Grande parte da Paraíba enfrenta sérios problemas de erosão e redução de fertilidade dos solos, em decorrência dos constantes desmatamentos e da

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Grande parte da Paraíba enfrenta sérios problemas de erosão e redução de fertilidade dos solos, em decorrência dos constantes desmatamentos e da"

Transcrição

1 1 1. INTRODUÇÃO A vegetação lenhosa da caatinga é até hoje a principal fonte de energia para a população nordestina. Com a crise mundial do petróleo, a partir de 1974, por decisão governamental, alguns setores industriais tiveram que buscar fontes alternativas de energia, concentrando-se na órbita da biomassa. Como resultado, a lenha e o carvão passaram a ser as fontes mais importantes de energia primária também para a indústria (BENEVIDES, 2003). A Caatinga é uma associação de plantas xerófilas, composta por árvores e arbustos com adaptações anátomo-fisiológicas de proteção para o grande período seco que atinge o território nordestino e que imprime ao Nordeste o seu caráter peculiar (LUETZELBURG, ). A vegetação do Bioma Caatinga encontra-se degradada com a substituição de espécies nativas por pastagens e cultivos. O desmatamento e as queimadas são ainda práticas comuns no preparo da terra para a agropecuária, o que, além de destruir a cobertura vegetal, prejudica a manutenção de populações da fauna silvestre, a qualidade da água, o equilíbrio do clima e do solo (ANDRADE-LIMA, 1981). A caatinga vem sofrendo modificações fitofisionômicas e estruturais que estão relacionadas a processos antrópicos, desde a época da colonização do Brasil, principalmente no que se refere às práticas da pecuária bovina, agrícolas, bem como ao aumento da extração de lenha e a caça (ANDRADE et al., 2005). A utilização dos recursos da caatinga ainda se fundamenta em princípios puramente extrativistas, sem a perspectiva de um manejo sustentável, observando-se perdas irrecuperáveis na diversidade florística e faunística, como conseqüência da simplificação da rede alimentar, redução da resiliência e da estabilidade do ambiente diante dos fatores do meio (DRUMOND et al., 2000). A eliminação sistemática da cobertura vegetal e o uso indevido da terra têm acarretado graves problemas ambientais ao semi-árido nordestino, entre os quais se destacam: a redução da biodiversidade, a degradação dos solos, o comprometimento dos sistemas produtivos e a desertificação de extensas áreas na maioria dos estados que compõem a região (PEREIRA et al., 2001).

2 2 Grande parte da Paraíba enfrenta sérios problemas de erosão e redução de fertilidade dos solos, em decorrência dos constantes desmatamentos e da falta de manejo ambiental, o que, conseqüentemente, causam prejuízos também à vegetação (MONTEIRO, 1995). Na região do Seridó, segundo Vasconcelos Sobrinho (1974), a degradação da cobertura vegetal e do solo havia alcançado a condição de irreversibilidade, sendo portanto, um dos núcleos de desertificação do Nordeste. Ab'Saber (1977) definiu como processos parciais de desertificação, todos os fatores suficientes para criar degradações irreversíveis da paisagem e dos tecidos ecológicos naturais e enfatizou que era no Nordeste semi-árido que estes fatos eram mais facilmente percebidos. No Seridó Oriental paraibano, a vegetação predominante é a caatinga arbóreoarbustiva esparsa, com alto grau de degradação (ANDRADE-LIMA, 1981). Nesta região, a madeira advinda da caatinga é utilizada como principal fonte energética para abastecimento doméstico e industrial, sendo o corte raso da vegetação prática comum entre seus habitantes. Segundo Cândido, Barbosa e Silva (2002), a degradação da vegetação nativa, em função de atividades agrícolas e pastoris, além do corte raso para a produção de carvão e abastecimento das indústrias de cerâmica e de processamento do caulim, são fatores que colocam esta área entre aquelas com níveis acentuados de desertificação. O município de Tenório encontra-se situado em um núcleo de desertificação, área piloto 4, de acordo com Vasconcelos Sobrinho (1983). Possui grande riqueza mineral cuja exploração traz benefícios sócio-econômicos para a população, porém, ocasiona, por vezes, o empobrecimento do solo através da aceleração do processo de erosão causada pelo desmoronamento de minas abandonadas e o carreamento de partes desse solo, criando imensas voçorocas (AURINO; TROVÃO; SILVA, 2004). Este trabalho busca fazer um diagnóstico da situação atual da diversidade vegetal no município de Tenório, Seridó Oriental paraibano, uma vez que neste o corte da vegetação nativa está presente no cotidiano de grande parte dos agricultores e proprietários de terras da região.

3 3 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. O Nordeste Brasileiro. O Nordeste brasileiro abrange uma área de km², correspondente a 18,3% do território nacional (IBGE, 2001). É uma das regiões mais carentes e menos desenvolvidas economicamente do país, enfrentando inúmeros problemas ambientais, dos quais a seca, ou estiagem prolongada, é o mais difundido (MEDEIROS-FILHO; SOUZA, 1988). Analisando-se a história geológica do Nordeste, percebe-se que há fatos que comprovam a originalidade da província Nordestina no que se refere à evolução da flora e do meio físico. Para Fernandes e Bezerra (1990), os processos de transformações que se realizaram no médio Terciário (Mioceno) e que continuaram no Quaternário, atingiram o embasamento cristalino e deram molde ao pediplano sertanejo nordestino, onde se instalou posteriormente uma flora xerófila, que compôs a vegetação tropofítica do Nordeste. Segundo Paiva e Campos (1995), as condições de semi-aridez do Nordeste do Brasil vêm se intensificando a partir do Pleistoceno e sendo agravadas com a ocorrência de periódicas secas, que resultam da baixa pluviosidade na época normalmente chuvosa. Para Rodal (1992), a deficiência hídrica origina-se da baixa pluviosidade, má distribuição das chuvas ao longo do ano, da elevada taxa de evapotranspiração potencial, que em geral ultrapassa os 2.000mm anuais, e da baixa capacidade de retenção de água dos solos. Segundo esta autora, as chuvas são irregulares no tempo e no espaço, normalmente concentradas em três a quatro meses do ano, com índices pluviométricos que se reduzem a valores de até 300 mm/ano. De acordo com Medeiros-Filho e Souza (1988), o Nordeste foi marcado ao longo de sua história por monoculturas (principalmente cana-de-açúcar e algodão), pecuária extensiva, invasões, cangaço e migrações. O clima quente e seco propiciou, ao longo do tempo, uma forma de manejo da terra e de seus recursos muito degradante, porém a única disponível para grande parte da população rural, que sofria as conseqüências da estiagem.

4 4 O sertanejo desenvolveu técnicas de manejo e conservação baseadas no seu conhecimento e percepção da caatinga, sendo as ações impactantes no ambiente decorrentes da necessidade imediata de sobrevivência (BISPO, 1998). A economia da Região Nordeste vem crescendo, ao longo das quatro últimas décadas, num ritmo bem superior à média nacional, impulsionada pelos incentivos governamentais e pelas vantagens decorrentes do estágio embrionário de desenvolvimento local, como escassa competição e mão-de-obra abundante e barata (embora inicialmente pouco qualificada). Entretanto, a população local, muitas vezes, fica à margem do desenvolvimento regional como mera espectadora (GALVÃO, 2005). Segundo Bispo (1998), é preocupante a forma como são discutidos os problemas regionais. A desertificação que avança no semi-árido e o desmatamento de áreas cada vez maiores de vegetação nativa são questões totalmente interligadas O Semi-árido Brasileiro O semi-árido brasileiro tem, segundo o IMSEAR (2002), cerca de km2, correspondendo a cerca de 11,5% do território nacional, incluindo oito estados do Nordeste e dois do Sudeste. É uma terra marcada pela irregularidade das chuvas, determinando longos períodos de secas, com forte deficiência hídrica e graves conseqüências sociais para seus habitantes, que apresentam elevada dependência dos recursos naturais e os piores indicadores sociais do país (FERREIRA, 1994). De acordo com Mendes (1992), o semi-árido brasileiro é conhecido como polígono das secas em virtude de seu formato poligonal e das secas que atingem a região. Considerase uma região como semi-árida no Brasil quando a precipitação é inferior a 800 mm anuais, há a ocorrência de secas, a vegetação é a caatinga, os solos são pobres em matéria orgânica com muitos sais e os rios são temporários (MENDES, 1997). As condições ecológicas típicas do semi-árido brasileiro estão representadas nas depressões interplanálticas, onde predomina a caatinga, e que contrastam com áreas das Chapadas, onde predominam o cerrado, campos rupestres e diferentes tipos de florestas (GALVÃO, 2005). De acordo com a ASABRASIL ( não há para o

5 5 semi-árido políticas públicas eficientes que tratem da questão das secas periódicas de maneira permanente, com a participação efetiva dos atores que vivenciam sua realidade. De modo geral, o semi-árido tem sido encarado como um conjunto de problemas ambientais, sociais e desafios científicos, tecnológicos e de desenvolvimento (VERSENTINI, 2000). Segundo Barbosa (1998), dois dos maiores problemas associados ao semi-árido são o elevado grau de degradação ambiental e o baixo conhecimento quantitativo e qualitativo de sua biodiversidade. Esta é uma das regiões menos conhecidas da América do Sul, no que diz respeito à sua biodiversidade (MMA 1998, SILVA; TABARELLI, 2000). Não obstante, o Bioma Caatinga é um dos mais ameaçados, devido ao uso inadequado e insustentável dos seus solos e recursos naturais, e por ter somente uma pequena área (menos de 1%) protegida em unidades de conservação (ROCHA et al., 2006). Esta degradação provavelmente se explica pelo fato de vinte e cinco milhões de pessoas, aproximadamente 15% da população brasileira, viverem na caatinga (MITTEIRMEIER et al., 2002). Segundo Barbosa (2001), várias causas podem ser apontadas para esta situação, desde modelos inadequados às condições físicas e culturais até o distanciamento entre o conhecimento gerado no meio acadêmico e as populações locais. Para a ASABRASIL o semi-árido apresenta uma das biotas mais particulares do mundo, em composição e adaptações às condições do meio, representando um recurso vital para as populações locais ( Mas, a desertificação nas regiões semi-áridas avança, na medida em que crescem os índices de alteração da vegetação nativa e a degradação dos recursos naturais (BRASIL, 1991). Para Queiroz (2006), o semi-árido apresenta a mais diversa das paisagens brasileiras, tanto em relação a geomorfologia quanto aos tipos de vegetação. Esta diversidade ambiental se reflete na biodiversidade, na taxonomia complicada dos grupos e em padrões biogeográficos complexos. Queiroz (2006) ressaltou ainda, a enorme dificuldade de estudar grandes e diversas áreas na região e, assim, propor planos de conservação para as mesmas. Rapini et al. (2006), afirmaram que conhecer a biodiversidade do semi-árido e os processos físico-químicos e biológicos que afetam sua biota é o primeiro passo para que seus recursos possam ser aproveitados de maneira sustentável, reduzindo a degradação ambiental e melhorando a qualidade de vida de seus habitantes.

6 A Vegetação no Semi-árido Brasileiro De acordo com Araújo et al. (2005), existem dois tipos de fisionomias de vegetação que dominam a área semi-árida brasileira: as florestas que variam de semidecíduas a decíduas, e as fisionomias não florestais, que são representadas pela caatinga. A caatinga ocupa a maior parte do semi-árido nordestino e caracteriza-se por apresentar árvores de porte relativamente baixo (geralmente até 5 m de altura), sem formar um dossel contínuo, troncos de árvores e arbustos finos, freqüentemente armados, com folhagem decídua na estação seca. Cactos e bromélias terrestres são, também, elementos importantes da sua paisagem. O estrato herbáceo é efêmero e constituído principalmente por terófitas e geófitas que aparecem apenas na curta estação chuvosa (QUEIROZ, 2006). Para Egler (1951), dos grandes tipos de vegetação do Brasil, a caatinga sem dúvida, é o mais heterogêneo, englobando um grande número de formações e associações vegetais fisionômica e floristicamente distintas. Reconhecida a variedade de termos locais a ela aplicados, diversos autores passaram a citá-la no plural; caatingas, devido à multiplicidade de fisionomias apresentadas (LUETZELBURG, ; HUECK, 1972; GOMES, 1979; ANDRADE-LIMA, 1981; SOUZA, 1983). A caatinga que caracteriza o Nordeste brasileiro é definida por Duque (1980), como um conjunto de galhos e arbustos baixos e retorcidos, de aspecto seco, com folhas pequenas e caducas no período seco, para proteger a planta da desidratação pelo calor e pelo vento. Ou ainda, segundo Luetzelburg ( ), é uma associação de plantas lenhosas de pouca altura, que se contentam com todo e qualquer solo. Kuhlman (1977) e Andrade-Lima (1981), já percebiam que a caatinga não era homogênea e o primeiro a considerava o ecossistema mais heterogêneo do Brasil. Ferri (1980), citou como formações de caatinga: agreste, carrasco, cariri, sertão e seridó. Estas diferem entre si na fisionomia e composição florística. Segundo Andrade- Lima (1981), são reconhecidos 12 tipos diferentes de Caatingas, que resultam da interação vegetação-clima-solo. Silva et al. (1993) dividiram o Nordeste em unidades agroecológicas, sendo a caatinga dividida em hiperxerófila e hipoxerófila, o que não permite um detalhamento

7 7 maior dos possíveis tipos de caatinga propostos por Andrade-Lima. Entretanto, a divisão em unidades de paisagens (20) e suas 172 unidades geoambientais, possibilitou um conhecimento mais amplo da quantificação de áreas ocupadas por caatinga e suas áreas de preservação. Segundo Rodal e Sampaio (2002), são Km² de área de caatinga, sendo catinga hiperxerófila, caatinga hipoxerófila, caatinga mesclada com florestas subperenifólias, subcaducifólias ou caducifólias, mescladas com cerrado, caatinga mais floresta e carrasco e caatinga e campos de altitude. Rizzini (1997) afirmou que a caatinga está bem delimitada do ponto de vista biogeográfico, mas distante de ser homogênea do ponto de vista fisionômico. Segundo Prance (1987), quanto à fisionomia, a caatinga é similar às regiões áridas da América Central e do norte colombiano e venezuelano. De acordo com Mendes (1997), sua vegetação caracteriza-se por apresentar alta resistência à seca devido ao desenvolvimento de diferentes mecanismos anátomo-fisiológicos, destacando-se dentre estes os xilopódios ou tubérculos, caules suculentos clorofilados, folhas modificadas em espinho, caducifolia, mecanismos especiais de abertura e fechamento dos estômatos, processo fotossintético de absorção do CO2 durante a noite, sementes dormentes e ciclo vital curto, entre outros. Apesar de descrita como pobre em endemismos, considerando somente as plantas lenhosas e suculentas, existem 18 gêneros e 318 espécies endêmicas à caatinga, cerca de 34% das espécies conhecidas para a região (GIULIETTI et al., 2004). De acordo com Leal et al. (2005), são valores muito altos se comparados a trabalhos já realizados para outros biomas. Tabarelli e Vicente (2004) ressaltaram que o número de espécies lenhosas relacionadas para o bioma deve ser ainda maior, visto que 40% da região nunca foi sequer investigada. De acordo com Rodal e Sampaio (2002), a vegetação do bioma caatinga por sua heterogeneidade é identificada pelo conjunto de características e fatores ambientais que afetam as plantas, de modo que suas áreas de ocorrência se sobrepõem razoavelmente. Segundo esses autores, existem três caracteres básicos que são comuns nas definições e delimitações da caatinga: 1) é a vegetação que cobre uma área mais ou menos contínua de clima semi-árido que se localiza no Nordeste ou porção norte de Minas Gerais; 2) as plantas apresentam adaptações anatomo-fisiológicas a deficiência hídrica, predominando arbustos e arvoretas de copas descontínuas; 3) algumas espécies são endêmicas do semi-

8 8 árido e outras também ocorrem em outras áreas secas, mas não são encontradas em formações mais úmidas que fazem limite com o semi-árido. Na busca de conservar e entender melhor a biodiversidade da caatinga, foram propostas 8 ecorregiões naturais para o Bioma, combinando dados bióticos e abióticos (VELOSO et al., 2002). Das 8 ecorregiões propostas, as Depressões Sertanejas Meridional e Setentrional representam a área core da caatinga. Segundo os autores, as Depressões Sertanejas são as ecorregiões mais típicas da caatinga e, juntas, somariam 293 espécies, sendo 148 para Setentrional e 145 para a Meridional. Segundo eles, estes números indicam uma similaridade relativa, pois são áreas semelhantes climática e pedologicamente, porém muito amplas e com uma diversidade de condições particulares. Segundo Fernandes (2003), a separação entre elas se dá mais precisamente pela delimitação do Rio São Francisco e não por barreiras geográficas como séries de serras. Segundo Carvalho e Júnior (2005), a província da Borborema é uma área típica deste bioma, com quatro grandes paisagens: Depressão Sertaneja Setentrional (21% da área da caatinga), Depressão Sertaneja Meridional (44% do bioma), Paisagem de relevos residuais (0,5%) e Maciços e serras baixas (4%). Araújo et al. (2005) compararam 117 levantamentos florísticos e fitossociológicos em diversas fisionomias de caatinga em quase todos os estados do Nordeste, e apontaram, de forma inequívoca, sua heterogeneidade florística, mostrando, entretanto, que sua flora, no sentido restrito, é bem diferente das demais formações vegetais do semi-árido brasileiro. Ressaltaram que há uma compreensão melhor da caatinga em escala local, porém, com grandes lacunas no conhecimento em macro-escala. Zanetti (1994), considerou que alterações na caatinga tiveram início com o processo de colonização do Brasil, inicialmente como conseqüência da pecuária bovina, associada a práticas agrícolas rudimentares. Ao longo do tempo, outras formas de uso da terra foram sendo adotadas, promovendo a diversificação da agropecuária e o aumento da extração de lenha para produção de carvão. A maior parte da cobertura vegetal está em processo de recuperação depois de um corte raso prévio, ou sofre pelos efeitos da pecuária (SAMPAIO, 1996). Casteletti et al. (2004), mostraram que os remanescentes da caatinga não se constituem um único e grande bloco, mas estão distribuídos em muitos fragmentos de diferentes tamanhos.

9 9 Para Almeida et al. (2005), a caatinga sofre de grande pressão devido ao desmatamento que, somado ao uso irracional da terra, vem causando a erosão dos solos. Na visão dos autores isto dificulta a sustentabilidade dos recursos vegetais, piorando a pobreza da região sob o ponto de vista da conservação de biodiversidade. Para Sampaio et al. (1996), com relação à utilização das áreas trabalhadas, geralmente não se pode fazer nenhuma separação clara dos efeitos antrópicos e naturais. Para Tabarelli e Vicente (2002), é preciso ampliar rapidamente o conhecimento sobre os organismos e comunidades, além de sua distribuição nos ambientes de caatinga, já que este é o terceiro bioma brasileiro mais alterado pelo homem e o menos conhecido da América do Sul. Segundo os autores, faz-se necessário ampliar a amostragem dos trabalhos realizados, tendo em vista que a baixa riqueza de espécies alegada para o bioma, muitas vezes, pode significar amostragem insuficiente. Ainda segundo esses autores, o nível de informação sobre a organização e formas de ocorrência de plantas lenhosas da caatinga é reduzido ou até inexistente para 80% do Bioma. Assim, informações sobre riqueza, endemismo, distribuição geográfica e ecológica de plantas lenhosas da caatinga existem apenas de forma preliminar (SAMPAIO; GAMARRA-ROJAS, 2003). De acordo com Leal et al. (2005), as principais ameaças à conservação da catinga devem-se: 1) a 15% da população do Brasil viver na caatinga, sendo esta uma população rural extremamente pobre e que pratica atividades como corte de madeira para lenha, e contínuos desmatamentos para criação de pastagens para bovinos e caprinos, intensificando a desertificação; 2) ao assoreamento dos rios; e 3) à utilização de técnicas de irrigação que aceleram ainda mais o desgaste do solo e a desertificação. O bioma apresenta 47 unidades de conservação, sendo apenas 11 delas de proteção integral (menos de 1%). É o menor número e a menor extensão Km² - protegida dentre todos os biomas do Brasil (VELOSO et al., 2002). Por ser insuficientemente conhecida, a caatinga permanece atualmente ainda fora do cenário nacional e internacional, em termos de prioridade de conservação da diversidade biológica. Para ampliar o conhecimento científico, é uma condição essencial o estabelecimento de políticas públicas de conservação do bioma (TABARELLI; VICENTE, 2002).

