Síntese de atualidade econômica e empresarial Brasil-Ásia-Pacífico Abril/Maio de 2009

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1 Síntese de atualidade econômica e empresarial Brasil-Ásia-Pacífico Abril/Maio de 2009 Henrique Altemani de Oliveira Grupo de Estudos Ásia-Pacífico PUC/SP Temas: - Destaque: Visita do Presidente Lula à China - Intenções de Investimentos Chineses no Brasil - Intenções de Investimentos Japoneses no Brasil - Intenções de Investimentos Coreanos no Brasil - Investimento Indiano em Tecnologia de Informação - Crescem importações de têxteis chineses - Importação de celular Chinês - Cooperação acadêmica sino-brasileira em tecnologia - Cooperação sino-brasileira na área de energia hidrelétrica - China reduz encomenda de aviões da Embraer - Lobby nipo-brasileiro convence Peru a adotar padrão digital japonês - Samsung lança tecnologia LED no Brasil - Vale compensa perdas na Europa e EUA com vendas para a Ásia - Embraer enfatiza venda de serviços - Petrobrás busca investidores na Ásia - Cooperação Nuclear Brasil-Índia - Brasil vende mísseis para o Paquistão - Colocação de açúcar no mercado indiano Destaque: Visita do Presidente Lula à China O Presidente Lula visita a China nos dias 18 e 19 de maio de De um lado, a visita é quase que imediatamente após o fato da China ter passado a ser o principal parceiro comercial do país, desbancando uma posição mantida por 80 anos pelos Estados Unidos. De outro, no plano multilateral, o Brasil busca ampliar a parceria com a China no que se refere ao processo de redefinição da Ordem Internacional. Neste sentido, destacase o interesse brasileiro de que as relações comerciais bilaterais não utilizem o dólar americano como moeda de troca. No plano bilateral, no entanto, destaca-se um relativo desconforto com os baixos investimentos no país e com barreiras que impedem a entrada de produtos brasileiros na China. Lula almeja, em especial, fechar um acordo de US$ 10 bilhões para financiar a exploração dos campos de petróleo pré-sal, destravar barreiras sanitárias que impedem a exportação de carne brasileira, de frangos a suínos, assim como reverter o cancelamento da venda de aviões da Embraer a empresas chinesas. Para alguns analistas brasileiros, a viagem, inicialmente de 5 dias e com passagem por Shanghai e Guangzhou, além de Beijing, foi esvaziada, retratando o maior descontentamento brasileiro. Do lado chinês é igualmente patente a insatisfação com o fato do Brasil não ter ratificado o reconhecimento da China ser uma economia de mercado. (Veja-se: China e Brasil: Aliança desconfiada. Valor Econômico, Sergio Leo, 13/04/2009; Os bons ventos vindos da China. Valor Econômico, Cristiano Romero, 13/05/2009; 1

2 Superávit com China esconde problemas. Folha de São Paulo, Raul Juste Lores & Letícia Sander, 18/05/2009; China vira principal comprador do Brasil. O Estado de S. Paulo, Márcia de Chiara, 03/05/2009; Brasil quer ampliar exportação à China. O Estado de S. Paulo, Renata Veríssimo, 12/05/2009; Lula faz esforço para elevar investimento da China ao Brasil. Valor Econômico, Assis Moreira, 18/05/2009. Crise financeira aumenta importância da China para Brasil. Zhao Ying e Wang Fan, Agência Xinhua Beijing, 13/05/2009) Intenções de Investimentos Chineses no Brasil Banco da China inicia operações em São Paulo O Banco da China (BoC), um dos quatro maiores bancos chineses de controle estatal, dará início as operações de sua subsidiária no Brasil até julho e estuda acordos de cooperação com bancos brasileiros para operar no varejo. A agência do banco na avenida Paulista, no centro financeiro de São Paulo, fornecerá linhas de crédito para empresas interessadas no comércio bilateral. Entre os clientes do banco estão empresas chinesas e brasileiras dos setores siderúrgico, eletrônico, têxtil e automotivo. Apesar da atuação do Banco da China no Brasil estar concentrada em corporate banking e trade, o banco estuda no longo prazo a entrada no varejo por intermédio de bancos brasileiros. De olho na comunidade chinesa residente no Brasil, o Banco da China pretende implantar serviços de transferência de dinheiro para pessoa física entre os dois países. (Banco da China