento (pois, liga-se à noção de retributividade prevista no artigo 59, in fine do CP) e limite de pena (prende-se ao princípio da culpabilidade), sendo possível sua gradação. A culpabilidade é apenas limite da pena, em função da prevenção geral e especial, não sendo o fundamento da pena. A culpabilidade seria apenas uma das condições necessárias para a imposição da pena, ao lado da necessidade preventiva da sanção penal. A culpabilidade deve recair sobre o fato individual e não sobre uma conduta de vida individual (culpabilidade de caráter ou de autor). De acordo com Fernando Capez (2000), as causas que excluem a imputabilidade são quatro: doença mental;17 desenvolvimento mental incompleto; desenvolvimento mental retardado; embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior. O caso fortuito e a força maior afastam a culpabilidade, pois o caso fortuito caracteriza-se pela imprevisibilidade do dano, embora evitável, enquanto a força maior caracteriza-se pela inevitabilidade do dano, embora previsível. Apenas o caso fortuito excluiria a culpabilidade, pois a força maior excluiria a própria ação humana, assim como a coação física irresistível. 17 Fernando Capez Curso de Direito Penal. V. 1. Parte Geral Artur de Brito Gueiros de Souza Revista Brasileira de Ciências Criminais. N. 49, jul/ago. p

20 Artur de Brito Gueiros Souza (2004) afirma que o fundamento material do conceito de culpabilidade é a reprovabilidade, que está baseada na capacidade de livre decisão do sujeito (que, segundo alguns autores, nada mais é do que a tradução jurídica do conceito teológico do livre arbítrio ). Entretanto, segundo o autor, ocorre que a tese da liberdade de agir de outro modo própria do conceito de culpa é indemonstrável, na prática. Se pena pressupõe culpa e a reprovação própria da culpabilidade assenta num fundamento indemonstrável, então a culpabilidade não poderia, cientificamente, servir de fundamento da pena esta conclusão acarretou naquilo que os autores contemporâneos chamam de crise do conceito de culpabilidade, demandando a busca de um outro fundamento (científico) para a reprovabilidade do autor do injusto típico. Artur de Brito Gueiros Souza (2004) apresenta como elementos da culpabilidade a imputabilidade, o conhecimento da ilicitude do fato e a exigibilidade de comportamento diverso. A imputabilidade é a capacidade de livre autodeterminação, ou seja, o conjunto de condições pessoais que dão ao agente a faculdade de escolha (de atuar de modo distinto de como atuou), permitindo, assim, que lhe seja juridicamente imputada à prática de um fato punível. A capacidade geral de culpabilidade engloba a compreensão do injusto e a determinação da vontade conforme o direito. De acordo com Artur de Brito Gueiros Souza (2004), sem a imputabilidade, entendese que o sujeito carece de liberdade de escolha e, conseqüentemente, de faculdade para comportar de outro modo, com o que não é capaz de culpabilidade, sendo, portanto, inculpável (ou exculpável). No que diz respeito ao conhecimento da ilicitude do fato, para que um fato contrário ao direito possa ser reprovado ao autor, será necessário que conheça ou possa conhecer as circunstâncias que pertencem ao tipo e à ilicitude. Ao conhecimento da realização do tipo (dolo ou culpa) deve-se acrescentar o conhecimento (real ou possível) da antijuridicidade do fato.

