Título. HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade. Autores Liliana Moreira Conceição Osório Conceição Prisco

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2 Título HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade Autores Liliana Moreira Conceição Osório Conceição Prisco Colaboradores Alexandra Machado Juliana Carvalhal Propriedade ADRAVE Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Ave No âmbito do Projeto do Eixo 7 - Igualdade de Género, Tipologia 7.2 Planos para a Igualdade, do POPH Programa Operacional do Potencial Humano, através do Organismo Intermédio CIG Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género.

3 HOMENS E MULHERES ÍNDICE Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade INTRODUÇÃO APRESENTAÇÃO DO ESTUDO OBJETIVOS ENQUADRAMENTO CABECEIRAS DE BASTO METODOLOGIA POPULAÇÃO E FAMÍLIAS ESCOLARIDADE TRABALHO E EMPREGO TAXA DE ATIVIDADE POPULAÇÃO ATIVA POR SETORES DE ATIVIDADE DISPARIDADES ENTRE SEXOS AO NÍVEL DOS SALÁRIOS TAXA DE DESEMPREGO CONCILIAÇÃO DA VIDA PROFISSIONAL, FAMILIAR E PESSOAL MATERNIDADE E PATERNIDADE RESPOSTAS SOCIAIS HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO DOS SERVIÇOS MOBILIDADE PROTEÇÃO SOCIAL SUBSÍDIOS PARTICIPAÇÃO SOCIAL E POLÍTICA CIDADANIA PARTICIPAÇÃO POLÍTICA VIOLÊNCIA E CRIMINALIDADE CONCLUSÃO BIBLIOGRAFIA ANEXO

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5 HOMENS E MULHERES INTRODUÇÃO Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade A igualdade entre mulheres e homens e a não discriminação constituem princípios fundamentais da Constituição da República Portuguesa e do Tratado que institui a União Europeia Tratado de Lisboa. A igualdade de género vai mais além do que a igualdade de oportunidades e do direito á não discriminação com base sexo porque o enfoque passa a ser dado às relações de género ( ) passa- se a reconhecer a necessidade de se transformar os papéis das mulheres assim como os dos homens( ) do estabelecimento de um novo contrato social de género, onde as diferenças são reconhecidas mas, sobretudo, valorizadas; e os direitos e os deveres nas mais diversas dimensões da vida de cada cidadão/cidadã (profissional, familiar, pessoal, pública, privada, cívica, do lazer, etc.) distribuídos por entre mulheres e homens de forma equilibrada 1. Desde que se realizou em 1995 em Pequim a IV Conferência Mundial das Nações Unidas sobre as Mulheres, Portugal tem pautado a sua ação pela implementação de Planos Nacionais para a Igualdade, Planos Nacionais Contra a Violência Doméstica, Planos Nacionais Contra o Tráfico de Seres Humanos, como grandes instrumentos de política nacional. Criou um eixo do Programa Operacional Potencial Humano Quadro de Referência Estratégico Nacional destinado exclusivamente à promoção da Igualdade de Género, com uma dotação de 83 milhões de euros para o período Aprovou a Lei da Paridade. Reforçou os mecanismos de proteção das mulheres vítimas de violência doméstica e punição dos agressores com a nova Lei de Aumentou a dotação financeira para os projetos de empreendedorismo feminino. Desenvolveu políticas de cooperação entre governo central e autarquias para a promoção da igualdade a 1 in Argumentário A Favor Da Igualdade De Género - Perceber E Saber Do Que Falamos 5

6 nível local. Ou seja, todo um caminho de combate à discriminação e afirmação da Igualdade 2. Neste âmbito, um estudo de diagnóstico local sobre as políticas e práticas de igualdade de género na região do Vale do Ave apresenta-se indispensável para identificar diferenças em nas várias vertentes comparadas entre homens e mulheres com vista á identificação de eventuais situações de desigualdade e descriminação. Apesar dos progressos efetuados em Portugal não nos podemos esquecer, que, embora exista uma elevada participação feminina na esfera profissional e pública, ainda persistem desigualdades quer na esfera pública quer na privada. A distribuição desequilibrada do tempo afeto às atividades profissionais e às responsabilidades familiares e domésticas entre mulheres e homens, a desvalorização dos trabalhos tidos como femininos e/ou maioritariamente desempenhados por mulheres com reflexo em salários mais baixos e na precarização do trabalho, a participação cívica e política das mulheres, que está dependente, frequentemente, do tempo livre, entre muitos outros indicadores, encontram-se ainda muito longe do que pode considerar igualdade entre os géneros. Tendo em conta estes fatores, o presente estudo/diagnóstico Ave Mais Igualdade contempla um conjunto de dimensões de estudo que pensamos nos permitirão conhecer de forma mais concreta e aprofundada a realidade da NUT III AVE, ao nível da Igualdade de Género. Assim serão abordadas as temáticas da caraterização da população e famílias, da escolaridade, do trabalho e emprego, da conciliação da vida profissional, familiar e pessoal, da mobilidade, da proteção social, da cidadania e participação política e das situações de crimes e violência. 2 In Revista Notícias: Temas e Notícias da Cidadania e da Igualdade de Género; Outubro de Elza Pais Secretária de Estado da Igualdade

7 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade Para cada dimensão, além da análise de resultados e dados obtidos, apresenta-se um quadro conclusivo que procura resumir os aspetos considerados essenciais para a compreensão da realidade na região, no que respeita ás relações de género. Termina-se finalmente o estudo com as considerações finais onde se realiza a síntese dos dados mais relevantes e se reflete sobre possíveis linhas de ação promotoras da igualdade de género que possam vir a ser disseminadas pelas organizações e população em geral do Vale do Ave. 7

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9 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade 1. APRESENTAÇÃO DO ESTUDO 1.1 OBJETIVOS Integrado no Projeto de Elaboração de Diagnóstico/Plano de Ação Ave Mais Igualdade, Candidatura da ADRAVE Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Ave, ao eixo 7 - Igualdade de Género, Tipologia 7.2 Planos para a Igualdade, do POPH Programa Operacional do Potencial Humano, através do Organismo Intermédio CIG Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, o presente estudo/diagnóstico tem como objetivos: Proceder ao estudo/diagnóstico que permita compreender a realidade dos municípios de NUT III Ave e das políticas e práticas de Igualdade de Género, bem como fornecer a análise que permita a construção de instrumentos fundamentais para o diagnóstico, implementação e acompanhamento das políticas de Igualdade de Género no Vale do Ave. Pretende-se também estimular e reforçar a importância da análise de género na leitura e compreensão dos comportamentos, condições de vida e necessidades específicas de homens e mulheres que residem e/ou trabalham no Vale do Ave e fundamentar a adequação das respostas às diferentes necessidades, expectativas e aspirações das pessoas da região. 9

10 1.2 ENQUADRAMENTO Ilustração 1. NUT III Ave O Vale do Ave é uma subregião estatística portuguesa (NUT Nível III), parte da Região Norte. Limita a norte e a leste com o Cávado e com o Alto Trás-os-Montes, a leste e a sul com o Tâmega e a oeste com o Grande Porto. Compreende 8 municípios, agrupados na Comunidade Intermunicipal do Ave: Cabeceiras de Basto, Fafe, Guimarães, Mondim de Basto, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Vila Nova de Famalicão, Vizela. 3 Abrange territórios de três bacias hidrográficas (Douro, Ave e Cávado) e dois distritos (Braga e Vila Real). A NUT III Ave tem um papel histórico fundamental na formação da identidade portuguesa, uma vez que envolve o concelho de Guimarães e possui também concelhos muito diversificados ao nível económico, social e cultural. CABECEIRAS DE BASTO Município com 240,88 km² de área e habitantes (Censos 2011), subdividido em 17 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Montalegre, a nordeste por Boticas, a leste por Ribeira de Pena, a sueste por Mondim de Basto, a sul por Celorico de Basto, a oeste por Fafe e a noroeste por Vieira do Minho. É um dos municípios mais do interior do Vale do Ave. 3 Ver mapa adaptado de

11 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade FAFE Município com 219,09 km² de área e habitantes (CENSOS 2011). O concelho está subdividido em 36 freguesias. O município é limitado a norte pelos municípios de Póvoa de Lanhoso e Vieira do Minho, a leste por Cabeceiras de Basto e Celorico de Basto, a sul por Felgueiras e a oeste por Guimarães. É um concelho com freguesias marcadamente rurais e urbanas, surgindo algumas assimetrias a esse nível. É um município com algumas expressão ao nível da industria têxtil. GUIMARÃES Município com 241,05 km² de área e habitantes (CENSOS 2011) subdividido em 69 freguesias, sendo que a maioria da população reside na cidade e na sua zona periférica. O município é limitado a norte pelo município de Póvoa de Lanhoso, a leste por Fafe, a sul por Felgueiras, Vizela e Santo Tirso, a oeste por Vila Nova de Famalicão e a noroeste por Braga. Guimarães é uma das mais importantes cidades históricas do país, sendo o seu centro histórico considerado Património Cultural da Humanidade, tornando-a definitivamente um dos maiores centros turísticos da região. O concelho de Guimarães atual soube conciliar, da melhor forma, a história e consequente manutenção do património com o dinamismo e empreendedorismo que caracterizam as cidades modernas, que se manifestou na nomeação para Capital Europeia da Cultura em 2012, fatores que levaram Guimarães a ser eleita pelo New York Times como um dos 41 locais a visitar em 2011 e a considerá-la um dos emergentes pontos culturais da Península Ibérica. 11

12 MONDIM DE BASTO Município pertencente ao Distrito de Vila Real, com cerca de habitantes, 3200 residentes na Vila que, com o mesmo nome, é sede do concelho. Com 171,87 km² de área, encontra-se subdividido em 8 freguesias. O município é limitado a nordeste pelo município de Ribeira de Pena, a sueste por Vila Real, a sudoeste por Amarante, a oeste por Celorico de Basto e a noroeste por Cabeceiras de Basto. Vila e sede de concelho, Mondim de Basto repousa numa chã fértil na margem esquerda do rio Tâmega e no sopé da grandiosa pirâmide verde do Monte Farinha, coroado pela ermida da Senhora da Graça. Ao nível económico a agricultura e pecuária, indústrias de transformação de madeira, de serralharia civil, de calçado e têxtil, pedreiras, comércio e serviços, são as principais atividades. PÓVOA DE LANHOSO É sede de um município com 131,99 km² de área e habitantes (Censos 2011), subdividido em 29 freguesias. Situado em pleno coração do Minho, o concelho da Póvoa de Lanhoso localiza-se geograficamente entre a margem esquerda do Rio Cávado e a margem direita do Rio Ave. A limitá-lo estão os concelhos de Braga, Guimarães, Fafe, Vieira do Minho e Amares. Braga, sede do distrito, fica a 15 km, Guimarães a 18 Km e o Parque Nacional de Peneda Gerês a 30 km. Esta situação privilegiada faz das Terras de Lanhoso local de passagem e de paragem para muitos turistas nacionais e estrangeiros. O concelho tem sofrido um desenvolvimento económico e empresarial que tem contribuído para a reestruturação e melhoramento das suas infraestruturas.

13 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade VIEIRA DO MINHO É sede de um município com 218,05 km² de área e habitantes (Censos 2011), subdividido em 21 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Terras de Bouro, a norte e leste por Montalegre, a sueste por Cabeceiras de Basto, a sul por Fafe, a sudoeste por Póvoa de Lanhoso e a noroeste por Amares. O ponto mais elevado do concelho situa-se no Alto do Talefe, com a altitude de 1262 metros. VILA NOVA DE FAMALICÃO Município com 201,85 km² de área e habitantes (2011), subdividido em 49 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Braga, a leste por Guimarães, a sul por Santo Tirso e Trofa, a oeste por Vila do Conde e Póvoa de Varzim e a noroeste por Barcelos. A cidade encontra-se num importante nó rodoviário que a liga ao Porto, a Braga, a Barcelos, a Guimarães, à Póvoa de Varzim e a Santo Tirso. Tanto a nível rodoviário como a nível ferroviário Vila Nova de Famalicão é um concelho com uma excelente situação geográfica, o que a tornando-se um ponto de passagem obrigatória. A cidade fica a 20 minutos do aeroporto internacional Francisco Sá Carneiro e do Porto de Mar de Leixões, cruzada por autoestradas, estradas nacionais e caminhos de ferro que unem os principais centros urbanos do Norte do País e da Europa. Possui industrias nas áreas do têxtil, a alimentação, da mecânica e eletrónica. 13

14 VIZELA Município com 23,92 km² de área e habitantes (2011) [1], subdividido em 7 freguesias. O município é limitado a norte e a oeste pelo município de Guimarães, a oeste por Santo Tirso a leste por Felgueiras e a sul por Lousada. O concelho foi criado em 24 de Maio de 1361, vindo a ser extinto em 3 de Fevereiro de Teve então a designação de Riba Vizela. O município foi restaurado em 19 de Março de 1998 por desmembramento de freguesias de Guimarães, Lousada e Felgueiras. 1.3 METODOLOGIA Tendo como ponto de partida os objetivos definidos no projeto, o presente estudo/diagnóstico seguiu alguns princípios metodológicos que se consideraram adequados ao tipo de análise que se pretendia realizar. Assim, e dada a natureza e temática do projeto, considerou-se importante, não só proceder à recolha de dados objetivos e estatísticos, mas também ter uma noção das perceções e vivências das pessoas da região em relação a esta problemática. Nesse sentido, foram realizadas as seguintes ações: Recolha de estudos, análises estatísticas, livros, planos de desenvolvimento e outros documentos dos vários municípios, jornais e publicações, regionais ou nacionais que pudessem contribuir para um melhor conhecimento da temática; Compilação de dados segundo os eixos definidos, partindo muitas vezes da análise nacional para a regional;

15 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade Utilização também de métodos mais espontâneos e informais de recolha de opiniões, perceções, vivências e acontecimentos que permitam não só ter uma análise objetiva da problemática, mas também a sua imagem e ressonância junto da população. Consideramos que esta problemática assenta também muito nas práticas tradicionais, culturais e educativas de cada contexto, sendo fundamental não só possuir os dados objetivos, mas também recolher através de entrevistas, pequenos inquéritos e recolha de notícias que, de algum modo, ilustrem os números e o estudo obtido. Assim, foram realizadas entrevistas à maioria 4 dos responsáveis pelos departamentos de ação social dos vários municípios, foram realizados pequenos inquéritos telefónicos e presenciais junto de creches e infantários, clínicas pediátricas e associações. A caraterização destas recolhas informais, assim como a metodologia utilizada em cada situação são apresentados de forma mais detalhada no ANEXO 1. Procurou-se proceder a um diagnóstico da realidade existente na região e contribuir de forma natural para a planificação de ações que permitam uma intervenção concreta e eficaz nas áreas e dimensões que se revelem mais necessárias. 4 Não foi possível, apesar da insistência da equipa de trabalho realizar entrevistas aos responsáveis dos Municípios de Cabeceiras de Basto e Vieira do Minho. 15

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17 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade 2. POPULAÇÃO E FAMÍLIAS O Vale do Ave é uma sub-região estatística portuguesa (NUT Nível III) se localiza na Região Norte. Tem uma área de 1448,7 km² e uma população de habitantes 5, o que corresponde a uma densidade populacional de 293,65 hab./km². Município População Residente Total Mulheres Homens indivíduos, dos quais 51,7% são mulheres. A dimensão média familiar oscila entre os 2,9 e os 3 elementos em cada família. Famílias Alojamento Edifícios Dimensão Média Familiar Cabeceiras de Basto ,0 Fafe ,9 Guimarães ,9 Mondim de Basto ,9 Póvoa de Lanhoso ,0 Vieira do Minho ,9 Vila Nova de Famalicão ,0 Vizela ,0 NUT III AVE ,9 Tabela 1. População residente, famílias, alojamentos e edifícios nos municípios da NUT III Ave, Fonte Censos 31% Com base nos Censos 2011 verifica-se que no Vale do Ave existem edifícios, num total de habitações, nas quais residem famílias e um total de % 4% Cabeceiras de Basto 12% Fafe Guimarães Mondim de Basto Póvoa de Lanhoso Fazendo uma análise retrospetiva constata-se que, nos municípios da NUT III AVE, a população foi aumentando de 37% Vieira do Minho Vila Nova de Famalicão 3% 5% Vizela 2% Gráfico 1. Distribuição da População do Vale do Ave por Municípios 5 Fonte: Censos

18 forma consistente até Excetuam-se os municípios de Mondim de Basto e Vieira do Minho, nos quais se verifica um decréscimo a partir de Na última década regista-se uma ligeira diminuição da população nos municípios de Cabeceiras de Basto, Fafe, Guimarães, Mondim de Basto, Póvoa de Lanhoso e Vieira do Minho. Pelo contrário, regista-se um aumento da população nos municípios de Vila Nova de Famalicão e Vizela de forma muito pronunciada no primeiro (4,9%) e quase residual no segundo (0,9%). Verifica-se, assim, que embora se tenha observado uma ligeira diminuição da população nos municípios mais interiores houve por outro lado um aumento da população nos municípios mais próximos do litoral, o que no geral conduz a alguma estabilidade em termos da população do Vale do Ave (embora com um ligeiro decréscimo de cerca de 1%). A distribuição das pessoas residentes de acordo com o género é a seguinte: 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 65 e mais anos anos anos 0-14 anos H M H M H M H M H M H M H M H M H M Ave Cabeceiras de Basto Fafe Guimarães Mondim de Basto Póvoa de Lanhoso Vieira do Minho Vila Nova de Famalicão Vizela Gráfico 2. População residente por sexo e grupos etários, NUT III AVE e seus Municípios (à data dos Censos 2011); Decenal - INE, Recenseamento da População e Habitação Quanto à idade, os resultados provisórios dos Censos 2011 relativamente às características demográficas da população revelam que se agravou o envelhecimento da população na última década. Em 2011, Portugal tem cerca de

19 HOMENS E MULHERES 19% da população com 65 ou mais anos de idade. Esta percentagem diminui para 17,2% no Norte e reduz ainda mais, para 14,8%, na NUT III Ave. O fenómeno do duplo envelhecimento da população, caracterizado pelo aumento da população idosa e pela redução da população jovem, agravou-se na última década. Os resultados dos Censos 2011 indicam que 15% da população residente em Portugal se encontra no grupo etário mais jovem (0-14 anos) e cerca de 19% pertence ao grupo dos mais idosos, com 65 ou mais anos de idade. Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade MONDIM DE BASTO Concelho com população envelhecida e isolada e os estudos indicam que fazem parte de uma zona (baixo Tâmega) de baixos rendimentos. Este concelho foi perdendo a população mais jovem que foi saindo à procura de emprego, ficando os mais idosos. Da mesma forma, existem menos crianças, as escolas fecham por falta de alunos, as aldeias do concelho tendem a ficar desertificadas e os jovens que ainda permanecem no concelho tendem a fixar-se como habitantes na vila. Entrevista com o Responsável pela Ação Social. Local Total(H/M) H M Cabeceiras de Basto 118,5 97,8 140,3 Fafe 108,1 83,5 134,3 Guimarães 87,6 71,9 104,3 Póvoa de Lanhoso 107,4 88,4 127,5 Mondim de Basto 143,5 118,9 169,9 Vieira do Minho 167,5 137,7 199,6 Vila Nova de Famalicão 85,7 70,3 101,9 Vizela 68,8 57,7 80,4 Ave ,4 111,9 Norte ,3 135,5 Portugal ,6 152,7 Tabela 2. Índice de envelhecimento, Portugal, Norte, NUT III AVE e seus Municípios (à data dos Censos 2011); Decenal INE, Recenseamento da População e Habitação O índice de envelhecimento da população de Portugal era, em 2011, de cerca de 129, o que significa que por cada por cada 100 jovens havia 129 idosos. Em 2001 este índice era de 102 e em 2010 de 120. No que diz respeito ao Ave, registam-se índices de envelhecimento claramente inferiores ao nacional, com o Ave a apresentar um índice 93,6. Regista-se, no entanto, uma grande disparidade entre 19

20 os municípios que compõem esta NUT, com municípios a superarem a média nacional (Mondim de Basto e Vieira do Minho) enquanto a maioria fica substancialmente abaixo, com destaque para Vizela, Guimarães e Vila Nova de Famalicão. Por outro lado, em todos os casos o índice de envelhecimento é sempre claramente superior no caso das mulheres. A diferença entre o índice de envelhecimento dos homens e das mulheres oscila entre os 23 pontos de Vizela e os 62 de Vieira do Minho, sendo a nível nacional de 47 pontos Continente Ave Taxas HM Taxas H Taxas M Gráfico 3. Taxas de mortalidade segundo o sexo (/ hab.) no Continente e na NUT III* Ave em Fonte: Risco de Morrer em Portugal 2006, Volume I, Direcção- Geral da Saúde, Lisboa 2009 Em termos de mortalidade, a taxa de mortalidade dos homens é, quer a nível nacional quer a nível da região do Ave, superior à das mulheres. No caso do Ave a diferença é de cerca de 140/100000, uma vez que a taxa é de 775,6 para os homens e 638,9 para as mulheres. Outro reflexo da composição etária verifica-se ao nível do índice de dependência da população (grupos economicamente inativos dependentes dos ativos, indicador que permite uma perceção sobre o esforço que a sociedade exerce sobre a população ativa). A este nível, registam-se no Ave índices inferiores quer quanto à média nacional quer quanto à do Norte. Excetua-se o município de Cabeceiras de Basto, no qual se regista um índice idêntico ao nacional. Este município é, igualmente, um dos que apresentam maior índice de dependência nesta NUT, apenas suplantado pelo de Vieira do Minho.