abre em São Paulo no Brasil, Macauhub, 11/5/2009) Empresas chinesas de telecomunicações buscam ampliar participação Os fabricantes de equipamentos de telecomunicações da China esperam investir mais nas redes de terceira geração da telefonia celular (3G) do Brasil. A crise econômica mundial trouxe a necessidade de que as grandes operadoras brasileiras buscarem alternativas no mercado internacional de fornecedores. Apesar de estarem no mercado há menos tempo, os chineses souberam aproveitar a oportunidade. A Huawei fechou contratos de infraestrutura com quase todas as operadoras. No ano passado, o faturamento foi de US$ 1 bilhão no Brasil, quase o dobro do que havia faturado em A ZTE, concorrente chinesa da Huawei, não ficou para trás. Em março, conseguiu uma linha de crédito de US$ 15 bilhões do Banco de Desenvolvimento da China, com um contrato de cinco anos, e vai aplicar US$ 2 bilhões no Brasil, para financiar clientes locais. (Empresas chinesas aproveitam crise financeira para investir mais no Brasil, Agência Xinghua, 12/05/2009) Telemar recebe financiamento do China Development Bank A Telemar Norte Leste anunciou, em março de 2009, ter captado US$ 300 milhões com o China Development Bank (CDB), a fim de financiar compra de equipamentos da empresa chinesa Huawei. O financiamento a empresas estrangeiras pelo CDB aumentou significativamente para fomentar as exportações chinesas. Geralmente, essas operações estão associadas à aquisição de máquinas e tecnologia da China e, dessa forma, contribuem para inserção ou fortalecimento de empresas chinesas em mercados relevantes. (Telemar capta US$ 300 milhões do China Development Bank, Carta da China, Ano 6, no. 46, abril de 2009, em 2

3 Chery sinaliza interesse de o Brasil ser sua base de exportação para a região A Chery já estuda a instalação de uma fábrica no Brasil até O presidente mundial do grupo, Yin Tongyao, disse que o crescimento do mercado brasileiro é digno dos grandes emergentes - Rússia, e Índia e a própria China. Por isso, as negociações para a entrada firme no País. Mas, antes de entrar no Brasil, a Cherry está buscando desenvolver a tecnologia flex fuel, estando prevista para próximo ano o lançamento no mercado brasileiro de pelo menos um modelo Cherry com a tecnologia bicombustível. O plano da Chery é fazer do Brasil sua base de exportação para a América Latina. Além da Chery, outras montadoras chinesas, Great Wall, Haima e a BYD Auto, já estudam entrar no mercado brasileiro. (Chinesa Chery planeja fábrica de US$ 700 milhões no Brasil, Gazeta Mercantil, Ana Paula Machado, 24/04/2009) CNOOC busca parcerias no Brasil A petroleira China National Oil Offshore Corporation (Cnooc) começa a prospectar oportunidades de negócios no Brasil. O grupo, o maior produtor chinês de petróleo e gás no mar, enviou ao país um grupo de executivos da própria corporação e de empresas controladas para analisar as condições do mercado brasileiro. Na agenda, está a possibilidade de formar parcerias ou de estabelecer formas de cooperação com empresas brasileiras que prestam serviços à Petrobras. O objetivo é detectar oportunidades de cooperação com empresas locais. A exigência de conteúdo local definida pela Petrobras na construção de plataformas faz com que a Cnooc tenha de buscar parceiros locais para participar do mercado offshore brasileiro, seja vendendo equipamentos ou fornecendo serviços. As descobertas de reservatórios na camada do pré-sal contribuíram para aumentar o interesse chinês no mercado brasileiro, assim como também a determinação do governo chinês de investir no exterior. Acredita-se que haja potencial para expandir a cooperação entre Brasil e China na indústria de petróleo e gás, tendo como exemplo o fato de a Petrobras já ter assinado acordos com empresas chinesas. A estatal assinou, em fevereiro deste ano, memorandos de entendimentos e um contrato de venda de 60 a 100 mil barris de petróleo por dia com a Unipec Asia Co. Ltd., subsidiária da China Petrochemical Corporation (Sinopec). Na época da assinatura, a Petrobrás informou que os memorandos previam uma cooperação estratégica que, sob a coordenação dos respectivos governos, identificará oportunidades