10 A Dimensão Sócio-ambiental da Caatinga Segundo Versentini (2000), a região semi-árida brasileira possui características próprias, com peculiaridades há muito tempo conhecidas, sendo a seca um problema natural que deve ser enfrentado de modo a buscar maneiras de convivência adaptadas às suas características. Para esta porção significativa do território nacional, mostra-se a carência, de alguns séculos, de políticas públicas eficientes e que tratem da questão das secas periódicas de maneira permanente, com a participação efetiva das pessoas que vivenciam sua realidade. De acordo com Sato e Santos (2003), dentro das perspectivas biorregionais, é necessário resgatar as histórias locais que determinam a cultura da comunidade. Seus mitos, valores e diversidade em rostos transformados pelo suor do trabalho diário, que são próprios de cada comunidade de intervenção. Segundo Andrade (1986), os processos de ocupação do Nordeste não ocorreram de forma passiva, pois os vários grupos indígenas que dominavam as caatingas do Sertão revoltaram-se contra a penetração do homem branco que trazia escravos, gado e agregados, tomando e se instalando nas ribeiras mais férteis e afugentando os índios para áreas mais secas. De acordo com este autor, a revolta denominada Guerra dos Bárbaros durou mais de trinta anos e resultou na ocupação, pela pecuária, dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e quase toda a Paraíba. Este processo, originou uma população que sem comunicação com os centros urbanos retirava do próprio meio o máximo para atender suas necessidades. A ocupação territorial da Paraíba teve início pelo litoral com a implantação da cultura da cana-de-acúcar que forçou a ocupação do interior pela pecuária e agricultura de alimentos (BARBOSA, 2001). Para Andrade (1986), esta ocupação deu-se especialmente pela pecuária que crescia para conquistar novas terras, na medida em que a população aumentava e as terras férteis eram utilizadas para a agricultura. O sertão paraibano foi povoado a partir da segunda metade do século XVII, quando grupos populacionais seguiram as margens de alguns rios, saindo de três pontos diferentes nas chamadas ribeiras, citadas por Joffily (1977). A entrada que atingiu o Planalto da Borborema partiu do litoral margeando o rio Paraíba e atingiu as terras habitadas por índios cariris, sendo a região conhecida desde então, por Cariris Velhos. Iniciou-se ali o

11 11 primeiro núcleo de povoamento o Arraial de Boqueirão a partir de uma aldeia de cariris (PARAÍBA, 1999). Existem, na região Nordeste do Brasil, cerca de km² de áreas com processos considerados graves e muito graves de degradação e o controle da desertificação que atinge o semi-árido, além da concretização das políticas de desenvolvimento sustentável para uma melhor qualidade de vida da população, são necessidades dessa região (PERNAMBUCO, 2003). Segundo o Relatório do Brasil para a conferência das Nações Unidas sobre Meio ambiente e Desenvolvimento (1991), vive no Nordeste brasileiro cerca de um terço da população do país. Isto corresponde a cerca de 51 milhões de habitantes (IBGE, 2006a). Para Ab Saber (1985), o semi-árido brasileiro é uma das regiões semi-áridas mais populosas entre todas as terras secas tropicais. A biodiversidade da caatinga é um dos importantes recursos disponíveis para a população regional, da qual se obtém vários produtos: alimentos, medicamentos, energia e matéria-prima para diversos fins (MENDES, 1997). De acordo com Drew (1986), como o alimento é uma necessidade básica do homem, as suas fontes diretas, as plantas e os animais foram submetidos a maior grau de controle humano do que qualquer outro aspecto do ambiente natural. Segundo este autor, as alterações mais profundas na vegetação são aquelas que envolvem a agricultura intensiva e a pecuária que degradam grandes áreas e reduzem a diversidade das espécies e a biomassa, encaminhando a vegetação para um tipo árido. Mudanças irreversíveis, segundo o mesmo autor, ocorrem quando o solo também é alterado, seja pela própria erosão ou, principalmente, pela entrada de energia externa como fertilizantes artificiais, praguicidas, herbicidas ou irrigação e, até, por compactação deste por pisoteio intenso de herbívoros na pecuária. Uma visão poética, mas dramática da caatinga, é retratada por Euclides da Cunha em os Sertões, quando diz: a caatinga afoga; abrevia-lhe o olhar; agride-o e estonteia-o; enlaça-o na trama espinescente e não o atrai, repulsa o com as folhas urticantes, com espinhos e com gravetos estalados em lanças e desdobra-se-lhe na frente em léguas e léguas, imutável no aspecto desolado: árvores sem folhas, de galhos estorcidos e secos, revoltos, entrecruzados, apontando

12 12 rijamente no espaço ou estirando-se flexuosos pelo solo, lembrando um bracejar imenso, de tortura, da flora agonizante...(cunha,2002, p. 35). Segundo Sato (1997), a mídia tem contribuído para a formação de (pré)conceitos sobre as questões relativas ao ambiente, ou por falta de informações adequadas, ou por parecem ser provocadas para prejudicar a imagem dos valores ambientais. De acordo com Mendes (1997), a caatinga guarda um grande número de plantas e animais que vêm sendo utilizados pelo homem desde antes da colonização. A população do semi-árido utiliza muitas plantas nativas produtoras de óleo, cera, borracha, resina, forragem, madeira, tanino, fármacos, cosméticos, perfumes, fibras e frutos. Para esse autor, destacam-se a cera e o chapéu de palha da carnaúba (Copernicia prunifera), o óleo de oiticica (Licania rigida), a borracha de maniçoba (Manihot glaziovvi), a fibra de algodão mocó (Gossypium hirsutum var. Marié Galante), a fibra caroá (Neoglasiovia variegata), a castanha de caju (Anacardium occidentali) e o fruto do umbuzeiro (Spondias tuberosa) que recebeu o codinome de árvore sagrada do sertão por Euclides da Cunha. Dentre as frutíferas nativas da caatinga, destacam-se o umbuzeiro, cajueiro, quixabeira, mandacaru, joazeiro, uvaia, trapiá, marizeiro, ameixeira e pitombeira. Dentre as forrageiras arbustivas e arbóreas destacam-se a canafístula, joazeiro, mororó, jucazeiro, catingueira, sabiá, jurema-preta, jurema-branca, catanduva e turco, que são utilizadas como o único pasto disponível para gado, na época da estiagem (MENDES, 1997). Existem diversas plantas da caatinga que são usadas com fins medicinais: a faveleira, a jurema-preta, a aroeira, o angico, a baraúna, o marmeleiro, o mofumbo, a catingueira, a umburana, o joazeiro, o mororó e o pereiro, são algumas utilizadas para inflamações simples, cicatrização de ferimentos e contusões e, até, para o tratamento de doenças como tuberculose, infecções pulmonares, intestinais e diabetes (PEREIRA, 2005). Segundo Barbosa (2001), da vegetação da caatinga retira-se madeira para lenha, produção de carvão, estacas, mourões, tanino, forragem e outros recursos. Esta retirada, para a autora, é preocupante, já que não é realizada apenas para abastecimento e subsistência. A constante pressão sobre a caatinga, inclusive com sua retirada para implantação de outras atividades produtivas, gera a necessidade de elaboração de planejamento para o uso racional da vegetação, o que se consolidou com a adoção do

13 13 Plano Nacional de Manejo Florestal Sustentado da Caatinga (IBAMA, Instrução Normativa nº 1, de 06 de Outubro de 1998). Segundo Silva et al. (1998) e Soares et al. (1999), a dependência da população e de alguns setores da economia nordestina - como pólos cerâmicos e indústrias de cal da lenha como fonte de energia corresponde a um valor entre 30% e 50% da energia primária. A lenha e o carvão vegetal representam 60% de toda a energia utilizada para cozinhar alimentos no Nordeste (TEXEIRA, 2002) A Caatinga na Paraíba e no Seridó Paraibano A área de domínio da caatinga corresponde a cerca de 80% do território paraibano, distribuindo-se, porém, de maneira diferenciada em relação à fisionomia e à flora (BARBOSA et al, 2003). Todavia, a cobertura vegetal remanescente é pouco mais de 30% da vegetação original (PNUD/FAO/IBAMA/PARAIBA,1994; CAMPANILI 2001, MARTINS et al. 2004). A Paraíba, de acordo com Candido, Barbosa e Silva (2002), é o estado brasileiro que possui o maior percentual de áreas com nível muito grave de desertificação, correspondendo a cerca de 70% do território paraibano. Estudos sistemáticos sobre a flora da caatinga na Paraíba iniciaram se na década de 90 com o trabalho de Moura e Barbosa, que registrou 56 famílias e 271 espécies para a caatinga paraibana (BARBOSA et al., 2003). No entanto, os primeiros estudos fitossociológicos na Paraíba ocorreram na década de 70, com Tavares et al. (1975) e Hayaishi e Numata (1976). Sampaio et al. (1996), apesar de considerarem que nenhum parâmetro fitossociológico isolado forma uma idéia ecológica clara das comunidades e populações vegetais, ressaltam que, em conjunto, estes são uma importante ferramenta para caracterizar o desenvolvimento das comunidades e suas populações. O Seridó localiza-se na Depressão Sertaneja Setentrional, sendo semelhante ao resto da Depressão quanto ao relevo subondulado com elevações residuais. A Depressão Sertaneja Setentrional, segundo Sampaio e Gamarra-Rojas (2003), é ocupada por caatinga típica do cristalino, evidenciando aspectos particulares na zona empobrecida do Seridó.

14 14 Os solos da região são bem característicos, geralmente pedregosos, tendendo a ser mais rasos, com alta fertilidade natural e grande potencial mineral. Predominam os brunos não cálcicos, ocorrendo também planossolos e solos podzólicos e litólicos. A altitude pode variar de 100 a 400m, com elevações chegando a 700m (VELOSO et al., 2002). A Depressão Sertaneja Setentrional é a mais ameaçada em termos de conservação das espécies, principalmente por causa da antropização e do número reduzido de unidades de conservação (VELOSO et al., 2002). Segundo Duque (1964), a Região Natural do Seridó do Nordeste cobre uma superfície de , 250 km², distribuídos entre os Estados do Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. O Seridó Paraibano, é integrado por duas Microrregiões Geográficas: Seridó Ocidental e Seridó Oriental, abrangendo uma superfície territorial de 4.347,155 km², integrada por 15 municípios e possuindo uma população de habitantes (IBGE, 2006a). De acordo com Leite et al. (2000), o Seridó paraibano partilha características peculiares com o Seridó do Rio Grande do Norte, porque seus processos de evolução histórica estão muito próximos, o que não ocorreu com o Seridó cearense, cujas semelhanças restringiram-se aos aspectos físicos, notabilizadas por inselbergs, como o da Pedra da Galinha-Choca, no município de Quixadá, Ceará. De acordo com Luetzelburg ( ), não é possível precisar de onde deriva a denominação Seridó, porém afirma que é originária dos nativos da Paraíba, onde as denominações terminadas com ó são comuns. A origem indígena da palavra também é sugerida por Puntoni (1998), em estudo sobre a chamada guerra de Açu ou dos bárbaros, revolta de índios tapuias, na sua grande maioria pertencentes à nação dos janduís, que travaram grandes lutas nas áreas às margens do rio Açu e da ribeira chamada Seridó. A região seridoense se caracteriza pela vegetação baixa, de cactos espinhentos e agressivos, agarrados ao solo, de arbustos espaçados, com capins de permeio e manchas desnudas, em terra procedente do Arqueano, muito erodida e áspera; os seixos rolados existem por toda a parte e as massas de granito redondo sobressaem, aqui e ali, demonstrando como a erosão lenta, através dos séculos, deixa vestígios ciclópicos. (DUQUE, 1964, p. 61)

15 15 A caatinga do Seridó está classificada na unidade IV proposta por Andrade-Lima (1981), com quatro associações de porte baixo, baixa densidade e pobre em espécies arbustivo-arbóreas. É uma vegetação baixa e esparsa com graves riscos de erosão e desertificação reforçadas pela retirada de lenha (RODAL; SAMPAIO, 2002). Segundo Barbosa et al. (2003), atualmente, no Seridó, a caatinga constitui-se praticamente de um estrato herbáceo com árvores isoladas e cactáceas em touceiras esparsas. Nos tempos atuais, a caatinga arbórea é rara, esparsa e fragmentada (PRADO, 2003). Interferências antrópicas têm favorecido a expansão do estrato arbustivo em detrimento do arbóreo, que diminui gradualmente. A redução da cobertura vegetal é uma realidade que também tem sido constatada pelos pesquisadores em outras áreas do bioma caatinga (RODAL; ARAÚJO; BARBOSA, 2005). No Seridó paraibano, atividades que degradam a vegetação nativa, como a agricultura, pecuária, indústrias cerâmicas, caieiras, além do corte raso para produção de lenha e carvão, são fatores que colocaram a área entre aquelas com nível de desertificação muito grave. Grande parte dos municípios do Seridó sobrevive da mineração, atividade esta que está intimamente ligada ao corte da vegetação nativa, que fornece matéria prima para aquecimento dos fornos das indústrias de cal. Nos municípios de Junco do Seridó e Tenório, a extração e decantação de caulim são atividades econômicas importantes, que requerem um grande potencial energético retirado da caatinga (CANDIDO; BARBOSA; SILVA, 2002).

16 16 3. METODOLOGIA 3.1 Caracterização Geral da Área de Estudo O município de Tenório está localizado na Mesorregião da Borborema, Microrregião do Seridó Oriental Paraibano (Figura 1), a cerca de 228 Km da capital João Pessoa, a 6º56 44 de latitude Sul e 36º38 11 de longitude Oeste. Possui área territorial de 105,27 Km², limitando-se ao norte com Equador/RN, ao sul com Juazeirinho/PB, a oeste com Junco do Seridó/PB e Assunção/PB e a leste novamente com Juazeirinho. O município, considerado uma das regiões mais secas de todo o Nordeste do Brasil, possui aproximadamente 3000 habitantes (IBGE, 2006a). Figura 1: Localização do Estado da Paraíba com destaque para a Microrregião do Seridó Oriental Paraibano. Fonte: O acesso ao município de Tenório, a partir de João Pessoa, é feito através da rodovia federal BR-230, no sentido leste-oeste, até Juazeirinho. A partir de Juazeirinho,

17 17 através de rodovia de terra, em trecho de 15km, chega-se à sede-comarca do município (Figura 2). Figura 2: Mapa cartográfico de Tenório /PB. Fonte: Adaptado de IBGE (2006) O clima local é do tipo semi-árido quente com chuvas de verão (BSh), apresentando um bioclima do tipo 2b, com 9 a 11 meses secos, denominado de subdesértico quente de tendência tropical. A precipitação pluviométrica oscila entre 400 e 600 mm/ano, com 2800 horas de insolação, temperatura média anual de 27 ºC e

18 18 nebulosidade de 5 a 6/10 de céu encoberto. O tipo de solo predominante é o Nitossolo e Litossolo. Do ponto de vista geológico, é formado de estrutura do tipo cristalino da era Proterozóica com unidade geomorfológica denominada de Superfície da Borborema, com altitude variando entre 400 e 600 m (ATLAS GEOGRÁFICO DA PARAÍBA, 1985). As maiores altitudes ocorrem na porção oeste do município, como na serra de Teresópolis, onde a declividade é de média a elevada. Predomina o relevo com declividade média a baixa cujas cotas apresentam valores mínimos de 490 metros e aparecem no extremo norte, na confluência do rio Barraco com o limite do município (MASCARENHAS et al., 2005). A vegetação no município é a caatinga bastante heterogênea que, de acordo com Rizzini (1979), caracteriza-se pela presença de árvores, arvoretas e arbustos decíduos, freqüentemente armados de espinhos, e pela presença de cactáceas e bromeliáceas. A lenha oriunda da vegetação é utilizada diretamente para o abastecimento doméstico e para a produção de carvão, além de ser comercializada. O município possui grande riqueza mineral. A exploração de rochas graníticas, quartzitos, caulim, etc., gera emprego para a população e renda para o município (IBGE, 2006b). O setor primário da economia de Tenório sofre inúmeras dificuldades decorrentes de seu clima semi-árido. A agricultura e a pecuária são atividades de subsistência, desenvolvendo-se ainda por meio de técnicas ultrapassadas e instrumentos rudimentares de trabalho Seleção e Caracterização dos Remanescentes Realizou-se, numa primeira fase, o reconhecimento do local e entrevistas informais com os moradores, a fim de escolher as áreas com melhores níveis de conservação e idades de corte almejadas pelo trabalho. Foram escolhidas cinco áreas quatro no Sítio Várzea do Cariri e uma no Sítio Bandarra - selecionadas pelo tempo em que ocorreu o corte raso da vegetação nativa e o nível de conservação. Foram selecionadas duas áreas que não sofreram corte raso, uma em

19 19 cada sítio, consideradas as mais conservadas. Outras três áreas, todas estas no Sitio Várzea do Cariri, cortadas há 2, 10 e 20 anos respectivamente, foram também escolhidas Sítio Várzea do Cariri O Sítio Várzea do Cariri, situado no município de Tenório, localiza-se a 06º58 15,5 S e 36º38 21,1 W, com altitude média de 625 m. De acordo com depoimentos de moradores, proprietários de terras e de informações, não publicadas, da Secretaria de Administração do município, a antiga área chamada Várzea do Cariri tinha cerca de 600 hectares. Com o passar do tempo, esta foi ganhando outros nomes, de acordo com a mudança de proprietários. Hoje tem aproximadamente 150 hectares, distribuídos entre quatro proprietários que utilizam os recursos da área de maneiras semelhantes. O sítio Várzea do Cariri, foco do atual trabalho, tem cerca de 75 hectares e um histórico de uso que data do final do século XIX, quando a família de José Francisco dos Santos e dona Teodora instalou-se na região. O uso da área foi, desde então, para agricultura, pecuária e mineração. O cultivo do milho, feijão, mandioca e palma é ainda hoje realizado. Até a década de 80, a produção de farinha de mandioca era muito intensa, mas hoje é uma atividade não mais praticada, sendo a produção de mandioca repassada para outras instalações de beneficiamento, chamadas popularmente de casa de farinha. A pecuária foi e ainda é realizada de maneira extensiva, com os bovinos soltos na propriedade, utilizando-se do potencial forrageiro, no período mais úmido de maneira intensa e, no período seco, confinados em currais. Os caprinos geralmente permanecem soltos, seja no período chuvoso ou seco. O extrativismo mineral atualmente é pouco praticado, porém observa-se a presença de grandes crateras deixadas por minas abandonadas que favorecem a erosão em determinados pontos da área. Há, também, uma pequena usina de beneficiamento de caulim, que utiliza muito mais o trabalho artesanal do que o de máquinas e, em seus fornos, usa lenha da vegetação nativa.

20 20 A área de estudo apresenta um mosaico de vegetação de caatinga em diferentes estádios de regeneração, intercalada com plantios agrícolas, com algumas poucas áreas remanescentes, consideradas conservadas por não terem sofrido corte raso de sua cobertura vegetal. Em alguns locais é praticado corte seletivo de lenha e outros estão em pousio tempo de repouso após o corte raso (brocagem). A seleção das áreas para este estudo teve como critérios o tempo de pousio e o grau de conservação, no caso do remanescente selecionado por não ter sofrido corte raso Sítio Bandarra O sítio Bandarra localiza-se a S e 37º38 30 W, com altitude de 526m. Possui 445 hectares, divididos entre sete proprietários da mesma família. O uso da área é semelhante ao anteriormente especificado, sendo que nesta a presença mais marcante é a do gado bovino em detrimento do caprino. A data de ocupação é também do final do século XIX. Esta área também se apresenta como um mosaico semelhante ao já descrito para Várzea do Cariri, porém suas áreas remanescentes aparentemente estão em um melhor grau de conservação, a julgar pelo porte da vegetação Procedimentos Metodológicos Levantamento Florístico Realizaram-se coletas aleatórias entre os meses de janeiro e agosto de Foi coletado todo o material botânico fértil encontrado nas áreas de estudo, sem preocupação com o critério de inclusão fitossociológico, posteriormente utilizado no atual trabalho. Todas as amostras coletadas foram numeradas, prensadas e secas em uma estufa de lâmpada, por cerca de três a cinco dias. Depois de secas e etiquetadas, estas foram

21 21 depositadas no Herbário Lauro Xavier (JPB) da UFPB. A identificação do material foi realizada por comparação com o acervo do Herbário JPB e com o auxílio dos especialistas Maria Regina de V. Barbosa, Itamar Barbosa de Lima (identificação das espécies de Leguminosae) e Maria de Fátima Agra (identificação das espécies de Solanaceae) Levantamento fitossociológico O Levantamento fitossociológico foi realizado entre os meses de março e agosto de 2006, tendo-se adotado o método de parcelas (MUELLER-DUMBOIS; ELLENBERG, 1974). As cinco áreas foram demarcadas com 25 parcelas cada, sendo quatro áreas demarcadas com parcelas contínuas, formando um quadrado (Figura 3) e, uma, com parcelas obedecendo o formato irregular do remanescente (Figura 4), como recomenda Rodal et al. (1992), já que havia em seu interior uma grande área de solo descoberto que, segundo os moradores da região, nunca teve cobertura vegetal. Foram delimitadas no total 125 parcelas, com dimensões de 10 X 10m (100 m²), tamanho freqüentemente usado nos levantamentos fitossociológicos (RODRIGUES, 1991), totalizando 1,2 hectares. Estas foram instaladas de forma semipermanente. 50m F E D 50m C B A Figura 3: Esquema de demarcação de parcelas contínuas.

22 22 1A 1B 1C 1D 1E 1F 2A 2B 2C 2D 2E 1A 1B 1C 1D 1E 1A 1B 1C 1D 1E 2F 3F 4F 5F 6F 7F 8F 9F 10F 11F 12F 13F 14F 15F 16F 17F 2G 3G 4G 5G 6G 7G 8G 9G 10G 11G 12G 13G 14G 15G 16G 17G Figura 4: Esquema de demarcação de parcela irregular. Foram considerados todos os indivíduos vivos com altura 1m e circunferência do caule na base (CAB) 9cm. Estes tiveram medidos CAB, posteriormente convertido em diâmetro e altura total. Os parâmetros fitossociológicos considerados foram: Densidades Absoluta e Relativa (DA e DR), Freqüências Absoluta e Relativa (FA e FR), Dominâncias Absoluta e Relativa (DoA e DoR), Valor de Importância e Valor de Cobertura (IVI e IVC), além de alturas, área basal e diâmetros médios. Estes foram calculados através do Programa FITOPAC 2 (SHEPHERD, 2006), de acordo com as seguintes fórmulas: Densidade absoluta (DA) Onde: DA= ni.u/a ni = nº de indivíduos da espécie i, A = Área total amostrada em m², U = Unidade amostral (ha=10.000m²).

