RELAÇÕES DE GÊNERO EM UNACCUSTOMED EARTH DE JHUMPA LAHIRI
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- Ísis Martinho Borges
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1 RELAÇÕES DE GÊNERO EM UNACCUSTOMED EARTH DE JHUMPA LAHIRI Carine Pereira Marques 1 Jhumpa Lahiri nasceu em Londres em 1967 de pais indianos, e mudou-se para os Estados Unidos aos três anos. Durante sua infância Lahiri viajou diversas vezes à Índia, e esta infância em trânsito é, em parte, responsável por um sentimento de não pertencimento que ela mesma define em uma entrevista: Nenhum país é minha terra natal. Eu sempre me sinto no exílio em qualquer país para o qual eu viaje, por isso, decidi escrever algo sobre aqueles que vivem suas vidas no exílio. (tradução minha) 2. Unaccustomed Earth está inserido no campo da Literatura Póscolonial e, mais especificamente, nos estudos de diáspora contemporânea. O termo Literatura pós-colonial é definido por Henry Schwarz 3 como a luta histórica contra o colonialismo europeu e a emergência de novas forças políticas e culturais na segunda metade do séc XX (tradução minha). A Literatura pós-colonial é assim, o resultado do momento de ruptura política entre colônia e metrópole, e tem como um de seus principais papéis promover a visibilidade de grupos antes pouco representados na literatura. Também pode ser vista como uma tentativa de se preservar a memória de grupos minoritários que não possuíam voz na literatura anteriormente. O termo diáspora, que será usado neste texto refere-se à definição dada por Anh Hua que coloca dois importantes fatores na definição do termo. Primeiro, a ideia de um povo que se desloca de um ponto central para dois ou mais lugares; e, segundo, que o termo diáspora também envolve uma memória coletiva e um trauma causado por esta dispersão 4. É importante 1 Mestranda pela Universidade Federal de Minas Gerais, sob orientação da Professora Sandra Regina Goulart Almeida. Bolsista CNPq. 2 JAWAID, Rifat. A Home-coming for Jhumpa Lahiri. Disponível em news/2001/jan/11jhum.htm. Acesso em 24 de julho de SCHWARZ, Henry. A Companion to Postcolonial Studies. Oxford: Blackwell Publishing, 2005, p.1. 4 HUA, Anh. Diáspora and Cultural Memory. In: AGNEW, Vijay. Diasporas, Memory and Identity: a Search for an Identity. Toronto, Buffalo e Londres: University of Toronto Press, 2005, p. 193.
2 salientar que o termo diáspora também possui um caráter político, pois denota o movimento de dispersão de povos, quer seja voluntário ou forçado, geralmente com forte impacto político, social e cultural 5. Assim, quando usamos o termo diáspora, a ideia de deslocamento, desenraizamento, e memória se faz presente, pois o termo não indica somente o movimento destes imigrantes, mas, também a relação destes imigrantes com seu novo país. O sujeito que habita o espaço diaspórico é, segundo Vijay Agnew, um ser dividido entre um lar metafórico e outro físico 6. É um indivíduo que vive sobre as tensões de viver em determinado lugar, mas cercado por memórias de seu país de origem, sendo, basicamente, esta tensão fruto das contradições entre as duas culturas. É importante ressaltar o que Avtar Brah afirma sobre os espaços diaspóricos dizendo que estes são também espaços de esperança e de novos começos. Eles são terrenos onde as memórias coletivas e individuais colidem, se reagrupam e se reconfiguram (tradução minha) 7. É neste sentido mais específico que este trabalho se baseia, pois é no espaço diaspórico que as relações de gênero se reconfiguram, tema este de minha pesquisa. Ainda segundo Brah, a primeira geração de imigrantes possui uma relação muito mais forte com o país de origem do que as gerações seguintes, pois a memória que os primeiros imigrantes guardam de seus países de origem é muito mais forte e recente do que a das gerações subsequentes. É importante também ressaltar o papel das mulheres no espaço diaspórico, pois representam grande parte dos imigrantes em diversas regiões do globo 8. Além disso, o novo espaço habitado por essas mulheres 5 ALMEIDA, Sandra R. G. A Nova Diáspora e a Literatura de Autoria Feminina Contemporânea. In: CAVALCANTI Ildney, ACIOLI A. C., SCHENEIDER L. Da Mulher às Mulheres: Dialogando sobre Literatura, Gênero e Identidade. Maceió: UFAL, 2006, p AGNEW, Vijay. Introduction. In: Diaspora, Memory and Identity: a Search for an Identity. Toronto, Buffalo e Londres: University of Toronto Press, 2005, p BRAH, Avtar. Cartographies of Diaspora: Contesting Identities. Londres e Nova York: Routledge, 1996, p BRAH, Avtar. Cartographies of Diaspora: Contesting Identities. Londres e Nova York: Routledge, 1996, p. 179.
