Verticalização e regularização do Centro de Porto Alegre
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- Neusa Diegues Meneses
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1 - SEPesq Verticalização e regularização do Centro de Porto Alegre Juliana Bredow Brands Arquiteta e Urbanista, mestranda PPGAU UniRitter/Mackenzie, bolsista Fapergs UniRitter jubrands@hotmail.com Resumo: O presente artigo apresenta estudo sobre o processo de verticalização do centro de Porto Alegre que compreende o período de 1913 a Esse processo teve inicio com a construção dos primeiros edifícios em altura no centro da cidade, iniciando-se em meados da década de 1910 com edifícios de 3 ou 4 pavimentos e em meados da década de 1960 com edifícios que apresentam mais de 30 pavimentos, tendo como exemplo maior deste processo a construção do Edifício Santa Cruz, com 32 pavimentos e 2 pavimentos de subsolo. Além do processo de verticalização do centro, o trabalho apresenta as leis, normas e decretos que regulamentaram a verticalização do centro no período de estudo, partindo do Ato Nº 96 até as leis do primeiro Plano Diretor da cidade, de A partir da relação entre o processo de verticalização e as leis regulamentadoras desse processo, pode-se obter um bom entendimento sobre as mudanças ocorridas no período. O objetivo do trabalho é facilitar a compreensão acerca do tema, mostrando como se deu o processo de verticalização do centro através da regulamentação correspondente. 1 Introdução A escolha do tema para este artigo é pelo assunto ser parte do estudo que compreende a dissertação de mestrado da autora. O presente artigo apresenta breve histórico do processo de verticalização do centro de Porto Alegre, que teve início em 1913, através do Ato Nº96 - Regulamento Geral de construção dispõe sobre regulamentações de altura e construções, como o artigo 86º que proíbe a construção de casas térreas na Rua dos Andradas, instaura ainda outras regulamentações, como a proibição da construção de casas de madeira no centro. Esse estudo aborda o período de 1913 a 1965, mostrando quais edificações foram importantes dentro do período, além de citar as leis e regulamentações que regiram o processo de verticalização do centro. É apresentada uma tabela, feita pela autora através de pesquisas sobre o tema, onde constam todas as regulamentações sobre altura no centro no período estabelecido para o estudo. Este estudo do processo e regulamentação da verticalização do centro tem seu término no ano de 1965, devido a ser o ano de inauguração do Edifício Santa Cruz, que é objeto principal da dissertação de mestrado da autora.
2 - SEPesq 2 Verticalização e Modernidade no centro de Porto Alegre A verticalização foi um processo iniciado em diversas cidades latino-americanas na primeira metade do século XX. Na origem do processo de verticalização se verifica a gradativa ampliação da altura dos edifícios devido a possibilidade das novas tecnologias, do uso do elevador, da legislação urbanística e dos grandes investimentos na estrutura urbana. No caso de Porto Alegre, um dos primeiros investimentos públicos na estrutura urbana foi o Plano Geral de Melhoramentos feito pelo engenheiro João Moreira Maciel em 1914, para a área central da cidade. Esse plano propôs grandes intervenções no centro consolidado da cidade, proporcionando o alargamento de avenidas que possibilitava a ampliação da altura das construções. O início do processo de verticalização em Porto Alegre se deu no centro da cidade, e gradativamente foi se expandindo aos bairros. Inicia-se em 1910, quando a população da cidade alcançava os habitantes, apresenta edifícios de um, dois e três pavimentos. O edifício mais alto da cidade nesta época ainda era o Edifício Malakoff (1968) com quatro pavimentos comerciais, localizado em frente ao Mercado Municipal na Rua Sete de Setembro, entre a Praça XV e a Montevidéu. Fora o edifício de maior altura até o início da construção do Grande Hotel ( ), que possui sete pavimentos e dois elevadores, localizado no coração do comércio, na esquina da Rua dos Andradas com a Caldas Junior, em frente à Praça da Alfândega. Figura 1. Edifício Malakoff na Praça Montevidéu, o mais alto da cidade no momento. Fonte: COMAS, C. E. Porto Alegre: O arranha-céu no pêndulo da expansão. In: Os céus como fronteira: A verticalização do Brasil. p.213 Nesse período não se pode atribuir o termo de verticalização pela pequena altura que as construções deste período apresentam, porém, é em 1913 que o Ato Nº96 - Regulamento Geral de construção dispõe sobre regulamentações de altura e construções, como o artigo 86º que proíbe a construção de casas térreas na Rua dos Andradas, instaura ainda outras regulamentações, como a proibição da construção de casas de madeira no centro.
