VULNERABILIDADE AO HIV/AIDS: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE IDOSOS RESIDENTES EM ZONA RURAL

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1 1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA DEPARTAMENTO DE SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM E SAÚDE VULNERABILIDADE AO HIV/AIDS: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE IDOSOS RESIDENTES EM ZONA RURAL MÁRCIO PEREIRA LÔBO JEQUIÉ/BA 2011

2 2 MÁRCIO PEREIRA LÔBO VULNERABILIDADE AO HIV/aids: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE IDOSOS RESIDENTES EM ZONA RURAL Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Saúde da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, área de concentração em Saúde Pública, para apreciação e julgamento da Banca Examinadora. LINHA DE PESQUISA: Educação em Saúde e Sociedade. ORIENTADORA: Profª. Drª Maria Adelaide S. Paredes Moreira. JEQUIÉ/BA 2011

3 3 Autorizo a reprodução total ou parcial deste trabalho por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. L728 Lôbo, Márcio Pereira Vulnerabilidade ao HIV/aids: representações sociais de idosos residentes em zona rural / Márcio Pereira Lôbo. Jequié, f.: il..; 30 cm. Dissertação (Mestrado) Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia / Mestrado em Enfermagem e Saúde, Orientadora: Profª. Drª. Maria Adelaide Silva Paredes Moreira 1.HIV/AIDS 2.Idoso 3.Representações Sociais 4.Contágio 5. Zona rural. I. Moreira, Maria Adelaide Silva Paredes. II. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Programa de Pós Graduação em Enfermagem e Saúde. III. Título. CDD

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5 5 Dedico aos meus pais, Laura e Ildefonso, seres impares para a minha permanência sobre a terra. Sem vocês o mundo não tem sentido e sem sentido não se produz. Aos pesquisadores que buscam enveredar seus estudos sobre as formas de prevenir a disseminação do HIV, principalmente aqueles que têm esse olhar voltado para os idosos.

6 6 AGRADECIMENTOS A DEUS, verbo soberano, início, meio e fim, porta-voz do infinito. Ser que sempre me deu força para trilhar os caminhos tortuosos da vida, ensinando-me que só quem perdoou na vida sabe o que é amar, porque aprendeu que o amor só é amor se já provou alguma dor e, assim viu grandeza na miséria, descobriu que é no limite que o amor pode nascer. Obrigado, Senhor, por sempre mostrar-me a luz no fim do túnel e jamais me abandonar Ao Pe. Fábio de Melo, que, no seu jeito especial de ser guia espiritual, me confortou nos momentos de dificuldade e de tristeza vivenciados durante a confecção desse estudo e, também me alegrou por meio das suas mensagens inspiradas por Deus Aos meus pais, Ildefonso e Laura, que sempre estiveram na plateia da vida torcendo por minha vitória À Prof.ª Maria Adelaide S. P. Moreira, minha orientadora, fonte de sabedoria, humildade, paciência, carinho e competência, que possibilitou um repensar em pesquisa, estando sempre presente em todos os momentos que precisei durante a realização das atividades do Mestrado Aos meus irmãos Rosy, Eliene, Everaldo e Marcos, pelo apoio e incentivo durante a minha vida profissional Aos meus queridos sobrinhos Ramon, Gel, Dadal, Ágata, Henrique, Joãozinho, Laércio, Lú e Rebert, sobretudo Ramon, pelo apoio e ajuda constante na confecção desta dissertação Ao Prof. Maximiliano Sandoval (in memorian), por ter sido o precursor no meu trilhar no mundo científico e, por ser o primeiro a escrever junto comigo as primeiras linhas de um trabalho de pesquisa À Prof.ª Vanda Palmarella, que sempre esteve presente nos momentos necessários para realização desse estudo, contribuindo desde a formação do projeto. À Prof.ª Ivône Nery minha querida fadinha Girassol, pessoa a qual não sei como agradecer, pois enquanto ser humano e ser profissional deu-me a oportunidade de aprofundar meus conhecimentos acerca da pesquisa, aceitando-me como orientando no Programa de Bolsa de Iniciação Científica PIBIC/CNPq. Além disso, professora, agradeço-te por sempre mostrar a importância de ser autêntico e ético enquanto ser humano A todos os meus amigos, em especial Bruno, Léo Peixoto, Raniere, Josuel Leite, Fillipe Leite, Sérgio Cascais, Lusivan e Tiele, pela compreensão da minha ausência, pelas viagens à cidade de Itajuru para coleta de dados, pelas noites divididas na construção deste estudo, e pela disponibilidade de seu tempo para trocar ideias sobre a pesquisa, e pelo auxílio na digitação e transcrição das entrevistas. À Prof.ª Marizete Argolo, minha eterna professora, exemplo de mestre na formação educacional de um ser humano. Muito obrigado por suas contribuições valorosas na troca de informações sobre a temática do estudo e no empréstimo de boa parte da bibliografia utilizada.

7 7 A Juliana Oliveira (ou simplesmente grandona ): amiga,sua forma simples de saber ouvir me encheu de paz e me fez refletir sobre a vida, principalmente no focar dos objetivos. Obrigado por sempre servir de trampolim nos momentos em que as dificuldades apareceram e, até mesmo, pelas acolhidas nas madrugadas para os desabafos A Marcus Pita, companheiro, sincero, honesto e, sobretudo, um ser humano capaz de mostrar na simplicidade da vida que a coisa mais importante no mundo é saber que podemos contar incondicionalmente com pessoas certas em momentos certos. Obrigado pela confecção do abstract dessa pesquisa e por toda força dada em momentos críticos da minha vida que culminou com a confecção desse material. Pita, os janeiros a partir desse ano terão novo sentido A Andréa Micheli, pela amizade e apoio em todos os momentos necessários A todos os colegas da turma do mestrado, em especial, Liane, James, Nádja, Sumaya, Antônio Carlos e Roséli, pela sinceridade, competência e incentivo para o nosso caminhar enquanto pesquisador A toda equipe da Unidade de Saúde da Família Waldomiro Borges (USF de Itajuru), em especial aos Agentes Comunitários de Saúde que foram molas mestras no contato com os informantes desse estudo Aos idosos que participaram dessa pesquisa: sem vocês seria impossível a realização desse estudo. Obrigado pela cordialidade e confiança em falar de um tema tão conflitante À Professora Adriana Nery (azul sempre azul), pela amizade e apoio em todos os momentos do estudo À Rosana Delmiro, amiga sincera, que compartilhou seu acervo bibliográfico que possibilitou melhor construção desse trabalho Aos professores Luiz Fernando Rangel Tura, Antônia Oliveira Silva, e Marcos Henrique Fernandes pela participação e valiosas contribuições na qualificação da pesquisa, assim como por aceitar participar juntamente com a professora enquanto banca examinadora e de defesa momento sublime desse trabalho A Jefferson Paixão, pelo apoio e amizade estabelecido nessa caminhada tão importante da minha vida Aos professores do Programa de Pós-graduação em Enfermagem em Saúde (PPGES) em especial a Luzia, Cezar, Adriana, Alba, Zenilda, Edite, Rita, Fábio, Eduardo e Cristina, pelo compromisso com o Programa e competência enquanto professores do curso À Nilda e Paulinha, pela torcida e pelo compartilhamento de energias positivas, sempre torcendo pelo êxito em minha trajetória acadêmica e profissional. Obrigado pelas noites passadas juntos na confecção do projeto de pesquisa e na escrita das primeiras linhas desse estudo juntamente com nosso filho em comum, o pequeno Lupy A todos os funcionários do PPGES, em especial Neilma, pelo apoio contínuo durante a realização das atividades do mestrado, sempre dispostos a manter atendimento com qualidade de excelência À Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, por ter proporcionado a realização do curso de mestrado À Faculdade de Tecnologia e Ciências, unidade Jequié, na pessoa do coordenador do Curso de Enfermagem Ronney Cabral, pelo apoio dispensado durante todo percurso do mestrado, sempre se mostrando flexível e incentivando a conclusão dessa etapa

8 8 HI A Paulo Henrique, companheiro incondicional que sempre torceu por meu sucesso profissional, ser responsável principal por meu ingresso no Mestrado. Obrigado pela prensa dada desde o momento V/ da inscrição no processo seletivo, sempre reforçando minhas potencialidades e mostrando que tudo é possível quando se tem obstinação em se conseguir. Além disso, obrigado pela força dada durante a confecção AI do material, compartilhando momentos preciosos do seu tempo DS Aos Discentes do Curso de Enfermagem da FTC, em especial aos acadêmicos da disciplina Estágio Supervisionado I (Cláudia, Fernanda Silva, Fernanda Farias, Mario Augusto, Carina, Maria Lucia,, Monique e Itana), pela força, torcida e incentivo constante eld A toda equipe de enfermagem da emergência do Hospital Prado Valadares (HPV) em especial Liane, Rafaela, Fábrica, Diego, Vanilde, Ivonete Maia, Isabela Tourinho, Ramon Oliveira, Ramon Evangelista, erl Emanuela, Janine, Tiago, Pablo e Bráulio, pelo apoio e compreensão durante essa jornada, sempre dispostos a ajudar no que fosse preciso y, À Rafaela, ex-aluna, enfermeira e amiga. Obrigado por sempre estar disponível nos momentos que mais precisei de você. Será sempre muito especial e constantemente lembrada em meu coração soc A Bráulio, ex-aluno, enfermeiro e hoje coordenador da emergência do HPV. Obrigado por sempre mostrar-se ial sensível às minhas necessidades, e colaborar indiretamente para que pudesse dar conta das atividades do mestrado rep A todos que, direta ou indiretamente, auxiliaram-me na construção deste estudo, assim como aqueles que me res deram força para continuar sendo a pessoa que sou, e pelas diversas discussões travadas sobre a concretização deste estudo ent ati on s, co nta gio n Co unt rysi de

9 9 Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove. E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina. Cora Coralina

10 10 LÔBO, Márcio Pereira. Vulnerabilidade ao HIV/aids: representações sociais de idosos residentes em zona rural. Dissertação (Mestrado). Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, RESUMO A aids desde o seu surgimento é responsável por diferentes olhares em contextos sócio históricos distintos, sofrendo varias interferências sociais e do conhecimento médico quanto a sua forma de transmissão. Nos últimos anos o número de idosos acometidos por essa doença está aumentando, revelando grande vulnerabilidade destes a contaminação pelo HIV. Trata-se de uma pesquisa fundamentada na Teoria das Representações Sociais que tem como objetivos: conhecer as representações sociais sobre HIV/aids construídas por idosos residentes em zona rural frente a vulnerabilidade e identificar as formas de transmissão do HIV. A coleta de dados foi realizada na Unidade de Saúde da Família Waldomiro Borges, situada em Itajuru, distrito de Jequié BA, tendo 30 idosos como informantes que participaram de uma entrevista semi-estruturada. Os dados foram processados pelo software Alceste 4.8, sendo realizada uma análise dimensional que apontou quatro classes semânticas: práticas sexuais, formas de contágios, descrições sobre contágio e causas. Os resultados indicam que as práticas sexuais com penetração sem camisinha é representada como principal forma de contágio do HIV sendo a velhice representada como atenuante na transmissão do vírus. A transmissão da aids está representada por meio dos objetos pérfuro-cortantes e, pelo contato de sangue, esperma e secreção vaginal através do sexo, do beijo. Conclui que os idosos possuem conhecimentos acerca da transmissão da aids, porém ainda ancoram as representações da doença e da sua forma de transmissão em crenças que podem colocá-los em situação de vulnerabilidade à aquisição do vírus. Espera-se que este estudo subsidie ações educativas no campo do ensino, pesquisa e extensão voltadas para esse grupo de pertença em suas necessidades de saúde, assim como, venha contribuir na elaboração de políticas públicas voltadas para a prevenção da aids na população idosa. Palavras Chaves: HIV/aids, idoso, representação social, contágio, zona rural

11 11 LÔBO, Márcio Pereira. Vulnerability to HIV / aids: social representations of elders living in rural areas. Dissertação (Mestrado). Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, 2011 ABSTRACT Aids since its emergence is responsible for different looks in different socio historical, social and suffering several interference of medical knowledge about its transmission. In recent years the number of elderly patients with this disease is increasing, revealing the extreme vulnerability of HIV infection. This is a survey based on the Theory of Representations which has as its objectives: to understand the social representations of HIV / aids built by seniors living in rural areas face the vulnerability and identify ways of HIV transmission. Data collection was performed at the Health Unit Family Waldomiro Borges, located in Itajuru district of Jequié-BA, and 30 elderly as informants who participated in a semi-structured interview. The data were processed using Alceste 4.8 software, and performed a dimensional analysis showed that four semantic classes: sexual practices, forms of contagion, contagion and descriptions of causes. The results indicate that the sexual practices with penetration without a condom is represented as the main way of spreading HIV and the elderly represented as mitigating the transmission of the virus. The transmission of aids is represented through needlesticks, sharp injuries, and by contact with blood, semen and vaginal secretions through sex, kissing. It concludes that the elderly have knowledge about aids transmission, but also anchor the representations of the disease and its mode of transmission of beliefs that may put them in a situation of vulnerability to virus acquisition. It is hoped that this study subsidize educational activities in teaching, research and extension aimed at this group belong to their health needs, as well as will contribute to the elaboration of public policies for the prevention of aids in the elderly. Keywords: HIV / aids, elderly, social representation, contagion, rural.

12 12 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Dendograma da Classificação Descendente Hierárquica.. 52 Figura 2: Imagens da aids segundo as palavras mais significativas associadas à classe Figura 3. Imagens do HIV/aids segundo as palavras mais significativas associadas à classe Figura 4: Imagens da aids segundo as palavras mais significativas associadas à classe Figura 5: Imagens da aids segundo as palavras mais significativas associadas à classe

13 13 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Perfil sócio demográfico dos idosos que vivem no domicílio segundo faixa etária, estado civil, escolaridade, renda e religião relacionando ao sexo. Jequié BA, 2011 (n=30)... 50

14 14 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Distribuição das palavras mais significativas segundo frequência e quiquadrado na formação da classe/categoria Quadro 2: Distribuição das palavras mais significativas segundo frequência e quiquadrado na formação da classe/categoria Quadro 3: Distribuição das palavras mais significativas segundo frequência e quiquadrado na formação da classe/categoria Quadro 4: Distribuição das palavras mais significativas segundo frequência e quiquadrado na formação da classe/categoria

15 15 LISTA DE SIGLAS aids Síndrome da Imunodeficiência Humana Adquirida ALCESTE Analyse Lexicale par Contexte d'un Ensemble de Segment de Texte CEP Conselho de Ética em Pesquisa CHD Classificação Hierárquica Descendente CNS Conselho Nacional de Saúde DST Doença Sexualmente Transmissível EUA Estados Unidos da América HIV Vírus da Imunodeficiência Humana IBGE Instituto Brasileiro de Geometria e Estatística INSS Instituto Nacional da Previdência Social MMSE Mini Mental Examination MS Ministério da Saúde OMS Organização Mundial de Saúde PPGES Programa de Pós-graduação em Enfermagem em Saúde RS Representações Sociais SINAN Sistema de Informação de Notificação de Agravos SIV Simius Imunodeficiense Vírus STLV-III T-lymphotropic vírus type III TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TRS Teoria das Representações Sociais UCE Unidades de Contexto Elementares UCIs Unidades de Contexto Iniciais UDI Usuário de drogas injetáveis UESB Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia USF Unidade de Saúde da Família

16 16 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO CAPÍTULO OBJETO DE ESTUDO CAPÍTULO BASES TEÓRICAS CONSIDERAÇÕES SOBRE ENVELHECIMENTO AIDS E IDOSOS VULNERABILIDADE AO HIV/AIDS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS E AIDS EM IDOSO CAPÍTULO ASPECTOS METODOLÓGICOS TIPO DE ESTUDO CAMPO DO ESTUDO SUJEITOS DA PESQUISA CONSTITUIÇÃO DA AMOSTRA ASPECTOS ÉTICOS INSTRUMENTO E PROCEDIMENTO PARA COLETA DE DADOS TÉCNICA DE ANÁLISE DOS DADOS CAPÍTULO REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO HIV/AIDS E FORMAS DE CONTÁGIO APRESENTANDO OS SUJEITOS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DIMENSÕES MAIS SIGNIFICATIVAS DAS REPRESENTAÇÕES SOBRE HIV/AIDS CONSIDERAÇÕES FINAIS... 71

17 17 REFERÊNCIAS APÊNDICES APENDICE A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO APENDICE B: INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ANEXOS ANEXO A: MINI MENTAL EXAMINATION (MMSE) ANEXO B: PARECER CONSUBSTANCIADO EMITIDO PELO CEP ANEXO C: OFICIO DE APROVAÇÃO DA PESQUISA PELO CEP ANEXO D: OFICIO SOLICITANDO LIBERAÇÃO DE CAMPO DE PESQUISA ANEXO E: OFICIO APROVANDO A LIBERAÇÃO DE CAMPO DE PESQUISA.. 95

18 18 APRESENTAÇÃO Se queres prever o futuro, estuda o passado. Confucio

19 19 Este estudo encontra-se estruturado em quatro capítulos. O primeiro capítulo trata da construção do objeto de estudo, apresentado a temática investigada, o problema e a justificativa, com ênfase na questão de estudo e nos objetivos. No segundo capítulo se descreve a base teórica utilizada, centrada em alguns aspectos sobre a velhice e o envelhecimento; aids em idosos; enfoque na vulnerabilidade ao HIV/aids e a Teoria das Representações Sociais. Com relação ao terceiro capítulo, o mesmo aborda o enfoque metodológico apontando o tipo de estudo, canário da pesquisa; os sujeitos participantes do estudo; tipo de amostra; técnica de coleta de dados; questões éticas e procedimento de coleta de dados e a análise dos dados. O quarto capítulo aborda os resultados e as considerações finais. Nos resultados apresentamos o perfil dos idosos do estudo; as representações sociais sobre HIV/aids e formas de contágio e nas considerações finais apontamos algumas considerações centradas nos objetivos do estudo.

