Mercado de Bens Populares no Brasil: Desempenho e Estratégia das Empresas. Autoria: Renata Giovinazzo Spers, James Terence Coulter Wright

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Mercado de Bens Populares no Brasil: Desempenho e Estratégia das Empresas. Autoria: Renata Giovinazzo Spers, James Terence Coulter Wright"

Transcrição

1 Mercado de Bens Populares no Brasil: Desempenho e Estratégia das Empresas Autoria: Renata Giovinazzo Spers, James Terence Coulter Wright Resumo O mercado consumidor constituído pelas classes populares é muito importante no Brasil, tendo em vista o enorme contingente composto pelas classes C, D e E, com uma população disposta a consumir produtos de qualidade e preços compatíveis com a sua renda. Diante deste contexto, este trabalho apresenta uma análise do desempenho das empresas focadas no mercado popular, em termos de crescimento, resultados operacionais e lucratividade, em comparação às empresas focadas para o mercado de alta renda. O trabalho visa apresenta ainda uma discussão sobre as estratégias adequadas para o atendimento ao mercado de baixa renda. Para tanto, são apresentados os resultados de uma pesquisa de campo realizada com 75 empresas dos setores de alimentos, bebidas e fumo, vestuário, higiene e limpeza, eletrodomésticos e comércio varejista, durante um período de 5 anos. Os resultados da pesquisa mostram que as empresas focadas no mercado popular obtiveram melhores resultados do que as empresas voltadas para as classes A e B. Além disto, é possível identificar um perfil estratégico bem definido para estas empresas, atendendo seu público com produtos mais simples e padronizados, preços baixos, poucos serviços agregados, uso de tecnologia disseminada e apoio as canais de comunicação para identificação da marca. 1. Introdução: o mercado de bens populares no Brasil e objetivos do trabalho A importância social do mercado consumidor brasileiro constituído pelas classes populares é inquestionável, havendo um enorme contingente composto pelas classes C, D e E, que representam 81% da população brasileira, segundo estudo da Target, 2000 (apud The Boston Consulting Group, 2002). Os dados apresentados por Wright e Cardoso (2000), atualizados a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 1993/2004 do IBGE (2004) mostram o aumento do número de famílias com renda média mensal de até 10 salários mínimos, desde 1992, como pode ser observado no Gráfico 1., onde pode-se observar uma forte tendência de aumento da população na faixa de renda de 2 a 5 salários mínimos mensais. Segundo a Target (2000, apud The Boston Consulting Group, 2002), as classes populares são compostas por famílias cuja renda média mensal é inferior a 10 salários mínimos. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) não mostra a relação entre classes sociais e renda, mas a classificação apresentada pela Target complementa os dados do PNAD, sendo útil para efeitos deste trabalho. Segundo a Target (2000, apud The Boston Consulting Group, 2002), as famílias das classes A e B recebem renda familiar média superior a 10 salários mínimos mensais. A Classe C possui renda familiar mensal média entre 4 e 10 salários mínimos e as classes D e E somam uma renda familiar inferior a 4 salários mínimos mensais, sendo que estas classes juntas (C, D e E) representam 81% da população brasileira. As classes populares são muito expressivas na estrutura econômica brasileira, representando um grande potencial de mercado. 1

2 Gráfico 1 Rendimento Médio Mensal Familiar no Brasil (1992, 1996 e 2004) RENDIMENTO MÉDIO MENSAL FAMÍLIAS 12 (MILHÕES) Até 2 2 a 5 5 a a 20 Mais de 20 RENDIMENTO MÉDIO (SALÁRIOS Í Fonte: Atualizado com dados do IBGE (2004) a partir de Wright e Cardoso (2000) Também cabe ressaltar que há um importante movimento migratório de parte da classe D para C e de parte da classe C para a classe B, elevando ainda mais o potencial de consumo destes segmentos. Em 1992, segundo o IBGE (2004), a classe C representava 26% da população e a classe D respondia por 25%. Em 2000, a classe C passou a representar 30% de população e o índice de mobilidade social médio foi de 2,5%, em direção ao topo da pirâmide, permeando todas as classes nesse período. Com base nestes dados pode-se dizer que existe um importante potencial de consumo nas classes populares. Por outro lado, a maioria das empresas, especialmente as multinacionais, vinham ignorado este imenso mercado, não apenas no Brasil, mas em âmbito internacional, atuando com foco na riqueza dos mercados de alta renda, conforme analisado por Prahalad e Hart (2002) e Meyer (2004). Porém, mais recentemente, a atuação das empresas junto aos mercados da base da pirâmide vem crescendo e ganhando importância, inclusive um crescente número de multinacionais passaram a reconhecer e explorar a enorme oportunidade gerada no mercado de baixa renda, segundo Hart e Milstein (1999), Prahalad e Hart (2002), London e Hart (2004) e Prahalad (2005). Embora muito se fale do potencial deste mercado, o objetivo deste trabalho é o de verificar, de fato, qual é o desempenho das empresas que atendem as camadas da população com baixa renda, em comparação àquelas que atendem aos mercados A e B, assim como o perfil estratégico destas empresas. A hipótese central do trabalho é que as empresas focadas no mercado popular devem apresentar um desempenho melhor, em termos de crescimento, lucratividade e resultados operacionais do que as empresas com foco nas classes A e B, com base nas abordagens conceituais adequadas e no potencial que este mercado popular representa. Uma outra 2

3 hipótese é de que estas empresas devem apresentar um perfil estratégico bem definido, com dimensões e características consistentes, sustentando o desempenho de sucesso. 2. Estratégias para bens populares: fundamentos e abordagens propostas Antes da apresentação das abordagens estratégicas adequadas aos mercados de bens populares, cabe uma conceituação mais precisa sobre o que é um bem popular. Genericamente, poder-se-ia imaginar que um bem popular é um produto ou serviço desenvolvido para um segmento de renda mais baixa, mas esta é uma conceituação simplista, que carece de um maior rigor científico. Utilizando os conceitos econômicos discutidos pelos autores Pindyck e Rubinfeld (1994), Ferguson (1993) e Varian (1993), Giovinazzo (2003) define bens populares como os bens posicionados, predominantemente, para as classes de renda C, D e E e cujo efeito renda é negativo. Para estes bens, um acréscimo na renda deverá ocasionar uma substituição deste bem, ou desta marca popular, por um bem ou marca não-popular. Por outro lado, um bem ou marca normal é aquele cujo efeito-renda é positivo, ou seja, um aumento na renda deve provocar um aumento no consumo do bem ou da marca consumida. Tendo definidos os conceitos referentes a bens populares e bens normais, cabe uma reflexão sobre as estratégias adequadas para as empresas focadas no mercado popular e que devem influenciar em seu desempenho. London e Hart (2004), Ricart et. al (2004), Peng e Luo (2000) e Khanna e Rivkin (2001) destacam que os mercados populares exigem estratégias diferenciadas e ressaltam a importância das alianças e parcerias para o sucesso na atuação nas economias de baixa renda. Nesta mesma linha, autores como De Soto (2000) e Choi, Lee e Millar (1999), afirmam que nos mercados de baixa renda as relações são fundadas principalmente nos contratos sociais e as organizações com mais experiência e conhecimento em atender a estes mercados têm uma orientação social forte e para que as empresas passem a atuar com sucesso neste mercado, é preciso que adquiram a capacidade de entender e apreciar os benefícios de uma infra-estrutura social existente. Complementarmente, pesquisas realizadas por Kircsh et al. (2000) e Cui e Lui (2005) mostram, para os mercados populares, a visão de que os primeiros entrantes têm sempre vantagens deve ser vista com cautela, uma vez que o mérito das estratégias dos primeiros entrantes em comparação às dos entrantes tardios precisa ser avaliado com complexas análises, dadas as especificidades do mercado. Estas recentes pesquisas e trabalhos mostram pontos interessantes sobre os mercados de baixa renda ao redor do mundo, mas cabe uma consideração sobre conceitos clássicos, que muitas vezes são a base destes trabalhos mais recentes, uma vez que fornecem modelos teóricos úteis às pesquisas realizadas. Para Porter (1989), uma questão central em estratégia competitiva é a posição relativa de uma empresa dentro de sua indústria. O posicionamento é um fator importante para determinar se a rentabilidade ficará abaixo ou acima da média da indústria, ou seja, de seu setor de atividade. Uma empresa capaz de posicionar-se bem diante da concorrência pode obter altas taxas de retorno, mesmo que a rentabilidade média do setor seja modesta. Segundo Porter (1989), embora uma firma possa ter inúmeros pontos fortes e fracos em comparação com seus concorrentes, existem dois tipos básicos de vantagem competitiva que uma empresa pode possuir: baixos custos ou diferenciação. Os dois tipos básicos de vantagem competitiva, combinados com o escopo de atividades para quais uma empresa procura obtê-lo, levam a três estratégias genéricas, para alcançar o desempenho acima da 3

4 média em uma indústria, que são liderança em custo, liderança em diferenciação e enfoque, esta última com duas variantes: enfoque no custo ou enfoque na diferenciação. Conceitualmente, pode-se dizer que empresas que atuam, ou pretendem atuar no segmento de bens populares, devem ter uma vantagem competitiva em custos para poderem praticar preços mais baixos, com produtos menos sofisticados, embora com qualidade tal que satisfaça as necessidades do consumidor que prioriza preço como atributo principal do bem. As fontes de vantagem em custo podem advir da busca de economias de escala, tecnologia patenteada, acesso preferencial a matérias-primas e outros fatores. Segundo Porter (1989), um produtor de baixo custo deve descobrir e explorar todas as fontes de vantagem de custo, quase sempre oferecendo produtos mais simples, dando uma ênfase considerável à obtenção de vantagens de custo absoluto e de escala em todas as fontes. Com preços equivalentes ou inferiores do que seus rivais, a posição de baixo custo de um líder no custo traduz-se em retornos mais altos. Ainda para Porter (1989), seja qual for o posicionamento da empresa, para ser bem sucedida ela deve apresentar uma consistência em suas dimensões estratégicas de especialização, diferenciação da marca, política de canal, atendimento, política de preço, qualidade, liderança tecnológica e custos. Por serem bastante completas, estas variáveis serão utilizadas no modelo de análise do perfil estratégico das empresas focadas no mercado popular, apresentado a seguir. Segundo Wright e Cardoso (2000), não basta à empresa lançar um produto de baixo preço, é preciso ter um produto competitivo de qualidade. Certos fatores são importantes para que a empresa esteja capacitada para concorrer e, mais do que isso, vencer neste mercado de baixa renda. É necessário investir agressivamente em instalações com eficiência de escala, uma perseguição vigorosa da redução de custo pela aprendizagem e um controle rígido do custo e das despesas gerais, com a manutenção permanente do foco no público-alvo central. Também devem ser incluídos neste rol a minimização do custo em áreas como pesquisa e desenvolvimento (P&D), assistência técnica, força de vendas e publicidade. Para se atingir estas metas, exige-se uma intensa atenção administrativa ao controle dos custos, buscandose sempre obter um custo mais baixo do que dos concorrentes, viabilizando a lucratividade neste segmento, mesmo com preços iguais ou inferiores aos dos concorrentes. Para atingir uma posição vantajosa com esta estratégia será preciso que a empresa tenha um projeto de produto orientado para simplificar a fabricação e o atendimento de todos os principais grupos de clientes de modo a expandir o volume. A introdução de tal estratégia pode requerer investimentos elevados de capital em equipamento moderno, agressiva fixação de preço e capacidade de absorção de prejuízos iniciais, de forma a conquistar grandes parcelas de mercado. Segundo Wright (1993), com estas aptidões, as empresas brasileiras poderão criar produtos que sejam simples, sem muitos investimentos em diferenciação, orientados para ganhos de escala na fabricação, com padronização de componentes produzidos no próprio setor, duráveis, passíveis de manutenção, ao invés dos descartáveis, típicos de primeiro mundo, com ciclo de vida mais longo, proporcionando a opção de serem financiados e criando um mercado secundário destes produtos. Slywotzky e Morrison (1998) criticam a posição de que aumentar a participação no mercado levará ao aumento na lucratividade. Os autores afirmam que a seqüência de criar e conquistar vantagem competitiva, aumentando a participação no mercado, com conseqüente aumento na lucratividade da empresa perdeu valor como regra de estratégia a partir da década de 90. Para estes autores, a correlação íntima entre liderança de participação no mercado e lucratividade superior desapareceu, pois as regras mudaram. Na 4