3 - SEPesq Já na segunda fase, que corresponde o período entre as décadas de 1920 e 1930, percebe-se a relação do aumento do número de pavimentos das edificações com a abertura e ampliação das primeiras avenidas, apresentando neste período a construção de edifícios de cinco e seis pavimentos. Em 1926 é aprovado o Decreto Nº 53, o qual diz que nos edifícios com fachadas sobre o alinhamento da rua, a altura não poderá ser superior à duas vezes a largura da rua, e ainda que as novas construções localizadas na Avenida do Porto (Avenida Mauá) e naquelas que forem alargadas ou abertas no centro da cidade não poderão ter edificações com menos de três pavimentos. Nesse período, os edifícios representativos da verticalização são o Hotel Majestic ( ), hoje Casa de Cultura Mário Quintana, com seis pavimentos, localizado na travessa Araújo Ribeiro, entre as ruas dos Andradas e Sete de Setembro, projetado por Theo Wiederspahn; o Edifício Frederico Mentz Novo Hotel Jung, de Agnello Nilo de Lucca (1932), localizado na Avenida Otávio Rocha esquina com a tradicional Praça XV de Novembro, se instala com onze pavimentos acima de lojas térreas; o edifício Força e Luz ( ), destinado à loja de materiais elétricos e companhia de eletricidade, projeto de Adolpho Sterne; edifício da Previdência Sul/Imperial ( ), que possui onze pavimentos com apartamentos acima de um cinema, projetado por Egon Weindorfer e Agnello Nilo de Lucca; e o Palácio do Comércio (1937), que apesar de ser mais baixo, ocupa um quarteirão inteiro entre as Avenidas Júlio de Castilhos e Mauá, projeto de José Lutzemberger. 1 Figura 2. Edifício Novo Hotel Jung. Fonte: COMAS, C. E. Porto Alegre: O arranha-céu no pêndulo da expansão. In: Os céus como fronteira: A verticalização do Brasil. p LUCCAS, L. H. Arquitetura moderna em Porto Alegre: uma história recente. Disponível em: Acesso em: 10 de setembro de 2015.
4 - SEPesq A partir daí o arranha-céu passa a ser sinônimo de progresso e investimentos financeiros, era o período de supervalorização do espaço e dos grandes investimentos imobiliários. É nessa fase que o arquiteto Arnaldo Gladosh propõe estudo de urbanização da cidade com o seu Plano Gladosh de Característico dessa proposta é o Edifício Sulacap ( ), que é localizado na Avenida Borges de Medeiros. Esse edifício já apresenta uma grande altura, tendo 17 pavimentos com galeria térrea localizada em toda a extensão da quadra. Em 1940 o Decreto Nº 245 estabelece normas sobre as construções nas Avenidas Borges de Medeiros, 10 de Novembro, Rua dos Andradas e sobre a testada dos terrenos arruados com o mínimo de seis pavimentos. Neste ano também é aprovado o Decreto Nº 239 onde as construções da Avenida Farrapos devem apresentar no mínimo dois pavimentos. Esse período da década de 40 representa a terceira fase do processo de verticalização da cidade, que é marcado pelo surgimento de edifícios com doze, quinze e dezessete pavimentos. Foi nessa época a habitação vertical se consolidou e iniciou-se a substituição dos sobrados por prédios de apartamentos. Na segunda quinzena de setembro de 1949 foi inaugurado o Edifício Sulacap, que atingiu o título de mais alto da cidade. Este edifício, propriedade da Sul América Capitalização S.A., possui 17 amplos pavimentos que se prolongam desde a Rua dos Andradas até a Avenida 10 de Novembro, com frente principal para a Avenida Borges de Medeiros. Figura 3. Publicação da inauguração do Edifício Sulapac. Fonte: Revista O Globo, set. 1949, p.66.