20 20 HIV /AI DS, CAPÍTULO 1 Democracia é oportunizar a todos o mesmo ponto de partida. Quanto ao ponto de chegada, depende de cada um. eld erly, soci al Fernando Sabino repr ese ntat ions,

21 21 1 OBJETO DE ESTUDO A presente pesquisa, que toma como objeto de estudo a vulnerabilidade ao HIV/aids em pessoas idosas residente em zona rural, surgiu como uma proposta de aprofundamento de estudos relacionados à infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (aids), por ter sido observado em nossa prática profissional que a infecção pelo HIV estava presente em todas as faixas etárias. Este aspecto chama atenção para a infecção de pacientes idosos, que justificavam sua condição de soropositividade a vários fatores, dentre eles a falta de informação sobre como se prevenir do vírus da aids, aliado a ideia imbricada no imaginário destes, os quais concebiam que a aids é a doença do outro e a não uma condição patológica que vai acontecer consigo (LÔBO, 2004). Estudo realizado por Lôbo (2004) observou o quão difícil era o processo de descoberta da soropositividade para o HIV, assim como continuar vivendo com uma doença estigmatizante. A aids ainda é associada à morte, permanecendo representações cristalizadas no imaginário social semelhantes às apontadas por Sontag (2007), em seus estudos realizados na década de 90, visto que, até os dias atuais, não existe nenhum recurso terapêutico que possibilite a cura dessa patologia. Nessa perspectiva, é importante destacarmos que, apesar de ser estratégia do Ministério da Saúde (MS) trabalhar o controle das DST/aids em nosso cotidiano, não vemos atividades voltadas para o idoso, e somente aquelas ligadas a grupos específicos de jovens, homossexuais, adultos em fase reprodutiva e usuários de drogas, o que pode comprometer a formação de representações de vulnerabilidade para o HIV entre os idosos, levando-os muitas vezes a acreditar que a aids não é uma doença relacionada ao idoso, fato que se torna mais agravante quando estabelecemos essa investigação junto aos idosos que vivem em zona rural, já que os mesmos têm maiores dificuldade de compreensão das informações veiculadas pela mídia. Salienta-se a noção de vulnerabilidade entendida como o movimento que considera a chance de exposição dos indivíduos ao adoecimento resultante de um conjunto de fatores, não apenas individuais, mas também coletivos e contextuais que estão implicados com a maior suscetibilidade ao adoecimento e,

22 22 concomitantemente, com a maior ou menor disponibilidade de recursos de proteção (MEYER et al, 2006; SALDANHA, FELIX, ARAÚJO, 2008). Entretanto, apesar da aids não ter cura, existem diversas formas de prevenir e controlar a contaminação do ser humano pelo HIV. Assim, guiado pela concepção de que é possível prevenir as causas de uma doença por meio de diversas ações, especialmente as ações educativas planejadas a partir das necessidades e/ou conhecimentos prévios sobre uma doença ou agravo (PAIM, 2003; 2008), é que buscamos estudar as Representações Sociais (RS) da vulnerabilidade ao HIV/aids de pessoas idosas que residem na zona rural, uma vez que os idosos estão cada vez mais vulneráveis a adquirirem o HIV conforme aponta os dados do Boletim Epidemiológico aids/dst de Logo, o número significativo de idosos contaminados ou vivendo com HIV/aids pode estar relacionado ao aumento da expectativa de vida das pessoas, o que representará uma população formada por maioria idosos, necessitando de ações de saúde (preventivas, curativas e de reabilitação) voltadas para as necessidades dos mesmos. Segundo Delmiro (2011), no que se refere aos aspectos relacionados à vida sexual da pessoa idosa, os mesmos estão experimentando o advento de drogas que oferecem melhor qualidade no ato sexual, o que representa importante marco, responsável por significativas mudanças de comportamento na esfera da sexualidade, que veio proporcionar, por um lado, maior liberdade sexual e, por outro, maior exposição ao risco de contágio de diferentes doenças, inclusive a aids, pela prática do sexo desprotegido. Agrava-se ainda a pouca ênfase que é dada às informações sobre as práticas preventivas para essa população, sobretudo para os idosos residentes em zona rural, já que estes vivenciam um contexto sociocultural diferenciado daquelas pessoas que habitam as zonas urbanas, necessitando de atividades de educação em saúde mais intensificadas, centradas na realidade social, isto é, contextualizadas. Neste sentido, ainda é possível perceber que permanece por parte das populações a existência de dificuldades de acesso à informação sobre as formas de prevenção das doenças, tornando esses idosos mais vulneráveis ao contágio pelo HIV. Por um lado, essa inferência sustenta-se pela dificuldade de acesso desses idosos aos serviços de saúde e às campanhas de promoção e prevenção em saúde,

23 23 quando podem adquirir informações de como se prevenir das doenças; por outro lado, é visível a dificuldade dessa população de interpretar as informações veiculadas pelos meios de comunicação, devido à linguagem utilizada na confecção dos materiais educativos que, em sua maioria, é produzido de forma linear, dirigida a todos, independente de grau de escolaridade, cultura e contexto social, não adotando uma linguagem coloquial própria da região, caracterizando mais uma barreira na aquisição das informações de como evitar o contágio pelo HIV. Ressalta-se ainda que, segundo Brasil (2010), o número de pessoas idosas infectadas pelo HIV está aumentando em nosso país e, entre eles, conforme Delmiro (2011), encontram-se enraizados diversos conceitos culturais e sociais acerca da sexualidade e da transmissão das doenças. A realização desse estudo justifica-se pela sua importância na definição de políticas públicas de prevenção da aids para pessoa idosa a partir de realidades contextualizadas socialmente em que se considera a subjetividade de uma doença que, apesar de ter mais de três décadas, continua desafiadora para ciência, governantes e sociedade. Conhecer o que pensam pessoas idosas residentes em zona rural sobre o HIV/aids permite se conhecer como essa população utiliza as informações que são recebidas para prevenção frente às condições de vulnerabilidade em contextos singulares, configurando-se uma temática relevante de estudo. Além disso, em pesquisas realizadas nas bases de dados de periódicos e trabalhos científicos e em observações cotidianas no meio acadêmico e sócio regional, evidenciamos uma lacuna de conhecimento acerca desta temática (vulnerabilidade ao HIV entre idosos residentes na zona rural), e acreditamos que conhecer as Representações Sociais de idosos da zona rural sobre o HIV/aids e suas formas de contágio possam dar pistas importantes para se desenvolver práticas educativas direcionadas a esta população. Neste sentido, a TRS configura-se um aporte teórico importante para melhor caracterizar o nível de conhecimento ou informações dos idosos residentes em zona rural, como se posicionam frente à aids, quais os sentidos atribuídos a esta, práticas utilizadas para se protegerem da infecção pelo HIV/aids, assim como a sua condição de vulnerabilidade à aquisição do HIV, definindo assim as dimensões das representações sociais, configurando-se como objeto de estudo as representações sociais de idosos da zona rural sobre a aids e suas formas de transmissão.

24 24 Neste contexto, este estudo tem o seguinte questionamento: quais as representações sociais de idosos residentes em zona rural sobre o HIV/aids, vulnerabilidade e formas de transmissão do HIV? Para responder ao referido questionamento, estabelecemos para este estudo os objetivos de conhecer as representações sociais sobre HIV/aids construídas por idosos residentes em zona rural frente a vulnerabilidade e identificar as formas de transmissão do HIV. Dessa forma, acreditamos ser importante conhecer o que pensam os idosos sobre a aids e suas formas de contágio para planejamento e desenvolvimento de ações voltadas para o promoção da saúde e prevenção dessa doença nessa população, uma vez que as RS têm como uma das funções guiar as condutas/comportamentos do sujeitos (MOSCOVICI, 1978), justificando assim a adoção da TRS, para entender a problemática da vulnerabilidade dos idosos frente ao HIV/aids, uma vez que permite evidenciar a maneira pela qual os sujeitos compreendem as coisas que o cercam, decodificando e criando teorias do senso comum a partir das experiências vivenciadas no cotidiano para suas tomadas de posição frente aos fenômenos conflituosos (MOSCOVICI, 2003).

25 25 CAPÍTULO 2 Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver. Dalai Lama

26 26 2 BASES TEÓRICAS 2.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE ENVELHECIMENTO O processo natural da vida de um ser humano inicia com o seu nascimento e termina com a sua morte, e, no transcorrer desse período, os indivíduos vivenciam o processo de crescimento e desenvolvimento, que, dia após dia, os direciona a seguir o curso da vida representado pela infância, adolescência, fase adulta e velhice. Podemos dizer, então, que o indivíduo encontra-se em processo de envelhecimento constante, já que, a cada momento que passa, modificações ocorrem no seu corpo, direcionando-o a vivenciar as modificações do corpo inerentes a cada período do ciclo evolutivo da vida, que tem por última instância a velhice. O envelhecimento, segundo Veras (1995), é considerado como um termo impreciso que muito flutua em termos de complexidades fisiológicas, psicológico, social e cultural. Assim, a sua compreensão é diferente, a depender do ambiente em que o individuo está inserido. Outro fator que deve ser entendido a respeito do processo de envelhecimento se refere às formas em que se dá o envelhecimento envelhecimento normal ou envelhecimento patológico. Nesse sentido, Groisman (2002), em estudos sobre o envelhecimento normal e patológico retrata as dificuldades da gerontologia delimitar seu campo e definir seu objeto, já que estas dificuldades parecem derivar da impossibilidade de delimitar as fronteiras entre o envelhecimento normal, com suas limitações fisiológicas gradativas, e o envelhecimento patológico, caracterizado pelas patologias que venham a se instalar na velhice. Nesse ensejo, Brasil (2000) afirma que doenças que antes eram tidas como um processo normal do envelhecimento (esperadas), hoje é considerado como decorrente de um processo patológico.

27 27 Entendendo que as ações de prevenção devem ser iniciadas na infância, o cenário vivenciado pelos idosos no surgimento da aids tornou-os vulneráveis a aquisição da doença, visto que o aumento na expectativa de vida, associado ao surgimento de diversas drogas que prolongam a capacidade do idoso manter uma vida sexual ativa por mais tempo, os colocaram em situação de risco frente a possibilidade de adquirir doenças vinculadas a transmissão do HIV por via sexual (DELMIRO, 2011). As ações de prevenção falharam durante o processo de envelhecimento da maioria das pessoas que vivenciaram a descoberta da aids nos anos 1980 e até mesmo com os idosos de hoje, que eram considerados adultos e jovens naquela época, já que estamos a mais ou menos 30 anos da descoberta da doença. Essa situação se deu porque a maior parte dessas pessoas em todo seu processo de vida e envelhecimento não foi orientada corretamente quanto à relação, sexualidade, doença e risco de morte, onde deveria relacionar o sexo desprotegido (sem utilização de preservativo) com a aquisição de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e aids, estabelecendo durante essa trajetória a relação vida sexual ativa, prazer e reprodução humana (SOUSA, 2008). Diante dessa problemática, é importante salientar que a concepção especifica de envelhecimento cronológico não consegue estabelecer ações de prevenção da transmissão do HIV nesse grupo de pertença, visto que os seres humanos têm formas particulares de envelhecer que acomete as suas atividades funcionais, sendo denominado envelhecimento funcional. Este, segundo Rosa et al (2010) é originado da incapacidade funcional, sendo esta conceituada como qualquer restrição para desempenhar uma atividade considerada normal para a vida humana. Essa diferenciação é provocada pelo estilo de vida que cada pessoa adota em seu dia a dia. Ainda sobre essa vertente Kalache, Veras e Ramos (1987) discorrem que o envelhecer mantendo todas as funções não significa problema para o indivíduo. Porém, quando as funções começam deteriorar é que os problemas começam a surgir. Assim o conceito de capacidade funcional é particularmente útil no contexto do envelhecimento, já que na velhice a manutenção de autonomia está intimamente ligada à qualidade de vida.

28 AIDS E IDOSOS Por volta do final da década de 1970 surgiu nos EUA, Haiti e África Central uma doença infecto-contagiosa que causava uma imunodeficiência no organismo humano, apresentando uma série de complicações patológicas. A mesma acometia principalmente os homens que faziam sexo com homens e, se tinha o conhecimento que a sua principal forma de contaminação eram as relações sexuais sodomitas, por esse motivo passou a ser conhecida como o câncer gay, sendo mais tarde descoberto que a mesma não acometia somente esse grupo populacional, e, mediante ao quadro clínico instalado pela mesma nessas pessoas foi denominada Síndrome da Imunodeficiência Humana Adquirida (aids) (PRATT, 1986, SANTOS et al, 2002; Lôbo, 2004; LEITE, LEITE, 2011). Assim, a aids, no contexto mundial, aparece como uma doença infecciosa, letal e discriminatória trazendo muitas incertezas quanto a sua origem e história natural, levando diversos estudiosos a construir incerteza quanto a gêneses do agente causal e sua forma de propagação na população mundial (SANTOS et al, 2002; LEITE, LEITE, 2011). Inicialmente a aids acometeu apenas gays, posteriormente essa doença sofre diversas mudanças no seu perfil, passando a ser diagnosticada nos usuários de drogas injetáveis, nos bissexuais e heterossexuais, sendo estes últimos responsáveis pelos maiores números de pessoas infectadas ultimamente (BRASIL, 2009b). Nesse sentido, a aids, que nasce relacionada aos jovens gays do sexo masculino e de classe alta, sofre transformações em seu curso histórico, passando a estabelecer o processo da heterosexualização, feminização, juvenização, interiorização e pauperização, ao passo que a disseminação do HIV alcança as mulheres e homens com práticas heterossexuais, crianças e mais tarde as evidências de contaminação crescente entre os idosos, assim como o aumento do número de casos nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento (SANTOS et al, 2002; CALDAS; GESSOLO, 2007). É importante ressaltar que, analisando a série histórica da aids, percebemos que está ocorrendo grandes mudanças no perfil das pessoas que estão acometidas pela mesma. Nessa perspectiva, é possível observar que inicialmente o número de