5 era clássica centrada no produto, perguntava-se como seria possível aumentar a participação de mercado, aumentar o volume unitário e conquistar economias de escala. Na nova era do valor de mercado altamente dinâmico, pergunta-se onde é possível gerar lucro e como é possível elaborar um modelo de negócio para que seja lucrativo. No entanto, estes mesmos autores propõem um modelo no qual a participação de mercado pode gerar lucros: o modelo de Pirâmide de Produtos. Nele, Slywotzky e Morrison (1998) afirmam que as variações na renda e nas preferências do cliente possibilitam a construção das pirâmides de produtos, onde os produtos de preço baixo e alto volume estão na base. No ápice, ficam os produtos de preço alto e baixo volume. O lucro concentra-se no topo da pirâmide de produtos, mas a base desempenha um papel estratégico no sistema. Há uma marca do tipo porta corta-fogo na base da pirâmide: um nome forte, com preço baixo, produzida com lucro, embora reduzido. O objetivo dessa marca é impedir a entrada dos concorrentes, protegendo as enormes margens de lucro concentradas no topo. Quando não desenvolve uma marca do tipo porta corta-fogo, a empresa dá aos seus concorrentes a oportunidade de entrar na base da pirâmide e abrir seu caminho até o topo, onde estão os lucros. Segundo Wright e Cardoso (2000), o modelo de pirâmide de produtos, acima apresentado, mostra que uma empresa pode conviver num mercado emergente, atacando diversos segmentos sem perder o foco. Tendo como base da pirâmide os produtos de menor preço, busca-se volume de rendas com vistas a ganhar escala ao mesmo tempo em que a empresa se beneficia da curva de aprendizagem. Nos níveis superiores da pirâmide, onde a diferenciação é importante, está a zona na qual os maiores lucros são gerados, nestes segmentos há uma disposição dos consumidores a pagarem mais por produtos diferenciados. Outro autor a tratar de estratégias para o mercado popular é Prahalad (2005), que ressalta a importância da inovação dos produtos e processos para atuação nestes mercados, especialmente para as multinacionais que precisam fazer adaptação de seus modelos de negócios e produtos para uma classe de renda diferente, com necessidades e condições de utilização dos produtos muito diferentes das até então atendidas nos mercados desenvolvidos. O autor ressalta ainda a relevância da qualidade dos produtos oferecidos para a classe popular, ou base da pirâmide, pois estes consumidores são extremamente conscientes de valor, por necessidade e querem alta qualidade a preços acessíveis. O desafio para as grandes empresas atuarem com sucesso neste mercado de baixa renda, segundo Prahalad (2005), é tornar os produtos desejados acessíveis a consumidores da base da pirâmide. De forma complementar, London e Hart (2004), destacam outros desafios, tais como ganhos de escala, flexibilidade, descentralização nas decisões, compartilhamento de conhecimento, especialmente por meio de parcerias com empresas locais; de uma maneira geral, segundo Prahalad (2005) e London e Hart (2004), as empresas terão que repensar seus atuais modelos de negócios para serem bem sucedidas com foco na base da pirâmide. 3. Abordagem metodológica aplicada no trabalho Segundo Selltiz et al. (1987), Gil (1987), Green e Carmone (1988), Malhorta (1996) e Aaker et al. (2001), Mattar (1993), esta pesquisa pode ser caracterizada como exploratória-descritiva. A pesquisa tem um caráter exploratório, já que a a estratégia das empresas atuando nos mercados populares é assunto relativamente novo e ainda pouco estudado no âmbito acadêmico, tanto no Brasil, conforme mencionado anteriormente. Por outro lado, a pesquisa tem um caráter descritivo, no sentido de ampliar o conhecimento 5

6 existente sobre o assunto, a partir de um referencial teórico, de forma a verificar o desempenho e as estratégias de atuação das empresas que atuam nos mercados populares. Quanto aos meios, este trabalho utilizou uma combinação de levantamentos secundários de que forneceram os dados financeiros das empresas, com dados primários coletados por meio de um questionário estruturado, cuja versão preliminar foi submetida a um processo de pré-teste com executivos de cinco empresas e após ajustes o questionário foi disponibilizado aos respondentes. A população da pesquisa foi composta pelas empresas atuantes nos setores de alimentos, bebidas e fumo, higiene e limpeza, eletrodomésticos e comércio varejista, cujos dados financeiros foram publicados no Balanço Anual da Gazeta Mercantil. Desta forma, o ponto de partida para a composição da amostra foi de 378 empresas que atuam nos setores analisados e cujos dados de Receita Bruta, Lucro e Resultado Operacional Líquido são publicados no Balanço Anual da Gazeta Mercantil, no período de 1997 a Elaborado o banco de dados das empresas e ajustado o questionário, foi feito um contato telefônico inicial com as 378 empresas. A partir desta ligação inicial a listagem de respondentes foi consolidada e os executivos receberam um convite personalizado por e- mail foram para participação na pesquisa. Após o convite inicial foram feitos mais dois contatos reiterando a participação na pesquisa, obtendo-se um total de 75 respostas válidas, sendo os respondentes altamente qualificados, com a participação de CEOs (7%), Diretores (29%), Gerentes e Controllers (46%), Contadores, Analistas e Assessores (18%). No questionário os respondentes indicaram a participação dos bens populares no seu faturamento (em %). Esta estimativa representou a questão mais relevante para a realização das análises da evolução do desempenho da empresa, em relação aos indicadores financeiros selecionados, pois permitiu a classificação das empresas em diferentes grupos, conforme atuação no mercado. Por meio do questionário também foi possível identificar as características das dimensões estratégicas das empresas. As questões sobre estratégia foram elaboradas com base nos conceitos analisados no referencial teórico, sendo que foi solicitado aos respondentes que indicassem uma nota de 0 a 10 para cada uma das dimensões estratégicas, que representasse o posicionamento da empresa, considerando todas as empresas concorrendo em seu setor de atuação. As dimensões analisadas são as seguintes: Especialização da Empresa - Grau em que a empresa focaliza seus esforços em termos da amplitude da linha de produtos ou segmentos de mercado. 0 - Atende à maioria dos segmentos, com ampla gama de produtos Altamente focalizada em poucos produtos ou segmentos de mercado. Diferenciação das Marcas - Grau em que a empresa busca a diferenciação da sua marca (via publicidade, força de vendas, embalagem ou outros meios). 0 - Pouca preocupação com a diferenciação da marca, competindo predominantemente via preços Diferenciação da marca como principal fator competitivo da empresa. Política de Canal - Grau em que a empresa busca desenvolver a identificação da marca diretamente com o consumidor final versus o apoio aos canais de distribuição e pontos de venda de seu produto. 0 - Não desenvolve identificação da marca diretamente com o consumidor final e promove apoio aos canais de distribuição e pontos de venda de seu produto Empresa desenvolve totalmente a identificação da marca junto ao consumidor final. 6

7 Qualidade do Produto - Nível de qualidade em termos de matérias-primas, especificações, observância das tolerâncias, etc. 0 - Atende a todos os requisitos mínimos nacionais de qualidade em termos de matériasprimas, especificações, tolerâncias, etc Produtos premium, de excelente qualidade de matérias-primas, especificações, etc, atendendo aos mais rigorosos padrões internacionais. Liderança Tecnológica - O grau em que a empresa procura a liderança tecnológica no seu setor versus um comportamento imitativo em termos de tecnologias de produtos e processos. 0 - Não desenvolve pesquisas e utiliza tecnologias já conhecidas e difundidas. 10- Procura a liderança tecnológica e desenvolve pesquisa tecnológica avançada. Posição de Custo - Grau em que a empresa busca a posição de mais baixo custo na fabricação e na distribuição através de investimentos em instalações ou equipamentos para minimizar os custos. 0 - Não tem os custos como principal componente estratégico, buscando a qualidade, atendimento ou diferenciação de marca como principais fatores estratégicos Tem os baixos custos como principal componente estratégico, investindo em instalações, equipamentos e métodos que reduzam os custos, buscando praticar o menor custo possível como principal fator estratégico. Atendimento - Grau em que a empresa proporciona serviços auxiliares com a sua linha de produtos, como assistência técnica, uma rede própria de atendimento, crédito, etc. 0 - Não proporciona serviços auxiliares em sua linha de produto, presta apenas o atendimento básico Possui uma gama sofisticada de serviços agregados aos produtos, com atendimento diferenciado. Política de Preço - Posição relativa de preço no mercado. 0 - Pratica os preços mais baixos do mercado, tendo este fator como principal componente competitivo Pratica preços premium, que são em média os preços mais altos do mercado. As informações coletadas por meio do questionário foram combinadas aos dados obtidos no Balanço Anual da Gazeta Mercantil para a realização das análises, apresentadas no item a seguir. Quanto à amostra, teve uma abrangência regional, com uma estreita relação entre a composição regional da amostra e a participação regional do PIB. A Tabela 1 mostra a composição em três grupos foram definidos a partir das respostas sobre a % do faturamento proveniente do mercado popular informada pelos executivos. As análises são realizadas para as empresas com foco no mercado popular e no mercado de alta renda, assim como uma análise complementar, comparando as empresas cujo 70% do faturamento é proveniente das classes populares em comparação às empresas nas quais apenas 30% do faturamento é proveniente destas classes, sendo os resultados apresentados a seguir. Tabela 1 Empresas da amostra segundo orientação para mercado de bens populares e mercado de alta renda Grupos de Empresas % do Total Nº de Empresas da Amostra Empresas com foco no mercado popular (> 50% faturamento C, D e E) 37 50% 7