5 - SEPesq Representantes da terceira fase da verticalização estão Edifício Reunidos (1938), localizado em frente ao Edifício Sulacap, de João Monteiro Netto; o Edifício Sul América (1938),com 15 pavimentos está localizado ao lado do Reunidos, projeto também de autoria de Gladosh, possui 15 pavimentos; o Edifício União (1943); o City Hotel e Edifício Piratini, todos com 16 pavimentos e de autoria de Gladosch; a Prefeitura Nova (1943) com 13 pavimentos, de Christiano de la Paix Gelbert; o Edifício do Clube do Comércio ( ), com 13 pavimentos, localizado ao lado do Edifício Imperial, de José Lutzemberger. Neste período, os arquitetos cariocas tentam sem muito sucesso inserir a arquitetura moderna na capital, com os projetos para a Sede do Instituto de Previdência do Estado (1943), de Oscar Niemeyer, e para a sede da Viação Férrea do Rio Grande do Sul (1944), de Jorge Moreira e Affonso Reidy. A prefeitura não aprova pois entende que esta arquitetura proposta ofende os padrões da cidade e sua estética. A quarta fase corresponde à década de Nesse período a cidade atingia mais de meio milhão de habitantes, tendo aumentado somente na ultima década cerca de habitantes, apresentando níveis econômicos positivos. Nesta fase a arquitetura moderna começa a ser aceita na cidade. Figura 4. Publicação sobre crescimento da cidade. Fonte: Revisto do Globo, 1958, p Foi quando Porto Alegre se consolidou como cidade verticalizada e viu serem construídos seus maiores arranha-céus. Os edifícios de 20 pavimentos já não eram mais novidade, tendo o Edifício Santa Cruz ultrapassando os 30 pavimentos. Esses edifícios marcaram o a renovação e modernização do centro, consolidando ainda mais esse tipo de edificação e destacando os edifícios comerciais e de escritórios, fazendo assim Porto Alegre atingir status de metrópole. A abertura da Faculdade de Arquitetura trouxe reforço a arquitetura moderna e a explosão imobiliária que ocorria no período apresentava uma legislação bastante permissiva
6 - SEPesq em relação ao uso e ocupação do solo em lotes do centro. Em meio a isso, viu-se a construção de edificações como o Edifício Jaguaribe ( ), de Fernando e Luiz Fernando Corona, possui 26 pavimentos e está localizado na Avenida Salgado Filho, não possui escalonamento e nenhum recuo. Figura 5. Progresso do edifício alto em Porto Alegre. Fonte: Prefeitura de Porto Alegre, professora de arquitetura da PUCRS Nara Helena Machado e evolução histórica de Porto Alegre (Luciano Martins Ávila, Maria Lúcia Ricardo Souto, Maria Lúcia Streck Motta e Naida Leda Menezes). Tabela 1. regulamentação de alturas Dispositivos urbanísticos Ato Nº 96, de 11 de junho de 1913: Regulamento Geral de Construções. Altura das edificações Art. 15º 15º: Nos edifícios com uma face sobre a rua, a altura da fachada será tal, que para qualquer posição do plano de seção, a reta, passando pelo extremo oposto do perfil transversal da rua e inclinado de 3/2 sobre a horizontal, não corte o perfil do edifício. Art. 15º 16: Nos edifícios construídos na intersecção de duas ruas, a altura da fachada não será superior a que resultasse, para a fachada sobre a rua de maior largura, da aplicação do traçado geométrico referido no 15º nem superior à altura que resultasse, para a fachada sobre a rua de menor largura, da aplicação do mesmo traçado geométrico, no qual, porém, se substituísse a referida inclinação de 3/2 por 3/1.
