EMPRESA MERCANTIL ESTRANGEIRA NO BRASIL
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- Samuel Azenha Penha
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1 EMPRESA MERCANTIL ESTRANGEIRA NO BRASIL CONCEITO, AUTORIZAÇÃO PARA INSTALAÇÃO E FUNCIONAMENTO E INVESTIMENTOS I- AUTORIZAÇÃO PARA INSTALAÇÃO E FUNCIONAMENTO É considerada empresa estrangeira, a sociedade constituída e organizada em conformidade com a legislação do país de origem, onde também mantém sua sede administrativa. Estas empresas estão sujeitas a autorização do Governo Federal Sintetizamos, a seguir, a Instrução Normativa nº 81, de 05 de janeiro de 1999, que disciplina os pedidos de autorização para nacionalização ou instalação de filial, agência, sucursal ou estabelecimento no País, por sociedade mercantil estrangeira: 1. A empresa estrangeira interessada em instalar-se no Brasil deverá elaborar requerimento dirigido ao Ministério de Estado da Indústria, do Comércio e do Turismo, protocolizado no Departamento Nacional de Registro do Comércio DNRC; 2. O requerimento deverá ser instruído com os documentos que comprovem: - ato de deliberação sobre a instalação no Brasil; - contrato ou estatuto; - lista de sócios ou acionistas, devidamente qualificados; - sociedade constituída em conformidade com a lei de seu país; - nomeação de representante no Brasil; - aceitação do representante sobre as condições da instalação e funcionamento; - último balanço; - guia de recolhimento do preço do serviço. 3. No ato de deliberação sobre a instalação da empresa no Brasil, deverão constar as atividades que a sociedade pretenda exercer e o destaque do capital, em moeda brasileira, destinado às operações no País. 4. A empresa estrangeira autorizada a funcionar, deverá manter, permanentemente, representante no Brasil com plenos poderes para aceitar as condições em que é dada a autorização, para tratar e resolver sobre as questões em geral e, ainda, podendo ser demandado e receber citação pela sociedade.
2 5. Com a autorização de instalação e funcionamento, a sociedade poderá arquivar os atos na Junta Comercial do respectivo Estado, apresentando a documentação prevista no artigo 5º da Instrução Normativa. Esta empresa será considerada como sua sede. 6. A sociedade estrangeira deverá publicar no Diário Oficial da União, do Estado ou do Distrito Federal, conforme o local) e em outro Jornal de grande circulação, as publicações que segundo a sua lei nacional, sejam obrigadas a fazer, relativamente ao balanço, às demonstrações financeiras e aos atos de sua administração. Deverá também, publicar o balanço e as demonstrações financeiras de sua filial, sucursal agência ou estabelecimento existente no Brasil. 7. Toda e qualquer alteração do contrato ou estatuto, bem como a nacionalização da empresa (transferência da sede para o Brasil), deverá ser autorizado pela Governo Federal. 8. Os documentos oriundo do exterior, deverão ser apresentados em original devidamente autenticados, na conformidade da legislação do país de origem, e legalizados pela autoridade consular brasileira. Os documentos originais deverão ser traduzidos por tradutor público matriculado em qualquer Junta Comercial. 9. Poderá ser acrescido ao nome da sociedade a expressão "do Brasil" ou "para o Brasil". II- EMPRESA BRASILEIRA Para que a empresa seja considerada brasileira, basta atender aos requisitos de sede e legislação brasileira A nacionalidade ou o domicílio dos acionistas não influi na nacionalidade da sociedade. Ainda que todos os acionistas sejam domiciliados no exterior, a sociedade será brasileira, contanto que se constitua de acordo com a legislação nacional, aqui mantendo sua sede. III- EMPRESA BRASILEIRA DE CAPITAL NACIONAL (Dispositivo Revogado)