de negócios. (Chinesa Cnooc garimpa negócios no Brasil, Valor Econômico, Francisco Góes, 14/05/2009) Intenções de Investimentos Japoneses no Brasil Investimento Japonês na Usiminas A Usiminas acaba de captar US$ 200 milhões - 19,6 bilhões de ienes - na primeira transação com participação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) distribuída para investidores no Japão. O prazo de financiamento é de oito anos e o custo aproximado de Libor (taxa interbancária de Londres) em ienes mais 1,5% ao ano, informa a empresa, por meio da assessoria de imprensa. O financiamento é destinado à nova termelétrica a ser construída em Santana do Paraíso - MG, com capacidade de até 250 MW. Com a transação, a Usiminas conseguiu um aumento em sua base de investidores além de captar por longo prazo a um custo competitivo. O BID entrou com 2,1 bilhões de ienes (cerca de US$ 22 milhões) de crédito e três investidores institucionais japoneses mais o Banco Sumitomo Mitsui Brasileiro 3

4 entraram com 17,5 bilhões de ienes (aproximadamente US$ 178 milhões), mas sob o guarda-chuva do BID, que aparece oficialmente como credor de toda a transação. (Usiminas capta US$ 200 milhões na 1ª transação do BID no Japão, Valor Econômico, Cristiane Perini Lucchesi, 27/03/2009) Japão financia pesquisas de transgênicos A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) receberá ao longo dos próximos cinco anos R$ 6 milhões do Japan International Research Center for Agricultural Sciences (Jircas), empresa de pesquisa vinculada ao governo japonês, para impulsionar as pesquisas com soja transgênica tolerante à seca no Brasil. A parceria para pesquisa com soja geneticamente modificada tolerante à seca teve início em 2003, quando as duas instituições uniram forças para um objetivo comum: o Jircas entrava com o "mapa da mina" - a transferência do gene DREB (Dehydration Responsive Element Binding Protein ou Proteína de Resposta à Desidratação Celular) - e a Embrapa Soja com sua expertise e uma tecnologia conhecida por biobalística, desenvolvida e patenteada pela autarquia brasileira. Uma segunda pesquisa também desenvolvida em parceria com os japoneses utiliza o mesmo gene - com algumas diferenças no DNA - para tolerância à seca e ao calor. O aporte de R$ 6 milhões é importante porque vai permitir a aquisição de novos equipamentos de biotecnologia, material de laboratório e a contratação de pessoal especializado. (País financia pesquisa da Embrapa com transgênicos, Valor Econômico, Bettina Barros, 30/04/2009) Financiamento japonês para refinarias A trading company japonesa Mitsui está disposta a financiar os US$ 11 bilhões que a Petrobras prevê gastar na construção da Refinaria Premium II, no Ceará, voltada para a exportação de combustíveis. A Mitsui deteria 20% do projeto e quer receber os combustíveis produzidos na refinaria como pagamento do empréstimo. A Petrobras e a Mitsui assinarão em breve um memorando de entendimentos para iniciar, em conjunto, o estudo de viabilidade do projeto, que produzirá sobretudo óleo diesel, informou a fonte. A refinaria terá capacidade para produzir 300 mil barris diários de combustíveis e deve começar a operar os primeiros módulos em Outra empresa japonesa, a Marubeni, analisa financiar a Refinaria Premium I, que será construída no Maranhão, produzirá 600 mil barris diários e tem investimento previsto de US$ 20 bilhões. O memorando de entendimentos foi assinado em janeiro. As duas refinarias usarão sobretudo o petróleo que será produzido nos campos do pré-sal na Bacia de Santos. (Japoneses podem custear US$ 11 bi à Petrobras, O Globo, Ramona Ordoñez, 30/04/2009) Intenções de Investimentos Coreanos no Brasil Investimento Coreano em Indústria Naval O Brasil está ganhando importância na estratégia de internacionalização do coreano STX Business Group, conglomerado com atividades em indústria naval, navegação, equipamentos pesados, construção e energia. O grupo, que tem como meta ser líder global em construção naval, quer crescer no setor no Brasil por meio de parcerias com sócios locais. Há possibilidade de o STX investir em novo estaleiro no país. Outra área de interesse é fornecer equipamentos para navios, sobretudo motores. O interesse do grupo no mercado brasileiro é resultado das novas descobertas de campos de óleo e gás no mar (na área do chamado pré-sal). O desenvolvimento desses projetos irá requerer equipamentos, navios e plataformas, o que abre oportunidades de investimento e cooperação com empresas brasileiras. 4