29 29 homens que eram acometidos por essa doença era bem superior ao número de mulheres, pois dados do Ministério da Saúde mostram que existiam casos de aids envolvendo indivíduos do sexo masculino, enquanto que em sujeitos do sexo feminino existiam casos. Ao longo dos anos, a razão entre os sexos vem diminuindo de forma progressiva, percebendo-se um incremento das taxas de incidência de aids na faixa etária de maiores de 50 anos (BRASIL, 2009a). Brito, Castilho e Szwarcwald (2001) nos apontam que desde o ano 2000 está havendo uma tendência espaço-temporal da aids para a interiorização no Brasil, visto que a patologia não mais se restringe aos centros urbanos e já atinge 59% dos municípios. Além disso, segundo Lavor (2009), as pessoas que estão vivendo com HIV e aids passaram a ter uma maior expectativa de vida devido o advento dos antiretrovirais, o que desenha no atual perfil de pacientes com HIV/aids um aumento no número de pessoas com mais de 50 anos de idades vivendo com o vírus e um número significativo de jovens com faixa etária de mais ou menos 20 a 30 anos que já nasceram com o HIV e continuam em plena forma física,o que nos leva a inferir que a melhoria nas condições de vida ofertada pelos novos tratamentos para a aids levará num futuro próximo a vivenciarmos aumento significativo de casos de aids na terceira idade. Nessa perspectiva, é notório que a heterossexualização e a feminização da aids é uma realidade no nosso país, fato que nos leva a refletir cada vez mais quanto às medidas que estão sendo adotadas para controlar a transmissão da doença, sobretudo do vírus entre idosos, visto que, além dos comportamentos pessoais, como resistência e/ou falta de informação quanto à utilização de preservativos, os profissionais de saúde nem sempre questionam durante as consultas sobre a vida sexual desses idosos, por acreditarem que os idosos são na maioria monogâmicos, não têm vida sexual ativa e/ou têm um ritmo sexual diminuído (DELMIRO, 2011; LAVOR, 2009). Além disso, é um desafio diagnosticar idosos soropositivos, por se tratar mais de um diagnóstico diferencial, por estes se configurarem como grupo expostos a múltiplas patologias, visto que diversos sinais e sintomas dessas doenças que acometem os idosos podem facilmente ser confundidos com alterações orgânicas de outras doenças, o que pode facilitar subnotificações de casos, diagnósticos tardios, e terapêuticas incorretas. Além disso, esse fator pode levar esses idosos a

30 30 disseminarem o vírus com maior facilidade, uma vez que estes continuam mantendo relações sexuais desprotegidas, podendo contaminar seus pares (GOMES; SILVA, 2008). As situações ora apresentadas poderão estar facilmente influenciando na modificação do perfil dessa doença, levando os idosos a formarem um grupo expressivo de indivíduos contaminados pelo HIV ou vivendo com aids nos últimos anos. O Nordeste apresenta ainda, segundo dados do IBGE (2011), características de uma população jovem, isso se deu porque seus níveis de fecundidade eram muito altos até 1980, mas a rápida queda a partir dessa década indicou a clara tendência de envelhecimento de sua população. Assim, o grupo de crianças menores de 5 anos da Região Nordeste em 1991 correspondia a 12,8% da população. Em 2000 esse valor caiu para 10,6%, chegando a 8,0%, em Já a proporção de idosos na população passou de 5,1%, em 1991, a 5,8%, em 2000, e 7,2%, em Assim, é possivel afirmar que o Brasil e a Região Nordeste vêm modificando seu perfil demográfico e epidemiológico nos últimos anos, fazendo com que o mesmo assuma características de países envelhecidos. Essa situação dar-se-á devido a uma série de fatores conjugados, entre os quais o melhor controle das doenças transmissíveis, a contenção de afecções crônicas, o surgimento de novas drogas, a melhora das condições sanitárias e a redução da fertilidade, o que favorece o aumento da expectativa de vida das populações (DELMIRO, 2011; KALACHE, 1987). Além disso, Costa, Porto e Soares (2003) nos aponta que na maior parte do mundo a quantidade de pessoas idosas que vivem em áreas urbanas aumentou consideravelmente. De acordo com dados do Censo 2010, 84,4% dos idosos brasileiros vivem em centros urbanos, no Nordeste apenas 26,9% dos idosos encontram-se na zona rural, porém a Bahia apresenta índices maiores de população residindo em zona ruaral (27,9%) quando comparado às taxas do Nordeste e do Brasil (15,%) (BRASIL, 2010). Esses dados nos apontam que na Bahia as ações de prevenção da aids por meio da difusão das formas de transmissão do HIV devem ser ampliadas, visto que muitos desses idosos que se encontram na zona rural também estão suscepitíveis a adquirir o vírus.

31 31 Segundo dados do Boletim Epidemiológico de 2009, a forma de transmissão predominante da aids é por via heterossexual, tanto no sexo feminino (90,4% dos casos) como no masculino (29,7% dos casos). Entre os homens, a segunda principal forma de transmissão é homossexual (20,7% dos casos), seguida de uso de drogas injetáveis (19%). Nas mulheres, a segunda maior forma de transmissão se dá entre usuários de drogas injetáveis, com 8,5% dos casos (BRASIL, 2009a). Assim, diante desse contexto, é imprescindível entender que é necessário traçar políticas de prevenção as DST/aids que contemplem os idosos, considerando suas singularidades, garantindo assim os direitos destes, conforme estabelecido pela Lei Orgânica da Saúde 8080/90, assim como pela Lei 8842/96, que dispõe a Política Nacional do Idoso, e pela Lei /03, que dispõe o Estatuto do Idoso. 2.3 VULNERABILIDADE AO HIV/AIDS A aids, desde o seu surgimento no início da década de 1980, é responsável por diferentes olhares em contextos sociohistóricos distintos. Segundo Jodelet (1998), essa doença nasce associada com o processo discriminatório, sendo a primeira cujas histórias sociais e médicas se desenvolvem ao mesmo tempo. Para a referida autora, o advento dessa epidemia sofreu várias interferências sociais e do conhecimento médico, assim como estigmas, principalmente por parte do saber informal associado às informações da mídia, sendo representada até data mais recente como a morte, em particular dos homens que fazem sexo com homens; posteriormente tendo sua representação ancorada na noção de doença disseminada pelos comportamentos desviantes das normas sociais, relacionadas ao prazer, ao sexo e à utilização de drogas injetáveis (UDI), formando assim os grupos de risco 1 (homossexuais, prostitutas, usuários de drogas injetáveis), sendo estes conhecidos como o locus da doença. (SALDANHA, FELIX, ARAÚJO; 2008) 1 O termo grupo de risco foi largamente difundido e utilizado no início da pandemia de HIV/aids para indicar aqueles indivíduos que colocavam as outras pessoas em risco de infecção pelo HIV que, epidemiologicamente é considerado incorreto, posto que esta expressão designa indivíduos ou grupos mais propensos a adquirir certas patologias, não a transmiti-las. Depois se passou à utilização da nomenclatura comportamento de risco que se mostrou igualmente ineficaz. Atualmente, o termo considerado como o mais correto é de vulnerabilidade (LEITE, LEITE; 2011, p.1)

32 32 Segundo Souza (2001), a partir da análise do impacto determinado pela epidemia de aids em nível mundial, emergiu a noção de vulnerabilidade, tendo a estrutura conceitual para avaliação crítica da vulnerabilidade à infecção pelo HIV desenvolvida por Mann. Nesse sentido, a referida autora afirma que Ayres (1997, p.12) em seus estudos definem vulnerabilidade ao HIV/aids como o esforço de produção e difusão de conhecimento, debate e ação sobre os diferentes graus e naturezas da suscetibilidade de indivíduos e coletividades à infecção, adoecimento ou morte pelo HIV/aids. Três planos interdependentes para mensurar a vulnerabilidade foram definidos por Ayres et al (2003) para analisar as diversas situações mundiais frente ao HIV/aids: vulnerabilidade individual (cognitiva e comportamento pessoal), vulnerabilidade social (contexto social) e vulnerabilidade programática - anteriormente designada como Programa Nacional de Combate à aids. Tomando por base ainda as concepções de Ayres (1997), ao apontar que para compreender o conceito de vulnerabilidade é necessário ultrapassar a concepção tradicional centrada no comportamento para adoção de estratégias de redução de risco exclusivamente individual como a melhor a ser entendida no âmbito das diferentes etapas históricas da epidemia e das respostas da comunidade científica. Souza (2001) segue afirmando que, para Ayres (1996, p:13), a noção de vulnerabilidade busca fornecer elementos para avaliar objetivamente as diferentes chances que todo e qualquer indivíduo tem de se contaminar, dado o conjunto formado por certas características individuais e sociais de seu cotidiano, julgadas relevantes para a sua maior exposição ao HIV ou sua menor chance de proteção. Estudos realizados por Leite (2011) e Delmiro (2011) apontam diversos fatores associados ao aumento no número de idosos contaminados pelo HIV com mudanças sociais, demográficas e culturais, sobretudo na sexualidade, sendo que este último pode estar diretamente relacionado com as evoluções tecnológicas, principalmente no campo da indústria farmacêutica, responsável pela

33 33 disponibilização de diversas medicações que proporcionam a ereção masculina e os hormônios que melhoram a lubrificação feminina, permitindo uma melhora na libido das mulheres que, fisiologicamente, com o avanço da idade tende a diminuir, levando os idosos a manterem uma vida sexual ativa por muito mais tempo, contrariando o que muitas vezes é colocado no plano simbólico imaginário que as práticas sexuais entre idosos não existem, caracterizando o idoso como assexuado. Assim, é necessário compreender que, apesar desses conceitos construídos socialmente em torno dos idosos, a velhice conserva a necessidade sexual, não havendo idade para atividade sexual estagnar e nem os pensamentos sobre sexo ou o desejo deixem de existir. Estudos mostram que 74% dos homens e 56% das mulheres casadas mantêm vida sexual ativa após os 60 anos (BRASIL, 2007). Em pesquisa desenvolvida pelo Programa Nacional de DST/aids, em 2003, envolvendo o comportamento da população brasileira sexualmente ativa, foi comprovado que 39,2% das pessoas com mais de 60 anos mantém relações sexuais; destes, 91,8% têm parceiro fixo, 5,5% têm parceria eventual, e 2,7%, parceria fixa e eventual. Na faixa etária maior que 50 anos, 17,3% dos (as) entrevistados(as) relataram ter tido cerca de 6,3 relações sexuais por mês, nos últimos 06 (seis) meses, aproximando, assim, da média de 9,2 da população de 40 a 49 anos (BRASIL, 2003a). A não utilização do preservativo é outro fator que pode levar ao aumento do número de indivíduos com HIV/aids, já que esta é a única maneira que se pode evitar o contaminação por via sexual. Porém, contata-se que a sua utilização ainda apresenta resistência, uma vez que muitas pessoas acreditam que o preservativo tira o prazer, interfere na ereção ou até mesmo que a utilização deste é sinônimo de infidelidade no relacionamento (DELMIRO, 2011). Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, em 2008, sobre a utilização de preservativos em indivíduos entre 50 e 64 anos ainda tem expressividade preocupante, visto que a utilização do preservativo nas relações sexuais nos últimos 12 meses foram as seguintes: 16,4% na última relação sexual; 37,9% com parceiros casuais; 10,5% em todas as relações sexuais com qualquer parceiro; 10,0% em todas as relações sexuais com parceiros fixos e 32,0% em todas as relações sexuais (BRASIL, 2008).

34 34 Além disso, uma série de fatores conjugados, como melhor controle das doenças transmissíveis com afecções crônicas; surgimento de novas drogas; melhora das condições sanitárias e a redução da fertilidade estão favorecendo o aumento da expectativa de vida da população brasileira (BERQUO; LEITZ, 1988); assim como as pessoas que vivem com HIV/aids, principalmente devido à utilização dos antiretrovirais, fato que nos leva a entender que o aumento da expectativa de vida, associado à vida sexual ativa dos idosos e aos comportamento de risco de alguns idosos, pode aumentar o número de contaminados pelo HIV, já que estes se apresentam em condição de vulnerabilidade a aquisição do vírus. 2.4 REPRESENTAÇÕES SOCIAIS E AIDS EM IDOSO As Representações Sociais (RS) contribuem, segundo Jodelet (2001, p. 21), para a construção e interpretação da realidade social, pois esta se configura como uma forma de conhecimento, socialmente elaborada e partilhada, com um objetivo prático, e que contribui para a construção de uma realidade comum a um conjunto social. A mesma assinala que as RS por serem estruturas de conhecimentos cognitivos, afetivos e avaliativos, oriundos da relação de reciprocidade entre o indivíduo e a sociedade, orientam e organizam as condutas e as comunicações sociais, facilitando o processo de informação social. Permitem, ainda, apreender uma riqueza de elementos figurativos do tipo: cognitivos, ideológicos, informativos, normativos, atitudes, crenças, imagens, opiniões, valores, dentre outros, estes organizados sempre sob a aparência de um saber que diz algo sobre o estado da realidade. Desse modo, nesse estudo buscamos compreender, a partir do conhecimento dos idosos da zona rural, dentro da sua realidade social, as representações sociais sobre a aids e sua forma de contágio, com vistas a discutir o conhecimento sobre esta doença e a vulnerabilidade destes em se contaminar com o HIV.

35 35 A Teoria das Representações, por sua interseção entre o individual e o coletivo, rompe com a dicotomia observada nas representações coletivas de Durkheim, compreendendo assim o indivíduo como ativo nas construções e reconstruções de representações, na medida em que se insere no universo da comunicação social, constituindo grupos que se aproximam tendo em vista o objeto e os interesses que mobilizam em cada cultura (TURA, 2005a). A representação social compreende uma modalidade de conhecimento particular que tem por função a elaboração de comportamentos e a comunicação entre indivíduos (MOSCOVICI, 1978, p. 26). A proposição da Teoria das Representações Sociais por Moscovici desdobra-se em três correntes teóricas de estudo ou eixos teóricos considerados como complementares, não sendo elas incompatíveis entre si, uma vez que provêm de uma mesma matriz, a saber: uma mais fiel à teoria original, conduzida por Denise Jodelet; outra que procura articulá-la com uma perspectiva mais sociológica, conduzida por Willam Doise; e uma que enfatiza a dimensão cognitivo-estrutural das representações, conduzida por Jean-Claude Abric (SÁ, 1998). Neste estudo, optou-se por utilizar as abordagens dimensional e processual, com ênfase no eixo dos trabalhos de Jodelet, por considerarmos a aids um grave problema de saúde pública, já explorado nessa vertente enquanto fenômeno possível de análise, semelhante aos já desenvolvidos pela referida autora, como doenças presentes no mundo contemporâneo, que impõe um olhar não apenas do ponto de vista biológico, mas considerando a subjetividade do adoecimento no processo saúde-doença e os diversos contextos em que estão inseridos os indivíduos. Nóbrega (2001) destaca que a caracterização das representações sociais como um processo criativo, de elaboração simbólica e cognitiva, serve de orientação para o comportamento das pessoas, dessa forma, contraria Durkheim em sua teoria que não compactua com este aspecto acreditando no fenômeno da reprodução do pensamento. No tocante a utilização do aporte teórico das representações sociais aplicada aos estudos da aids, em que, segundo Jodelet (1998), é relevante se conhecer o processo de assimilação ou não assimilação das informações, por ser importante essa apreensão informal sobre determinados objetos que ainda são conflituosos, fazendo-se necessário considerar os sistemas de noções, valores e

36 36 modelos de pensamentos e de conduta que os indivíduos aplicam para se apropriar dos objetos de seu ambiente, particularmente aqueles que são novos como foi a aids nos anos 80 ( p. 26). Neste estudo, procura-se conhecer o que pensam os idosos sobre a vulnerabilidade do HIV/aids articulado ao modo como percebem a sua realidade e seus conhecimentos sobre essa patologia, principalmente em relação às interações sociais que vivenciam, podendo exprimir uma maior ou menor vulnerabilidade à infecção pelo HIV. Dessa forma, Silva (2002), enfatiza que a TRS tem um foco importante nas comunicações e nos comportamentos, por serem importantes a estes, na orientação a partir dos processos de interação social, transformando simbolicamente os fenômenos representados. Para compreender o modo de elaboração e funcionamento das representações sociais tornando algo não familiar em familiar, Moscovici (2003) estabelece que as RS ocorrem por meio de dois processos: objetivação e ancoragem, sendo estes responsáveis pela interpretação e atribuição de significados ao fenômeno social. Para Moscovici (2003, p. 72), o processo de objetivação é considerado como um complexo de imagens que reproduzem visivelmente um complexo de ideias. Para tanto, é nesse processo que as palavras são acopladas às coisas, o abstrato é tornado concreto, o conceito é transformado em uma imagem ou em um núcleo figurativo (NÓBREGA, 2001, p. 73). O processo de objetivação ocorre, segundo Nóbrega (2001), mediante três etapas: constituição seletiva compreende mecanismos utilizados pelo público consumidor dos meios de comunicação de massa, para se apropriar do conhecimento teórico-científico, enquanto conjunto sistemático de ideias feito a partir da seleção de elementos da informação enquanto fatos próprios do senso comum, na seleção que é feita em função de critérios culturais (diferença no acesso de informação de acordo com cada grupo) e normativos (exercem a função de retenção dos elementos de informação, preservando a coerência com o sistema de valores do próprio grupo); esquematização estruturante ou núcleo figurativo, formado pelo elemento duro e mais estável da representação e corresponde ao consenso de todos sobre um determinado objeto. O núcleo estruturante tem duas funções, a geradora e a organizadora, a partir das quais é atribuído sentido ao objeto e determinação dos elos unificantes entre os elementos periféricos que se entrelaçam