21 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade Índices de dependência Idosos Índices de dependência Jovens 22,6 22,3 21,3 22,8 22,1 24, ,4 21,4 24,6 19,4 26,5 21,6 36,1 23,1 23,4 19,8 16,1 25,3 30 Portugal Norte Ave Fafe Guimarães Póvoa de Lanhoso Vieira do Minho Vila Nova de Famalicão Vizela Cabeceiras de Basto Gráfico 3: Índices de dependência total, em Portugal, Norte NUT III Ave e seus municípios (à data dos Censos 2011); Decenal - INE, Recenseamento da População e Habitação A distribuição nacional da população por sexo, relativamente ao grupo etário, alterou-se ligeiramente em relação à década passada. Nos grupos etários mais jovens (até 24 anos) predominam os homens, relativamente às mulheres, 13,1 % contra 12,6% do total da população. Nos grupos etários com idades mais avançadas esta tendência inverte-se e passam a predominar as mulheres, relativamente aos homens. No grupo dos anos de idade, a percentagem de mulheres é de 28,5% e a de homens é de 26,6%. Também no grupo etário dos 65 ou mais anos se verifica a preponderância das mulheres, 11%, face aos homens, 8%. No que diz respeito à NUT III Ave, a tendência é semelhante com 14.4% homens contra 13,8% mulheres nos grupos etários mais jovens (até 24 anos) e 6.2 % contra 17,8% nos grupos etários mais jovens (mais de 65 anos). As mulheres constituem, assim, 52,2% da população residente, ou seja, são cerca de 5,5 milhões, de acordo com os dados dos Censos 2011, tendo aumentado 2,9%, na última década. Na NUT III Ave as mulheres são 51,7 % da população residente, um decréscimo de 0,6% face a A relação de feminilidade passou de 107,1 para 109,2 mulheres por cada 100 homens, no mesmo período. Em 2011 a relação de masculinidade é de 91,5 homens para 100 mulheres enquanto este indicador era em 2001 de 93,4 homens por 100 mulheres. 21

22 A preponderância da população feminina é reforçada à medida que a idade avança. Em 2011 a relação de masculinidade da população com 65 ou mais anos de idade desce para 72,4. A sobre mortalidade da população masculina e a menor esperança de vida à nascença dos homens relativamente às mulheres ajudam a explicar estes resultados. Na generalidade dos municípios, o número de mulheres é superior ao número de homens. Nos vários grupos etários existem oscilações, com o número de homens superior nos grupos até aos 24 anos e inferior a partir desse grupo. Em 2011, em Portugal, o maior grupo da população (47%) é constituído por indivíduos casados. O grupo dos indivíduos solteiros representa 40% e as restantes categorias do estado civil, divorciado e viúvo, aparecem com muito menor expressão, respetivamente 6% e 7%. Na região do Ave a diferença é maior com 51% dos indivíduos casados e 40% solteiros. A idade média do primeiro casamento na NUT Ave é de 28 anos para as mulheres e de cerca de 29 anos para os homens 6. O estado civil de casado predomina tanto no grupo dos homens como no das mulheres e o grupo dos solteiros é o segundo mais importante estado civil também em ambos os sexos. No grupo dos solteiros predominam os homens com 51,6% contra 48,4% de mulheres. Outra das diferenças entre homens e mulheres diz respeito ao estado civil de divorciado e de viúvo. As mulheres são maioritárias, com 58,6% do total da população divorciada e 81% da população viúva. Homens Mulheres 0% 20% 40% 60% 80% 100% Solteiro Casado Viúvo Divorciado Gráfico 4. Estrutura da população na NUT III Ave segundo o estado civil e o sexo(à data dos Censos 2011); Decenal - INE, Recenseamento da População e Habitação 6 Fonte: Idade média da mulher e do homem ao primeiro casamento (NUTS ); Anual INE, Indicadores Demográficos.

23 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade Outro dado relevante é a constituição das famílias monoparentais, 87% das quais são da responsabilidade da mulher 7. A nível nacional, as famílias de maior dimensão têm vindo a perder expressão ao longo das últimas décadas. Em 2011 as famílias com 5 ou mais pessoas representavam 6,5% enquanto que em 2001 esse valor era de 9,5% e em 1991 de 15,4%. Em sentido oposto, aumentou a importância das famílias de menor dimensão, com 1 pessoa e 2 pessoas, cuja representação é em 2011 de respetivamente, 21,4% e 31,6%. Em 37 municípios do país, a percentagem de famílias constituídas por 1 só pessoa está entre os 26,9% e os 41,4%. Esta realidade está menos presente nos municípios da NUT III Ave, nos quais, em geral, as famílias unipessoais não excedem os 15%. CONCLUSÃO: Na NUT III Ave residem atualmente cerca de pessoas; Sendo homens (48,3%) e mulheres (51,7 %); Os municípios de Guimarães (37%) e de Vila Nova de Famalicão (31%) são mais populosos, possuindo mais de 67% da população da NUT; Estas pessoas organizam-se em cerca de famílias; A dimensão média familiar é de 3 elementos; Nas famílias monoparentais a maioria é da responsabilidade de mulheres; Os índices de envelhecimento são inferiores ao nacional e os concelhos de Vizela, Vila Nova de Famalicão e Guimarães são os que possuem mais jovens. Há mais mulheres idosas do que homens (58%) mas menos mulheres jovens que homens (49%). Até aos 24 anos predominam os homens a partir desta idade predominam as mulheres, 51% dos indivíduos estão casados e 40% solteiros. 7 A nível nacional. 23

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25 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade 3. ESCOLARIDADE Considerou-se importante, para a análise do fator escolaridade na região do Ave, a compilação de resultados entre os Censos de 2001 e os Censos 2011, de molde a se poder observar a evolução dos mesmos; considerou-se também pertinente a comparação com os valores nacionais. A consulta dos Censos 2001 e de vários documentos 8 permitiu-nos recolher dados relativos à taxa de analfabetismo, à população residente por nível de ensino e ainda, á taxa de abandono escolar em alguns dos diferentes concelhos do Ave. Cinco, dos oito concelhos, registavam em 2001 taxas de analfabetismo superiores ao valor registado em Portugal (que se situava nos 9%): Mondim de Basto (17,6%), Cabeceiras De Basto (16,0%), Vieira do Minho (12,8%), Póvoa de Lanhoso (11,7%) e Fafe (9,9%). Apenas três registavam valores inferiores ao registado em Portugal: Vila Nova de Famalicão (6,7%), Guimarães (7,4%) e Vizela (7,9%). Este fenómeno, que incidia sobretudo nas pessoas mais idosas (e que os dados a nível nacional elegem como grupo de destaque as mulheres com mais de 65 anos) estará tendencialmente a desaparecer. A análise dos dados de 2001, nos diferentes concelhos da região, permite constatar também, que a grande maioria da população possuía habilitações inferiores ou iguais ao 1º, 2º ou 3º ciclo do ensino básico, sendo bastante diminuto ainda (e claramente inferior ao registado no contexto nacional), o número de indivíduos com habilitações ao nível do ensino secundário ou superior. Verificava- 8 Retrato Territorial Fonte INE--, Diagnóstico Social do Concelho de Fafe, Plano de Desenvolvimento Social da Rede Social do Concelho de Guimarães, Plano de Desenvolvimento Social de Vieira do Minho, Diagnostico Concelhio de Necessidades. de Vila nova de Famalicão, Diagnóstico Social e do Plano de Desenvolvimento Social do Conselho Local de Acão Social de Vizela; Estudo/Plano de Acão para o Desenvolvimento Do Núcleo Rural Veiga Moinhos De Rei 25

26 se também que, por norma, o 1º ciclo do ensino básico correspondia ao nível concluído pela maioria da população, ou seja, uma maior percentagem de pessoas nos diferentes concelhos tinha completado apenas o primeiro ciclo do ensino básico. Esta distribuição por níveis de escolaridade, continua a assemelhar-se bastante à obtida em dados nacionais recentes (2011) em Portugal, que apesar de salientarem um crescimento do nível de instrução da população, em geral, continuam a assinalar que a grande maioria da população, possui habilitações inferiores ou iguais ao 1º, 2º ou 3º ciclo, sendo a maior percentagem registada ainda ao nível do 1º ciclo. De facto, segundo dados retirados do INE 9, os resultados provisórios dos Censos 2011 assinalavam em Portugal 12% da população com ensino superior completo; 13% com o ensino secundário 16% 15% 20% Portugal (2011) 17% 32% completo; 16% com o 3º ciclo ; 13% com o 2º ciclo e 25% com o 1º ciclo. 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo Secundário Superior Comparando os dados obtidos nos diferentes concelhos do Ave em 2007/2008, com os dados obtidos em Portugal, verificamos que, não obstante a similaridade na distribuição assinalada anteriormente, os indicadores de educação continuam na generalidade aquém dos registados no país. Gráfico 5. Distribuição da população nacional por nível completo de escolaridade(%) 9 Estatísticas no Feminino: Ser Mulher em Portugal, 7 de Março de 2012

27 HOMENS E MULHERES Realça-se contudo como exceção o valor da taxa bruta de escolarização do ensino secundário no concelho de Vila Nova de Famalicão. (113.20%), ligeiramente superior ao nacional. Continua-se também a verificar que, uma parte significativa dos jovens em idade escolar, não faz VILA NOVA DE FAMALICÃO Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade Apesar de Famalicão ter bastante população idosa, a população mais jovem tem aumentado as suas qualificações, mesmo a nível superior. Famalicão tem sido pioneiro nesta área pois já trabalha há muito tempo em rede. Assim, as metas que o Governo estabeleceu para a educação e que devem ser cumpridas até 2015, já foram alcançadas pelo concelho. Portanto, a população tem sido beneficiada com este trabalho em rede com as instituições educativas e formativas. Para além disso, nos últimos 2/3 anos, a população também tem aproveitado o programa das Novas Oportunidades, para aumentar as qualificações.( )Ganham as pessoas porque aumentam as suas competências mas o concelho também. Entrevista com o Responsável pela Ação Social. TERRITÓRIO Taxa de pré-escolarização a prossecução dos estudos entre o 3º ciclo do ensino básico e o ensino observando-se secundário, esta situação, com especial destaque concelhos Cabeceiras De Basto, Mondim De Basto, Vieira Do Minho, Fafe e Guimarães 10. Com a implementação da escolaridade obrigatória até aos 12 anos, a prossecução de estudos virá a ser alcançada e o nível de escolaridade dos portugueses irá necessariamente crescer. Ensino básico Ensino secundário Ensino superior Portugal Ave* 116,0 87,9 7,6 Fafe 88,9 109,8 68,7 6,1 Guimarães 74,1 110,2 75,6 0,2 Póvoa de Lanhoso 87,5 115,0 87,8 49,4 Vieira do Minho 65,1 116,8 65,1 Vila Nova de Famalicão 113,2 119,2 113,2 17,7 Vizela 80,6 120,9 80,6 Cabeceiras de Basto 52,9 116,0 52,9 Mondim de Basto 57,7 121,6 57,7 Tabela 3. Taxa de Escolarização 2007/2008 Partindo das entrevistas dos responsáveis pela Ação Social dos Municípios, citamos os testemunhos dados pelas responsáveis de Mondim de Basto e Vizela: nos de 10 Fonte INE: dados referentes a 2007/2008- Anuário Estatístico da Região Norte, 2008 * Pensa-se que o valor para AVE calculado pelo INE considera a integração de Santo Tirso e Trofa e não Cabeceiras de Basto nem Mondim De Basto 27

28 MONDIM DE BASTO É ainda uma população com baixa escolaridade. Na faixa entre os anos a maioria da população terá sobretudo a escolaridade básica, mas a nível do 4º/6º ano, e ainda muitos analfabetos. Na faixa dos 30, já se encontra população com o 9º ano. Não temos abandono escolar até ao 9º ano (até agora o ensino obrigatório) mas temos um abandono precoce da escola do 9º para o 10º ano e depois do 12º para o ensino superior. Assim, a população até aos 30 anos têm habilitações sobretudo a nível básico mas não é uma população com habilitações muito elevadas. Não existem diferenças muito significativas entre as habilitações de homens e mulheres. Talvez as mulheres, neste momento, se mostrem mais entusiasmadas com a sua formação. O que não se verificava há alguns anos atrás, em que as raparigas abandonavam cedo a escola para se dedicarem às tarefas domésticas. Presentemente, também verificam que muitas mulheres se integraram no Programa das Novas Oportunidades, aumentando a sua escolaridade. Nos jovens que têm habilitações a nível superior, muitos estão desempregados porque o concelho não tem emprego/oportunidades para esta mão-de-obra qualificada. Isto obriga a que saiam do concelho, emigrem, o que é uma preocupação pois acabam por constituir as suas famílias também fora do concelho. VIZELA Tanto na população mais velha como nos jovens verifica-se ainda uma tendência para o absentismo, abandono escolar, ainda que, nos últimos anos essa tendência tenha vindo a diminuir. ( ) Durante muitos anos as crianças/jovens eram aproveitados para trabalhar, mas como agora há menos emprego, essa tendência tem-se esvanecido. Por outro lado, tem havido uma maior aposta nos CEF e cursos profissionais, e desde que o município foi criado, a intervenção é mais estruturada e há maior articulação. ( ) Os rapazes são os que mais

29 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade abandonam, as raparigas parecem mais dedicadas. Mesmo a nível da frequência universitária há um maior número de raparigas. As mulheres têm apostado mais na formação. Recolheram-se também dados relativamente a 2001 e 2011 sobre o perfil educativo feminino nos concelhos do Vale do Ave. Em 2001, verifica-se de facto que, em termos gerais, a população residente do sexo feminino, tendo em conta o nível de escolaridade completo mais elevado, se apresenta, em percentagem do total da população, tendencialmente inferior a 50% ao nível do ensino básico (1, 2º E 3º ciclo) e superior a 50% no ensino secundário e superior (sendo a este nível que se registam as maiores percentagens em todos os Municípios). As mulheres, apresentam assim, uma proporção inferior à observada para a população total, no que respeita à escolaridade completa até ao 3º ciclo do ensino básico, mas superior, no respeitante ao ensino secundário e superior. Básico 1º ciclo 2001 Básico 2º ciclo Básico 3º ciclo Ensino Secundário Ensino Superior Portugal 48,8 46,3 47,3 52,3 57,9 Ave* 48,3 47,1 47,6 52,9 61,7 Fafe 48,9 47,4 47,2 55,7 66,0 Guimarães 48,7 45,0 48,3 52,9 62,2 Póvoa de Lanhoso 46,8 49,5 51,2 56,0 61,7 Vieira do Minho 44,6 47,0 48,8 56,1 63,1 Vila Nova de Famalicão 48,0 48,2 47,0 52,3 58,5 Vizela 49,0 44,1 49,1 52,7 65,3 Cabeceiras de Basto 43,3 46,7 48,7 58,0 61,6 Mondim de Basto 45,8 43,9 52,8 53,5 62,7 Tabela 4. População residente do sexo feminino por nível de escolaridade (Censos 2001). 11 Dados recentes referentes a 2011, relativos á população residente do sexo masculino e feminino por nível de escolaridade completo mais elevado, assinalam 11 Tabela construída a partir dos dados * Relembra-se no valor para AVE que se considera em 2001 a integração de Santo Tirso e Trofa e não de Cabeceiras de Basto, nem Mondim De Basto. 29

30 igualmente a preponderância do sexo feminino nos níveis de ensino secundário e superior nos diferentes concelhos do Ave. ANO 2011 Ensino Secundário Ensino Superior Homens Mulheres Homens Mulheres Portugal 15,4 15,0 11,7 16,1 Ave* 12,7 12,9 7,2 11,0 Fafe 11,1 10,8 6,5 10,6 Guimarães 12,5 13,3 7,4 11,5 Póvoa de Lanhoso 10,8 11,6 5,2 8,2 Vieira do Minho 10,9 12,2 4,7 8,1 Vila Nova de Famalicão 14,1 13,9 8,2 12,0 Vizela 11,4 12,0 4,5 7,7 Cabeceiras de Basto 10,2 12,3 5,0 9,2 Mondim de Basto 9,2 10,9 3,9 7,5 Tabela 5.Nível de escolaridade de homens e mulheres (com mais de 15 anos) Censos 2011 (Resultados provisórios) Se analisarmos os dados comparativos da população residente do sexo masculino e da população residente do sexo feminino com 15 e mais anos, tendo em conta o nível de escolaridade completo, verifica-se que ao nível do ensino secundário de um modo global as mulheres apresentam um nível idêntico ou mais elevado. As diferenças entre sexos, considerando o nível de escolaridade, encontram-se principalmente nos concelhos de Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Cabeceiras de Basto e Mondim de Basto Ensino Secundário Homens Ensino Secundário Mulheres Gráfico 6. Diferenças entre os sexos (mais de 15 anos) tendo em conta o nível de escolaridades (Secundário)

31 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade No que respeita ao Ensino Superior, as diferenças são mais notórias, as mulheres apresentam um nível de escolaridade mais elevado Ensino Superior Homens Ensino Superior Mulheres Gráfico 7. Diferenças entre os sexos, considerando o nível de escolaridade (Ensino Superior) O perfil educativo feminino nos concelhos do Vale do Ave, relativo quer a 2001, quer a 2011, apresenta assim notáveis similaridades com os valores observados recentemente no contexto nacional em 2011 que registam também essa mesma polarização 12. De facto, em Portugal a proporção de mulheres com 15 e mais anos sem qualquer nível de escolaridade completo era de 14,0%, sendo superior ao verificado para a população total (10,6%) e apresentavam uma proporção inferior à observada para a população total, no que respeita à escolaridade completa até ao 3º ciclo do ensino básico 54,4% para 59,2% na população total. 12 Segundo dados retirados do INE no artigo Estatísticas no Feminino: Ser Mulher em Portugal. 31 Ensino Secundário 2011 Ensino Superior 2011 Portugal 52,1 60,6 Ave* 52,7 62,7 Fafe 52,8 65,4 Guimarães 53,6 62,7 Póvoa de Lanhoso 55,1 64,5 Vieira do Minho 55,3 65,5 Vila Nova de Famalicão 51,8 61,3 Vizela 52,5 63,6 Cabeceiras de Basto 56,5 66,7 Mondim de Basto 56,6 67,8 Tabela 6. Percentagem de população residente do sexo feminino por nível de escolaridade.

32 Em contrapartida, a proporção de mulheres do grupo etário anos com o nível de ensino secundário era de 71,0%, valor superior aos 64,4% verificados no total da população de igual âmbito etário e a proporção de mulheres com ensino superior completo (15,1%), excede o valor observado na população total (13,4%), verificando-se que cerca de 61% dos licenciados é do sexo feminino. De salientar que ao nível nacional registam-se também diferenças entre homens e mulheres ao nível das áreas de estudo. As áreas de estudo preferenciais das mulheres ao nível de diplomados no ensino superior são as ciências sociais, comércio e direito (30,5%) e a saúde e proteção social (27,1%).Na área das engenharias a proporção de mulheres diplomadas é de 5,1%, para 11,8% no total de diplomados, enquanto na área da educação essa relação se inverte, sendo de, respetivamente, 12,2% para 8,7%. CONCLUSÃO: Apesar do crescimento assinalável do nível de instrução da população, em geral, verifica-se que a grande maioria da população, possui habilitações inferiores ou iguais ao 1º, 2º ou 3º ciclo, sendo a maior percentagem registada ainda ao nível do 1º ciclo; De um modo geral as taxas de escolarização na NUT III Ave são inferiores às verificadas em Portugal, com exceção para o Município de Famalicão; De um modo geral, para faixas etárias mais baixas, as mulheres apresentam níveis de escolarização mais altos que as dos homens; Nas faixas etárias mais elevadas, as mulheres apresentam níveis de escolarização mais baixos do que os homens; Há mais mulheres com o ensino secundário completo e cursos superiores; As mulheres escolhem mais cursos superiores nas áreas as ciências sociais, comércio e direito, da saúde, da educação e da proteção social.