5 No Brasil, o grupo já tem atuação diversificada. Abriu no Rio, no fim de 2008, uma empresa comercial, a STX Brasil Trading. A empresa tem contratos de longo prazo com empresas do setor siderúrgico e, em 2008, transportou 3 milhões de produtos siderúrgicos para a Ásia e 14 milhões de minério de ferro para China, Coréia e Europa, além de carvão sul-africano, na importação. (Coreana STX busca parceiros locais para crescer no Brasil, Valor Econômico, Francisco Góes, 18/03/2009) Investimento Indiano em Tecnologia de Informação HCL Techonologies Depois da Tata Consultancy Services (TCS), da Satyam e da Wipro, outra gigante dos serviços de tecnologia da informação (TI) da Índia está desembarcando no país: é a HCL Technologies. Ainda pouco conhecida no mercado local, a companhia é uma força indiana crescente no exterior. Tem faturamento anual de US$ 2,5 bilhões e faz parte do grupo HCL, que foi fundado na década de 70 e encerrou o ano passado com receita total de US$ 5,5 bilhões. Os demais negócios do grupo concentram-se em infraestrutura de TI. A entrada no Brasil marca uma mudança estratégica na geografia da empresa. Até agora, a companhia concentrava seus negócios na Ásia, Europa e América do Norte. Só os Estados Unidos e o Canadá são responsáveis por mais de 55% das receitas da HCL Technologies. O escritório da HCL em São Paulo será a base de expansão para a América Latina. (HCL, da Índia, chega ao país e acirra disputa por serviços, Valor Econômico, Gustavo Brigatto, 15/04/2009) Infosys A Infosys, segunda maior empresa de serviços de tecnologia da Índia, vai iniciar suas operações no Brasil ainda neste mês, como extensão de seus negócios de exportação de tecnologia de informação (TI). A abertura da subsidiária foi impulsionada por contratos que a Infosys detém com cinco clientes globais - um deles uma multinacional brasileira. Essas empresas vinham pressionando a companhia para que tivesse uma unidade de prestação de serviços no país. O negócio da Infosys é prestar serviços de desenvolvimento e manutenção de sistemas para grandes empresas. O alvo são companhias com atuação global e necessidade de contar com uma estrutura ininterrupta de tecnologia. Por esse mercado brigam empresas brasileiras como Tivit, Stefanini e Politec, além das americanas IBM e EDS. A disputa envolve ainda as indianas Satyam, Wipro e, mais recentemente, a HCL Technologies. (Infosys, da Índia, monta centro de serviços em Belo Horizonte, Valor Econômico, André Borges, 13/05/2009) Diversos Crescem importações de têxteis chineses O fim do acordo entre Brasil e China para restrição às exportações de têxteis, em dezembro, provocou forte aumento da importação neste início de ano. O volume de roupas importadas subiu 56% no primeiro trimestre em relação a igual período de 2008, de 11,6 mil para 18 mil toneladas. Desse total, 72% vieram da China. Em valores, as importações cresceram 75%, para US$ 275 milhões. Firmado em 2006, o acordo entre Brasil e China regulou as exportações de 70 produtos, agrupados em oito categorias, o equivalente a 60% do total do comércio têxtil entre os dois países à época. Foram estabelecidos limites para o crescimento das exportações chinesas, com cotas para cada produto. Após o fim do acordo, em 5