3 possibilita um questionamento de suas identidades. Tal fato se deve, principalmente, pelo distanciamento proporcionado pelo deslocamento dos valores patriarcais nos quais elas estavam inseridas. O conto Unaccustomed Earth foi publicado em 2008, e mostra um recorte da vida de duas personagens, pai e filha, depois da morte precoce da mãe em uma cirurgia rotineira. O conto foca, assim, em duas personagens de primeira e segunda gerações de imigrantes indianos nos Estados Unidos, que buscam reconciliar seus papéis de gênero neste novo espaço. Entretanto, Lahiri distancia este conflito de sua representação usual, aproximando os conflitos de primeira e segunda gerações, bem como pela representação não estereotipada de um personagem masculino. Unaccustomed Earth é narrado em terceira pessoa e o narrador tem acesso aos pensamentos de pai e filha, perspectiva essa que se reveza durante a narrativa, possibilitando ao leitor ter acesso a pontos de vistas diferentes sobre o mesmo fato, e permitindo, assim, uma análise das renegociações favorecidas pelo espaço diaspórico sob diferentes perspectivas, ou seja, através dos olhares de segunda e primeira gerações, assim como pelo ponto de vista masculino e feminino. Ruma nasceu nasceu nos EUA, e passou pelo processo de aculturação como descreve o seu pai: [q]uanto mais as crianças cresciam, menos davam a impressão de parecer com o pai ou a mãe - falavam diferente, vestiam-se de forma diferente, pareciam estrangeiros sob todos os aspectos, da textura dos cabelos ao formato dos pés e das mãos 9. Ruma cresce com fortes influências das duas culturas, e quando adulta é possível perceber traços de ambas as culturas em sua vida, o que caracteriza bem o sentimento do imigrante de viver entre duas culturas e o consequente sentimento de não pertencimento a nenhuma delas. Uma importante ruptura com a cultura indiana acontece quando Ruma decide casar-se com Adam, um americano, contrariando seus pais e os costumes indianos. 9 JHUMPA, Lahiri. Unaccustomed Earth. Nova York: Vintage Books, 2008, p. 68.
4 Durante a vida adulta, Ruma perde alguns dos hábitos de sua família bengalês e quando seu filho começa a falar, a língua escolhida é o inglês já que a própria Ruma não se sente segura em relação ao idioma: [ ] uma coisa era falar em um bengali de tatibitate, apontar para isso ou aquilo e dizer-lhe as palavras correspondentes. Mas mostrar autoridade era outra coisa; o bengali nunca fora uma língua na qual ela se sentisse adulta. Ela própria estava esquecendo a língua (p. 23) 10. Pode-se perceber também nessa citação que parte da cultura herdada de seus pais, Ruma não passará a seus filhos. Depois do nascimento de seu filho, Akask, Ruma decide trabalhar somente meio horário para passar mais tempo com seu filho. Mas depois da morte de sua mãe, Ruma decide abandonar o trabalho e dedicar à sua família como sua mãe o fizera: quando estava crescendo. O exemplo de sua mãe mudar-se para um lugar desconhecido por causa do casamento, passar a vida cuidando dos filhos e da casa lhe servira de alerta, um caminho a ser evitado. Mas agora a vida de Ruma era essa (p. 21). Quando o seu pai liga dizendo que irá visitá-la antes de mais uma de suas viagens ao exterior, Ruma preocupa-se com a possibilidade de seu pai mudar-se para a sua casa, já que assim manda a tradição bengali: na Índia, teria sido impensável ele não se mudar para a sua casa (p.17). Entretanto, Ruma discute o fato várias vezes com Adam e apesar de sempre assegurá-la que aceitará qualquer decisão, Ruma continua indecisa. Em uma das conversas, Adam sugere que o pai dela poderia ajudá-la quando ele estivesse viajando, ainda mais com a chegada de outro bebê. A resposta de Ruma mostra a visão que ela tem de seu pai: Sua mãe, sim, teria sido útil, assumindo as rédeas da cozinha, cantando para Akash e ensinando-lhe cantigas de ninar em bengali, enchendo a máquina de lavar com levas e mais levas de roupas [...]. Quando 10 As citações do livro Unaccustomed Earth serão acompanhadas somente pelo numero da página.