37 37 na formação do tecido representacional; e, naturalização confere uma realidade plena ao que era uma abstração ao transformar as imagens em elementos da realidade. O processo de ancoragem para Moscovici (2003, p. 61) compreende um processo que transforma algo estranho, desconhecido e perturbador, que nos intriga, em nosso sistema particular de categorias, para comparar com o paradigma de uma categoria que é pensado pelo sujeito sobre o objeto representado do que é pensado e o que será apropriado para se ancorar por meio da classificação e nomeação ao objeto estranho. Este processo classifica o que não possui nome, o que é estranho, não existente, e ao mesmo tempo se constitui como ameaçador (MOSCOVICI, 2003, p. 61), uma vez que, é impossível classificar sem, ao mesmo tempo, dar nomes (p. 66) e, por conseguinte, o que é anônimo, o que não pode ser nomeado, não se pode tornar uma imagem comunicável ou ser facilmente ligado a outras imagens (p. 66). Assim sendo, o processo de ancoragem é organizado, segundo Nóbrega (2001), sob três dimensões: atribuição de sentidos é o momento em que o sujeito indivíduo se apropria de uma rede de significações, em que são articulados e hierarquizados os valores já existentes na cultura; instrumentalização do saber em que confere um valor funcional à estrutura imageante da representação, à medida que esta se torna uma teoria de referência que permite aos indivíduos compreenderem a realidade; e, enraizamento no sistema de pensamento enquanto incorporação social da novidade atrelada à familiarização do estranho, a partir dos mecanismos de classificação, de comparação e de categorização do novo objeto em julgamento. Segundo Moscovici (2003), é da soma de experiências e memórias comuns que nós extraímos as imagens, linguagem e gestos necessários para superar o nãofamiliar, com suas consequentes ansiedades. Elas não são inertes, nem mortas, ao contrário, são dinâmicas e imortais. Portanto, a ancoragem e objetivação são, pois, maneiras de lidar com a memória. A primeira mantém a memória em movimento e a memória é dirigida para dentro, esta sempre colocando e tirando objetos, pessoas e acontecimentos, que ela classifica de acordo com um tipo

38 38 e os rotula com um nome. A segunda, sendo mais ou menos direcionada para fora (para outros), tira daí conceitos e imagens para juntá-los e reproduzi-los no mundo exterior, para fazer as coisas conhecidas a partir do que já é conhecido (MOSCOVICI, 2003, p. 78). Ainda nesse sentido,tura (2005a) afirma que o processo de constituição das representações sociais tem por função destacar uma figura e carregá-la de sentidos. A função duplicadora de um sentido por uma figura designa-se a objetivação e de uma figura em um sentido a ancoragem. Desta forma, a objetivação é um processo ligado especificamente ao funcionamento do pensamento social atribuindo significado ao objeto, conferindo materialidade a ideias, palavras e esquemas conceituais, formando o núcleo figurativo das representações sociais. A ancoragem está relacionada à incorporação do novo no pensamento ou conhecimento preexistente. As representações sociais enquanto universo consensual de significados construídos e compartilhados socialmente, segundo Silva et al (2003, p. 123), possibilita os membros do grupo comunicarem-se e interagirem a partir dos processos de objetivação e ancoragem, os quais são responsáveis pela interpretação e atribuição de significados comuns a problemática de seu universo, em particular, os de saúde. Desse modo, os significados que os idosos atribuem à vulnerabilidade diante do HIV/aids na adoção de práticas preventivas sempre que experimentam situações de confronto com a aids, compreendem uma das formas de apreensão da TRS (DELMIRO, 2011). Essa apreensão não se dá de forma automática nem mecânica, mas se embasa no sentido que o sujeito, no caso o idoso, atribui à experiência com a aids (objeto), no espaço das vivências e interações ao longo do tempo (MADEIRA, 1998a, p. 11). As RS, de acordo com Madeira (1998b, p. 50), não são um ato isolado ou estático, uma vez que sofre interferências do meio social, psicológico e cultural integrando a linguagem de viver do sujeito. Neste sentido, o objeto apropriado torna-

39 39 se objeto do sentido, uma vez que mobiliza condutas, definindo o sujeito em suas relações (p. 51). Na construção de RS Moscovici (1978) identifica três sistemas indutores de representação advindos da organização cognitiva de diferentes sistemas/formas de comunicação, presentes na difusão, a propagação e a propaganda. A difusão não é dirigido a um grupo, mas a uma pluralidade de grupos e a mensagem sobre um objeto é organizada de maneira indiferenciada, ignorando as diferenciações sociais, não provocando mudanças de atitudes; o sistema de propagação se opõe à difusão, uma vez que exige organização complexa das mensagens, sendo caracterizada como uma modalidade de comunicação em que as mensagens produzidas por membros de um grupo se dirigem ao seu próprio grupo, visando a harmonizar o objeto da comunicação com os princípios que fundam a especificidade do grupo; e a propaganda é uma forma de comunicação de um grupo que oferece uma visão clivada de mundo, cuja dinâmica encontra-se inscrita nas relações sociais conflituosas, salientando-as e alimentando-as e acentuando as diferenças sociais (ORDAZ; VALA, 2000; NÓBREGA, 2001; VALA, 2006). Assim sendo, entende-se a importância do papel da comunicação na veiculação e propagação da aids como uma importante ferramenta para difusão da mesma que possibilita os idosos acessarem informações sobre a mesma em seus grupos de pertença, uma vez que é na comunicação que um objeto social é disseminado, por meio do sistema de difusão, propagação ou propaganda, fazendo circular o conhecimento acerca de determinado fenômeno, produzindo e reproduzindo representações sociais de um determinado objeto e direcionando os comportamentos dos sujeitos. Diante do exposto, as representações sociais dos idosos residentes na zona rural assumem relevante importância para a prática da saúde, possibilitando a apreensão de conhecimentos sobre a vulnerabilidade frente à infecção pelo HIV/aids, por definir comportamentos e/ou práticas e a comunicação entre grupos sociais, em particular, nos idosos podendo ainda influenciar os idosos com a adoção de práticas de saúde saudáveis. Nesse sentido, Jodelet (1998, p. 18) enfatiza que a TRS vêm sendo utilizadas em estudos que analisam as relações entre conhecimento científico e profano, e no exame do papel que as concepções do senso comum exercem sobre a apreensão de certas doenças.

40 40 Esse aspecto encontra-se relacionado com as funções das RS como mediadora dos comportamentos e das comunicações que circulam nos discursos expressos pelas ideias e imagens que se materializam nos comportamentos ou condutas (MOSCOVICI, 2003). Nessa direção Abric (1998) apresenta quatro funções essenciais das RS: função de orientação, que serve de guia para a ação, na medida em que esta orienta as condutas e as práticas; função do saber: permite que os indivíduos adquiram conhecimento prático do senso comum e os integrem em um quadro assimilável e compreensível para eles próprios, em coerência com seu funcionamento cognitivo e os valores aos quais eles aderem o que facilita a comunicação social, permitindo compreender e explicar a realidade; função identitária: que define a identidade e permite a proteção da especificidade dos grupos, esta situa os indivíduos e os grupos dentro de um campo social, permitindo a elaboração de uma identidade social e pessoal, ao mesmo tempo em que lhes assegura um lugar primordial nos processos de comparação social; e a função justificadora: que permite, a posteriori, a justificativa das tomadas de posição e dos comportamentos, é o momento em que as representações intervêm na avaliação da ação, permitindo aos indivíduos explicar e justificar suas condutas em uma situação ou face a seus parceiros. Para Jodelet (2001), é importante explorar as representações sociais relacionadas à doença e ao corpo, valorizando a percepção do senso comum, tendo em vista a pluralidade e diversidade resultante da construção social e simbólica do homem enquanto sujeito. Logo, na investigação em busca de sentidos atribuídos ao HIV/aids pelos idosos enquanto objeto de estudo, do ponto de vista de Moscovici (1978), busca-se compreender as representações sociais como produto e processo social, organizadas de diferentes maneiras nos grupos de pertenças sociais do ponto de vista dimensional e processual com ênfase nas três dimensões: a atitude, a informação e o campo de representação ou imagem e explorando o processo de objetivação e ancoragem. Desta forma, a informação relaciona-se com a organização dos conhecimentos que os idosos possuem a respeito de um objeto social e o campo da representação remete a ideia de imagem, enquanto modelo social, aos conteúdos concretos e limitados das proposições acerca do HIV/aids e a atitude salientará a

41 41 orientação global dos idosos frete ao referido objeto de estudo, como defende Moscovici (1978). Embora se possa verificar a ocorrência da não existência de informações coerentes sobre o HIV/aids, uma vez que não se pode falar desta de forma linear, permitindo aos idosos apreenderem somente as informações que são importantes para os mesmos nos seus grupos sociais, quando existe este saber é permitido realizar uma discriminação precisa entre os níveis de conhecimentos, conforme atesta Moscovici (1978). Para tanto, as três dimensões da representação social possibilitam obter uma visão panorâmica do seu conteúdo e do seu sentido com relação ao HIV/aids, uma vez que para Moscovici (1978) uma pessoa só informa e representa alguma coisa depois de ter adotado uma posição, e em função da posição adotada com relação ao objeto de representação. Assim, espera-se que ao eleger essa teoria para compreensão do referido fenômeno, objeto de estudo, se possa conhecer o que pensam os idosos da zona rural, sobre a referida doença, as informações ou conhecimento, imagens atribuídas e como se posicionam frente a esta.

42 42 CAPÍTULO 3 Se quisermos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova. Mahatma Gandhi

43 43 3 ASPECTOS METODOLÓGICOS 3.1 TIPO DE ESTUDO Este estudo é do tipo exploratório quantiqualitativo em que se considera as vivências dos sujeitos em contextos sociais singulares, subsidiados no referencial teórico das representações sociais, segundo Moscovici (1978; 2003), como tentativa de se conhecer aspectos subjetivos do HIV/aids, explorando as dimensões das representações sociais. As pesquisas exploratórias visam "proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições" (GIL, 1993, p.45). 3.2 CAMPO DO ESTUDO A pesquisa foi desenvolvida no município de Jequié BA, tendo como local do estudo o Distrito de Itajuru que se localiza mais ou menos a 30km da sede da cidade. O município de Jequié situa-se na região Sudoeste da Bahia, tem uma população de habitantes tendo 8,21% da população residindo em zona rural (IBGE, 2011). Devido a vegetação característica (caatinga) e ao clima tropical, a mesma é conhecida como Cidade Sol. Distante 358 Km de Salvador, sua superfície é de Km 2. Devido a dificuldade de acesso para as áreas de zona rural do município de Jequié, e considerando o período estabelecido para a coleta dos dados da pesquisa, utilizamos apenas USF Dr. Waldomiro Borges como campo de investigação, visto que neste local existe o cadastramento de todos os indivíduos que habitam em sua área de abrangência, inclusive os idosos, o que facilitou o encontro com a população

44 44 a ser estudada. Além a acessibilidade geográfica para esse distrito é melhor do que a para o Distrito de Florestal, local onde realizamos estudo piloto para testar o instrumento de coleta de dados desta pesquisa. 3.3 SUJEITOS DA PESQUISA Foram utilizados como informantes do estudo 30 idosos de um universo de 404 idosos. A participação dos mesmos foi condicionada ao cumprimento dos seguintes critérios: Ter idade igual ou superior a 60 anos; Ambos os sexos; Residir no distrito de Itajuru; Estar cadastrado na USF Dr. Waldomiro Borges; Ter escore que, segundo aplicação do Mini Mental Examination (MMSE) (Anexo A), não indique comprometimento cognitivo, ou seja: igual ou maior a 15 pontos para idosos analfabetos; igual ou maior a 22 pontos para idosos com 1 a 11 anos de escolaridade; e igual a 27 ou mais pontos para idosos com escolaridade superior a 11 anos de estudo. O MMSE foi proposto por Folstein, Folstein e McHugh, em 1975, e é utilizado para o rastreio do comprometimento cognitivo utilizado na detecção de perdas cognitivas. Este instrumento é provavelmente o mais utilizado mundialmente, possuindo versões em diversas línguas e países, já sendo validado para a população brasileira. Tem sido largamente usado para o rastreamento epidemiológico tanto em estudos na comunidade como em asilos (ENGELHARDT; LAKS; ROZENTHAL, 1997). O MMSE fornece informações sobre diferentes parâmetros cognitivos, contendo questões agrupadas em sete categorias, cada uma delas planejada com o objetivo de avaliar funções cognitivas específicas como a orientação temporal (5 pontos), orientação espacial (5 pontos), registro de três palavras (3 pontos), atenção e cálculo (5 pontos), recordação das três palavras (3 pontos), linguagem (8 pontos) e

45 45 capacidade construtiva visual (1 ponto). O escore do MMSE pode variar de um mínimo de 0 ponto (maior grau de comprometimento cognitivo), até um total máximo de 30 pontos (melhor capacidade cognitiva) (BRUCKI et al., 2003). É válido salientar que, apesar deste instrumento ser bastante utilizado e indicado para rastreio cognitivo, não fornece diagnósticos de quadros demenciais (BERTOLUCCI et al., 1994; FILLENBAUM et al., 1999; LAKS et al, 2003) CONSTITUIÇÃO DA AMOSTRA O presente estudo utilizou amostra intencional e teve acesso a 40 idosos. Ressaltamos que após aplicação do Mini Mental Examination (MMSE), utilizado nesse estudo como instrumento para avaliar a capacidade cognitiva dos informantes, dois idosos do sexo masculino não foram incluídos no estudo por apresentar déficit cognitivo, e oito informantes, sendo cinco homens e três mulheres, não aceitaram participar da pesquisa (não compareceram para realização da entrevista, o que se configurou como segundo momento da coleta de dados), perfazendo, dessa forma, 30 idosos como amostra da pesquisa de um universo de 404 idosos ASPECTOS ÉTICOS Buscando cumprir o que dispõe a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que trata da pesquisa envolvendo seres humanos, antes de adentrar ao campo de pesquisa, foram elaborados o projeto de pesquisa e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice A), atendendo assim as exigências preconizadas pela aludida Resolução, a saber: linguagem acessível, tema da pesquisa, responsáveis pela pesquisa devidamente identificados, objetivos, finalidade / justificativa, informantes, local da pesquisa, técnica e instrumento de coleta de dados, duração da pesquisa, assim como, esclarecidos a não existência de risco para o informante, a liberdade do sujeito de se recusar a participar ou retirar

46 46 seu consentimento em qualquer fase da pesquisa, a privacidade e anonimato dos informantes e a possibilidade das informações (de forma anônima) prestadas por eles serem expostas publicamente por meio da mídia escrita ou virtual e em eventos de caráter científicos. Após submissão do Projeto ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), onde o projeto de pesquisa foi avaliado pelos membros do referido comitê, e mediante aprovação do mesmo (Anexo B) comunicado pelo Of. CEP /UESB 046/2001 (Anexo C) atribuindo o número de protocolo 230/2010 e CAAE , encaminhamos o of. 042/2011 PPGES (Anexo D) ao Secretário Municipal de Saúde do Município de Jequié solicitando autorização para realização da coleta de dados, diante da sua aprovação e da Diretora do Departamento de Assistência à Saúde (Anexo E), iniciamos a coleta de dados na USF Waldomiro Borges. 3.4 INSTRUMENTO E PROCEDIMENTO PARA COLETA DE DADOS Foi escolhida como técnica de coleta de dados a entrevista semiestruturada, sendo guiado pelo roteiro de entrevista (Apêndice B), formado por três partes, a saber: características sociodemográficas; 33 proposições relacionadas às formas de contágio, devendo ser respondidas como verdadeiro ou falso, sendo justificadas as respostas a seguir; e duas perguntas abertas referindo-se ao conhecimento dos informantes sobre a aids, e quanto às pessoas que podem adquirir a aids, devendo ser justificado a seguir a sua resposta. A entrevista em si é considerada, segundo Barros e Lehfeld (1997, p. 57), como uma técnica que permite o relacionamento entre o entrevistado e o entrevistador. Gil (1993, p. 113) reforça esta compreensão, quando afirma que pode-se definir entrevista como técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado e lhes formula perguntas, com objetivo de obtenção de dados que interessam a investigação [...]. Meihy (1996) considera este processo de coleta de informação como sendo o período em que ocorre a gravação das informações fornecidas pelo entrevistado frente aos questionamentos do pesquisador, este momento deve ser efetuado segundo a conveniência do entrevistado.