3 O artigo 171 da Constituição Federal de 1988, definiu a "empresa brasileira de capital nacional" apoiando-se em dois conceitos, quais sejam, o de controle da sociedade e o de maioria do capital votante. O controle, que é o exercício, de fato e de direito, do poder decisório sobre a empresa, deverá ser exercido por pessoas físicas domiciliadas e residentes no Brasil. Maioria do capital votante, ou seja a titularidade da maioria dos votos nas assembléias. O artigo 171 da Constituição Federal, acima mencionado, foi revogado pela Emenda Constitucional nº 6, de 15/08/95. Contudo, permanece em vigor o conceito de "empresa brasileira", previsto no artigo 60 do Decreto Lei nº 2.627, de 26/09/40, a qual não exigiu que estas sociedades fossem "de capital nacional", portanto, não alcançado pela revogação. Transcrevemos o conceito de empresa brasileira previsto no artigo 60 da Lei 2.627/40: "Art São nacionais as sociedades organizadas na conformidade da lei brasileira e que tem no país a sede de sua administração." Não há mais o tratamento preferencial que era dado à empresa brasileira em relação à empresa estrangeira, exceto quando se tratar de microempresa ou empresa de pequeno porte, bem como, quanto a necessidade de autorização do Governo Federal para instalação e funcionamento, as quais as empresas estrangeiras estão sujeitas. Dessa forma, facilitou significativamente a atuação das empresas de capital estrangeiro, já que não há mais qualquer discriminação. IV- PARTICIPAÇÃO DE PESSOAS FÍSICAS RESIDENTES E DOMICILIADAS NO EXTERIOR EM SOCIEDADE NACIONAL A pessoa física estrangeira também poderá constituir empresas no Brasil, sendo que para registrar seus atos constitutivos poderá fazê-lo estando de passagem pelo território brasileiro ou através de procuração outorgada a um procurador com poderes específicos, devendo haver, permanentemente, um representante no Brasil, investido dos necessários poderes de representação, inclusive, para receber citações.
4 V- ATUAÇÃO EMPRESARIAL EM TERRITÓRIO NACIONAL A empresa estrangeira poderá atuar no território brasileiro de diversas maneiras, dependendo do seu interesse. Assim sendo, o interessado poderá optar pelas seguintes formas: 1. filial, sucursal, agência ou estabelecimento (sede no estrangeiro); 2. empresa nacional (organizada de conformidade com a legislação brasileira e que mantenha a sede de sua administração no Brasil); 3. participação em sociedade brasileira (acionista ou cotista). 4. intermediação: comissão, mandado ou representação comercial; 5. "joint ventures" ou, simplesmente, "parceria internacional". VI- SOCIEDADES COMERCIAIS E PRESTADORAS DE SERVIÇOS As sociedades poderão ser mercantis ou prestadoras de serviços, sendo no primeiro caso aquelas que realizam atividades comerciais e, no segundo, as que prestam somente serviços. As sociedades mercantis tem seus atos registrados na Junta Comercial do respectivo Estado, enquanto as sociedades prestadoras de serviços, no Cartório das Pessoas Jurídicas de sua localidade, exceto as Sociedades Anônimas que são sempre registradas na Junta Comercial, independentemente da atividade. VII- ESPÉCIES DE SOCIEDADES PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA As empresas constituídas no Brasil deverão, obedecer a legislação brasileira. Os principais tipos societários admitidos pela legislação brasileira são: 1. Sociedade Anônima; 2. Sociedades Por Quotas de Responsabilidade Limitada. Estas formas de sociedades são as mais comuns no Brasil em virtude da responsabilidade limitada dos sócios em relação à sociedade e terceiros.