7 - SEPesq Art. 15º 26:Nos edifícios com fachada sobre uma rua, a altura, acima do plano de passeio, do teto da habitação não poderá ser superior, a vez e meia a largura da rua, e nos edifícios construídos na intersecção de duas ruas tal altura será inferior, que a vez e meia a largura da rua mais larga, quer a três vezes a largura da rua mais estreita. Decreto Nº 53, de 10 de maio de 1926: Altera o Regulamento Geral de Construções aprovado pelo ato nº 96, de 11 de junho de 1913 e dá outras providências. Decreto Nº 239, de 17 de dezembro de 1940: Dispõe sobre o número de andares das construções na Avenida Farrapos. Decreto Nº 245, de 27 de dezembro de 1940: Estabelece normas sobre as construções nas Avenidas Borges de Medeiros, 10 de Novembro, Rua dos Andradas e sobre a testada dos terrenos arruados. Lei Nº 986, de 22 de dezembro de 1952: Dispõe sobre a altura das construções e dá outras providências. Art. 86º: Fica proibida a construção de casas térreas na Rua dos Andradas. Art. 3º: Nos edifícios com fachadas sobre o alinhamento da rua, a altura entre o plano do passeio e o teto do último pavimento, não poderá ser superior à duas vezes a largura da rua. Art. 4º: Os novos edifícios construídos à Avenida do Porto, Rua dos Andradas e naquelas que forem alargadas ou abertas ao centro da cidade não terão menos de três pavimentos. Art. 1º: Fica estabelecido que as edificações na Avenida Farrapos deverão ter o mínimo de 2 pisos. Art. 1º: Só serão permitidas novas construções, nas Avenidas Borges de Medeiros, 10 de Novembro e parte da Rua dos Andradas entre as Ruas Dr. Flores e Gen. João Manuel, com o mínimo de 6 pavimentos, incluindo o rés do chão. Art. 1º: A altura dos edifícios não será superior a uma vez e meia a largura da rua. único: Nos logradouros em que há exigências de recuo das construções, considerar-se-á como largura, para fins de determinação do gabarito de altura, a largura propriamente dita, acrescida dos recuos regulamentares, assim como a largura correspondente às galerias. Art. 2º: Na zona central da cidade a altura dos edifícios no alinhamento não será superior a duas vezes a largura da rua, a partir desta altura, os prédios poderão elevar-se obedecendo um recuo na proporção de quatro na vertical para um (4/1) sobre a horizontal. Art. 2º 3º: Na Rua dos Andradas é permitida a altura de 30 metros e nas Avenidas Salgado Filho e Borges de Medeiros a altura de 70 metros para os
8 Lei Nº 1.037, de 7 de março de 1953: Fixa o prazo para cumprimento do disposto no Art. 10º da Lei Nº 986, de 22 de dezembro de Lei Nº 1.167, de 4 de dezembro de 1953: Limita a altura dos prédios e dá outras providências. Lei Nº 2.046, de 30 de dezembro de 1959: Institui o Plano Diretor e fixa normas para sua execução. - SEPesq edifícios construídos no alinhamento. Art. 4º: Nos edifícios construídos na intersecção de duas vias públicas do município, a altura será função da que tiver maior largura, até uma distância de 25 metros desta altura. Art. 5º: A altura mínima dos edifícios no alinhamento da via pública será de 5 metros. Art. 5º 1º: Não terão menos de dois pavimentos, nem altura inferior a sete metros, as novas construções de prédios que se fizerem às Avenidas João Pessoa, Osvaldo Aranha, Alberto Bins, Getúlio Vargas e Independência. Art. 5º 2º:Não terão menos de três pavimentos, nem altura inferior a dez metros, as novas construções ou reformas de prédios que se fizerem às Avenidas Mauá, Júlio de Castilhos, Otávio Rocha e Rua dos Andradas, no trecho compreendido entre o litoral e a Rua João Manoel. Art. 10º: Nos edifícios com 4 ou mais pavimentos, incluindo o rés-do-chão, é obrigatória a instalação de elevador, de tipo e capacidade aprovados em regulamento. Art. 1º: É fixado o prazo de um ano, a partir