33 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade 4. TRABALHO E EMPREGO 4.1 TAXA DE ATIVIDADE Em 2001, dados obtidos através da base de dados Pordata permitiram verificar que a taxa de atividade do Ave* (63,9) foi superior á de Portugal (61,5). Os concelhos de Vila Nova de Famalicão (65,2), Guimarães (66,9) e Vizela (69,7) apresentavam as taxas mais elevados (superiores à região Ave e Portugal). Todos os outros concelhos apresentavam taxas inferiores às do Ave e Portugal, sendo os concelhos de Vieira do Minho (43,9), Mondim de Basto (44,4) e Cabeceiras de Basto (48,5) os que apresentavam as taxas de atividade mais reduzidas. Verificava-se ainda que em todos os Concelhos, na região Ave e em Portugal a taxa de atividade das mulheres era sempre inferior á dos homens. Destacavam-se com uma taxa de atividade feminina muito reduzida os concelhos de Mondim de Basto (29,7 de taxa de atividade feminina e 60,0 de masculina); Vieira do Minho (32,0 de taxa de atividade feminina e 56,4 de masculina) e Cabeceiras de Basto (36,5 de taxa de atividade feminina e 61,2 de masculina). Os concelhos que apresentavam as taxas de Âmbito Geográfico Total Homens Mulheres Portugal 61,5 70,2 53,6 Ave* 63,9 71,0 57,2 Fafe 58,4 66,8 50,9 Guimarães 66,9 73,0 61,2 Póvoa de Lanhoso 53,4 65,2 42,6 Vieira do Minho 43,9 56,4 32,0 Vila Nova de Famalicão 65,2 71,9 58,9 Vizela 69,7 75,1 64,5 Cabeceiras de Basto 48,5 61,2 36,5 Mondim de Basto 44,4 60,0 29,7 Tabela 5. Taxa de atividade segundo os Censos: total e por sexo (%) 2001* 13 atividade feminina mais elevadas eram Vila Nova de Famalicão (58,9 de taxa de 13 Relembra-se que no valor para AVE se considera que em 2001 estavam integrados os municípios de Santo Tirso e Trofa e não os de Cabeceiras de Basto, nem Mondim de Basto. Tabela construída a partir dos dados de 33

34 atividade feminina e 71,9 de masculina), Guimarães (61,2 de taxa de atividade feminina e 73,0 de masculina e Vizela (64,5 de taxa de atividade feminina e 75,1 de masculina). De salientar contudo que, apesar de a taxa de atividade feminina ser em geral inferior á masculina, quer ao nível regional, quer nacional, tem-se constatado um crescimento significativo das mulheres na atividade sócio produtiva do país: A nível nacional verifica-se também que a taxa de atividade das mulheres com escolaridade superior aproxima-se do dobro da taxa de atividade das que possuem um nível de escolaridade até ao 3º ciclo do ensino básico. Por outro lado, as diferenças entre as taxas de atividade feminina e total atenuam-se a partir da escolaridade de nível secundário POPULAÇÃO ATIVA POR SETORES DE ATIVIDADE Entre 2000 e 2003, segundo dados retirados do dossier Serviços de Apoio à Família - Um Setor de Oportunidades, elaborado em 2007 pela Adrave a elevada taxa de atividade do Ave* era explicado pela alta taxa de atividade das classes etárias mais jovens e das mulheres em geral. O emprego era sobretudo, industrial, concentrando-se particularmente na fileira industrial do têxtil/vestuário, tradicionalmente com níveis baixos de produtividade, remuneração e qualificações profissionais. Registou-se ainda, ao longo dos anos, nos diferentes concelhos uma redução muito significativa dos indivíduos com atividades relacionadas com o setor primário paralelamente ao aumento da percentagem da população ativa nos setores 14 INE, 7 de Março de 2012 Estatísticas no Feminino: Ser Mulher em Portugal

35 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade secundário e terciário. De facto, dados retirados dos vários Diagnósticos Sociais 15 permitiram-nos observar que: em 2007 existiam em Vila Nova de Famalicão cerca de ativos e 54,2% da indústria transformadora era do sector têxtil; em 2008 em Vizela a estrutura produtiva era predominada pelos sectores terciários e secundário, em 2008 em Guimarães a estrutura produtiva do concelho caracterizava-se pela percentagem extraordinariamente elevada da população empregada no Sector Secundário (68,91%), e por uma participação inferior à média nacional nos sectores primário (0,46%) e terciário (30,61%); a população do concelho de Mondim de Basto distribuía-se 12,6% no sector primário, 21,4% no sector secundário e 66% no sector terciário. O aumento registado a nível regional no setor dos serviços e o aumento da taxa de atividade feminina parece assim acompanhar a evolução registada a nível nacional O desenvolvimento do nosso país tem-se baseado no crescimento do sector de serviços, (que, em 1975, ocupava 32,3% da população total empregada e, em 2001, 58,5%.) e esse crescimento percentual deveu-se fundamentalmente ao aumento de mulheres empregadas neste sector, já que, em 1985, representavam 49,6% do emprego feminino e, em 2001, 68,1%, portanto mais que a média nacional (Homens mais Mulheres) que neste último ano correspondia a 58,5% de todo o emprego. 16 A distribuição das mulheres verificada a nível regional, por setores de atividade tradicionalmente com níveis baixos de produtividade e qualificações profissionais, parece também ser similar à distribuição verificada a nível nacional em que as mulheres apresentam uma maior concentração em ramos de atividade como 15 Diagnostico Social 2009 de Vila nova de Famalicão, Diagnóstico Social e do Plano de Desenvolvimento Social do Conselho Local de Acão Social de Vizela, Plano de Desenvolvimento Social da Rede Social do Concelho de Guimarães, Diagnóstico Social de Mondim de Basto de Eugénio Rosa, 2003; A situação da Mulher na Sociedade Portuguesa 35

36 empregadas domésticas, saúde humana e apoio social e educação; apresentam uma maior concentração nos níveis de qualificação mais baixos e maior dificuldade em atingir lugares de direção e chefia 17. Se fizermos uma análise por concelho verifica-se que nos concelhos onde foi possível realizar as entrevistas aos responsáveis pela ação social, os caraterizavam 18 a este nível assim: FAFE Parecem existir ainda profissões mais vocacionadas para o sexo masculino e outras mais para o sexo feminino. Num estudo realizado já em 2004, verificaram até ao preconceito. As pessoas associam profissões como educação de infância, educação do 1º ciclo como sendo mais mulheres, enquanto existem outras como as engenharias (particularmente mecânica, eletrotécnica) que são entendidas, até pelas mulheres, como sendo mais masculinas. Na câmara, também existem diferenças. Nos serviços administrativos e limpeza existem mais mulheres, mas a recolha de lixo conta exclusivamente com homens. GUIMARÃES Homens: jardineiros, cantoneiros, recolha de lixo Mulheres: secretaria, serviços administrativos e carreira de técnicos superiores há mais mulheres. No município já existem mulheres taxistas, motorista de autocarros mas ainda causa surpresa porque são trabalhos habitualmente realizados por homens. Assim como a construção civil é uma área mais masculina, mas pro via das mais elevadas qualificações, também elas já tenham que se inserir nestes locais de trabalho. 17 in Lideranças Partilhadas Percursos de Literacia para a Igualdade de Género e Qualidade de Vida; De referir, mais uma vez que estas notas se baseiam nas perceções dos entrevistados, procurando deste modo ilustrar o que foi recolhidos com base nos dados estatísticos e que não foram possíveis realizar nos municípios de Cabeceiras de Basto e Vieira do Minho.

37 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade Relativamente ao comércio, os homens parecem predominar na área da restauração (por exemplo, cafés) e as mulheres nas lojas de vestuário, calçado. MONDIM DE BASTO É um concelho que vive essencialmente dos serviços e da ruralidade.( ) A situação tem-se agravado. A construção civil era uma área forte mas agora está em queda; a agricultura é sobretudo de subsistência, as pessoas não se associam para criar uma linha de escoamento para os produtos (com exceção do vinho). PÓVOA DE LANHOSO Na câmara há serviços de são mais de homens do que mulheres: operacionais, jardinagem, limpeza urbana. Nos serviços administrativos e nos cargos superiores há maior equilíbrio. Também no executivo existe equilíbrio. No concelho as área de atividade são a construção civil, a extração de pedra: homens. Têxtil mais mulheres; serviços de saúde mais equilíbrio. Nas IPSS trabalharão mais mulheres ainda que nos cargos de chefia se encontrem mais homens. VILA NOVA DE FAMALICÃO O setor da têxtil é maioritariamente feminino. Se falarmos de construção, carnes é mais masculino. Na função pública existem, essencialmente 3 carreiras: assistentes operacionais, assistentes técnicos e superiores. Na Câmara, Existem mais homens a trabalhar na carreira de assistente operacional (e que deriva do tipo de serviço, como cantoneiros, limpezas, recolha de lixo); nas carreiras de assistentes técnicos (serviços administrativos, secretaria) e técnicos superiores há 37

38 mais mulheres do que homens. Nas funções que exigem qualificações superiores existem mais mulheres do que homens, quando a escolaridade necessária é menor, então, existem mais homens. VIZELA Nas escolas, as assistentes operacionais são maioritariamente mulheres; Nos serviços administrativos (Câmara) há mais mulheres mas o desequilíbrio é menor; Outros serviços de jardinagem; limpezas, há mais homens. Esta diferença é pelo tipo de trabalho porque na consciência das pessoas é um trabalho mais de mulheres e não tanto pelos horários; Ainda há áreas que são vistas para mulheres ou para homens. Por ex: Curso de eletricista é para homem e curso de cabeleireira é para mulher; Mesmo em concursos verifica-se que para trabalhos de vigilância em escolas, candidatam-se mais mulheres enquanto que ligados ao transporte há mais homens. 4.3 DISPARIDADES ENTRE SEXOS AO NÍVEL DOS SALÁRIOS De acordo com os dados constantes no Anuário Estatístico da Região Norte de os trabalhadores por conta de outrem nos estabelecimentos no concelho de Vizela apresentavam um ganho salarial médio de 621,61. Tratava se de um valor abaixo da média nacional ( 963,28) e da média do Ave ( 739,02). Em 2007, o Salário Mínimo Nacional situava se nos 403,00. No geral, os homens ( 692,95) 19 segundo os dados retirados do Diagnóstico Social e Do Plano de Desenvolvimento Social do Conselho Local de Acão Social de Vizela

39 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade eram melhor remunerados que as mulheres ( 561,55), sendo maior a diferença no sector secundário, que era de 147,97. Através da análise dos dados do INE, referentes a 2009, verificavam-se na região do Ave disparidades entre Sexos, no Ganho Médio Mensal da população empregada por conta de outrem, quer no indicador geral (na ordem dos 10,4%), quer nos que têm em conta o nível de habilitações (12,4% em habilitações iguais ou inferiores ao 3º ciclo do ensino básico e 13,7 habilitações correspondentes ao ensino superior), ou a maior ou menor qualificação das profissões (6,1% nas profissões mais qualificadas e 5,9% nas profissões menos qualificadas). Passando para uma análise mais pormenorizada dos dados do INE, em 2009, ao nível dos concelhos constituintes da região verificava-se em todos a existência de disparidades no ganho médio mensal entre sexos. Relativamente ao indicador geral e ao específico de habilitações iguais ou inferiores ao 3º ciclo do ensino básico, as maiores disparidades registavam-se no concelho de Vila Nova de Famalicão (12,0% e 15,3% respetivamente). Âmbito Geográfico Homens Mulheres Portugal 1138,8 899,3 Fafe 714,0 636,1 Guimarães 836,0 698,4 Póvoa de Lanhoso 753,8 648,1 Vieira do Minho 678,8 672,8 Vila Nova de Famalicão 970,8 758,1 Vizela 707,7 592,5 Cabeceiras de Basto 767,3 677,0 Mondim de Basto 601,8 640,5 Tabela 6. Ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem por sexo (2009) 20 Relativamente ao indicador específico de habilitações correspondentes ao ensino superior, a maior disparidade registava-se em Guimarães. Relativamente ao indicador específico de profissões mais qualificadas menos qualificadas, registavam-se as maires disparidades em Mondim de Basto (21,7%) e Âmbito Geográfico Homens Mulheres Portugal 940,5 773,5 Fafe 615,5 567,9 Guimarães 714,4 613,4 Póvoa de Lanhoso 643,3 575,5 Vieira do Minho 595,7 597,1 Vila Nova de Famalicão 785,8 659,8 Vizela 615,6 535,3 Cabeceiras de Basto 622,4 611,4 Mondim de Basto 541,5 588,1 Tabela 7. Remuneração base média mensal dos trabalhadores por conta de outrem por sexo no ano de tabela construída a partir dos dados 39

40 Póvoa de Lanhoso (6,8%). Através de dados recolhidos através da base de dados do Pordata pode-se perceber melhor a diferença de remunerações. De facto, relativamente ao ano de 2009, o ganho mensal médio dos trabalhadores por conta de outrem é sempre superior nos homens com uma única exceção em Mondim de Basto; por sua vez a remuneração base média mensal dos trabalhadores por conta de outrem é sempre superior nos homens com duas exceções em Vieira do Minho e Mondim de Basto. A desigualdade de género ao nível dos salários no Vale do Ave parece replicar a situação que se verifica ao nível nacional em que as mulheres continuam também a auferir salários inferiores aos dos homens: em 2009, FAFE Há diferenças salariais entre homens e mulheres. As mulheres continuam a ganhar menos mas desempenhando as mesmas tarefas. Na função pública, não existem diferenças relativamente ao número de horas que trabalham mas no setor privado, particularmente na indústria têxtil, as mulheres trabalham mais horas. a remuneração média mensal de base recebida pelas mulheres foi 82.2% da dos homens sendo que relativamente GUIMARÃES. Existem diferenças salariais, não público mas no privado. No mesmo contexto laboral, as mulheres têm salários mais baixos. ao nível de qualificação de quadros superiores a taxa de remuneração feminina em relação à masculina foi de 71.5%);( ) apesar de ser uma situação pouco comum em Portugal a taxa de feminização do emprego a tempo parcial é de 65.8% e são MONDIM DE BASTO. A mulher ambém é menos valorizada em termos de marcado de trabalho. Para auferirem o mesmo que os homens têm de trabalhar mais horas; na generalidade ganham menos. PÓVOA DE LANHOSO Relativamente à remuneração, em cargos iguais a Sra. Conselheira para a Igualdade acredita que não haja grandes diferenças, mas no geral os homens tendem a ganhar mais. também as mulheres que representam a maioria dos trabalhadores que auferem o Salário VILA NOVA DE FAMALICÃO Se alargarmos para o setor privado, a perceção que têm é que aí existem diferenças a nível salarial entre homens e mulheres, todavia, pensam que essa décalage se tem vindo a esbater. Mínimo Nacional 21. Ilustração 2. Perceções dos responsáveis da ação social dos municípios 21 Lideranças Partilhadas Percursos de Literacia para a Igualdade de Género e Qualidade de Vida; 2012

41 4.4 TAXA DE DESEMPREGO HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade Em 2001, os dados obtidos através da base de dados Pordata permitiram-nos constatar que a taxa de desemprego do Ave* (5,6%) e de todos os concelhos (considerados individualmente) era superior á de Portugal (4,0%). Observava-se assim, que os concelhos de Vieira do Minho (9,2%), Mondim de Basto (8,5%) e Fafe (6,5%) eram os que apresentavam as taxas de desemprego mais elevadas (superiores ao Ave) e que por sua vez os concelhos de Póvoa de Lanhoso (4,5%), Vizela (4,9%) e Cabeceiras de Basto (4,9%) eram os que apresentavam as taxas mais reduzidas (inferiores ao Ave). Verificava-se ainda que em todos os Concelhos, na região Ave e em Portugal a taxa de desemprego das mulheres era sempre superior á dos homens. Destacavam-se com uma taxa de desemprego feminina muito elevada os concelhos de Vieira do Minho (15,6% de taxa de desemprego feminina e 5,5% de masculina) e Mondim de Basto (15,5% de taxa de desemprego feminina e 4,8% de masculina) O concelho que apresentava a taxa de desemprego feminina mais reduzida (mesmo assim superior à taxa de desemprego feminina para Portugal) era o concelho de Vizela (5,2% de taxa de desemprego feminina e 4,7% de masculina). Âmbito Geográfico Total Homens Mulheres Portugal 4,0 3,2 5,0 Ave* 5,6 4,8 6,4 Fafe 6,5 6,2 6,9 Guimarães 5,3 4,9 5,7 Póvoa de Lanhoso 4,5 3,4 6,2 Vieira do Minho 9,2 5,5 15,6 Vila Nova de Famalicão 5,2 4,6 6,0 Vizela 4,9 4,7 5,2 Cabeceiras de Basto 4,9 3,7 6,9 Mondim de Basto 8,5 4,8 15,5 Tabela 8.Taxa de Desemprego por concelho e sexo (%) Censos (2001)* Em Julho de 2006, 22 registaram-se no território do Vale do Ave*, mais de 38 mil desempregados inscritos nos Centros de Emprego, sendo que 58,1% desses 22 segundo dados retirados do dossier Serviços de Apoio à Família - Um Setor de Oportunidades 41

42 desempregados eram mulheres, 6% não possuíam qualquer nível de escolaridade e 50% só tinha o 1º ciclo. De facto dados retirados dos Diagnósticos Sociais/Concelhios e Planos de Desenvolvimento Social 23, permitiram-nos observar que: CABECEIRAS DE BASTO No mês de Abril de 2011 estavam inscritas 1273 pessoas no Centro de Emprego, das quais 881 eram do sexo feminino e 392 do sexo masculino, salientando assim maiores dificuldades de inserção do sexo feminino no mercado de trabalho. Verificava-se ainda que a maioria dos desempregados (1114) se encontrava na situação de procura de novo emprego. Verificava-se também que ao nível do grupo etário predominavam as pessoas com idade compreendida entre os 35 e os 54 anos (596 pessoas) e que as baixas qualificações escolares parecem constituir uma das características marcantes da população desempregada. FAFE Em Setembro de 2004, registava-se quer ao nível dos homens, quer das mulheres maior número de desempregados na faixa etária dos 26 aos Plano de Desenvolvimento Social de Vieira do Minho, Diagnóstico Social do Concelho de Fafe, Diagnostico Social de 2009 e Diagnostico Concelhio De Necessidades. Plataforma Inter Institucional de Educação e Formação de Vila Nova de Famalicão, Diagnóstico Social e do Plano de Desenvolvimento Social do Conselho Local de Acão Social de Vizela; Plano de Desenvolvimento Social Concelhio 2001/2013 de Póvoa de Lanhoso,, Plano de Desenvolvimento Social da Rede Social do Concelho de Guimarães, Diagnóstico Social de Mondim De Basto de 2011, Estudo/Plano de Acão para o Desenvolvimento Do Núcleo Rural Veiga Moinhos De Rei

43 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade anos verificando-se que o número de mulheres desempregadas era sempre superior ao dos homens qualquer que fosse a faixa etária. Registava-se ainda, quer ao nível dos homens, quer das mulheres, maior número de desempregados com habilitações literárias inferiores a seis anos, verificando-se que o número de mulheres desempregadas era sempre superior ao dos homens quaisquer que fossem as habilitações literárias. O desemprego afeta o concelho, tem vindo a aumentar, existem muitas empresas a fechar. Há muita discrepância entre homens e mulheres, sendo o sexo feminino o mais afetado. A área que mais tem contribuído para o desemprego é a indústria têxtil e outras que estejam intimamente ligadas à têxtil. E esta era uma área em que trabalhavam muitas mulheres. Entrevista do Responsável pela Ação Social do Município. GUIMARÃES As estatísticas mensais do IEFP, relativas a Dezembro de 2010, revelavam o grande número de desempregados à procura de novo emprego, realçando ainda, o maior peso do género feminino no desemprego relativamente ao género masculino e a expressão significativa que assumia o desemprego de longa duração; relativamente à questão da escolaridade mantinha-se a prevalência do 1.º ciclo, ou seja baixa escolaridade e registavam-se em maior número os desempregados na faixa dos 35 aos 54 anos de idade. MONDIM DE BASTO 43

