NTEP/FAP Gestão de Redução de Custos do SAT

Transcrição

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2 Filho! Se andar descalço você poderá ter um resfriado! Mãe

3 Estatística de Acidente de Trabalho no Brasil : 450 mil acidentes por ano 3 mortes a cada 2 horas 3 acidente a cada minuto 80% não notificado 20% é a estatística oficial, apenas. Em 2007, após a vigência do NTEP foram registrados Acidentes e Doenças.

4 Recursos Perdidos: São mais de R$ 39 bilhões de reais gastos em benefícios previdenciários; Mais de R$ 10,5 bilhões são destinados a benefícios acidentários e de aposentadorias especiais.

5 BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS Auxílio-doença previdenciário (B31); Aposentadoria por invalidez previdenciária (B32); Auxílio-doença acidentário (B91); Aposentadoria por invalidez acidentária (B92); Pensão por morte acidentaria (B93); Auxílio-acidente (B94).

6 Auxílio Doença 15 dias iniciais - Empregador Sem recolhimento de FGTS Não gera estabilidade Auxílio - Doença Acidentário 15 dias iniciais - Empregador Com recolhimento de FGTS Estabilidade de 1 ano após a alta Possibilidade de outras indenizações Era necessário a CAT

7 CAT - Sistema Esgotado O sistema acidentário da Previdência Social, era movido à CAT que é sonegada. A sonegação da CAT: O acidente-doença ocupacional é considerado pejorativo; Evitam que o dado apareça nas estatísticas oficiais; Para não haver um reconhecimento da estabilidade no emprego, bem como a liberdade de poder despedir o trabalhador a qualquer tempo; Para não depositar a contribuição devida de 8% do salário, em conta do FGTS; Para não se reconhecer a presença de agente nocivo causador da doença do trabalho ou profissional e, para não se recolher a contribuição específica correspondente ao custeio da aposentadoria especial para os trabalhadores expostos aos mesmos agentes; A CAT emitida pela empresa é considerada palavra final e inquestionável;

8 A sonegação da CAT: CAT - Sistema Esgotado A CAT é ato medico - o INSS não aceita CAT sem a seção do atestado médico; A CAT funciona como confissão de culpa com conseqüências penais, cíveis, previdenciárias e trabalhistas; O INSS condiciona a concessão do benefício acidentário à apresentação da CAT; O afastamento é ocupacional ou não? Na duvida não emitir a CAT; Impossibilidade de se flexibilizar tributação do SAT se considerarmos a CAT como fonte primaria de estatística; Proliferação de PPRA e PCMSO, anunciados em bancas de jornais, Produção de ASO e de engenharia de segurança para elaboração de laudos de acordo com as conveniências do cliente.

9 Lei 8.213/91 Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

10 Lei 8.213/91 Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas: I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.

11 NTEP Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário Decreto 3.048/99 (Redação dada pelo Decreto nº 6.042, de 2007). Art O acidente do trabalho será caracterizado tecnicamente pela perícia médica do INSS, mediante a identificação do nexo entre o trabalho e o agravo. I - o acidente e a lesão; II - a doença e o trabalho; e III - a causa mortis e o acidente. (...) 3o Considera-se estabelecido o nexo entre o trabalho e o agravo quando se verificar nexo técnico epidemiológico entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade, elencada na Classificação Internacional de Doenças (CID) em conformidade com o disposto na Lista B do Anexo II deste Regulamento.

12 SISTEMA PROPOSTO - NTEP O perito do INSS, para caracterizar uma doença profissional com a concessão do benefício acidentário, desde o dia 1º de abril de 2007, passou a confrontar 2 (dois) indicativos: o Código Internacional de Doenças CID e a Classificação da Atividade da Empresa CNAE. Se o médico detectar que a doença alegada é comum naquele ambiente de trabalho há a presunção do acidente de trabalho, ficando caracterizado o nexo epidemiológico será considerada doença do trabalho e concedido o benefício acidentário com a conseqüente estabilidade no emprego.