da data de promulgação desta Lei, para o cumprimento, nos edifícios em construção, do disposto no artigo 10 da Lei nº 986, de 22 de dezembro de Art. 1º: A altura dos prédios não poderá a 3 pavimentos ou 11 metros. Art. 2º: O limite de altura fixado pelo artigo anterior não se aplica a zona da cidade compreendida entre o litoral do rio Guaíba, rio Gravataí, Estrada para Canoas, Avenida Ceará, Ruas São Pedro, Benjamin Constant, Cristóvão Colombo, Ramiro Barcelos, Av. Protásio Alves, Rua Vicente da Fontoura, Av. Ipiranga e litoral do rio Guaíba e mais as vias públicas a seguir discriminadas: Av. Assis Brasil até a Estrada do Forte; Rua da Azenha, da Av. Ipiranga até a Rua José de Alencar; Rua Benjamin Constant, do início até a Rua São Pedro; Av. Bento Gonçalves, do início até as Ruas Cel. Aparício Borges e Dr. Salvador França; Rua Cristovão Colombo, desde a Rua Benjamin Constant até a Rua Dom Pedro. Modificada pela Lei Nº que mantém em seus dispositivos os mesmos requerimentos quanto ao zoneamento de índices de aproveitamento, zoneamento de percentagens de ocupação e zoneamento de alturas.
9 - SEPesq Lei Nº 1.966, de 14 de julho de 1959: Regulamenta o uso, a altura e a taxa de ocupação dos lotes previstos pela Lei Nº 1.487, de 10 de novembro de 1955, e dá outras providências. Lei Nº 2.330, de 29 de dezembro de 1961: Altera a Lei Nº e dá nova redação. Art. 7º: Nos lotes com frentes para as ruas secundárias e para a atual Avenida Praia de Belas as construções terão no máximo 11 metros. Art. 8º: Nos lotes com frente para a Avenida Beira Rio, prolongamento da Avenida Borges de Medeiros, Ipiranga e avenidas a, b e c, as construções terão altura de 49 metros. Parágrafo único: São toleradas construções de 10 pavimentos no mínimo, obrigando-se os proprietários a dar à obra condições técnicas suficientes para que os edifícios possam ter a altura determinada neste artigo. Art. 9º: Nas avenidas não especificadas no artigo anterior, as construções deverão ter altura de 34 metros. Parágrafo único: São toleradas construções com 8 pavimentos no mínimo, obrigando-se os proprietários a dar à obra condições técnicas suficientes para que os edifícios possam ter a altura determinada neste artigo. Zoneamento de índices de aproveitamento, Art. 44: A parte da cidade descrita no artigo 20 2 fica dividida, de acordo com as plantas de zoneamento do plano diretor anexas, em zonas de índices de aproveitamento onde as relações entre a área máxima total de construção e áreas do respectivo terreno são determinadas pelos seguintes índices máximos de aproveitamento: Z0 - Onde estão fixados os alinhamentos de frente, fundos e alturas máximas permitidas, não sendo aplicável o índice de aproveitamento; Z1 - Para edifícios residenciais, área total construída no máximo, igual a 9 vezes a área do terreno (índice 9). Para edifícios comerciais, industriais ou de escritórios, área total construída, no máximo, igual a 12 vezes a área do terreno (índice 12). Z2 - Para edifícios residenciais - índice 10; Para edifícios comerciais de escritórios ou industriais - índice 10. Z3 a Z12 - Índices variando de 8 a 3 para uso residencial; de 10 a 3 para uso comercial, de escritório ou industrial. 2 Art A área do município de Porto Alegre, limitada pelo litoral do Rio Guaíba, Av. Sertório, Rua Pereira Franco e seu prolongamento, Rua Salvador França, Av. Aparício Borges, Av. Teresópolis, Av. projetada ao longo do Riacho Passo Fundo, Av. projetada ao longo do Riacho da Cavalhada, Av. Icaraí até o litoral, junto ao novo Hipódromo, fica dividida, de acordo com as plantas respectivas do Plano, em zonas, cujo uso, índices de aproveitamento dos prédios, e graus de ocupação dos lotes são definidos na presente Lei. Lei Nº 2.330, Porto Alegre, 1961, p. 129.