8 Empresas mistas (= 50% faturamento C, D e E) 4 5 % Empresas com foco no mercado de alta renda (> 50% faturamento A e B) 34 45% Total de Empresas % Fonte: Elaborado pelos autores 4. Desempenho e estratégia das empresas com foco em bens populares: análise dos resultados Os dados extraídos do Balanço Anual da Gazeta Mercantil foram combinados aos dados primários sobre a orientação das empresas para os diferentes mercados e cabe ressaltar que todas as análises estão baseadas em valores reais, sendo que os dados coletados foram ajustados aos valores de 2001, utilizando para isto as taxas de variação nos preços do IGPM entre 1997 e A Tabela 2 a seguir resume os dados obtidos a partir das séries de 5 anos Tabela 2 Desempenho comparativo das empresas Grupos de Empresas (IPpop = % do faturamento proveniente do mercado popular C, D e E) Crescimento Receita Bruta - Média da Variação Anual Lucratividade (lucro líquido / receita bruta) Média (%) Resultado operacional líquido / receita bruta Média (%) Foco no mercado baixa renda (> 50% faturamento C, D e E) Foco no mercado alta renda (> 50% faturamento A e B) Maior concentração baixa renda (>= 70% faturamento C, D e E) Entre 30% e 70% (30%-70% faturamento C,D,E) Maior concentração alta renda (<= 30% faturamento C,D,E) 25,4 % 3,05 % 3,6 % -0,7 % -31,2 % -29,4 % 29,7 % 3,4 % 3,97 % 5,8 % -18,5 % -17,3 % -0,3 % -25,02 % -23,8 % Fonte: Elaborado pelos autores Uma primeira variável de desempenho analisada foi a variação da receita bruta, que fornece as informações sobre o crescimento médio anual dos dois grupos de empresas no período de 1997 a As análises desta variável mostram que as empresas focadas no mercado popular tiveram um crescimento médio anual de aproximadamente 25%, durante o período de 1997 a 2001, enquanto as empresas focadas nas classes A e B apresentaram uma queda anual de aproximadamente 0,70% na média. Estes dados se tornam ainda mais significativos quando comparados ao crescimento médio do PIB no período analisado (1997 a 2001), em que o PIB teve um crescimento médio anual real de 1,71%, número calculado a partir dos dados publicados na Conjuntura Econômica (2002). A segunda variável de desempenho analisada foi a lucratividade média, sendo que as empresas atuantes no mercado de bens populares a lucratividade foi de cerca de 3% em média, no período, ao passo que as empresas com foco em bens normais apresentaram 8

9 uma lucratividade média negativa de 33% (prejuízo). Ademais, o desvio padrão da lucratividade das empresas que atuam em bens normais é muito mais alto do que o desvio padrão da lucratividade das empresas com foco na baixa renda (141% e 8%, respectivamente), podendo-se dizer que o risco associado à atuação em bens para as classes A e B (bens normais ) é maior que o risco da atuação com ênfase nos bens populares. Por fim, os dados de desempenho em termos de resultados operacionais líquidos permitem avaliar o possível efeito do ganho financeiro na composição do resultado alcançado pelos dois grupos de empresas avaliados no estudo. Os dados mostram que o resultado operacional líquido/receita médio das empresas atuantes no mercado de bens populares foi de aproximadamente 4% no período, ao passo que as empresas focadas nas classes A e B tiveram um resultado médio negativo no período, de cerca de 30%. Os dados evidenciam que o crescimento superior obtido pelas empresas que atuam no mercado de bens populares, verificado no período, não advêm de aplicações financeiras, e sim de ações operacionais. Além disto, estas empresas apresentam uma variação muito menor no período (com desvios padrões menores), o que demonstra uma estabilidade de seu desempenho com relação aos seus resultados operacionais. Podendo-se concluir que houve um menor risco na atuação no mercado de bens populares do que no mercado de bens normais, para o período analisado. Estes resultados mostram que as empresas focadas no mercado de bens populares alcançaram, de fato, melhores resultados do que as empresas focadas nas classes A e B, no período de 5 anos (1997 a 2001), nos setores de alimentos, bebidas e fumo, vestuário, higiene e limpeza, eletrodomésticos e comércio varejista, confirmando a hipótese inicial do trabalho. Além destes resultados com relação ao desempenho das empresas, buscou-se identificar, a partir dos dados coletados por meio do questionário, o perfil estratégico das empresas focadas no mercado popular e as características de suas dimensões estratégicas, sendo possível identificar um perfil bem definido para estas empresas. Com relação ao posicionamento de preços, pode-se observar que as empresas que atuam no mercado de bens populares apresentam posicionamento de preços mais baixo para a maioria de seus produtos. Entre os respondentes deste grupo, 69% indicaram que a empresa está posicionada como uma das ofertantes de produtos simples e baratos e 9% afirmaram que a instituição atua como a ofertante dos produtos mais simples e baratos do mercado. Por outro lado, 78% das empresas que declararam ter seu foco em bens normais estão posicionadas como a ofertante dos produtos mais caros ou como uma das ofertantes de produtos caros e sofisticados, declarando um posicionamento de preços consistente com a teoria de Porter (1986), com relação a estratégias de baixo custo (preços mais baixos) e diferenciação (preços elevados). Adicionalmente, as empresas focadas no mercado de bens populares declararam estar voltadas a atender principalmente os consumidores das classes C, D e E, com 81% das respostas. Observamos que somente 9% focam apenas as classes D, E, mas a maioria se dedica ao atendimento das classes C, D e E em conjunto (56%) ou apenas a classe C (26%). Mas apenas 9% destas empresas dedicam-se às classes A e B, o que é consistente com a definição de bens populares aqui apresentada e com os outros dados coletados no trabalho. Já as empresas com foco nos bens normais tiveram os dados mais dispersos, sendo que 57% declararam ter as classes A e B como principal classe de consumidores, sendo que 33% das empresas declararam atender também a classe C. 9

10 Com relação às dimensões estratégicas das empresas, a partir das médias dos valores de 0 (zero) a 10 (dez), atribuídos pelos respondentes para as dimensões estratégicas anteriormente mencionadas, foi possível fazer uma comparação entre os perfis estratégicos dos dois grupos de empresas analisados, conforme mostra o Gráfico 2 a seguir. Gráfico 2 Perfil das Dimensões Estratégicas dos Grupos de Empresas Perfil das Dimensões Estratégicas das Empresas Importância para Estratégia 9,00 8,00 7,00 6,00 5,00 Preço 7,26 6,61 6,70 6,04 6,13 6,26 Especialização Atendimento Canal 7,43 6,39 Tecnologia 7,70 6,96 Custo 7,13 6,96 Marcas 8,13 7,30 Qualidade 8,30 7,61 Dimensões Estratégicas Empresas com foco em bens populares Empresas com foco em alta renda Fonte: Elaborado pelos autores Fazendo uma análise dos dados para as empresas com foco em bens populares, estas estão posicionadas como ofertantes de produtos simples e baratos, com uma forte valorização do atributo preço, sendo este um importante fator de competitividade das empresas. Por meio destes preços mais baratos a empresa consegue atingir uma parcela da população com renda limitada, mas tendo fatores que garantam a sustentabilidade dos preços mais baixo, por meio de uma prática de baixos custos, não somente na produção, como também na redução dos custos de outros atributos do produto, desde os serviços a ele agregados, até a tecnologia utilizada, a forma de comunicação e outras características detalhadas a seguir. Por outro lado, embora seja clara a preocupação em oferecer produtos com preços mais baixos, um dado surpreendente é que estas empresas buscam e valorizam a qualidade de seus produtos, atendendo a todos os níveis de qualidade em termos de matérias-primas, especificações, observância das tolerâncias e oferecendo esta qualidade aos seus clientes de baixa renda. 10

11 Para garantir os menores preços, além da preocupação com os custos de produção, as empresas focadas no mercado popular apresentam um menor grau de especialização, diferenciação de suas marcas, promovem menores investimentos de divulgação da marca nos canais de distribuição, não buscando uma liderança tecnológica e de atendimento. Reduzindo os investimentos nestes atributos, as empresas conseguem oferecer produtos mais baratos, mas simples, embora a qualidade seja adequada para o público das classes C, D e E. As empresas que atuam no mercado popular estão menos focalizadas em segmentos específicos, ou seja, atendem a uma gama mais ampla do mercado do que as empresas focadas em bens normais, que focalizam seus esforços em termos de amplitude da linha. Além disso, as empresas voltadas para o mercado popular, apesar de terem uma preocupação em buscar diferenciação de sua marca, não fazem altos investimentos nas mídias tradicionais, tendo uma preocupação maior com os preços como fator de competitividade, e, além disto, estão mais propensas a apoiar os canais de distribuição e os pontos de venda de seus produtos do que desenvolver a identificação da marca junto ao consumidor final. Por outro lado, as empresas voltadas para as classes A e B fazem altos investimentos com vistas a desenvolver a identificação e diferenciação da marca diretamente junto ao consumidor final, fazendo investimentos em comunicação. No que se refere ao quesito tecnologia, as empresas focadas em bens populares procuram em menor grau a liderança tecnológica e o desenvolvimento de pesquisa avançada do que aquelas que atuam no mercado de bens normais. Entretanto, estas empresas utilizam a tecnologia já difundida para oferecerem produtos de qualidade, embora menos sofisticados em termos de avanço e novidades tecnológicas. Na dimensão atendimento, as empresas voltadas para os bens populares proporcionam aos seus clientes uma menor quantidade de serviços auxiliares, tais como assistência técnica, rede própria de atendimento, crédito, entre outros. Embora tenham uma preocupação em oferecer serviços auxiliares, estão mais próximas de prestar o atendimento básico do que as empresas que atuam no mercado de bens normais, que prestam serviços agregados mais sofisticados, buscando a diferenciação de seus produtos. Voltando à questão da qualidade, vale destacar que os dois grupos de empresas demonstraram ter uma grande preocupação com a qualidade no que se refere às matériasprimas utilizadas, às especificações e observância de tolerâncias e ao atendimento aos rigorosos padrões internacionais. Um dado interessante apresentado no levantamento refere-se à nota média atribuída pelos respondentes das empresas com foco em bens populares para a dimensão qualidade (8,30), sendo esta a mais alta dentre todas as dimensões analisadas nos trabalho. Este resultado sugere uma quebra do paradigma de que as empresas atuantes em mercado de bens populares não possuem foco em qualidade. Os resultados evidenciam a preocupação destas empresas com a adequação da qualidade de seus produtos, matérias-primas e especificações, mesmo sendo produtos mais simples quanto a atributos tecnológicos específicos ou atributos complementares, como diferenciação da marca, atendimento e serviços auxiliares agregados. Outra dimensão estratégica a ser destacada está relacionada ao custo. Os dois grupos analisados apresentaram um grau semelhante de busca à posição de mais baixo custo na fabricação e distribuição de seus produtos, por meio dos investimentos em instalações ou equipamentos. As empresas com foco em bens populares apresentam um grau ligeiramente mais alto neste quesito em relação às empresas que atuam no mercado de bens normais, o que era de se esperar tendo em vista o conjunto das estratégias dos dois grupos. No entanto, 11