44 Dados relativos ao mês de Abril de 2011, assinalavam que 60,2% dos desempregados eram do sexo feminino, e que, a par das pessoas com idade compreendida entre os 35 e os 54 anos, eram o grupo com mais dificuldades de inserção no mercado de trabalho 39% dos desempregados registavam um nível escolar igual ou inferior ao 1º ciclo do ensino básico. ( )Mas de referir que no concelho o trabalho para as mulheres é muito escasso. O trabalho que existe no concelho é muito duro, exige essencialmente força física (pedreiro) e a constituição física das mulheres, o facto de poderem engravidar não lhes permite realizar esse tipo de trabalho. De facto, não têm registo de nenhuma mulher que trabalhe nas pedreiras. Entrevista do Responsável pela Ação Social do Município PÓVOA DE LANHOSO No mês de Outubro de 2010, estavam inscritos no centro de emprego 1188 desempregados, sendo que 508 eram do género masculino e 680 do género feminino Dos 1188 desempregados, 132 estavam à procura do 1.º emprego e 1055 estavam à procura de novo emprego. Os desempregados inscritos no centro de emprego continuavam, na sua maioria, a possuir baixa escolaridade, sendo que 36% dos inscritos se inseriam no 1.º ciclo. Relativamente ao desemprego, as mulheres são mais afetadas, ainda que a diferença não seja muita. ( ) A situação do desemprego é preocupante e acentuada no concelho o que gera maior número de pedidos de apoio, mas também gera outras situações que não só a violência doméstica, como depressão, isolamento, baixa autoestima tornando-se necessário facultar também outros serviços de apoio a este nível. Entrevista do Responsável pela Ação Social do Município

45 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade VIEIRA DO MINHO A elevada taxa de desemprego verificada em 2001 foi associada às baixas qualificações escolares que eram uma das características mais marcantes da população residente no concelho. VILA NOVA DE FAMALICÃO A taxa de desemprego de 9,2% no final de 2007 era superior aos 8% nacionais Em Dezembro 2008, 63,2% dos desempregados inscritos no concelho detinham habilitações até ao 2º ciclo do ensino básico e 42,9% dos desempregados eram Desempregados de Longa Duração; 92,76% dos desempregados em 2008 procuravam o primeiro emprego e 58,32% dos desempregados eram do sexo feminino. Num Estudo de Janeiro a Junho de 2010 continuou-se a verificar que as mulheres desempregadas estavam em maior escala (57.59%) quando comparadas com os homens (42.41%), sendo que o desemprego entre géneros assinalava uma distância de 15% entre homens e mulheres. A mulher desenvolvia funções/ tarefas inferiores, pois o tecido empresarial desta região mantinha os seus quadros administrativos ou dirigentes como sendo homens. A maioria dos desempregados encontrava-se na faixa etária dos 35 aos 54 anos de idade e os desempregados de longa duração representavam 43% das inscrições. Subiu no concelho. Há faixas etárias mais afetadas, ainda que os jovens também sejam. A faixa dos ou são o grupo mais crítico e afeta tanto homens como mulheres.( ) Ainda que as mulheres sejam mais afetadas, no concelho, a diferença tem-se vindo a 45

46 esbater; desde 2006 tem vindo a verificar-se uma aproximação entre o desemprego feminino e masculino. Entrevista do Responsável pela Ação Social do Município VIZELA Em Março de 2010 encontravam se inscritos no Centro de Emprego 876 Homens e Mulheres. A taxa de desemprego estimada situava se nos 16,6%; 80.7% dos desempregados possuía nível de escolaridade completo até ao 3.º Ciclo do Ensino Básico, sendo que, destes, 60.6% possuía o 1.º Ciclo do Ensino Básico. Destacam se ainda 5.6% de indivíduos sem nenhum nível de escolaridade completo. No 1.º trimestre de 2010, a taxa de desemprego dos homens era assim de 13.5% e a das mulheres de 20.1%. O concelho acompanha a tendência geral. É bastante afetado. Há muita população em idade ativa que não consegue arranjar emprego. Muitas empresas levavam trabalho ao domicílio para as mulheres mas agora deixaram de o fazer. Os homens dedicavam-se muito à construção civil, deixaram de ter emprego e procuraram fora (Espanha, França) mas lá também não conseguiram e acabaram por regressar. As mulheres têm procurado outras situações: limpezas, outras trazem trabalho para fazer em casa; mas os homens não têm essa possibilidade. Entrevista do Responsável pela Ação Social do Município A análise de valores recentes do Instituto Nacional de Estatística relativamente ao mês de Maio de 2012 mantêm-se consistente com os vários dados referenciados anteriormente. Pôde-se efetivamente constatar que em todos os oito concelhos da NUT III Ave o número de mulheres desempregadas é superior ao número de homens. Pôde-se constatar também, que em todos os concelhos da NUTIII Ave a maioria dos desempregados se encontra na situação de procura de novo

47 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade emprego e que o grupo etário que regista maior nível de desemprego é o grupo dos 35 aos 54 anos. Pôde-se constatar por fim, que a habilitação da maioria dos desempregados em todos os concelhos situa-se ao nível do ensino básico. De facto em todos os concelhos da NUT III Ave. com exceção de Cabeceiras de Basto, o nível de escolaridade associado ao maior número de desempregados é o grupo habilitado com o 1º ciclo do ensino básico. No Concelho de Cabeceiras de Basto o nível de escolaridade associado ao maior número de desempregados, é o grupo habilitado com o 3º ciclo do ensino básico, mas seguido logo dos habilitados com o 1º ciclo (364 e 313 pessoas respetivamente). Apresentam-se em seguida, algumas tabelas que reportam alguns dados relativos ao desemprego tendo em conta o género, a faixa etária, o nível de escolaridade, o tempo de inscrição no centro de emprego e a situação de procura de emprego. Concelho Género Tempo de Inscri. Situação Total Homens Mulheres <1 Ano 1 Ano E + 1ºEmprego Novo Emprego Cabeceiras Basto Fafe Guimarães Mondim de Basto Póvoa Lanhoso Vieira do Minho V. N. Famalicão Vizela Tabela 9. Desemprego registado por concelho segundo o Género, tempo de inscrição e situação de procura de emprego (Maio 2012) Concelho Grupo Etário <25 Anos Grupo Etário Anos Grupo Etário Anos Grupo Etário 55 Anos e + Total Cabeceiras de Basto Fafe Guimarães Mondim de Basto Póvoa de Lanhoso Vieira do Minho Vila Nova de Famalicão Vizela

48 Tabela 10. Desemprego registado por concelho segundo o grupo etário (Maio 2012) 24 Concelho <1º Ciclo 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo Secundário Superior Total Cabeceiras de Basto Fafe Guimarães Mondim de Basto Póvoa de Lanhoso Vieira do Minho Vila Nova de Famalicão Vizela Tabela 11. Desemprego registado por concelho segundo os níveis de escolaridade. Mais uma vez, a análise dos dados relativos ao desemprego na região do Ave apresenta notórias similaridades com o observado a nível nacional: De facto, o perfil dos desempregados em Portugal no fim de dezembro do ano de 2011, segundo dados retirados do Gabinete de Estudos e Avaliação do IEFP, correspondia à semelhança de análises anteriores, a um grupo de pessoas maioritariamente do sexo feminino (52,1%), pertencentes ao segmento etário anos (47,2%), com escolaridade inferior ao 3.º ciclo do ensino básico (45,9%) e á procura de novo emprego (92,5%) Esta diferença de proporção entre géneros, apesar de constante ao longo do tempo, tem vindo a diminuir ligeiramente, sendo que a maior diferença de peso entre géneros, registou-se nos desempregados com o ensino superior, onde as mulheres (67,4% do total do nível habilitacional) eram bem mais numerosas que os homens (32,6%). O retrato feminino do desemprego, não difere muito do observado para a população total, e revela que a nível nacional: este fenómeno afeta principalmente as mulheres mais jovens, do grupo etário anos (31,7%). Não se observam diferenças assinaláveis na taxa de desemprego das mulheres que possuem até ao 3º ciclo do ensino básico e das que possuem ensino secundário ou pós-secundário. Porém, as mulheres com nível de ensino superior apresentam 24 Fonte: Quadro construído a partir de Dados do INE

49 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade uma taxa de desemprego mais baixa (8,7%), inferior à registada para a população total com igual nível de ensino (9,2%).( ) 25 Ainda de acordo com dados do INE, a nível nacional a taxa de desemprego das mulheres em 2011 é de 13,1%, sendo por isso superior à dos homens (12,4%) e à população total (12,7%). É de salientar sobretudo a maior representatividade das mulheres entre as pessoas desempregadas com nível de instrução superior: em 2009, a taxa de desemprego era 12.3% para as mulheres, comparativamente com 8.4% para os homens 26. O INE estima ainda que a taxa de Desemprego em Portugal no 1º trimestre de 2012 tenha sido de 14,9%, sendo que a taxa de desemprego das mulheres foi de 15,1% e a dos homens de 14,8%. De salientar que, neste trimestre, os números de desemprego se apresentam efetivamente muito elevados, resultado da crise económica que se vem sentindo no país. Neste período específico é entre a população com idade entre os que o desemprego atinge um valor mais elevado; para a população com escolarização intermédia número de desempregos cresceu 43,5% e para a população que concluiu um nível superior de ensino aumentou também bastante: 37%. Relativamente às questões do trabalho e emprego, o retrato é assim muito similar quer a nível nacional, quer regional quanto à distribuição da população ativa por sectores de atividade, taxa de atividade, salários, e taxa de desemprego continuando também a verificar-se as mesmas desigualdades entre géneros. O aumento da taxa de atividade feminina ao longo dos anos não colmata as desigualdades que se continuam a constatar a nível nacional e nos diferentes 25 INE, 7 de Março de 2012 Estatísticas no Feminino: Ser Mulher em Portugal 26 CIG, 2011 in Lideranças Partilhadas Percursos de Literacia para a Igualdade de Género e Qualidade de Vida;

50 concelhos, nomeadamente, entre outros aspetos, ao nível dos salários e taxa de desemprego. De facto não só o rendimento mensal médio das mulheres é em grande maioria em termos gerais inferior ao dos homens como o número de mulheres desempregadas é sempre superior ao dos homens qualquer que seja a faixa etária considerada ou as habilitações literárias, o que expressa a maior dificuldade que as mulheres enfrentam no mercado de trabalho, mesmo detendo qualificações académicas de grau superior. CONCLUSÃO: As mulheres apresentam uma maior concentração em ramos de atividade como empregadas domésticas, saúde humana e apoio social e educação; Apresentam uma maior concentração nos níveis de qualificação mais baixos e maior dificuldade em atingir lugares de direção e chefia; O rendimento mensal médio das mulheres é geralmente inferior ao dos homens, sendo a diferença mais marcada conforme se aumenta ao nível das habilitações: quanto maior o nível de habilitações, maior a diferença de remuneração entre homens e mulheres; As mulheres que representam a maioria dos trabalhadores que auferem o Salário Mínimo Nacional; O número de mulheres desempregadas é sempre superior (58,1%) ao dos homens qualquer que seja a faixa etária considerada ou as habilitações literárias; As mulheres desempregadas pertencem maioritariamente ao segmento etário anos, com escolaridade inferior ao 3.º ciclo do ensino básico e/ou á procura de novo emprego.

51 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade 5. CONCILIAÇÃO DA VIDA PROFISSIONAL, FAMILIAR E PESSOAL Na realidade portuguesa é conhecida a elevada taxa de participação feminina, sobretudo de jovens mulheres, no mercado de trabalho, comparativamente com outros países europeus ou mesmo com a média comunitária. Este facto pode explicar a importância do rendimento familiar enquanto condicionante da fecundidade. Este aspeto é, aliás, mencionado como limitador da fecundidade no inquérito realizado em 1997, quando é apontado como o motivo para não desejar ter mais filhos, a perceção de o facto de «ter crianças implica grandes custos, sobretudo quando crescem», motivo apontado por cerca de 80% das mulheres e 70% dos homens. (Inquérito à Fecundidade, 2001, p.62). Mas também importa realçar o adiamento da fecundidade que resulta da maior escolarização como do ingresso em carreiras profissionais mais exigentes, que não permitem aos casais optar por ter filhos mais cedo 27 (Inquérito à Fecundidade, 2001, p.37). Por outro lado, em Portugal, entre a sua população, não está ainda generalizada a adoção de práticas que promovam um melhor equilíbrio entre a vida profissional e a vida familiar, para ambos os sexos. Ainda assim, é claramente a população feminina que desenvolve a maior fatia de esforço de conciliação entre a vida familiar e a participação no mercado de trabalho é, ainda São as mulheres quem mais utiliza instrumentos de conciliação entre o trabalho e a família, como a redução do horário de trabalho, a interrupção de carreira e a 27 Primeira reflexão sobre a fecundidade, as condições de trabalho e as políticas de apoio à maternidade numa perspetiva regional (in Revista de Estudos Demográficos, nº 48) 51

52 licença parental. Os cuidados a menores e a pessoas dependentes são, também, assegurados essencialmente pelas mulheres. A existência de filhos, sobretudo em idades mais baixas, e o nível de escolaridade condicionam a participação feminina no mercado de trabalho 28. As mulheres continuam a ser as principais agentes na prestação de cuidados. A título de exemplo, reportemo-nos aos testemunhos dos responsáveis da Ação Social dos Municípios: FAFE São as mulheres que continuam a dedicar mais tempo às tarefas familiares: os encargos com os filhos, ir buscá-los à escola, idas a reunião de pais. Também as tarefas domésticas como passar a ferro, cozinhar, arrumar a casa são maioritariamente as mulheres que o fazem. Entrevista do Responsável pela Ação Social do Município GUIMARÃES As mulheres trabalham mais horas. Para além do horário do trabalho acrescem as horas que dedicam a cuidar da casa, às tarefas domésticas. Ainda que os homens digam que ajudam, são as mulheres que mais tempo dedicam a estas tarefas e que as assumem como responsabilidade. Entrevista do Responsável pela Ação Social do Município MONDIM DE BASTOS 28 INE, 7 de Março de 2012 Estatísticas no Feminino: Ser Mulher em Portugal

53 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade Apercebe-se que os filhos ficam com as mães, elas são as responsáveis pela educação, pela escola, pela catequese. Os pais dão um apoio de retaguarda, mas cabe à mãe levar à escola os filhos, ir às reuniões, levar à catequese. Entrevista do Responsável pela Ação Social do Município PÓVOA DE LANHOSO No que concerne a algumas tarefas por exemplo domésticas ainda acabam por ser elas mais as responsáveis pela casa, ainda não há muito a consciência da partilha, da igualdade de género. Não o entendem eles nem elas. Num estudo realizado, verificaram que muitas vezes as colaboradoras exibem sinais de stress, cansaço não necessariamente pelo número de horas de trabalho mas pelas tarefas que ainda têm que realizar depois do horário de trabalho, porque têm menos tempo e disponibilidade para estar com os filhos, com o cônjuge, para namorar. Entrevista do Responsável pela Ação Social do Município VILA NOVA DE FAMALICÃO Nas escolas verifica-se também que eles estão mais presentes. Até agora quando havia uma reunião ou era necessário deslocar-se à escola ia a mãe, agora ou vão os dois ou o pai já vai sozinho. Esta mudança também tem sido proporcionada pelos programas promovidos nos jardins-de-infância. Esta experiência e conhecimento que a criança adquire, acabam também por levar para casa e transmitir aos pais, o que faz com que os homens também comecem cada vez mais a partilhar as tarefas domésticas. E que se estende a outras tarefas como ir levar ou buscar os filhos à escola; fazer compras, vendo-se já vários homens no final do dia com os filhos ou sozinhos a fazer as compras. Entrevista do Responsável pela Ação Social do Município VIZELA 53

54 Relativamente à conciliação da vida familiar com a vida profissional, notam (até na Câmara) que são as mulheres as mais responsáveis pela família e quem faz mais ginástica para conciliar os horários com os dos filhos. Entrevista do Responsável pela Ação Social do Município No país, um total de 648,4 mil mulheres, com idades entre 15 e 64 anos (18,1% do total de mulheres deste âmbito etário), prestava regularmente cuidados a crianças com menos de 15 anos (para além dos seus próprios filhos ou dos filhos do cônjuge) e a pessoas doentes, incapacitadas ou idosas. Isto significa que 64,4% dos prestadores de cuidados eram mulheres 29. Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Milhares de indivíduos % Total 7113,6 3521,8 3591,7 100,0 100,0 100,0 A outras crianças com menos de 15 anos (para além dos filhos ou dos filhos do 552,1 210,4 341,7 7,8 6,0 9,5 cônjuge) A outras pessoas dependentes com 15 ou mais anos (doentes, incapacitados, idosos) quer pertençam ou não ao 366,1 123,9 242,1 5,1 3,5 6,7 agregado Ambas as situações 88,9 24,3 64,6 1,2 0,7 1,8 Nenhuma das situações 6100,9 3161,8 2939,1 85,8 89,8 81,8 Tabela 12. Indivíduos dos 15 aos 64 anos, segundo o sexo, por prestação de cuidados a crianças com menos de 15 anos ou a pessoas dependentes com 15 e mais anos 30. Por outro lado, a falta de respostas de apoio que tardaram a chegar e a institucionalizar-se na sociedade portuguesa têm sido também apontadas como um entrave a uma possível alteração (Thévenon, 2009). Thévenon associa a diminuição da dimensão das famílias ao aumento da atividade das mulheres, que só quando conciliável com o emprego permite a existência de filhos. Nesse mesmo estudo (Thévenon, 2009) ressalta a situação portuguesa onde esse apoio tarda a ser consolidado. Ou seja, inevitavelmente, para qualquer cenário que se venha a desenhar, a dimensão trabalho as condições de trabalho, terá de estar presente nos alicerces ou desenho de medidas de apoio à maternidade/ parentalidade, tanto mais que constituem uma condicionante na base dos níveis de fecundidade. 29 idem 30 Fonte: INE, Módulo do 2º trimestre de 2010 do Inquérito ao Emprego Conciliação da vida profissional com a vida familiar. (adaptado)

55 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade O facto dos fatores económicos e sociais se revelarem como os que têm maior capacidade explicativa nas diferenças da fecundidade, quando analisados à escala nacional e concelhia, conduz-nos à conclusão da necessidade de uma articulação firme entre as políticas que se destinam à família e as políticas no âmbito do mercado de trabalho, que visam a defesa da maternidade /parentalidade. A este último nível, têm ganho particular expressão, em outros países europeus, a flexibilização dos horários de trabalho para pai e/ou mãe e a possibilidade de existirem fases de carreira em que o trabalho em part-time não é penalizador de uma futura progressão profissional. A adoção de práticas que promovam um melhor equilíbrio entre a vida profissional e a vida familiar, para ambos os sexos, não está ainda generalizada entre a população portuguesa. O esforço de conciliação entre a vida familiar e a participação no mercado de trabalho é, ainda, uma prática prosseguida sobretudo pela população feminina. São as mulheres quem mais utiliza instrumentos de conciliação entre o trabalho e a família, como a redução do horário de trabalho, a interrupção de carreira e a licença parental. Os cuidados a menores e a pessoas dependentes são, também, assegurados essencialmente pelas mulheres. 5.1 MATERNIDADE E PATERNIDADE Maternidade e paternidade não são apenas conceitos biológicos, como têm também fortes dimensões sociais e simbólicas. Ser mãe ou pai indica a relação com um outro, o filho, e, além disso, envolve um leque extenso de tarefas e responsabilidades, durante muitos anos 31. A taxa bruta de natalidade, após um período estável nos primeiros três anos do corrente século próximo dos 11 nascimentos com vida por mil habitantes, fixou-se 31 In Sociologia do Género 55

56 em 9,4 em 2009, nível bem inferior ao estimado pelo Eurostat para o conjunto dos países membros (UE27 = 10,8 ). De acordo com os primeiros valores provisórios para 2009, divulgados por aquele organismo, o indicador varia entre os 8 e os 17 continuando o nível mais elevado a pertencer à Irlanda (16,8 ), seguido da França (12,9 ), do Reino Unido (12,7 ), da Espanha (12,3%) e da Suécia (12,2 ), O valor mais baixo localiza-se na Alemanha com 7,9 nados vivos por mil habitantes acompanhado, embora a uma certa distância, da Áustria e da Itália com 9,2. 32 O Vale do Ave apresenta uma situação em tudo idêntica a esta. Observando os dados expostos nas tabelas abaixo verifica-se que a taxa de natalidade tem diminuído ao longo dos anos em todos os concelhos do Vale do Ave. Verifica-se também que, ao contrário do que aconteceu até 2001 (em que a taxa de natalidade Anos Cabeceiras de Basto 22, ,9 7,7 8,2 7,9 Fafe 18,3 12,1 12,6 8,3 8,7 8 Guimarães 20,6 14,2 12,6 8,5 8,5 8,9 Mondim de Basto 27,3 12,7 10,7 6,6 6,5 6,6 Póvoa de Lanhoso 20,7 11,8 11,7 8,1 8,6 7,8 Vieira do Minho 17, ,2 6,3 7,5 7,6 Vila Nova de Famalicão 19 13,1 12,4 8,9 9 9 Vizela ,5 8,7 8,8 8,7 Ave 18,2 12,6 11,6 7,9 8,2 8,1 Portugal 19,3 10,7 11,0 9,4 9,6 9,2 Tabela 13. Evolução da taxa bruta de natalidade- Portugal, Ave e seus municípios 33 municípios de Vila Nova de Famalicão (9,0), Guimarães (8,9) e Vizela (8,7), todos com taxas próximas da nacional. No pólo oposto situam-se os municípios de Mondim de Basto, era superior à de Portugal), a partir de 2009 a taxa de natalidade quer na região Ave em geral, quer em todos em todos os concelhos é bastante inferior à taxa nacional. Em 2011 verificaram-se taxas de natalidade mais elevadas nos A taxa de natalidade baixou. A Câmara promove o Apoio à natalidade; apoio às crianças até aos 2 anos de idade, contribuindo com leite, fraldas e outras necessidades básicas. Entrevista do Responsável da Ação Social do Município do Mondim de Basto 32 in: Situação Demográfica Recente em Portugal; Maria José Carrilho - Instituto Nacional de Estatística / Gabinete de Estudos; Fonte: INE, I.P. Estatísticas Demográficas e Estimativas Provisórias de População Residente ) 33 Fonte: Adaptado de PORDATA citando Fonte de Dados: INE - Estatísticas de nados-vivos