23 23 Densidade Relativa (DR) Onde: ni = nº de indivíduos da espécie i, N = n total de indivíduos. DRi = ni/n. 100 Freqüência Absoluta (FA) FA = Pi/P. 100 Onde: Pi = nº de parcelas que a espécie ocorreu, P = n total de parcelas. Freqüência Relativa (FR) FRi = FAi/FAT. 100 Onde: FAi = Freqüência absoluta da espécie, Fat = Freqüência absoluta total ( ΣFAi). Dominância Absoluta (DoA) DoA = ΣAbi. U/A Onde: Abi = Área basal de individuos da espécie i, A = Área total amostrada em m², U = Unidade amostral (ha=10.000m²)

24 24 Dominância Relativa (DoR) DoR = ΣAbi/ABT. 100 Onde: ΣAbi = Soma das áreas basais dos indivíduos da espécie i, ABT = Soma das áreas basais de todas as espécies amostradas. Valor de importância (VI) Onde: DRi = Densidade relativa da espécie i, DoRi = Dominância relativa da espécie i, FRi = Freqüência relativa da espécie i. VI = DRi + DoRi + FRi Valor de Cobertura (VC) Onde: Dri = Densidade relativa da espécie i, DoRi = Dominância relativa da espécie i. VCi = DRi + DoRi Índice de Diversidade de Shannon-Weaver (H ) H = Σ Pi ln (Pi) Onde: Pi = ni/n em que ni é o nº de indivíduos da espécie i e N é o nº total de indivíduos, Ln = Logaritmo neperiano.

25 Levantamento Sócio-ambiental Para esta vertente do trabalho, foi escolhida uma metodologia qualitativa baseada na proposta de Rey (2005), que permite que o pesquisador crie seu panorama de pesquisa de forma a qualificar e quantificar os dados enquanto interage com os agentes pesquisados, podendo-se redefinir estratégias ao longo do processo. O levantamento sócio-ambiental iniciou-se com visitas a famílias de agricultores do município de Tenório, preferencialmente residentes na zona rural e que trabalharam ou ainda trabalham com o corte de vegetação nativa. Houve ainda a participação em 2 reuniões do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, para vivenciar as preocupações dos atores sociais envolvidos na pesquisa. Realizaram-se 102 entrevistas, através de questionários semi-estruturados e conversas informais com moradores e agricultores da região, almejando investigar o histórico de uso das áreas de estudo, a percepção que estes possuem da caatinga, as possíveis causas geradoras de degradação da vegetação e os diferentes níveis de interferência que acarretam. As entrevistas e conversas informais foram realizadas com o uso de um minigravador digital, e os questionários semi-estruturados foram analisados segundo a tipologia de Sauvé (1997) e o método da triangulação proposta por Sato (1997), e Thiollent (1998).

26 26 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Flora Arbustivo-arbórea em Remanescentes de Caatinga no Município de Tenório, Seridó Oriental Paraibano. A flora arbustivo/arbórea de Tenório, representada pelos remanescentes presentes nos sítios Várzea do Cariri e Bandarra, apresentou um total de 83 espécies de 23 famílias (Tabela 1). Do total das espécies amostradas, 51 foram identificadas até espécie (61,4%), 18 até gênero (21,7%) e oito somente até família (9,6%) e seis espécies ficaram indeterminadas (7,2%) devido à falta de material fértil. As coletas aleatórias resultaram em 53 espécies e 17 famílias (Tabela 1). Nas parcelas, foram coletadas 59 espécies de 18 famílias; 30 destas espécies não foram representadas na amostragem aleatória. Houve 29 espécies que foram encontradas nos dois tipos de coleta (Figura 5). Coletas aleatórias Coletas Parcelas Figura 5: Esquema de sobreposição de espécies, com intersecção entre métodos de coleta. Do total de 83 espécies levantadas, 24 foram encontradas exclusivamente nas coletas aleatórias e 30 dentro das parcelas, o que representa um percentual de 65% da lista florística obtida. Isto revela que somente o levantamento feito pelo método de parcelas não seria suficiente para representar a diversidade florística local, já que deixaria de levantar 29% das espécies encontradas.

27 27 TABELA 1. Espécies coletadas aleatoriamente e em parcelas nos Sítios Várzea do Cariri e Bandarra, Tenório PB. Família Espécie Nome vulgar Coleta aleatória Coleta em parcelas Acanthaceae Aphelandra sp. X Amaranthaceae Alternanthera brasiliana (L.) X Kuntze Anacardiaceae Myracrodruon urundeuva Allemão aroeira X X Anacardiaceae Schinopsis brasiliensis Engl. baraúna X X Anacardiaceae Spondias tuberosa Arruda umbuzeiro X Apocynaceae Allamanda blanchetii A.DC. pente-de-macaco X Apocynaceae Aspidosperma pyrifolium Mart. pereiro X X Apocynaceae Aspidosperma sp. pereiro preto X Asteraceae Wedelia villosa Gardner bem-querer X Bignoniaceae Tabebuia caraiba (Mart.) Bureau craibeira X Boraginaceae Cordia globosa (Jacq.) Kunth X Boraginaceae Cordia leucocephala Moric. maria-preta X X Boraginaceae Cordia multispicata Cham. X Burseraceae Commiphora leptophloeos (Mart.) umburana X J.B. Gillett Cactaceae Cereus jamacaru DC. mandacaru X Cactaceae Opuntia palmadora Britton & Rose palmatória X Cactaceae Pilosocereus pachycladus F.Ritter facheiro X Capparaceae Capparis flexuosa (L.) L. feijão bravo X X Capparaceae Capparis yco Mart. icó X X Combretaceae Combretum leprosum Mart. mofumbo X X Combretaceae Combretum sp. X Combretaceae Thiloa sp. sipaúba X Erythroxylaceae Erythroxylum caatingae Plowman umbuzeiro-bravo X X Erythroxylaceae Erythroxylum nummularia Peyr. umbuzeiro-bravo X Euphorbiaceae Cnidoscolus sp. favela X Euphorbiaceae Croton moritibensis Baill. velame X X Euphorbiaceae Croton sonderianus Müll. Arg. marmeleiro X X Euphorbiaceae Croton sp1 marmeleiro X Euphorbiaceae Croton sp2 quebra-faca X Euphorbiaceae Jatropha mollissima (Pohl) Baill. pinhão X Euphorbiaceae Manihot glaziovii Müll. Arg. maniçoba X X Euphorbiaceae Sapium glandulatum (Vell.) Pax leitosa X Leg. Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. mororó X Caesalpinioideae Leg. Caesalpinia ferrea Mart. jucá / pau-ferro X X Caesalpinioideae Leg. Caesalpinia pyramidalis Tul. catingueira X X Caesalpinioideae Leg. Peltogyne pauciflora Benth. coração-de-nêgo X X Caesalpinioideae Leg. Senna acuruensis (Benth.) H.S. canafístula-preta X X Caesalpinioideae Leg. Caesalpinioideae Leg. Caesalpinioideae Irwin & Barneby Senna macranthera var. pudibunda (Mart. ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby Senna martiana (Benth.) H.S. Irwin & Barneby flor de São João X X canafístula X X

28 28 Leg. Leguminosae sp1 copaíba X Caesalpinioideae Leg. Leguminosae sp2 mata-pasto X Caesalpinioideae Leg. Faboideae Amburana cearensis (Allemão) cumaru X X A.C. Sm. Leg. Faboideae Bowdichia virgilioides Kunth sucupira X Leg. Faboideae Dioclea grandiflora Mart. ex Benth. mucumã X Leg. Faboideae Dioclea sp. fava de boi X Leg. Faboideae Leguminosae sp3 branhona X Leg. Faboideae Leguminosae sp4 X Leg. Mimosoideae Anadenanthera colubrina (Vell.) angico X X Brenan Leg. Mimosoideae Chloroleucon sp. X Leg. Mimosoideae Mimosa invisa Mart. ex Colla jurema-malícia X X Leg. Mimosoideae Mimosa ophthalmocentra Mart. ex jurema-branca X X Benth. Leg. Mimosoideae Mimosa paraibana Barneby malícia X Leg. Mimosoideae Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. jurema-preta X X Leg. Mimosoideae Mimosa sp1 jurema-de-carrasco X Leg. Mimosoideae Mimosa sp2 jurema-unha-de-gato X X Leg. Mimosoideae Mimosa sp3 jurema-malícia/ unha de X gato Leg. Mimosoideae Mimosa sp4 X Leg. Mimosoideae Piptadenia moniliformis Benth. catanduba X X Leg. Mimosoideae Piptadenia stipulacea (Benth.) jurema malícia-da-serra X X Ducke Leg. Mimosoideae Leguminosae sp5 espinheiro X Leg. Mimosoideae Leguminosae sp6 jurema (malícia-de-boi) X Malvaceae Helicteres guazumifolia Kunth guaxuma X X Malvaceae Helicteres cf mollis K. Schum. guaxuma X Malvaceae Helicteres sp. guaxuma X Malvaceae Pseudobombax marginatum (A. St.- imbiratã X Hil., Juss. & Cambess.) A. Robyns Malvaceae Malvaceae 1 X Nyctaginaceae Nyctaginaceae 1 joão-mole/ murici X X Plumbaginaceae Plumbago scandens L. X Rhamnaceae Ziziphus joazeiro Mart. joazeiro X Rubiaceae Alibertia sp. canela-de-veado X X /cafezinho Sapindaceae Allophylus sp. buji X Solanaceae Solanum auriculatum Ailton jurubeba roxa X Solanaceae Solanum baturitense Huber jurubeba branca X Verbenaceae Lantana camara L. cidreira-do-mato X Verbenaceae Lippia gracilis Schauer alecrim-da-serra X X Verbenaceae Vitex sp. X Vitaceae Cissus sp. cabeça-de-nêgo X Indeterminada Indeterminada 1 X Indeterminada Indeterminada 2 X Indeterminada Indeterminada 3 X Indeterminada Indeterminada 4 X Indeterminada Indeterminada 5 X Indeterminada Indeterminada 6 X

29 29 Constatou-se que em ambos os métodos de coleta adotados, encontrou-se praticamente a mesma quantidade de espécies e famílias botânicas. As espécies comuns encontradas nos dois métodos estão destacadas no Quadro 1. Estas representam 35% do total de espécies levantadas. As famílias Leguminosae, com 14 espécies, e Euphorbiaceae, representada por três espécies, compreendem 59% das espécie em comum, sendo que Leguminosae representa, sozinha, 48%. QUADRO 1. Espécies comuns encontradas nos dois métodos de coleta adotados. Família Espécie Nome vulgar Anacardiaceae Myracrodruon urundeuva Allemão aroeira Anacardiaceae Schinopsis brasiliensis Engl. baraúna Apocynaceae Aspidosperma pyrifolium Mart. pereiro Boraginaceae Cordia leucocephala Moric. maria-preta Capparaceae Capparis flexuosa (L.) L. feijão bravo Capparaceae Capparis yco Mart. icó Combretaceae Combretum leprosum Mart. mofumbo Erythroxylaceae Erythroxylum caatingae Plowman umbuzeiro-brabo Euphorbiaceae Croton moritibensis Baill. velame Euphorbiaceae Croton sonderianus Müll. Arg. marmeleiro Euphorbiaceae Manihot glaziovii Müll. Arg. maniçoba Leg. Caesalpinioideae Caesalpinia ferrea Mart. jucá / pau-ferro Leg. Caesalpinioideae Caesalpinia pyramidalis Tul. catingueira Leg. Caesalpinioideae Peltogyne pauciflora Benth. coração-de-nêgo Leg. Caesalpinioideae Senna acuruensis (Benth.) H.S. Irwin & canafístula-preta Barneby Leg. Caesalpinioideae Senna macranthera var. pudibunda (Mart. flor de São João ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby Leg. Caesalpinioideae Senna martiana (Benth.) H.S. Irwin & canafístula Barneby Leg. Faboideae Amburana cearensis (Allemão) A.C. Sm. cumaru Leg. Mimosoideae Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan angico Leg. Mimosoideae Mimosa invisa Mart. ex Colla jurema-malícia Leg. Mimosoideae Mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth. jurema-branca Leg. Mimosoideae Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. jurema-preta Leg. Mimosoideae Mimosa sp2 jurema-unha-de-gato Leg. Mimosoideae Piptadenia moniliformis Benth. catanduba Leg. Mimosoideae Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke jurema malícia-daserra Malvaceae Helicteres guazumifolia Kunth guaxuma Nyctaginaceae Nyctaginaceae 1 joão-mole/ murici Rubiaceae Alibertia sp. canela-de veado Verbenaceae Lippia gracilis Schauer alecrim-da-serra Tanto nas parcelas quanto nas coletas aleatórias, as famílias mais diversas foram Leguminosae e Euphorbiaceae (Figuras 6 e 7), o que coincide com os resultados de

30 30 diversos levantamentos florísticos já realizados em outras áreas da caatinga (GOMES, 1979; FERREIRA; VALE, 1992; ARAÚJO; SAMPAIO; RODAL, 1995; RODAL et al., 1998; CORRÊA; COSTA et al., 2001; CANDIDO; BARBOSA; SILVA, 2002; LEMOS; RODAL 2002; ANDRADE et al., 2005, SANTANA; SOUTO, 2006). 29% 5% 5% 12% 12% 10% 5% 15% 7% Cactaceae Combretaceae Euphorbiaceae Leg.Caesalpinioideae Leg. Faboideae Leg. Mimosoideae Malvaceae Não identificadas Outras famílias Figura 6: Famílias mais diversas nas coletas em parcelas. 28% 6% 6% 6% 8% 6% 17% 23% Anacardiaceae Apocynaceae Boraginaceae Euphorbiaceae Leg. Caesalpinioideae Leg. Mimosoideae Malvaceae Outras famílias Figura 7: Famílias mais diversas nas coletas aleatórias.

31 31 Alguns poucos trabalhos foram realizados abordando a vegetação no Seridó Paraibano (CORRÊA; COSTA et al., 2001; CANDIDO; BARBOSA; SILVA, 2002), entretanto, não tiveram cunho florístico. Dessa forma, comparou-se os resultados obtidos neste trabalho com alguns levantamentos realizados em outras regiões da Paraíba e em outros estados vizinhos. Gomes (1979), no Cariri Paraibano, encontrou 40 espécies de 16 famílias, sendo as famílias mais diversas Leguminosae, Cactaceae, Euphorbiaceae, Anacardiaceae, Apocynaceae, Bombacaceae e Bromeliaceae. Também no Cariri Paraibano, Lira (1979) registrou 32 espécies de 12 famílias, sendo Leguminosae, Cactaceae e Euphorbiaceae as famílias mais representativas. Gadelha Neto e Barbosa (2000) encontraram no município de Souza, alto Sertão, 87 espécies de 40 famílias (Figura 8). Mais recentemente, Lima (2004), em um levantamento florístico realizado na fazenda Almas, município de São José dos Cordeiros, Cariri Paraibano, encontrou 195 espécies, das quais cerca de 80 apresentavam hábito arbustivo/arbóreo Espécies Famílias Araújo et al (1995) Lima (2004) Este Trabalho Lira (1979) Gomes (1979) RN (1992) Gadelha Neto (2000) Amorim et al (2005) Santana e Souto (2006) Figura 8: Número de espécies e famílias encontradas em diversos trabalhos realizados no semiárido da Paraíba e alguns estados do Nordeste.

32 32 O estudo de Lima (2004) destaca-se por ter sido realizado dentro da maior RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) de caatinga do Estado, tratando-se, portanto, de uma área bem preservada, como cita o próprio autor ao destacar o nível de preservação e dificuldade de acesso à área. Isto explica a diversidade relativamente maior se comparada ao estudo aqui apresentado, já que este foi feito principalmente em áreas de sucessão secundária e, mesmo nas áreas consideradas conservadas, o grau de conservação, não é o mesmo da RPPN, já que se prestam também ao pastoreio de caprinos e bovinos. Ferreira e Vale (1992), em levantamento feito na Estação Florestal de Experimentação (EFLEX) do Ibama em Açu, no Seridó do Rio Grande do Norte, levantaram 21 espécies de 12 famílias, das quais Leguminosae (subfamílias Caesalpinioideae e Mimosoideae) foi a mais diversa. Mais recentemente, Amorim et al. (2005) e Santana e Souto (2006), na Estação Ecológica do Seridó, em Serra Negra, outra área do Seridó rio-grandense, levantaram 15 espécies e 10 famílias e 22 espécies e 12 famílias respectivamente. Nos dois trabalhos, as famílias mais diversas foram Leguminosae subfamílias Caesalpinioideae e Mimosoideae, Euphorbiaceae, e Apocynaceae. Estas mesmas famílias foram também as mais diversas nos estudos de Pereira et al. (2002) e Andrade et al. (2005), no Agreste e Cariri Paraibanos, respectivamente e, no trabalho de Alcoforado-Filho et al. (2003), no Agreste de Pernambuco. Comparando-se os resultados do atual trabalho com aqueles obtidos por Amorim et al. (2005) e Santana e Souto (2006), verifica-se que 13 espécies foram comuns aos três estudos, o que significa que 87% e 59%, respectivamente, das espécies encontradas nos dois trabalhos realizados no Seridó do Rio Grande do Norte, estavam presentes também no Seridó Paraibano. Considerando-se os gêneros, verifica-se que o percentual de semelhança corresponde a, respectivamente, 93% e 91%. Os gêneros não representados foram apenas Pithecellobium, citado por Amorim et al. (2005), e Macfadyena e Cassia por Santana e Souto (2006). Quatro espécies foram comuns aos cinco últimos trabalhos supracitados e ao atual: Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B. Gillett, Capparis flexuosa (L.) L., Croton sonderianus Müll. Arg. e Caesalpinia pyramidalis Tul.

33 Diversidade Florística e Estrutura Fitossociológica do Estrato Arbustivo-arbóreo em dois Remanescentes de Caatinga, Conservados há mais de Vinte Anos, no Município de Tenório, PB. Os dois fragmentos localizam-se em trechos não desmatados de duas propriedades rurais. O primeiro, AC V, no Sítio Várzea do Cariri, está rodeado por áreas desmatadas em tempos diversos (Figura 9); o segundo, AC B, no sítio Bandarra, está inserido em solo sedimentar, próximo a reservatórios de água e é cortado por um córrego temporário (Figura 10). A flora arbustivo-arbórea amostrada nos dois fragmentos está representada por 15 famílias e 49 espécies (Tabela 2). No total foram registrados indivíduos, sendo 883 em AC-V e em AC-B. Figura 9: Vista geral da área Conservada no Sítio Várzea do Cariri. Foto: Ana Nery Batista Aurino, Figura 10: Vista geral da área Conservada no Sítio Bandarra. Foto: Ana Nery Batista Aurino, Em AC-V foram registradas 12 famílias e 32 espécies, e em AC-B 13 famílias, porém 28 espécies. Verifica-se na Tabela 2 que as famílias Combretaceae,

34 34 Erythroxylaceae, Rubiaceae e Verbenaceae foram exclusivas de AC-V, enquanto Amaranthaceae, Anacardiaceae, Burseraceae, Capparaceae e Vitaceae, de AC-B. De acordo com Andrade et al. (2005), a presença de algumas famílias pode indicar o estado de conservação da flora de determinados ambientes, uma vez que não são adaptadas a colonizar ambientes fortemente antropizados. Algumas dessas famílias estão presentes nos fragmentos estudados, como é o caso de Anacardiaceae e Capparaceae. As famílias Capparaceae representada por duas espécies (Capparis flexuosa (L.) L. e Capparis yco Mart.); Anacardiaceae por uma; e Burseraceae por uma espécie na Bandarra, sem representante na área da Várzea. Isto pode ser explicado de acordo com Andrade et al. (2005), por esta última ser uma área mais protegida menos antropizada. Burseraceae, que comumente se encontra em áreas de caatinga mais conservadas, foi encontrada apenas na Bandarra, e Rubiaceae, que geralmente se encontra em áreas de caatinga mais úmidas, de acordo com Alcoforado-Filho et al. (2003), foi encontrada na Várzea. Foram compartilhadas as famílias: Apocynaceae, Cactaceae, Euphorbiaceae, Leguminosae e Malvaceae. Estas famílias têm ampla distribuição na caatinga, seja degradada ou não (ARAÚJO et al., 1998; PEREIRA et al., 2001; ALBUQUERQUE; ANDRADE, 2002; LEMOS; RODAL, 2002; PAULA et al. 2002; BENEVIDES, 2003; MARACAJÁ et al., 2003; TROVÃO et al. 2004; AMORIM, 2005; ANDRADE et al., 2005). As famílias com maior número de indivíduos foram Euphorbiaceae e Leguminosae, sendo Leguminosae aquela que apresentou o maior número de espécies nas duas áreas. Estes resultados corroboram as observações de Rodal (1992), que apontou estas famílias como as principais na Caatinga, em número de gêneros e espécies e abundância de plantas. O número de espécies e famílias registradas para as duas áreas foi próximo, embora o fragmento da Bandarra tenha um acesso mais difícil e a proteção exercida por seu proprietário seja mais eficiente. A área da Várzea, por sua vez, sofre mais influência do pastoreio de caprinos e apresenta, em todo seu entorno, áreas destinadas ao plantio de feijão, milho ou mandioca, o que faz crescer a pressão antrópica sobre a mesma.