12 esta diferença é pequena e permite afirmar que nos dois grupos há preocupação com a estrutura de custos, investimento em instalações e adoção de equipamentos e métodos que auxiliem na redução dos gastos, cada qual dentro de sua categoria. Fica claro pelos dados que a dimensão crítica para a competitividade das empresas com foco em bens populares é o preço. Esta é a dimensão onde existe a maior diferença na avaliação dos dois grupos de empresas. As empresas focadas em bens populares procuram ganhar vantagens competitivas oferecendo produtos mais baratos e simples, com menor conteúdo tecnológico avançado, menor identificação da marca junto ao consumidor final, menor gama de serviços agregados, mas com qualidade adequada pata atender as classes C, D e E. A preocupação com os custos é fator relevante, mas não exclusivo deste grupo de empresas. Os resultados sobre as dimensões estratégicas das empresas permitiram que a definição de um perfil estratégico claro e consistente das empresas com foco em bens populares, que devem influenciar o desempenho superior destas empresas. O Quadro 1 abaixo apresenta uma síntese deste perfil estratégico. Quadro 1 - Variáveis críticas para a estratégia das empresas com foco no mercado de baixa renda Variáveis críticas relevantes Preço Custo Canal de distribuição e diferenciação Qualidade Especialização / Diversidade de produtos e segmentação Atendimento Identificação da marca e publicidade Tecnologia Fonte: Elaborado pelos autores Variável mais relevante para a estratégia das empresas, que praticam os preços mais baixos do mercado, tendo este fator como principal componente competitivo Estas empresas têm os baixos custos como importante componente estratégico, investindo em instalações, equipamentos e métodos que reduzam os custos, buscando praticar o menor custo possível como principal fator estratégico, ao lado dos preços baixos Embora a competitividade destas empresas sejam provenientes dos baixos preços, as empresas buscam um certo grau de diferenciação da sua marca. Entretanto, a principal forma de fazer esta diferenciação não é por via publicidade, ou seja, por meio de investimentos para desenvolver a identificação da marca diretamente com o consumidor final, mas por meio da promoção e apoio aos canais de distribuição e pontos de venda de seu produto Quanto ao nível de qualidade, a empresa busca atender a todos os requisitos em termos de matérias-primas, especificações, observância das tolerâncias, etc. Variáveis menos relevantes Com relação ao grau em que a empresa focaliza seus esforços em termos da amplitude da linha de produtos ou segmentos de mercado, as empresas com foco no mercado popular focam em menos produtos ou segmentos de mercado do que as empresas com foco nas classes A e B, que atuam com uma maior amplitude de produtos/segmentos Com relação aos serviços auxiliares prestados com a sua linha de produtos, como assistência técnica, uma rede própria de atendimento, as empresas não proporcionam serviços auxiliares sofisticados e diferenciados, prestando apenas o atendimento básico. a empresa não busca a diferenciação da sua marca como principal fator competitivo, via publicidade, força de vendas, embalagem ou outros investimentos, de forma diferente das empresas com foco nas classes A e B que desenvolvem totalmente a identificação da marca junto ao consumidor final, sendo que estas empresas buscam a diferenciação junto aos canais de distribuição Quanto ao grau em que a empresa procura a liderança tecnológica no seu setor versus um comportamento imitativo em termos de tecnologias de produtos e processos, a empresa focada no mercado popular não desenvolve pesquisas, utilizando tecnologias já conhecidas e difundidas. 5. Considerações Finais e Recomendações de Estudos Futuros 12

13 A partir da análise dos dados pode-se dizer que, no difícil período pós Plano Real, entre 1997 e 2001, mesmo com pequeno crescimento do PIB e pouca evolução da renda, as empresas orientadas para o mercado popular obtiveram resultados sensivelmente melhores do que os apresentados pelo grupo de empresas focadas em mercados de mais alta renda. Essa constatação é bastante relevante para as empresas e investidores, uma vez que o mercado de bens populares se revela, de fato, interessante, não apenas pelo potencial de crescimento sugerido pelas características do mercado, mas pelos resultados efetivamente apresentados pelas empresas que nele atuam. E o perfil estratégico apresentado pelas empresas com foco no mercado popular é coerente com a estratégia de baixo custo proposta por Porter (1989), sendo que um produtor de baixo custo deve descobrir e explorar todas as fontes de vantagem de custo, quase sempre oferecendo produtos mais simples, dando uma ênfase considerável à obtenção de vantagens de custo absoluto e de escala em todas as fontes. Os resultados obtidos demonstram exatamente que os produtores de bens populares buscam as vantagens de custos não somente na escala (produção e distribuição), mas também por meio de uma ênfase menor em gastos com publicidade, força de vendas e serviços auxiliares dos que as empresas focadas nas classes de alta renda. Os resultados da pesquisa mostram que, como alternativa aos altos gastos com publicidade para a divulgação da marca, as empresas apostam em um maior apoio aos canais de distribuição e ponto de venda para atingir seu público popular. Quanto à tecnologia, não são feitos altos investimentos em tecnologia de ponto, entretanto é utilizada a tecnologia mais barata e já difundida, o que é compatível com as idéias apresentadas por Wright e Cardoso (2000). Por outro lado, esta posição contradiz a teoria proposta por Prahalad (2005), de que é necessário desenvolver tecnologia apropriada para os mercados de baixa renda, sendo esta tecnologia avançada e exigindo altos investimentos. Há uma lógica interna na estratégia das empresas com foco no mercado popular, sendo que todas as dimensões apresentam uma consistência e coerência entre si. Como são empresas focadas em um público de menor renda, são ofertados produtos com preços mais baixos. Isso implica em praticar menores custos nas dimensões especialização, diferenciação das marcas, canais de distribuição, liderança tecnológica e atendimento. Os produtos oferecidos são mais simples, têm menos serviços agregados, menor preocupação com a liderança tecnológica e, portanto, custos mais baixos com relação a estes itens. Por outro lado, embora simples, são produtos de qualidade, sendo nítida a preocupação das empresas com a qualidade dos produtos oferecidos. Segundo Prahalad (2005), a qualidade dos produtos oferecidos para a classe popular, ou base da pirâmide, é extremamente relevante pois estes consumidores são conscientes de valor e querem alta qualidade a preços acessíveis. Para as empresas que atuam também junto às classes A e B, com linhas de produto específicas, a estratégia de baixo custo se mostra relevante para impedir a entrada de concorrentes e garantir os lucros dos produtos de maior margem, conforme defendido pelo modelo da pirâmide de produtos de Slywotzky e Morrison (1998), no qual as empresas atendem as classes populares com linhas de produtos mais simples e baratos, impedindo a entrada de novos concorrentes e garantindo a lucratividade também das linhas de produtos mais caros e sofisticados, voltados para as classes mais altas. Com base nestes resultados foi possível, por meio da pesquisa de campo e análises realizadas, atender aos objetivos do trabalho e alcançar uma melhor compreensão sobre o desempenho e estratégia das empresas com foco no mercado popular no Brasil. Evidentemente o trabalho carrega limitações, sendo que um estudo como este não permite 13

14 que sejam descobertas todas as razões causadoras dos fenômenos aqui estudados. Todavia, pode-se considerar como válido esse primeiro esforço e contribuição do trabalho no sentido de apresentar os resultados reais das empresas que atuam neste mercado, não apenas destacando seu potencial ou casos isolados de sucesso, mas por meio de uma análise estruturada, que combinou um caráter exploratório e análises de natureza descritiva, no sentido de descrever a situação das empresas com foco em bens populares em comparação às atuantes no mercado de bens normais. Também foram trabalhadas as questões inerentes ao desempenho e perfil estratégico desses dois grupos. Segundo Martins (2001), a estatística descritiva, utilizada para as análises deste trabalho, tem por objetivo descrever e analisar determinada população sem pretender tirar conclusões de caráter mais genérico. Para estudos futuros propõe-se um aprofundamentos do entendimento das todas as causas que justificam os diferentes desempenhos apresentados pelas empresas, assim como uma análise aprofundada as características das dimensões estratégicas das empresas, com uma ampliação da gama de empresas e do período analisado, promovendo a elaboração de um modelo estatístico que permita a comprovação estatística e a generalização dos resultados identificados nesta pesquisa exploratória. Os resultados obtidos com este trabalho poderiam servir de referência também para uma análise aprofundada sobre as possíveis alternativas estratégicas de crescimento utilizadas pelas empresas bem-sucedidas no mercado de bens populares. Uma destas alternativas seria a atuação internacional, ou seja, como estas empresas que já atuam com excelentes resultados no Brasil poderiam se estruturar e definir estratégias para atender aos mercados de bens populares de outros países emergentes que representam um enorme potencial de mercado, conforme destacado por Bremer (2006), Kirkbride e Ward (2001), Wilson e Purushothaman (2003), Wilson e Purushothaman e Fiotakis (2005), Wilson (2005) e Bremer (2006), havendo mais de 4 bilhões de pessoas ao redor do mundo vivendo com menos de 1500 dólares anuais, que constituem um mercado global de baixa renda, conforme Prahalad (2005), Hammond (2004), do World Resources Institute em Washington (apud Ryan, 2004) e Khanna, Palepu e Sinha (2005). Vale destacar que muitos desafios apontados pelos autores London e Hart (2004), Prahalad e Hart (2002), Hart e Milstein (1999) para as empresas que pretendem atuar no mercado popular foram superados pelas empresas analisadas nesta pesquisa, que apresentaram uma estratégia bem definida com relação a política de preços, custos, utilização de tecnologia disponível e divulgação das marcas e que devem atuar com sucesso nos mercados semelhantes. Outra questão interessante de abordar é a tecnológica, de tal forma a esclarecer a estratégia apresentada pelo grupo de empresas voltadas para o mercado popular na pesquisa, que utilizam tecnologia já disseminada versus os resultados de pesquisa apresentados por Prahalad (2005), onde ele propõe o desenvolvimento de novas tecnologias específicas para este mercado. Estas propostas gerariam resultados relevantes para as empresas e para o bem-estar da sociedade brasileira, pois poderiam indicar caminhos de crescimento e emprego. Baseados em estudos desta natureza seria possível apontar resultados expressivos de crescimento, lucratividade e baixo risco para um conjunto de empresas cuja atuação é coerente com as necessidades do consumidor de bens populares no Brasil e em outros países emergentes. 6. Referências Bibliográficas 14

15 AAKER, D. A. KUMAR, V. DAY, G. S. Pesquisa de marketing. São Paulo: Atlas, BREMER, I. Taking a brick out of BRIC. Fortune.Vol Issue 3. 2/20/2006. CONJUNTURA ECONÔMICA. Conjuntura Estatística. Vol. 56. Nº 08. Agosto, CHOI, C. J. LEE, S. H. MILLAR, C. Trust and enforcement in emerging business sistems. In: International business organization: subsidiary management, entry strategies and emerging markets. Editors: CHAPMAN, F. B. M. CROSS, A. Great Britain: MacMillan Press, CUI, G. LUI, H.K. Order of entry and performance of multinational corporations in na emerging market: a contingent resource perspective. Journal of International Marketing. American Marketing Association. Vol. 13. No DE SOTO, H. The mystery of capital: why capitalism triumphs in the West and fails everywhere else. Basic Books: New York, FERGUSON, C. E. Teoria microeconômica. Forense Universitária: Rio de Janeiro, GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, GIOVINAZZO, R. A. Um estudo sobre o desempenho e a estratégia das empresas que atuam no mercado de bens populares no Brasil. Dissertação (Mestrado em Administração de Empresas). Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, GREEN, P. E. CARMONE, F. J. Multidimensional scaling and related techniques in marketing analysis. Boston: Mass. Allyn, HART, S. L. MILSTEIN, M. B. Global sustainability and the creative destruction of industries. Sloan Management Review. Massachusetts: , p IBGE. Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 1993/2004. Disponível em Brasília: IBGE, Acesso em dezembro/2005. KHANNA, T. KRISHNA, G. P. SINHA, J. Strategies that fit emerging markets. Harvard Business Review. Boston: June, KHANNA, T. RIVKIN, J. W. The structure of profitability around the world. Harvard Business School. Working Paper. Boston: KIRKBRIDE, P. WARD, K. Globalization: the internal dynamic. England: John Wiley e Sons, KIRSCH, R. J. LAIRD, K. R. EVANS, T. G. The entry of international CPA firms into emerging markets: motivational factors and growth strategies. In: The international Journal of Accounting. Vol. 35, No 1. ISSN LONDON, T. HART, S. L. Reinventing strategies for emerging markets: beyond the transnational model. Journal of International Business Studies. Washington: Sep Vol. 35, Iss. 5; p