5 seus pais iam visitá-la no Brooklyn, depois de Akash nascer, o pai montava acampamento em uma poltrona da sala e ficava folheando o Times em silêncio, tocando o queixo do bebê com um dedo de vez em quando, mas comportando como quem espera o tempo passar (p.16). Assim, Ruma pensa que seu pai será uma responsabilidade a mais, mas mesmo assim não consegue afastar a culpa de não convidá-lo. A semelhança de Ruma com sua mãe é a primeira coisa a ser notada pelo pai quando este chega à sua casa meses depois da morte da mãe: Alguma coisa na aparência de sua filha havia mudado, ela agora se parecia tanto com sua mulher que ele não conseguia suportar olhá-la de frente (p.39). Curiosamente, o oposto é notado por Ruma quando ela descreve as roupas de seu pai: ela se espantou ao constatar o aspecto americano do pai na velhice. Com os cabelos grisalhos e a pela clara, poderia ser de praticamente qualquer lugar (p. 22) Essa observação de pai e filha é interessante pois retrata uma representação pouco usual na literatura de imigrantes. Geralmente, é possível observar que a primeira geração continua com fortes traços de sua cultura de origem, e a segunda geração assemelha-se mais à cultura do país de destino. Entretanto, nessa passagem podemos observar precisamente o oposto. O pai, que não é nomeado em momento algum, aposentou-se de uma companhia farmacêutica após a morte de sua esposa, vendeu a casa onde seu filhos passaram a infância e mudou-se: também era um alívio morar em outra parte do estado, perto o suficiente para as coisas ainda serem conhecidas, mas longe para ter uma sensação diferente. Na casa antiga, ainda estava preso à vida de antes [ ] (p. 42). O novo espaço físico, assim como o novo país onde Ruma foi criada, possibilitam uma renegociação de suas identidades; Entretanto, parece ser a morte da esposa e não somente o novo ambiente que possibilita uma mudança drástica na vida do pai: [...] era esta a sua vida agora, poder fazer o que quisesse, a responsabilidade por sua família ausente [...] (p.19). Acostumado a viajar somente à Índia, começou a viajar sozinho para a Europa, onde conheceu a senhora Bagchi,
6 uma indiana, um pouco mais jovem que sua esposa, que vivia em Long Island. Durante as viagens ao exterior os dois acabaram se aproximando por serem os únicos bengaleses do grupo e, na próxima viagem à Praga haviam acordado em dividir um quarto. No relacionamento com a senhora Bagchi há uma mudança em seu comportamento: Talvez, pelo fato de ela esperar tão pouco, ele era generoso com ela, atencioso de uma forma que nunca havia sido no casamento. (p. 20). Entretanto, ele não mencionara a sra. Bagchi à seus filhos e, por isso, sentia que passava por uma experiência que seus filhos provavelmente tiveram: Ele não havia comentado nada com Ruma ou Romi sobre a sra. Bagchi, e não planejava fazê-lo. Não havia motivo para preocupá-los, sobretudo Ruma, agora que estava grávida outra vez. Imaginou se era assim que seus filhos haviam se sentido no passado, tendo relacionamentos escusos quando isso era algo proibido por ele e sua mulher, algo que os teria deixado arrasados (p.30). Quando o pai pai mostra um vídeo de suas viagens, Ruma vê a sra. Bagchi e pergunta a seu pai quem é aquela mulher. Ele percebe a oportunidade de contar à sua filha sobre seu relacionamento, mas ele parece ainda não se sentir confortável com esse novo papel: Era mais difícil do que ele imaginara, estar na casa de sua filha, passar o dia inteiro em sua companhia. Sentia-se lamentável por enganála. Mas o que poderia dizer? Que havia arrumado uma nova amiga? Uma namorada? A palavra era desconhecida para ele, impossível de expressar; ele nunca havia tido uma namorada na vida (p. 53). Mesmo sofrendo por não contá-la sobre a sra. Bagchi, ele prefere esconder o relacionamento de sua filha, fato este que também caracteriza o conflito entre as duas culturas. Durante o tempo em que passa na casa de sua filha, ele decide plantar um jardim para Ruma e isso o aproxima de seu neto. Enquanto