10 - SEPesq Zoneamento de alturas - Art. 59 a 74: A área da cidade descrita no artigo 20 fica dividida em zonas: Z0 - Zonas especiais: Av. Perimetral e Bairro Praia de Belas - Alturas padronizadas por regulamentos especiais. Z1 - Alturas máximas para construções no alinhamento - duas vezes a largura do logradouro até o máximo de 60 metros, excetuando-se os prédios construídos na Av. Borges de Medeiros e Salgado Filho onde a altura passa a ser de 70 metros (excetuam-se desta regra outros logradouros da área central). 3 Z2 - Altura máxima permitida para construções no alinhamento ou com recuo de 4 metros - uma vez e meia a largura da rua até o máximo de 45 metros, medida em relação ao nível médio do passeio ou do terreno no alinhamento. Z3 - Altura máxima para construções no alinhamento ou com recuo de 4 metros - uma vez a largura da rua até o máximo de 30 metros, medida em relação ao nível médio do passeio ou do terreno no alinhamento. 4 Z4 - Altura máxima permitida para construções no alinhamento ou com recuo de 4 metros - uma vez a largura da rua até o máximo de 30 metros de altura. 5 Z5 - A altura máxima permitida para construções no alinhamento ou com recuo de 4 metros - 11 metros de altura em relação ao nível médio do passeio ou do terreno no alinhamento. 6 3 Art Na zona Z1 é permitido construir além da altura estipulada no alinhamento, desde que os pavimentos superiores a essa altura sejam recuados conforme o alinhamento fique dentro do ângulo formado pela horizontal traçada na altura do passeio e a linha que una o ponto mais alto da construção permitida neste alinhamento oposto. A altura mínima dos edifícios no alinhamento será de 5,00 metros. 4 Art. 66 1º - Este limite pode ser ultrapassado desde que seja observado um recuo de frente para jardim equivalente a 1/5 da altura total do prédio, além de recuo regulamentar de 4,00 metros, ou outros de qualquer natureza. 5 Art. 67 1º - Todos os prédios construídos nesta zona com mais de três pavimentos ou altura superior a 10 metros deverão manter a partir desta altura, um afastamento das divisas laterais e de fundos equivalente a 1/5 da altura total do prédio e não inferior a 3,00 metros. 2º - Os prédios construídos nesta zona poderão ultrapassar o limite de altura fixado no alinhamento ou no recuo dos 4,00 metros regulamentares, desde que mantenham um recuo de frente à partir de 10 metros de altura equivalente a 1/5 da altura total do prédio sem prejuízo do recuo de 4,00 metros ou de outro de qualquer natureza. 6 Art. 68 1º - Todos os prédios construídos nesta zona com mais de 2 pavimentos ou altura superior a 7,00 metros deverão manter, desde o nível do terreno um afastamento das divisas laterais e de fundos equivalente
11 - SEPesq Artigos 69 a 74 - As situações especiais dos terrenos para os efeitos de cálculo das alturas das construções. 