35 35 Tabela 2: Espécies arbustivo-arbóreas registradas no levantamento fitossociológico realizado nas áreas conservadas nos Sítios Várzea do Cariri (AC-V) e Bandarra (AC-B) em Tenório-PB. Família Espécie Nome vulgar AC-V AC-B Amaranthaceae Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze X Anacardiaceae Myracrodruon urundeuva Allemão aroeira X Apocynaceae Aspidosperma pyrifolium Mart. pereiro X X Burseraceae Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B. umburana X Gillett Cactaceae Cereus jamacaru DC. mandacaru X X Cactaceae Opuntia palmadora Britton & Rose palmatória X Cactaceae Pilosocereus pachycladus F.Ritter facheiro X X Capparaceae Capparis flexuosa (L.) L. feijão bravo X Capparaceae Capparis yco Mart. icó X Combretaceae Combretum leprosum Mart. mofumbo X Erythroxylaceae Erythroxylum caatingae Plowman umbuzeiro-bravo X Erythroxylaceae Erythroxylum nummularia Peyr. umbuzeiro-bravo X Euphorbiaceae Cnidoscolus sp. favela X Euphorbiaceae Croton sonderianus Müll. Arg. marmeleiro X X Euphorbiaceae Croton sp. quebra-faca X Euphorbiaceae Jatropha mollissima (Pohl) Baill. pinhão X X Euphorbiaceae Manihot glaziovii Müll. Arg. maniçoba X Euphorbiaceae Sapium glandulatum (Vell.) Pax leitosa X Leg. Caesalpinioideae Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. mororó X Leg. Caesalpinioideae Caesalpinia ferrea Mart. jucá / pau-ferro X Leg. Caesalpinioideae Caesalpinia pyramidalis Tul. catingueira X X Leg. Caesalpinioideae Peltogyne pauciflora Benth. coração-de-nêgo X Leg. Caesalpinioideae Senna acuruensis (Benth.) H.S. Irwin & canafístula-preta X Barneby Leg. Caesalpinioideae Senna macranthera var. pudibunda flor de São João X X (Mart. ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby Leg. Caesalpinioideae Senna martiana (Benth.) H.S. Irwin & canafístula X Barneby Leg. Faboideae Amburana cearensis (Allemão) A.C. Sm. cumaru X X Leg. Faboideae Leguminosae sp3 branhona X Leg. Faboideae Leguminosae sp4 X Leg. Mimosoideae Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan angico X Leg. Mimosoideae Mimosa invisa Mart. ex Colla jurema-malícia X

36 36 Leg. Mimosoideae Mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth. jurema-branca X X Leg. Mimosoideae Mimosa paraibana Barneby malícia X Leg. Mimosoideae Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. jurema-preta X X Leg. Mimosoideae Mimosa sp2 jurema-unha-degato X Leg. Mimosoideae Mimosa sp3 X Leg. Mimosoideae Piptadenia moniliformis Benth. catanduba X Leg. Mimosoideae Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke jurema malíciada-serra X X Malvaceae Helicteres guazumifolia Kunth guaxuma X Malvaceae Pseudobombax marginatum (A. St.-Hil., imbiratã X Juss. & Cambess.) A. Robyns Malvaceae Malvaceae 1 X Rubiaceae Alibertia sp. canela-deveado/cafezinho X Verbenaceae Lippia gracilis Schauer alecrim-da-serra X Verbenaceae Vitex sp. X Vitaceae Cissus sp. cabeça-de-nêgo X Indeterminada Indeterminada 1 X Indeterminada Indeterminada 2 X Indeterminada Indeterminada 3 X Indeterminada Indeterminada 5 X Indeterminada Indeterminada 6 X Apenas 11 espécies foram comuns aos dois fragmentos: Aspidosperma pyrifolium Mart., Cereus jamacaru DC., Pilosocereus pachycladus F.Ritter., Croton sonderianus Müll. Arg., Jatropha mollissima (Pohl) Baill., Caesalpinia pyramidalis Tul., Senna macranthera var. pudibunda (Mart. ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby, Amburana cearensis (Allemão) A.C. Sm., Mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth., Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. e Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke. Na várzea foram encontradas 21 espécies que não apareceram na amostragem da Bandarra. São elas: Combretum leprosum Mart., Erythroxylum nummularia Peyr., Erythroxylum caatingae Plowman, Senna martiana (Benth.) H.S. Irwin & Barneby, Senna acuruensis (Benth.) H.S. Irwin & Barneby, Peltogyne pauciflora Benth.,

37 37 Caesalpinia ferrea Mart., Piptadenia moniliformis Benth., Mimosa invisa Mart. ex Colla, Mimosa paraibana Barneby, Helicteres guazumifolia Kunth, Lippia gracilis Schauer, Alibertia sp. (canela-de-veado), Mimosa sp4, Vitex sp., Leguminosae sp3 (branhona), Leguminosae sp4, Malvaceae 1 e Indet 1, 2 e 3. Na Bandarra foram 17 as espécies exclusivas: Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze, Myracrodruon urundeuva Allemão, Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B. Gillett, Opuntia palmadora Britton & Rose, Capparis flexuosa (L.) L., Capparis yco Mart., Cnidoscolus sp. (favela), Manihot glaziovii Müll. Arg., Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud., Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan, Pseudobombax marginatum (A. St.-Hil., Juss. & Cambess.) A. Robyns, Croton sp. (quebra-faca), Mimosa sp4 (juremaunha-de-gato), Sapium glandulatum (Vell.) Pax, Cissus sp., Indet 5 e 6. Estas espécies, porém, apresentaram densidade relativa muito baixa, sendo possível que, apesar de não terem sido amostradas em ambos os fragmentos, ocorram esporadicamente nas duas áreas. Espécies como a catanduba e o coração de nêgo, que foram encontradas apenas em AC-V e umburana e aroeira, que só apareceram em AC-B, são utilizadas na produção de lenha ou mesmo como madeiras e podem ter sofrido corte. Na Várzea, isto pode ser reflexo também de tênues diferenças no relevo - é uma área com morrotes e da presença de algumas manchas de solo calcário-argiloso que, de acordo com os depoimentos de moradores locais, nunca teve cobertura vegetal (Figura 11). Os moradores em questão têm mais de 60 anos e nasceram na região. Nestas condições, é possível que existam fatores que restrinjam à ocorrência de algumas espécies a existência de sítios, cujas particularidades locais possam favorecer ou limitar a ocorrência das espécies em alguns pontos da área. Ambos os fragmentos apresentaram fisionomia arbóreo-arbustiva aberta, com densidade de indivíduos/ha na Várzea e indivíduos/ha na Bandarra. Estas densidades, apesar de superiores àquelas encontradas por Amorim et al. (2005), e segundo estes, superiores também às de 16 outros locais do Seridó, ainda são inferiores às de muitas áreas da caatinga, de acordo com Sampaio (1996). A área basal nas duas áreas foi respectivamente 3,538 m ²/ ha e 6,670 m ² /ha. Os valores de densidade e área basal indicam que a Bandarra possui uma cobertura vegetal mais fechada do que a Várzea, e que as plantas dessa última possuem porte relativamente menor do que as da primeira.

38 38 Figura 11: Solo descoberto no Sítio Várzea do Cariri (AC V). Foto: Ana Nery Batista Aurino, As alturas médias nos remanescentes da Várzea e Bandarra foram respectivamente 2,8m e 3m. São valores compatíveis com os encontrados em outros trabalhos em caatinga arbustivo-arbórea. De acordo com Teles (2005), em trabalho no Cariri Paraibano, 63% da vegetação tem altura < 3m, corroborando com as informações de Chaves et al. (2002). Francelino et al. (2003) estudando o Sertão Norte rio-grandense encontrou a maioria dos indivíduos de sua amostragem com altura no intervalo de 2 a 3m. Apenas seis indivíduos apresentaram mais de 5m na Várzea e somente cinco apresentaram mais de 6m na Bandarra, sendo que a grande maioria dos indivíduos tinha entre 2 3m, nas duas áreas (Figuras 12 e 13). A maior altura foi alcançada por um indivíduo de Peltogyne pauciflora Benth. com 6,5m em AC-V e por um de Myracrodruon urundeuva Allemão, com 10m, em AC-B. Os diâmetros médios, nas duas áreas, foram respectivamente 6 e 7cm em AC-V e AC-B. Estas médias sofreram influências de indivíduos de grandes diâmetros, a exemplo de um indivíduo de Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. com 51cm de diâmetro na Várzea e um outro de Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B. Gillett, com 53,2cm de diâmetro na Bandarra (Figura 14).

39 39 Nº de Plantas < 2 2-< 3 3-< 4 4-< 5 5-< 6 6-< 7 Classes de Altura (m) Figura 12: Distribuição em classes de altura, dos indivíduos amostrados no Sítio Várzea do Cariri, Tenório-PB Nº de Plantas < 2 2-< 3 3-< 4 4-< 5 5-< 6 6-< 7 7-< 8 8-< 9 9-< 10 Classes de Altura (m) Figura 13: Distribuição em classes de altura, dos indivíduos amostrados no Sítio Bandarra, Tenório-PB. O Índice de Diversidade de Shannon foi de 1,5 nat/ind. na Várzea e 1,7 nat/ind. na Bandarra. São índices muito baixos se comparados a numerosos trabalhos realizados na caatinga de diversos locais do Nordeste (SAMPAIO, 1996; PEREIRA et al., 2002; ALCOFORADO-FILHO et al., 2003). Porém, foram mais altos que os encontrados por Andrade et al. (2005), em áreas antropizadas no Cariri Paraibano. São decididamente valores muito baixos para diversidade de áreas que supostamente seriam conservadas.

40 40 Quanto à riqueza, apesar dos remanescentes apresentarem mais espécies que alguns trabalhos realizados no Seridó ou em outras áreas da Paraíba e Pernambuco, os valores 2,179 e 2,933 respectivamente em AC V e AC B, são também considerados baixos (AMORIM et al., 2005; SANTANA; SOUTO, 2006; QUEIROZ et al., 2006 e ALCOFORADO-FILHO et al., 2003). Isto leva a crer que estas áreas passaram por elevado grau de perturbação a longo prazo, ou ainda que possuem limitações de solo, relevo ou clima. Figura 14: Indivíduo de Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B. Gillett na área conservada Bandarra, Tenório,PB. Foto: Ana Nery Batista Aurino, 2006 É válido salientar ainda que, segundo Santana e Souto (2006), índices de diversidade e de riqueza taxonômica baixos, em áreas de caatinga do cristalino, podem ser resultado tanto do antropismo como das condições edafoclimáticas da área. As famílias de maior densidade em ordem decrescente em AC-V foram: Euphorbiaceae com 70% dos indivíduos amostrados e Leguminosae, subfamílias

41 41 Caesalpinioideae e Mimosoideae com 16% e 6% respectivamente. As outras famílias juntas somaram 8% (Figura 15). Em AC-B, destacaram-se: Euphorbiaceae (60%), Leguminosae subfamília Caesalpinioideae (16%), Leguminosae subfamília Mimosoideae (14%) e Apocynaceae (5%). As outras famílias somaram 5% (Figura 15). 70% 60% 50% 40% AC-V 30% 20% 10% 0% AC-B Leg. Mimosoideae Leg. Caesalpinioideae Euphorbiaceae Erythroxylaceae Outras famílias Apocynaceae Cactaceae Figura 15: Famílias de maior densidade relativa, em duas áreas conservadas em Tenório PB. Indivíduos de grande porte da família Cactaceae foram amostrados nas duas áreas estudadas. De acordo com Rodal et al. (1999) e Alcoforado-Filho et al. (2003), grandes cactáceas são comuns em áreas de caatinga de baixa pluviosidade, como é o caso do Seridó. Embora o número de indivíduos amostrados da família Cactaceae tenha sido pequeno, estes geralmente apresentaram CAB relativamente maior que os indivíduos de outras famílias que apareceram em maior número, como é o caso de Erythroxylaceae e Apocynaceae. Dessa forma, Cactaceae apresentou-se entre as quatro famílias de dominância relativa mais elevada, em virtude do porte do Pilosocereus pachycladus

42 42 F.Ritter (Figura 16) e do Cereus jamacaru DC. (Figura 17). Figura 16: Pilosocereus pachycladus F.Ritter Foto: Ana Nery Batista Aurino, 2006 Figura 17: Cereus jamacaru DC. Foto: Ana Nery Batista Aurino, 2006 Com relação à densidade relativa da espécies, em AC-V, Croton sonderianus Müll. Arg. apresentou 67% do total de indivíduos amostrados, Caesalpinia pyramidalis Tul. 7%; Senna acuruensis (Benth.) H.S. Irwin & Barneby 7%; Jatropha mollissima (Pohl) Baill. 4%; Piptadenia moniliformis Benth. 3% e Erythroxylum caatingae Plowman e Erythroxylum nummularia Peyr. 2% cada. As outras vinte e quatro espécies somaram 10% (Tabela 3). Em AC-B, a espécie que mais se destacou na densidade relativa foi também do gênero Croton, o quebra-faca, com 56% dos indivíduos, ficando Caesalpinia pyramidalis Tul., Mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth., Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud., Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke e Aspidosperma pyrifolium Mart. com 9%, 7%, 6%, 5% e 5%, respectivamente (Tabela 4). As outras vinte e duas espécies somadas representaram 12%.

43 43 Tabela 3: Espécies amostradas na área conservada do Sítio Várzea do Cariri (AC-V), município de Tenório, Seridó paraibano, e seus parâmetros fitossociológicos, ordenados em ordem decrescente, pelo valor do VI, em que NI= número de indivíduos; FR= freqüência relativa; DR= densidade relativa; DoR= dominância relativa; VI= valor de importância e VC= valor de cobertura. Espécie NI FR DR DoR VI VC Croton sonderianus Müll. Arg Caesalpinia pyramidalis Tul Senna acuruensis (Benth.) H.S. Irwin & Barneby Piptadenia moniliformis Benth Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir Jatropha mollissima (Pohl) Baill Pilosocereus pachycladus F.Ritter Cereus jamacaru DC Peltogyne pauciflora Benth Erythroxylum nummularia Peyr Mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke Alibertia sp Vitex sp Aspidosperma pyrifolium Mart Erythroxylum caatingae Plowman Combretum leprosum Mart Caesalpinia ferrea Mart Mimosa paraibana Barneby Leguminosae sp Malvaceae Senna macranthera var. pudibunda (Mart. ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby Leguminosae sp Lippia gracilis Schauer Helicteres guazumifolia Kunth Mimosa sp Indet Indet Amburana cearensis (Allemão) A.C. Sm Senna martiana (Benth.) H.S. Irwin & Barneby Indet

44 44 Tabela 4: Espécies amostradas na área conservada do Sítio Bandarra (AC-B), município de Tenório, Seridó paraibano, e seus parâmetros fitossociológicos, ordenados em ordem decrescente, pelo valor do VI, em que NI= número de indivíduos; FR= freqüência relativa; DR= densidade relativa; DoR= dominância relativa; VI= valor de importância e VC= valor de cobertura. Espécie NI FR DR DoR VI VC Croton sp Caesalpinia pyramidalis Tul Mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth Aspidosperma pyrifolium Mart Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud Pilosocereus sp Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B Gillett Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Myracrodruon urundeuva Allemão Croton sonderianus Müll. Arg Manihot glaziovii Müll. Arg Jatropha mollissima (Pohl) Baill Cissus sp Capparis yco Mart Opuntia sp Pseudobombax marginatum (A. St.-Hil., Juss. & Cambess.) A. Robyns Indet Cnidoscolus sp Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze Cereus jamacaru DC Indet Amburana cearensis (Allemão) A.C. Sm Capparis flexuosa (L.) L Mimosa sp Senna macranthera var. pudibunda (Mart ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby Sapium sp

45 45 Segundo Pereira et al. (2001), os valores de densidade para o Croton sonderianus Müll. Arg., são inversamente proporcionais aos níveis de perturbação, o que significa que quanto mais alta for sua densidade mais baixa será a estabilidade das populações da área, pois a espécie mostra significativa tolerância a elevados níveis de perturbação. Sampaio et al.(1998) e Sampaio (1996) constataram que este padrão geralmente é observado para outras pioneiras típicas de ambientes antropizados da caatinga, como Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir., Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. e Caesalpinia pyramidalis Tul. O marmeleiro (Croton sonderianus Müll. Arg.), o quebra-faca (Croton sp), e a catingueira (Caesalpinia pyramidalis Tul.) são as espécies dominantes nos locais estudados. Houve apenas uma mudança na espécie dominante de Croton de uma área para a outra (Tabelas 3 e 4). Isto demonstra que, mesmo sendo conservadas atualmente, as áreas amostradas apresentam elevado grau de perturbação, tendo como espécies dominantes pioneiras muito comuns (SAMPAIO et al., 1998; SAMPAIO, 1996). Isto pode ser reflexo de usos anteriores, com a realização de corte raso, queimadas, ou mesmo extração seletiva intensa de madeira, embora os proprietários afirmem que estas áreas nunca passaram por estes processos pelo menos numa data inferior a 50 anos. As espécies que apresentaram maiores freqüências relativas em AC-V, em ordem decrescente, foram: Croton sonderianus Müll. Arg., Caesalpinia pyramidalis Tul., Senna acuruensis (Benth.) H.S. Irwin & Barneby e Jatropha mollissima (Pohl) Baill., com aproximadamente 15; 12; 11 e 8%, respectivamente (Tabela 3). As espécies Peltogyne pauciflora Benth., Piptadenia moniliformis Benth., Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke e Alibertia sp. (canela de veado) apresentaram a mesma freqüência relativa, cerca de 4% (Tabela 3). Em AC-B tem-se, também em ordem decrescente de freqüência relativa: Croton sp. (quebra-faca), Caesalpinia pyramidalis Tul., Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud., Aspidosperma pyrifolium Mart. e Mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth. As cinco espécies de maior dominância relativa, em AC-V, em ordem decrescente, foram: marmeleiro, catingueira, jurema-preta, catanduba e mandacaru, sendo que este último não apresentou valores de densidade e freqüência relativas significativos. Este fato pode ser explicado pela referida cactácea (Cereus jamacaru DC.) apresentar uma área basal maior que a de algumas outras espécies mais numerosas. A soma da dominância

46 46 absoluta dessas cinco espécies corresponde a aproximadamente 90% da área basal total do povoamento desta área. (Tabela 3). Em AC-B, as cinco espécies de maior dominância relativa, em ordem decrescente foram respectivamente: quebra-faca, catingueira, facheiro, pereiro e jurema-branca. A soma das áreas basais dessas cinco espécies corresponde a aproximadamente 95% da área basal total calculada para a área. Observa-se que entre as espécies que dominaram a área estudada, mandacaru e facheiro apresentaram densidades e freqüências relativas muito baixas, mas estiveram presentes entre as espécies dominantes por apresentarem áreas basais maiores do que muitas das demais espécies (Tabela 4). De acordo com Rodal et al. (1992), a área basal é um parâmetro de grande importância na dominância relativa das espécies, refletindo-se também no VI e, conseqüentemente, na comunidade como um todo, já que tais parâmetros estão interligados. A espécie que teve maiores freqüência, densidade e dominância relativa, na Várzea, foi o marmeleiro, que embora seja um arbusto de pequeno porte, apresentou um número de indivíduos muito grande (Tabela 3). De acordo com Araújo (2000), esta espécie é indicadora de uma sucessão secundária. Segundo Hardesty et al. (1988), Croton sonderianus é uma espécie invasora de caatingas antropizadas, que produz grande quantidade de sementes de fácil dispersão tanto na deiscência dos frutos, quanto através de vetores biológicos. Na Bandarra, a espécie que se destacou foi o quebra-faca (Croton sp.) com maiores freqüência, densidade e dominância relativas, além de VI e VC muito superiores aos das outras espécies (Tabela 4). Das 32 espécies amostradas na Várzea do Cariri, 22 apresentaram menos de 10 indivíduos. Entretanto, dentre estas está Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir., que apresentou um VI entre os mais altos, por possuir área basal maior que várias espécies com número de indivíduos superior. Na área conservada Bandarra, das 28 espécies registradas, 18 apresentaram menos de 10 indivíduos. As cinco espécies de maior VI em AC-V (Tabela 3) foram em ordem decrescente: marmeleiro, catingueira, catanduba, canafístula-preta e jurema-preta. Em AC-B as espécies foram: quebra-faca, catingueira, jurema-branca, pereiro e mororó (Tabela 4). Comparando-se o VI e o VC nas duas áreas (Tabelas 3 e 4), pode-se verificar que marmeleiro em AC-V, e quebra-faca, em AC-B, ambas Euphorbiaceae, apresentaram