57 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade com uma taxa de apenas 6,6%. De forma congruente verifica-se também que a taxa de fecundidade tem diminuído ao longo dos anos em todos os concelhos do Vale do Ave. Constata-se que, ao contrário do que aconteceu em 2001 (em que a taxa de fecundidade da região era superior à de Portugal), a partir de 2009 a taxa de fecundidade quer na região AVE em geral quer em todos em todos os municípios é bastante inferior à taxa nacional ,7 32,1 34,3 31,5 34,2 34,5 32,5 32,4 38, ,7 25 Gráfico 8. Taxa de fecundidade geral em Portugal, Ave e seus municípios 34 Relativamente à fertilidade, em 2009, na Europa, a taxa de fertilidade total era estimada em 1.56 filhos por mulher. Em Portugal, o índice sintético de fecundidade era em 2010 de 1,37 filhos por mulher, no Ave 1,11, sendo ambas inferiores a média europeia e muito inferiores ao nível mínimo de 2,1 para a efetiva substituição de gerações. Esta realidade é reveladora da situação económica e social do país e da dificuldade crescente que as mulheres têm em assumir o seu papel de mães por questões do foro estritamente económico. 35 O envelhecimento da fecundidade em Portugal continua a ser outra das suas características com a maior frequência a mudar-se do grupo etário dos anos 34 Idem 35 (In Lideranças Partilhadas) 57

58 para o grupo dos anos e o incremento dos nascimentos entre as mães com idades superiores a trinta anos. Observa-se também que na região do Ave quer em 2010, quer em 2011, a idade média da mãe ao nascimento do primeiro filho é muito similar (embora ligeiramente inferior) à registada ao nível nacional, situando-se já em 28,6 anos em 2010 e 29,1 anos em A idade média da mulher ao 1º casamento na região do AVE é em 2010 de 27,6 anos, valor similar, embora inferior ao registado no mesmo período a nível nacional (29,2 anos). Índice sintético de fecundidade Idade média da mãe ao nascimento do 1º filho Idade média da mulher ao 1º casamento Idade média do homem ao 1º casamento Portugal 1,37 28,9 29,2 30,8 Ave 36 1,11 28,6 27,6 29,2 Tabela 14. Indicadores Demográficos em Portugal e na NUT III Ave, 2010 Em 2011 a idade média das mulheres ao nascimento do primeiro filho já se situou nos 29,2 anos em Portugal, 29,1 no Ave. O retrato das mulheres ao nível da saúde materna revela que o número de partos tem vindo a diminuir e a idade das parturientes a aumentar. Entre 2002 e 2010, nos centros de saúde, as consultas de ginecologia-obstetrícia cresceram ligeiramente (2,0%) e as de saúde materna significativamente (24,0%). Desde 2005, que a taxa de fecundidade das mulheres com idades compreendidas entre os anos assumiu a maior frequência, ultrapassando a do escalão etário anterior. De notar que a fecundidade recuou em todos os grupos etários.estes dados encontram-se em consonância com alguns diagnósticos sociais e concelhios. São exemplos, o Diagnóstico Social de Mondim de Basto de 2011, onde de refere que no município em linha com esta tendência de declínio da taxa de natalidade observa-se, também, um adiamento da idade da mulher para o nascimento dos filhos. As mulheres não só têm, agora, menos filhos, como 36 Dados retirados do INE - de considerar que os valores para o cálculo da região AVE incluem ainda os concelhos de Trofa e Santo Tirso e excluem Cabeceiras de Basto e Mondim de Basto

59 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade também os têm mais tarde ; e o Diagnóstico Concelhio de Necessidades da Plataforma Inter Institucional de Educação e Formação de Vila Nova de Famalicão (respeitante a um estudo efetuado entre Janeiro a Junho de 2010) onde se refere que verifica-se um aumento da idade da gravidez, os casais preferem ter os filhos cada vez mais tarde, assim como se verifica uma diminuição da fecundidade, os casais tem cada vez menos filhos. Também a família mudou de estrutura, pois o casamento não significa a condição para ter filhos, cada vez mais se regista a presença de famílias FAFE No que concerne à licença da maternidade/paternidade continuam a ser as mulheres maioritariamente a tirar a licença mas na Câmara alguns homens já usufruíram eles quase na totalidade o tempo de licença. Começa a perceber-se uma mudança e começa a haver uma partilha de tarefas, principalmente os casais mais jovens, ainda assim, estas continuam a ser tarefas mais assumidas pelas mulheres. monoparentais, assim como de outros agregados que não incluam o casamento na sua definição. As mulheres asseguram a maior parte das licenças de acompanhamento parental. O acompanhamento parental, quer nos primeiros GUIMARÃES Existem cada vez mais mulheres que estão disponíveis para adiar a constituição da sua família para investir na carreira profissional. Cada vez os homens, principalmente mais jovens, já usufruem da licença de paternidade e vão participando, partilhando outras tarefas parentais como ir buscar os filhos à escola. meses de vida das crianças, quer em situações de adoção e assistência, é ainda maioritariamente assegurado pelas mulheres. Os dados administrativos dos últimos anos permitem constatar que as mulheres são quem mais recorre a licenças de parentalidade, MONDIM DE BASTO Os pais tiram licença de paternidade e partilham esses momentos únicos com as mulheres. adoção, assistência a menores e a filhos com deficiência ou doença crónica. Após a entrada em vigor do novo regime de proteção social na parentalidade (Maio de 2009) verifica-se que, em 2010, as mulheres representavam 57,7% dos beneficiários de licença parental inicial e 59 PÓVOA DE LANHOSO Na questão da licença de paternidade já há cada vez mais homens a usufruir da licença, a querer assumir a sua função de pai a tempo inteiro, principalmente os mais jovens.

60 82,6% dos beneficiários de licença parental alargada, o que traduz uma crescente participação paterna. As mulheres asseguram maioritariamente as faltas para assistência a filhos, representando 91,3% dos beneficiários deste instrumento, em Este mesmo indicador foi confirmado pelos nosso inquéritos telefónicos informais. Quando contactamos creches e infantários dos diferentes municípios e questionamos quanto: Quem leva mais frequentemente a criança à creche/infantário? e Quem vem buscar mais frequentemente a criança à creche/infantário? VILA NOVA DE FAMALICÃO Quando falamos de licença de maternidade/paternidade existe cada vez uma partilha, e os homens cada vez mais usufruem da licença de parentalidade. Verificam este facto relativamente aos colaboradores da Câmara e têm a perceção que se tem alargado. VIZELA Licença Maternidade/Paternidade: no geral os homens já tiram licença Pai Mãe 7 Ambos Outros Vai Levar Vai Buscar Gráfico 9. Quem leva ou vai buscar mais frequentemente a criança à creche/infantário Verifica-se que a maioria das perceções das responsáveis assumem a mãe como a pessoa que mais frequentemente leva a criança à escola (56%) e vai buscar na hora de saída (46%). Seguidos, na hora de levar, a uma diferença considerável pelo pai (17%) e de ambos (13%) em igualdade com as outras pessoas ou sistemas de transporte 37. No momento de ir buscar a criança, seguem-se às mães de uma forma mais aproximada, os pais, ou até ambos. 37 Em algumas instituições as crianças chegavam à escolinha de transporte (autocarros).

61 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade Nota-se uma partilha de tarefas a esse nível, assegurando o pai um apoio, principalmente na hora de regresso a casa. Em caso de emergência, quem é a primeira pessoa que contactam? e Quando precisam de conversar sobre assuntos escolares, quem é a pessoa que contactam? Em 77% dos casos as escolas contactam com a mãe, quer em situações de emergência, quer quando têm algum assunto escolar. Quem comparece ás reuniões de pais? Na comparência ás reuniões já existe mais partilha, embora em 60% das reuniões seja a mãe a estar presente. De assinalar que a presença de ambos é referida em cerca de 21% dos casos. Em relação há cinco anos atrás, notam diferenças? Em que sentido? Finalmente, todos os inquiridos foram unânimes em referir que houve claras diferenças em relação a há cinco anos atrás. Verificando-se uma maior participação dos homens no acompanhamento aos filhos e maior participação em reuniões. Referem também, como preocupação a redução do número de crianças de um ano para outro e o facto de os homens acompanharem mais devido a se encontrarem em situações de desemprego. Ainda nesta linha de análise realizamos mais um pequeno inquérito informal junto das clínicas pediátricas e centros de saúde infantil. As questões eram idênticas e os resultados obtidos foram os seguintes: Geralmente é a mãe (73%) quem liga a marcar consulta e quem liga em situações de emergência (76%). Quem acompanha a criança á consulta é também maioritariamente a mãe (63%), mas seguido da presença de ambos em 27% das situações. O pai a 61

62 acompanhar sozinho a crianças apenas é percecionado em cerca de 7% das vezes. Apesar de estes dados serem apenas exemplificativos e não poderem ser considerados como expressão garantida da realidade, permitem uma visão das perceções de quem está no terreno, desta situação. A Igualdade de Género estrutura-se nas perceções e pensamos que nessa base, os podemos considerar um bom exemplo do que se passa no Vale do Ave. Também ao nível das clinicas a perceção é de que os homens estão a acompanhar cada vez mais os filhos, em colaboração com a mulher, nas situações de saúde. Noutra perspetiva é ainda de realçar que são gozadas exclusivamente por mulheres as faltas para assistência a neto, em alternativa aos pais, atribuídas no caso de nascimentos em que a mãe tem menos de 16 anos e vive ainda no agregado familiar paterno, ou no caso de incapacidade ou doença crónica do neto 38. As mulheres são quem mais recorre à licença parental (24,1%), numa proporção claramente superior à verificada para o total da população entre os 15 e os 64 anos. Embora aquela licença, objeto de importantes avanços legislativos, constitua uma medida de apoio à articulação do trabalho com a família, o número de pessoas que reclamou esse direito revelou-se baixo (14,4%). A variação na probabilidade de as mulheres ativas, com filhos, participarem no mercado de trabalho, face às que não têm filhos, é negativa e maior na presença de filhos mais novos: 8,0 p.p. para filhos com menos de 3 anos; 4,5 p.p. para filhos com idade entre 3 e 5 anos; e 3,3 p.p. para filhos com idade entre 6 e 9 anos. As tarefas e responsabilidades associadas à maternidade e paternidade são condicionadas pelas normas sociais. 38 INE, 7 de Março de 2012 Estatísticas no Feminino: Ser Mulher em Portugal

63 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade No que respeita à esfera familiar, as mulheres assumem ainda a maior parte do trabalho parental, considerando-se - e sendo consideradas, segundo o modelo social dominante - como as principais responsáveis pelos filhos. ( ) Assim, as expectativas que atribuem às mulheres a responsabilidade principal pelo cuidado das crianças constituem um obstáculo significativo à igualdade de participação entre homens e mulheres.( ) ainda hoje, os homens, mais do que as mulheres, são reprovados se não são os principais provedores da família e as mulheres, mais do que os homens, são reprovadas se não fizerem da família a sua prioridade principal (Stryker & Statham, 1985, citados em Poeschl, 201 0). ) 39 Local de residência Período de referência dos dados Duração da licença de paternidade, Duração da licença de maternidade, Relação entre a duração das licenças de paternidade e de maternidade, Duração da licença parental inicial Sexo: H Relação entre a duração das licenças parentais iniciais do pai e da mãe Dias Dias % Dias % Portugal 2011 x x x , , ,45 Ave 2011 x x x , , ,90 Cabeceiras de 2011 x x x ,05 Basto , ,63 Fafe 2011 x x x , , ,86 Guimarães 2011 x x x , , ,52 Mondim de 2011 x x x ,14 Basto , ,13 Póvoa de 2011 x x x ,82 Lanhoso , ,61 Vieira do Minho 2011 x x x , , ,88 Vila Nova de 2011 x x x ,39 Famalicão , ,59 Vizela 2011 x x x , , ,79 Tabela 15. Licenças de paternidade, maternidade e parental inicial (dias) e relação entre a sua duração, evolução de 2009 para in. Lideranças partilhadas. 63

64 ,73 16,61 15,45 15,9 14,63 13, , ,82 16,52 13,86 13,13 12,61 11,14 15,88 13,26 21,39 16,59 18,78 16,79 Gráfico 10. Evolução recente da relação entre a duração das licenças parentais iniciais do pai e da mãe, da segurança social É de notar a tendência de aumento da utilização da licença parental inicial por parte dos homens, passando de 15,9% em 2009 para 19,7% em 2011 na NUT III Ave, um aumento de cerca de 4 pontos percentuais, ao passo que a nível nacional a subida se situa apenas em pouco mais de um ponto percentual. Os municípios de maior dimensão (Guimarães e V. N Famalicão) estão entre os que apresentam as maiores subidas, cifrando-se acima dos 4 pontos percentuais. No polo oposto estão os municípios de Cabeceiras de Basto, Mondim de Basto e Vieira do Minho onde esta utilização diminuiu. Sexo Beneficiários/as de licença para assistência a filhos com deficiência ou doença crónica, da segurança social Valor processado do subsídio parental inicial, da segurança social (milhares) N.º Homem Mulher Tabela 16. Beneficiários/as de licença para assistência a filhos com deficiência ou doença crónica, da segurança social (N.º) por Sexo em Portugal, 2011 Apenas em cerca de 6% dos casos os beneficiários de licença para prestar assistência a filhos com deficiência ou doença crónica são homens, o que reforça a atribuição deste tipo de papel à mulher. De acordo com os dados do módulo do Inquérito ao Emprego, 2010, relativo à conciliação da vida profissional com a vida familiar, citado no artigo do INE- Estatísticas no Feminino: Ser Mulher em Portugal

65 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade As mulheres continuam a ser as principais agentes na prestação de cuidados. No 2º trimestre de 2010 um total de 648,4 mil mulheres, com idades entre 15 e 64 anos (18,1% do total de mulheres deste âmbito etário), prestava regularmente cuidados a crianças com menos de 15 anos (para além dos seus próprios filhos ou dos filhos do cônjuge) e a pessoas doentes, incapacitadas ou idosas. Isto significa que 64,4% dos prestadores de cuidados eram mulheres. 40 Apesar de não conseguirmos obter dados credíveis ao nível da NUT III AVE, pudemos também constatar nos dados nacionais recolhidos a evidência de que o esforço de conciliação entre a vida familiar e a participação no mercado de trabalho é, ainda, uma prática prosseguida sobretudo pela população feminina. São as mulheres quem mais utiliza instrumentos de conciliação entre o trabalho e a família, como a redução do horário de trabalho, a interrupção de carreira e a licença parental. ( )as mulheres asseguram maioritariamente as faltas para assistência a filhos, representando 91,3% dos beneficiários deste instrumento, em Verifica-se também que a utilização das diferentes medidas de conciliação entre a vida profissional e a vida familiar, são pouco frequentes. De facto, acordo com os dados do módulo do Inquérito ao Emprego, 2010, relativo à conciliação da vida profissional com a vida familiar A redução efetiva do horário de trabalho e a interrupção de carreira não é prática comum entre a população portuguesa, ainda que tenha maior expressão no caso das mulheres ( ) a opção do trabalho a tempo parcial parece surgir como um recurso precário e não como uma opção consciente de conciliação da maternidade e paternidade com a vida profissional. A adoção de práticas que promovam um melhor equilíbrio entre a vida profissional e a vida familiar, para ambos os sexos parece assim não estar ainda generalizada entre a população portuguesa. Será importante assim que à semelhança do que 40 INE, 7 de Março de 2012 Estatísticas no Feminino: Ser Mulher em Portugal 41 INE, 7 de Março de 2012 Estatísticas no Feminino: Ser Mulher em Portugal 65

66 tem acontecido noutros países europeus se apoiem medidas que visem a flexibilização dos horários de trabalho para pai e/ou mãe e a possibilidade de existirem fases de carreira em que o trabalho em part-time não sejam penalizadoras de uma futura progressão profissional. CONCLUSÕES À semelhança do que acontece a nível nacional, as taxas de Natalidade e Fecundidade têm diminuído em todos os concelhos do Vale do Ave; A partir de 2009 a taxa de natalidade quer na região AVE (8,1%) quer na totalidade dos seus municípios é bastante inferior à taxa nacional (9,2%); A idade média da mãe ao nascimento do primeiro filho situa-se em 2011, nos 29,1 anos; Aumento da utilização da licença parental inicial por parte dos homens, passando de 15,9% em 2009 para 19,7% em 2011 no Ave; Em 94% dos casos a assistência a descendentes menores ou deficientes é assegurada pelas mulheres. É percecionada uma ligeira mudança junto dos casais mais jovens, com um aumento do acompanhamento do homem das situações de saúde e educação dos filhos. 5.2 RESPOSTAS SOCIAIS Uma vez que 89% das mulheres e 96% dos homens (empregados/as) trabalham a tempo completo (estatísticas nacionais), a conciliação entre a vida profissional e familiar só é possível se existirem respostas sociais adequadas às necessidades

67 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade das famílias, nomeadamente no que respeita às crianças e pessoas idosas. Um indicador relevante neste domínio são as taxas de cobertura das respostas sociais. Municípios Capacidade da RS Creche (2011) População 0-4 anos (2010) Cabeceiras de Basto ,7 Fafe ,3 Guimarães ,0 Mondim de Basto ,5 Póvoa de Lanhoso ,6 Vieira do Minho ,1 Vila Nova de Famalicão ,5 Vizela ,8 Ave ,9 Portugal ,0 Tabela 17. Capacidade da resposta social creche nos municípios da NUT III Ave % Nos municípios da NUT III Ave verifica-se uma disponibilidade de lugares na creche que corresponde a cerca de 25% das crianças entre os 0 e os 4 anos. No entanto nem todas as crianças frequentem creches, ou mesmo o pré-escolar. Verifica-se que no Ave há maior percentagem de lugares disponíveis face à população dos 0 aos 4 anos que a nível nacional. Os municípios de Fafe, Guimarães e Vila Nova de Famalicão são os que mais contribuem para este valor, apresentando valores acima dos 24%. Situação oposta é a dos municípios de Vieira do Minho e Póvoa de Lanhoso, com 9,1 e 13,6%, respetivamente. Quanto à tipologia destes equipamentos sociais verifica-se uma clara predominância dos estabelecimentos públicos. Na NUT III Ave, apenas V. N. de Famalicão e Guimarães apresentam percentagens de estabelecimentos privados superiores a 30%. 67

68 Mondim de Basto 7 1 Cabeceiras de Basto 23 1 Vizela 10 1 Vila Nova de Famalicão Vieira do Minho Póvoa de Lanhoso Público Privado Guimarães Fafe Gráfico 11. Estabelecimentos de educação pré-escolar por município segundo a natureza institucional, 2009/2010 A taxa bruta de pré-escolarização em 2007/2008 nos municípios do Ave foi de 84%. Mais uma vez as assimetrias encontradas são relevantes, oscilando entre os 69,5% em Vizela e os 98,6 em Vieira do Minho Municípios e NUT III Ave Taxa bruta de pré-escolarização % Cabeceiras de Basto 90,0 Fafe 88,9 Guimarães 74,1 Mondim de Basto 85,4 Póvoa de Lanhoso 87,5 Vieira do Minho 98,6 Vila Nova de Famalicão 78,0 Vizela 69,5 Ave 84,0 Gráfico 12. Taxa bruta de pré-escolarização (%) por Localização geográfica; Anual 2007/2008- Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação Outro dado relevante é o facto de esta taxa ter evoluído de forma muito relevante na NUT III Ave entre 1999/2000 e 2008/2009. Enquanto que o Continente apresenta um aumento de 10,6%, o Ave passa de menos de 60% para mais de 80%. É, aliás, a única região a revelar uma evolução tão significativa (cf. Figuras 1 e 2) No que respeita à Figura 1. Taxa de Pré-escolarização Figura 2. Taxa de Pré-Escolarização