5 - Há outros tipos societários menos utilizados devido a responsabilidade dos sócios serem ilimitada ou mista. Sociedade em nome coletivo; Sociedade em conta de participação; Sociedade em comandita; Sociedade de capital e indústria. VIII- EXERCÍCIO DA GERÊNCIA (ADMINISTRAÇÃO) DA EMPRESA Para que o estrangeiro (pessoa física) possa exercer a gerência (administração) de uma empresa, ser titular de firma individual ou ainda administrador de sociedade ou de cooperativa, deverá ser residente e domiciliado no Brasil, sendo-lhe exigido pelas Juntas Comerciais, a respectiva identidade contendo prova de visto permanente. IX- FORMAS DE INVESTIMENTOS NO BRASIL Existem duas formas para que o estrangeiro possa realizar seus investimentos no Brasil: investimento direto ou indireto: No investimento direto, o qual será abordado neste trabalho, se caracteriza pela constituição de algum tipo de sociedade para realização de um negócio no País. No investimento indireto, o investidor aplica recursos no País, geralmente por meio dos instrumentos diversos criados pelo mercado de capitais. X- CAPITAL ESTRANGEIRO Uma vez escolhido o tipo de sociedade e atendidos os pressupostos legais para a constituição da empresa, o estrangeiro residente e domiciliado no exterior poderá ingressar com o capital estrangeiro através de bens, máquinas ou equipamentos, sem dispêndio inicial de divisas, destinados à produção de bens ou serviços, assim como os recursos financeiros ou monetários trazidos ao Brasil para aplicação em atividades econômicas.
6 Existem dois mercados oficiais de câmbio no Brasil, ambos regulamentados pelo Banco Central do Brasil, operando com taxas de câmbio flutuantes. CÂMBIO "COMERCIAL/FINANCEIRO", basicamente reservado para: a. operações de cunho comercial (importação e exportação); b. investimentos em moeda estrangeira no Brasil; c. empréstimos em moeda estrangeira a residentes no Brasil; d. algumas outras operações envolvendo remessas ao exterior, sujeitas a aprovação prévia das autoridades monetárias brasileiras. - Em certos casos, necessitam de aprovação preliminar das autoridades monetárias brasileiras. CÂMBIO "TURISMO", inicialmente criado apenas para atender à indústria de turismo, mas posteriormente ampliado de maneira a cobrir certas outras operações. Cabe aos regulamentos aplicáveis indicar os tipos de operações que se prestam a este mercado. Não necessitam de qualquer aprovação das autoridades monetárias brasileiras. XI- REGISTRO DE CAPITAL ESTRANGEIRO Todo capital estrangeiro deve ser registrado no Banco Central do Brasil que, por sua vez, emitirá um certificado de registro refletindo a quantia investida em moeda estrangeira e o correspondente em moeda nacional. Este certificado se faz necessário e imprescindível para que se realize remessas de lucros ao exterior, o repatriamento de capital investido e o registro de reinvestimento de lucros. XII- INVESTIMENTOS EM MOEDA Os investimentos em moeda não dependem de qualquer autorização preliminar por parte das autoridades governamentais. Para subscrever o capital ou adquirir uma participação em empresa brasileira já existente, basta remeter os investimentos através de estabelecimento bancário a operar com câmbio. XIII- REMESSA DE LUCROS AO EXTERIOR - Imposto de Renda
7 Até 1996, os lucros auferidos no Brasil e remetidos ao exterior estavam sujeitas a tributação na fonte à alíquota de 15%. Atualmente, os lucros ou dividendos calculados com base nos resultados apurados a partir do mês de janeiro de 1996, pagos ou creditados pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, presumido ou arbitrado, não estão mais sujeitos à incidência do imposto de renda na fonte, nem integrarão a base de cálculo do imposto de renda do beneficiário, domiciliado no País ou no exterior (Lei nº 9.249/95, art. 10). XIV- REINVESTIMENTO DE LUCROS São os lucros auferidas em empresas nacionais que são reinvestidos na mesma empresa que os gerou ou em outro setor interno da economia. Para reinvestir os lucros, o investidor estrangeiro deverá registrar estes lucros como capital estrangeiro, ou seja, agirá da mesma forma quando realizou o investimento inicial, aumentando-se, assim, a base de cálculo para futuras remessas ou reinvestimentos de lucros, para fins tributários. XV- REPATRIAMENTO DO CAPITAL ESTRANGEIRO O repatriamento do capital estrangeiro poderá ser feito a qualquer tempo ao país de origem, entretanto deverá estar devidamente registrado no Banco Central do Brasil. Caso o capital a ser repatriado seja maior do que aquele inicialmente registrado, a diferença será considerado ganho de capital, estando sujeito à alíquota de 15% do Imposto de Renda na Fonte. XVI- RESTRIÇÕES A INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS A legislação brasileira fixou algumas restrições e impedimentos quanto a determinadas atividades, possibilitando sua exploração somente por brasileiros natos ou naturalizados, ou preservando a maioria do capital social ou controle acionário a residentes e domiciliados no Brasil, ou ainda vedando a participação do capital estrangeira.