13 CAT X CID CID é padronizado e codificado pela Organização Mundial da Saúde OMS; CID independe do desejo/poder do empregador sobre a informação de dados; CID está intrinsecamente relacionado à incapacidade laboral; CID está vinculada à responsabilidade pessoal médica, com menor grau de manipulação; CID independe da CAT; CID não padece dos vícios da CAT; CID é o elemento primário menos sujeito à sonegação.

14 Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário CID Código Internacional de Doença X CNAE Código Nacional de Atividade Econômica

15 CNAE - Código Nacional de Atividade Econômica Ex.: Empresa da Construção Civil em Geral /00 - Construção de edifícios 3% /01 - Construção de instalações esportivas e recreativas 3% /99 - Outras obras de engenharia civil não especificadas anteriormente 3% /00 - Obras de terraplenagem 2% /05 - Comércio varejista de materiais de construção não especificado 1%

16 REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL Dec /99 A N E X O II AGENTES PATOGÊNICOS CAUSADORES DE DOENÇAS PROFISSIONAIS OU DO TRABALHO, CONFORME PREVISTO NO ART. 20 DA LEI Nº 8.213, DE 1991 AGENTES PATOGÊNICOS XXVII - AGENTES FÍSICOS, QUÍMICOS OU BIOLÓGICOS, QUE AFETAM A PELE, NÃO CONSIDERADOS EM OUTRAS RUBRICAS. TRABALHOS QUE CONTÊM O RISCO Trabalhadores mais expostos: agrícolas; da construção civil em geral; da indústria química; de eletrogalvanoplastia; de tinturaria; da indústria de plásticos reforçados com fibra de vidro; da pintura; dos serviços de engenharia (óleo de corte ou lubrificante); dos serviços de saúde (medicamentos, anestésicos locais, desinfetantes); do tratamento de gado; dos açougues.

17 CID - Código Internacional de Doença 7 ocorrências Código CID Ocorrência K40 Hernia inguinal K40.0 Hernia inguinal bilateral c/obstr s/gangrena K40.1 Hernia inguinal bilateral c/gangrena K40.2 Hernia inguinal bilat s/obstr ou gangrena K40.3 Hernia inguinal unilat NE c/obstr s/gangrena K40.4 Hernia inguinal unilateral ou NE c/gangrena K40.9 Hernia inguinal unilat NE s/obstr gangrena

18 DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTIVO RELACIONADAS COM O TRABALHO (Grupo XI da CID-10) INTERVALO CID-10 CNAE K35-K K40-K

19 Conseqüências de Reparações Civis Código Civil: Art Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Imprudência: Falta de prudência, falta de cuidado, falta de cautela; Negligência: descuidar, desatender, desleixar; Imperícia: não possui habilidade.

20 Dano Material Art Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. Dano Moral Art Se a obrigação for indeterminada, e não houver na lei ou no contrato disposição fixando a indenização devida pelo inadimplente, apurar-se-á o valor das perdas e danos na forma que a lei processual determinar.

21 Indenização no caso de Morte Art No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações: I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família; II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima.

22 Indenização no caso de incapacidade temporária: Art No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.

23 Indenização no caso de incapacidade total ou parcial mas permanente: Art Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.

24 Conseqüências Penais do Acidente: Constituição Federal art. 225, 3º - atos lesivos ao meio ambiente; Código Penal: art. 121, 9º - homicídio culposo; art. 129, 6º - lesão corporal culposa; art. 132 expor a vida e saúde de outrem; art. 203 frustração de direito assegurado por lei trabalhista.