69 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade população idosa, existem nos municípios do Ave mais de sete milhares de respostas sociais dirigidas a esta, nomeadamente centros de convívio, centros de dia, lares e serviços de apoio domiciliário. Região Centro de Atividades Ocupacionais Lar Residencial/ Lar de Idosos Centro de Dia Serviço de Apoio Domiciliário (Idosos) População +65 Taxa de cobertura resp Soc idosos Cabeceiras Basto ,8 Fafe ,1 Guimarães ,7 Mondim de Basto ,3 Póvoa de Lanhoso ,2 Vieira do Minho ,8 V. N. de Famalicão ,5 Vizela ,8 Ave ,0 Continente ,3 Tabela 18. Respostas Sociais para idosos em 2011 e respetiva taxa de cobertura (população em 2010) A taxa de cobertura dos equipamentos para idosos (resposta assegurada essencialmente por entidades sem fins lucrativos) situa-se globalmente nos 12%, observando-se relevantes assimetrias entre municípios: Mondim de Basto, Vieira do Minho, Cabeceiras de Basto e Póvoa de Lanhoso apresentam a maior taxa de cobertura (entre 19,3 e 16,2%) e Guimarães e Vizela a menor (9,7 e 9,8%). Um outro dado relevante é que embora as taxas de cobertura dos vários tipos de equipamento sejam, em geral, semelhantes nos diversos municípios, ao nível das respostas residenciais vários municípios apresentam uma taxa mais elevada que a do continente. Estão neste grupo os municípios de Cabeceiras de Basto, Mondim de Basto, Póvoa de Lanhoso e Vieira do Minho, ou seja, os municípios mais interiores e que estão entre os que tem menos população e uma população mais envelhecida. CONCLUSÕES 69

70 A taxa de cobertura da resposta social Creche é de cerca de 25%, significando que muitas crianças ainda não frequentam a creche, ficando em casa, ou à guarda de familiares ou amas; A NUT III Ave apresenta quanto às creches, valores globais acima da média, mas verificam-se disparidade ao nível dos concelhos, com coberturas acima da média nacional dos concelhos de Fafe, V.N. Famalicão e Guimarães e abaixo da média nacional os concelhos de Vieira do Minho e Póvoa de Lanhoso; A taxa bruta de pré-escolarização situa-se acima dos 80%, tendo tido uma evolução extremamente significativa; A taxa de cobertura dos centros de convívio para idosos é de cerca de 3%; A taxa de cobertura das respostas residenciais é de 3,9%, tal como no continente. 5.3 HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO DOS SERVIÇOS Os horários de trabalho são habitualmente estabelecidos na perspetiva quase exclusiva do aumento da produtividade do trabalho e sem a preocupação de atender a horários escolares, comerciais ou dos serviços públicos, dado que, num paradigma de trabalhador homem exclusivamente com funções de produção, seria a mulher que se ocuparia das tarefas inerentes à esfera privada Manual de Formação de Formadores/as em Igualdade entre Mulheres e Homens, Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego, 2003

71 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade Quando o mercado de trabalho se abriu para as mulheres, foi-lhes simultaneamente exigido que compatibilizassem horários de trabalho e restantes responsabilidades. Esta será uma das razões para a feminização do regime de trabalho a tempo parcial, e, de uma maneira geral, dos postos de trabalho com menos exigências de formação, etc., o que também implica retribuições mais reduzidas e condições mais difíceis de progressão profissional. É no momento em que as questões da desigualdade e da discriminação entre os sexos se colocam de uma maneira clara e a as mulheres começam a reivindicar o acesso a outros postos de trabalho mais qualificados e melhor remunerados, que se impõe a evidência de que os horários de trabalho, perspetivados com base na divisão sexual do trabalho, são demasiado rígidos e incompatíveis com as necessidades extralaborais de qualquer pessoa. Este é um domínio em que é particularmente evidente que o atual modelo de organização do trabalho é masculino, já que pressupõe que os seus atores principais continuam a ser homens e que as mulheres, ausentes deste mundo, permanecem em casa a cuidar das necessidades de todos. Os serviços de proximidade, na sua ampla e crescente diversidade e em horários mais dilatados e desfasados dos horários-padrão, são também fator de primordial importância para a conciliação entre a vida profissional e a vida privada. As mulheres continuam a dedicar grande quantidade de tempo a papéis sociais não desempenhados por homens: papel de esposa, mãe, dona de casa. Este facto reduz as possibilidades de as mesmas exercerem uma cidadania plena e surgirem em funções de destaque a vários níveis. Acrescem a estes fatores os constrangimentos externos, que são os que resultam do ambiente socioeconómico: são as horas de abertura e encerramento das lojas, dos escritórios, dos estabelecimentos escolares, etc. 71

72 Os horários dos serviços públicos e do comércio podem, de diversas formas, condicionar os usos do tempo de quem necessita de recorrer a estes serviços ou efetuar as suas compras quotidianamente. Os titulares de estabelecimentos de venda ao público e de prestação de serviços abrangidos pelos regulamentos de cada município podem adotar para os mesmos, consoante o grupo em que estejam incluídos, horários específicos. Vários tipos de lojas (como sejam mercearias, papelarias) podem iniciar a sua atividade, dependendo do município, entre as 6 e as 8 horas e encerrar entre as 22 e as 24 horas. Se estiverem situadas em edifícios habitados necessitam da aprovação dos moradores para algumas horas. Há, muitas vezes, ainda regras de exceção para datas específicas (festas da cidade, épocas festivas como o Natal, entre outras). Verifica-se que, apesar dos Regulamentos Municipais permitirem uma grande flexibilidade de horários e de dias de funcionamento, a maioria dos estabelecimentos comerciais (nomeadamente os não integrados em centros comerciais) funciona nos dias úteis entre as 9h00 e as 19h00, encerrando muitas vezes à hora de almoço. Outras entidades (EDP, Segurança Social, Finanças, Centros de Emprego, Conservatórias) apresentam também horários restritos e uniformes, abrindo na sua maioria às 9h00 e encerrando entre as 15h30 e as 17h30. A mesma situação se verifica no atendimento ao público das Juntas de Freguesia (dias úteis, das 9h00 às 17h00) e das Câmaras Municipais (em regra, dias úteis das 9h00 às 16h00). No levantamento que realizamos junto dos municípios alvo do estudo verificamos algumas exceções e cuidados nos horários de atendimento ao público: FAFE Têm horário normal de funcionamento, com exceção da 2ª feira em que os serviços da Câmara funcionam até às 20h para atender às necessidades da população que trabalha até às 19h.

73 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade VIZELA Os serviços camarários funcionam das 9h às 18h30, sem pausa para hora de almoço para poderem atender as necessidades da população. Fecham à sexta à tarde. Já no que respeita às entidades públicas na área da saúde que dispõem de serviços de atendimento permanente, estas apresentam, consequentemente, um horário mais alargado. No entanto, tomando em consideração serviços específicos como a vacinação das crianças, a preparação para o parto, o gabinetes do utente ou os serviços de atendimento social, verifica-se a existência de claros condicionamentos para quem trabalha, com particular incidência para quem trabalha fora do centro do seu município. CONCLUSÕES: As mulheres dedicam grande quantidade de tempo a papéis sociais não desempenhados por homens; Cerca de 38 % das mulheres trabalham a tempo inteiro no Vale do Ave; Os horários dos diversos serviços impõem claros condicionamentos à organização do dia-a-dia das mulheres. 73

74 6. MOBILIDADE Estreitamente relacionada com os temas da conciliação entre a vida familiar e profissional está o tema da mobilidade, quer entre o local de residência e o local de trabalho ou estudo, quer os movimentos migratórios. A mobilidade da população constitui um aspeto do processo de desenvolvimento e um relevante indicador de qualidade de vida. Uma das dimensões da mobilidade são os movimentos pendulares executados diariamente para o exercício das atividades profissionais, educativas ou de outra natureza. Entendidos enquanto as deslocações da população ativa que exerce uma atividade profissional no sentido casa-trabalho, com regresso diário ao local de residência, os movimentos pendulares fornecem indicações relevantes sobre o desenvolvimento e as relações de interdependência territorial. Apesar de não existir a recolha sistemática de informação referente à mobilidade da população em Portugal, o apuramento constante nos recenseamentos gerais da população referente ao local de destino das deslocações por motivo de trabalho ou de estudo, ao principal modo de transporte utilizado para a realização da deslocação e o tempo gasto para a sua realização, permite abordar esta questão, embora de forma limitada. Local de residência ou de origem Vizela Vila Nova de Famalicão Vieira do Minho Póvoa de Lanhoso Mondim de Basto Guimarães Fafe Cabeceiras de Basto Cabeceiras de Basto Fafe Guimarães Mondim de Basto Póvoa de Lanhoso Vieira do Minho Vila Nova de Famalicão Vizela Gráfico 13 Movimentos pendulares (Interações na unidade territorial N.º) da população residente empregada ou estudante por Local de residência ou destino (à data dos Censos 2001) e Local de destino ou residência (à data dos Censos 2001); Decenal

75 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade Da análise dos resultados dos censos 2001, os últimos para os quais foi possível encontrar estes dados, verifica-se que o município com mais movimentos pendulares de e para municípios do Ave é Guimarães, nomeadamente com V. N. Famalicão, Vizela e Fafe. No polo oposto situa-se Mondim de Basto que não apresenta interações com os restantes municípios desta NUT. A pé Autocarro Automovel ligeiro Comboio Transporte colectivo da empresa ou da escola Gráfico 14. Meio de transporte mais utilizado nos movimentos pendulares (N.º) na NUT III Ave (à data dos Censos 2001); Decenal Em termos de meio de transporte, o mais utilizado é o automóvel ligeiro, como condutor ou passageiro, logo seguido das deslocações a pé e do autocarro. Local de residência (à data dos Censos 2001) Proporção da população residente que trabalha ou estuda noutro município Duração média dos movimentos pendulares (min) da população residente empregada ou estudante Taxa de atracão total % Min % Portugal 28,48 22,4 2,3 Ave 21,06 17,22 5,4 Cabeceiras de Basto 20,71 20,42 4,1 Fafe 19,92 16,78 4,5 Guimarães 13,69 15,67 3,9 Mondim de Basto 13,21 16,02 5,4 Póvoa de Lanhoso 22,56 16,07 7,8 Vieira do Minho 28,09 20,94 5,1 Vila Nova de Famalicão 19,3 15,93 5,6 Vizela 30,98 15,89 6,9 Tabela 19 Taxa de atração total, Proporção da população residente que trabalha ou estuda noutro município (%) e Duração média dos movimentos pendulares (min) da população residente empregada ou estudante (à data dos Censos 2001); Decenal 75

76 Em Portugal cerca de 29% da população trabalha ou estuda noutro município, no Ave são 21%, e nos mais populosos municípios do Ave essa proporção não ultrapassa os 20%. Um dos fatores que poderão concorrer para esta situação é, por um lado, a forte industrialização destes municípios e, por outro, a existência de grande variedade de estabelecimentos de ensino, desde o pré-escolar ao superior. Já os municípios de Vieira do Minho e de Vizela apresentam proporção idêntica ou superior à nacional. No que diz respeito à duração média das deslocações efetuadas diariamente a situação na região do Ave é mais favorável que o panorama nacional, com a região, e quase todos os seus municípios (nomeadamente Guimarães e V. N. Famalicão) a apresentarem as médias menores, com valores de cerca de 7 minutos inferiores ao nacional. Outro indicador é a taxa de atração 43 que, em 2001, se situava nos 2,3% a nível nacional, no Ave nos 5,4% e nos vários municípios situava-se entre os 3,9 e os 7,8%. Estes resultados significam uma procura superior às saídas nesta região. Nas entrevistas com os responsáveis da Ação Social dos municípios, quando esta dimensão foi abordada, a caraterização foi a seguinte: GUIMARÃES As mulheres estão mais autónomas no que se refere à mobilidade, mesmo que não tenham carta não precisam de esperar que os maridos as transportem. A independência da mulher fazse sentir em vários aspetos e nota-se como sendo uma mudança de base, a nível cultural. MONDIM DE BASTO 43 Relação entre a população residente que 5 anos antes residia noutra unidade territorial ou noutro país e a população residente na unidade territorial, expressa em percentagem

77 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade A geração dos 60, 70 é uma geração de mulheres muito dependentes, estudavam pouco, não trabalhavam, não tiravam carta e, portanto, eram muito dependentes. Nas gerações mais novas já não se verifica esta dependência das mulheres face aos maridos; elas tiram carta, utilizam os transportes. A Câmara preocupa-se com a população mais isolada e por isso, procura melhorar a rede de transportes para facilitar a deslocação da população (não existem transportes públicos). VILA NOVA DE FAMALICÃO É um concelho com bastante indústria e, portanto, verificam-se enorme movimentação de pessoas. Residentes do concelho que se deslocam dentro do concelho para os trabalhos, pessoas dos concelhos limítrofes que se deslocam para este concelho para trabalhar mas também algumas que vão para outros concelhos. Existem alguns centros industriais como em Ribeirão, Calendário, Vilarinho, Lousada, Gavião que acabam por atrair os trabalhadores e é para onde se deslocam. Os serviços serão mais no centro da cidade, o que fará com que as pessoas se desloquem também para o centro da cidade. As mulheres estão mais autónomas, deslocam-se (médico, compras, reuniões) com mais facilidade. Na opinião dos técnicos, isto ocorre porque existe mais partilha entre homem e mulher e também o reconhecimento do papel e das competências da mulher. VIZELA A rede de transportes é algo deficitária. Para se deslocarem, verificam que as mulheres vão de transporte público ou então vão mesmo a pé. Ainda não são assim tão independentes a nível da mobilidade, porque nem todas têm carta mas também porque podem poupar. 77

78 Quanto às diferenças nos padrões de mobilidade entre mulheres e homens, de acordo com trabalhos desenvolvidos nas Nações Unidas 44, particularmente em países em vias de desenvolvimento, as maiores diferenças em relação às necessidades de mobilidade básica das mulheres e dos homens têm as suas raízes na divisão do trabalho segundo o género, tanto no seio da família como no da comunidade. Diferentes estudos internacionais revelam a existência de padrões de mobilidade distintas entre homens e mulheres. No caso de Portugal os dados disponíveis permitem igualmente constatar a existência dessa diferenciação. A informação constante do recenseamento de 2001, permite identificar o local de destino das deslocações por motivo de trabalho ou de estudo, segundo três áreas, as deslocações cujo destino se situa na freguesia de residência, as que se destinam a outra freguesia do concelho de residência e as que têm destino fora do concelho de residência. Em Portugal, são as mulheres que residem mais próximo dos locais de trabalho, apesar da diferença média entre homens e mulheres não exceder os 3%. Para 43,34% das mulheres, o local de trabalho ou de estudo situa-se na freguesia de residência e para 32,60% noutro local do concelho da residência, valores que para os homens são de, respetivamente, 40,70% e de 31,67%. As percentagens de saídas para fora do concelho de residência, por motivos de trabalho ou de estudo, representam cerca de 24% para as mulheres e 28% para os homens. A NUT III Ave não está entre as regiões onde se verificam as maiores saídas para fora do concelho da residência por motivos de trabalho ou de estudo. Acresce o facto de que, mesmo nas regiões com maiores saídas, as saídas para fora do concelho de residência representam, em geral, cerca de 2% mais para os homens que para as mulheres. 44 A igualdade de género e o sector dos transportes, retirado de

79 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade Verificam-se, ainda, diferenças mais acentuadas quanto aos modos de transporte utilizados para a realização de deslocações. O recurso ao autocarro ou outro transporte público constitui um comportamento mais associado às mulheres, enquanto a utilização do automóvel, se encontra mais associado aos homens. No continente, 46,16% do total de deslocações (na condição de condutores ou passageiros) por motivos de trabalho ou de estudo, realizam-se recorrendo-se ao automóvel, como principal modo de transporte. Para os homens o automóvel constitui o principal modo de transporte para mais de metade das deslocações realizadas, no valor de 50,87%. Para as mulheres, esse valor, apesar de elevado, é bastante mais baixo, situandose em 40,67%. O transporte público (autocarro, caminho de ferro, elétrico, metropolitano) é utilizado em cerca de 25,29% das deslocações realizadas por mulheres, enquanto para os homens esse valor não ultrapassa os 17% (16,69%). Diferentes 45 trabalhos têm concluído que a mobilidade e acessibilidade de mulheres e de homens, tempo e padrões de viagem, são resultantes dos seus diferentes papéis sociais: as responsabilidades reprodutivas das mulheres, tais como os cuidados com o lar e a família, originam diferentes padrões de viagem por vezes condicionadoras da sua plena integração no mercado de trabalho; assim, as mulheres não se deslocam diariamente a grandes distâncias, não utilizam as infraestruturas disponíveis e, mesmo quando o fazem, as disponibilidades oferecidas pelos operadores dos serviços de transporte não estão adequadas às suas necessidades, em termos de horários, percursos, segurança e tarifas (por isso, caminhar a pé na maior parte dos casos, em percursos superiores a 800metros e esperar pelo transporte público, são condicionantes que afetam 45 Guia para o combate à discriminação nos Municípios - Planear para todos e todas, planear a diversidade; Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género,

80 especialmente as mulheres), sendo que as cadeias de deslocação diárias dos homens são, na maior parte das vezes, mais simples (casa local de trabalho casa), e as das mulheres mais complexas, com diferentes etapas (casa escola local de trabalho supermercado-casa). Inserido na temática da mobilidade, uma preocupação esteve presente em todas as entrevistas com os responsáveis da Ação Social dos municípios: a crescente situação da migração, mais premente na dimensão emigração. Cada vez mais e com o aumento do desemprego, as pessoas, homens e mulheres emigram procurando melhores condições de vida e segurança no emprego. Consideramos importante a apresentação destes testemunhos. FAFE A emigração é um fenómeno crescente, principalmente entre os jovens. Habitualmente saem para o estrangeiro já com alguma situação estável (porque tem algum familiar ou até vizinho, amigo), procuram fixar residência e depois enviar o seu curriculum para tentarem obter emprego na sua área de formação ou do seu interesse. Muitos estão a trabalhar na área da restauração, hotelaria. Vão à procura de emprego, de melhores condições. E tanto vão homens como mulheres.. Entrevista com o responsável pela Ação Social do Município GUIMARÃES Apesar de não ter o número presente, a informação que tem é que em algumas freguesias do concelho existem vários casais mais jovens a emigrar, principalmente à procura de emprego. É um fenómeno que ocorre entre licenciados mas também entre jovens sem qualificação. Tendencialmente é uma imigração de casais, mesmo que primeiro vá o homem, depois a esposa também sai.. Entrevista com o responsável pela Ação Social do Município

81 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade MONDIM DE BASTO Durante algum tempo assistiu-se a emigração no masculino, apenas saía o marido e a restante família, esposa e filhos, ficavam no concelho. Agora, assiste-se a uma emigração sazonal, em que também a mulher sai do concelho alguns meses (2, 3 meses) por ano, em fazem a apanha do morango, as vindimas e depois regressam e subsistem com as economias arrecadadas. Neste momento, também já sentem que existem jovens, licenciados até, que emigram à procura de emprego.. Entrevista com o responsável pela Ação Social do Município PÓVOA DE LANHOSO É um concelho cada vez mais envelhecido, que tem vindo a perder a população mais jovem, que emigra. Esta população mais jovem já é uma população com qualificações e são mais os homens que emigram. É também local de migração, no sentido em a população de desloca para a vila para prestar cuidados aos mais idosos. Entrevista com o responsável pela Ação Social do Município VILA NOVA DE FAMALICÃO Não tem dados concretos sobre a emigração, mas existe alguma perceção que os jovens, principalmente com cursos superiores, parecem estar mais dispostos a arriscar e a sair do concelho não necessariamente para o estrangeiro mas para outros centros urbanos, procurando emprego e melhores condições de vida. Mas talvez esta seja uma tendência do país. Entrevista com o responsável pela Ação Social do Município VIZELA A emigração começa a ser uma realidade. Quase sempre é o homem que emigra e o resto da família fica e mantêm-se por cá. Também se verifica que muitas vezes os homens estão 81

82 emigrados com condições precárias pelo que, também não têm como levar a família. Muitos acabam mesmo por regressar, às vezes em condições até piores do que quando saíram. Entrevista com o responsável pela Ação Social do Município CONCLUSÃO: Na NUT III Ave o município com mais movimentos pendulares para os municípios da região é Guimarães, seguido de Vila Nova de Famalicão; O meio de transporte mais utilizado é o automóvel ligeiro, logo seguido das deslocações a pé; No Ave são 21% da população trabalha ou estuda noutro município; Em Portugal, são as mulheres que residem mais próximo dos locais de trabalho, apesar da diferença média entre homens e mulheres não exceder os 3%; As mulheres utilizam mais 8% que os homens o transporte público. A deslocação para outro município para trabalhar, ou mesmo a emigração para o estrangeiro, estão a ser uma realidade, sendo perceção que emigram os mais e os menos qualificados, não se assinalando diferenças mercantes, em alguns municípios, entre homens e mulheres.