21 4.1 DO ACTIO LIBERA IN CAUSA Como já abordado anteriormente, para que se caracterize o dolo indireto será necessário identificar que o autor do fato tinha condições de prever o evento desastroso e, mesmo assim, prosseguiu de forma indiferente. As opiniões sobre a incidência do dolo eventual aos crimes de trânsito gerados em virtude de condutores embriagados são antagonicamente diferentes. Parte dos doutrinadores sustenta que, mesmo que o condutor esteja totalmente entorpecido fora de si no momento do sinistro, responderá pela produção do resultado a título de dolo, eis que ao começar a consumir bebida alcoólica sabia que poderia perder a consciência sobre seus atos. Sustentam ainda que os malefícios da ingestão de bebidas alcoólicas são regularmente alvo de campanhas educativas institucionais, e já são de conhecimento público, não podendo o autor escusar-se de sua conduta por alegar desconhecimento dos efeitos nocivos da bebida. Ademais, o Código Penal adotou a teoria da actio libera in causa, que preceitua que não deixa de ser imputável quem se pôs em situação de inconsciência ou de incapacidade de autocontrole, dolosa ou culposamente, e nessa situação comete crime. Todavia, para um melhor discernimento sobre o assunto, é necessário o entendimento sobre as diferenciações doutrinárias existentes 4.2 DA EMBRIAGUEZ O ato de conduzir veículo automotor sob a influência de álcool (ou outra substância entorpecente de efeitos análogos) constitui não só uma infração administrativa de trânsito (art. 164 da Lei 9.503/97, com nova redação dada pela Lei /06), como também crime autônomo (neste caso existe a necessidade materializar-se o perigo de dano ), conforme o art. 306 da Lei 9.503/97. Enquanto a infração de trânsito do art. 164 é reprimida com pena de multa pecuniária e suspensão do direito de dirigir, o crime do art. 306 é punido com pena de detenção, de seis meses a três anos. Todavia, assim como nos casos

22 anteriormente analisados, o foco deste estudo não é a infração administrativa, tão pouco o crime autônomo. A condução de veículo automotor sobre efeito de bebida alcoólica será analisada aqui tão somente como fator desencadeador para crimes de trânsito, constituindose, neste caso, em agravante para os crimes de homicídio culposo e de lesão corporal culposa (arts. 302, único, V; e art. 303, único c/c art. 302, único, V, todos da Lei 9.503/97). O ato de conduzir veículo automotor embriagado é, tal qual o ato de dirigir o veículo em excesso de velocidade, uma conduta que isoladamente, não acarreta per si na incidência de dolo eventual em caso de sinistro. É lógico concluir que se houver ingestão de bebida alcoólica por parte do condutor, e este não apresentar nenhuma alteração em seu estado de consciência, continuando a guiar seu veículo com destreza e cautela, não há que se falar em culpa ou dolo direto ou indireto, eis que, neste caso, será um elemento irrelevante em caso de acidente. A ingestão de bebida alcoólica apenas passa a ter relevância para o estudo da responsabilização penal quando provoca alterações no estado de consciência e/ou atenção do usuário. Neste sentido, havendo alteração do estado de consciência e atenção do indivíduo, fatalmente haverá um comprometimento de sua habilidade, que via de regra culminará na prática de ações imprudentes e/ou negligentes à direção e, ocorrendo um sinistro, certamente este se dará não apenas em virtude da mera embriaguez, como já explicado, mas cumulado a outras ações imprudentes, tais como a condução do veículo com excesso de velocidade, ultrapassagem forçada, transitar pelo acostamento, pela contramão de direção, etc. Até mesmo o crime autônomo previsto no art. 306 só subsistirá se a conduta externada pelo condutor gerar perigo de dano concreto, fato que se cristalizará através de condutas imprudentes ou negligentes. Neste mesmo sentido posicionou-se o Des. Nilton M. Machado, ao afirmar que

