Dados estatísticos revelam o perfil da mão-de-obra, o desempenho e a participação do setor gráfico do Estado da Bahia no contexto nacional

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1 Os números da indústria gráfica baiana Dados estatísticos revelam o perfil da mão-de-obra, o desempenho e a participação do setor gráfico do Estado da Bahia no contexto nacional Dados gerais da indústria gráfica baiana A Bahia é o sexto estado brasileiro mais rico, gera 36% do PIB do Nordeste e representa mais da metade das exportações da região. É ainda o primeiro produtor nacional de cacau, sisal, mamona e coco. Na economia baiana, a pecuária, as criações bovinas, ovinas e caprinas, são também relevantes na geração de riquezas para o Estado. A indústria na Bahia, apesar de ainda não representar a maior força econômica no Estado, volta-se para os setores químico, petroquímico, agroindustrial, informática, automobilístico e autopeças. De acordo com os dados do Ministério do Trabalho (MTE/RAIS), a indústria gráfica no Estado da Bahia reúne 644 empresas, que correspondem a 3,5% das existentes em todo o país. A indústria baiana emprega 2,1% da mão-de-obra ocupada pelo setor gráfico nacional (4.167 dos funcionários gráficos). O valor da produção industrial gráfica da Bahia, em 2008, foi de R$ 129,8 milhões (Fonte: IBGE, com estimativa do Decon/Abigraf). De 2006 a 2007, houve crescimento de 11% no número de empresas gráficas baianas, resultado expressivo já que o crescimento médio de empresas gráficas nacionais foi de apenas 3% no mesmo período. O emprego no setor gráfico baiano também cresceu significativamente: 15% no período analisado, muito acima da média nacional que foi de 2% (tabela 1). Quanto ao comércio externo, com base nos números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações baianas de produtos gráficos em 2006 somaram apenas US$ 400 mil, enquanto em 2007 saltaram para US$ 1,1 milhão. As importações se reduziram significativamente de 2006 para 2007: de US$ 5 milhões para US$ 3,8 milhões, representando uma redução de 25%. Nesse período o déficit da balança comercial do setor de US$ 4,6 milhões, em 2006, se reduziu para US$ 2,7 milhões, em 2007 (tabela 1).

2 Tabela 1: Dados gerais da indústria gráfica baiana 2006 e % no período Bahia Brasil % % Bahia Brasil participação participação Bahia Brasil Número de estabelecimentos ,2% ,5% 11% 3% Número de funcionários ,8% ,1% 15% 2% Número de funcionários / Estabelecimento 6,2 11,0 6,5 10,9 4% -1% Balança comercial (US$ milhão FOB) -4,6 64,5-7,2% -2,7-40,49 6,6% Exportações (US$ milhão FOB) 0,4 276,95 0,2% 1,1 279,07 0,4% 171% 1% Importações (US$ milhão FOB) 5,0 212,48 2,4% 3,8 319,69 1,2% -25% 50% Fonte: MTE/RAIS, AliceWeb/MDIC. Elaboração: Deco/Abigraf. Perfil das gráficas e do emprego no setor A maior parte das indústrias gráficas (31,8%) no Estado da Bahia estão voltadas para a atividade de impressão de material para outros usos (CNAE ), grupo que abrange empresas fabricantes de etiquetas, impressos comerciais, promocionais e de papelaria. Esta atividade econômica é também responsável por aproximadamente 25% da mão-de-obra ocupada no setor gráfico baiano (tabela 2). A crescente importância do setor de serviços no PIB baiano pode explicar, em grande medida, a quantidade de estabelecimentos voltados para atender a impressão de produtos comerciais e promocionais. 1 A CNAE é uma classificação usada com o objetivo de padronizar os códigos de identificação das unidades produtivas do país nos cadastros e registros da administração pública nas três esferas de governo, em especial na área tributária.