47 47 Como forma de testar o instrumento a ser aplicado, foi realizado estudo piloto com dez idosos residentes no distrito de Florestal. A referida população foi escolhida para a realização de estudo piloto, pois apresenta características parecidas com idosos que configuram os informantes desse estudo. Assim, após a realização do teste piloto, ao adentrar ao cenário de pesquisa, solicitamos ao enfermeiro da Unidade agendar uma reunião com os demais membros da equipe, quando apresentamos o projeto de pesquisa e solicitamos a colaboração dos mesmos no sentido de comunicar aos idosos que se encontravam na área de abrangência a comparecer a USF para ter conhecimento das atividades a serem desenvolvidas por nós, pesquisadores. Assim, passamos a convidar aos idosos que encontravam na USF a participar do estudo, sendo os mesmo esclarecidos do teor da pesquisa por meio da leitura do TCLE, assim como esclarecendo quanto ao caráter voluntário e garantia do anonimato das pessoas que participam da pesquisa. Dessa forma, após aceitar a participar do estudo, assinado o TCLE, aplicávamos o MMES, e, tendo este idoso escore significativo que não indicasse déficit cognitivo, agendávamos um momento para aplicação do instrumento de coleta de dados por meio da entrevista, que teve duração de mais ou menos 50 minutos. Assim, as entrevistas foram realizadas na própria USF e também nos domicílios dos informantes. A realização das entrevistas, assim como a aplicação do MMES, foram realizadas por mim e por discentes do curso de graduação em enfermagem, previamente capacitados para aplicar o instrumento de coleta de dados. 3.5 TÉCNICA DE ANÁLISE DOS DADOS As informações obtidas das 30 entrevistas correspondem ao corpus que, após constituição do banco de dados, foi submetido ao software Analyse Lexicale par Contexte d'un Ensemble de Segment de Texte 2010 (Alceste), concebido por Max Reinert, no final da década de 70, no âmbito das investigações em Psicologia Social, e introduzido no Brasil, em 1998, por Veloz, Nascimento-Schulze e Camargo (REINERT, 1998; CAMARGO, 2005). Este software é um instrumento auxiliar de análise de dados, principalmente quando se trata de analisar grande quantidade de

48 48 material textual, proveniente de entrevistas, questionários e de diferentes documentos escritos. O Alceste é um software de estatística textual que tem como objetivo principal identificar a organização tópica do discurso que compõe um corpus, ou seja, a totalidade dos dados textuais. Emprega uma análise de classificação hierárquica descendente e possibilita a uma análise lexicográfica do material textual, oferecendo contextos (classes léxicas) que são caracterizados pelos vocabulários e pelos segmentos de texto que compartilham este vocabulário (CAMARGO, 2005). O programa toma como base um único arquivo (txt) ou Unidades de Contexto Iniciais (UCI), que dependem da natureza da pesquisa e deverão ser definidas pelo pesquisador. Um conjunto de UCIs constitui um corpus de análise. O processo de análise segue as etapas apresentadas a seguir: 1) Leitura do texto, redução das palavras com base em suas raízes (formas reduzidas) e constituição de um dicionário; 2) Segmentação do material discursivo em Unidades de Contexto Elementares (UCE s); 3) Descrição das classes semânticas, seguida de sua descrição através da quantificação das formas reduzidas e função das UCE s, bem como das ligações estabelecidas entre elas, 4) Análise da associação e correlação das variáveis informadas às classes obtidas e análise das ligações estabelecidas entre as palavras típicas em função das classes (dendograma) (CAMARGO, 2005). Os resultados, após processamento e análise de todos os dados resultantes das entrevistas, foram interpretados a partir do referencial teórico das representações sociais, e apresentados em figuras e temas.

49 49 CAPÍTULO 4 Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso" Eu vou direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muitas vezes desperto E abro as janelas, pálido de encanto... Olavo Bilac

50 50 4 REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO HIV/AIDS E FORMAS DE CONTÁGIO 4.1 APRESENTANDO OS SUJEITOS Os idosos participantes desse estudo em sua maioria são do sexo masculino (56,7%), sendo a faixa etária mais prevalente a de 60 a 70 anos (50%), e a idade mínima de 60 e a máxima de 82 anos, com uma média de 70 anos, desvio padrão de mais ou menos 6,4 e mediana de 70,5. Os dados da tabela 1 apresentam o perfil sociodemográfico dos idosos que vivem no domicílio, segundo faixa etária, estado civil, escolaridade, renda e religião relacionando ao sexo. Tabela 1: Perfil sociodemográfico dos idosos que vivem no domicílio segundo faixa etária, estado civil, escolaridade, renda e religião relacionando ao sexo. Jequié BA, 2011 (n=30). VARIAVEL MASCULINO FEMININO TOTAL n(%) N % N % FAIXA ETÁRIA 60 a 70 anos 08 47, ,8 15 (50,0) 71 a 80 anos 08 47, ,2 14 (46,7) 81 a mais 01 05, (3,3) ESTADO CIVIL Solteiro(a) 01 05, ,7 02 (6,7) Casado(a) 05 29, ,8 09 (30,0) Divorciado(a) ,8 04 (13,3) Convive maritalmente 08 47, ,4 10 (33,3) Viúvo(a) 03 17, ,4 05 (16,7) ESCOLARIDADE Analfabeto(a) 05 29, ,5 13 (43,3) 1 a 8 anos de estudo 11 64, ,8 15 (50) Ensino médio incompleto 01 5, (3,3) Ensino médio completo ,7 01 (3,3) RENDA Sem renda ,7 01 (3,3) Menos de 1 salário 02 11, ,7 03 (10,0) 1 salário 13 76, ,9 23(76,7) Mais de 1 salário 02 11, ,7 03(10,0) RELIGIÃO Católico 13 76, ,2 19 (63,3) Protestante 04 23, ,8 11 (36,7)

51 51 Em relação ao estado civil, a maior parte são de mulheres casadas (30,8%) ou divorciadas (30,8%) e de homens que mantém relacionamento estável convivendo maritalmente (47,1%). Observa-se que as mulheres, em sua maioria, são analfabetas (61,5%) seguidas por aquelas que têm de 1 a 8 anos de estudo (30,8%), tendo apenas 7,7% destas o ensino médio completo. Já, dentre os homens entrevistados, 64,4% possuem de 1 a 8 anos de estudo, seguidos pelos analfabetos (29,4%) e por aqueles que têm ensino médio incompleto (5,9%). Os idosos desse estudo, em sua maioria, possuem renda equivalente a um salário mínimo (76,7%), seguido por aqueles que recebem mais de um salário mínimo, e menos de um salário mínimo, representando ambos 10%, tendo apenas 3,3% dos idosos que se declaram sem renda. Quanto à religião, entre os homens o catolismos representa 76,5%, e entre as mulheres, 46,2%, equanto que a religião protestante é professada por 53,8% das mulheres e por 23,5 dos homens. A maioria dos idosos desse estudo professam ser católicos (63,3%). 4.2 REPRESENTAÇÕES SOCIAIS Os resultados apreendidos das entrevistas e analisados pelo software Alceste foram definidos a partir de um corpus formado por 30 Unidades de Contexto Iniciais (UCI s) e 416 Unidades de Contexto Elementar (UCE s), classificadas a partir das 480 selecionadas, correspondendo os segmentos de textos dimensionados pelo programa com um aproveitamento de 78.60%, considerando a frequência, superior a quatro palavras e x² com nível de significância superior a A análise hierárquica apontou quatro classes ou categorias formadas pelos segmentos (UCEs) de textos diferentes entre si, representadas no dendograma (figura 1) com suas relações inter-relacionadas.

52 Classe Eixo Classe Eixo Classe Eixo 1 + Classe Figura 1: Dendograma da Classificação Hierárquica Descendente. Fonte: Alceste, 2011 Os conteúdos semânticos sobre HIV/aids para os idosos encontram-se dimensionados em três eixos interligados formados pelas quatro classes apresentadas, caracterizando as dimensões responsáveis pela construção de representações sociais (MOSCOVICI, 1978), como: imagens ou campo de representação sociais; conhecimento ou informação e posicionamento dos idosos frente ao HIV/aids ou atitude. As imagens são apresentadas em figuras, que foram definidas pela distância calculada nas UCEs de cada classe, com suas frequências e seus respectivos quiquadrados (x²); os conteúdos/informações sobre a HIV/aids e o posicionamento dos idosos são salientados nos referidos conteúdos; destaca-se os processos sociocognitivos responsáveis pela formação de representações sociais: objetivação (imagens) e ancoragem (conteúdos) apresentando o posicionamento dos idosos frente o HIV/aids DIMENSÕES MAIS SIGNIFICATIVAS DAS REPRESENTAÇÕES SOBRE HIV/AIDS A classe/categoria 1 práticas sexuais, formada por 179 UCE, em que os idosos, em sua maioria homens, católicos, analfabetos, com idade de 71 a 80 anos, que convivem maritalmente e recebem em torno de um salário mínimo, fazem alusão às diferentes formas de transmissão do HIV/aids, com 68 palavras selecionadas, conforme conteúdos no quadro 1.

53 53 Palavras Frequência chi2 Camisinha Com penetração Estourar Evitar Homens Homossexuais Idosos Mulher Ouvir Pega Pode Praticar Prevenido Prevenção Protege Rasgar Relação Sem camisinha Sexo Sexo pelo ânus Transmitida Transar Usando Velhos (as) Viado Quadro 1: Distribuição das palavras mais significativas segundo frequência e quiquadrado na formação da classe/categoria1. Fonte: Alceste, Verifica-se que os idosos associam as práticas sexuais ao ato sexual com penetração (x²=243.45) em que no momento do sexo (x²=213.92) ao praticar (x²=192,36) uma relação (x²=05.35) entre homens (x²=191,36) e mulheres (x²=136,94), utilizam camisinha (x² = 174). Os idosos (x²=129,64) devem realizar atividade sexual usando (x² = 70,08) camisinha uma vez que transar (x² = 41, 000) sem camisinha (x²=68,01) pode (x²=07,37) se contaminar e que a aids pode ser transmitida (x²=24,59) entre velhos(as) (x²=20,0). Além disso, mesmo com a utilização da camisinha como forma de prevenção (x²=16,36) a mesma pode rasgar (x²=10,08) ou estourar (x²=09,43) e desta forma, não prevenindo (x²=09,29); o não uso da camisinha não protege (x²=09,27) os homossexuais (x²=06,58) ou demais adeptos ao sexo pelo ânus (x² = 06,54). Assim, devem evitar (x²=05,71) a prática de sexo com viados (x²=05,29) já que, dessa forma se pega (x²=04,72) doenças venéreas como ouvi (x²=04,03) falar. A partir do final dos anos 70, com a emergência da aids, começaram a ser realizados diversas pesquisas que buscavam compreender como ocorre a propagação do HIV (LEITE, 2011).

54 54 Assim, ao perceber que a doença está relacionada às práticas sexuais, diversos estudos passaram a ser realizados, inicialmente voltados para as práticas sexuais de homens que fazem sexo com homens, posteriormente, com a heterossexualização da doença, passaram a ser estudadas as práticas sexuais envolvendo homens e mulheres, principalmente daqueles considerados em idade sexualmente ativa (adultos jovens), sendo relegada a condição de estudo das práticas sexuais entre idosos, fato que os colocaram em situação de grande vulnerabilidade à aquisição do vírus, pois a aids estava representada até o início do século XXI como doença de gays e de homens e mulheres que adotavam comportamento de risco (CALAIS; JESUS, 2011). Além disso, estudos realizados por Barbosa e Koyama (2008) ressaltam que no final dos anos 90, com o aumento do número de casos de aids, inquéritos populacionais seriados sobre comportamentos e práticas sexuais fossem realizados com maior frequência. Os referidos inquéritos buscavam compreender melhor a relação entre o exercício da sexualidade e a transmissão sexual do HIV, responsável por grande parte dos casos nos países. Pensar nas representações sociais da aids significa afirmá-la, segundo Tura (2005b, p. 168), como regendo as relações sociais que se estabelecem em torno dessa realidade, assim como organizando comunicações e condutas e, por isso, pode-se dizer que denotam/conotam, em sua organização e articulação, o vivido, a experiência do concreto e os interesses que mobilizam. Assim, é perceptível que, embora a aids tenha se firmado como uma pandemia de homens que tinham práticas sexuais com homens, as representações dela com o passar dos anos, vem se modificando, podendo ser observado que os idosos de zona rural já percebem a aids como uma doença que pode afetá-los. Porém, ainda enfatizam a visão do sexo anal como forma de transmissão da aids, relacionado a prática homossexual, chamando atenção ainda para o perigos dos viados ou homossexuais adquirirem doenças venéreas. Nesse sentido, Delmiro (2011) discute que a sexualidade é inerente ao ser humano em todas as fases da vida, e a representação da prática sexual como realidade na terceira idade é fundamental para compreender os riscos ao qual esse grupo de pertença mostra-se vulnerável à aquisição de doença transmitida por via sexual. Independente da forma e da idade em que o ato sexual seja realizado pelos seres humanos, os mesmos encontrar-se-ão expostos à aquisição de DST, visto que

55 55 a utilização da camisinha pode sofrer danos físicos e devido ao seu rompimento (seja ele pela má conservação do preservativo ou por erros na forma de utilização) manter contato entre os fluídos corporais (esperma, secreção vaginal e sangue) e contaminar o(a) parceiro(a). A figura 2 apresenta imagens ou campo de representação da aids pelos idosos que contribuíram na formação dessa classe, em que atribuem o HIV/aids à realização de práticas sexuais com penetração com a utilização ou sem o uso da camisinha entre homens, mulheres, homossexuais e idosos, o que está diretamente relacionado com a aquisição do HIV, pois a camisinha quando usada corretamente protege da transmissão das doenças venéreas, tendo remota possibilidade aquisição do HIV por problemas como rasgar ou estourar a camisinha. Além disso, muitos fatores são associados às práticas sexuais, no entanto a condição com penetração aparece como principal. Figura 2: Imagens da aids segundo as palavras mais significativas associadas à classe1. Fonte: Alceste, A realização de práticas sexuais na terceira idade é uma realidade. Sousa (2008) discorre que a sexualidade do idoso deve ser vivida em plenitude, e estes devem estar corretamente orientados quanto à utilização de mecanismos tecnológicos que melhorem o desempenho sexual, associados à utilização do preservativo e da limitação de parcerias com vistas a evitar novas infecções pelo HIV entre os mesmos por meio dessa forma de contágio. Verificou-se um tipo de ancoragem que os idosos utilizavam para falarem do HIV/aids, abordando aspectos psicobiológicos, conforme atestam conteúdos em que os idosos acreditam ser a camisinha uma das principais formas de evitar a