47 47 tanto VI quanto VC muito superiores aos das outras espécies, em virtude do número de indivíduos de cada uma delas. Nota-se que grande parte das espécies com maior importância dentro dessas comunidades são pioneiras, sugerindo áreas altamente antropizadas. A exemplo do marmeleiro, já discutido anteriormente, a jurema-preta, segundo Sampaio (1998), é uma espécie que realmente se aproveita das situações de antropização, tornando-se dominante grande parte do tempo no processo de sucessão, sendo sua presença marcante, em algumas áreas de caatinga, atribuída a seguidas alterações. Pereira et al. (2001) sugeriram que este efeito se manifesta tanto na concentração como na ausência de algumas espécies nos ambientes mais perturbados; na predominância de determinadas espécies ou no surgimento gradual de outras à medida que diminui a intensidade da perturbação. O pereiro, o mororó e a catingueira, de acordo com Sampaio et al. (1998) e Sampaio (1996), são importantes pioneiras em processos de sucessão. A catingueira, apesar do crescimento inicial relativamente pequeno, possui uma forte resistência à seca e uma boa capacidade de competição por luz, tornando-se uma das espécies dominantes nas etapas posteriores do processo. Já o pereiro mostrou-se uma espécie pioneira muito ligada ao tipo de solo da área no estudo realizado por Amorim at al. (2005), no Seridó do Rio Grande do Norte. A jurema branca e a catanduba são comuns em várias áreas de caatinga (LACERDA et al., 2005; LEMOS JR., 2004; ARAÚJO et al., 1998; MARACAJÁ et al., 2003). Com relação à canafístula-preta (Senna acuruensis (Benth.) H.S. Irwin & Barneby), não foi constatada sua presença como pioneira em trabalhos realizados na caatinga. Entre as dez primeiras espécies nos valores de importância e cobertura na área AC-V, quatro apresentam hábito arbóreo (catingueira, catanduba, jurema-preta e coração de nêgo), mandacaru e facheiro apresentam hábito arborescente. Já entre as dez primeiras em AC-B, sete apresentaram hábito arbóreo: catingueira, jurema branca, pereiro, jurema malícia da serra, umburana, angico e mororó. A catingueira, na primeira área teve alturas entre 1,2 e 4m, com a média de 2,5m, embora tenham-se encontrado espécimes com 44cm de DNB (Diâmetro ao Nível da Base). Na segunda área, esta espécie apresentou alturas

48 48 entre 2 e 7m, com a média de 4m de altura. Estes indivíduos apresentaram diâmetros na base que variaram de 3 a 53cm Estudo Fitossociológico de Quatro Remanescentes de Caatinga em Diferentes Estádios de Sucessão, no Sítio Várzea do Cariri, no Município de Tenório, PB. Os quatro fragmentos estudados têm sua flora arbustivo-arbórea representada por 44 espécies e 14 famílias (Tabela 5). No total, foram registrados indivíduos, sendo 260 na área cortada há dois anos (A 2), 393 na área cortada há dez anos (A 10), 931 na área cortada há vinte anos (A 20) e 883 na área conservada Várzea do Cariri (AC V). A flora de cada área apresentou-se da seguinte forma: A 2 com sete espécies e quatro famílias; A 10 com dez espécies e quatro famílias, A 20 com 24 espécies e 11 famílias e AC V com 32 espécies e 11 famílias (Tabela 5). Das 14 famílias, 6 foram representadas por apenas uma espécie. As famílias com maior número de espécies nas quatro áreas foram Leguminosae subfamília Mimosoideae com 7 espécies, Leguminosae subfamília Caesalpinioideae (6) e Euphorbiaceae (5). Estas três, quando somadas, respondem por mais de 40% do total de espécies. Em A 2, a família que se mostrou mais diversa foi Euphorbiaceae, com três espécies. Leguminosae subfamília Caesalpinioideae teve 41% do número de indivíduos, mesmo tendo sido encontrada apenas uma espécie - Senna acuruensis (Benth.) H.S. Irwin & Barneby, que se mostrou muito freqüente na área. Cactaceae e Anacardiaceae tiveram duas e uma espécie, respectivamente, sendo importante salientar que esta última teve apenas um indivíduo de Schinopsis brasiliensis Engl. na amostragem, poupado no processo de brocagem, por fornecer sombra para os trabalhadores durante as refeições e o descanso (Figura 18). Na área A 10 (Figura 19) a família que se destacou foi Leguminosae subfamília Mimosoideae, com densidade relativa de 65%; Euphorbiaceae apresentou aproximadamente 32%. As três outras famílias da área somaram 3%. Na área A 20 (Figura 20), foram registradas onze famílias, porém, a maioria com poucos indivíduos. As famílias de maior densidade foram: Euphorbiaceae (82%), Leguminosae subfamília Mimosoideae (9%) e Leguminosae subfamília Caesalpinioideae (6%).

49 49 Na área conservada destacaram-se as mesmas famílias registradas em A 20 (Figura 24), representando-se as maiores densidades da seguinte maneira: Euphorbiaceae (70%), Leguminosae subfamília Caesalpinioideae (16%) e Leguminosae subfamília Mimosoideae (6%). Figura 18: Aspecto de área cortada há dois anos (A- 2), no período chuvoso Tenório-PB. Foto: Ana Nery Batista Aurino, Figura 19: Aspecto de área cortada há dez anos (A- 10), no período chuvoso, Tenório-PB. Foto: Ana Nery Batista Aurino, Figura 20: Aspecto de área cortada há vinte anos (A- 20), no período chuvoso, Tenório-PB. Foto: Ana Nery Batista Aurino, Figura 21: Flores e fruto de Caesalpinia pyramidalis Tul., na área cortada há vinte anos (A-20), Tenório-PB. Foto: Ana Nery Batista Aurino, 2006.

50 50 Figura 22: Aspecto de área conservada Várzea do Cariri (AC-V), no início do período chuvoso, Tenório-PB. Foto: Ana Nery Batista Aurino, Figura 23: Flores de Caesalpinia ferrea Mart. Na área conservada (AC-V), após as primeiras chuvas, Tenório-PB. Foto: Ana Nery Batista Aurino, Densidade Relativa da Família (%) A-2 A-10 A-20 AC-V Verbenaceae Sapindaceae Rubiaceae Nyctaginaceae Malvaceae Leg. Mimosoideae Leg. Faboideae Leg. Caesalpinioideae Euphorbiaceae Erythroxylaceae Combretaceae Cactaceae Boraginaceae Bignoniaceae Apocynaceae Anacardiaceae Figura 24: Famílias de maior densidade relativa, em quatro áreas de caatinga em diferentes estádios de sucessão secundária, no Sítio Várzea do Cariri, Tenório PB.

51 51 Estas famílias também foram as mais representativas em outras áreas do Seridó Paraibano (Bandarra, presente estudo) e do Rio Grande do Norte, e em outras áreas da Paraíba e Pernambuco (GOMES,1979; LYRA, 1982; EMPERAIRE, 1991; FONSECA, 1991; HORTA et al., 1991; FERREIRA; VALE, 1992; FERRAZ, 1994; ARAÚJO; SAMPAIO & RODAL, 1995; ARAÚJO 2000, PEREIRA et al., 2001; ALBUQUERQUE ANDRADE, 2002; LEMOS; RODAL, 2002; ALCOFORADO-FILHO et al., 2003; MARACAJÁ, 2003; LIMA, 2004; ANDRADE et al.,2005; SANTANA; SOUTO, 2006). As áreas com dois e dez anos após o corte apresentaram um número reduzido de famílias e espécies, sendo que a última, mesmo com cinco vezes a idade de corte da primeira, registrou somente três espécies e uma família a mais. Constatou-se que as áreas mais semelhantes entre si foram as duas com maior tempo de sucessão, mesmo uma delas tendo passado pelo processo de corte raso há vinte anos e a outra, segundo relatos dos proprietários, há mais de 50 anos. A-20 e AC-V apresentaram o mesmo número de famílias e gêneros, 11 e 17 em cada fragmento respectivamente, porém o número de espécies foi maior em AC-V. Foram 12 os gêneros comuns a essas duas áreas: Alibertia, Aspidosperma, Caesalpinia, Combretum, Croton, Erythroxylum, Helicteres, Jatropha, Mimosa, Pilosocereus, Piptadenia e Senna. As espécies comuns aos dois fragmentos foram 14: Alibertia sp., Aspidosperma pyrifolium Mart., Caesalpinia pyramidalis Tul., Combretum leprosum Mart., Croton sonderianus Müll. Arg., Erythroxylum caatingae Plowman. Helicteres guazumifolia Kunth, Jatropha mollissima (Pohl) Baill., Mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth., Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir., Pilosocereus pachycladus F.Ritter, Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke, Senna acuruensis (Benth.) H.S. Irwin & Barneby e Senna macranthera var. pudibunda (Mart. ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby. Cordia leucocephala Moric., Dioclea grandiflora Mart. ex Benth, Cnidoscolus sp. (favela), Croton sp. (quebra-faca), Thiloa sp. (mumcumã), e Allophylus sp.(buji) e Combretum sp. foram espécies exclusivas de A-20. Na área conservada apresentaram-se como exclusivas: Amburana cearensis (Allemão) A.C. Sm., Caesalpinia ferrea Mart., Erythroxylum nummularia Peyr., Lippia

52 52 gracilis Schauer, Mimosa invisa Mart. ex Colla, Mimosa sp4, Peltogyne pauciflora Benth., Piptadenia moniliformis Benth., Senna martiana (Benth.) H.S. Irwin & Barneby, Vitex sp. e mais seis espécies não identificadas. Os resultados obtidos por Pereira (2003) e Andrade et al. (2005) indicam que fragmentos de caatinga em melhor estado de conservação são efetivamente mais diversos que aqueles mais degradados. A maioria das famílias representadas na área com 20 anos de corte e na área conservada não teve representação nas outras duas áreas (A-2 e A-10). Entretanto, este trabalho, se comparado ao de Andrade et al. (2005), registrou maior número de indivíduos, espécies e famílias, mesmo considerando-se os menores tempos de sucessão, o que talvez possa ser explicado pelos índices pluviométricos levemente superiores - cerca de 560mm (média dos últimos sete anos EMATER TENÓRIO, 2006 dados não publicados) - aos do Cariri paraibano. Tabela 5: Espécies e famílias registradas em quatro fragmentos de caatinga em diferentes estádios sucessão, no Sítio Várzea do Cariri, no município de Tenório, PB. Onde: A 2 = área cortada há dois anos; A 10 = área cortada há dez anos, A 20 = área cortada há vinte anos e AC V= área conservada. Família Espécie Nome vulgar A-2 A-10 A-20 AC-V Anacardiaceae Schinopsis brasiliensis Engl. baraúna X Apocynaceae Aspidosperma pyrifolium Mart. pereiro X X Bignoniaceae Tabebuia caraiba (Mart.) Bureau craibeira X Boraginaceae Cordia leucocephala Moric. maria-preta X Cactaceae Cereus jamacaru DC. mandacaru X X Cactaceae Pilosocereus pachycladus facheiro X X X F.Ritter Combretaceae Combretum leprosum Mart. mofumbo X X X Combretaceae Combretum sp. X Combretaceae Thiloa sp. sipaúba X Erythroxylaceae Erythroxylum caatingae umbuzeiro-bravo X X Plowman Erythroxylaceae Erythroxylum nummularia Peyr. umbuzeiro-bravo X Euphorbiaceae Cnidoscolus sp. favela X Euphorbiaceae Croton moritibensis Baill. velame X X Euphorbiaceae Croton sonderianus Müll. Arg. marmeleiro X X X X Euphorbiaceae Croton sp. quebra-faca X Euphorbiaceae Jatropha mollissima (Pohl) Baill. pinhão X X X X Leg. Caesalpinioideae Caesalpinia ferrea Mart. jucá / pau-ferro X Leg. Caesalpinioideae Caesalpinia pyramidalis Tul. catingueira X X X Leg. Caesalpinioideae Peltogyne pauciflora Benth. coração-de-nêgo X Leg. Caesalpinioideae Senna acuruensis (Benth.) H.S. canafístula-preta X X X Irwin & Barneby Leg. Caesalpinioideae Senna macranthera var. flor de São João X X X pudibunda (Mart. ex Benth.) H.S.

53 53 Irwin & Barneby Leg. Caesalpinioideae Senna martiana (Benth.) H.S. canafístula X Irwin & Barneby Leg. Faboideae Amburana cearensis (Allemão) cumaru X A.C. Sm. Leg. Faboideae Dioclea grandiflora Mart. ex mucumã X Benth. Leg. Faboideae Leguminosae sp3 branhona X Leg. Faboideae Leguminosae sp4 X Leg. Mimosoideae Mimosa invisa Mart. ex Colla jurema-malícia X Leg. Mimosoideae Mimosa ophthalmocentra Mart. jurema-branca X X X ex Benth. Leg. Mimosoideae Mimosa paraibana Barneby malícia X X Leg. Mimosoideae Mimosa sp4 X Leg. Mimosoideae Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. jurema-preta X X X Leg. Mimosoideae Piptadenia moniliformis Benth. catanduba X Leg. Mimosoideae Piptadenia stipulacea (Benth.) jurema malícia-daserra X X X Ducke Malvaceae Helicteres guazumifolia Kunth guaxuma X X Malvaceae Malvaceae 1 X Nyctaginaceae Nyctaginaceae 1 joão-mole/ murici X Rubiaceae Alibertia sp. canela-deveado/cafezinho X X Sapindaceae Allophylus sp. buji X Verbenaceae Lippia gracilis Schauer alecrim-da-serra X Verbenaceae Vitex sp. X Indeterminada Indeterminada 1 X Indeterminada Indeterminada 2 X Indeterminada Indeterminada 3 X Indeterminada Indeterminada 4 X Apenas Croton sonderianus Müll. Arg. e Jatropha mollissima (Pohl) Baill. estiveram presentes nas quatro áreas. Schinopsis brasiliensis Engl foi amostrada somente em A-2 e Tabebuia caraiba (Mart.) Bureau, em A-10. A área onde se realizou o corte há vinte anos (A-20) apresentou um número de indivíduos superior à soma das duas primeiras áreas juntas. Nesta foram registradas 24 espécies, das quais 12 não foram encontradas em A-2 e nem em A-10. São elas: Helicteres guazumifolia Kunth, Cordia leucocephala Moric., Dioclea grandiflora Mart. ex Benth., Aspidosperma pyrifolium Mart., Erythroxylum caatingae Plowman, Allophylus sp., Alibertia sp., Thiloa sp., Cnidoscolus sp., Croton sp., Combretum sp. e Nyctaginaceae 1. É interessante ressaltar a presença em A 10 da Tabebuia caraiba (Mart.) Bureau, que não é comum em ambientes de solos secos. Seu registro, porém, deve estar associado

54 54 a existência de um pequeno riacho temporário que corta essa área, pois, de acordo com Cabral et al. (2004), a espécie apresenta esse comportamento. A densidade em A-2 foi de indivíduos/ha, indivíduos/ha em A 10, indivíduos/ha, em A 20 e indivíduos/ha em AC-V. Estas densidades são muito baixas se comparadas a outras áreas de caatinga. Entretanto, comparando-se as densidades de A 20 e AC V com o valor encontrado por Amorim et al. (2005), no Seridó do Rio Grande do Norte, estas foram superiores. A área basal nas quatro áreas foi: 0,580m ²/ha em A 2, 2,394m ²/ha em A 10, 2,823m ²/ha em A 20 e 3.538m ²/ ha em AC V. Fica clara a diferença entre A -2 e as três outras áreas, que apresentaram valores de área basal relaticamente próximos, com números de indivíduos muito diferentes, principalmente A -10 e A-20. As alturas médias em A - 2, A 10, A 20 e AC - V foram 1,7m, 2,8m e 2,6m e 2,8, respectivamente. Em A 2, a maioria dos indivíduos foi de pequenos arbustos, principalmente de Senna acuruensis (Benth.) H.S. Irwin & Barneby e Croton sonderianus Müll. Arg. Somente cinco indivíduos apresentaram mais de 3m nessa área, sendo que um apresentou a maior altura registrada para as quatro áreas estudadas (Figura 25). Apenas nove indivíduos apresentaram mais de 4m de altura na área cortada há dez anos, sendo que o maior número de indivíduos permaneceu na classe de 2 a 3m (Figura 26). Na área cortada há vinte anos, os oito indivíduos mais altos atingiram entre 5 e 6m e a grande maioria permaneceu em níveis de altura também entre 2 e 3m. Em AC V apenas seis indivíduos apresentaram mais de 5m (Figura 12). Amorim et al. (2005), no Seridó do Rio Grande do Norte, encontraram um padrão de altura superior ao do presente trabalho, com a altura da maioria dos indivíduos entre 3 e 4m, e um equilíbrio entre os indivíduos com alturas entre 2 e 3 e aqueles entre 4 e 5m. Os diâmetros médios nas quatro áreas foram, respectivamente, 4,8cm, 7,6cm e 5,6cm e 5,9cm em A-2, A-10, A-20 e AC-V. Porém, a média em A - 2 sofreu influência do único indivíduo de grande diâmetro de Schinopsis brasiliensis Engl., assim como na altura. O diâmetro médio em A -10, um pouco maior do que em A 20 e AC - V, sugere a possibilidade de ter havido um corte seletivo mais recente em A 20 e AC - V.

55 Nº de Plantas < 2 2-< 3 3-< 4 4-< 5 5-< 6 6-< 7 7-< 8 Classes de Altura (m) Figura 25: Distribuição em classes de altura, das plantas amostradas na área cortada há dois anos (A 2), no Sítio Várzea do Cariri, Tenório-PB Nº de Plantas < 2 2-< 3 3-< 4 4-< 5 5-< 6 6-< 7 7-< 8 Classes de Altura (m) Figura 26: Distribuição em classes de altura, das plantas amostradas na área cortada há dez anos (A 10), no Sítio Várzea do Cariri, Tenório-PB.

56 56 N de Plantas < 2 2-< 3 3-< 4 4-< 5 5-< 6 6-< 7 7-< 8 Classes de Altura (m) Figura 27: Distribuição em classes de altura, das plantas amostradas na área cortada há vinte anos (A 20), no Sítio Várzea do Cariri, Tenório-PB. O Índice de Diversidade de Shannon, calculado para cada fragmento, foi muito baixo: 1,217 nat/ind., em A -2; 1,095 nat/ind., em A 10; 1,093 nat/ind, em A 20; e nat/ind, em AC V. Mas, considerando-se que as três primeiras passaram por corte raso a menos tempo, esperava-se números relativamente baixos. De acordo com Araújo- Filho e Carvalho (1996), mais de 80% das caatingas são sucessionais e 40% deste percentual é mantido em estádios iniciais de sucessão secundária. Tabela 6: Espécies encontradas na Área cortada há dois anos (A - 2), município de Tenório, Seridó paraibano, e seus parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do VI, onde NI = número de indivíduos; FR = freqüência relativa; DR = densidade relativa; DoR = dominância relativa; VI = valor de importância e VC = valor de cobertura. Espécie NI FR DR DoR VI VC Senna acuruensis (Benth.) H.S. Irwin & Barneby Croton sonderianus Müll. Arg Croton moritibensis Baill Cereus jamacaru DC Schinopsis brasiliensis Engl Pilosocereus sp

57 57 Jatropha mollissima (Pohl) Baill Tabela 7: Espécies encontradas na Área cortada há dez anos (A - 10), município de Tenório, Seridó paraibano, e seus parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do VI, onde NI = número de indivíduos; FR = freqüência relativa; DR = densidade relativa; DoR = dominância relativa; VI = valor de importância e VC = valor de cobertura. Espécie NI FR DR DoR VI VC Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir Croton sonderianus Müll. Arg Mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth Caesalpinia pyramidalis Tul Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke Tabebuia caraiba (Mart.) Bureau Jatropha mollissima (Pohl) Baill Mimosa paraibana Barneby Senna macranthera var. pudibunda (Mart ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby Combretum leprosum Mart Tabela 8: Espécies encontradas na Área cortada há vinte anos (A - 20), município de Tenório, Seridó paraibano, e seus parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do VI, onde NI = número de indivíduos; FR = freqüência relativa; DR = densidade relativa; DoR = dominância relativa; VI = valor de importância e VC = valor de cobertura. Espécie NI FR DR DoR VI VC Croton sonderianus Müll. Arg Caesalpinia pyramidalis Tul Mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth Jatropha mollissima (Pohl) Baill Senna acuruensis (Benth.) H.S. Irwin & Barneby Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir Aspidosperma pyrifolium Mart Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke Croton sp Nyctaginaceae Senna macranthera var. pudibunda (Mart ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby Cnidoscolus sp Combretum leprosum Mart

58 58 Erythroxylum caatingae Plowman Thiloa sp Pilosocereus sp Dioclea grandiflora Mart. ex Benth Croton moritibensis Baill Indeterminada Combretum sp Helicteres guazumifolia Kunth Allophylus sp Alibertia sp Cordia leucocephala Moric Tabela 9: Espécies encontradas na Área conservada Várzea do Cariri (AC-V), município de Tenório, Seridó paraibano, e seus parâmetros fitossociológicos, em ordem decrescente, pelo valor do VI, em que NI= número de indivíduos; FR= freqüência relativa; DR= densidade relativa; DoR= dominância relativa; VI= valor de importância e VC= valor de cobertura. Espécie NI FR DR DoR VI VC Croton sonderianus Müll. Arg Caesalpinia pyramidalis Tul Senna acuruensis (Benth.) H.S. Irwin & Barneby Piptadenia moniliformis Benth Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir Jatropha mollissima (Pohl) Baill Pilosocereus sp Cereus jamacaru DC Peltogyne pauciflora Benth Erythroxylum nummularia Peyr Mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke Alibertia sp Vitex sp Aspidosperma pyrifolium Mart Erythroxylum caatingae Plowman Combretum leprosum Mart Caesalpinia ferrea Mart Mimosa paraibana Barneby

59 59 Leguminosae sp Malvaceae Senna macranthera var. pudibunda (Mart ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby Leguminosae sp Lippia gracilis Schauer Helicteres guazumifolia Kunth Mimosa sp Indet Indet Amburana cearensis (Allemão) A.C. Sm Senna martiana (Benth.) H.S. Irwin & Barneby Indet Das sete espécies presentes em A 2, Senna acuruensis (Benth.) H.S. Irwin & Barneby e Croton sonderianus Müll. Arg. destacaram-se pela grande quantidade de indivíduos e dominância relativa (Tabela 6). A espécie mais freqüente foi Senna acuruensis (Benth.) H.S. Irwin & Barneby, da família Leguminosae, seguida por duas espécies de Euphorbiaceae Croton sonderianus Müll. Arg. Croton moritibensis Baill. Na área A 10 também foi uma Leguminosae que teve maior freqüência, só que esta da subfamília Mimosoideae, Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. Logo depois destacando-se o Croton sonderianus Müll. Arg. (Tabela 7). Segundo Araújo Filho e Carvalho (1996), a presença de jurema-preta (Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir.), em A 10, pode ser indicadora de solo ácido com drenagem limitada e de fertilidade natural baixa. Esta pode ser a explicação para a presença de poucas espécies nesta área, em comparação com A 2. As três espécies que apresentaram maior dominância relativa na área A 20, em ordem decrescente foram: Croton sonderianus Müll. Arg., Caesalpinia pyramidalis Tul. e Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. (Tabela 8). Estas três espécies apresentaram-se também, respectivamente, na mesma ordem, com as maiores dominâncias relativas em AC-V.