25 COMO PODEM OS SERVIÇOS MÉDICOS REALIZAR PREVENÇÃO

26 ATRAVÉS DO CONHECIMENTO 1 - do local e do processo de trabalho; 2 - do trabalhador.

27 MOTIVOS DE ADOECIMENTO Segundo a Previdência Social - Anuário Estatístico 2007 Os 50 CID com maior incidência em B91: - Ferimentos de punho e mão S61 = 11,5% - Dorsalgia M54 = 7,8% - Fratura ao nível do punho de da mão S62 = 6,4% DOENÇAS DO TRABALHO: - Sinovite e tenossinovite M65 = 20,3% - Lesões do ombro M75 = 17,0% - Dorsalgia M54 = 7,8% PARTES DO CORPO MAIS ATINGIDAS: - Ombro = 16,7% - Dorso (inclusive músculos dorsais, coluna e medula espinhal) = 12,3%

28 OBSTÁCULOS INTERNOS MAIS FREQÜENTES Não é importante; A produção não pode parar; Quem procura, acha!

29 OBJETIVOS Evitar afastamentos maiores do que 15 dias Consequência: não grava o FAP Manter o controle médico de cada trabalhador Consequência: bom conhecimento sobre a saúde Interagir com a Segurança do Trabalho Consequência: melhoria no ambiente Interagir com Administração Consequência: tomada de decisões.

30 O que faz hoje a medicina do trabalho para a empresa? Monta o PCMSO? Executa ou faz executar o PCMSO? Exames ocupacionais? Controle de Atestados? Atendimentos clínicos? Participação na CIPA? Análise estatística dos diagnósticos? E depois? Quais as ações de prevenção são executadas?.

31 O que faz hoje a medicina do trabalho para a empresa? Como estão os registros das doenças que podem ser relacionadas com o trabalho? Foram investigadas? A empresa sabe se tudo isto e mais um pouco foi feito? O MTE e o MPS sabem.

32 A empresa tem registros de todos os casos que foram afastados do trabalho com atestados internos ou externos, por setor, por risco, por turno, da análise dos acidentes e das doenças possivelmente relacionadas com o trabalho? O MTE e o MPS sabem.

33 A empresa sabe quanto tempo ficaram afastados seus empregados por motivo de alguma doença? O MTE e o MPS sabem.

34 Medicina do Trabalho Custo / Confiabilidade / Qualidade? Os exames complementares são bons e baratos ou só baratos?

35 O que fazer para enfrentar o NTEP? - Dispor dos mesmos dados que a Previdência Social; - Dispor de registros que permitam contestar eventuais dados incorretos da Previdência. - Ter ótima / boa qualidade de assistência médica integral (ocupacional + assistencial)..

36 Encargos!

37 Encargos da empresa: Contribuições Previdenciárias: 20% da folha de pagamento; 1%, 2% ou 3% do SAT; 6%, 9% ou 12% se atividade gera aposentadoria especial de 25, 20 ou 15 anos respectivamente; Outras entidades: 1,5% SESI 1,0% SENAI 2,5% Salário Educação 0,6% SEBRAE 0,2% INCRA Podendo a GPS alcançar até 40,8%

38 Lei /06 FAP- Fator Acidentário de Prevenção Art. 10. A alíquota de contribuição de um, dois ou três por cento, destinada ao financiamento do benefício de aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, poderá ser reduzida, em até cinqüenta por cento, ou aumentada, em até cem por cento, conforme dispuser o regulamento, em razão do desempenho da empresa em relação à respectiva atividade econômica, apurado em conformidade com os resultados obtidos a partir dos índices de freqüência, gravidade e custo, calculados segundo metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social.

39 Objetivos do FAP Estimular a livre concorrência de mercado; Melhorias das relações de trabalho e dos níveis de produtividades; Responsabilização dos riscos ambientais do trabalho; Gestão ambiental adequada; Profissionais qualificados; Conscientização no uso de EPIs; Estimular as práticas prevencionistas; Medicina do trabalho integrada aos setores produtivos; Penalizar ou privilegiar as empresas com majoração ou redução da carga tributária referente ao SAT; Redução dos gastos da Previdência com benefícios acidentários.