7 cuidam do jardim ele ensina a Akash palavras em bengalês. À noite ele ajuda Ruma a dar o banho em Akash e é ele quem o prepara para dormir, escovando seus dentes, e penteando seus cabelos. É ele também que Akash escolhe para ler suas estórias antes de dormir, e depois de um tempo é na cama do avô que ele prefere dormir. Ruma observa que tinha uma percepção equivocada de seu pai: [ ] até agora, ela não sabia determinadas coisas a seu respeito. Não sabia o quanto ele podia ser autônomo, prestativo; a ponto de ela não ter precisado lavar uma louça sequer desde a sua chegada. (p ). Em um outro momento, Ruma associa as mudanças em seu pai à morte de sua mãe, pois ela percebe que esta afetara seu pai de uma forma diferente: ele parecia até mais feliz agora; a morte da mãe o havia deixado mais leve, efeito contrário ao que tivera sobre ela própria (p. 46). Enquanto Ruma sofre com a morte de sua mãe, esta parece libertar o seu pai. Este lado antes desconhecido de seu pai parece tornar sua decisão mais fácil. Todavia, quando Ruma finalmente decide convidá-lo para morar em sua casa, o seu pai parece a princípio reticente. Mas quando a estória é novamente narrada sobre sua perspectiva, é possível observar que o convite o havia incomodado bastante, pois ele rapidamente percebe os motivos que a levaram a convidá-lo: Sabia que não era por ele que a filha o estava convidando para morar ali. Era por ela. Precisava dele como ele nunca sentira que ela precisara antes, [ ]. E, por causa disso, o convite o incomodava ainda mais. (p.67). Mesmo consciente da necessidade de sua filha e de seu papel como pai, ele se recusa a abrir mão de sua nova vida: Parte dele, a parte dele que nunca deixaria de ser pai, sentia-se obrigado a aceitar. Mas não era isso que ele queria. [ ] Não queria viver às margens da vida da filha, à sombra de seu casamento. (p.68). Interessante observar, que mesmo pensando ser este o dever de um pai, já que percebera o quanto sua filha precisava dele, pensa também no que é melhor para sua vida. Assim, ele prefere recusar o convite: Era para Ruma que ele representaria um novo lembrete de que, agora que sua mulher não estava mais ali, embora ele próprio ainda estivesse vivo, não havia mais ninguém para cuidar dela (p. 68).. Esta é a forma que ele
8 encontra para mostrar a sua filha que ela precisava dedicar-se a si mesma e voltar ao trabalho. Na manhã de sua partida, o pai procura o cartão que havia comprado para a sra. Bagchi e que planejava colocar em uma caixa de correio no caminho ao aeroporto. Somente quando pensa que Ruma possa desconfiar de sua demora e, que possa perder seu avião, é que desiste da busca. Depois de sua saída, Ruma e Akash vão ao jardim, e lá ela descobre o cartão que Akash havia plantado em sua parte do jardim junto a outros objetos. Neste momento, Ruma percebe a razão de toda a mudança que ela havia percebido em seu pai durante aquela semana: A mulher no vídeo, o motivo das viagens do pai, o motivo de sua boa disposição, o motivo pelo qual ele não queria morar em Seattle. O motivo pelo qual ele quisera um selo naquela manhã. Ali, em umas poucas frases que ela sequer conseguia ler, estava a explicação, a prova de que não fora apenas por Akash que seu pai havia se apaixonado (p ). Apesar de sua primeira reação ser a de rasgar o cartão, Ruma limpa a terra que sujara parte do cartão e coloca um selo para que o carteiro o leve mais tarde, demonstrando assim que está pronta para aceitar a nova vida de seu pai. Conclusão A literatura de autoria feminina, com suas estórias narradas no espaço diaspórico, tem mostrado a importância do tempo e do espaço na renegociação dos papéis de gênero. É possível observar a importância das estórias narradas por mulheres como uma forma de resistência. Assim, como assinala Bonnie Zare, as escritoras indianas também usam preferencialmente o ponto de vista da personagem feminina para narrar suas estórias 11. Entretanto, como mesmo aponta Zare, Lahiri é uma das exceções, pois escolhe o ponto de vista masculino para narrar vários de seus 11 ZARE, Bonnie. Evolving Masculinities in Recent Stories by South Asian American Women. In: The Journal of Commonwealth Literature.v. 42, p , 2007, p.1.