60 60 Nesta área, destacaram-se logo em seguida Piptadenia moniliformis Benth. e Cereus jamacaru DC. (Tabela 9). Observando-se as três espécies de maior dominância relativa em cada área, vê-se que são todas espécies pioneiras de fácil adaptação em áreas de caatinga degradadas, de acordo com Sampaio et al. (1998). Além da dominância relativa, pode-se verificar que estas mesmas espécies destacaram-se em praticamente todos os parâmetros fitossociológicos calculados. Os valores de importância (VI) e cobertura (VC) nas quatro áreas destacaram as mesmas espécies que se sobressaíram nos outros parâmetros (Tabelas 6, 7, 8 e 9). No caso de A 20 e AC V, destacou-se o marmeleiro (Croton sonderianus Müll. Arg.), com superioridade inquestionável sobre as demais espécies. O maior número de indivíduos de marmeleiro (Croton sonderianus Müll. Arg.) nas áreas A 20 e AC -V, comparativamente às áreas A 2 e A 10 (Tabelas 7, 8 e 9 e 10), demostra grande possibilidade de que essas áreas tenham efetivamente passado por corte seletivo mais recente, priorizando os indivíduos de maior diâmetro de Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. que é valorizada por fornecer lenha para diversos fins Senna acuruensis (Benth.) H.S. Irwin & Barneby Croton sonderianus Müll. Arg. Croton moritibensis Baill. Cereus jamacaru DC. Schinopsis brasiliensis Engl. Pilosocereus pachycladus F.Ritter Jatropha mollissima (Pohl) Baill VI VC

61 61 Figura 28: Espécies que apresentaram maior VI e VC na área A Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. Croton sonderianus Müll. Arg. Mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth. Caesalpinia pyramidalis Tul. Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke Jatropha mollissima (Pohl) Baill. Mimosa paraibana Barneby 0 VI VC Figura 29: Espécies que apresentaram maior VI e VC na área A Croton sonderianus Müll. Arg. 160 Caesalpinia pyramidalis Tul Mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth. 100 Jatropha mollissima (Pohl) Baill Senna acuruensis (Benth.) H.S. Irwin & Barneby Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. 20 Aspidosperma pyrifolium Mart. 0 VI VC Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke Figura 30: Espécies que apresentaram maior VI e VC na área A 20.

62 Croton sonderianus Müll. Arg. Caesalpinia pyramidalis Tul Senna acuruensis (Benth.) H.S. Irwin & Barneby Piptadenia moniliformis Benth. 80 Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. Jatropha mollissima (Pohl) Baill. 60 Pilosocereus pachycladus F.Ritter 40 Cereus jamacaru DC. 20 Peltogyne pauciflora Benth. 0 VI VC Erythroxylum nummularia Peyr. Mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth. Figura 31: Espécies que apresentaram maior VI e VC na área AC-V. Dentre as espécies de maior VI e VC, somente Croton sonderianus Müll. Arg e Jatropha mollissima (Pohl) Baill. destacaram-se nas quatro áreas. As espécies mais importantes nas áreas A-2, A-10 e A- 20 foram: Croton sonderianus Müll. Arg., Jatropha mollissima (Pohl) Baill., Senna acuruensis (Benth.) H.S. Irwin & Barneby, Croton moritibensis Baill., Cereus jamacaru DC., Pilosocereus pachycladus F.Ritter, Caesalpinia pyramidalis Tul., Mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth., Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. e Combretum leprosum Mart. Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir., Mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth., Caesalpinia pyramidalis Tul., Piptadenia moniliformis Benth. e Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke foram destaque em A-10, A-20 e AC - V. Essas espécies, destacadas por VI e VC, são utilizadas geralmente na produção de lenha, para fornecimento a decantamentos de caulim, padarias e casas de farinha; na produção de carvão para uso doméstico ou comercial, em pequena escala, e na produção de estacas para cercamento das propriedades.

63 A Percepção Sócio-ambiental da Caatinga por Agricultores do Município de Tenório, Seridó Oriental Paraibano. Os atores sociais envolvidos na pesquisa foram majoritariamente do sexo feminino, uma vez que as mulheres geralmente estão mais dispostas a colaborar respondendo aos questionários. Entretanto, a diferença percentual entre homens e mulheres na amostragem não foi muito grande (Figura 32). A idade dos agricultores pesquisados também foi verificada a fim de analisar quem está mais presente nos trabalhos agrícolas ou de preparo da terra, porém os percentuais encontrados ficaram equilibrados, demonstrando que este tipo de atividade ainda é dividido por toda a família, independentemente do sexo (gênero) e da idade. Pôde-se observar, entretanto, algumas diferenças de funções, por exemplo, plantio, colheita, alimentação dos animais e coleta de lenha são mais realizadas pelas mulheres e pelos meninos mais jovens; já o processo de brocagem, corte e empilhamento (metragem) de lenha, são funções mais realizadas por homens e jovens mais robustos. Constatou-se ainda que, mesmo havendo equilíbrio entre as idades dos pesquisados, houve uma maior participação de indivíduos entre 20 e 40 anos (Figura 33) % Distribuição por Gênero Feminino Masculino 42% 58% Distribuição por Idade 51 a a a a a 20 15% 18% 20% 21% 16% Figura 32: Distribuição dos agricultores pesquisados por gênero. Figura 33: Distribuição dos agricultores pesquisados por intervalos de idade.

64 64 Com relação à escolaridade dos pesquisados, pôde-se constatar que 95% freqüentaram a escola em algum momento da vida. Verificou-se ainda que 50% deles estão situados no nível do Ensino Fundamental, sendo 28% na primeira fase (1ª a 4ª série) e 22% na segunda fase (5ª a 8ª série). Os não alfabetizados totalizaram 5% e aqueles apenas alfabetizados representaram 23%, salientando-se que, neste caso, são os agricultores que sabem escrever somente o próprio nome (Figura 34). O nível médio representou 21% e o superior 1%, o que foi surpreendente já que a agricultora em questão terminou Pedagogia, é professora, e usa lenha da caatinga juntamente com sua família no preparo de produtos cerâmicos potes, panelas e outros utensílios de argila. Superior completo 1% Médio completo 13% Escolaridade Médio incompleto 5ª a 8ª série 1ª a 4ª série 8% 22% 28% Alfabetizado Não alfabetizado 5% 23% Figura 34: Escolaridade dos agricultores pesquisados no município de Tenório-PB. A visão dos agricultores sobre o meio ambiente certamente influencia suas opiniões sobre flora, fauna e outros recursos ambientais disponíveis no meio em que estão inseridos. Os agricultores pesquisados demonstraram, em sua maioria, uma visão naturalista do meio ambiente, de acordo com a tipologia de Sauvé (1997), vendo-o como Natureza (37%) e como lugar pra viver (33%) (Quadro 2). O meio ambiente como fonte de recursos representou a visão de apenas 7% dos entrevistados. A concepção mais ampla, do meio ambiente como Biosfera (Sauvé, 1997), representou também a perspectiva de apenas 7% dos entrevistados (Figura 35).

65 65 Quadro 2: Concepções de Meio Ambiente na Educação Ambiental segundo Sauvé (1997). AMBIENTE RELAÇÃO CARACTERÍSTICAS Como Natureza Para ser apreciado, Natureza como catedral, ou preservado. como um útero: pura e original. Como Recurso Para ser gerenciado Herança biofísica, coletiva, qualidade de vida. Como Problema Para ser resolvido Ênfase na poluição, deteriorização e ameaças. Como Biosfera Como local para ser dividido Espaçonave Terra, Gaia, a interdependência dos seres vivos com os inanimados. Como Lugar para viver Educação ambiental (EA) para, sobre e no, para cuidar do meio ambiente. Como projeto Para ser envolvido comunitário A natureza com seus componentes sociais, históricos e tecnológicos. A natureza como foco na análise crítica, na participação política da comunidade. 7% 14% 37% Como natureza Como recurso Como problema Como lugar pra viver Como biosfera 33% 2% 7% Não sabe Figura 35: Concepções dos agricultores de Tenório-PB sobre meio ambiente, de acordo com Sauvé (1997). Comparando-se estas visões com as registradas nos trabalhos de Barzano e Selles (2000) e Tamaio (2002), pode-se dizer que a visão do ambiente como Natureza por parte dos atores sociais pesquisados, divide-se entre Romântica, Naturalista e, em menor escala, Generalizante, assim como a percepção de meio ambiente como Lugar para viver corresponde à concepção Sócio-ambiental dos mesmos autores. Ainda de acordo com Barzano e Selles (2000) e Tamaio (2002), as percepções do meio como Recurso e

66 66 Problema podem se enquadrar na concepção Antropocêntrica (Utilitarista), e a visão como Biosfera pode ser entendida como Biocêntrica. Questionados sobre o que seria a caatinga, 95% dos agricultores afirmaram já ter ouvido falar no assunto, com algumas respostas associando o termo à expressão maucheiro e outras à forma de cultivo ou fenômeno climático. Para classificar as concepções sobre caatinga foi criada a tipologia demonstrada no Quadro 3. Houve a necessidade de criar uma tipologia própria, uma vez que não se encontrou literatura específica sobre este tema. Quadro 3: Tipologia para concepções sobre caatinga na visão de agricultores no município de Tenório-PB. CAATINGA RELAÇÃO CARACTERÍSTICAS (Visão) Florística Mata ou vegetação Interpreta como elementos da vegetação ou mata de determinada localidade ou do Nordeste brasileiro. Naturalista Elementos da natureza, A caatinga aparece como seres vivos, fatores natureza de modo geral, com abióticos, etc. seres vivos e fatores ambientais. Problematizada Necessita ser resolvida Ênfase nos problemas causados por ações humanas, desmatamento, queimadas, etc. Utilitarista Para ser utilizada Ênfase no meio como fornecedor de recursos que devem ser usados pelo ser humano. Sinonimista Amplo-Paronimista Odor, clima ou técnica agrícola Outros significados além de flora Equívoco de significados, relacionado a odores (mal cheiro), fenômenos climáticos (seca) ou técnicas de cultivo agrícola. Relaciona a um tipo de mata ou vegetação diferenciando-o porém do significado de odor fétido. Conservacionista Deve ser conservada Analisa como lugar, ambiente a ser conservado. A concepção de caatinga mais representativa foi a que se refere à Florística, isto é, 75% dos agricultores relacionam a caatinga a algum tipo de vegetação ou mata. É um

67 67 percentual elevado, considerando que a caatinga é mencionada como algo que não é percebido de forma correta por seus habitantes (SANTANA, 2003). Um dos fatos que pode ter influenciado neste percentual é o nível de escolaridade dos agricultores pesquisados, demonstrado na Figura 33, deixando implícito que estes já tiveram, ou pelo menos, deveriam ter tido noções básicas sobre o bioma aqui abordado. Entretanto, vale ressaltar que a percepção da caatinga como mata não está necessariamente associada à sua importância ecológica para os atores sociais que nela vivem. A percepção da caatinga relacionadas às visões sinonimista e naturalista representaram 8% e 6%, respectivamente, e aqueles que não souberam definir a caatinga sob nenhum aspecto representaram 5%. A necessidade de conservação do bioma foi expressa por apenas 1% dos agricultores (Figura 36). Classificação de Caatinga Florística Sinonimista Naturalista Não sabe Problematizada Recurso (Utilitarista) Amplo-Paronimista Conservacionista 8% 6% 5% 2% 2% 1% 1% 75% Figura 36: Concepções da caatinga para os agricultores de Tenório-PB. Considerando que houve várias menções à caatinga como forma de mata ou vegetação, procurou-se classificar as definições de acordo com a tabela 10. A concepção de Mata, Plantas ou Vegetação procurou abranger todas as definições de caatinga como um vegetal ou um conjunto de vegetais, de maneira indeterminada, sem enfatizar nenhum caráter regional ou climático na afirmação dada.

68 68 Na categoria de Mata típica do Nordeste ou de áreas nordestinas, procurou-se colocar indicações que trouxessem alguma menção regional da fala do pesquisado. Da mesma maneira, na definição de caatinga como Vegetação com adaptações à seca, procurou-se expressar de forma direta ou indireta o fenômeno climático das secas periódicas da região ou ainda algum tipo de adaptação anatomo-fisiológica das plantas descritas. A concepção daqueles que consideram caatinga como uma Vegetação fechada, isto é, mais conservada, densa e de difícil acesso é bem expressa com as frases dos entrevistados, de acordo com a Tabela 10. Geralmente, estes agricultores consideram a mata nativa no seu estádio mais puro e o menos intocado possível. Tais falas, dos agricultores, nas conversas informais, estão muito relacionadas com a visão naturalista do meio ambiente. Tabela 10: Classificação da Caatinga como mata ou vegetação, na percepção dos agricultores de Tenório-PB F L O R Í S T I C A Tipologia Mata, Plantas ou Vegetação (Geral) Mata típica do Nordeste (Regionalista) Definições dadas pelos agricultores Árvore 1 Árvores pequenas 1 Diversidade de árvores 1 Floresta baixa e campo 1 rasteiro Mata com plantas 1 espaçosas Plantas variadas 1 Tipo de mata 32 Mata deserta do 1 Nordeste Mata do sertão 2 nordestino Plantas do cerrado que 1 existem mais no sertão paraibano M A T Vegetação ou mata do 17 A nordeste Mata com plantas secas e 1 O Vegetação com derrubadas U adaptações à seca Plantas que seca agüentam 4 V Plantas revestidas na 1 E época do inverno G Vegetação seca com 8 E espinhos T Mata bruta com plantas 2 Valor absoluto de cada opinião Percentual 50% 27% 18%

69 69 A Ç Ã O Vegetação fechada (Conservada) grandes Mata virgem 1 Plantas de carrasco, serra 1 ou gruta 5% A percepção de modificação da Caatinga ao longo do tempo, foi verificada questionando-se os agricultores se estes percebiam alguma modificação na cobertura vegetal atual em relação àquela que eles memorizavam de tempos anteriores. Verificouse que 96% dos entrevistados afirmaram perceber diferenças da flora atual para a antiga. Quando se analisou essas mudanças como positivas ou negativas, o mesmo percentual (96%), referiu-se a mudanças negativas para a fase atual Entre aqueles que demonstraram uma visão negativa da fase atual, o desmatamento foi apontado como a principal mudança observada, seguido por destruição antrópica, diminuição da biodiversidade, alterações ou modificações naturais e urbanização correspondendo a 68%, 11%, 14%, 6% e 1% das respostas, respectivamente. Entre aqueles que viram as modificações da caatinga como algo positivo, 50% apontaram melhorias em virtude da fase climática (período chuvoso) que estavam vivenciando na época das entrevistas e 25% consideraram que atualmente há maior acesso aos recursos advindos da caatinga, como o extrativismo vegetal e a realização de cultivos e pecuária extensiva nas áreas arrendadas. O percentual restante, 25% dos agricultores que julgaram observar mudanças positivas, não explicitaram claramente suas razões, afirmando serem poucas as modificações na cobertura vegetal da caatinga (Figuras 37 e 38). 70% Desmatamento 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Destruição por exploração humana Diminuição da Biodiversidade Alterações naturais Urbanização 50% 45% 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Fases anatomofisiológicas e climáticas Recurso/Cultivo Poucas diferenças Figura 37: Causas de modificações negativas no Bioma caatinga ao longo do tempo. Figura 38: Causas de modificações positivas no Bioma caatinga ao longo do tempo.

70 70 O percentual de trabalhadores que afirmaram usar algum recurso da caatinga foi de 96%, sendo a lenha apontada por 80% destes. A utilização da madeira está mais relacionada a atividades de carpintaria ou construção e alimentação refere-se principalmente à coleta de frutos nativos como umbu, confundindo-se, por vezes, com cultivos de algumas culturas como a mandioca. A utilização como pastagem reflete o pastoreio de caprinos e bovinos e o uso medicinal já está implícito na própria palavra (Figura 39). É válido ressaltar, neste ponto, a constatação de Albuquerque e Andrade (2002b) ao afirmar que, quanto ao estudo da percepção, no qual o campo de enfoque é o processo mental dos envolvidos, faz-se necessária uma metodologia que abranja todas as formas de expressão da percepção pelo ser humano. De modo geral, a população que vive em regiões de caatinga tende a conceber os recursos vegetais dentro de um significado muito amplo de utilidade, que necessariamente não tem a ver com a compreensão dos cientistas. Assim o uso que descrevem pode está relacionado com atividades que não foram diagnosticadas nas respostas dos entrevistados. 3% 12% 4% 10% Madeira Pastagem Medicinal Lenha 71% Alimentação Figura 39: Recursos retirados da caatinga no município de Tenório, segundo trabalhadores rurais entrevistados.

71 71 Figura 40: Retirada de lenha a caminho de área conservada na Bandarra, Tenório-PB. Foto: Ana Nery Batista Aurino Figura 41: Lenha empilhada para venda, a caminho de área conservada na Bandarra, Tenório-PB. Foto: Ana Nery Batista Aurino A retirada de lenha é uma atividade comumente praticada na caatinga e no município de Tenório a situação não é diferente. No atual estudo verificou-se que 91% dos agricultores pesquisados já trabalharam ou tiveram algum membro de suas famílias trabalhando no corte de lenha para algum tipo de uso direto ou indireto. Isto reforça as observações de Aurino, Trovão e Silva (2004), que afirmaram ser a retirada de lenha, nesta área do Seridó Paraibano, atividade comum no cotidiano da população local. As atividades para as quais mais se retira ou corta-se lenha da vegetação nativa no município de Tenório são, respectivamente, em ordem decrescente: uso doméstico ou terceirizado da lenha, representando 44%; venda de lenha, com 37%; utilização em carvoeiras, 18%; e como profissão, 1% (Figura 42). De acordo com as respostas dos pesquisados, o uso doméstico refere-se principalmente à utilização da madeira ou lenha como fonte direta de energia no cozimento de alimentos para a própria família e na queima de tijolos, telhas ou produtos cerâmicos para uso próprio ou para vendas em pequena escala e na forma de mourões e estacas para cercar propriedades ou, ainda, na construção de currais para os caprinos ou bovinos.