23 A embriaguez do motorista envolvido em acidente, sendo caracterizadora do crime previsto no art. 306, do CTB, não resulta, por si só, em presunção de culpa em relação a eventual lesão corporal ou morte advinda do evento. Para reconhecimento da culpa do motorista embriagado há que se demonstrar, objetivamente, por elemento concreto e visível, tenha agido com imprudência, imperícia ou negligência (.TJ/SC, Apelação Criminal no , julg. em 24/03/99.18) EMBRIAGUEZ VOLUNTÁRIA SIMPLES A embriaguez voluntária simples, nada mais é do que a gerada em virtude do consumo excessivo de álcool por livre disposição do agente. É o caso típico do indivíduo que vai a uma confraternização entre amigos, uma festa e se embebeda. Muitas vezes este indivíduo não tem antecedentes criminais ou histórico de violência, mas ao beber demais e retornar à sua residência dirigindo, patrocina um crime de trânsito (atropelamento de pedestres sobre o passeio ou colide frontalmente com outro veículo ao efetuar uma manobra arriscada). Este tipo de embriaguez será causa de aumento da pena em caso de homicídio culposo ou lesão corporal culposa praticados na direção de veículo (art. 302, único, V, lei 9.503/97), contudo, não aumentará ou atenuará a pena caso o fato criminoso tenha previsão no Código Penal. Também não será causa de exclusão da punibilidade do agente, pois o próprio Código Penal preceitua em seu art. 28, II que não excluem a imputabilidade penal a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. Como dito anteriormente, existe corrente que defende que o indivíduo envolvido em crime, nestas circunstâncias, deve responder pela modalidade dolosa do crime, eis que, embora não tivesse o animus necandi, quando iniciou sua bebedeira tinha pleno domínio de suas faculdades e a previsibilidade de que, se bebesse, poderia perder seu autocontrole e realizar uma barbaridade. Desta mesma forma manifestou-se o professor de medicina legal Dr. Rinaldo Pellegrini ao afirmar que: 18 TJ/SC, Apelação Criminal no , julg. em 24/03/99.

24 O ébrio, que cometeu crime, é punível porque era livre na sua atuação relativamente ao fato inicial, isto é, ao primeiro anel da cadeia que constituiu, a seguir, o nexo de causalidade entre a embriaguez e o crime; a sucessiva atividade criminosa do agente, ainda que alheada ao controle deste, foi, portanto, provocada por uma ação voluntária (o abuso inconsiderado do álcool), que resultou na embriaguez e à qual pode ser referido o evento. Na defesa desta mesma corrente pronunciou-se o desembargador Souza Varella: Motorista que em rodovia de grande movimento, dirige seu veículo em alta velocidade e embriagado, vindo a atropelar ciclista. "Urge sejam considerados dolosos (dolo eventual), levando-se em conta que o motorista, na fase inicial e parte do processo de ingestão de bebida alcoólica, permaneça lúcido e consciente, portanto, em condições de avaliar que, se continuar a beber e vier a assumir a direção de veículo motorizado, poderá causar resultados danosos, mas mesmo assim não renuncia à ação, ao contrário, anui à possibilidade de produzir um evento antijurídico" (Neuton Dezoti - Professor em Botucatu - Univ. Est. Paulista - in RT vol. 623/407). Em contraposição a esta perspectiva, existe corrente doutrinária que sustenta que os crimes (incluindo-se os de circulação), praticados por cidadãos em estado de embriaguez voluntária simples, só poderão ser penalizados a título de culpa, eis que um dos requisitos necessários para a caracterização do dolo (ainda que eventual) é 19 a previsibilidade do evento, não sendo razoável esperar que o indivíduo que vai a confraternização beber com amigos detenha a previsibilidade de que horas mais tarde poderá vir a atropelar e matar alguém em decorrência daquela conduta. O agente não queria cometer o ato e nem tão pouco era indiferente à sua produção quando iniciou a ingerir álcool. Por não haver assentimento e, tão pouco, previsibilidade, não haveria que se falar em crime doloso, apenas culposo (se houver previsão legal). 19 PELLEGRINI, Rinaldo apud CAMARGO,Marcelo Ferreira de. Embriaguez e responsabilidade penal. Jus Navigandi, Teresina, ano 8, n. 344, 16 jun Disponível em:< /texto.asp 5342>.Acesso em:31out :00 h. TJ/SC, Apelação Criminal n o , julg. em 25/06/02. GRECO, opus citatum, p. 224.