83 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade 7. PROTEÇÃO SOCIAL 7.1 SUBSÍDIOS Em Portugal, no final de , o desemprego registado atingia indivíduos, tendo-se verificado um aumento de 10,9% em comparação a igual período homólogo. Todas as regiões sofreram aumentos no número de desempregados. A população feminina desempregada, estimada através dos Censos 2011 em 340,1 mil mulheres, representava 48,2% da população desempregada total. Mais de metade das mulheres desempregadas encontrava-se em situação de desemprego de longa duração: 181,7 mil mulheres procuravam emprego há 12 e mais meses. Ou seja, a sua taxa de desemprego de longa duração era de 7,0% (6,8% para a população total). No entanto, o perfil dos desempregados 47 que se encontravam registados nos ficheiros dos Centros de Emprego (CTE) no fim de dezembro do ano de 2011, e à semelhança de análises anteriores, corresponde a um grupo de pessoas maioritariamente do sexo feminino (52,1%), pertencentes ao segmento etário anos (47,2%), com escolaridade inferior ao 3.º ciclo do ensino básico (45,9%), á procura de novo emprego (92,5%) e cujo tempo de inscrição não ultrapassou 1 ano (62,2%). Em 2011 todas as regiões do Continente registaram aumentos anuais do desemprego, a exemplo do que já se tinha verificado um ano antes, mas com 46 Fonte IEFP, Gabinete de Estudos e Avaliação 47 idem 83

84 acréscimos mais robustos. Apesar de tudo o Norte apresenta um aumento menos significativo (8,7 enquanto o continente apresenta 10,9). A nível nacional, as mulheres representavam, em 2010, 51,2% dos beneficiários de prestações de desemprego e 52,6% do total de beneficiários do rendimento social de inserção. O valor médio do subsídio de prestações de desemprego auferido pelas mulheres foi inferior à média no período em análise, reflexo da desigualdade salarial entre sexos, verificada em Portugal. Sexo Anos % Mulheres Total Masculino Feminino , , , , , , , , , , , , ,4 Tabela 20. Evolução do número de beneficiários de subsídio de desemprego, total e por sexo, de 1998 a Quanto à situação face ao emprego, de acordo com os dados disponibilizados pelo INE relativos a Maio de 2012, 53,8% das pessoas inscritas como desempegadas na NUT III Ave são mulheres. A percentagem é idêntica quando se investiga a percentagem de indivíduos que beneficiaram de subsídio de desemprego na NUT do Ave: 53,9 % são mulheres. 48 Fontes/Entidades: II/MTSS, PORDATA, Última atualização:

85 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade 70, ,4 60,0 50,0 53, ,3 53,9 55,3 52,3 48,4 49,0 55,5 54,5 55,1 43,8 50,6 46,6 47,8 60,7 41,9 55,1 53,4 57,0 40,0 32,9 30,0 20,0 10,0 0,0 Gráfico 15. Percentagem de mulheres beneficiárias do subsídio de desemprego da Segurança Social, evolução de 2001 para Verifica-se que a percentagem de mulheres beneficiárias do subsídio de desemprego diminuiu de 2001 para Tendo em conta os dados de 2010 que apontavam, a nível nacional para uma percentagem de 51,2%, percentagem próxima da de 2001 (que era de 53,6%) verificamos que no último ano se deu uma redução significativa de 2,8%, passando a existir maior percentagem de homens que mulheres beneficiários de subsídio de desemprego. A situação encontrada nos municípios do Ave é bastante diferente. Na globalidade da NUT III Ave, continuam a existir mais mulheres que homens a receberem subsídio de desemprego, apesar de ter ocorrido uma redução de 1,4 p.p.. Fazem parte desse grupo todos os municípios da NUT, à exceção de Vieira do Minho, Mondim de Basto, Cabeceiras de Basto e Póvoa de Lanhoso. De salientar, ainda, que em três dos municípios da NUT verificaram-se reduções superiores a 10 p.p. na percentagem de mulheres a beneficiar de subsídio de desemprego. 85

86 Territórios Um outro dado relevante é que se verifica um aumento generalizado de beneficiários do subsídio de desemprego. No conjunto dos municípios do Ave o número de mulheres beneficiárias de prestações de desemprego 49 aumentou de 3588 para 8655, o que representa um aumento superior a 100% No que respeita ao Rendimento Social de Inserção (RSI), na NUT Ave, 51% dos/as titulares em 2011 são mulheres, ainda que esta prestação se destine a abranger a totalidade do agregado familiar, incluindo o/a cônjuge, filhos/as e outros elementos. A percentagem tem sido consistente nos últimos anos. Total Indivíduos Indivíduos sexo Feminino Anos % de mulheres em 2011 Permilagem de benef RSI por pop activa (2010) Cabeceiras de Basto ,3 88,11 Fafe ,6 56,21 Guimarães ,2 35,42 Mondim de Basto ,3 83,03 Póvoa de Lanhoso ,8 44,59 Vieira do Minho ,3 85,5 Vila Nova de Famalicão ,1 45,82 Vizela ,2 30,03 Ave ,1 58,59 Tabela 21 Beneficiários do Rendimento Mínimo Garantido e Rendimento Social de Inserção da Segurança Social: total e por sexo; Permilagem por população ativa) em 2011; Interrupção de série Verifica-se, ainda, que a permilagem de beneficiários do RSI na NUT III Ave em 2010 era quase 15%0 inferior à do Norte (que se situava nos 72,91%0). Para esse diferencial concorrem sobretudo as baixas permilagens registadas em Vizela, Guimarães, Póvoa de Lanhoso e V. N. Famalicão. Apesar das mulheres serem maioritárias no grupo etário acima dos 65 anos, verifica-se uma diferença pouco significativa no número de homens (43,6%) e mulheres (56,4%) que recebem pensão por velhice em Em contrapartida, as mulheres constituem a larga maioria das pessoas (78%) que recebem pensões de sobrevivência, cuja atribuição resulta muitas vezes na sequência da morte do/a 49 As prestações de desemprego incluem o subsídio de desemprego, o subsídio social de desemprego inicial, o subsídio social de desemprego subsequente e o prolongamento do subsídio social de desemprego.

87 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade cônjuge. No que respeita à pensão por invalidez as mulheres são também predominantes (52.7%). Prestação Social Total de beneficiários/as Taxa de Feminização Beneficiárias/os com lançamento de prestação de Desemprego em ,9% Beneficiárias/os com processamento de Rendimentos Social de Inserção em ,2% Beneficiários do subsídio por doença da Segurança Social em ,8% Sobrevivência %* Pensionistas Ativos em 2011 Velhice Invalidez ,4%* ,7%* Beneficiárias/os do subsídio mensal vitalício em nd Beneficiárias/os do subsídio por assistência de 3ª pessoa em nd * Apresentamos a percentagem, no distrito de Braga, em 2012, por inexistência de dados municipais atuais; nd - não disponível Tabela 22 Beneficiários de prestações sociais na NUT III Ave O risco de pobreza é superior para as mulheres, sobretudo para as mulheres idosas 50 A nível nacional, para as mulheres, a taxa de risco de pobreza após transferências sociais foi de 18,4% em 2010, traduzindo uma diminuição de 3,2 p.p. face a 2003, acompanhando a tendência de redução da taxa de risco de pobreza para o total da população. Por outro lado, a taxa de risco de pobreza é mais elevada nas mulheres com 65 e mais anos: em 2009, o risco de pobreza das mulheres idosas foi de 23,5%, face a 16,4% das mulheres entre 18 e 64 anos, e a 17,9% do total da população 51. A taxa de privação material para a população feminina foi de 22,2%, em 2010, representando uma diminuição de 0,7 p.p. face ao ano anterior, e de 0,2 p.p. face ao valor registado em A taxa de risco de pobreza corresponde à proporção da população residente cujo rendimento monetário disponível por adulto equivalente é inferior ao limiar de pobreza. O limiar de pobreza, ou linha de pobreza relativa, corresponde a 60% da mediana da distribuição dos rendimentos monetários líquidos equivalentes em cada ano 51 Estatísticas no Feminino, INE 87

88 Os municípios estão extremamente atentos a esta realidade e nas entrevistas muitas foram as referências aos apoios da proteção social: FAFE O concelho vive as mesmas dificuldades que o resto do país, fruto da conjuntura económica, mas não existem casos de sem abrigo, de pessoas a passar fome. Até porque têm instituições atentas a esta realidade e que fazem a distribuição de produtos alimentares. Não haverá casos gritantes de miséria, de pobreza. Relativamente aos apoios, têm beneficiários do RSI, têm uma delegação do Banco Alimentar contra a fome, têm o programa alimentar da Segurança Social, duas lojas sociais que fornecem ajuda a nível de vestuário, livros e outro material. Em situações de carência, verifica-se que quem procura o apoio na câmara (independentemente da câmara o poder facultar ou não) é a mulher. Entrevista com o responsável pela Ação Social do Município GUIMARÃES Habitualmente são as mulheres que procuram e pedem os apoios, os homens têm mais dificuldade em assumir as fragilidades. Para além disso, assumem mais essa responsabilidade porque muitas vezes têm pais/idosos ou filhos à sua guarda, e são elas que têm que colocar comida na mesa. Para o homem não conseguir sustentar a sua família é sentido como uma humilhação que ele tem dificuldade em resolver dentro de si e assumir publicamente. A Câmara, como parceira de outras instituições apoia mais de 300 famílias, por exemplo, com cabazes. Há efetivamente famílias inteiras a receber apoio. Sabe-se também que há muitas outras famílias a receber apoio de outras instituições, IPSS, Santa Casa da Misericórdia. A câmara tem recebido muitos pedidos de apoio a vários níveis, para renda, água, luz. Mediante a avaliação da situação e sendo devidamente justificada a câmara apoia em parte estes pagamentos, e comparticipa também o pagamento de medicamentos. A nível da habitação a câmara também tem um parque habitacional social que é gerido por uma empresa. Existe um regulamento e devida candidatura para a obtenção de casa social, sendo que as rendas são depois acordadas também em função da situação financeira, das

89 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade possibilidades da família. A este nível há sempre muitos pedidos de ajuda, havendo inclusivamente lista de espera. A câmara decidiu não construir mais habitações sociais mas apoiar as famílias no pagamento de rendas. Entrevista com o responsável pela Ação Social do Município MONDIM DE BASTO Disponibilizam apoios para os alunos como autocarros, pré-escolar gratuito, as cantinas escolares continuam abertas nas férias. Banco Social que apoia as pessoas/famílias mais carenciadas com roupas e outros géneros e que funciona em regime de voluntariado. Têm lojas sociais. No concelho há uma pobreza no feminino porque quem pede o apoio são as mulheres, os homens não o fazem. O casal pode estar em dificuldades mas quem vai pedir o apoio é a mulher, ela é a economista da casa. Apoiaram a realização de obras em várias habitações degradadas (principalmente dos mais idosos) para que estes não tenham que se deslocar por exemplo para lares. Entrevista com o responsável pela Ação Social do Município PÓVOA DE LANHOSO A Câmara tem um de Serviço Social e através de protocolo com a Segurança social dão apoio a 19 freguesias do concelho e abarcam todas as situações sociais, dependentes sociais, RSI. Trabalham também com IPSS. A este nível prestam todos os apoios previstos pela Segurança Social. Os apoios mais recentes prendem-se com o Banco Alimentar, também proporcionado por uma IPSS e as cantinas sociais. A nível da autarquia existe a Valor Social que presta fornece bens alimentares, frescos, conservas, a famílias sinalizadas. Disponibiliza também roupas, móveis, de acordo com o que existe em stock e para as famílias com mais dificuldades. Apoio ao arrendamento, apoio à melhoria das condições habitacionais para quem tem habitação própria, têm um cartão de desconto para as famílias numerosas em que oferecem descontos; gabinete de apoio à família que conta com uma equipa multidisciplinar, que procura acompanhar as famílias identificadas e que chegam não só pela ação social mas também pelo SIGO onde 89

90 têm acompanhamento psicológico, a oportunidade de fazerem educação parental, encaminhamento para formações, acompanhamento para emprego em parceria com o IEFP. Tem um projeto recente denominado Social.mente a pensar nas pessoas que estão sem trabalho há muito tempo, que por via de uma separação/divórcio ou outras situações estão mais isoladas, próximas de uma depressão e que precisam de apoio psicológico/psiquiátrico mas também de socializar. O que a Rede Social procura fazer é estar atenta e diagnosticar os problemas e depois encontrar respostas para as problemáticas. Mas o trabalho é feito em rede, envolvendo os vários recursos, organismos do concelho. A pensar nos idosos, tem aproveitado as escolas que foram ficando vazias para desenvolver espaços de lazer e convívio para os seniores. Neste momento têm 5 centros de convívio que funcionam algumas manhãs ou tardes por semana, com animadores, e os idosos reúnem-se para conversar, dança, fazer desporto São as mulheres que procuram e pedem os apoios, aos homens custa mais pedir pois assumem as dificuldades, o não conseguirem sustentar a casa como um falhanço. A pobreza é mais assumida no feminino. Entrevista com o responsável pela Ação Social do Município VILA NOVA DE FAMALICÃO A Câmara disponibiliza diversos apoios, mas já o faz desde há alguns anos a esta parte e não por estarmos a vivenciar uma época de maior crise. É certo que há uns anos os pedidos eram em número mais reduzido. Habitação: apoios eventuais à renda, isenção na ligação dos contadores da água; as tarifas reduzidas da água, em que os agregados com mais de 3 pessoas passam a pagar menos; existem habitações sociais; têm o programa Casa Feliz em que a Câmara dá uma verba até 5000 para que as pessoas possam realizar pequenas obras na casa, este programa conta também com a colaboração das juntas de freguesia e com a responsabilidade social dos empreiteiros; Educação: a Câmara atribui uma bolsa de estudo aos alunos do ensino superior, havendo uma discriminação positiva porque optaram por atribuir bolsa um pouco mais elevadas aos alunos que estudam fora; a distribuição dos manuais escolares para todos os alunos do 1º ciclo e a este

91 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade nível a Câmara de Famalicão foi pioneira; apoios para as refeições particularmente para os alunos mais carenciados, apoio para o material escolar, existe também um banco de livros. Transporte para pessoas com deficiência, que assumem valores elevados (cerca de 100 mil euros) pois os transportes têm que ser adaptados. É um apoio que a Câmara assume por inteiro pois não existe qualquer verba do governo central. A câmara apoia no pagamento da luz, água, medicamentos. Nesta fase surgiram também as lojas sociais e no concelho existem 7.No âmbito da rede social, existem 11 comissões inter freguesias que englobam um conjunto de parceiros que procuram a partilha de recursos. A segurança social disponibiliza alguns apoios como as cantinas sociais e no concelho estão a funcionar cinco distribuídos por diferentes zonas. Existem também equipas de apoio social que fazem um acompanhamento mais próximo da população, através dos Gabinetes de apoio social, em que estão estabelecidos dois protocolos com a autarquia e 5 com IPSS. Por sua vez, a Rede Social procura fazer o diagnóstico sempre atualizado das necessidades da população e concertar estratégias para minimizar as dificuldades encontradas. No concelho não haverá casos de extrema pobreza, pelos apoios existentes e trabalho conjunto. A Câmara tem também programas de trabalho para os beneficiários do RSI, apesar de não poderem contratar, é uma forma de adquirirem mais competências, aumentarem a sua autoestima. Nestes programas já inseriram várias pessoas e com várias problemáticas como de etnia cigana, ex-toxicodependentes. Tem também realizado várias ações de formação sobre diferentes aspetos como gestão doméstica. Vão verificando que muitas vezes as famílias têm muitas dificuldades em gerir a sua vida a vários níveis. Depois da formação é feito o acompanhamento das famílias e verificam várias mudanças, por exemplo, nas compras para a casa..existem também formações no âmbito da educação parental e têm conseguido uma aproximação entre o contexto familiar e o contexto escolar, há também melhorias no meio familiar e escolar. Na maioria dos casos, quem solicita o apoio é a mulher. Ainda que já haja alguns homens que o fazem, mas há uma percentagem maior de mulheres.. Entrevista com o responsável pela Ação Social do Município 91

92 VIZELA A Câmara tem previstos apoios como a ajuda no pagamento da renda, água, luz, medicação (não na totalidade); RSI: A população já foi mais beneficiada mas com os cortes orçamentais alguma famílias perderam os apoios. Ainda assim, devem ter cerca de 80/90 famílias a serem apoiadas/beneficiadas; Algumas famílias foram perdendo os apoios porque as regras mudaram, as pessoas passaram a ter que declarar mais coisas e assim também se foram apercebendo que efetivamente não deviam receber; Foi implementado um projeto para trabalhar as competências parentais e um programa alimentar a Câmara é parceira mas não a responsável pela sua implementação, agora é a Santa Casa. Maioritariamente são as mulheres q pedir apoio, ainda que depois este seja para a família. Ocorre também que no concelho existem muitas famílias monoparentais (mães e filhos), daí o pedido também ser maioritariamente feito por mulheres. Entrevista com o responsável pela Ação Social do Município O índice de sustentabilidade é outro dos indicadores que possibilitam uma avaliação sobre o esforço que a população idosa exerce sobre a população em idade ativa e complementa a leitura relativamente aos indicadores sobre envelhecimento anteriormente apresentados O índice de sustentabilidade potencial apurado através dos Censos 2011 é de 3,4, o que significa que há 3,4 ativos por cada indivíduo com 65 ou mais anos. Na última década este indicador agravou-se; em 2001 era de 4,1. Já na NUT III Ave, este índice situa-se nos 4,7. Embora se situe abaixo do valor nacional em 3 dos municípios, nos de maior população (Guimarães e V. N. de Famalicão) situa-se acima dos 5 pontos.

93 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade Índice de sustentabilidade 6,2 3,4 3,9 4,7 4,1 5,2 3,8 2,8 5,1 3,3 3 Portugal Norte Ave Fafe Guimarães Póvoa de Lanhoso Vieira do Minho Vila Nova de Famalicão Vizela Cabeceiras de Basto Mondim de Basto Gráfico 16. Índice de sustentabilidade, em Portugal, Norte e municípios da NUT III Ave (à data dos Censos 2011); Decenal - INE, Recenseamento da População e Habitação CONCLUSÕES: Prestações de desemprego e de rendimento social de inserção: mulheres beneficiárias em proporção ligeiramente superior à dos homens; 53,9% dos beneficiários de Subsídio de Desemprego do Ave são mulheres; 51% dos beneficiários de Rendimento social de inserção do Ave são mulheres; No Ave a permilagem de beneficiários de RSI por população ativa é 15%0 inferior à registada na região Norte; 58,8% dos beneficiários do subsídio por doença da Segurança Social em 2011 eram mulheres; Mais de 50% das pensões de velhice e das pensões por invalidez no Ave são atribuídas a mulheres; Perto de 80% dos beneficiários de pensões de sobrevivência são mulheres; A nível nacional a taxa de risco de pobreza das mulheres, após transferências sociais, foi de 18,4% em 2010; 93

94 A taxa de privação material para a população feminina foi de 22,2%, em 2010; O índice de sustentabilidade potencial na NUT III Ave situa-se nos 4,7%, 1,2 p.p. acima do nacional. As mulheres são quem pede e assume que precisa de apoio.