Colégio São Paulo Geografia Prof. Eder Rubens - 2013

Colégio São Paulo Geografia Prof. Eder Rubens - 2013 Colégio São Paulo Geografia Prof. Eder Rubens - 2013 CAP. 02 O território brasileiro e suas regiões.( 7º ano) *Brasil é dividido em 26 estados e um Distrito Federal (DF), organizados em regiões. * As divisões

Leia mais

Respostas das questões sobre as regiões do Brasil

Respostas das questões sobre as regiões do Brasil Respostas das questões sobre as regiões do Brasil Região Norte 1. Qual a diferença entre região Norte, Amazônia Legal e Amazônia Internacional? A região Norte é um conjunto de 7 estados e estes estados

Leia mais

B I O G E O G R A F I A

B I O G E O G R A F I A B I O G E O G R A F I A BIOMAS BRASILEIROS 2011 Aula VII BRASIL E VARIABILIDADE FITOGEOGRÁFICA O Brasil possui um território de dimensões continentais com uma área de 8.547.403 quilômetros quadrados. 4.320

Leia mais

FORMAÇÃO VEGETAL BRASILEIRA. DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS Aziz Ab`Saber. Ipê Amarelo

FORMAÇÃO VEGETAL BRASILEIRA. DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS Aziz Ab`Saber. Ipê Amarelo FORMAÇÃO VEGETAL BRASILEIRA DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS Aziz Ab`Saber Ipê Amarelo Fatores que influenciam na distribuição das formações vegetais: Clima 1. Temperatura; 2. Umidade; 3. Massas de ar; 4. Incidência

Leia mais

Prof. MSc. Leandro Felício

Prof. MSc. Leandro Felício Prof. MSc. Leandro Felício Ecossistema: Sistema integrado e auto funcionante que consiste em interações dos elementos bióticos e abióticos e cujas dimensões podem variar consideravelmente. Bioma: Conjunto

Leia mais

Biomas Brasileiros. 1. Bioma Floresta Amazônica. 2. Bioma Caatinga. 3. Bioma Cerrado. 4. Bioma Mata Atlântica. 5. Bioma Pantanal Mato- Grossense

Biomas Brasileiros. 1. Bioma Floresta Amazônica. 2. Bioma Caatinga. 3. Bioma Cerrado. 4. Bioma Mata Atlântica. 5. Bioma Pantanal Mato- Grossense Biomas Brasileiros 1. Bioma Floresta Amazônica 2. Bioma Caatinga 3. Bioma Cerrado 4. Bioma Mata Atlântica 5. Bioma Pantanal Mato- Grossense 6. Bioma Pampas BIOMAS BRASILEIROS BIOMA FLORESTA AMAZÔNICA

Leia mais

DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS. Elaborado por: Aziz Ab Saber Contém as seguintes características: clima relevo Vegetação hidrografia solo fauna

DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS. Elaborado por: Aziz Ab Saber Contém as seguintes características: clima relevo Vegetação hidrografia solo fauna DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS Elaborado por: Aziz Ab Saber Contém as seguintes características: clima relevo Vegetação hidrografia solo fauna Domínio Amazônico Clima equatorial Solos relativamente pobres Relevo

Leia mais

TERCEIRÃO GEOGRAFIA FRNTE 8 A - aula 25. Profº André Tomasini

TERCEIRÃO GEOGRAFIA FRNTE 8 A - aula 25. Profº André Tomasini TERCEIRÃO GEOGRAFIA FRNTE 8 A - aula 25 Profº André Tomasini Localizado na Região Centro-Oeste. Campos inundados na estação das chuvas (verão) áreas de florestas equatorial e tropical. Nas áreas mais

Leia mais

UM ESTUDO SOBRE A VEGETAÇÃO NATIVA DO PARQUE ESTADUAL DO PICO DO JABRE, NA SERRA DO TEIXEIRA, PARAÍBA

UM ESTUDO SOBRE A VEGETAÇÃO NATIVA DO PARQUE ESTADUAL DO PICO DO JABRE, NA SERRA DO TEIXEIRA, PARAÍBA UM ESTUDO SOBRE A VEGETAÇÃO NATIVA DO PARQUE ESTADUAL DO PICO DO JABRE, NA SERRA DO TEIXEIRA, PARAÍBA 1 José Ozildo dos Santos; 1 Rosélia Maria de Sousa Santos; 2 Patrício Borges Maracajá RESUMO 1Centro

Leia mais

SIMPÓSIO POLO GESSEIRO DO ARARIPE: POTENCIALIDADES, PROBLEMAS E SOLUÇÕES. Recife 12 a 14 de agosto de 2014 Salão Nobre da UFRPE

SIMPÓSIO POLO GESSEIRO DO ARARIPE: POTENCIALIDADES, PROBLEMAS E SOLUÇÕES. Recife 12 a 14 de agosto de 2014 Salão Nobre da UFRPE SIMPÓSIO POLO GESSEIRO DO ARARIPE: POTENCIALIDADES, PROBLEMAS E SOLUÇÕES Recife 12 a 14 de agosto de 2014 Salão Nobre da UFRPE O Território do Sertão do Araripe é formado por 10 municípios: Araripina,

Leia mais

B I O G E O G R A F I A

B I O G E O G R A F I A B I O G E O G R A F I A CAATINGA 2011 Aula XI O bioma Caatinga é o principal ecossistema existente na Região Nordeste, estendendo-se pelo domínio de climas semi-áridos, numa área de 73.683.649 ha, 6,83%

Leia mais

www.tiberioge.tibe o.c rioge om.br o.c A Ge G og o r g afi f a Le L va v da d a Sério

www.tiberioge.tibe o.c rioge om.br o.c A Ge G og o r g afi f a Le L va v da d a Sério 1 FLORESTA AMAZÔNICA 2 Características Localiza-se: Região Norte; parte do norte do Mato Grosso e Goiás; e parte oeste do Maranhão; O maior bioma brasileiro ocupa, praticamente, um terço da área do País.

Leia mais

7. o ANO FUNDAMENTAL. Prof. a Andreza Xavier Prof. o Walace Vinente

7. o ANO FUNDAMENTAL. Prof. a Andreza Xavier Prof. o Walace Vinente 7. o ANO FUNDAMENTAL Prof. a Andreza Xavier Prof. o Walace Vinente CONTEÚDOS E HABILIDADES FORTALECENDO SABERES DESAFIO DO DIA Unidade I Tempo, espaço, fontes históricas e representações cartográficas

Leia mais

Cap. 26 De norte a sul, de leste a oeste: os biomas brasileiros. Sistema de Ensino CNEC Equipe de Biologia. Bioma

Cap. 26 De norte a sul, de leste a oeste: os biomas brasileiros. Sistema de Ensino CNEC Equipe de Biologia. Bioma Cap. 26 De norte a sul, de leste a oeste: os biomas brasileiros Sistema de Ensino CNEC Equipe de Biologia Bioma Conjunto de vida, vegetal e animal, constituído pelo agrupamento de tipos de vegetação, condições

Leia mais

Fuvest 2014 Geografia 2ª Fase (Segundo Dia) A região metropolitana do litoral sul paulista é constituída pelos municípios representados no mapa:

Fuvest 2014 Geografia 2ª Fase (Segundo Dia) A região metropolitana do litoral sul paulista é constituída pelos municípios representados no mapa: QUESTÃO 3 (Ocupação do território brasileiro) A região metropolitana do litoral sul paulista é constituída pelos municípios representados no mapa: Ao longo do tempo, essa região conheceu diferentes formas

Leia mais

ESTUDO DA VIABILIDADE DO USO DE CISTERNAS EM ASSENTAMENTO RURAL NO MUNICÍPIO DE VÁRZEA-PB

ESTUDO DA VIABILIDADE DO USO DE CISTERNAS EM ASSENTAMENTO RURAL NO MUNICÍPIO DE VÁRZEA-PB ESTUDO DA VIABILIDADE DO USO DE CISTERNAS EM ASSENTAMENTO RURAL NO MUNICÍPIO DE VÁRZEA-PB Jackson Silva Nóbrega 1 ; Francisco de Assis da Silva 1 ; Marcio Santos da Silva 2 ; Maria Tatiane Leonardo Chaves

Leia mais

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2016

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2016 PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2016 Institui a Política de Desenvolvimento Sustentável da Caatinga. O CONGRESSO NACIONAL decreta: Art. 1º Esta Lei institui a Política de Desenvolvimento Sustentável da

Leia mais

GEOGRAFIA - 1 o ANO MÓDULO 25 O PANTANAL, A MATA DE ARAUCÁRIAS E AS PRADARIAS

GEOGRAFIA - 1 o ANO MÓDULO 25 O PANTANAL, A MATA DE ARAUCÁRIAS E AS PRADARIAS GEOGRAFIA - 1 o ANO MÓDULO 25 O PANTANAL, A MATA DE ARAUCÁRIAS E AS PRADARIAS Como pode cair no enem? (FUVEST) Estas fotos retratam alguns dos tipos de formação vegetal nativa encontrados no território

Leia mais

Me. João Luiz da Silva Instituto Federal do Sertão Pernambucano - Campus Floresta. jlmacambira@hotmail.com A CAATINGA 1 INTRODUÇÃO

Me. João Luiz da Silva Instituto Federal do Sertão Pernambucano - Campus Floresta. jlmacambira@hotmail.com A CAATINGA 1 INTRODUÇÃO Me. João Luiz da Silva Instituto Federal do Sertão Pernambucano - Campus Floresta. jlmacambira@hotmail.com A CAATINGA 1 INTRODUÇÃO A caatinga é um bioma que se concentra na região nordeste do Brasil. Ocupando

Leia mais

A ORIGEM, EVOLUÇÃO E DIVERSIDADE DA VEGETAÇÃO DO BIOMA CAATINGA. Luciano Paganucci de Queiroz Universidade Estadual de Feira de Santana - BA

A ORIGEM, EVOLUÇÃO E DIVERSIDADE DA VEGETAÇÃO DO BIOMA CAATINGA. Luciano Paganucci de Queiroz Universidade Estadual de Feira de Santana - BA A ORIGEM, EVOLUÇÃO E DIVERSIDADE DA VEGETAÇÃO DO BIOMA CAATINGA Luciano Paganucci de Queiroz Universidade Estadual de Feira de Santana - BA ESTRUTURA DA PALESTRA 1 - Caracterização do bioma e principais

Leia mais

. a d iza r to u a ia p ó C II

. a d iza r to u a ia p ó C II II Sugestões de avaliação Geografia 7 o ano Unidade 5 5 Unidade 5 Nome: Data: 1. Complete o quadro com as características dos tipos de clima da região Nordeste. Tipo de clima Área de ocorrência Características

Leia mais

UFSC. Resposta: 01 + 02 = 03. Comentário

UFSC. Resposta: 01 + 02 = 03. Comentário Resposta: 01 + 02 = 03 01. Correta. 04. Incorreta. O número de trabalhadores no setor primário, principalmente na agropecuária, continuou diminuindo devido à automação. O aumento ocorreu no setor de serviço.

Leia mais

Praticando seus conhecimentos sobre desertificação

Praticando seus conhecimentos sobre desertificação Praticando seus conhecimentos sobre desertificação O fenômeno de desertificação pode ocorrer através de um processo natural ou pela ação humana. O manejo inadequado do solo para agricultura, atividades

Leia mais

A BIOSFERA DO BRASIL (I) AULAS 34 E 35

A BIOSFERA DO BRASIL (I) AULAS 34 E 35 A BIOSFERA DO BRASIL (I) AULAS 34 E 35 OS BIOMAS DO BRASIL: (Aziz Ab Saber) O que se leva em consideração nesses domínios morfoclimáticos? Clima. Relevo. Solo. Vegetação. Vida. História da Terra e da ocupação

Leia mais

DOMÍNIO DOS MARES DE MORROS

DOMÍNIO DOS MARES DE MORROS DOMÍNIO DOS MARES DE MORROS Situação Geográfica Este domínio estende-se se do sul do Brasil até o Estado da Paraíba (no nordeste), obtendo uma área total de aproximadamente 1.000.000 km².. Situado mais

Leia mais

BRASIL REGIONALIZAÇÕES. Mapa II

BRASIL REGIONALIZAÇÕES. Mapa II BRASIL REGIONALIZAÇÕES QUESTÃO 01 - Baseado na regionalização brasileira, apresentados pelos dois mapas a seguir, é INCORRETO afirmar que: Mapa I Mapa II A B D C a. ( ) O mapa II apresenta a divisão do

Leia mais

USO DE FOGÕES ECOLÓGICOS POR FAMÍLIAS AGRICULTORAS DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO EXPERIÊNCIA DO PROJETO DOM HELDER CAMARA

USO DE FOGÕES ECOLÓGICOS POR FAMÍLIAS AGRICULTORAS DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO EXPERIÊNCIA DO PROJETO DOM HELDER CAMARA INVESTINDO NO SER HUMANO TRANSFORMANDO O SEMIÁRIDO USO DE FOGÕES ECOLÓGICOS POR FAMÍLIAS AGRICULTORAS DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO EXPERIÊNCIA DO PROJETO DOM HELDER CAMARA PROJETO DOM HELDER CAMARA Ação referencial

Leia mais

REGIÃO NORTE: MAIOR REGIÃO BRASILIERA EM EXTENSÃO. 45% do território nacional

REGIÃO NORTE: MAIOR REGIÃO BRASILIERA EM EXTENSÃO. 45% do território nacional REGIÃO NORTE REGIÃO NORTE: MAIOR REGIÃO BRASILIERA EM EXTENSÃO. 45% do território nacional GRANDE ÁREA COM PEQUENA POPULAÇÃO, O QUE RESULTA EM UMA BAIXA DENSIDADE DEMOGRÁFICA (habitantes por quilômetro

Leia mais

Nosso Território: Ecossistemas

Nosso Território: Ecossistemas Nosso Território: Ecossistemas - O Brasil no Mundo - Divisão Territorial - Relevo e Clima - Fauna e Flora - Ecossistemas - Recursos Minerais Um ecossistema é um conjunto de regiões com características

Leia mais

B I O G E O G R A F I A

B I O G E O G R A F I A B I O G E O G R A F I A BIOMAS DO MUNDO SAVANAS E DESERTOS 2011 Aula VI AS PRINCIPAIS FORMAÇÕES VEGETAIS DO PLANETA SAVANAS As savanas podem ser encontradas na África, América do Sul e Austrália sendo

Leia mais

Colégio Policial Militar Feliciano Nunes Pires

Colégio Policial Militar Feliciano Nunes Pires Colégio Policial Militar Feliciano Nunes Pires Professor: Josiane Vill Disciplina: Geografia Série: 1ª Ano Tema da aula: Dinâmica Climática e Formações Vegetais no Brasil Objetivo da aula: conhecer a diversidade

Leia mais

Climas do Brasil GEOGRAFIA DAVI PAULINO

Climas do Brasil GEOGRAFIA DAVI PAULINO Climas do Brasil GEOGRAFIA DAVI PAULINO Grande extensão territorial Diversidade no clima das regiões Efeito no clima sobre fatores socioeconômicos Agricultura População Motivação! Massas de Ar Grandes

Leia mais

Biodiversidade em Minas Gerais

Biodiversidade em Minas Gerais Biodiversidade em Minas Gerais SEGUNDA EDIÇÃO ORGANIZADORES Gláucia Moreira Drummond Cássio Soares Martins Angelo Barbosa Monteiro Machado Fabiane Almeida Sebaio Yasmine Antonini Fundação Biodiversitas

Leia mais

Moacyr Bernardino Dias-Filho Embrapa Amazônia Oriental www.diasfilho.com.br Importância das pastagens na pecuária brasileira A maioria (> 90%) do rebanho é criado a pasto Pastagem é a forma mais econômica

Leia mais

1,7 milhões de estabelecimentos 50 Mha

1,7 milhões de estabelecimentos 50 Mha Ignacio H. Salcedo 1,7 milhões de estabelecimentos 50 Mha 200 ha 2,3% dos estabelec. 46% da área IBGE, 2006 1,0 milhão de

Leia mais

Vegetação. Solo. Relevo. Clima. Hidrografia

Vegetação. Solo. Relevo. Clima. Hidrografia Vegetação Solo Relevo Clima Hidrografia VEGETAÇÃO E SOLOS HETEROGÊNEA CALOR E UMIDADE RÁPIDA DECOMPOSIÇÃO/FERTILIDADE. NUTRIENTES ORGÂNICOS E MINERAIS (SERRAPILHEIRA). EM GERAL OS SOLOS SÃO ÁCIDOS E INTEMPERIZADOS.

Leia mais

FERNANDA ROTEIRO DE ESTUDOS DE RECUPERAÇÃO E REVISÃO

FERNANDA ROTEIRO DE ESTUDOS DE RECUPERAÇÃO E REVISÃO Aluno (a): Disciplina GEOGRAFIA Curso Professor ENSINO MÉDIO FERNANDA ROTEIRO DE ESTUDOS DE RECUPERAÇÃO E REVISÃO Série 1ª SÉRIE Número: 1 - Conteúdo: Domínios morfoclimáticos - estudar as interrelações

Leia mais

AS FORMAÇÕES VEGETAIS DO GLOBO E DO BRASIL

AS FORMAÇÕES VEGETAIS DO GLOBO E DO BRASIL AS FORMAÇÕES VEGETAIS DO GLOBO E DO BRASIL AS FORMAÇÕES VEGETAIS DO GLOBO Formações vegetais do globo AS FORMAÇÕES VEGETAIS DO GLOBO As Grandes Formações Vegetais da Superfície da Terra Tundra Vegetação

Leia mais

EXERCÍCIOS DE REVISÃO - CAP. 04-7ºS ANOS

EXERCÍCIOS DE REVISÃO - CAP. 04-7ºS ANOS EXERCÍCIOS DE REVISÃO - CAP. 04-7ºS ANOS LEIA AS INFORMAÇÕES, CONSULTE O LIVRO PARA ADQUIRIR MAIS CONHECIMENTO E RESPONDA OS EXERCÍCIOS EM SEU CADERNO. 1- Quente e frio: um país de extremos O Brasil é

Leia mais

FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO

FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO É claro que o Brasil não brotou do chão como uma planta. O Solo que o Brasil hoje ocupa já existia, o que não existia era o seu território, a porção do espaço sob domínio,

Leia mais

Os Domínios Morfoclimáticos do Brasil

Os Domínios Morfoclimáticos do Brasil Os Domínios Morfoclimáticos do Brasil A classificação morfoclimática reúne grandes combinações de fatos geomorfológicos, climáticas, hidrológicos, pedológicos e botânicos que por sua relativa homogeinidade,

Leia mais

Terminologia Vegetal

Terminologia Vegetal Terminologia Vegetal Aciculifoliadas folhas em forma de agulha; Latifoliadas folhas largas e grandes; Perenes nunca perdem as folhas por completo; Caducas (decíduas) perdem as folhas antes de secas ou

Leia mais

Climas e Formações Vegetais no Mundo. Capítulo 8

Climas e Formações Vegetais no Mundo. Capítulo 8 Climas e Formações Vegetais no Mundo Capítulo 8 Formações Vegetais Desenvolvem-se de acordo com o tipo de clima, relevo, e solo do local onde se situam.de todos estes, o clima é o que mais se destaca.

Leia mais

Domínios Morfoclimáticos

Domínios Morfoclimáticos Domínios Morfoclimáticos Os domínios morfoclimáticos representam a interação e a integração do clima, relevo e vegetação que resultam na formação de uma paisagem passível de ser individualizada. Domínios

Leia mais

Definição. Unidade Territorial com características naturais bem. Por essa razão, muitas vezes o termo é usado

Definição. Unidade Territorial com características naturais bem. Por essa razão, muitas vezes o termo é usado Definição Compreende-se como sendo uma Unidade Territorial com características naturais bem marcantes e que o individualizam. Por essa razão, muitas vezes o termo é usado como sinônimo para identificar

Leia mais

PROF. JEFERSON CARDOSO DE SOUZA

PROF. JEFERSON CARDOSO DE SOUZA PROF. JEFERSON CARDOSO DE SOUZA UFRGS 2012 São fatores limitantes dos biomas: Umidade: ausência ou excesso; Solo: tipo de nutrientes e tempo de intemperismo; Temperatura: Amplitude Térmica; Luz solar:

Leia mais

Erosão e Voçorocas. Curso: Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Estudos Ambientais Professor: João Paulo Nardin Tavares

Erosão e Voçorocas. Curso: Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Estudos Ambientais Professor: João Paulo Nardin Tavares Erosão e Voçorocas Curso: Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Estudos Ambientais Professor: João Paulo Nardin Tavares O que é erosão? A erosão caracteriza-se pela abertura de enormes buracos no chão pela

Leia mais

FLORA DA REGIÃO DO SERTÃO NORDESTINO

FLORA DA REGIÃO DO SERTÃO NORDESTINO FLORA DA REGIÃO DO SERTÃO NORDESTINO Na região do sertão nordestino o clima é árido e semi-árido, e o que predomina é a caatinga, tanto na seca quanto no período de chuvas. Esse bioma se destaca pela biodiversidade,

Leia mais

História da Habitação em Florianópolis

História da Habitação em Florianópolis História da Habitação em Florianópolis CARACTERIZAÇÃO DAS FAVELAS EM FLORIANÓPOLIS No início do século XX temos as favelas mais antigas, sendo que as primeiras se instalaram em torno da região central,

Leia mais

Caatinga: exclusivamente brasileira

Caatinga: exclusivamente brasileira Caatinga: exclusivamente brasileira Ministério do Meio Ambiente Secretaria de Biodiversidade e Florestas Departamento de Conservação da Biodiversidade Parque Nacional da Serra da Capivara - PI Caatinga:

Leia mais

Prova bimestral 5 o ano 2 o Bimestre

Prova bimestral 5 o ano 2 o Bimestre Prova bimestral 5 o ano 2 o Bimestre geografia Escola: Nome: Data: / / Turma: Leia o trecho da letra da música abaixo e, em seguida, responda às questões. [...] Eu já cantei no Pará Toquei sanfona em Belém

Leia mais

BIOMA: deriva do grego bio vida e ama grupo, ou conjunto.

BIOMA: deriva do grego bio vida e ama grupo, ou conjunto. BIOMAS BRASILEIROS BIOMA: deriva do grego bio vida e ama grupo, ou conjunto. Bioma é uma área do espaço geográfico, com dimensões até superiores a um milhão de quilômetros quadrados, representada por

Leia mais

NARRATIVA DO MONITOR DAS SECAS DO MÊS DE JUNHO DE 2015

NARRATIVA DO MONITOR DAS SECAS DO MÊS DE JUNHO DE 2015 NARRATIVA DO MONITOR DAS SECAS DO MÊS DE JUNHO DE 2015 Condições Meteorológicas do Mês de Junho de 2015 Historicamente, conforme pode ser observada na figura 1 (b), no mês de junho, o litoral oeste do

Leia mais

Fitogeografia do Brasil.