25 Nesta esteira manifesta-se Rogério Greco: (...) Não se pode partir do princípio de que todos aqueles que dirigem embriagados e com velocidade excessiva não se importem em causar a morte ou mesmo lesões em outras pessoas. O dolo eventual, como visto, reside no fato de não se importar o agente com a ocorrência do resultado por ele antecipado mentalmente, ao contrário da culpa consciente, onde este mesmo agente, tendo a previsão do que poderia acontecer, acredita, sinceramente, que o resultado lesivo não venha a ocorrer. No dolo eventual, o agente não se preocupa com a ocorrência do resultado por ele previsto porque o aceita. Para ele, tanto faz. Na culpa consciente, ao contrário, o agente não quer e nem assume o risco de produzir o resultado porque se importa com a sua ocorrência. O agente confia que, mesmo atuando, o resultado previsto será evitado (...) Com isso queremos salientar que nem todos os casos em que houver a fórmula embriaguez + velocidade excessiva haverá dolo eventual. Também não estamos afirmando que não há possibilidade de ocorrer tal hipótese. Só a estamos rejeitando como uma fórmula matemática, absoluta. (...) Imagine o exemplo daquele que, durante a comemoração de suas bodas de prata, bebe excessivamente e, com isso, se embriaga. Encerrada a festividade, o agente, juntamente com a sua esposa e três filhos, resolve voltar rapidamente para a sua residência, pois que queria assistir a uma partida de futebol que seria transmitida pela televisão. Completamente embriagado, dirige em velocidade excessiva, a fim de chegar a tempo para assistir ao início do jogo. Em razão do seu estado de embriaguez, conjugado com a velocidade excessiva que imprimia em seu veículo, colide o seu automóvel com um outro e com isso causa a morte de toda a sua família. Pergunta-se: Será que o agente, embora dirigindo embriagado e em velocidade excessiva, não se importava com a ocorrência dos resultados? É claro que se importava. Também existe corrente que defende que o momento em que o indivíduo começa a ingerir bebida alcoólica não se configura a execução do crime propriamente dito, mas mero ato preparatório, eis que, sendo interrompido, não restará nada a punir, nem mesmo a título de culpa. Desta forma, falta ao agente o elemento subjetivo em relação a um crime certo e determinado, uma vez que, no momento em que se embriaga, não tem sequer a previsão de que irá cometer um delito.

26 O elemento subjetivo existe somente em relação à embriaguez (o ato de embriagarse é livre), porém, esta não é causa do delito. Desvinculando-se o consumo da bebida alcoólica da conduta que gerou o acidente, não haverá respaldo para acusação com fulcro em dolo indireto, sendo obrigatória à qualificação com fulcro na culpa, modalidade imprudência ou negligência EMBRIAGUEZ VOLUNTÁRIA PREORDENADA Ocorre quando o indivíduo se entorpece voluntariamente para criar coragem, livrarse dos freios morais e éticos impostos pela sociedade, para então cometer um crime que, se estivesse sóbrio, possivelmente não teria coragem para fazer a efeito. Esta hipótese se coaduna perfeitamente com a teoria da actio libera in causa, eis que neste caso, o agente literalmente se pôs em situação de embriaguez, devendo responder por seu ato. Há previsibilidade e consentimento no evento, eis que sua execução é premeditada e que o agente realmente deseja a produção do resultado. Ademais, a embriaguez preordenada qualifica o crime, majorando sua pena (caso o fato delituoso esteja previsto no Código Penal), uma vez que o próprio Código Penal determina expressamente em seu art. 61, II, l que são circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime ter o agente cometido o crime em estado de embriaguez preordenada. Tratando-se de homicídio ou lesão corporal culposas praticadas na direção de veículo, será aplicada apenas a qualificadora do art. 302, único, V, não se aplicando o dispositivo do Código Penal por aplicação do princípio da especificidade (princípio adotado na solução de conflitos aparente de normas) EMBRIAGUEZ CULPOSA Ocorre quando o indivíduo, fazendo uso de substância alcoólica, não tendo a intenção de se entorpecer, perde o controle e se embriaga. O fato da embriaguez não ser desejada é irrelevante para o direito penal, pois o que terá relevância será se a embriaguez se deu em virtude da livre disposição de vontade, ou se foi imposta