6 dezembro, o setor tentou renegociá-lo diversas vezes, mas não houve receptividade por parte dos chineses. "O governo chinês não renovou o acordo com ninguém, nem com europeus, nem com americanos", disse Welber Barral, secretário de Comércio Exterior. (Roupa importada da China volta a invadir o mercado, Valor Econômico, Raquel Landim, 15/04/2009) Importação de celular Chinês Um celular "made in China" que capta o sinal da TV aberta e permite o uso simultâneo do chip de duas operadoras. Essa é a aposta da EuTV para entrar no disputado mercado brasileiro de telefones móveis. Diferentemente de outras companhias brasileiras que investiram para desenvolver e fabricar seus próprios aparelhos, a EuTV Consultoria e Intermediação de Negócios vai vender aparelhos de celular importados da China. O modelo que será anunciado hoje é o Cefon 880T, produzido pela E-techco, companhia chinesa de manufatura sob encomenda (Original Equipment Manufacturer ou OEM) sediada em Shenzen. (EuTV aposta em celular chinês para disputar mercado, Valor Econômico, Talita Moreira e Gustavo Brigatto, 08/04/2009) Cooperação acadêmica sino-brasileira em tecnologia A Universidade Federal do Rio de Janeiro, por meio da Coordenação dos Programas de Pós Graduação de Engenharia (Coppe), inaugurou centro de pesquisa em Pequim e firmou parceria com a Universidade de Tsinghua, a fim de desenvolver projetos acadêmicos comuns e aumentar cooperação tecnológica - especialmente em biotecnologia, mudanças climáticas e exploração de petróleo offshore. O Centro Brasil-China de Tecnologias Inovadoras, como é chamada a instituição de pesquisa, também catalogará fontes de biodiesel comuns a ambos os países com objetivo de desenvolver projetos conjuntos. A parceria, com apoio do BNDES, dos Ministérios das Relações Exteriores e de Ciência e Tecnologia e do Conselho Empresarial Brasil-China, reflete interesse chinês em aproximar-se de países latinoamericanos, ricos em recursos considerados estratégicos, a fim de garantir fornecedores estáveis e de longo prazo desses produtos. (UFRJ inaugura centro de pesquisa na China em parceria com a Universidade de Tsinghua, Carta da China, Ano 6, no. 46, abril de 2009 em Cooperação sino-brasileira na área de energia hidrelétrica A Companhia de Energia do Paraná (COPEL) e a China Yangtze Power Company (CYPC), operadora da maior hidrelétrica mundial em capacidade instalada, a Usina de Três Gargantas, assinaram termo de cooperação visando ao compartilhamento de informações sobre suas operações, em março de Enquanto a COPEL espera aprofundar conhecimento sobre gerência de empreendimento de grande porte, a estatal chinesa deseja adquirir know-how em operação integrada de reservatórios em hidrelétricas instaladas em único rio, atividade realizada há mais de 30 anos pela COPEL no rio Iguaçu. (COPEL e CYPC assinam acordo de cooperação e troca de informações, Carta da China, Ano 6, no. 46, abril de 2009 em China reduz encomenda de aviões da Embraer A Embraer informou que a companhia aérea chinesa Hainan Airline Company, Ltd. (HNA) fechou acordo para reduzir pela metade suas encomendas de jatos ERJ 145 para a Harbin Embraer Aircraft Industry Company, Ltd. (HEAI), joint venture que a brasileira possui na China com empresas daquele país. Em agosto de 2006, a HNA havia feito pedidos firmes para 50 jatos ERJ 145, avião que comporta 50 passageiros. Agora, ficou acertado que a empresa chinesa comprará apenas 25 aeronaves deste modelo. 6

7 Até 30 de abril de 2009, a HEAI havia entregado um total de 12 jatos ERJ 145 para a HNA. Segundo o novo acordo, as entregas também foram reprogramadas. O prazo para entrega passou do final de 2010 para o fim do primeiro semestre de (Chinesa HNA corta pela metade pedidos de jatos ERJ 145 da Embraer, Valor Online, 04/05/2009) Lobby nipo-brasileiro convence Peru a adotar padrão digital japonês Aumentou o lobby do governo brasileiro para convencer os países da América do Sul a adotar o sistema ISDB-T de televisão digital. Nas últimas semanas, Lula e Amorim aproveitaram encontros com seus homólogos da região para reforçar os argumentos a favor do padrão "nipo-brasileiro" e vender a idéia de que a uniformização do sistema deverá levar investimentos da indústria aos países vizinhos. O lobby já funcionou com o Peru, que anunciou a escolha do ISDB-T em abril. Mas há uma disputa acirrada com os europeus, que emplacaram o padrão DVB na Colômbia e no Uruguai. As decisões da Argentina e do Chile, que deram sinais recentes da disposição em fazer parcerias com o Brasil e adotar o sistema japonês, são vistas pelo Itamaraty como fundamentais para fazer do ISDB-T uma plataforma na região. Até hoje, só Brasil e Japão adotaram esse sistema, enquanto o padrão europeu foi escolhido por mais de 60 países. Missões brasileiras, com