16 MALHORTA, N. Marketing research: an applied orientation. 2 nd ed. Upper Sadlle River: Prentice Hall, MARTINS, G. A. Estatística geral e aplicada. São Paulo: Atlas, MATTAR, F. N. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas, MEYER, K. E. Perspectives on multinationals enterprises in emerging economies. Journal of International Business Studies. Palgrave Macmillan. Vol. 35. Issue PENG, M. LUO, Y. Managerial ties and firm performance in a transition economy. Academy of Management Journal PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. Makron Books: São Paulo, PORTER, M. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, PORTER, M. Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. Rio de Janeiro: Campus, PRAHALAD, C. K. HART, S.L. The fortune at the bottom of pyramid. Strategy and Business Journal.26: First quarter, PRAHALAD, C. K. A riqueza na base da pirâmide: como erradicar a pobreza com o lucro. Porto Alegre: Bookman, RICART, J. E. ENRIGHT, M. GHEMAWAT, P. HART, S.L. KHANNA, T. New frontiers in international strategy. Journal of International Business Studies. Palgrave Macmillan. Vol. 35. Issue RYAN, C. Fighting poverty with profit. Appropriate technology. Washington: Hemel Hempestead. Vol 31. Sep SELLTIZ, C. WRIGHTSMAN, L. COOK, S. H. Métodos de pesquisa nas relações sociais. 2ª edição. São Paulo: EPU Editora Pedagógica e Universitária, SLYWOTZKY, A. J. MORRISON, D. J. A estratégia focada no lucro. Profit zone: desvendando os segredos da lucratividade. Rio de Janeiro: Campus, THE BOSTON CONSULTING GROUP. Mercados pouco explorados: descobrindo a classe C. São Paulo: BCG, VARIAN, H. R.; Intermediate microeconomics: a modern approach. 3rd ed. USA: W.W. Norton & Company, WILSON, D. PURUSHOTHAMAN, R. Dreaming with BRICs: the path to Goldman Sachs Global Economics. Paper No 99. October, WILSON, D. PURUSHOTHAMAN, R. FIOTAKIS, T. The BRICs and global markets: crude, cars and capital. Goldman Sachs Global Economic. Paper No 118, October WILSON, D. The BRICs have arrived: a growing new force in global markets. Institutional Investor International Edition. Vol. 30. Issue 3. Special Section. March

17 WRIGHT, James T. C. De volta ao fusca ou uma nova política industrial?. O Estado de São Paulo. Caderno Economia, p.2. São Paulo, WRIGHT, J. T. C.; CARDOSO, M. V. Oportunidades estrategicas en el segmento de baja renta en América del Sur. In.: Anais do XII Congresso Latino-Americano de Estratégia. Puebla, México,

1. O Contexto do SBTVD

1. O Contexto do SBTVD CT 020/06 Rio de Janeiro, 27 de janeiro de 2006 Excelentíssimo Senhor Ministro Hélio Costa MD Ministro de Estado das Comunicações Referência: Considerações sobre o Sistema Brasileiro de Televisão Digital

Leia mais

No capítulo 3 estão concentrados todos os assuntos relacionados à metodologia utilizada nesse trabalho de pesquisa. Ou seja, tipo de pesquisa, método

No capítulo 3 estão concentrados todos os assuntos relacionados à metodologia utilizada nesse trabalho de pesquisa. Ou seja, tipo de pesquisa, método 14 1 Introdução Este estudo visa identificar os atributos e seus respectivos níveis mais importantes na definição da contratação de serviços de consultoria estratégica pelas operadoras de telecomunicações.

Leia mais

5 Considerações finais

5 Considerações finais 5 Considerações finais A dissertação traz, como foco central, as relações que destacam os diferentes efeitos de estratégias de marca no valor dos ativos intangíveis de empresa, examinando criticamente

Leia mais

Desempenho de Operações. EAD 0763 Aula 2 Livro Texto Cap.2 Leonardo Gomes

Desempenho de Operações. EAD 0763 Aula 2 Livro Texto Cap.2 Leonardo Gomes Desempenho de Operações EAD 0763 Aula 2 Livro Texto Cap.2 Leonardo Gomes Agenda da aula 1 Desempenho de operações 2 Estudo de caso Capítulo 2- Desempenho de Operações Desempenho de operações Como avaliar

Leia mais

1ºAgroMarketing O ALINHAMENTO DO PLANEJAMENTO DE MARKETING AO BUSINESS-PLAN DE EMPRESAS DO AGRONEGÓCIO. Mauricio Sampaio

1ºAgroMarketing O ALINHAMENTO DO PLANEJAMENTO DE MARKETING AO BUSINESS-PLAN DE EMPRESAS DO AGRONEGÓCIO. Mauricio Sampaio 1ºAgroMarketing O ALINHAMENTO DO PLANEJAMENTO DE MARKETING AO BUSINESS-PLAN DE EMPRESAS DO AGRONEGÓCIO Mauricio Sampaio Definições e Conceitos Visão Missão Administração Estratégica Planejamento Estratégico

Leia mais

Orientações para elaborar um. Plano de Negócios

Orientações para elaborar um. Plano de Negócios Orientações para elaborar um Plano de Negócios Maio de 2010 www.nascente.cefetmg.br Página 1 Apresentação Este documento contém um roteiro básico de Plano de Negócios. O objetivo é permitir que o futuro

Leia mais

O QUE É ATIVO INTANGÍVEL?

O QUE É ATIVO INTANGÍVEL? O QUE É ATIVO INTANGÍVEL?! Quais as características do Ativo Intangível?! O problema da mensuração dos Ativos Intangíveis.! O problema da duração dos Ativos Intangíveis. Francisco Cavalcante(f_c_a@uol.com.br)

Leia mais

MODELO DE PLANO DE NEGÓCIO

MODELO DE PLANO DE NEGÓCIO MODELO DE PLANO DE NEGÓCIO 1 Informações sobre o responsável pela proposta. Nome : Identidade: Órgão Emissor: CPF: Endereço: Bairro: Cidade: Estado: CEP: Telefone: FAX: E-mail Formação Profissional: Atribuições

Leia mais

SINCOR-SP 2015 DEZEMBRO 2015 CARTA DE CONJUNTURA DO SETOR DE SEGUROS

SINCOR-SP 2015 DEZEMBRO 2015 CARTA DE CONJUNTURA DO SETOR DE SEGUROS DEZEMBRO 20 CARTA DE CONJUNTURA DO SETOR DE SEGUROS 1 Sumário Palavra do presidente... 3 Objetivo... 4 1. Carta de Conjuntura... 5 2. Análise macroeconômica... 6 3. Análise do setor de seguros 3.1. Receita

Leia mais

SINCOR-SP 2015 NOVEMBRO 2015 CARTA DE CONJUNTURA DO SETOR DE SEGUROS

SINCOR-SP 2015 NOVEMBRO 2015 CARTA DE CONJUNTURA DO SETOR DE SEGUROS NOVEMBRO 20 CARTA DE CONJUNTURA DO SETOR DE SEGUROS 1 Sumário Palavra do presidente... 3 Objetivo... 4 1. Carta de Conjuntura... 5 2. Análise macroeconômica... 6 3. Análise do setor de seguros 3.1. Receita

Leia mais

ANO 4 NÚMERO 25 MARÇO DE 2014 PROFESSORES RESPONSÁVEIS: FLÁVIO RIANI & RICARDO RABELO

ANO 4 NÚMERO 25 MARÇO DE 2014 PROFESSORES RESPONSÁVEIS: FLÁVIO RIANI & RICARDO RABELO ANO 4 NÚMERO 25 MARÇO DE 2014 PROFESSORES RESPONSÁVEIS: FLÁVIO RIANI & RICARDO RABELO 1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS Em geral as estatísticas sobre a economia brasileira nesse início de ano não têm sido animadoras

Leia mais

Plano de Negócios e Pesquisas de Mercado: Ninguém Vive Sem

Plano de Negócios e Pesquisas de Mercado: Ninguém Vive Sem Plano de Negócios e Pesquisas de Mercado: Ninguém Vive Sem Henrique Montserrat Fernandez Muitas pessoas, antes de abrir a empresa, já têm uma idéia do que ela produzirá. Mas será que é isso que os clientes

Leia mais

7 etapas para construir um Projeto Integrado de Negócios Sustentáveis de sucesso

7 etapas para construir um Projeto Integrado de Negócios Sustentáveis de sucesso 7 etapas para construir um Projeto Integrado de Negócios Sustentáveis de sucesso Saiba como colocar o PINS em prática no agronegócio e explore suas melhores opções de atuação em rede. Quando uma empresa

Leia mais

1. Introdução. 1.1 Contextualização do problema e questão-problema

1. Introdução. 1.1 Contextualização do problema e questão-problema 1. Introdução 1.1 Contextualização do problema e questão-problema A indústria de seguros no mundo é considerada uma das mais importantes tanto do ponto de vista econômico como do ponto de vista social.

Leia mais

Capítulo 2 Objetivos e benefícios de um Sistema de Informação

Capítulo 2 Objetivos e benefícios de um Sistema de Informação Capítulo 2 Objetivos e benefícios de um Sistema de Informação 2.1 OBJETIVO, FOCO E CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO. Os Sistemas de Informação, independentemente de seu nível ou classificação,

Leia mais

ipea políticas sociais acompanhamento e análise 7 ago. 2003 117 GASTOS SOCIAIS: FOCALIZAR VERSUS UNIVERSALIZAR José Márcio Camargo*

ipea políticas sociais acompanhamento e análise 7 ago. 2003 117 GASTOS SOCIAIS: FOCALIZAR VERSUS UNIVERSALIZAR José Márcio Camargo* GASTOS SOCIAIS: FOCALIZAR VERSUS UNIVERSALIZAR José Márcio Camargo* Como deve ser estruturada a política social de um país? A resposta a essa pergunta independe do grau de desenvolvimento do país, da porcentagem

Leia mais

ANALISANDO O INVESTIMENTO EM TECNOLOGIA

ANALISANDO O INVESTIMENTO EM TECNOLOGIA ANALISANDO O INVESTIMENTO EM TECNOLOGIA Mariano Yoshitake Francisco Santos Ventura Ricardo Krayuska Araujo Fabrício Antão de Sousa Thais Vieira Damasceno RESUMO Este artigo foi realizado como parte das

Leia mais

Avaliação Econômica. Relação entre Desempenho Escolar e os Salários no Brasil

Avaliação Econômica. Relação entre Desempenho Escolar e os Salários no Brasil Avaliação Econômica Relação entre Desempenho Escolar e os Salários no Brasil Objetivo da avaliação: identificar o impacto do desempenho dos brasileiros na Educação Básica em sua renda futura. Dimensões

Leia mais

Empreenda! 9ª Edição Roteiro de Apoio ao Plano de Negócios. Preparamos este roteiro para ajudá-lo (a) a desenvolver o seu Plano de Negócios.