7 Fonte: Elaborada pela autora 3 Considerações finais A partir da pesquisa feita sobre o processo de verticalização do centro de Porto Alegre juntamente com as leis que regulamentaram os limites de altura nesse período, pode-se ter um entendimento de como se deu esse processo e porque ocorreu em determinadas áreas. O objetivo do trabalho é apresentar de forma sucinta o progresso da verticalização do centro, mostrando quais são as principais edificações do período e a legislação correspondente, para facilitar a pesquisa acerca do tema a 1/3 da altura total do prédio e nunca inferior a 3,00 ressalvado o disposto no 2º do art º - Os prédios construídos nesta zona poderão ultrapassar o limite de altura no alinhamento ou no recuo dos 4,00 metros regulamentares, desde que mantenham um recuo de frente equivalente a 1/3 da altura do prédio além do recuo de 4,00 metros regulamentares ou outro de qualquer natureza. 7 Art. 69 1º - A altura máxima de construção no alinhamento ou no recuo regulamentar de 4,00 metros poderá ser contada à partir do piso do 2º pavimento quando o térreo for disposto com área coberta de uso coletivo (pilotis), sendo ocupado apenas com hall de entrada, caixa de escada, elevadores, acesso a garagens, sala de contadores, portaria, sanitários, apartamento de zelador ou outras dependências de nítido caráter de serviço. (Incentivo ao uso de pilotis).
12 - SEPesq Referências BERNARDES, Dalton Roberto Pacheco. Jaguaribe e Esplanada: o edifício de apartamentos modernista e um novo paradigma habitacional em Porto Alegre. 2003, 212 p. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Arquitetura. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, CANEZ, Anna Paula Moura. Arnaldo Gladosch: o edifício e a metrópole. 2006, 594 p. Tese (Doutorado) - Universidade do Rio Grande do Sul - UFRGS, Faculdade de Arquitetura. Programa de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura, Porto Alegre, CEZA FILHO, Paulo. Arquitetura da verticalidade na recém aberta Avenida Borges de Medeiros. 2003, 185 p. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Arquitetura. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, COMAS, Carlos Eduardo. Porto Alegre: o arranha-céu no pêndulo da expansão. In: Os céus como fronteira: a verticalização no Brasil. São Paulo: Editora Grifo, INAUGURADO o maior prédio de Porto Alegre. Revisto do Globo. Porto Alegre, p.66, 29 de out LUCCAS, Luís Henrique Haas. Arquitetura moderna em Porto Alegre: uma história recente. Disponível em: PORTO alegre cresce para o céu e para o rio. Revista do Globo, Porto Alegre, p.10-17, 09 ago PORTO Alegre mais perto do céu. Revista do Globo, Porto Alegre, p.6-9, 2ª quinzena set PORTO ALEGRE. Decreto Nº 53, de 10 de maio de Decreto Nº 239, de 17 de dezembro de Decreto Nº 245, de 27 de dezembro de Lei Nº 986, de 22 de dezembro de Lei Nº 1.037, de 7 de março de Lei Nº 1.167, de 4 de dezembro de Lei Nº 1.966, de 14 de julho de Plano Diretor de Porto Alegre - Lei Nº de 30 de dezembro de Plano Diretor de Porto Alegre - Lei Nº de 29 de dezembro de Regulamento Geral sobre Construções. Ato nº 96 de 11 de junho de VIANNA, Patrícia Pinto. O processo de Verticalização em Porto Alegre: e a contribuição da construtora Azevedo Moura & Gertum. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Arquitetura. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, XAVIER, Alberto; MIZOGUCHI, Ivan Gilberto Borges. Arquitetura Moderna em Porto Alegre. Porto Alegre: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. São Paulo: PINI, 1987.
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