Autor. Revisão Técnica. Fábio Del Claro
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- Francisca Machado Cortês
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2 Apresentação O Guia de Urgências e Emergências Cirúrgicas foi estruturado a fim de orientar o profissional que lida a todo instante com situações diversas e que exigem diferentes abordagens na urgência e na emergência cirúrgicas, onde prevalece a necessidade de procedimentos rápidos e precisos, desde a admissão do paciente até a submissão a uma cirurgia. Serão encontradas, neste material, ocasiões provavelmente familiares a esse médico, mas certamente com instruções diferenciadas para o seu dia-a-dia.
3 Autor Fábio Del Claro Graduado pela Faculdade de Medicina do ABC (FMABC). Especialista em Cirurgia Geral e em Cirurgia Plástica pela FMABC, onde é pós-graduado em Microcirurgia, assistente da Disciplina de Cirurgia Plástica e médico responsável pela Microcirurgia da disciplina de Cirurgia Plástica do Hospital de Ensino de São Bernardo do Campo. Título de especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Revisão Técnica Natália Varago Franchiosi Carla Costa Martins Lilian Oliveira Ferreira
4 ! Índice Capítulo 1 - Atendimento inicial ao politraumatizado Introdução Exame primário Medidas auxiliares ao exame primário Exame secundário Dicas Capítulo 2 - Alterações metabólicas no trauma Introdução Etapas das alterações metabólicas Catecolaminas Capítulo 3 - Trauma cranioencefálico e morte encefálica Introdução Mecanismos de lesão Tipos de lesões e sinais de alerta Círculo vicioso Neurotraumatologia Morte cerebral Dicas Capítulo 4 - Trauma raquimedular Introdução Tipos de lesão medular Manejo do colar cervical Metilprednisolona: mito ou verdade? Mecanismos de lesão medular Dicas Capítulo 5 - Traumas cervical e de face Introdução Zonas cervicais Paciente estável Paciente instável Dicas Capítulo 6 - Traumas torácico e cardíaco Introdução Pneumotórax aberto Pneumotórax hipertensivo Tamponamento cardíaco Toracotomia na sala de emergência Dicas... 50
5 Capítulo 7 - Traumas abdominal e pélvico Introdução Abordagem no trauma abdominal Dicas Capítulo 8 - Queimaduras Introdução Classificação das queimaduras térmicas Graus de queimadura Abordagem do grande queimado Queimadura elétrica Dicas Capítulo 9 - Urgências vasculares Introdução Aneurismas de aorta Dissecção de aorta Dicas Capítulo 10 - Urgências urológicas Trauma renal Priapismo Escroto agudo Dicas Capítulo 11 - Urgências ortopédicas Luxação Fratura exposta Amputações Reimplantes Dicas Capítulo 12 - Trauma em situações especiais: idoso, criança e gestante Introdução Características fundamentais no atendimento às crianças Características fundamentais no atendimento ao idoso Características fundamentais no atendimento à gestante Dicas Capítulo 13 - Anestesia no paciente em situação de emergência Introdução Intubação traqueal Tratamento da dor Dicas
6 3 Trauma cranioencefálico e morte encefálica 1. Introdução O estudo do trauma cranioencefálico (TCE) é de grande importância para todos aqueles que fazem atendimento ao trauma, uma vez que os TCEs são a causa de óbito em 50% dos politraumatismos graves. São também os principais responsáveis pelas mortes e sequelas de politraumatizados jovens com menos de 40 anos. Além da sua importância estatística, os TCEs também são os grandes desafiadores da Medicina, que constantemente busca uma maneira ideal para o seu atendimento, a fim de reduzir cada vez mais a sua mortalidade. Portanto, a compreensão detalhada deste capítulo é fundamental para a boa formação médica e uma ferramenta muito útil para responder a questões cada vez mais presentes nos concursos de Residência Médica. 2. Mecanismos de lesão Conseguimos diferenciar, basicamente, 2 mecanismos de lesão: - Contato: é o mais simples de compreender, em que há uma lesão direta sobre o encéfalo. Os exemplos são vários: projétil de arma de fogo, queda de um peso muito grande que fratura a calota craniana e atinge o encéfalo etc. É um mecanismo em que visualizamos externamente a lesão; - Lesão por inércia: esse é o mecanismo pelo qual ocorrem as denominadas lesões axonais difusas, causadas por aceleração ou desaceleração muito intensa. Para a sua compreensão, devemos relembrar um pouco a anatomia do neurônio. 27
7 URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS CIRÚRGICAS Um neurônio possui uma parte mais pesada, dita corpo, e uma parte mais leve, denominada axônio. Microscopicamente, elas representam a zona cinzenta e a zona branca, respectivamente. Durante uma variação muito brusca de aceleração, os corpos mais pesados tendem a seguir o movimento por inércia, enquanto os mais leves tendem a parar. Isso acaba levando a desconexão de ambos, o que culmina com a quebra da integridade neuronal, expressa clinicamente por alteração do nível de consciência, denominada lesão axonal difusa. Figura 1 - Lesão axonal difusa Corpo Trauma Zona cinzenta Inércia Axônio Zona branca Desconexão Desaceleração Lesão axonal difusa 28 Figura 2 - Mecanismo de lesão neuronal por inércia 3. Tipos de lesões e sinais de alerta Neste capítulo, não temos a pretensão de explicar o tratamento neurocirúrgico de todas as lesões neurológicas, mas relembrar que sinais devem alertar o médico do 1º atendimento a solicitar a avaliação especializada. Para isso, é importante classificar os principais tipos de lesão.
8 11 Urgências ortopédicas Após a avaliação inicial do paciente e a sua adequada estabilização cardiopulmonar, muitas vezes deparamos com lesões associadas, que, se não têm uma ligação direta com o prognóstico do paciente, podem levá-lo a sequelas definitivas que comprometerão para sempre a sua qualidade de vida. Para impedir que isso aconteça, vamos recordar as principais urgências ortopédicas: 1. Luxação É a perda da continuidade articular em uma articulação. Seu diagnóstico deve ser o mais breve possível, pois muitas vezes temos proximidade com grandes vasos ou nervos que podem ou não ter sido acometidos. É importante não esquecer o combate à dor, que deve ser prontamente realizado. Figura 1 - Dedo luxado 85
9 URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS CIRÚRGICAS 2. Fratura exposta Figura 2 - Fratura exposta É o osso fraturado que se comunica com o meio externo e deve ser prontamente tratado. Segue a sua principal classificação: 86 Figura 3 - Gustilo e Anderson: I - puntiforme; <1 cm pouca lesão de partes moles; II - exposição entre 1 e 10cm, com maior contaminação; IIIa - >10 cm; IIIb - >10 cm e, não sendo possível fechar a lesão primariamente, é necessário retalho; IIIc - >10 cm e necessidade de um reparo vascular Nesses casos, a conduta adequada de qualquer médico compreende fixação do membro lesado com tala, proteção do meio externo com curativos, introdução de antibiótico e analgesia e, a seguir, encaminhamento ao centro
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