9 contos. Essa mudança é significativa, pois pode-se observar que o espaço diaspórico afeta personagens masculinos e femininos de forma bastante semelhante, gerando conflitos que antes eram representados somente pela perspectiva da mulher. Assim, é possível perceber em Unaccustomed Earth que tanto pai quanto filha renegociam seus papéis de gênero no novo espaço e, para ambos, este processo gera questões semelhantes: a ruptura com valores, costumes, e a possibilidade de renegociar seus papéis de gênero. Todavia, todo este processo é envolto por angústias e medos que são vivenciados de forma semelhante por personagens masculinos e femininos. Embora os conflitos de primeira e segunda gerações sejam, geralmente, representados de forma diferente, pois o tempo afeta o elo com o país de origem, pois as lembranças e os elos culturais dos sujeitos de primeira geração são geralmente mais recentes, e consequentemente, mais fortes que os de primeira geração. Entretanto, em Unaccustomed Earth, a morte da mãe, que geralmente possui o papel de guardiã das tradições (GUNEW) 12, parecer enfraquecer o elo do pai com sua cultura de origem, e possibilita que observemos conflitos de primeira e segunda gerações semelhantes. Além disso, é importante observar que Lahiri não representa o pai de forma estereotipada. O pai não é retratado como opressor e, é possível observar que a necessidade de não mais cumprir as obrigações impostas por uma sociedade patriarcal pela qual estava ligado pelo casamento, o libertam e possibilitam também um recomeço no espaço diaspórico. Assim, é possível concluir que a aproximação entre personagens femininos e masculinos se deve à possibilidade de se questionar as relações de poder e gênero no contexto da diáspora, e assinala também a importância do espaço como facilitador dessas negociações e reconfigurações dos papéis de gênero. 12 GUNEW, Sneja. Postcilonialism and Multiculturalism: Between Race and Ethinicity. Disponível em Acesso em 04 de Agosto de 2011.
10 Bibliografia ALMEIDA, Sandra R. G. A Nova Diáspora e a Literatura de Autoria Feminina Contemporânea. In: CAVALCANTI Ildney, ACIOLI A. C., SCHENEIDER L. Da Mulher às Mulheres: Dialogando sobre Literatura, Gênero e Identidade. Maceió: UFAL, 2006, p AGNEW, Vijay. Introduction. In: Diaspora, Memory and Identity: a Search for an Identity. Toronto, Buffalo e Londres: University of Toronto Press, BRAH, Avtar. Cartographies of Diaspora: Contesting Identities. Londres e Nova York: Routledge, GUNEW, Sneja. Postcilonialism and Multiculturalism: Between Race and Ethinicity. Disponível em< >. Acesso em 04 de Agosto de HUA, Anh. Diáspora and Cultural Memory. In: AGNEW, Vijay. Diasporas, Memory and Identity: a Search for an Identity. Toronto, Buffalo e Londres: University of Toronto Press, 2005, p JAWAID, Rifat. A Home-coming for Jhumpa Lahiri. Disponível em < news/2001/jan/11jhum.htm >. Acesso em 24 de julho de JHUMPA, Lahiri. Unaccustomed Earth. Nova York: Vintage Books, SCHWARZ, Henry. A Companion to Postcolonial Studies. Oxford: Blackwell Publishing, ZARE, Bonnie. Evolving Masculinities in Recent Stories by South Asian American Women. In: The Journal of Commonwealth Literature.v. 42, p , 2007.
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