56 56 contaminação pelo vírus da aids, proporcionando para estes uma prática sexual segura com riscos mínimos para a aquisição do HIV. Porém, a condição de ser velho também é apontada como mecanismo de proteção destes na aquisição do HIV, levando-os a acreditar que a partir dessa idade podem se sentir mais livre nas práticas sexuais, já que nesse período da vida a procriação não mais acontece, levando assim a adoção da liberdade sexual como fator de vulnerabilidade desses idosos à contaminação pelo HIV. Além disso, no imaginário desses idosos a heterossexualidade os imuniza da aquisição do vírus da aids, quando realizam atividades sexuais sem camisinha entre homens e mulheres, já que a representação da homossexualidade como fator condicionante/determinante para a aquisição do HIV ainda está arraigada de forma muito atual como era no início da pandemia. {...} na prática de sexo com_penetracao entre um homem e uma mulher idosa sem_camisinha porque o casalzinho sendo velho não pega não; na prática de sexo com_penetracao entre um homem e uma mulher idosa com camisinha porque usando camisinha não pega; na prática de sexo com_penetracao entre dois homens com camisinha não pega porque estão usando a camisinha (Ent Homem, 77 anos, casado, católico, aposentado, ensino fundamental incompleto, renda de 1 salário mínimo). {...} na prática de sexo com_penetracao entre um homem e uma mulher idosa com camisinha pega não, porque está usando camisinha; na prática de sexo com_penetracao entre dois homens idosos sem_camisinha não pega aids, porque já estão velhos (Ent. 14 Mulher, 61 anos, casada, protestante, analfabeta, renda menor que 1 salário mínimo). {...} na prática de sexo com_penetracao entre um homem e uma mulher idosa sem_camisinha pega não, porque não é gay ou homossexual; na prática de sexo com_penetracao entre dois homens com camisinha não pega aids porque usou a camisinha (Ent. 17 Mulher, 77 anos, aposentada, convive maritalmente, protestante, analfabeta, renda de 1 salário mínimo). {...} na prática de sexo/com_penetracao entre dois homens sem_camisinha porque é homem; prática de sexo com_penetracao entre dois homens com camisinha porque usou a camisinha; na prática de sexo com_penetracao entre/dois homens idosos com camisinha (Ent 22 Homem, 60 anos, lavrador, solteiro, católico, ensino fundamental incompleto, renda de 1 salário mínimo)

57 57 {...} a aids pode ser transmitida se transar sem_camisinha porque não usou a camisinha e a camisinha evita a aids; na prática de sexo com_penetracao entre um homem e uma mulher sem_camisinha porque não usou a camisinha (Ent. 30 Homem, 69 anos, aposentado, convive maritalmente, católico, ensino fundamental incompleto, renda de 1 salário mínimo). {...} pega aids se transar sem_camisinha porque não usou a camisinha aí pode pegar qualquer doença venérea; prática de sexo com_penetracao entre um homem e uma mulher sem_camisinha porque não usou a camisinha; pratica de sexo com_penetracao entre um homem e uma mulher idosa sem_camisinha porque não usou a camisinha e tem que usar a camisinha mesmo; pratica de sexo com_penetracao entre um homem e uma mulher idosa com camisinha porque eles estão prevenidos; pratica de sexo com_penetracao entre dois homens com camisinha porque se tiver usando camisinha, ele tá prevenido, aí não pega não (Ent 6 Homem, 63 anos, aposentado, convive maritalmente, católico, ensino fundamental incompleto, renda menor de 1 salário mínimo). {...} prática de sexo com_penetracao entre dois homens com camisinha não pega porque o pinto está vestido ou usando camisinha; prática de sexo com_penetracao entre dois homens idosos sem_camisinha não pega porque os velhos já não saem muito; prática de sexo com_penetracao entre dois homens idosos com camisinha porque o pinto estar vestido ou usando camisinha {...} (Ent. 1 Homem, 72 anos, aposentado, convive maritalmente, católico, analfabeto, renda de 1 salário mínimo). Dessa forma, os resultados nos apontam, no que se refere às práticas sexuais, que os idosos a representam como uma realidade nessa faixa etária da vida, associando-a como uma forma de contágio ao HIV, mantendo ainda como representação a homossexualidade como um dos fatores que aumenta a probabilidade de uma pessoa adquirir a doença, e a condição de ser velho e praticar o sexo não seguro (sem camisinha) como um atenuante ou até mesmo situação imunizante na transmissão do vírus e o adoecimento por aids. Porém, estes vêm desenvolvendo representações de que a aids pode ser transmitida em qualquer tipo de relação sexual, inclusive entre os heterossexuais, podendo sua prevenção ocorrer quando durante as práticas sexuais for utilizada a camisinha. Além disso, não é feito em sua maioria distinção entre grupo etário e sexo no que se refere à prevenção da aids com a utilização do preservativo durante as

58 58 práticas sexuais, fato que apresenta divergência quando se trata das práticas sexuais sem preservativo entre idosos, como já foi mencionado anteriormente, onde estes representam a velhice como um atenuante na transmissão do HIV. Visto que estes representam as relações sexuais na velhice como aquelas que acontecem em sua maioria monogamicamente entre os idosos, fato que pode colocar os idosos em situação maior de vulnerabilidade ao HIV. Nesse sentido, Zornitta (2008) e Araujo et al. (2007) apontam que a sexualidade do idoso em sua maioria é vivida em plenitude, tendo atualmente características similares aos hábitos sexuais adotados pelos mesmos quando adulto, já que estes idosos contam com o advento de remédios para disfunção erétil e melhoramento da lubrificação vaginal, fatores que dentre outros permitem que estes idosos tenham vida sexual cada vez mais ativa, contrariando o preconceito representado e mantido no plano simbólico das pessoas de que o sexo na terceira idade é algo abstrato ou inexistente. A classe / categoria 2 formas de contágios é formada por 43 UCE, em que os idosos casados e com 1 a 8 anos de estudo falam de diferentes tipos de contágio definidos por 45 palavras selecionadas (quadro 2). Palavras Frequência chi2 Beijo na boca Beijo Boca Chupar a vagina Chupar Contágio Esperma Homem Idoso(A) Líquido Mulher Pênis Prática Proteção Rosto Secreção vaginal Sem camisinha Sem proteção Sexo Vagina Quadro 2: Distribuição das palavras mais significativas, segundo frequência e quiquadrado, na formação da classe/categoria 2. Fonte: Alceste, 2011.

59 59 As formas de contágio da aids, segundo os idosos da zona rural avaliados, é representada por prática (x²=09.54) sexual sem proteção (x²=176.71) adotadas pelas pessoas. Os mesmos salientam que o ato de chupar (x²=182.64), chupar a vagina (x²=122.26) assim como o pênis (x²=145.03) sem camisinha (x²=20.26) não confere ao indivíduo proteção (x²=65.59) expondo-o ao esperma (x²=53.65), secreção vaginal (x²=35.0) ou líquido (x²=23.95) que emerge da vagina (x²=13,85) levando-os a poder se contaminar pela aids, uma vez que mulher (x²=43,95), idosos(a) (x²=16,57) e homens (x²=14,44) podem se contaminar por uma pessoa que esteja contaminada pelo HIV. Os mesmos afirmam que o HIV é transmitido pelo sexo (x²=06,52), estes ainda relatam com pouca certeza (x²=10,35) que o contágio da aids pode ocorrer através do beijo (x²=23,25) sobretudo o beijo na boca (x²=53,28), estabelecendo menor relevância quando este ocorre no rosto (x²=06,25). Os idosos representam a via de transmissão sexual como a principal forma de contágio do vírus, demonstrando que os mesmo têm certos conhecimentos sobre as formas de contágio da aids, porém pairam determinadas incertezas entre alguns idosos quanto à transmissão do HIV pelo beijo. Esses dados convergem com os resultados apresentados por Silva, Paiva e Santiago (2005) no estudo representações sociais de idosos sobre a prevenção e transmissão da aids, onde os idosos também representam a transmissão da aids por via sexual como predominante. Além disso, Brasil (2009b) define que as relações sexuais envolvendo a presença de esperma e secreção vaginal é considerada como uma das formas principais de transmissão do HIV. Figura 3. Imagens do HIV/aids, segundo as palavras mais significativas, associadas à classe2. Fonte: Alceste, 2011.

60 60 Nessa classe, os idosos, ao falarem do HIV/aids, se ancoram em conteúdos psicossociais, a exemplo do comportamento de chupar, seja o pênis ou a vagina, independente do sexo (homem, mulher) e da idade (jovens ou velhos), colocando o idoso como pessoa vulnerável à aquisição da doença, pois através dessa prática há a eliminação de fluidos como o esperma e secreção vaginal com poder de contaminação. {...} no beijo_na_boca porque não tem contato sexual, eu acho; no beijo no rosto não passa aids porque está livre da área de contágio que são boca, vagina, pênis, até respiração (...) ao chupar o pênis de um homem sem_camisinha porque o vírus passa da boca para o pênis e pelo esperma também; ao chupar_a_vagina de uma mulher sem_proteção pega, por causa do líquido ou secrecao_vaginal (Ent. 20 Homem, 65 anos, funcionário público, ensino médio completo, renda maior que 1 salário mínimo) {...} ao chupar o pênis de um homem sem_camisinha pega aids porque não se protegeu; ao chupar_a_vagina de uma mulher sem_proteção pega aids porque não tava protegido; no beijo_na_boca deve pegar, não protegeu em nada; no beijo no rosto pode pegar a doença também, porque não está protegido (Ent. 17 Mulher, 77 anos, aposentada, convive maritalmente, protestante, analfabeta, renda de 1 salário mínimo). {...} ao chupar o pênis de um homem sem_camisinha porque não esta tendo proteção nenhuma e a aids passa pelo líquido ou esperma do pênis; ao chupar_a_vagina de uma mulher sem_proteção passa também pelo líquido da vagina ou secreção_vaginal; da mãe para o filho porque o filho esta dentro do ventre da mãe (...) ao chupar o pênis de um homem sem_camisinha certeza que pega, porque a matéria ou esperma vai para-dentro da boca; ao chupar_a_vagina de uma mulher sem_proteção certeza que pega, porque não esta tendo a proteção e a matéria ou secreção_vaginal pega na boca e transmite a aids (Ent Homem, 77 anos, casado, católico, aposentado, ensino fundamental incompleto, renda de 1 salário mínimo). {...} na prática de sexo entre duas mulheres sem_proteção; na prática de sexo entre duas mulheres idosas sem_proteção; na prática de sexo entre duas mulheres idosas com proteção; ao chupar o pênis de um homem sem_camisinha; ao chupar_a_vagina de uma mulher sem_proteção; no beijo_na_boca; no beijo no rosto (Ent. 23 Mulher, 71 anos, casada, protestante, aposentada, ensino fundamental incompleto, renda de 1 salário mínimo). {...} ao chupar o pênis de um homem sem_camisinha pega sim. Porque quem vai chupar, tu me deixa. Porque não tem proteção nenhuma e pega aids em que chupou, vai um negócio ou esperma para boca, que nem sei o nome; ao chupar_a_vagina de uma mulher

61 61 sem_proteção deve pegar, o que tiver pega, porque não usou, não esta usando proteção nenhuma (Ent. 12 Mulher, 68 anos, aposentada, casada, católica, ensino fundamental incompleto, renda de 1 salário mínimo). {...} prática de sexo entre duas mulheres idosas com protecao pode pegar acho que pode elas que não vacilem pode ter contato com os líquidos; chupar o pênis de um homem sem_camisinha, o caso não é mole, eu acho que pode pegar pelo caso do vício que eles estão, não dizem a aids pode pegar pelo beijo (Ent 5 Mulher, 70 anos, aposentada, convive maritalmente, protestante, ensino fundamental incompleto, renda de 1 salário mínimo). {...} um clíster de pimenta nas duas velhas; ao chupar o pênis de um homem sem_camisinha acho que pega aids se a boca dela tiver com um dente ferido ou tiver inflamado (Ent. 15 Mulher, 60 anos, funcionária público, católica, ensino médio completo, renda maior que 1 salário mínimo). {...} chupar o pênis de um homem sem_camisinha pega aids porque está fazendo imundície; ao chupar_a_vagina de uma mulher sem_proteção porque está fazendo sexo e pelo sexo que a aids passa; no beijo_na_boca se tiver afta na boca, pode pegar aids; chupar_a_vagina de uma mulher sem_ proteção pega não porque não misturou o sangue; no beijo_na_boca deve ser que não pega não, porque só o beijo não pega, acho que o beijo não transmite (Ent. 24 Mulher, 65 anos, aposentada, casada, católica, analfabeta, renda de 1 salário mínimo). Além disso, os mesmos entendem que o HIV pode ser transmitido pelo beijo, apresentando como maior relevância o beijo na boca, uma vez que pode existir algum ferimento ou patologia na boca dos envolvidos, fazendo com que haja contato com o sangue. Por outro lado, ainda no que concerne à transmissão pelo beijo, alguns idosos chamam atenção quanto à incerteza da transmissão do vírus da aids pelo beijo na boca ou no rosto pois nesse ato não há contato sexual. Entendendo que existem muitos (pré)conceitos acerca da aids em sua constituição histórica, a concepção de proximidade de um ser para com outro pode ser traduzida na dúvida da aquisição da doença pelo ato do beijo, já que é amplamente divulgado as relações sexuais como uma forte representação de contágio da aids. Porém, segundo Sontag (2007), a aids nasce permeada por comportamento discriminatório e estigmatizante, permanecendo no imaginário coletivo a noção de transmissão associada às doenças infecto-contagiosas.

62 62 Essa condição de formulação representacional da aids faz com que essa doença tenha relação do mecanismo de contaminação associado ao contato humano, como ocorre na transmissão da tuberculose e da lepra. Dessa forma, os idosos desse estudo ainda mantêm essas crenças no imaginário e apresentam, mesmo que com uma representatividade menor, o beijo no rosto como forma de contaminação da aids, visto que nesse ato existe o contato direto entre um ser sadio e outro contaminado. Chama-nos atenção nas falas dos idosos a noção de que a aids pode ser transmitida pelo beijo quando existe contato do sangue com um ferimento ou solução de continuidade corpórea na mucosa oral de ambos os parceiros, algo que é apontado por BRASIL (2009b) como fonte de contágio para aids a transmissão pelo contato de sangue. Verifica-se que a transmissão vertical do vírus também é apontada pelos idosos como uma forma de contágio do vírus, fato confirmado em pesquisas realizadas por Brasil (2009b) em que estabelece a transmissão do HIV da mãe para o filho. Salientamos que alguns idosos reapresentam o sexo oral como imundície, ou algo nojento, chegando a duvidar da realização dessa prática por seus pares. Alguns idosos estabelecem que o sexo oral entre mulheres idosas é visto como uma prática que deve ser tratada com punição, como no relato seguinte, onde há a indicação da utilização de um clíster de pimenta nas duas velhas. Esses conteúdos nos levam a concordar com Moscovici (2003) quando este afirma que a representação social estuda a maneira pela qual o indivíduo compreende o seu mundo. Nesse sentido, os conteúdos apresentados são sugestivos de que os idosos da zona rural representam as formas de contágio, principalmente pelo contato dos líquidos corporais, como: esperma, secreção vaginal e sangue pelo contato com a boca e/ou com os órgãos genitais (pênis e vagina) durante as práticas sexuais desprotegidas, ou seja, sem o uso de preservativo; assim como estes estabelecem o beijo na boca ou rosto com uma representação menos significativa expressa como uma forma de contágio da aids; a condenação da prática do sexo oral estabelecendo punições para os adeptos dessa prática sobretudo, para idosas que fazem sexo com mulheres.

63 63 A Classe/categoria 3 descrições sobre contágio é definida por 33 UCE, contempla as falas em que os idosos fazem alusão às formas de transmissão, com 55 palavras selecionadas (quadro 3). Palavras Frequência chi2 Água aids Beber Boca Calor/Quentura Cama Coisas/Pertences Colher Copo Objetos pessoais Dormir Espirro Exemplo Faca Garfo Lavar Objeto Pessoa Pratos Sabão Separada(o) Tossindo Usa Utilizados Vírus Quadro 3: Distribuição das palavras mais significativas segundo frequência e quiquadrado na formação da classe/categoria3. Fonte: Alceste, 2011 Contrapondo aos conteúdos relacionados com as formas de contágio associadas ao HIV/aids pelos idosos na classe 2, pode-se verificar que os mesmos têm conhecimento das formas de contágio da aids, porém ainda apresentam falsas crenças, ao afirmarem que utilizar (x²=526.46), pratos (x²=385.03), colher (x²=375.24), objetos pessoais (x²=375.24), garfo (x²=375.24), faca (x²=337.90), copo (x²= ), entre outros objetos (x²=180.02) sem lavar (x²=91.13) a pessoa (x²=40.62) pode pegar aids (x²=14.87), já que estes materiais foram levados à boca (x²=11.90), contaminando-os pela saliva.