40 Geração do FAP por Empresa O procedimento consiste em padronizar os índices de freqüência, gravidade e custo para cada empresa e em seguida, atribuir o FAP, que será até o máximo de 2,00 se a soma dos índices for maior que o limite superior da distribuição dos resultados de todas as empresas do mesmo CNAE-Classe; e, receberá o mínimo de até 0,50, se esse for menor que o limite dessa mesma distribuição.

41 Índice de Freqüência: Indica a incidência da acidentalidade em cada empresa. Para esse índice são computadas as ocorrências acidentárias registradas por meio de CAT e os benefícios das espécies B91 e B93 sem registro de CAT, ou seja, aqueles que foram estabelecidos por nexos técnicos, inclusive por NTEP. Podem ocorrer casos de concessão de B92 e B94 sem a precedência de um B91 e sem a existência de CAT e nestes casos serão contabilizados como registros de acidentes ou doenças do trabalho.

42 Índice de Freqüência: É a razão (ou quociente) entre o número total de acidentes registrado em cada empresa, mais os benefícios concedidos e o número médio de vínculos empregatícios, multiplicados por x (mil). IF = (B91 + B92 + B93 + B94) x Média de Vínculos

43 Índice de Gravidade: É a dimensão social, baseado na intensidade de cada ocorrência acidentária estabelecida a partir da multiplicação do número de ocorrências de cada espécie de benefício acidentário por um valor fixo representado os diferentes níveis de gravidade: 0,50 para morte; 0,30 para invalidez; 0,1 para afastamento temporário e 0,1 para auxílioacidente. Para esse índice são computados todos os casos de afastamento acidentário por mais de 15 dias, os casos de invalidez e morte acidentárias, de auxílio-doença acidentário e de auxílio-acidente

44 Índice de Gravidade: O cálculo do índice de gravidade é obtido da seguinte maneira: Índice de gravidade = (número de benefícios auxílio doença por acidente (B91) x 0,1 + número de benefícios por invalidez (B92) x 0,3 + número de benefícios por morte (B93) x 0,5 + o número de benefícios auxílio-acidente (B94) x 0,1)/número médio de vínculos x (mil). IG = {(nºb91 x 0,1) + (nºb92 x 0,3) + (nºb93 x 0,5) + (nºb94 x 0,1} x Média de Vínculos

45 Índice de Custo: É a dimensão monetária do acidente que expressa os gastos da Previdência Social com pagamento de benefícios de natureza acidentária e sua relação com as contribuições das empresas. Representa o custo dos benefícios por afastamento cobertos pela Previdência. Para esse índice são computados os valores pagos pela Previdência em rendas mensais de benefícios divididos pelo valor total de remuneração paga pelo estabelecimento aos segurados x (mil).

46 Índice de Custo: No caso do auxílio-doença (B91), o custo é calculado pelo tempo de afastamento, em meses e fração de mês, do trabalhador. Nos casos de invalidez, parcial ou total, e morte, os custos são calculados fazendo uma projeção da expectativa de sobrevida a partir da tábua completa de mortalidade do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, para toda a população brasileira, considerando-se a média nacional única para ambos os sexos. IC = Valor total de benefícios pago pelo INSS x Valor total de remuneração pagos aos segurados

47 Resultado do FAP: Após o cálculo dos índices de freqüência, de gravidade e de custo, são atribuídos os percentis de ordem para as empresas por setor (Subclasse da CNAE) para cada um desses índices. Desse modo, a empresa com menor índice de freqüência de acidentes e doenças do trabalho no setor, por exemplo, recebe o menor percentual e o estabelecimento com maior freqüência acidentária recebe 100%. O percentil é calculado com os dados ordenados de forma ascendente.

48 Resultado do FAP: O percentil de ordem para cada um desses índices para as empresas dessa Subclasse é dado pela fórmula abaixo: Percentil = 100x(Nordem - 1)/(n - 1) Onde: n = número de estabelecimentos na Subclasse; Nordem = posição do índice no ordenamento da empresa na Subclasse. A partir dos percentis de ordem é criado um índice composto, atribuindo ponderações aos percentis de ordem de cada índice.