27 coercitivamente por outrem. Neste caso, o agente responderá pela embriaguez voluntária EMBRIAGUEZ FORTUITA Ocorre quando o indivíduo é levado ao estágio de embriaguez involuntariamente por fazer uso de uma substância entorpecente sem o conhecimento do potencial entorpecente e despersonalizante da substância. Ocorre em trotes de faculdades, quando são misturadas substâncias alcoólicas a refrigerantes e dadas aos calouros sem o conhecimento destes, provocando-lhes estado de embriaguez. Se a embriaguez é total, a punibilidade do agente é excluída, por expressa determinação do Código Penal (art. 28, 1o), o qual preceitua que É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Todavia, se a embriaguez é parcial, será apenas causa de redução da pena (art. 28, 2o do Código Penal), eis que A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinarse de acordo com esse entendimento EMBRIAGUEZ POR FORÇA MAIOR OU FORÇOSA Ocorre quando uma força externa obriga o agente ao consumo de substancia entorpecente. É o caso do cidadão que é obrigado a ingerir aguardente durante cárcere privado, para contar suas senhas bancárias aos seus algozes. O indivíduo que é acometido de embriaguez por força maior é protegido pelos mesmos dispositivos legais estudados no item anterior, pois a situação, juridicamente, se equivale à embriaguez fortuita.

28 4.2.6 EMBRIAGUEZ PATOLÓGICA A embriaguez patológica é reconhecida como doença pela Organização Mundial da Saúde. Trata-se de uma disfunção cerebral que ocasiona transtorno da consciência, também conhecido no ramo da psicopatologia por estado crepuscular. Diferenciase da embriaguez normal pelo fato de que, neste caso, a ingestão de pequenas quantidades de álcool ocasionam um estado de excitação exagerada e descargas comportamentais agressivas. Também são quatro as espécies de embriaguez apontadas por Capez (2000): embriaguez não acidental, que se subdivide em: voluntária, dolosa ou intencional (completa ou incompleta); culposa (completa ou incompleta); embriaguez acidental: pode decorrer de caso fortuito ou força maior (completa ou incompleta); patológica; preordenada. De acordo com o autor, a embriaguez não acidental jamais exclui a imputabilidade do agente, seja voluntária, culposa, completa ou incompleta. Isso porque ele, no momento em que ingeria a substância, era livre para decidir se devia ou não o fazer. A conduta, mesmo quando praticada em estado de embriaguez completa, originouse de um ato de livre-arbítrio do sujeito, que optou por ingerir a substância quando tinha possibilidade de não o fazer. A ação foi livre na sua causa, devendo o agente, por essa razão, ser responsabilizado. Trata-se da teoria da actio libera in causa (ações livres na causa). Fernando Capez (2000) afirma que se considera, portanto, o momento da ingestão da substância e não o da prática delituosa. Essa teoria ainda configura resquício da responsabilidade objetiva em nosso sistema penal, sendo admitida excepcionalmente quando for absolutamente necessário para não deixar o bem jurídico sem proteção. O art.28, II do CP trata da embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos, prescrevendo que estas espécies de embriaguez não excluem a imputabilidade.