Fitogeografia do Brasil. Fitogeografia do Brasil. Profº Me. Fernando Belan Alexander Fleming Introdução Devido as grandes dimensões territoriais, estabelecemse muitas formações vegetais características de alguma região do Brasil.

Leia mais

COLÉGIO MARQUES RODRIGUES - SIMULADO

COLÉGIO MARQUES RODRIGUES - SIMULADO COLÉGIO MARQUES RODRIGUES - SIMULADO Estrada da Água Branca, 2551 Realengo RJ Tel: (21) 3462-7520 www.colegiomr.com.br PROFESSOR ALUNO ANA CAROLINA DISCIPLINA GEOGRAFIA A TURMA SIMULADO: P3 501 Questão

Leia mais

ANEXO CHAMADA III DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES PARA GESTÃO E AVALIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ESTADUAIS

ANEXO CHAMADA III DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES PARA GESTÃO E AVALIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ESTADUAIS ANEXO CHAMADA III DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES PARA GESTÃO E AVALIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ESTADUAIS OBJETIVO Esta chamada tem por objetivo financiar projetos relacionados a ações de gestão e avaliação

Leia mais

PRÁTICAS SILVICULTURAIS

PRÁTICAS SILVICULTURAIS CAPÍTULO 10 PRÁTICAS SILVICULTURAIS 94 Manual para Produção de Madeira na Amazônia APRESENTAÇÃO Um dos objetivos do manejo florestal é garantir a continuidade da produção madeireira através do estímulo

Leia mais

1 (0,5) Dos 3% de água doce que estão na superfície terrestre, onde estão concentradas as grandes parcelas dessas águas? R:

1 (0,5) Dos 3% de água doce que estão na superfície terrestre, onde estão concentradas as grandes parcelas dessas águas? R: Data: / /2014 Bimestre: 3 Nome: 6 ANO Nº Disciplina: Geografia Professor: Geraldo Valor da Atividade: 2,0 (Dois) Nota: GRUPO 6 1 (0,5) Dos 3% de água doce que estão na superfície terrestre, onde estão

Leia mais

VEGETAÇÃO. Página 1 com Prof. Giba

VEGETAÇÃO. Página 1 com Prof. Giba VEGETAÇÃO As formações vegetais são tipos de vegetação, facilmente identificáveis, que dominam extensas áreas. É o elemento mais evidente na classificação dos ecossistemas e biomas, o que torna importante

Leia mais

Profª:Sabrine V.Welzel

Profª:Sabrine V.Welzel Geografia 2 ano/ensino Médio Os Domínios Morfoclimáticos do Brasil 1) (FGV. SP) De acordo com o geógrafo Aziz N. Ab.Sáber, o território brasileiro é constituído por seis domínios morfoclimáticos e fitogeográficos,

Leia mais

CONTEÚDOS DE GEOGRAFIA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL COM BASE NOS PARÂMETROS CURRICULARES DO ESTADO DE PERNAMBUCO

CONTEÚDOS DE GEOGRAFIA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL COM BASE NOS PARÂMETROS CURRICULARES DO ESTADO DE PERNAMBUCO DE GEOGRAFIA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL COM BASE NOS PARÂMETROS CURRICULARES DO ESTADO DE PERNAMBUCO GOVERNADOR DE PERNAMBUCO João Lyra Neto SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO E ESPORTES Ricardo Dantas SECRETÁRIA EXECUTIVA

Leia mais

MÓDULO 1 CLASSES GERAIS. Professora: Andréa Carla Lima Rodrigues Monitora: Laís Leal

MÓDULO 1 CLASSES GERAIS. Professora: Andréa Carla Lima Rodrigues Monitora: Laís Leal MÓDULO 1 ECOSSISTEMAS HUMANOS CLASSES GERAIS Professora: Andréa Carla Lima Rodrigues Monitora: Laís Leal ECOSSISTEMAS HUMANOS As necessidades e desejos da população humana em expansão têm requerido um

Leia mais

BIOMA. dominante. http://www.brazadv.com/passeios_ecol %C3%B3gicos_mapas/biomas.asp

BIOMA. dominante. http://www.brazadv.com/passeios_ecol %C3%B3gicos_mapas/biomas.asp BIOMAS DO BRASIL BIOMA Definição: Bioma, ou formação planta - animal, deve ser entendido como a unidade biótica de maior extensão geográfica, compreendendo varias comunidades em diferentes estágios de

Leia mais

B I O G E O G R A F I A

B I O G E O G R A F I A B I O G E O G R A F I A FLORESTA AMAZÔNICA 2011 Aula XII O bioma Amazônia representa aproximadamente 30% de todas as florestas tropicais remanescentes do mundo e nele se concentra a maioria das florestas

Leia mais

Universidade Federal de Uberlândia PRGRA Pró-Reitoria de Graduação DIRPS Diretoria de Processos Seletivos

Universidade Federal de Uberlândia PRGRA Pró-Reitoria de Graduação DIRPS Diretoria de Processos Seletivos GEOGRAFIA Gabarito Final - Questão 1 A) Dentre os fatores que justificam a expansão da cana-de-açúcar no Brasil, destacam-se: Aumento da importância do álcool ou etanol na matriz energética brasileira;

Leia mais

1. Seu município enfrenta problemas com a seca? 44 Sim... 86% 7 Não... 14%

1. Seu município enfrenta problemas com a seca? 44 Sim... 86% 7 Não... 14% O CASO DE SERGIPE O Estado de Sergipe tem uma área territorial de pouco mais de 21 mil de km² e é o menor estado brasileiro em dimensões territoriais, correspondente a 0,26% do tamanho do Brasil, e 1,42%

Leia mais

Climatologia. humanos, visto que diversas de suas atividades

Climatologia. humanos, visto que diversas de suas atividades Climatologia É uma parte da que estuda o tempo e o clima cientificamente, utilizando principalmente técnicas estatísticas na obtenção de padrões. É uma ciência de grande importância para os seres humanos,

Leia mais

Legislação Anterior Novo Código Florestal Avanços

Legislação Anterior Novo Código Florestal Avanços A APP era computada a partir das margens de rio ou cursos d água, pelo nível mais alto do período de cheia. Várzeas eram consideradas parte dos rios ou cursos d água, porque são inundadas durante o período

Leia mais

A interdependência entre os elementos na BIOSFERA.

A interdependência entre os elementos na BIOSFERA. A interdependência entre os elementos na BIOSFERA. A biosfera contém inúmeros ecossistemas (conjunto formado pelos animais e vegetais em harmonia com os outros elementos naturais). Biomas: conjuntos dinâmicos

Leia mais

Informação sob embargo até dia 30/11 às 9hs... Cana-de-açúcar avança em áreas prioritárias. para a conservação e uso sustentável do Cerrado

Informação sob embargo até dia 30/11 às 9hs... Cana-de-açúcar avança em áreas prioritárias. para a conservação e uso sustentável do Cerrado Informação sob embargo até dia 30/11 às 9hs Instituto Sociedade, População e Natureza... Cana-de-açúcar avança em áreas prioritárias para a conservação e uso sustentável do Cerrado (Mapas elaborados pelo

Leia mais

Bloco de Recuperação Paralela DISCIPLINA: Ciências

Bloco de Recuperação Paralela DISCIPLINA: Ciências COLÉGIO NOSSA SENHORA DA PIEDADE Bloco de Recuperação Paralela DISCIPLINA: Ciências Nome: Ano: 5º Ano 1º Etapa 2014 Colégio Nossa Senhora da Piedade Área do Conhecimento: Ciências da Natureza Disciplina:

Leia mais

ESTRUTURA FITOSSOCIOLÓGICA DO COMPONENTE ÁRBOREO DE UMA FLORESTA OMBRÓFILA EM PORTO VELHO, RONDÔNIA

ESTRUTURA FITOSSOCIOLÓGICA DO COMPONENTE ÁRBOREO DE UMA FLORESTA OMBRÓFILA EM PORTO VELHO, RONDÔNIA ESTRUTURA FITOSSOCIOLÓGICA DO COMPONENTE ÁRBOREO DE UMA FLORESTA OMBRÓFILA EM PORTO VELHO, RONDÔNIA Priscilla Menezes Andrade Antônio Laffayete Pires da Silveira RESUMO: O presente estudo foi realizado

Leia mais

ALVES 1,1, Paulo Roberto Rodrigues BATISTA 1,2, Jacinto de Luna SOUZA 1,3, Mileny dos Santos

ALVES 1,1, Paulo Roberto Rodrigues BATISTA 1,2, Jacinto de Luna SOUZA 1,3, Mileny dos Santos DIFUSÃO DA TECNOLOGIA DE CONTROLE BIOLÓGICO DE INSETOS - PRAGAS COMO INSTRUMENTO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM ESCOLAS PÚBLICAS DO ENSINO FUNDAMENTAL II NO MUNICÍPIO DE AREIA - PB ALVES 1,1, Paulo Roberto Rodrigues

Leia mais

DIVERSIDADE FITOGEOGRÁFICA DA CAATINGA EM ÁGUA BRANCA E DELMIRO GOUVEIA ALAGOAS

DIVERSIDADE FITOGEOGRÁFICA DA CAATINGA EM ÁGUA BRANCA E DELMIRO GOUVEIA ALAGOAS DIVERSIDADE FITOGEOGRÁFICA DA CAATINGA EM ÁGUA BRANCA E DELMIRO GOUVEIA ALAGOAS Jilyane Rouse Pauferro da Silva Especialista em Geografia: Análise Ambiental, Universidade Federal de Alagoas-UFAL jilyane_rouse@hotmail.com

Leia mais

Agroecologia. Agroecossistema

Agroecologia. Agroecossistema Agroecologia Ciência integradora dos princípios agronômicos, ecológicos e sócio-econômicos na compreensão da natureza e funcionamento dos agroecossistemas. Agroecossistema Unidade de estudo da Agroecologia,

Leia mais

Mobilização - construir parcerias e articulações integradas às dimensões ambientais: social, cultural e econômica.

Mobilização - construir parcerias e articulações integradas às dimensões ambientais: social, cultural e econômica. MISSÃO Desenvolver e implantar projetos que tenham como foco a geração de benefícios para o Planeta, provocando modificações conscientes, tanto no campo das ciências, quanto das atividades humanas. PRINCÍPIOS

Leia mais

EMENDA AO PLDO/2003 - PL Nº 009/2002-CN ANEXO DE METAS E PRIORIDADES

EMENDA AO PLDO/2003 - PL Nº 009/2002-CN ANEXO DE METAS E PRIORIDADES Emenda Nº: 656 0468 CIENCIA E TECNOLOGIA PARA A GESTÃO DE ECOSSISTEMAS 4134 DESENVOLVIMENTO DE PESQUISAS SOBRE FRAGMENTAÇÃO NA MATA ATLANTICA PESQUISAS REALIZADAS 20 Para conservar biodiversidade precisamos,

Leia mais

A diversidade de vida no planeta. Que animais selvagens você conhece? Em que ambiente natural e continente você acha que eles tem origem?

A diversidade de vida no planeta. Que animais selvagens você conhece? Em que ambiente natural e continente você acha que eles tem origem? A diversidade de vida no planeta Que animais selvagens você conhece? Em que ambiente natural e continente você acha que eles tem origem? Domínios naturais terrestres São extensas áreas geográficas com

Leia mais

Termo de Referência para Elaboração do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) TR GERAL

Termo de Referência para Elaboração do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) TR GERAL Termo de Referência para Elaboração do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) TR GERAL ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS (PRAD) ATENÇÃO O DOCUMENTO DEVE CONTER,

Leia mais

REDES HIDROGRÁFICAS SÃO TODOS OS RECURSOS HIDROGRÁFICAS DE UM PAÍS, COMPOSTOS GERALMENTE PELOS RIOS, LAGOS E REPRESAS.

REDES HIDROGRÁFICAS SÃO TODOS OS RECURSOS HIDROGRÁFICAS DE UM PAÍS, COMPOSTOS GERALMENTE PELOS RIOS, LAGOS E REPRESAS. REDES HIDROGRÁFICAS SÃO TODOS OS RECURSOS HIDROGRÁFICAS DE UM PAÍS, COMPOSTOS GERALMENTE PELOS RIOS, LAGOS E REPRESAS. BACIA HIDROGRÁFICA. É UMA REDE DE TERRAS DRENADAS POR UM RIO E SEUS PRINCIPAIS AFLUENTES.

Leia mais

Aula 14 Distribuição dos Ecossistemas Brasileiros Floresta Amazônica Mais exuberante região Norte e parte do Centro Oeste; Solo pobre em nutrientes; Cobertura densa ameniza o impacto da água da chuva;

Leia mais

3º BIMESTRE 2ª Avaliação Área de Ciências Humanas Aula 148 Revisão e avaliação de Humanas

3º BIMESTRE 2ª Avaliação Área de Ciências Humanas Aula 148 Revisão e avaliação de Humanas 3º BIMESTRE 2ª Avaliação Área de Ciências Humanas Aula 148 Revisão e avaliação de Humanas 2 Tipos de vegetação Vegetação é caracterizada como o conjunto de plantas de uma determinada região. Em razão da

Leia mais

Unidades de Conservação no âmbito da Lei Estadual 20.922/13 e a Mineração. Carlos Leite Santos Tales Peche Socio

Unidades de Conservação no âmbito da Lei Estadual 20.922/13 e a Mineração. Carlos Leite Santos Tales Peche Socio Unidades de Conservação no âmbito da Lei Estadual 20.922/13 e a Mineração. Carlos Leite Santos Tales Peche Socio 0 Junho/2013 Introdução A contribuição da Vale no processo de conservação e preservação

Leia mais

Exercícios sobre África: Características Físicas e Organizações Territoriais

Exercícios sobre África: Características Físicas e Organizações Territoriais Exercícios sobre África: Características Físicas e Organizações Territoriais 1. Observe o mapa a seguir. As partes destacadas no mapa indicam: a) Áreas de clima desértico. b) Áreas de conflito. c) Áreas

Leia mais

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural PROJETO FIP-ABC. Produção sustentável em áreas já convertidas para o uso agropecuário (com base no Plano ABC)

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural PROJETO FIP-ABC. Produção sustentável em áreas já convertidas para o uso agropecuário (com base no Plano ABC) Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Serviço Nacional de Aprendizagem Rural PROJETO FIP-ABC Produção sustentável em áreas já convertidas para o uso agropecuário (com base no Plano ABC) Descrição do contexto

Leia mais

ORÉADES NÚCLEO DE GEOPROCESSAMENTO RELATÓRIO DE ATIVIDADES

ORÉADES NÚCLEO DE GEOPROCESSAMENTO RELATÓRIO DE ATIVIDADES ORÉADES NÚCLEO DE GEOPROCESSAMENTO PROJETO CARBONO NO CORREDOR DE BIODIVERSIDADE EMAS TAQUARI RELATÓRIO DE ATIVIDADES ASSENTEMENTOS SERRA DAS ARARAS, FORMIGUINHA E POUSO ALEGRE JULHO DE 2011 INTRODUÇÃO

Leia mais

PROJETO VALE SUSTENTÁVEL: RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS VISANDO A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE DA CAATINGA NA REGIÃO DO VALE DO AÇU RN.

PROJETO VALE SUSTENTÁVEL: RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS VISANDO A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE DA CAATINGA NA REGIÃO DO VALE DO AÇU RN. PROJETO VALE SUSTENTÁVEL: RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS VISANDO A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE DA CAATINGA NA REGIÃO DO VALE DO AÇU RN. Elisângelo Fernandes da Silva (E-mail: elisangelo.silva@bol.com.br);

Leia mais

Pesquisa Pantanal. Job: 13/0528

Pesquisa Pantanal. Job: 13/0528 Pesquisa Pantanal Job: 13/0528 Objetivo, metodologia e amostra Com objetivo de mensurar o conhecimento da população sobre o Pantanal, o WWF solicitou ao Ibope um estudo nacional para subsidiar as iniciativas

Leia mais

AVALIAÇÃO RÁPIDA ESTRATÉGICA (ARE) PARA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

AVALIAÇÃO RÁPIDA ESTRATÉGICA (ARE) PARA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO AVALIAÇÃO RÁPIDA ESTRATÉGICA (ARE) PARA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO Informações do Processo: Nome do Interessado: Nº do Processo: Data / de 20 Município: Localidade: Vistoria: Data: / / 20 Técnicos

Leia mais

Cerrado e caatinga. Compare estas duas fotos:

Cerrado e caatinga. Compare estas duas fotos: A UU L AL A Cerrado e caatinga Compare estas duas fotos: cerrado caatinga Observando as duas figuras, a característica que mais nos chama a atenção é que os dois ambientes parecem muito secos. Nesta aula,

Leia mais

ANÁLISE DO USO DAS CISTERNAS DE PLACAS NO MUNICÍPIO DE FRECHEIRINHA: O CONTEXTO DA PAISAGEM DE SUPERFÍCIE SERTANEJA NO SEMIÁRIDO CEARENSE

ANÁLISE DO USO DAS CISTERNAS DE PLACAS NO MUNICÍPIO DE FRECHEIRINHA: O CONTEXTO DA PAISAGEM DE SUPERFÍCIE SERTANEJA NO SEMIÁRIDO CEARENSE ANÁLISE DO USO DAS CISTERNAS DE PLACAS NO MUNICÍPIO DE FRECHEIRINHA: O CONTEXTO DA PAISAGEM DE SUPERFÍCIE SERTANEJA NO SEMIÁRIDO CEARENSE Carliana Lima Almeida (1); José Falcão Sobrinho (2); (1) Mestranda

Leia mais

Figura 1: Bosque de Casal do Rei, alguns meses após o incêndio que ocorreu no Verão de 2005.

Figura 1: Bosque de Casal do Rei, alguns meses após o incêndio que ocorreu no Verão de 2005. Estudo da vegetação 1. Introdução A intensa actividade humana desenvolvida na região Centro ao longo dos últimos milénios conduziu ao desaparecimento gradual de extensas áreas de floresta autóctone, que

Leia mais

PROVA DE GEOGRAFIA 3 o TRIMESTRE DE 2012

PROVA DE GEOGRAFIA 3 o TRIMESTRE DE 2012 PROVA DE GEOGRAFIA 3 o TRIMESTRE DE 2012 PROFa. JULIANA NOME N o 8 o ANO A compreensão do enunciado faz parte da questão. Não faça perguntas ao examinador. A prova deve ser feita com caneta azul ou preta.

Leia mais

Resolução SMA - 44, de 30-6-2008 Define critérios e procedimentos para a implantação de Sistemas Agroflorestais

Resolução SMA - 44, de 30-6-2008 Define critérios e procedimentos para a implantação de Sistemas Agroflorestais Resolução SMA - 44, de 30-6-2008 Define critérios e procedimentos para a implantação de Sistemas Agroflorestais O Secretário do Meio Ambiente, considerando: A necessidade de regulamentação da utilização

Leia mais

01. (FUVEST) Dentre os vários aspectos que justificam a diversidade biológica da Mata Atlântica, encontram-se:

01. (FUVEST) Dentre os vários aspectos que justificam a diversidade biológica da Mata Atlântica, encontram-se: 01. (FUVEST) Dentre os vários aspectos que justificam a diversidade biológica da Mata Atlântica, encontram-se: I. Concentração nas baixas latitudes, associadas a elevadas precipitações. II. Distribuição

Leia mais

Geografia. Questão 01. Questão 02. Leia com atenção:

Geografia. Questão 01. Questão 02. Leia com atenção: Questão 01 Leia com atenção: I - Abrange uma superfície considerável do território brasileiro em sua parte central. II - É fortemente influenciado pelo quadro climático marcado por temperaturas médias

Leia mais

BIOMAS BRASILEIROS. Prof.ª Débora Lia Ciências/ Biologia

BIOMAS BRASILEIROS. Prof.ª Débora Lia Ciências/ Biologia BIOMAS BRASILEIROS Prof.ª Débora Lia Ciências/ Biologia BIOMA: É CONJUNTO DE ECOSSISTEMAS TERRESTRES, CLIMATICAMENTE CONTROLADOS, QUE SÃO CARACTERIZADOS POR UMA VEGETAÇÃO PRÓPRIA (RAVEN ET AL., 2001) LOCALIZAÇÃO

Leia mais

CAPÍTULO 13 OS CLIMAS DO E DO MUNDOBRASIL

CAPÍTULO 13 OS CLIMAS DO E DO MUNDOBRASIL CAPÍTULO 13 OS CLIMAS DO E DO MUNDOBRASIL 1.0. Clima no Mundo A grande diversidade verificada na conjugação dos fatores climáticos pela superfície do planeta dá origem a vários tipos de clima. Os principais

Leia mais

REQUERIMENTO (Do Sr. Vittorio Medioli)

REQUERIMENTO (Do Sr. Vittorio Medioli) 1 REQUERIMENTO (Do Sr. Vittorio Medioli) Requer o envio de Indicação ao Poder Executivo sugerindo à Agência Nacional de Águas que determine às empresas concessionárias deste serviço a divulgação em suas

Leia mais

DIVERSIDADE DE CLIMAS = DIVERSIDADE DE VEGETAÇÕES

DIVERSIDADE DE CLIMAS = DIVERSIDADE DE VEGETAÇÕES FORMAÇÕES VEGETAIS - Os elementos da natureza mantém estreita relação entre si. - A essa relação, entendida como a combinação e coexistência de seres vivos (bióticos) e não vivos (abióticos) dá-se o nome

Leia mais