49 Resultado do FAP: O critério das ponderações para a criação do índice composto pretende dar o peso maior para a gravidade (0,50), de modo que os eventos morte e invalidez tenham maior influência no índice composto. A freqüência recebe o segundo maior peso (0,35) garantindo que a freqüência da acidentalidade também seja relevante para a definição do índice composto. Por último, o menor peso (0,15) é atribuído ao custo.

50 Resultado do FAP: O índice composto calculado para cada empresa é multiplicado por 0,02 para a distribuição dos estabelecimentos dentro de um determinado CNAE-Subclasse variar de 0 a 2. Os valores inferiores a 0,5 receberão o valor de 0,5 que é o menor fator acidentário. Então, a fórmula para o cálculo do índice composto (IC) é a seguinte: IC = (0,50 x percentil de gravidade + 0,35 x percentil de freqüência + 0,15 x percentil de custo) x 0,02

51 Resultado do FAP: Exemplo: Desse modo, uma empresa que apresentar percentil de gravidade de 30, percentil de freqüência 80 e percentil de custo 44, dentro do respectivo CNAE-Subclasse, terá o índice composto calculado do seguinte modo: IC = (0,50 x ,35 x ,15 x 44) x 0,02 = 0,9920 O resultado obtido é o valor do FAP atribuído a essa empresa. Supondo que essa CNAE-Subclasse apresente alíquota de contribuição de 2%, esta empresa teria a alíquota individualizada multiplicando-se o FAP pelo valor da alíquota, 2% x 0,9920, resultando uma alíquota de 1,984%.

52 A Previdência Social publicará anualmente, no Diário Oficial da União, os índices de freqüência, gravidade e custo, por atividade econômica, e disponibilizará, na Internet, o FAP por empresa. Para o cálculo anual do FAP, serão utilizados os dados de dois anos imediatamente anteriores ao ano de processamento. Excepcionalmente, o primeiro processamento do FAP utilizará os dados de abril de 2007 a dezembro de Para as empresas constituídas após janeiro de 2007, o FAP será calculado no ano seguinte ao que completar dois anos de constituição.

53 Conseqüências do FAP Exemplo: Empresa com 400 funcionários CNAE = /00 Construção de Edifícios Grau de Risco = 3 Folha de Pagamento = R$ ,00 SAT 3% = R$ ,00 FAP -50% (0,5) % (2) Mensal 5.400, , ,00 Anual , , ,00 Diferença Anual entre 50% a 100% R$ ,00

54 Há duas formas de enfrentar os institutos do NTEP/FAP 1ª- Atitudes empresariais preventivas; 2ª- Contencioso Administrativo (e depois Judicial).

55 Atitudes empresariais preventivas : Constituição Federal de 1988: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

56 Atitudes empresariais preventivas : CLT- Consolidação das Leis Trabalhistas CAPÍTULO V DA SEGURANÇA E DA MEDICINA DO TRABALHO SEÇÃO I : Art A observância, em todos os locais de trabalho, do disposto neste Capitulo, não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios em que se situem os respectivos estabelecimentos, bem como daquelas oriundas de convenções coletivas de trabalho.

57 Atitudes empresariais preventivas : Art Cabe às empresas: I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.

58 Atitudes empresariais preventivas : FORNECER EPIs Art A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados.

59 Atitudes empresariais preventivas : EXAMES MÉDICOS: Art Será obrigatório exame médico, por conta do empregador, nas condições estabelecidas neste artigo e nas instruções complementares a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho: I - a admissão; II - na demissão; III - periodicamente.

60 Atitudes empresariais preventivas : EXAMES MÉDICOS: Art Será obrigatória a notificação das doenças profissionais e das produzidas em virtude de condições especiais de trabalho, comprovadas ou objeto de suspeita, de conformidade com as instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho.