integrantes japoneses, já visitaram quase todos os países sul-americanos. A indústria brasileira tem acompanhado o discurso do governo e manifestou aos países vizinhos a intenção de fazer investimentos na região. A Tele System Electronic, empresa italiana que produz em Manaus e espera vender 1,1 milhão de receptores digitais neste ano, trabalha com a perspectiva de abrir unidades na Argentina ou no Chile caso adotem o ISDB-T. (Brasil tenta atrair vizinhos para padrão digital 'nipo-brasileiro', Valor Econômico, Daniel Rittner, 13/05/2009) Samsung lança tecnologia LED no Brasil A Samsung será a primeira marca a vender no Brasil televisores com a tecnologia LED, considerada a sucessora do LCD. O lançamento dos aparelhos no mercado brasileiro faz parte de uma ação mundial de marketing da multinacional coreana, que também está começando a comercializar os produtos em outros países. O primeiro lote de televisores LED fabricado na unidade da Samsung em Manaus chegará às lojas em maio. Simultaneamente, a empresa começou a produzir os aparelhos no México, China, Coreia e Leste Europeu. As expectativas da Samsung são de que, para cada 10 televisores de LCD comercializados, conseguirá vender um aparelho de LED no Brasil este ano. Com a crise econômica mundial, o Brasil transformou-se em um dos poucos mercados onde as taxas de crescimento nas vendas de LCD ainda se sustentam em dois dígitos. esse desempenho explica o interesse da Samsung em incluir o Brasil no lançamento mundial da tecnologia LED. (Samsung lança TV com tecnologia LED no Brasil, Valor Econômico, Claudia Facchini, 23/04/2009) Vale compensa perdas na Europa e EUA com vendas para a Ásia A Vale está mais dependente do mercado asiático neste início de ano, sobretudo da China. A Ásia, incluindo China, Japão e outros países, responderam por 63,3% da receita bruta de vendas da empresa no primeiro trimestre. No mesmo período do ano passado, esse percentual foi de 40,4%. Só a China aumentou a participação na receita da empresa de 17,2%, no mesmo trimestre de 2008, para 44,7% entre janeiro-março deste ano. Essa maior dependência dos asiáticos impõe desafios à empresa e preocupa analistas. O aumento da participação da Ásia na receita da Vale compensou, em boa parte, a redução das vendas para Europa e EUA. Nesses dois mercados, importantes para a 7

8 mineradora, a produção siderúrgica despencou por força da queda de demanda. A Europa, que respondeu por 23,5% da receita bruta da Vale um ano atrás, viu sua fatia no bolo cair para 15% no trimestre passado. Já os EUA, que tinham participação de 8,6%, caíram para 4,1% este ano. (Ásia ganha mais peso na exportação da Vale, Valor Econômico, Francisco Góes, 08/05/2009) Embraer enfatiza venda de serviços A Embraer percebe na venda de serviços de suporte ao cliente e peças uma oportunidade de negócios. Mas, em tempos de crise nas encomendas de novas aeronaves, a importância da atividade ganha força maior. No ano passado, a venda de serviços adicionou R$ 1,102 bilhão à receita da Embraer, o que representou 9,7% do faturamento da companhia. A tendência, porém, é a participação da atividade crescer, impulsionada não apenas pelo aumento da frota dos aviões brasileiros no mundo como também pela decisão da empresa de criar novos programas e pacotes de serviços. Recentemente a Japan Airlines (JAL) fechou com a empresa brasileira um contrato chamado programa pool de peças de reposição. O acordo abrange cerca de 350 peças para os jatos Embraer 170 operados pela J-AIR, subsidiária da JAL que atende à malha aérea regional da companhia no Japão. O suporte à JAL ficará a cargo da subsidiária que a Embraer possui em Cingapura. Assim que vende um avião, a Embraer realiza uma análise da área onde a aeronave vai circular para montar a estrutura de estoque de peças, serviços e treinamento. (Embraer aposta na venda de serviços, Valor Econômico, Marli Olmos, 28/04/2009) Petrobrás busca investidores na Ásia Uma parceria entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e bancos de fomento do Japão, de Cingapura e da Coreia do Sul está sendo estudada para financiar investidores desses países interessados na fabricação de equipamentos para a