64 64 Além de afirmarem que uma pessoa (x²=40.62), ao dormir (x²=50.14) na cama (x² = 50.14) com um portador do vírus da aids, pode se contaminar devido ao calor/quentura (x²=10.23) do portador do vírus. Os idosos apontam ainda a água (x²=28.76) e o sabão (x²=07.48) como um recurso a ser utilizado para higiene como forma de evitar contaminação. Estes ainda acreditam que as coisas/pertences (x²=19.62) utilizadas pelas pessoas com aids (x²=14.87) ou pelos portadores do vírus (x²=08.58) devem ser de uso individual, assim como o referido portador deve dormir separado(a) das pessoas que não têm o vírus (x²=08.58). Chamam-nos atenção ainda para a crença da transmissão do vírus pelo ar, ou seja, o contágio da aids associando ao espirro (x²=05.38) ou a tosse do portador do HIV. Tais conteúdos encontram-se ancorados em dimensões psicológicas centradas em crenças que são discutidas por Sotang (2007), ao conceber a aids como uma doença incurável e estigmatizaste, o que leva a crer que esta foi herdada. Essas representações de outras doenças que tiveram curso parecido, em particular, doenças estigmatizantes e de alta letalidade, como é o caso da tuberculose, tem como forma de contaminação o ar. Essa concepção encontra-se no imaginário coletivo e permite aos idosos, ao falarem da aids, também se reportarem à mesma necessidade de separação dos utensílios utilizados por seus portadores por se configurar uma forma de transmissão, assim como na tuberculose. O que se percebe é a existência de representações hegemônicas ou coletivas (MOSCOVICI, 1978) que continuam cristalizadas no imaginário social e que são acionadas sempre que se vai falar da aids, conforme atestam as imagens ou campo de representação da aids na figura 4. Figura 4: Imagens da aids segundo as palavras mais significativas associadas à classe3. Fonte: Alceste, 2011.

65 65 Nessa imagem é possível verificar que objetos que vão até a boca de um indivíduo contaminado pela aids, como o garfo e outros utensílios domésticos, são considerados como fontes de contaminação. Além disso, a transmissibilidade da aids é reforçada pela ideia de que esta ocorre por meio do contato físico entre duas pessoas ao dormirem juntas, justificando que essa forma de contaminação da aids encontra-se fortemente associada à quentura proveniente do calor do corpo. Os idosos, ao falarem da aids, se ancoram em dimensões sociais, principalmente ao tratarem do contágio apontando a proximidade das pessoas que têm o vírus com os não portadores, estabelecendo crenças de sua transmissão pelo ar e pelo calor do corpo. {...} utilizar os mesmos objetos utilizados pela pessoa que tem aids, a exemplo de pratos, colher, garfo, faca, copo, dentre outros, pode pegar porque o negócio de coisas que a pessoa come e bebe, usa roupa se utilizado pode pegar aids (Ent 5 Homem, 70 anos, aposentado, convive maritalmente, católico, ensino fundamental incompleto, renda de 1 salário mínimo). {...} a exemplo de pratos, colher, garfo, faca, copo dentre outros porque ele não lavou aquela colher ou aquele garfo ou se for beber água no copo tem que lavar, se não lavar pega (Ent 3 mulher, 82 anos, aposentada, viúva, católica, ensino fundamental incompleto, renda de1 salário mínimo) {...} não pega aids se lavar com água, sabão e bucha; porque ela lava, lava com sabão, Bombril essas coisas, aí não pega não (Ent. 15, 60 anos, funcionária pública, divorciada, católica, ensino médio incompleto, renda maior que 1 salário mínimo) {...} lavar as coisas com água e sabão, aí seca aquela louca aí eu acho mais difícil (Ent. 7 Mulher, 75 anos, divorciada, aposentada, protestante, analfabeta, renda de 1 salário mínimo) {...} dormir na mesma cama de uma pessoa contaminada pelo vírus da aids porque a quentura contamina; porque colocou na boca tem que pegar qualquer coisa da rema da aids que vai par o intestino e contamina (Ent. 26 mulher, 75 anos, aposentada, viúva, protestante, analfabeta, renda de 1 salário mínimo) {...} pode pegar por qualquer uma quenturazinha porque pega através do calor da pele; qualquer coisa ali, está contaminado e se não lavar pega aids (Ent 27 Mulher, 73 anos, aposentada, casada, protestante, fundamental incompleto, renda 1 salário mínimo)

66 66 {...} uma pessoa com aids espirrando ou tossindo perto de uma pessoa que não tem aids porque o espirro passou para outro, pelo nariz (Ent. 22 Homem, 60 anos, lavrador, solteiro, católico, ensino fundamental incompleto, renda de 1 salário mínimo) {...} se pegar da suja e usar aí pega, mas coisa desse povo ninguém deve usar (Ent. 28 Homem, 78 anos, aposentado, convive maritalmente, católico, analfabeto, renda de 1 salário mínimo) {...} dormir na mesma cama de uma pessoa contaminada pelo vírus da aids não pega (Ent. 29 Homem, 69 anos, açougueiro, viúvo, protestante, fundamental incompleto, renda maior que 1 salário mínimo) {...} saliva da boca, está ali naquela coisa, se não lavar e desinfetar tudo, deve pegar aids; aquela quentura_da_cama; tendo acesso com a boca do outro {...} (Ent. 19 Homem, 74 anos, aposentado, convive maritalmente, católico, fundamental incompleto, renda de 1 salário mínimo) Os conteúdos em que os idosos abordam informações quanto às formas de contaminação do vírus são sugestivos de se inferir a existência por parte dos idosos de atitudes negativas, reforçada por comportamentos de discriminação frente aos portadores, admitindo comportamentos idênticos para doenças infectocontagiosas quanto à necessidade de isolamento social do doente, como forma de prevenção da disseminação da doença. Nesse sentido, pode-se identificar um baixo nível de informação sobre as formas de prevenção da aids e de contaminação entre os idosos estudados. A Classe/categoria 4 fatores causais da aids compostas por 161 UCE, contempla as falas em que os idosos da zona rural fazem alusão aos fatores causais da aids, com 118 palavras selecionadas(quadro 4).

67 67 Palavras Frequência chi2 Afetado (a) Agulha aids Alicate Amamentar Aplicar Barba Barbeador Cabelo Contaminado (a) Corte Dia Doou Esterilização Faz Ferida Filho/criança Furo Gente Lâmina Leite Limpeza Mãe Mama Mão Material Medicação Passando Pé Pessoa Roca Rosto Sangue Sangue contaminado Sangue na veia Sujo Trabalho Unha Usar Vírus Quadro 4: Distribuição das palavras mais significativas segundo frequência e quiquadrado na formação da classe/categoria 4. Fonte: Alceste, 2011 Os idosos atribuem diferentes causas de transmissão da aids, que se encontram diretamente relacionadas com necessidade da adoção de comportamentos e práticas para pessoa (x²=103.90) que tem alguém próximo com aids, a não compartilhar agulhas (x²=88.21), e alicate (x²=75.24) ao fazer a unha (x²=73.57) ao usar o barbeador (x²=49.37) a lâmina (x²=08.02) e a seringa

68 68 contaminado(a) pelo vírus (x²=61.73) da aids (x²=72.16) ou por sangue (x²=38.13) sem realizar a esterilização (x²=81.66) e/ou limpeza (x²=28.95) correto; a transmissão do HIV se faz (x²=69.09) da mãe (x²=53,59) para o filho/criança (x²=73,57), quando esta amamenta o filho, devido à contaminação do leite (x²=17.91) passando pela mama (x²=16.07) da mãe (x²=53,59); a transmissão do HIV pode ocorrer através de ferida (x²=59.90) proveniente de corte (x²=08.19) no rosto (x²=07.22) durante a realização da barba (x²=53.05), pois desse corte sai o sangue contaminado (x²=08.02) pelo HIV ou pode ter algum tipo de micróbio no pé (x²=06.40) no cabelo (x²=05.11) e pode passar a aids (x²=16.22); outra forma de transmissão ocorre ao aplicar (x²= 06.40) sangue na veia (x²= 42.13) e ser afetado (x²=05.38) pelo vírus (x²=61.73) da aids (x²=72.16); e, ao usar (x²=11.95) material (x²=11.37) sujo (x²=09.77) ao compartilhar uma mesma agulha (x²=88.21) ou ao aplicar (x²=06.40) medicação (x²=27.15). Representações sociais da aids construídas pelos idosos sobre as diferentes causas de aids nessa classe estabelece relação positiva com a classe 1 e 2, já que estas reforçam a passagem da aids de uma pessoa para outra por meio dos fluidos corporais (sangue, esperma e secreção vaginal) acrescentando nessa categoria a existência de contaminação pelo sangue por meio dos objetos perfurocortantes e hábitos de compartilhamento de materiais como barbeadores e alicate de unha. Nesse sentido, concordamos com Brasil (2009b) quando este estabelece que uma das causas da aids ocorre mediante a exposição das pessoas por meio das práticas relacionadas com os seguintes fatores de risco: relações sexuais desprotegidas; utilização de sangue ou seus derivados não testados ou não tratados adequadamente; a recepção de órgãos ou sêmen de doadores não testados; reutilização de seringas e agulhas, bem como o seu compartilhamento; acidente ocupacional durante a manipulação de instrumentos perfurocortantes, contaminados com sangue e secreções de pacientes; gestação em mulheres HIV positivo (fator de risco para o concepto), presentes nas falas. {...} ao fazer unha com alicate não esterilizado por causa do sangue dele mesmo; se furar com uma agulha ou se ferir com algum objeto que tenha sido contaminado por uma pessoa que tenha o vírus da aids porque não limpou a agulha (Ent. 23 Homem, 71 anos, aposentado, casado, protestante, ensino fundamental incompleto, renda de 1 salário mínimo)

69 69 {...} da mãe para o filho; uma mãe com aids amamentando uma criança; uma mãe sem aids amamentando uma criança; ao tomar sangue_na_veia; ao fazer a barba com um barbeador utilizado por outra pessoa (Ent. 7 Mulher, 75 anos, aposentada, divorciada, protestante, analfabeta, renda 1 salário mínimo) {...} mãe com aids amamentando uma criança por causa do sangue, o leite vem do sangue dela, e ela já está com o sangue_contaminado; tomar sangue_na_veia porque se o sangue estiver contaminado passa; (...) ao fazer a barba com um barbeador utilizado por outra pessoa porque no barbeador passou tirou, não deixa pegar (Ent. 21 Homem, 77 anos, aposentado, casado, católico, ensino fundamental incompleto, renda de 1 salário mínimo) {...} fazer pode ferir alguma coisinha no pé da unha, vir sangue pro alicate e colocar no outro; ao se furar com uma agulha ou se ferir com algum objeto que tenha sido contaminado por uma pessoa que tenha o vírus da aids porque aquela agulha foi para o sangue da pessoa; (...)só pegou na mão; ao usar a mesma agulha entre varias pessoas para tomar medicação; pegar na mão de uma pessoa contaminada pelo vírus da aids (Ent. 13 Mulher, 64 anos, do lar, viúva, protestante, ensino fundamental incompleto, sem renda) {...} não tem como pegar pois está limpo; ir para a roça e trabalhar o dia todo com uma pessoa que tem aids porque um está trabalhando para um canto e outro para o outro aí nao pega não (Ent. 5 Mulher, 70 anos, aposentada, convive maritalmente, protestante, ensino fundamental incompleto, renda de 1 salário mínimo) {...} da mãe para o filho pega sim a criança nasce com aids, porque a mãe esta doente e assim criança que está nela também vai estar doente; tomou o leite contaminado da mãe; ao tomar sangue_na_veia (Ent.17 Mulher, 77 anos, aposentada, convive maritalmente, protestante, analfabeta, renda de 1 salário mínimo) {...} se ferir com algum objeto que tenha sido contaminado por uma pessoa que tenha o vírus da aids pega porque está contaminado o material (Ent. 20 Homem, 65 anos, funcionário público, casado, protestante, ensino médio completo, renda maior que 1 salário mínimo) {...} quando se pega na mão de uma pessoa contaminada pelo vírus da aids acho que não pega porque não tem ferimento aberto; (...) pessoa que tenha o vírus da aids pega aids porque esta contaminado e não fez a limpeza; (...) pra lá pro canto dele, a pessoa vai pra outro, a pessoa não tem contato com ele, ele lá e a pessoa cá, aí não pega; (Ent. 19 Homem, 74 anos, aposentado, convive maritalmente, católico, fundamental incompleto, renda de 1 salário mínimo)

70 70 É importante ressaltar que ao se ancorar em dimensões psicológicas para falar da aids os idosos excluem o trabalho, as relações socioafetivas e o convívio social, indicando para os portadores a adoção de comportamentos de exclusão e isolamento, para evitar a transmissão. Para tanto, é necessário que esses se mantenham longe de outras pessoas enquanto realizam suas atividades diárias no trabalho, reforçando os dados encontrados na classe 3. Figura 5: Imagens da aids segundo as palavras mais significativas associadas à classe 4. Fonte: Alceste, As imagens (figura 5) atribuídas pelos idosos ao HIV/aids salientam práticas diretamente relacionadas com práticas pessoais, presentes no compartilhamento de agulhas, alicates, seringas, barbeadores dentre outros materiais contaminados pelo sangue com HIV, assim como a transmissão sanguínea propicia a disseminação do próprio vírus; salientando de forma menos enfática a transmissão vertical da aids por meio da amamentação. Dessa forma, corroboramos com Tura (2005a, p. 21), ao afirmar que as representações sociais são saberes utilizados pelas pessoas em sua vida cotidiana e comportam visões compartilhadas pelos grupos, que determinam condutas desejáveis ou admitidas num campo de comunicação povoado de idéias e valores. Para o referido autor as representações sociais modelam o mundo ou tornam familiar aquilo que é estranho ou distante, compatibilizando diferentes possibilidades linguísticas e intelectuais e possibilitando a constituição de uma lógica e organização da vida cotidiana (p. 21).

71 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo procurou conhecer as representações sociais sobre HIV/aids, construídas por idosos residentes em zona rural frente à vulnerabilidade, e identificar as formas de transmissão que os idosos apontaram como forma de contaminação pelo HIV: práticas sexuais com penetração sem a utilização da camisinha. Os mesmos ressaltam, ainda, que a utilização da camisinha é umas das formas mais seguras de prevenir a transmissão do HIV nas relações sexuais, seja envolvendo as práticas homossexuais, heterossexuais ou bissexuais, independente de sexo e idade. Entretanto, alguns idosos ainda representam a aids como doença contagiosa que atinge principalmente grupo de risco (homossexuais), como no início da pandemia, acreditando que o fato de serem heterossexuais e encontrarem-se com idade avançada diminui os riscos de adquirirem o vírus da aids através de relações sexuais desprotegidas, o que os coloca em situação de vulnerabilidade à aquisição do HIV. A aids, enquanto doença transmissível e incurável, se dissemina entre os seres humanos, dentre eles os idosos, com maior significância nos últimos anos, por meio do contato com fluídos corpóreos contaminados pelo HIV, a exemplo do sangue, leite materno, secreção vaginal e esperma. As formas de contatos desses fluídos perpassam pelas ações adotadas por estes seres humanos, como a prática da relação sexual desprotegida, seja ela entre homens e mulheres, mulheres e mulheres ou entre homens e homens; a hemotransfusão; a utilização de materiais contaminados, como alicate de unha e agulhas; assim como durante o período gestacional, momento de parto e pelo aleitamento materno, sendo esses três últimos considerados como transmissão vertical, ou seja, passagem do vírus da mãe para o concepto ou filho. Identificaram-se representações sociais sobre o HIV, sendo a forma de contágio associada às práticas sexuais sem proteção a principal. Os idosos enfatizam que na realização do sexo oral ocorre o contato da mucosa oral com esperma ou secreção vaginal, o que determina a passagem do vírus de um indivíduo para o outro.