Empreenda! 9ª Edição Roteiro de Apoio ao Plano de Negócios. Preparamos este roteiro para ajudá-lo (a) a desenvolver o seu Plano de Negócios. Empreenda! 9ª Edição Roteiro de Apoio ao Plano de Negócios Caro (a) aluno (a), Preparamos este roteiro para ajudá-lo (a) a desenvolver o seu Plano de Negócios. O Plano de Negócios deverá ter no máximo

Leia mais

Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes 1

Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes 1 Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes 1 Fernanda De Negri Luiz Ricardo Cavalcante No período entre o início da década de 2000 e a eclosão da crise financeira internacional, em 2008, o Brasil

Leia mais

Relatório de Pesquisa. Março 2013

Relatório de Pesquisa. Março 2013 Relatório de Pesquisa SONDAGEM CONJUNTURAL DO VAREJO BRASILEIRO Março 2013 SONDAGEM CONJUNTURAL DO VAREJO BRASILEIRO Pesquisa realizada pela CNDL e SPC Brasil. Foram ouvidos em todo o país 615 varejistas.

Leia mais

Neste contexto, o Fluxo de Caixa torna-se ferramenta indispensável para planejamento e controle dos recursos financeiros de uma organização.

Neste contexto, o Fluxo de Caixa torna-se ferramenta indispensável para planejamento e controle dos recursos financeiros de uma organização. UNIDADE II FLUXOS DE CAIXA Em um mercado competitivo, a gestão eficiente dos recursos financeiros, torna-se imprescindível para o sucesso da organização. Um bom planejamento do uso dos recursos aliado

Leia mais

Roteiro SENAC. Análise de Riscos. Planejamento do Gerenciamento de Riscos. Planejamento do Gerenciamento de Riscos

Roteiro SENAC. Análise de Riscos. Planejamento do Gerenciamento de Riscos. Planejamento do Gerenciamento de Riscos SENAC Pós-Graduação em Segurança da Informação: Análise de Riscos Parte 2 Leandro Loss, Dr. Eng. loss@gsigma.ufsc.br http://www.gsigma.ufsc.br/~loss Roteiro Introdução Conceitos básicos Riscos Tipos de

Leia mais

Resultados da Pesquisa IDIS de Investimento Social na Comunidade 2004

Resultados da Pesquisa IDIS de Investimento Social na Comunidade 2004 Resultados da Pesquisa IDIS de Investimento Social na Comunidade 2004 Por Zilda Knoploch, presidente da Enfoque Pesquisa de Marketing Este material foi elaborado pela Enfoque Pesquisa de Marketing, empresa

Leia mais

SINCOR-SP 2016 FEVEREIRO 2016 CARTA DE CONJUNTURA DO SETOR DE SEGUROS

SINCOR-SP 2016 FEVEREIRO 2016 CARTA DE CONJUNTURA DO SETOR DE SEGUROS FEVEREIRO 2016 CARTA DE CONJUNTURA DO SETOR DE SEGUROS 1 Sumário Palavra do presidente... 3 Objetivo... 4 1. Carta de Conjuntura... 5 2. Estatísticas dos Corretores de SP... 6 3. Análise macroeconômica...

Leia mais

Conceito e Processo do Planejamento Estratégico

Conceito e Processo do Planejamento Estratégico ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Estratégia de Negócios em TI (Parte 2) Conceito e Processo do Planejamento Prof. Me. Walteno Martins Parreira Jr Vídeo: Os três porquinhos http://www.youtube.com/watch?v=eo4msbm113g

Leia mais

Indicadores de Risco Macroeconômico no Brasil

Indicadores de Risco Macroeconômico no Brasil Indicadores de Risco Macroeconômico no Brasil Julho de 2005 Risco Macroeconômico 2 Introdução: Risco Financeiro e Macroeconômico Um dos conceitos fundamentais na área financeira é o de risco, que normalmente

Leia mais

SONDAGEM ESPECIAL PRODUTIVIDADE RIO GRANDE DO SUL. Sondagem Especial Produtividade Unidade de Estudos Econômicos Sistema FIERGS

SONDAGEM ESPECIAL PRODUTIVIDADE RIO GRANDE DO SUL. Sondagem Especial Produtividade Unidade de Estudos Econômicos Sistema FIERGS SONDAGEM ESPECIAL PRODUTIVIDADE 32,1% das empresas da indústria de transformação não aumentaram sua produtividade nos últimos 5 anos. Na indústria da construção este percentual sobe para 46,9%. 25% das

Leia mais

DETERMINAÇÃO DO PREÇO NA EMPRESA

DETERMINAÇÃO DO PREÇO NA EMPRESA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS - UNICAMP INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS - IFCH DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E PLANEJAMENTO ECONÔMICO - DEPE CENTRO TÉCNICO ECONÔMICO DE ASSESSORIA EMPRESARIAL

Leia mais

CURSO. Master in Business Economics 1. vire aqui

CURSO. Master in Business Economics 1. vire aqui CURSO MASTER In Business Economics Master in Business Economics 1 vire aqui DISCIPLINAs O aluno poderá solicitar a dispensa das disciplinas básicas: Matemática Básica, Estatística Aplicada e Contabilidade.

Leia mais

Como IDENTIFICAr AS oportunidades E CoNqUISTAr o ClIENTE

Como IDENTIFICAr AS oportunidades E CoNqUISTAr o ClIENTE Como IDENTIFICAr AS oportunidades E CoNqUISTAr o ClIENTE A abertura de empresas tem uma grande importância na sociedade em que vivemos, pois gera diversos benefícios, como empregos e riquezas para o país.

Leia mais

COMPETITIVIDADE EM PECUÁRIA DE CORTE

COMPETITIVIDADE EM PECUÁRIA DE CORTE ARTIGOS TÉCNICOS 04/2006 Júlio Otávio Jardim Barcellos Médico Veterinário, D.Sc - Zootecnia Professor Adjunto Depto Zootecnia UFRGS julio.barcellos@ufrgs.br Guilherme Cunha Malafaia Aluno do Curso de Pós

Leia mais

Curitiba, 25 de agosto de 2010. SUBSÍDIOS À CAMPANHA SALARIAL COPEL 2010 DATA BASE OUTUBRO 2010

Curitiba, 25 de agosto de 2010. SUBSÍDIOS À CAMPANHA SALARIAL COPEL 2010 DATA BASE OUTUBRO 2010 Curitiba, 25 de agosto de 2010. SUBSÍDIOS À CAMPANHA SALARIAL COPEL 2010 DATA BASE OUTUBRO 2010 1) Conjuntura Econômica Em função dos impactos da crise econômica financeira mundial, inciada no setor imobiliário

Leia mais

3 O Panorama Social Brasileiro

3 O Panorama Social Brasileiro 3 O Panorama Social Brasileiro 3.1 A Estrutura Social Brasileira O Brasil é um país caracterizado por uma distribuição desigual de renda. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios

Leia mais

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA ORÇAMENTO PÚBLICO Atualizado em 16/10/2015 ORÇAMENTO PÚBLICO O orçamento anual da União é composto pelos orçamentos: Fiscal, da Seguridade Social e de Investimento

Leia mais

Transcrição da Teleconferência Resultados do 3T09 - Inpar 18 de novembro de 2009

Transcrição da Teleconferência Resultados do 3T09 - Inpar 18 de novembro de 2009 Transcrição da Teleconferência Resultados do 3T09 - Inpar 18 de novembro de 2009 Bom dia, e obrigada por aguardarem. Sejam bem-vindos à teleconferência da Inpar para discussão dos resultados referentes

Leia mais

COMPONENTES DA ESTRUTURA DO PLANO DE NEGÓCIO

COMPONENTES DA ESTRUTURA DO PLANO DE NEGÓCIO COMPONENTES DA ESTRUTURA DO PLANO DE NEGÓCIO No Modelo de Plano de Negócio, disponível no seu ambiente do Concurso você terá um passo a passo para elaborar o seu Plano, bem como todo o conteúdo necessário

Leia mais

5 CONCLUSÃO. 5.1. Resumo

5 CONCLUSÃO. 5.1. Resumo 70 5 CONCLUSÃO 5.1. Resumo Conforme visto no capítulo anterior, por meio das análises dos resultados da pesquisa de campo, realizadas no software SPSS 17.0 versão Windows, foram obtidas as funções de utilidade;

Leia mais

INVESTIMENTO A LONGO PRAZO 1. Princípios de Fluxo de Caixa para Orçamento de Capital

INVESTIMENTO A LONGO PRAZO 1. Princípios de Fluxo de Caixa para Orçamento de Capital 5 INVESTIMENTO A LONGO PRAZO 1. Princípios de Fluxo de Caixa para Orçamento de Capital 1.1 Processo de decisão de orçamento de capital A decisão de investimento de longo prazo é a decisão financeira mais

Leia mais

Política monetária e senhoriagem: depósitos compulsórios na economia brasileira recente

Política monetária e senhoriagem: depósitos compulsórios na economia brasileira recente Política monetária e senhoriagem: depósitos compulsórios na economia brasileira recente Roberto Meurer * RESUMO - Neste artigo se analisa a utilização dos depósitos compulsórios sobre depósitos à vista

Leia mais

Aula 12. Definição do Orçamento do Plano de Marketing. Profa. Daniela Cartoni

Aula 12. Definição do Orçamento do Plano de Marketing. Profa. Daniela Cartoni Aula 12 Definição do Orçamento do Plano de Marketing Profa. Daniela Cartoni Orçamento do Plano de Marketing Em paralelo ao plano de ação, é necessário que a empresa constitua um orçamento de apoio. Na

Leia mais

"BUSSINES PLAN"- PLANO DE NEGÓCIOS

BUSSINES PLAN- PLANO DE NEGÓCIOS "BUSSINES PLAN"- PLANO DE! Os componentes do Business Plan.! Quem precisa fazer um Business Plan! Colocando o Business Plan em ação Autores: Francisco Cavalcante(f_c_a@uol.com.br) Administrador de Empresas

Leia mais

2 METODOLOGIA DA PESQUISA

2 METODOLOGIA DA PESQUISA 2 METODOLOGIA DA PESQUISA A pesquisa, como toda atividade racional e sistemática, exige que as ações desenvolvidas ao longo de seu processo sejam efetivamente planejadas. Para Gil (1991), o conhecimento

Leia mais

Transcrição Teleconferência Resultados 3T07 Trisul 14 de Novembro de 2007

Transcrição Teleconferência Resultados 3T07 Trisul 14 de Novembro de 2007 Boa tarde, senhoras e senhores. Sejam bem-vindos à teleconferência dos resultados referentes ao 3T07 da. Hoje nós temos a presença do Sr. Jorge Cury Neto, Diretor Presidente, Sr. Marco Antonio Cattini

Leia mais

ASPECTOS CONCEITUAIS OBJETIVOS planejamento tomada de decisão

ASPECTOS CONCEITUAIS OBJETIVOS planejamento tomada de decisão FACULDADES INTEGRADAS DO TAPAJÓS DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERENCIAL PROFESSOR: JOSÉ DE JESUS PINHEIRO NETO ASSUNTO: REVISÃO CONCEITUAL EM CONTABILIDADE DE CUSTOS ASPECTOS CONCEITUAIS A Contabilidade de

Leia mais

PlusPixel Marketing Digital SOMOS MAIS SOCIAIS DO QUE NUNCA

PlusPixel Marketing Digital SOMOS MAIS SOCIAIS DO QUE NUNCA PlusPixel Marketing Digital SOMOS MAIS SOCIAIS DO QUE NUNCA Proposta de Marketing Digital Design inox Marketing de Resultados A PlusPixel vem oferecendo seus serviços desde o início da internet, isso nos

Leia mais

Inovação aberta na indústria de software: Avaliação do perfil de inovação de empresas

Inovação aberta na indústria de software: Avaliação do perfil de inovação de empresas : Avaliação do perfil de inovação de empresas Prof. Paulo Henrique S. Bermejo, Dr. Prof. André Luiz Zambalde, Dr. Adriano Olímpio Tonelli, MSc. Pamela A. Santos Priscila Rosa LabGTI Laboratório de Governança

Leia mais

Balanço de energia útil no Brasil Eficiência Energética no setor de transportes

Balanço de energia útil no Brasil Eficiência Energética no setor de transportes 13 1. INTRODUÇÃO Em estudo do Banco Mundial elaborado consta que, no Brasil, os custos logísticos representam, em média, 20% do valor do Produto Interno Bruto (PIB). Essa participação é uma das mais elevadas

Leia mais

Percepção do setor: O que está provocando as ações a respeito das mudanças climáticas nas maiores companhias do mundo?