indústria de petróleo e gás natural no Brasil. Algumas empresas já se anteciparam às encomendas e estão anunciando seus investimentos no País. É o caso da STX, fabricante coreana de motores para navios de grande porte que já havia comprado a parte de tecnologia da norueguesa Aker no País e agora pretende instalar uma unidade brasileira de fabricação de motores. Entre os estaleiros também há uma corrida por novas áreas no País. O Jurong, de Cingapura, que tinha uma parceria com o estaleiro Mauá, de Niterói, desfeita há um ano, vai construir uma unidade no Espírito Santo. Também de Cingapura, o Kepel Fels, que já possui o estaleiro Brasfels em Angra dos Reis, está pronto para erguer sua unidade no Rio Grande do Sul. Além destes, Hyundai e Samsung - este último já com participação de 10% no Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Pernambuco, estão interessados no País. (Petrobrás atrai fornecedores da Ásia, O Estado de S. Paulo, Kelly Lima, 09/05/2009) Cooperação Nuclear Brasil-Índia O governo venceu as resistências internas e está em fase de conclusão dos termos de um acordo de cooperação do Brasil com a Índia no campo nuclear em áreas como pesquisa, ciência e tecnologia, aplicação em agricultura, indústria e produção de medicamentos. Se depender do Itamaraty, o acordo será selado ainda neste semestre. O Brasil com a sexta maior reserva de urânio do mundo tem jazidas suficientes do minério e também tecnologia para enriquecê-lo. A Índia tem um programa nuclear avançado. Seus centros de capacitação são de excelência e o Brasil busca uma parceria que possa superar um problema: a mão-deobra especializada em energia nuclear no país está envelhecendo. O Brasil tem, ainda, interesse pela tecnologia de reprocessamento de tório para uso como combustível. O país tem a terceira maior reserva do mundo do metal radioativo, 8

9 mas ainda engatinha no conhecimento e nas possibilidades de aplicação. A Índia, além de ser o maior produtor, tem experiência no uso dessa fonte alternativa ao urânio. (Brasil e Índia estão perto de acordo de cooperação nuclear, Folha de São Paulo, Eliane Cantanhêde e Letícia Sander, 12/04/2009) Brasil vende mísseis para o Paquistão A brasileira Mectron Engenharia, fabricante de produtos de alta tecnologia para os mercados de defesa e aeroespacial, está finalizando a fase de desenvolvimento do míssil anti-radiação MAR-1, para defesa contra baterias antiaéreas. O míssil foi desenvolvido para a Força Aérea Brasileira (FAB), mas também será adquirido pelo governo do Paquistão, que irá arcar com 50% dos investimentos previstos para a fase de industrialização e logística. As garantias para o fornecimento dos mísseis ao Paquistão foram aprovadas no fim do ano passado pela Câmara de Comércio Exterior (Camex). (Mectron fornece mísseis para o Paquistão, Valor Online, 17/04/2009) Colocação de açúcar no mercado indiano Entre janeiro e março, foram destinadas 57,9 mil toneladas de açúcar à Índia. Os embarques geraram uma receita de US$ 16,6 milhões. A oportunidade de colocar o açúcar produzido em Minas surgiu após a quebra de safra naquele país, por causa de problemas climáticos. A Índia é o segundo maior produtor de açúcar e deve contar, este ano, com cerca de 26,5 milhões de toneladas do produto. No ano passado, o volume foi recorde, de 28,4 milhões de toneladas. O Brasil, na condição de maior produtor, tem uma estimativa de 32,1 milhões de toneladas de açúcar para este ano. O cenário de queda da produção de açúcar na Índia é agravado pela estimativa de aumento do consumo interno em mais de 1 milhão de toneladas neste ano. Além disso, a Índia precisa atender, em 2009, a compromissos de exportação da ordem de 4 milhões de toneladas. (Açúcar de Minas na Índia, Estado de Minas, 11/05/2009) Las opiniones expresadas y la información mencionada en este documento pertenecen a su autor, autores o a las fuentes citadas y no representan necesariamente la opinión del Observatorio Iberoamericano de Asia-Pacífico ni de las instituciones de las cuales depende o que lo patrocinan. Éstas no hacen propios los contenidos del documento y no son responsables ni de su autoría ni del uso que se pueda hacer de los mismos. 9