29 No que diz respeito à embriaguez por caso fortuito (beber sem querer, por exemplo) ou força maior (ser obrigado a beber, por exemplo) tratadas no art. 28, 1º e 2º do CP excluirá a imputabilidade se for completa, determinando que o agente, no momento da ação ou omissão, torne-se inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. A embriaguez por caso fortuito ou força maior importará redução de pena se for incompleta, determinando que o agente, no momento da omissão, não possuía a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou determinar-se de acordo com esse entendimento. Não exclui a imputabilidade. A embriaguez, que é um distúrbio físico-mental que decorre da intoxicação por álcool ou substância análoga, pode ser: incompleta fase da excitação (a partir de 0,8 g/ml de sangue); completa fase de depressão (cerca de 3 g/ml de sangue); comatosa fase de letargia (cerca de 4 a 5 g/ml de sangue). Equipara-se à completa. A embriaguez por caso fortuito ou força maior também é chamada de acidental. Já a embriaguez voluntária ou culposa é chamada de não acidental. voluntária: dolosa, querida. Se preordenada, constitui circunstância agravante (art. 61, II, l do CP). culposa: o estado de embriaguez é previsível. 4.3 DA LEI /2008 A referida lei, como se sabe, instituiu entre nós a tolerância zero de álcool para os condutores de veículos automotores. Para tanto, além da proibição de comércio de bebidas na faixa de rodovia federal ou em terrenos contíguos à faixa de domínio com acesso direto à rodovia, foram redefinidas a infração administrativa e criminal para os que estiverem a dirigir sob influência de álcool. Além disso, foram retiradas as medidas despenalizadoras em caso de crime de embriaguez no volante, alterada a ação penal do crime de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor,

30 que passou a ser pública incondicionada (alterações decorrentes da nova redação do artigo 291), quando o causador do acidente estiver embriagado, participando de racha, ou em velocidade excessiva. Por fim, foram retiradas as causas de aumento decorrente da embriaguez nos crimes de homicídio culposo e lesão corporal culposa na direção de veículo automotor (revogação do inc. V, par. único, art. 302, CTB). Deixando de lado os debates sobre a correção e rigor das medidas implementadas, o fato é que a alteração no Código de Trânsito é uma realidade e vem causando, como não poderia deixar de ser, caloroso debate sobre seu alcance. Inicialmente, a referida lei antes de ser promulgada e publicada merecia maior reflexão, a fim de evitar ou pelo menos diminuir as discussões judiciais que serão, por fim, inevitáveis. Neste sentido, não entendemos o motivo pelo qual foi suprimido o período de vacatio legis, intervalo de tempo entre a publicação e a vigência da lei para conhecimento de seu teor pela sociedade. No caso, a Lei n /08 teve vigência imediata a partir de sua publicação (art.8º). Observe-se que a Lei Complementar nº 95/98 que dispõe sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis determina em seu artigo 8º: A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo em contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula entra em vigor na data de sua publicação para as leis de pequena repercussão. Em que pese à relatividade do conceito pequena repercussão, crê que a matéria tratada pela Lei n /08, até pela discussão que ensejou, não pode ser assim considerada. Diversas questões controvertidas emergem do texto legal. Inicialmente, causa estranheza à penalidade fixa imposta pelo art. 165 que, em todo e qualquer caso de embriaguez estabelece multa (multiplicada cinco vezes) e suspensão por 12 (doze) meses da habilitação. Deste modo, seja a pessoa surpreendida conduzindo normalmente seu veículo após ter tomado uma taça de vinho no almoço, ou dirigindo em ziguezague completamente embriagada após sair