8 Atividades que possuem restrições ou impedimentos: Empresas de assistência a saúde; Empresa de navegação e cabotagem; Empresa jornalística e empresa de radiodifusão sonora e de sons e imagens; Empresa de serviço de TV a cabo; Empresas de mineração e de energia hidráulica; Empresa de transportes rodoviários de carga; Empresas aéreas nacionais; Empresas em faixa de fronteira; Empresa de colonização e loteamentos rurais; serviços de correios e telégrafos; XVII- OUTRAS MODALIDADES DE INVESTIMENTOS NÃO ABORDADOS NESTE TRABALHO: Investimento via conversão de créditos Externos; investimentos via Importação de Bens sem Cobertura Cambial; Investimentos no Mercado de Capitais. XVIII- BI TRIBUTAÇÃO INTERNACIONAL Para se evitar a dupla tributação entre o Brasil e o país de origem do investidor, o Brasil assinou tratados reduzindo a alíquota que à época era de 25%, estando esses tratados pendentes de renegociações, uma vez que o imposto de renda sobre estas remessas foram reduzidas para 15%, e atualmente, só serão tributados os lucros obtidos pela empresa, não ficando sujeitos à tributação na fonte. Tratados assinados pelo Brasil: Suécia, Japão, Noruega, Portugal, Bélgica. Dinamarca, Espanha, Alemanha, Áustria, Luxemburgo, Itália, Argentina, Canadá, Equador, Holanda, Filipinas, França, Coréia do Sul, Tchecoslováquia, Finlândia, Hungria, Índia e China. XX- NOVO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
9 Da Sociedade Nacional Art É nacional a sociedade organizada de conformidade com a lei brasileira e que tenha no País a sede de sua administração. Parágrafo único. Quando a lei exigir que todos ou alguns sócios sejam brasileiros, as ações da sociedade anônima revestirão, no silêncio da lei, a forma nominativa. Qualquer que seja o tipo da sociedade, na sua sede ficará arquivada cópia autêntica do documento comprobatório da nacionalidade dos sócios. Art Não haverá mudança de nacionalidade de sociedade brasileira sem o consentimento unânime dos sócios ou acionistas. Art O requerimento de autorização de sociedade nacional deve ser acompanhado de cópia do contrato, assinada por todos os sócios, ou, tratando-se de sociedade anônima, de cópia, autenticada pelos fundadores, dos documentos exigidos pela lei especial. Parágrafo único. Se a sociedade tiver sido constituída por escritura pública, bastará juntar-se ao requerimento a respectiva certidão. Art Ao Poder Executivo é facultado exigir que se procedam a alterações ou aditamento no contrato ou no estatuto, devendo os sócios, ou, tratando-se de sociedade anônima, os fundadores, cumprir as formalidades legais para revisão dos atos constitutivos, e juntar ao processo prova regular. Art Ao Poder Executivo é facultado recusar a autorização, se a sociedade não atender às condições econômicas, financeiras ou jurídicas especificadas em lei. Art Expedido o decreto de autorização, cumprirá à sociedade publicar os atos referidos nos arts e 1.129, em trinta dias, no órgão oficial da União, cujo exemplar representará prova para inscrição, no registro próprio, dos atos constitutivos da sociedade. Parágrafo único. A sociedade promoverá, também no órgão oficial da União e no prazo de trinta dias, a publicação do termo de inscrição. Art As sociedades anônimas nacionais, que dependam de autorização do Poder Executivo para funcionar, não se constituirão sem obtê-la, quando seus fundadores pretenderem recorrer a subscrição pública para a formação do capital. 1 o Os fundadores deverão juntar ao requerimento cópias autênticas do projeto do estatuto e do prospecto.