61 Atitudes empresariais preventivas : Implantação das medidas coletivas de segurança: ASO Atestado de Saúde Ocupacional admissão; PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais NR 9 PCMSO Programa de Controle Medido de Saúde Ocupacional NR 7 CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes NR 5 PGR Programa de Gerenciamento de Riscos NR 22 PCMAT Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho NR 18 AET Análise Ergonômica do Trabalho NR 17 LTCAT Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho PPP Perfil Profissiográfico Previdenciário CAT Comunicação de Acidente do Trabalho

62 Contencioso Administrativo Requer a inversão do ônus da prova; Demonstração de inexistência de correspondente nexo causal entre o trabalho e agravo; Observância ao prazo de impugnação, sob pena da presunção tornar-se evidência; Prazo: 15 dias após a entrega da GFIP que registre a movimentação do trabalhador, ou da data que a empresa tomar ciência da decisão da perícia do INSS; Alegação do que entender necessário e juntar provas que demonstre o nexo causal.

63 Contencioso Administrativo Documentação probatória: Evidências técnicas circunstanciadas e tempestivas à exposição do segurado; Programas de gestão de riscos a cargo da empresa, assinados por responsáveis técnicos legalmente habilitados.

64 Ações Recomendáveis Acompanhar periodicamente os afastamentos (B-31; B-32; B- 91; B-92; B-93; B-94). Manter documentação do PCMSO e PPRA em dia, rigorosamente. Manter histórico de funções de cada trabalhador, se possível, com detalhamento das tarefas desenvolvidas.

65 Ações Recomendáveis Ocorrendo a concessão de B-91 ou B-92, buscar documentação do trabalhador e oferecer defesa administrativa, se for o caso. Prazo: 15 dias. Na defesa, juntar documentos PCMSO, PPRA e EPI (se existente) e solicitar visita técnica. Juntar parecer de médico do trabalho em todas as defesas.

66 Ações Recomendáveis Se não houver resposta da perícia do INSS em tempo hábil, é possível o ingresso de ação judicial (Justiça Estadual) para descaracterização do nexo. Havendo resposta no sentido de se manter o nexo presumido, ingressar com recurso para o CRPS (prazo 30 dias), sendo também possível o ingresso de ação judicial.

67 Ações Recomendáveis Se não houver resposta do CRPS em tempo hábil sendo mantido o nexo, é cabível o ingresso de ação judicial. Não ingressar com ação judicial em todos os casos,sob pena de motivar o MPT a ingressar com Ação Civil Pública.

68 Ações Recomendáveis Havendo interesse por parte da empresa, é possível obter do INSS uma parceria para o processo de reabilitação profissional. Havendo recusa do INSS, é possível o ingresso de ação judicial solicitando a reabilitação.

69 Ações Recomendáveis Nas ações trabalhistas, quando houver pedido de caracterização de acidente do trabalho: Solicitar cópia do processo administrativo do benefício previdenciário e analisar possíveis irregularidades. Se existentes, ação judicial. Oferecer fundamentos previdenciários de defesa Ingressar com Mandado de Segurança em caso de reintegração por liminar ( com argumentos previdenciários )

70 Ações Recomendáveis No caso de eventual ação regressiva por parte da União, oferecer defesa com argumentos trabalhistas e previdenciários. Ingressar com ação judicial contra o Ministério da Previdência Social, solicitando correção nos critérios de cálculo do FAP, principalmente a exclusão dos benefícios previdenciários (B-31 e B32). Excluir também acidentes de percurso.

71 Considerações Finais Com certeza, a empresa que melhor e rapidamente se adaptar ao NTEP e FAP será mais beneficiada, afinal poderá ter a redução tributária relativa ao SAT, além da vantagem mercadológica, pois terá um ambiente de trabalho mais rentável, saudável e com redução dos custos de seus produtos, melhorando cada vez mais a sua condição frente ao mercado de negócios. Ambos institutos levam à reflexão sobre o tema segurança e medicina do trabalho.

72 Não sois máquinas, homens é que sois. Charles Chaplin

73 Obrigado Prof. Fernando C. Cortez Advogado NTEP/FAP Gestão de Redução de Custos do SAT