Percepção do setor: O que está provocando as ações a respeito das mudanças climáticas nas maiores companhias do mundo? Percepção do setor: O que está provocando as ações a respeito das mudanças climáticas nas maiores companhias do mundo? As empresas enfrentam cada vez mais riscos climáticos e choques políticos. Como as

Leia mais

Plano de Negócios. Por que escrever um Plano de Negócios?

Plano de Negócios. Por que escrever um Plano de Negócios? Plano de Negócios Por que escrever um Plano de Negócios? A tarefa de escrever um plano de negócios não é uma tarefa fácil. Isso se você nunca escreveu um e não tem a menor idéia de como começar. O objetivo

Leia mais

Porque estudar Gestão de Projetos?

Porque estudar Gestão de Projetos? Versão 2000 - Última Revisão 07/08/2006 Porque estudar Gestão de Projetos? Segundo o Standish Group, entidade americana de consultoria empresarial, através de um estudo chamado "Chaos Report", para projetos

Leia mais

ESCO COMO INSTRUMENTO DE FOMENTO A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

ESCO COMO INSTRUMENTO DE FOMENTO A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ESCO COMO INSTRUMENTO DE FOMENTO A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA Ralf Majevski Santos 1 Flávio Tongo da Silva 2 ( 1 Ralf_majevski@yahoo.com.br, 2 ftongo@bitavel.com) Fundamentos em Energia Professor Wanderley

Leia mais

Desenvolve Minas. Modelo de Excelência da Gestão

Desenvolve Minas. Modelo de Excelência da Gestão Desenvolve Minas Modelo de Excelência da Gestão O que é o MEG? O Modelo de Excelência da Gestão (MEG) possibilita a avaliação do grau de maturidade da gestão, pontuando processos gerenciais e resultados

Leia mais

Uma empresa só poderá vender seus bens/serviços aos consumidores se dois requisitos básicos forem preenchidos:

Uma empresa só poderá vender seus bens/serviços aos consumidores se dois requisitos básicos forem preenchidos: Módulo 4. O Mercado O profissional de marketing deverá pensar sempre em uma forma de atuar no mercado para alcançar os objetivos da empresa. Teoricamente parece uma tarefa relativamente fácil, mas na realidade

Leia mais

ADMINISTRAÇÃO GERAL GESTÃO DO DESEMPENHO

ADMINISTRAÇÃO GERAL GESTÃO DO DESEMPENHO ADMINISTRAÇÃO GERAL GESTÃO DO DESEMPENHO Atualizado em 30/12/2015 GESTÃO DE DESEMPENHO A gestão do desempenho constitui um sistemático de ações que buscam definir o conjunto de resultados a serem alcançados

Leia mais

OS FUNDOS DE PREVIDÊNCIA: UM ESTUDO DO MERCADO BRASILEIRO 1. Maicon Lambrecht Kuchak 2, Daniel Knebel Baggio 3.

OS FUNDOS DE PREVIDÊNCIA: UM ESTUDO DO MERCADO BRASILEIRO 1. Maicon Lambrecht Kuchak 2, Daniel Knebel Baggio 3. OS FUNDOS DE PREVIDÊNCIA: UM ESTUDO DO MERCADO BRASILEIRO 1 Maicon Lambrecht Kuchak 2, Daniel Knebel Baggio 3. 1 Resultados do Projeto de Pesquisa de Iniciação Científica - PIBIC/CNPq 2 Bolsista PIBIC/CNPq,

Leia mais

Plano de Negócios (PN): uma visão geral. O que é e para que serve

Plano de Negócios (PN): uma visão geral. O que é e para que serve Plano de Negócios (PN): uma visão geral. O que é e para que serve 6 PLANO DE NEGÓCIOS (PN): UMA VISÃO GERAL. O QUE É E PARA QUE SERVE Objetivo específico - Ao concluir este módulo, você vai ser capaz de

Leia mais

EDITAL CHAMADA DE CASOS PARA PARTICIPAÇÃO DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS INICIATIVAS INOVADORAS PARA SUSTENTABILIDADE EM DISTRIBUIÇÃO E LOGÍSTICA

EDITAL CHAMADA DE CASOS PARA PARTICIPAÇÃO DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS INICIATIVAS INOVADORAS PARA SUSTENTABILIDADE EM DISTRIBUIÇÃO E LOGÍSTICA EDITAL CHAMADA DE CASOS PARA PARTICIPAÇÃO DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS INICIATIVAS INOVADORAS PARA SUSTENTABILIDADE EM DISTRIBUIÇÃO E LOGÍSTICA O Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio

Leia mais

COMENTÁRIO DE DESEMPENHO

COMENTÁRIO DE DESEMPENHO COMENTÁRIO DE DESEMPENHO 1. DESTAQUES A Receita dos Serviços de Locação da Ouro Verde registrou novamente crescimento significativo, de 25,0% na comparação com o 1S13. A receita líquida total, incluindo

Leia mais

Planejamento e Gestão Estratégica

Planejamento e Gestão Estratégica Planejamento e Gestão Estratégica O Governo de Minas estabeleceu como um dos eixos norteadores da suas políticas públicas a eficiência na utilização dos recursos e a oferta de serviços com qualidade cada

Leia mais

PLANO DE NEGÓCIOS. Causas de Fracasso:

PLANO DE NEGÓCIOS. Causas de Fracasso: PLANO DE NEGÓCIOS Causas de Fracasso: Falta de experiência profissional Falta de competência gerencial Desconhecimento do mercado Falta de qualidade dos produtos/serviços Localização errada Dificuldades

Leia mais

PLANEJAMENTO OPERACIONAL - MARKETING E PRODUÇÃO MÓDULO 11 PESQUISA DE MERCADO

PLANEJAMENTO OPERACIONAL - MARKETING E PRODUÇÃO MÓDULO 11 PESQUISA DE MERCADO PLANEJAMENTO OPERACIONAL - MARKETING E PRODUÇÃO MÓDULO 11 PESQUISA DE MERCADO Índice 1. Pesquisa de mercado...3 1.1. Diferenças entre a pesquisa de mercado e a análise de mercado... 3 1.2. Técnicas de

Leia mais

E-COMMERCE COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR FRENTE ÀS TRANSAÇÕES ON-LINE 1. Tahinan Pattat 2, Luciano Zamberlan 3.

E-COMMERCE COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR FRENTE ÀS TRANSAÇÕES ON-LINE 1. Tahinan Pattat 2, Luciano Zamberlan 3. E-COMMERCE COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR FRENTE ÀS TRANSAÇÕES ON-LINE 1 Tahinan Pattat 2, Luciano Zamberlan 3. 1 Trabalho de conclusão de curso de Administração da Unijuí 2 Aluno do Curso de Administração

Leia mais

função de produção côncava. 1 É importante lembrar que este resultado é condicional ao fato das empresas apresentarem uma

função de produção côncava. 1 É importante lembrar que este resultado é condicional ao fato das empresas apresentarem uma 90 6. CONCLUSÃO Segundo a teoria microecônomica tradicional, se as pequenas empresas brasileiras são tomadores de preços, atuam nos mesmos mercados e possuem a mesma função de produção, elas deveriam obter

Leia mais

Investimentos de Family Office

Investimentos de Family Office http://www.switzerland-family-office.com/br/servicos-do-family-office/investimentos/ Investimentos de Family Office Embora seja simplificar demais dizer que a atividade principal de um family office seja

Leia mais

FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DO PARANÁ PESQUISA CONJUNTURAL DO COMÉRCIO

FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DO PARANÁ PESQUISA CONJUNTURAL DO COMÉRCIO FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DO PARANÁ PESQUISA CONJUNTURAL DO COMÉRCIO ANÁLISE CONJUNTURAL DO MÊS DE DEZEMBRO DE 2013 CURITIBA E R.M Este relatório, referente ao mês de Dezembro de 2013, da Pesquisa Conjuntural

Leia mais

3 Qualidade de Software

3 Qualidade de Software 3 Qualidade de Software Este capítulo tem como objetivo esclarecer conceitos relacionados à qualidade de software; conceitos estes muito importantes para o entendimento do presente trabalho, cujo objetivo

Leia mais

ANEFAC IMA Institute of Management Accountants 1

ANEFAC IMA Institute of Management Accountants 1 ANEFAC IMA Institute of Management Accountants 1 PESQUISA DE JUROS - MAIO As taxas de juros das operações de crédito ficaram estáveis em maio/2013. Vale destacar que em maio o Banco Central voltou a elevar

Leia mais

TÍTULO: ANÁLISE DE RISCO E RETORNO: UMA COMPARAÇÃO ENTRE TÍTULOS PÚBLICOS

TÍTULO: ANÁLISE DE RISCO E RETORNO: UMA COMPARAÇÃO ENTRE TÍTULOS PÚBLICOS TÍTULO: ANÁLISE DE RISCO E RETORNO: UMA COMPARAÇÃO ENTRE TÍTULOS PÚBLICOS CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS SUBÁREA: ADMINISTRAÇÃO INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO AUTOR(ES):

Leia mais

Estratégia bancária para alcançar clientes de baixa renda

Estratégia bancária para alcançar clientes de baixa renda Estratégia bancária para alcançar clientes de baixa renda Preparado por Antonio Bonassa e Paulo Faria, da ESPM-SP 1 Recomendado para as disciplinas de: Estratégia Empresarial, Marketing e Estratégia de

Leia mais

Resolução CFC 1418/12 Celso luft Contador CRC/RS 50477 Vice Presidente de Fiscalização do CRC/RS

Resolução CFC 1418/12 Celso luft Contador CRC/RS 50477 Vice Presidente de Fiscalização do CRC/RS ITG 1000 Novo Modelo Contábil para ME e EPP Resolução CFC 1418/12 Celso luft Contador CRC/RS 50477 Vice Presidente de Fiscalização do CRC/RS ITG 1000 Novo Modelo Contábil para ME e EPP AGENDA A ITG 1000

Leia mais

Roteiro de Informações para Elaboração de Projetos para o BNB.