72 72 Ainda, no que se refere a tais tipos de contágio, os idosos da zona rural afirmaram que o vírus da aids pode ser transmitido através do beijo, ressaltando que o beijo na boca (principalmente quando existe contato de sangue com ferimentos na cavidade oral das pessoas que estão se beijando) apresenta maior probabilidade de contágio do que o beijo no rosto, já que nesse último acontece apenas o contato com a pele dos envolvidos no ato. Ressalta-se ainda nessa classe que os idosos apontaram a possibilidade da transmissão vertical do vírus da aids como forma de contágio. Nesse sentido, as representações que os idosos da zona rural têm acerca das formas de contágio reforçam a certeza de exposição destes a contaminação pelo HIV, quando não adotam práticas de sexo seguro. Os idosos descrevem/informam formas de contágio, centrados em crenças que se refere à transmissão do HIV, a exemplo do compartilhamento de objetos, tosse e o espiro dos portadores do vírus da aids, assim como as relações íntimas sem contato sexual, como dormir na mesma cama, compartilhando dos mesmos lençóis e sentindo o calor de uma pessoa acometida pelo HIV. Os mesmos apontaram também que água e sabão são produtos que podem destruir o vírus da aids, tornando os objetos utilizados pelos soropositivos limpos. Assim, estes resultados apresentam posicionamentos ou atitudes negativas frente às formas de prevenção da aids, já que a descrição sobre suas formas de contágio, nessa categoria, ancora-se em crenças que não diminuem a exposição dos idosos ao vírus e desenvolvem nos mesmos a cultura da discriminação, fato observado também no comportamento social dos seres humanos frente às doenças infecto-contagiosas. As causas descritas pelos idosos, em particular, reforçam a transmissão do HIV entre os seres humanos através de fluídos corporais (sangue, esperma e secreção vaginal), acrescentando nessa categoria a transmissão da aids por meio de objetos perfurocortantes e hábitos de compartilhamento de materiais, como barbeadores e alicate de unha. Assim, percebemos que os idosos da zona rural têm conhecimento quanto às formas de contágio da aids, porém, é necessário estabelecer estratégias de educação em saúde para este grupo de pertença, no sentido de (re)elaboração das representações sociais sobre aids e suas formas de transmissão do HIV, levando-

73 73 os a diminuir o (pré)conceito para com as pessoas soropositivas, assim como tornando esses sujeitos menos vulneráveis à contaminação pelo HIV. Frente a estes resultados e compreendendo que toda doença segue um desenvolvimento próprio, conhecido como história natural da doença, a qual pode ser descrita como conjunto de processos interativos que criam estímulo patológico no meio ambiente, passando pela resposta do homem ao estímulo até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte, Leavell e Clark (1979 apud ROUQUAYROL; GOLDBAUM, 2003) afirmam que é possível traçar ações que promovam e diminuam a vulnerabilidade ao HIV/aids pelos idosos. Assim, as ações de saúde voltadas para os princípios da vigilância à saúde proporcionam suporte técnico para o agir profissional embasado não só no princípio do tratamento da doença, mas na promoção, proteção e recuperação da saúde. Diante desse contexto, percebemos que ações de saúde podem ser desenvolvidas para a redução da vulnerabilidade ao HIV/aids pelos idosos, uma vez que no estabelecimento dessa estratégia é possível trabalhar com vistas ao controle das causas, dos riscos e danos provocados por uma doença ou agravo. No caso específico da vulnerabilidade ao HIV/aids em idosos, é possível adotarmos ações que se intercalam entre as três formas de controle de uma doença ou agravo, pois nessa situação é necessário que sejam estabelecidas ações de saúde que busquem divulgar as condições que podem expor os idosos à possibilidade de contaminar-se com o HIV, assim como é possível trabalhar de forma preventiva, identificando os indivíduos soropositivos e estabelecendo para com estes não só ações terapêuticas voltadas para a manutenção da sua saúde, mas também estabelecer processos educativos com vista a informar aos indivíduos infectados quanto às possibilidades de contaminarem outros indivíduos, assim como incentivando o uso de preservativo e a diminuição no número de parcerias sexuais. Ao entender que as ações programáticas em saúde possibilitam ao indivíduo adentrar a um sistema de saúde territorializado por meio de uma oferta organizada, os profissionais de saúde devem oferecer ao idoso atendimento na rede básica de saúde ou na rede hospitalar abordando, identificando e atuando frente aos aspectos relacionados à sexualidade e/ou práticas sexuais, contribuindo dessa forma, para diminuir a vulnerabilidade destes indivíduos ao HIV/aids.

74 74 Assim como, devem ser realizadas investigações clínicas, atentando para os sinais e sintomas que esses indivíduos estão apresentando. Essas informações serão úteis para realizar a diferenciação diagnóstica de uma possível infecção pelo HIV ou outra doença qualquer. Ademais, as ações de promoção a saúde por meio de políticas públicas transetoriais e intervenção social organizada são importantes para controlar as causas de uma doença. Nesse sentido é necessário que o profissional de saúde conheça os determinantes socioambientais que poderão colocar um indivíduo na faixa etária acima dos 60 anos em situação de vulnerabilidade ao HIV/aids. Vale salientar que nos países ocidentais a atenção voltada para a saúde do idoso ainda encontra-se elementar, dentre eles o Brasil, pois, apesar de os idosos serem amparados por políticas públicas específicas, na práxis muito pouco tem sido realizado para garantir os diretos destes. Nesse sentido, é possível percebermos que o controle das DST/aids nessa faixa etária é muito pequeno, o que leva a aumentar consideravelmente o número de pessoas idosas acometidas por essas doenças. Esse fato é preocupante para as autoridades sanitárias em saúde pública, uma vez que esses indivíduos formam um grupo de pessoas com características semelhantes no que se refere às suas respostas imunológicas e de recuperação das doenças devido ao processo fisiológico do envelhecimento, o que poderá levar esses indivíduos ao óbito em um período de tempo inferior ao daqueles que se descobrem soropositivos ainda em idade adulta. Assim, torna-se necessário que o sujeito responsável por manter a assistência, voltada para a prevenção da aids, ao indivíduo idoso, conheça o processo da determinação social da doença em que esses indivíduos encontram-se inseridos e, por meio destes conhecimentos, sejam capazes de estabelecer ações que promovam a saúde desses indivíduos e previnam a contaminação dos mesmos com o HIV. Essas ações podem ir desde as ações educativas em sala de espera em unidades básicas de saúde até ações de mobilização social de massa projetada pelos meios de comunicação. Enfim, afirmamos que os objetivos dessa pesquisa foram alcançados, sendo possível reafirmar a importância das implicações das representações sociais na vulnerabilidade dos idosos da zona rural, no que tange às formas de contágio da aids.

75 75 Nesse sentido Silva et al (2003, p. 123) esclarece que a partir dos modelos explicativos para os fenômenos, em saúde, é possível se identificar diferentes causas e estratégias de enfrentamento utilizadas, tanto pelos usuários/clientes, quanto pelos profissionais de saúde, frente ao processo saúde-doença, apontando as representações organizadas em conjunto estruturados ligados ao sistema de crenças grupais, fruto das experiências de seus membros um determinante importante a ser concebido. Esperamos que este estudo possibilite um repensar para implementação de ações de cuidados, em particular com ênfase nas práticas educativas no campo do ensino, pesquisa e extensão voltadas para esse grupo de pertença em suas necessidades de saúde, sobretudo em relação à prevenção do HIV/aids. Salientamos que é escasso o número de pesquisas que aborda as representações sociais de idosos sobre a aids e suas formas de contágio, sendo esta uma das pesquisa pioneiras no campo das representações sociais envolvendo aids e idosos da zona rural, suas formas de contágio e vulnerabilidade. Assim, espera-se que este conhecimento não se esgote nessa dissertação, mas que se torne mola propulsora para estudos que envolvam esta temática, visto que algumas limitações foram encontradas no transcorrer desse estudo, principalmente a dificuldade de acesso geográfico e resistência da população estudada em aceitar sua participação nessa pesquisa, o que reduziu o número de informantes.

76 76 REFERÊNCIAS

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83 83 APÊNDICES

84 84 APENDICE A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia UESB Autorizada pelo Decreto Estadual nº 7344 de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado) em Enfermagem e Saúde TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Resolução nº 196, de 10 de Outubro de 1996, sendo o Conselho Nacional de Saúde. O presente termo em atendimento à Resolução 196/96, destina-se a esclarecer ao participante da pesquisa intitulada vulnerabilidade ao HIV/aids: representações sociais de idosos residentes em zona rural, sob responsabilidade dos pesquisadores (Márcio Pereira Lôbo e Maria Adelaide Silva Paredes Moreira), do Programa de Pós-graduação Stricto sensu em enfermagem e Saúde (nível mestrado), do Departamento de Saúde, os seguintes aspectos: Objetivos: Conhecer as representações sociais sobre HIV/aids construídas por idosos residentes em zona rural frente a vulnerabilidade e identificar as formas de transmissão do HIV. Metodologia: Esta pesquisa consiste em um estudo do tipo exploratório, destacando os aspectos quantitativos e qualitativos, com multimétodos de coleta de dados e multitécnicas de análise, para apreensão e analise das representações sociais de vulnerabilidade ao HIV/AIDS em idosos da zona rural baseado na Teoria das Representações Sociais de Moscovici (1978). Integrarão como cenários desta pesquisa as Unidades de Saúde da Família com equipe única que situam na Zona Rural da Cidade de Jequié BA. Os sujeitos do estudo serão 30 idosos que vivem na zona rural e encontram-se cadastrados em Unidades de Saúde da Família com equipe única, a partir de 60 anos de idade, de ambos os sexos que aceitem participar do estudo e tenham condições de responder aos instrumentos, sendo que tamanho da amostra poderá variar, já que adotaremos o critério de saturação de dados. Salientamos que será realizado previamente a aplicação do teste Mini Mental State Exam (Folstein et al, 1975), com vista a verificar se este não apresenta déficit congnitivo o impeça de participar do estudo. Será utilizado como estratégia de coleta de dados as técnicas projetivas fundamentas pelo Teste de Associação Livre de Palavras (TALP), assim como, a entrevista individual semi estruturada. Os dados coletados serão processados utilizando-se de programas de computadores e interpretados a luz da Teoria das Representações Sociais.

85 85 Justificativa e Relevância: A realização desse estudo torna-se relevante e justifica-se pela possibilidade de que por meio dos resultados obtidos, seja possível apreender as representações sociais de idosos que se encontram em zona rural sobre as formas de contagio e as condições de vulnerabilidade destes indivíduos singularmente ao HIV/aids, sendo possível a partir dessas representações traçarmos estratégias de prevenção desta doença entre essa população, visto que é salutar que o número de idosos estão aumentando em nosso país e neles se encontra enraizado diversos conceitos culturais e sociais acerca da sexualidade e da transmissão das doenças, sendo necessário, conhecer as concepções de senso comum sobre as formas de contágio da aids para daí planejarmos eficazmente as ações voltadas a promoção da saúde. Participação: Toda participação é voluntária, não há penalidades para alguém que decida não participar desse estudo, em qualquer época, podendo dessa forma retirar-se da participação da pesquisa, sem correr riscos e sem prejuízo pessoal. Desconfortos e riscos: O presente estudo não trará riscos para a integridade física ou moral, porém, o informante poderá sentir-se constrangido por falar de temas conflitantes envolvendo saúde sexual e sexualidade. Contudo os mesmos terão livre escolha de manter-se participando ou negar a sua participação no estudo. Confidencialidade do estudo: Os registros de sua participação serão mantidos em sigilo. Se qualquer relatório ou publicação resultar deste trabalho, a identificação do participante não será revelada. Resultados serão relatados de forma sumariada e a pessoa não será identificada, garantindo assim seu anonimato Benefícios: Os benefícios em participar desse estudo estão na relevância do tema voltado para a população idosa, no conhecimento sobre as vulnerabilidades ao HIV/AIDS e na adoção de práticas preventivas à infecção pelo HIV e adoecimento pela AIDS, bem como contribuir na elaboração/implementação de políticas públicas voltadas para a saúde na Terceira Idade. Dano advindo da pesquisa: Se houver algum dano decorrente desse estudo, o tratamento será oferecido sem ônus para o participante sendo providenciado pelas pesquisadores responsáveis, Maria Adelaide Silva Paredes Moreira docente e pelo discente Márcio Pereira Lôbo. Garantia de esclarecimento: Será garantido aos sujeitos da pesquisa qualquer esclarecimento adicional quanto a sua participação no estudo.

86 86 Participação Voluntária: Toda a participação dos sujeitos da pesquisa no projeto é voluntária e livre de qualquer forma de remuneração e que o mesmo pode retirar seu consentimento em participar da pesquisa a qualquer momento. Consentimento para participação: Eu estou de acordo com a participação no estudo descrito acima. Eu fui devidamente esclarecido quanto os objetivos da pesquisa, aos procedimentos aos quais serei submetido e os possíveis riscos envolvidos na minha participação. Os pesquisadores me garantiram disponibilizar qualquer esclarecimento adicional que eu venha solicitar durante o curso da pesquisa e o direito de desistir da participação em qualquer momento, sem que a minha desistência implique em qualquer prejuízo à minha pessoa ou à minha família, sendo garantido anonimato e o sigilo dos dados referentes a minha identificação, bem como de que a minha participação neste estudo não me trará nenhum benefício econômico. Eu,, aceito livremente participar do estudo intitulado vulnerabilidade ao HIV/aids: representações sociais de idosos residentes em zona rural, desenvolvido pelo mestrando, Márcio Pereira Lôbo, sob a orientação da Profª. Drª. Maria Adelaide Silva Paredes Moreira, da Universidade estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Nome do Participante Nome da pessoa ou responsável legal COMPROMISSO DO PESQUISADOR Polegar direito Eu discuti as questões acima apresentadas com cada participante do estudo. É minha opinião que cada indivíduo entenda os riscos, benefícios e obrigações relacionadas a esta pesquisa. Jequié, Data: / / Assinatura do Pesquisador Para maiores informações, pode entrar em contato com: Profª. Drª. Maria Adelaide Silva Paredes Moreira. Fone: (73) jpadelaide@hotmail.com Márcio Pereira Lôbo:. Fone: (73) marcioloboftc@yahoo.com.br

87 87 APENDICE B: INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia UESB Autorizada pelo Decreto Estadual nº 7344 de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado) em Enfermagem e Saúde Estamos realizando uma pesquisa sobre aids, representações sociais e idoso, e gostaríamos de contar com sua participação respondendo algumas perguntas. As respostas são anônimas e confidenciais e destinam-se exclusivamente para fins de investigação científica. Não há respostas certas ou erradas. Interessa-nos a sua opinião e resposta espontânea e individual. Muito Obrigado por sua Colaboração. Entrevista n Data: / /2011. Horário inicial: h min / Final h min ROTEIRO DE ENTREVISTA Sexo: ( ) M - Masculino / F - Feminino Idade: Ocupação: Estado Civil: ( ) Solteiro(a) / 2 Casado(a) / 3 divorciado(a) / 4 - convive maritalmente / 5 viúvo(a) Religião: ( ) 1 - Católico / 2 - Protestante / 3 - Espírita / 4-0utro Grau de Escolaridade: ( ) 1 1ª a 4ª série incompleta do Ensino Fundamental (EF) / 2 4ª série completa do EF 3 5ª a 8ª série incompleta do EF / 4 EF completo / 5 Ensino Médio (EM) incompleto / 6 Ensino médio completo / 7 Educação superior incompleta / 8 Educação superior completa / 9 pós graduado Renda Pessoal: ( ) 1-Menos de 1 salário / 2-1 salário / 3 - Mais de um salário: quanto 4- Sem renda Renda Familiar: ( ) 1-Menos de 1 salário / 2-1 salário / 3 - Mais de um salário: quanto Como o senhor(a) adquiri informações para se prevenir de doenças ( ) TV / ( ) Rádio / ( ) computador (internet) / ( ) Jornal / ( ) serviço de saúde ( ) com os vizinhos / ( ) com profissionais (equipe de enfermagem, médico, ACS) da USF / ( ) conversas com vizinhos e parentes / ( ) outros

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