Anais. Naviraí/MS - Brasil. Organização. Coordenação. Comitê Científico
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- Flávio Beltrão Porto
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1 Organização Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul Gerência da Unidade de Naviraí Coordenação do Curso de Química Coordenação do Curso de Tecnologia em Alimentos Coordenação Prof. Dr. Alberto Adriano Cavalheiro Prof. Dr. Ademir dos Anjos Anais Comitê Científico Prof. Dr. Euclésio Simionatto Prof. Dr. Rogério César de Lara da Silva Prof. Dr. Sandro Minguzzi Prof. Ms. Jusinei Meireles Stropa Profa. Ms. Simone Cândido Ensinas 29 de outubro a 1 de novembro de 2014 Naviraí/MS - Brasil 0
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3 14 MATERIAIS E MÉTODOS A escolha do alimento cozido para investigação quantitativa de ferro total tem por base trabalhar com um alimento típico da dieta do brasileiro, em especial, a variedade carioquinha, mais comum da dieta sulmatogrossense. A amostra a ser analisada foi adquirida no comércio do município de Naviraí (MS) e 500g da embalagem foi cozida segundo receita típica da população, utilizando utensílios comuns, porém sem adição de nenhum condimento. Após o preparo do feijão, uma alíquota de 170 g foi levada a calcinação em cadinho de porcelana a 700ºC e depois dissolvida com HCl 0,1 molar e preparo de uma solução estoque ferro com concentração estimada de 100 ppm de ferro. A solução padrão estoque de ferro II foi obtida com concentração de 50,0 ppm, a partir do sulfato ferroso amoniacal em presença de gotas de permanganato de potássio 0,02 M. Estes valores de concentração são menores do que o descrito na norma NBR da ABNT (1997), sendo esta adaptação necessária para melhorar o coeficiente de correlação da curva de calibração. O ferro presente nas soluções foi submetido à redução com hidroxilamina (Figura 1.a) e complexado com ortofenantrolina em meio tamponado com acetato de amônio. Cinco diferentes diluições da solução padrão foram obtidas por diluição da solução estoque, compreendendo concentrações de ferro: 0,00 ppm; 0,50 ppm; 1,00 ppm; 2,00 ppm; 3,00 ppm e 4,00 ppm e duas diferentes concentrações de amostras foram preparadas (Figura 1.b). As medidas de absorbância foram feitas em comprimento de onda de 510 nm, referente ao máximo de absorção do complexo ferro-ortofenantrolina (OHLWEILER, 1976). a) b) Figura 1: Solução padrão de ferro e de amostra de feijão calcinada após redução com hidroxilamina (a) e após complexação com ortofenantrolina (b). RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Figura 2 são mostrados os espectros de absorção na região do UV-Vis das soluções, comparando a solução padrão de sulfato ferroso com concentração de 3,0 ppm e a solução de amostra com concentração estimada de 3 ppm. A coincidência dos perfis das curvas demonstra a validade das medidas de absorbância no comprimento de onda de 510 nm. Na Figura 3, observa-se a curva linear obtida dos valores de absorbância a 510 nm das soluções padrão e das amostras de feijão. O coeficiente de correlação dos pontos é de 0,99995 e o desvio padrão de 0,00345, demonstrando que o preparo das soluções padrão e as medidas de absorbância seguiram rigor analítico para interpolação das absorbâncias das amostras. A partir dos valores de concentração obtidos por interpolação na curva de calibração, os teores de ferro para 100 g de feijão cozido foram de 1,18 e 1,02 mg para duas amostras, resultando em um valor médio de 1,10 mg de ferro por 100g de feijão cozido. Este valor é muito próximo aos da literatura, onde o teor médio é de 1,3 mg de ferro por 100g de feijão cozido. Determinação Espectrofotométrica de Ferro total em Amostra de Feijão Carioquinha Cozido
4 15 Figura 2: Espectro de absorção na região do UV-Vis para solução de ferro e de feijão calcinado, mostrando absorção satisfatória em 510 nm. Figura 3: Curva de calibração de ferro com concentração variando de 0 a 4 mg.l -1 e interpolação das absorbâncias das amostras 1 e 2 de feijão. Determinação Espectrofotométrica de Ferro total em Amostra de Feijão Carioquinha Cozido
5 16 CONCLUSÕES Uma amostra de feijão cozido da variedade carioquinha foi analisada quanto ao teor de ferro total e o resultado foi comparado aos dados da literatura para o feijão da mesma variedade. Para melhorar o coeficiente de correlação da curva obtida das absorbâncias das soluções padrão de ferro, utilizada para a interpolação das absorbâncias das amostras, a metodologia descrita na norma ABNT NBR de 1997 foi adaptada para de modo a reduzir as concentrações de trabalho. Com base na curva de calibração obtida neste trabalho, conclui-se que a adaptação permitiu maior exatidão das medidas em amostras de feijão, com resultados condizentes com a literatura. O teor de ferro para a amostra de feijão cozido apresentou uma média de 1,10 mg por 100g considerando duas amostras de medida. De acordo com as necessidades diárias de absorção deste mineral pelo organismo, no mínimo 7 mg por dia, e também considerando que a o ferro contido no feijão tem apenas 10% de biodisponibilidade, o consumo de duas conchas de feijão cozido por dia corresponde a apenas 3% da necessidade de absorção de ferro, devendo o restante ser fornecido por outras fontes, preferencialmente de ferro tipo heme, como o contido nas proteínas animais. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a Fundect-MS e ao CNPq, pelo fomento à pesquisa, a Coordenação do Curso de Tecnologia em Alimentos e à Gerência da Unidade de Naviraí, pelo apoio e infra-estrutura disponibilizada para pesquisa. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Água - Determinação de ferro - Método colorimétrico da ortofenantrolina: NBR Rio de Janeiro (1997). ALMEIDA, M. C. L.; NAVES, V. M. M. Biodisponibilidade de ferro em alimentos e refeições: aspectos atuais e recomendações alimentares. Revista Brasileira de Medicina, 38 (2002) ANTUNES, P.L.; SGARBIERI, V.C. Fatores antinutricionais, toxicidade e valor nutricional do feijão comum (Phaseolus vulgaris, L.). Agros, 15, 1 (1980) EVANGELISTA, J. Tecnologia em Alimentos. 2ª edição, Editora Atheneu, São Paulo (2003). KMETIUK, F. S. Prevalência de anemia ferropriva em crianças matriculadas em duas creches municipais de Guarapuava-PR. Dissertação de mestrado em Enfermagem em Saúde Pública. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP (2005). OHLWEILER, O. A Química Analítica Quantitativa. Volume 3, Editora Livros Técnicos e Científicos, Rio de Janeiro (1976). OSÓRIO, M. M. Fatores determinantes da anemia em crianças. Jornal de Pediatria, 78, 4 (2002) SANTOS, S. F. A. Ferro: Benefícios à saúde. 8 Simpósio de Ensino de Graduação. Tema: Desafio da Educação Superior Agenda do novo Milênio (2010). Disponível em: < Acesso em: 25/06/2014. TABELA TACO. Tabela brasileira de composição de alimentos. NEPA-UNICAMP. Versão III. 4 Editora Campinas, São Paulo (2011).
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