Roteiro de Informações para Elaboração de Projetos para o BNB. Roteiro de Informações para Elaboração de Projetos para o BNB. Novembro / 2005 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO..2 1. GRUPO/EMPRESA.3 2. PROJETO.4 3. MERCADO8 4. ASPECTOS ECONÔMICO-FINANCEIROS..10 5. ANEXOS.11 Apresentação

Leia mais

COMENTÁRIO DE DESEMPENHO

COMENTÁRIO DE DESEMPENHO 1. DESTAQUES O ano de 2015 está demonstrando ser muito desafiador, apresentando um cenário macroeconômico incerto, onde as expectativas do mercado preveem redução do PIB, aumento da inflação e da taxa

Leia mais

5 Considerações finais

5 Considerações finais 5 Considerações finais 5.1. Conclusões A presente dissertação teve o objetivo principal de investigar a visão dos alunos que se formam em Administração sobre RSC e o seu ensino. Para alcançar esse objetivo,

Leia mais

ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS PROGRAMAS DE APOIO ÀS PMEs NO BRASIL Resumo Executivo PARA BAIXAR A AVALIAÇÃO COMPLETA: WWW.IADB.

ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS PROGRAMAS DE APOIO ÀS PMEs NO BRASIL Resumo Executivo PARA BAIXAR A AVALIAÇÃO COMPLETA: WWW.IADB. ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS PROGRAMAS DE APOIO ÀS PMEs NO BRASIL Resumo Executivo PARA BAIXAR A AVALIAÇÃO COMPLETA: WWW.IADB.ORG/EVALUATION ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS PROGRAMAS DE APOIO ÀS PMEs NO BRASIL

Leia mais

<SUA EMPRESA> PROPOSTA DE SERVIÇOS

<SUA EMPRESA> PROPOSTA DE SERVIÇOS PROPOSTA DE SERVIÇOS Para prestadores de serviços [A proposta de serviços é o cerne do kit de ferramentas de vendas de um prestador de serviços. Ela combina informações importantes da empresa,

Leia mais

FACULDADE PITÁGORAS DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO

FACULDADE PITÁGORAS DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FACULDADE PITÁGORAS DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO Prof. Ms. Carlos José Giudice dos Santos carlos@oficinadapesquisa.com.br www.oficinadapesquisa.com.br Organizações Nenhuma organização existe

Leia mais

Conjuntura Dezembro. Boletim de

Conjuntura Dezembro. Boletim de Dezembro de 2014 PIB de serviços avança em 2014, mas crise industrial derruba taxa de crescimento econômico Mais um ano de crescimento fraco O crescimento do PIB brasileiro nos primeiros nove meses do

Leia mais

MELHORES PRÁTICAS DA OCDE

MELHORES PRÁTICAS DA OCDE MELHORES PRÁTICAS DA OCDE PARA A TRANSPARÊNCIA ORÇAMENTÁRIA INTRODUÇÃO A relação entre a boa governança e melhores resultados econômicos e sociais é cada vez mais reconhecida. A transparência abertura

Leia mais

SUGESTÕES PARA A REFORMULAÇÃO DOS SISTEMAS DE TRANSPORTE PÚBLICO DE PASSAGEIROS URBANOS E METROPOLITANO DE PORTO ALEGRE 1

SUGESTÕES PARA A REFORMULAÇÃO DOS SISTEMAS DE TRANSPORTE PÚBLICO DE PASSAGEIROS URBANOS E METROPOLITANO DE PORTO ALEGRE 1 SUGESTÕES PARA A REFORMULAÇÃO DOS SISTEMAS DE TRANSPORTE PÚBLICO DE PASSAGEIROS URBANOS E METROPOLITANO DE PORTO ALEGRE 1 Contribuições ao debate do Conselho Deliberativo Metropolitano - CDM Por Mauri

Leia mais

São Paulo, 14 de julho de 2004. COMÉRCIO VAREJISTA DE MATERIAL DE CONSTRUÇÃO

São Paulo, 14 de julho de 2004. COMÉRCIO VAREJISTA DE MATERIAL DE CONSTRUÇÃO São Paulo, 14 de julho de 2004. COMÉRCIO VAREJISTA DE MATERIAL DE CONSTRUÇÃO E OS TRABALHADORES Pulverizado, com uma grande concentração de empresas de pequeno porte - mais de 60% dos trabalhadores estão

Leia mais

Elaboração e Avaliação de Projetos Sociais. Prof. Lucas Henrique da Luz E-mail: lhluz@unisinos.br Telefone:(51) 95076495

Elaboração e Avaliação de Projetos Sociais. Prof. Lucas Henrique da Luz E-mail: lhluz@unisinos.br Telefone:(51) 95076495 Elaboração e Avaliação de Projetos Sociais com Prof. Lucas Henrique da Luz Elaboração e Avaliação de Projetos Sociais Prof. Lucas Henrique da Luz E-mail: lhluz@unisinos.br Telefone:(51) 95076495 O que

Leia mais

Oportunidades e Riscos

Oportunidades e Riscos 2.4b INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS DISCIPLINA: Negócios Internacionais FONTE: DIAS, Reinaldo. RODRIGUES, Waldemar. Comércio Exterior Teoria e Gestão. Atlas. São Paulo: 2004. 1 MOTIVOS (ou VANTAGENS)

Leia mais

A Análise dos Custos Logísticos: Fatores complementares na composição dos custos de uma empresa

A Análise dos Custos Logísticos: Fatores complementares na composição dos custos de uma empresa Instituto de Educação Tecnológica Pós-graduação Engenharia de Custos e Orçamentos Turma 01 10 de outubro de 2012 A Análise dos Custos Logísticos: Fatores complementares na composição dos custos de uma

Leia mais

Legislação aplicada às comunicações

Legislação aplicada às comunicações Legislação aplicada às comunicações Fundamentos de competição Carlos Baigorri Brasília, março de 2015 Objetivo Conhecer os principais conceitos envolvidos na regulação econômica: Oferta e demanda Teoremas

Leia mais

Nota Data 8 de maio de 2013

Nota Data 8 de maio de 2013 Nota Data 8 de maio de 2013 Contato Flávio Resende Proativa Comunicação flavioresende@proativacomunicacao.com.br Tel: (61) 3242-9058/9216-9188 Kadydja Albuquerque Proativa Comunicação coordenacao@proativacomunicacao.com.br

Leia mais

ESTUDO DE VIABILIDADE. Santander, Victor - Unioeste Aula de Luiz Eduardo Guarino de Vasconcelos

ESTUDO DE VIABILIDADE. Santander, Victor - Unioeste Aula de Luiz Eduardo Guarino de Vasconcelos ESTUDO DE VIABILIDADE Santander, Victor - Unioeste Aula de Luiz Eduardo Guarino de Vasconcelos Objetivos O que é um estudo de viabilidade? O que estudar e concluir? Benefícios e custos Análise de Custo/Benefício

Leia mais

Análise Econômica do Mercado de Resseguro no Brasil

Análise Econômica do Mercado de Resseguro no Brasil Análise Econômica do Mercado de Resseguro no Brasil Estudo encomendado a Rating de Seguros Consultoria pela Terra Brasis Resseguros Autor: Francisco Galiza Sumário 1. Introdução... 3 2. Descrição do Setor...

Leia mais

Welcome Call em Financeiras. Categoria Setor de Mercado Seguros

Welcome Call em Financeiras. Categoria Setor de Mercado Seguros Categoria Setor de Mercado Seguros 1 Apresentação da empresa e sua contextualização no cenário competitivo A Icatu Seguros é líder entre as seguradoras independentes (não ligadas a bancos de varejo) no

Leia mais

DIRETRIZES E PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO DE PROPOSTAS DE CURSOS NOVOS DE MESTRADO PROFISSIONAL

DIRETRIZES E PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO DE PROPOSTAS DE CURSOS NOVOS DE MESTRADO PROFISSIONAL DIRETRIZES E PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO DE PROPOSTAS DE CURSOS NOVOS DE MESTRADO PROFISSIONAL I) Apresentação Este documento descreve as diretrizes e parâmetros de avaliação de mestrado profissional em Administração,

Leia mais

Unidade III FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA

Unidade III FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA Unidade III 8 GESTÃO DE RISCOS Neste módulo, trabalharemos a importância do gerenciamento dos riscos econômicos e financeiros, focando alguns exemplos de fatores de riscos. Estudaremos também o cálculo

Leia mais

ADMINISTRAÇÃO I. Família Pai, mãe, filhos. Criar condições para a perpetuação da espécie

ADMINISTRAÇÃO I. Família Pai, mãe, filhos. Criar condições para a perpetuação da espécie 1 INTRODUÇÃO 1.1 ORGANIZAÇÃO E PROCESSOS A administração está diretamente ligada às organizações e aos processos existentes nas mesmas. Portanto, para a melhor compreensão da Administração e sua importância

Leia mais

ASPECTOS AVANÇADOS NA ANÁLISE

ASPECTOS AVANÇADOS NA ANÁLISE ASPECTOS AVANÇADOS NA ANÁLISE! O que é Necessidade de Capital de Giro (NCG)! Como se determina a NCG! Reclassificação das contas do Ativo e Passivo Circulante! Causas das variações da NCG Autores: Francisco

Leia mais

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Este material resulta da reunião de fragmentos do módulo I do Curso Gestão Estratégica com uso do Balanced Scorecard (BSC) realizado pelo CNJ. 1. Conceitos de Planejamento Estratégico

Leia mais

GESTÃO DE QUALIDADE EM SERVIÇOS NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO RAMO DE SOFTWARE: GARANTIA DE QUALIDADE MPS.BR

GESTÃO DE QUALIDADE EM SERVIÇOS NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO RAMO DE SOFTWARE: GARANTIA DE QUALIDADE MPS.BR GESTÃO DE QUALIDADE EM SERVIÇOS NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO RAMO DE SOFTWARE: GARANTIA DE QUALIDADE MPS.BR Andressa Silva Silvino 1 Jadson do Prado Rafalski 2 RESUMO O objetivo deste artigo é analisar

Leia mais

Análise SWOT seguindo a metodologia do BMG

Análise SWOT seguindo a metodologia do BMG Análise SWOT seguindo a metodologia do BMG Análise SWOT (abreviatura das palavras em inglês Strong, Weakness, Opportunities e Threats) é uma análise ambiental que consiste em levantar pontos internos e

Leia mais

Metadados. 1. Introdução. 2. O que são Metadados? 3. O Valor dos Metadados

Metadados. 1. Introdução. 2. O que são Metadados? 3. O Valor dos Metadados 1. Introdução O governo é um dos maiores detentores de recursos da informação. Consequentemente, tem sido o responsável por assegurar que tais recursos estejam agregando valor para os cidadãos, as empresas,

Leia mais

Considerações sobre redimensionamento de motores elétricos de indução

Considerações sobre redimensionamento de motores elétricos de indução Considerações sobre redimensionamento de motores elétricos de indução Artigo publicado na revista Lumiere Electric edição nº 166 Aplicações de investimentos dentro das empresas sempre são questionadas

Leia mais