31 de uma boate, a punição (administrativa) será rigorosamente idêntica, o que em última análise fere o princípio da proporcionalidade e até o bom senso. Antes da nova lei, o artigo 261 do CTB, complementado pela resolução nº 182/05 do CONTRAN, estabelecia a forma de aplicação da penalidade. Era considerada a gravidade do fato, as circunstâncias em que foi cometida a infração e os antecedentes do motorista para se determinar o prazo da suspensão (art. 16, Res. 182/05 - CONTRAN). A penalidade variava de acordo com a gravidade da infração e os antecedentes do motorista, sendo que, se primário, o motorista embriagado ficava sujeito à pena de suspensão de 4 (quatro) a 12 (doze) meses. Se reincidente, a suspensão era a máxima prevista, 12 (doze) meses. Com a penalidade fixa determinada pela nova lei, resta derrogado o artigo 261 do CTB e a citada resolução (em relação à infração da embriaguez). No que se refere à medida administrativa de recolhimento da habilitação decorrente da infração, considerando o disposto no artigo 269, 1º ( A ordem, o consentimento, a fiscalização, as medidas administrativas e coercitivas adotadas pelas autoridades de trânsito e seus agentes terão por objetivo prioritário a proteção à vida e à incolumidade física da pessoa ), acreditamos que deve ser momentânea e decorrente de um juízo de cautelaridade para impedir que o motorista embriagado possa dirigir novamente. Por isso, acreditamos que o recolhimento deverá perdurar até o motorista se restabelecer da embriaguez. O recolhimento definitivo imediato acarretaria punição antecipada, violando princípios constitucionais básicos (devido processo legal e ampla defesa, por exemplo) e o próprio procedimento previsto no Código de Trânsito. Com efeito, o art. 265 do CTB estipula: As penalidades de suspensão do direito de dirigir e de cassação do documento de habilitação serão aplicadas por decisão fundamentada da autoridade de trânsito competente, em processo administrativo, assegurado ao infrator amplo direito de defesa. Assim, O recolhimento imediato (sem devolução) só é autorizado para os casos excepcionais de habilitação vencida há mais de 30 (trinta) dias (art. 162, V), ou em casos em que haja suspeita sobre sua autenticidade (art.272). Outra determinação controversa e para nós claramente inconstitucional é a determinação expressa no art. 277, parágrafo 3º, que estabelece aplicação das

32 penalidades e medidas administrativas referentes à embriaguez, caso motorista se recuse a se submeter aos testes de alcoolemia, exames clínicos, perícia ou outro exame que, por meios técnicos ou científicos, em aparelhos homologados pelo CONTRAN, permitam certificar seu estado. Esse comando contraria uma gama de garantias fundamentais como presunção da inocência, proibição de autoincriminação, decorrente do direito do silêncio, dignidade da pessoa humana. Ainda quando for evidente a embriaguez, sem a concordância do motorista nenhuma prova pode ser realizada, sob pena de ser considerada ilícita. É, como se diz, o preço de viver num Estado democrático de direito. Nessa linha, entendemos que o motorista que se recuse a realizar o teste do bafômetro ou exame de sangue não poderá sofrer qualquer conseqüência por assim agir. Não poderá, por exemplo, ser processado por crime de desobediência (art.330,cp). Além de inconstitucional, o disposto no referido parágrafo é totalmente desnecessário, pois o parágrafo 2º, do mesmo artigo 277 concede autonomia e discricionariedade ao agente de trânsito para constatar a embriaguez por meio de outras provas admitidas em direito. Cabe, portanto, ao agente responsável pela diligência relatar os sinais que, em seu entendimento, indicam a embriaguez (constatação de hálito etílico, dificuldade na deambulação etc.) e, se for o caso, autuar o motorista. Sem prejuízo da infração administrativa, o motorista infrator poderá também responder por crime tipificado no art. 306, desde que surpreendido dirigindo com concentração alcoólica superior a 6 (seis) decigramas de álcool por litro de sangue. Em matéria criminal, importante não esquecer, o princípio da legalidade se sobressai, logo o fato considerado criminoso (fato material) deve ter perfeito ajustamento à conduta descrita na lei, o chamado enquadramento típico (ou juízo de tipicidade). Partindo desta premissa, parece que o legislador dificultou sobremaneira esse enquadramento típico ao vincular a embriaguez criminosa a um determinado nível de concentração alcoólica no sangue. Em suma, ao se exigir para caracterização do crime a condução do veículo com concentração igual ou superior a 6 (seis)

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