95 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade 8. PARTICIPAÇÃO SOCIAL E POLÍTICA Apesar de nas últimas décadas as mulheres representarem no mundo ocidental cerca de 40% da população ativa, elas continuam a ser uma minoria nas posições de tomada de decisão económica e política, sendo praticamente invisíveis nas posições de topo 52. Em Portugal, a sub-representação das mulheres nos processos de tomada de decisão política está patente em vários organismos de representação. Neste domínio é de referir que nos termos da Lei dos Partidos Políticos (artigo 29 da Lei Orgânica n. 0 2/2003, de 22 de agosto), os estatutos dos partidos políticos devem assegurar uma participação direta, ativa e equilibrada de mulheres e homens na atividade política e garantir a não discriminação em função do sexo no acesso aos órgãos partidários e nas candidaturas apresentadas pelos partidos políticos (CIG, 20 II), Também a Lei da Paridade (Lei Orgânica n 3/2006, de 21 de agosto), aprovada em 2006, estabelece que as listas de pessoas candidatas para as eleições para a Assembleia da República, o Parlamento Europeu e as autarquias locais devem ser compostas de modo a assegurar a representação mínima de 33% de cada um dos sexos e que, em caso de listas que não respeitem a lei, pode haver lugar à redução do montante de subvenções públicas para as campanhas eleitorais (CIG, 20 II). No entanto, nas eleições realizadas em junho de 20II para a Assembleia da República resultou na seguinte repartição de lugares: as mulheres constituíam (Pallarés, 1993; Powell, 1993, citados em Nogueira,

96 dos 230 lugares de deputado (28.7%), e Assunção Esteves tornou-se a primeira Presidente da Assembleia da República, numa Mesa composta por 4 mulheres (num total de 13 Pessoas); Heloísa Apolónia manteve-se a única Líder de Grupo Parlamentar do Partido Ecologista Os Verdes (sendo que nenhum dos partidos políticos representados na Assembleia da República é chefiado por uma mulher); Maria Antónia Almeida Santos tomou-se na única Presidente das 12 Comissões Permanentes Parlamentares, presidindo à Comissão de Saúde, sendo 4 as Vicepresidentes: Ana Catarina Mendes, da Comissão dos Assunto Europeus, Nilza de Sousa e Ana Jorge, na Comissão Educação, Ciência e Cultura e Catarina Martins, na Comissão para a Ética, a Cidadania e a Comunicação (Assembleia da República, 2011). 53 Das eleições autárquicas realizadas em outubro de 2009, num total de 308 Presidentes de Câmaras resultou a eleição de apenas 23 mulheres (7.5% ). Caracterizando um pouco mais, os dados do Perfil de Autarca 2005 mostram que 19.3% das pessoas eleitas são mulheres, sendo a Assembleia Municipal o órgão autárquico com participação feminina mais acentuada (21.3%), seguido da Assembleia de Freguesia (20.5%), da Câmara Municipal (18.5%) e por último da Junta de Freguesia (15.5%). No que toca ao perfil das mulheres eleitas, a maioria insere-se na categoria profissional especialistas de profissões intelectuais e científicas e têm uma idade média de 39 anos (CIG, 2011 ). Ao nível do Parlamento Europeu, foram eleitas, em junho de 2009, 8 mulheres em 22 lugares de deputado (36.4%). Desta forma, Portugal posicionou-se a meio da tabela da União Europeia a 2.7, deixando para trás o grupo de países com menor representação de mulheres e sendo ultrapassado apenas por 10 países, numa listagem liderada pela Finlândia com 62.0% de mulheres (CIG, 2011 ). 53 in Lideranças Partilhadas Percursos De Literacia Para A Igualdade De Género E Qualidade De Vida; 2012

97 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade Da análise destes dados pode concluir-se que ainda hoje homens e mulheres tendem a ocupar de forma desigual os espaços público e privado, o que justifica,, uma abordagem de género ao exercício da liderança, com o questionamento dos tradicionais percursos de homens e de mulheres nesta área CIDADANIA São muitas e variadas as associações e organizações de cidadãos existentes nos concelhos da NUT III AVE a participação das mulheres nelas é bastante específica e interessante. Na conjuntura atual surgiram inúmeros movimentos, associações e grupos de cidadãos que, preocupados com a situação, desenvolvem projetos e iniciativas meritórias e fundamentais para o desenvolvimento das regiões. Consideramos que, mesmo nessas organizações, os critérios de Igualdade de Género não são assumidos, havendo claramente tarefas e funções masculinas e femininas. Partindo das entrevistas realizadas podemos realizar um enquadramento dos vários concelho a este nível. FAFE Existe um forte movimento e participação associativa e que abrange todo o concelho. As pessoas são muito dinâmicas, envolvem-se bastante nas atividades das associações, e não existem grandes discrepâncias. Por exemplo, nos cargos superiores, de direção tanto ocupam homens como mulheres, existe uma forte representação de mulheres quer como presidente, na direção e mesmo corpo técnico. 54 in Lideranças Partilhadas Percursos De Literacia Para A Igualdade De Género E Qualidade De Vida;

98 Existem várias associações recreativas, culturais, sociais desportivas. Têm vários desportos a funcionar e participam tanto rapazes como raparigas. O futebol é um pouco a exceção, ainda que em algumas coletividades e nas camadas mais jovens até existem algumas equipas mistas. No futsal, andebol, karatê existem muitas raparigas. GUIMARÃES Existem várias associações, instituições no concelho e verifica-se que os homens ocupam mais os cargos de direção. Aos homens cabem mais as tarefas de representação enquanto às mulheres cabem as tarefas de fazer coisas, do trabalho efetivo. Como trabalham mais horas, as mulheres, estarão também menos predispostas para assumir cargos de liderança. Mas também existem cada vez mais mulheres que estão disponíveis para adiar a constituição da sua família para investir na carreira profissional ou num projeto. MONDIM DE BASTO Nas coletividades dedicadas ao futebol encontram-se sobretudo homens. Mas por exemplo, no rancho folclórico há paridade. Mas no geral, as pessoas (tanto homens como mulheres) aderem às associações. O futebol de facto é mais frequentado por rapazes, mas existem outros desportos como karaté, ballet que têm várias raparigas. Por outro lado, em atividades mais voltadas, por exemplo, para o artesanato existem mais mulheres. São também as mulheres que dedicam mais tempo às atividades. Tudo o que é trabalho de braços é realizado pelas mulheres. Por exemplo, existe um festival de folclore é preciso cozinhar, pôr as mesas, lavar a loiça, são as mulheres que fazem. Já há alguns homens que ajudam nestas tarefas, mas ainda assim continuam a ser as mulheres que mais as realizam, que mais trabalham. Os presidentes das associações, dos ranchos são homens, mas depois, quem verdadeiramente gere, dinamiza e organiza são as mulheres.

99 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade PÓVOA DE LANHOSO Nos grupos desportivos, participam mais os homens, ocupam mais os cargos de direção. Outras associações, como ranchos folclóricos, elas participam mas os cargos de direção são maioritariamente ocupados por eles. Nas outras instituições de cariz mais social, existem duas em que as mulheres se encontram nos cargos de chefia, mas em todas as outras (e no total são 14) são os homens que ocupam cargos de direção. Nas escolas está mais equilibrado entre diretoras e diretor. Em síntese, as mulheres colaboram, estão presentes mas não em posições de liderança. Com o trabalho, a vida familiar e as tarefas domésticas não resta tempo para dinamizar uma associação. VILA NOVA DE FAMALICÃO Famalicão é também um concelho solidário e riquíssimo a nível associativo. Há áreas, nomeadamente desportivas ligadas ao futebol, karaté, em que há predominância masculina. Mas existem áreas em que já se nota um fluxo maior de mulheres como associações ligadas à cultura, atletismo, até BTT. No que concerne, a cargos dirigentes não considera que haja tão grandes diferenças. Efetivamente existem áreas em que os homens estão mais envolvidos (por exemplo, desporto), mas outras em que ambos se envolvem e dinamizam. Existem no concelho várias associações e IPSS em que as mulheres são as presidentes ou assumem cargos de direção e tendencialmente são elas que assumem a direção técnica das instituições. Também aqui existe uma maior partilha. Nas escolas existe um equilíbrio entre Diretores e Diretoras. 99

100 VIZELA Não há grande participação da população. A mais estruturada é a sociedade filarmónica e conta com mais homens. Num pequeno inquérito informal junto das associações de vários tipos de atividades verificamos que estas perceções se confirmam. Das associações contactadas via telefone obtivemos respostas do género Isto é uma associação desportiva, não há cá mulheres!! junto de associações desportivas de futebol e respostas Somos quase só mulheres em associações recreativas. No entanto, verifica-se que nas instituições e associações inquiridas, os homens constituíam cerca de 70% dos quadros dirigentes, havendo bastantes (fundamentalmente desportivas) em que a percentagem chegava aos 100%. Nas associações recreativas e culturais, ranchos e associações humanitárias a presença de mulheres nos quadros dirigentes era bem mais significativa, embora não tenhamos encontrado nenhuma com 100% de mulheres nos quadros dirigentes. De assinalar que ao nível dos bombeiros, a presença das mulheres já se faz sentir, embora ainda de uma forma muito tímida. Quando a questão se prende ao número de voluntários que trabalham nas atividades promovidas pelas associações e instituições, os número mudam surgindo-nos, nas inquiridas, valores de cerca de 60% ou mais nas instituições de solidariedade e culturais e de paridade entre homens e mulheres nos ranchos, bandas, etc.. A participação das mulheres só é inferior á dos homens nas desportivas ligadas ao futebol. Finalmente, no que respeita ao tempo que homens e mulheres dedicam ás associações ou instituições, os resultados vão no sentido de ser iguais para ambos. No entanto, o homem parece passar mais tempo na associação ou instituição do que as mulheres.

101 HOMENS E MULHERES CONCLUSÕES: Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade As mulheres participam ativamente na vida associativa, embora pertençam menos aos quadros dirigentes; Há associações, principalmente desportivas, onde a presença das mulheres é mínima; Notam-se mudanças, através da maior presença de mulheres em quadros de chefia e voluntariado em organizações tradicionalmente masculinas (ex: os bombeiros). As mulheres surgem mais nos quadro de chefias de associações culturais e recreativas e de solidariedade. 8.2 PARTICIPAÇÃO POLÍTICA Em 2004, Baum e Espírito-Santo já tinham mostrado que, apesar de importantes, os recursos (e.g., educação, rendimento, capacidades cívicas e estado civil) não eram suficientes para explicar a menor participação das mulheres portuguesas na política, e que a principal razão se deve ao facto de elas tenderem a estar mais desligadas da política, salientando a centralidade da socialização relativamente a esta temática. Estes resultados apontam para a existência de diferenças de género na socialização da cidadania, ou seja, continuam a persistir diferenças de género 101

102 na sociedade, em termos dos papéis, em que as mulheres são socializadas para a política de forma diferente da dos homens, conduzindo, consequentemente, a um menor envolvimento político delas. Identificam-se 55 alguns fatores explicativos deste défice de género e destacam, principalmente, a cultura, uma vez que: (a) persistem diferenças de género ao nível da educação; (b) as mulheres continuam a ter menos oportunidades de participação cívica, nomeadamente, devido ao papel que continuam a ter a nível privado; (c) a falta de motivação por parte das mulheres para enfrentarem o domínio tradicionalmente masculino leva à autoexclusão; (d) a não consciencialização por parte do eleitorado da importância da igualdade de género; e (e), menos falados, mas também determinantes, são os fatores que se prendem com os mecanismos de construção e de seleção das carreiras dentro dos partidos políticos que podem servir de inibidores à entrada das mulheres na política. Em média, o ingresso das mulheres dá-se mais tarde do que o dos homens. Ao nível regional e a partir de informação recolhida em 2012, através da página das autarquias construiu-se a tabela abaixo representativa da proporção homens/mulheres em cargos da autarquia, assembleia municipal e junta de freguesia dos diferentes concelhos do Vale do Ave: 55 Bettencourt & Pereira, 1995, p.9

103 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade Concelhos Presiden te % Mulheres Vereadores % Mulheres Assembleia Municipal % Mulheres Juntas de Freguesia H M H M H M H M % Mulheres C/ S/ Fafe , , ,51 Guimarães , ,59 Famalicão Mondim de Basto , ,5 Cabeceiras , Póvoa de Lanhoso , ,45 Vieira do Minho , , Vizela , ,29 Totais , ,92 Tabela 23. Distribuição de homens e mulheres por cargos ligados ao poder local Através da análise dos dados pudemos constatar que a proporção de mulheres em cargos da autarquia, assembleia municipal e junta de freguesia nos diferentes concelhos do Vale do Ave é ainda muitíssimo inferior à dos homens: os oito Presidentes das autarquias são todos do género masculino; dos 56 Vereadores, 40 são do género masculino e 16 são do género feminino (29%); nas Assembleias o número de mulheres também é diminuto (22%) e bastante inferior ao dos homens; dos 237 Presidentes da Junta, apenas 16 são do género feminino (7%). Destes dados pode concluir-se que ainda hoje homens e mulheres tendem a ocupar de forma desigual os cargos políticos, existindo efetivamente uma situação de desigualdade de género. O obstáculo central segundo Bettencourt & Pereira (1995) parece ser a organização da política e a persistência de uma visão social que considera ser este um mundo masculino, nas competências que exige, e na sua forma de organização interna. As autoras também identificam fatores culturais uma vez que persistem diferenças de género ao nível da educação em que as mulheres são socializadas para a política de forma diferente da dos homens, conduzindo, consequentemente, a um menor envolvimento político delas. 103

104 Recorrendo, mais uma vez, ás entrevistas realizadas, podemos constatar: FAFE A nível político, existem mais vereadores, da mesma forma são eles que se dedicam mais à política e integram mais as listas. São igualmente mais homens a ocupar lugares de liderança na política, como presidência de junta. Mas nos técnicos em cargos de chefia a tendência invertese, existindo mais mulheres. Entrevista com o responsável pela Ação Social do Município GUIMARÃES Existem mais vereadores que vereadoras, mais presidentes de junta, mais homens na assembleia e há mais visibilidade política nos homens e para os homens. Ainda que haja evolução, porque já começa a haver mais mulheres envolvidas na política, o certo é que em cargos dirigentes há mais homens. Entrevista com o responsável pela Ação Social do Município VILA NOVA DE FAMALICÃO Começa a haver mudança, as mulheres começam a interessar-se mais pela política. Ainda assim, os homens predominam, mesmo em termos de cargos ocupados. Na Câmara só existem vereadores e são mais homens a ocupar lugares na assembleia. Acontece também de terem mulheres a concorrer em listas porque se querem envolver mas que depois acabam por ceder o lugar porque têm dificuldade em conciliar a vida política, por exemplo, com a vida profissional e pessoal que acabam por valorizar mais. Entrevista com o responsável pela Ação Social do Município VIZELA Há mais homens. Há preocupação em ter mulheres sobretudo pelas cotas, talvez porque elas se interessam menos, ou melhor, porque têm outros interesses. A mulher tem a seu cargo mais a vida familiar, as tarefas domésticas. Não parece haver uma real partilha de tarefas mas também

105 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade parece que elas não querem deixar de assumir esse lado matriarcal. É também uma questão cultural e de educação.. Entrevista com o responsável pela Ação Social do Município CONCLUSÕES A participação das mulheres na política é significativamente reduzida; Condicionalismos de ordem cultural, social e contextual contribuem para isso, embora exista uma ligeira tendência de melhoria. A conciliação entre a vida familiar, profissional e política parece ser a principal dificuldade que as mulheres encontram, mas a resistência dentro dos próprios partidos e contextos é também significativo e condicionante. 105

106

107 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade 9. VIOLÊNCIA E CRIMINALIDADE A violência contra as mulheres está intrinsecamente ligada aos padrões de género desiguais e com as estruturas de poder socioeconómico, quer na esfera pública, quer na privada. Esta violência reforça e perpetua as relações de poder desiguais entre mulheres e homens, despoletando a desigualdade de género e a discriminação contra as mulheres. 56 No ano 2011 foram registadas, pela GNR e pela PSP, a nível nacional situações de violência doméstica, destacando-se, o registo de 27 homicídios conjugais Gráfico 17. Dados sobre a violência no que respeita ao sexo e grupo etário das vítimas Cerca de 82% das vítimas eram mulheres e 88% dos denunciados eram homens. Relativamente às idades, cerca de 81% das vítimas possuía 25 ou mais anos, 9% possuía menos de 16 anos e cerca de 9% possuía entre 16 e 24 anos. Gráfico 18. Dados sobre o sexo e grupo etário dos denunciados coco autores de violência 56 In Jovens Mulheres em Acção ferramentas para o empoderamento,

108 Cerca de 94% dos/as denunciados/as possuía idade igual ou superior a 25 anos, 6% tinha entre os 16 e 24 anos e apenas 0,2% tinha menos de 16 anos de idade. No que diz respeito ao grau de parentesco/relação entre vítimas e denunciados/as, em 62% dos casos a vítima era cônjuge ou companheira/o, em 16% era excônjuge/ex-companheira/o, em 13% era filho/a ou enteado/a, em cerca de 6% era pai/mãe/padrasto/madrasta e 3% dos casos correspondiam a outras situações. Importa, ainda, referir que em 41,5% das ocorrências participadas foi assinalada a presença de menores. Gráfico 19. Dados sobre o grau de parentesco entre a vítima e o agressor. Em termos globais, no conjunto da designada criminalidade sexual, as vítimas foram, esmagadoramente, do sexo feminino (82,8%) e menores de 16 anos (59,4%). Os autores, por seu lado, foram, quase exclusivamente, do sexo masculino (97,7% dos arguidos constituídos) e, maioritariamente, entre os 21 anos e os 40 anos (15,2% entre 21 e 30 anos e 15,5% entre 31 e 40 anos). Gráfico 20. Dados sobre o sexo dos agressores em situações de violência sexual Em pediram apoio à APAV 83,3% de mulheres e 17% de homens, a APAV registou factos relacionados com violência doméstica

109 HOMENS E MULHERES Estudo/Diagnóstico Ave Mais Igualdade Tendo optado por explorar sobretudo a temática da Violência Doméstica, os números continuam a ser muito preocupantes sendo as mulheres em termos gerais, a maior parte das vítimas. Será importante assim continuar a fomentar a erradicação de qualquer forma de violência em função do género., promovendo uma cultura para a cidadania onde se valorize o respeito pelo outro. È importante assim continuar a implementar ações de prevenção da violência, sobretudo com os mais jovens (começando por prevenir também a violência no namoro) È importante também continuar a desenvolver as medidas prescritas no IV Plano Nacional Contra a Violência Doméstica ( ) no âmbito das Forças de Segurança, que visam intervir ao nível da prevenção, sinalização, proteção e segurança, atendimento, apoio e acompanhamento pós-vitimação, de vítimas de violência doméstica. Ambas as Forças têm estruturas especializadas para apoio a este fenómeno, nomeadamente, na GNR, os Núcleos de Investigação e de Apoio a Vítimas Específicas (NIAVE) e, na PSP, as Equipas de Proximidade e de Apoio à Vítima (EPAV). O apoio e divulgação de serviços como a APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima) são também fundamentais. Não se encontraram dados muito concretos e fiáveis sobre situações de violência e criminalidade nos diferentes concelhos do Vale do Ave, daí que se optou por recorrer às perceções e informações dos responsáveis pela Ação Social dos Municípios. O cenário traçado para cada concelho coincide na quase totalidade com o apresentado ao nível nacional. FAFE Tem um gabinete de apoio à vítima a funcionar na Câmara, acompanham algumas situações, mas não são muitos os casos de lá chegam. Sabem que existem possivelmente mais casos, 109

110 porque são sinalizados à CPCJ. De facto, maioria dos casos que chega à CPCJ envolve violência doméstica. Das situações sinalizadas quase não há registo da necessidade das vítimas serem retiradas de casa e terem de se deslocar para uma casa abrigo. Os registos indicam que as mulheres são as vítimas e os homens os agressores. Não têm registo de nenhum homem como vítima de violência física mas aparecem alguns homens vítimas de violência psicológica. Tanto a violência física como verbal, psicológica é valorizada pois a câmara tem feito um trabalho nesta área. Juntamente com todos os agrupamentos de escolas e a escola profissional têm realizado ações de sensibilização muito fortes a nível da violência doméstica e no namoro, insistindo que a violência não é só física mas também psicológica. Daí resulta que têm chegado alguns pedidos de apoio por violência no namoro e que não é física, mas psicológica. Iniciaram este trabalho com as escolas em No que concerne ao acompanhamento, a assistente social faz a avaliação da situação e acompanha, a psicóloga presta apoio psicológico e se necessário encaminham para casas abrigo. Entrevista com o responsável pela Ação Social do Município GUIMARÃES O Espaço Mulher foi criado em 2000 para dar apoio à mulher em todos os aspetos da vida como formação, procura de emprego porém, a realidade foi orientando este espaço muito para as questões da violência doméstica já que 90% das mulheres que procuram o espaço fazem-no por esta questão. Assim, procuram acompanhar, apoiar, aconselhar as mulheres mas sempre respeitando as suas decisões. Ainda dentro deste âmbito têm realizado ações de sensibilização nas escolas numa perspetiva de prevenção, ajudando a que os alunos compreendam que um não é propriedade do outro, que vejam o outro como ser autónomo e respeitem a sua dignidade. Este trabalho é, então, realizado em parceria com a s escolas e procura sensibilizar não só para as questões da violência doméstica, para a violência em contexto familiar mas para a violência no geral, a violência em contexto escolar, por exemplo, o bullying. O espaço é procurado sobretudo por mulheres e são mais elas as vítimas. Os homens quando se dirigem ao espaço é sobretudo no sentido de contarem a sua versão da história, dos

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