3 Tabela 2: Bahia - Distribuição das empresas e do emprego por tipo de atividade da indústria gráfica - CNAE CNAE 2.0 Descrição Estabelecimentos Funcionários Impressão de materiais para outros usos 31,8% 24,6% Edição integrada à impressão de cadastros, listas e de outros produtos gráficos 23,3% 19,7% Serviços de acabamentos gráficos 12,1% 8,2% Serviços de pré-impressão 10,4% 7,1% Impressão de jornais, livros, revistas e outras publicações periódicas 7,1% 12,1% Fabricação de produtos de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado para uso industrial, comercial e de escritório 6,5% 6,6% Fabricação de embalagens de papel 4,7% 13,6% Edição integrada à impressão de livros 2,2% 2,1% Impressão de material de segurança 0,9% 0,5% Edição integrada à impressão de revistas 0,8% 2,4% Fabricação de embalagens de cartolina e papel-cartão 0,2% 3,1% TOTAL 100% 100% Fonte: MTE/RAIS. Elaboração: Decon/Abigraf. A atividade econômica de edição integrada à impressão de cadastros, listas e de outros produtos gráficos (CNAE ) concentra 23% das empresas e, aproximadamente, 20% da mão-de-obra. De acordo com o banco de dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE/Rais), o trabalhador gráfico baiano recebe remuneração inferior à média nacional. Enquanto, na média brasileira, 39% dos funcionários ganham entre 1 e 2 salários mínimos, 60% dos trabalhadores gráficos baianos pertencem a esta faixa de remuneração (figura 1). No tocante à escolaridade, o empregado gráfico baiano segue o padrão nacional. O fato que se destaca é que o percentual de trabalhadores gráficos baianos com o 2º grau completo é maior (59%) do que no restante do Brasil (46%) (figura 2).

4 Figuras 1 e 2: Número de funcionários no setor gráfico do Estado da Bahia e no Brasil por faixa de remuneração e por nível de escolaridade Por faixa de remuneração Por nível de escolaridade Fonte: MTE/RAIS O porte médio das empresas do setor gráfico da Bahia, que era de 6,2 empregados por empresa, em 2006, aumentou para 6,5 empregados por empresa, em Isso reflete o crescimento maior do emprego (15%), proporcionalmente ao crescimento do número de empresas no Estado no período (11%). As empresas de maior porte estão situadas nos municípios de Lauro de Freitas, com 11,3 funcionários por empresa, e Feira de Santana, que empregam em média 9,2 funcionários (tabela 2). Tabela 2: Bahia - Números de empresas e emprego na indústria gráfica por município 2007 Funcionários / Município Nº funcionários Nº estabelecimentos Estabelecimento Salvador ,9 Feira de Santana ,2 Lauro de Freitas ,3 Vitória da Conquista ,6 Itabuna ,8 Camaçari ,8 Teixeira de Freitas ,0 Barreiras ,8 Outros ,8 Total ,5 Fonte: MTE/RAIS 2007.

5 As indústrias gráficas da Bahia estão concentradas na sua capital, Salvador, município que reúne 30% de todas as gráficas do Estado (figura 3). Conseqüentemente, 37% da força de trabalho está concentrada na capital (figura 4). Figuras 3 e 4: Bahia - Distribuição do número de gráficas e do emprego entre os municípios 2007 Distribuição das gráficas entre os municípios em % Distribuição do emprego na ind. gráfica entre os municípios em % Fonte: MTE/RAIS Balança comercial A balança comercial do Estado da Bahia é historicamente deficitária. Desde 2000, o déficit comercial tem crescido anualmente (tabela 3). Tabela 3: Valores consolidados anuais do comércio exterior da indústria gráfica baiana (de 2000 a 2008) Ano Exportações Importações (US$ milhões) (US$ milhões) Saldo Comercial ,01 1,17-1, ,00 1,02-1, ,01 2,26-2, ,02 3,24-3, ,03 3,32-3, ,56 3,54-2, ,42 5,04-4, ,13 3,80-2, ,73 3,02-1,28 Fonte: AliceWeb/MDIC. Elaboração: Decon/Abigraf.

6 As embalagens se destacam no comércio internacional do Estado da Bahia, no âmbito do setor gráfico, tanto nas compras como nas vendas externas. Entretanto, a indústria gráfica baiana não consolidou ainda uma tradição exportadora neste segmento. A figura 5 mostra a evolução das exportações e importações de embalagens em relação ao total do comércio externo gráfico baiano. Em 1998, elas correspondiam a 100% das vendas externas. Entretanto, cinco anos depois, o estado baiano não exportou nenhum tipo de embalagem. Figura 5: Exportações e importações de embalagens (em %) de 2002 a 2008 Fonte: AliceWeb/MDIC.