10 2 o Obtida a autorização e constituída a sociedade, proceder-se-á à inscrição dos seus atos constitutivos. Art Dependem de aprovação as modificações do contrato ou do estatuto de sociedade sujeita a autorização do Poder Executivo, salvo se decorrerem de aumento do capital social, em virtude de utilização de reservas ou reavaliação do ativo. Seção III Da Sociedade Estrangeira Art A sociedade estrangeira, qualquer que seja o seu objeto, não pode, sem autorização do Poder Executivo, funcionar no País, ainda que por estabelecimentos subordinados, podendo, todavia, ressalvados os casos expressos em lei, ser acionista de sociedade anônima brasileira. 1 o Ao requerimento de autorização devem juntar-se: I - prova de se achar a sociedade constituída conforme a lei de seu país; II - inteiro teor do contrato ou do estatuto; III - relação dos membros de todos os órgãos da administração da sociedade, com nome, nacionalidade, profissão, domicílio e, salvo quanto a ações ao portador, o valor da participação de cada um no capital da sociedade; IV - cópia do ato que autorizou o funcionamento no Brasil e fixou o capital destinado às operações no território nacional; V - prova de nomeação do representante no Brasil, com poderes expressos para aceitar as condições exigidas para a autorização; VI - último balanço. 2 o Os documentos serão autenticados, de conformidade com a lei nacional da sociedade requerente, legalizados no consulado brasileiro da respectiva sede e acompanhados de tradução em vernáculo. Art É facultado ao Poder Executivo, para conceder a autorização, estabelecer condições convenientes à defesa dos interesses nacionais.
11 Parágrafo único. Aceitas as condições, expedirá o Poder Executivo decreto de autorização, do qual constará o montante de capital destinado às operações no País, cabendo à sociedade promover a publicação dos atos referidos no art e no 1 o do art Art A sociedade autorizada não pode iniciar sua atividade antes de inscrita no registro próprio do lugar em que se deva estabelecer. 1 o O requerimento de inscrição será instruído com exemplar da publicação exigida no parágrafo único do artigo antecedente, acompanhado de documento do depósito em dinheiro, em estabelecimento bancário oficial, do capital ali mencionado. 2 o Arquivados esses documentos, a inscrição será feita por termo em livro especial para as sociedades estrangeiras, com número de ordem contínuo para todas as sociedades inscritas; no termo constarão: I - nome, objeto, duração e sede da sociedade no estrangeiro; II - lugar da sucursal, filial ou agência, no País; III - data e número do decreto de autorização; IV - capital destinado às operações no País; V - individuação do seu representante permanente. 3 o Inscrita a sociedade, promover-se-á a publicação determinada no parágrafo único do art Art A sociedade estrangeira autorizada a funcionar ficará sujeita às leis e aos tribunais brasileiros, quanto aos atos ou operações praticados no Brasil. Parágrafo único. A sociedade estrangeira funcionará no território nacional com o nome que tiver em seu país de origem, podendo acrescentar as palavras "do Brasil" ou "para o Brasil". Art A sociedade estrangeira autorizada a funcionar é obrigada a ter, permanentemente, representante no Brasil, com poderes para resolver quaisquer questões e receber citação judicial pela sociedade. Parágrafo único. O representante somente pode agir perante terceiros depois de arquivado e averbado o instrumento de sua nomeação.
12 Art Qualquer modificação no contrato ou no estatuto dependerá da aprovação do Poder Executivo, para produzir efeitos no território nacional. Art A sociedade estrangeira deve, sob pena de lhe ser cassada a autorização, reproduzir no órgão oficial da União, e do Estado, se for o caso, as publicações que, segundo a sua lei nacional, seja obrigada a fazer relativamente ao balanço patrimonial e ao de resultado econômico, bem como aos atos de sua administração. Parágrafo único. Sob pena, também, de lhe ser cassada a autorização, a sociedade estrangeira deverá publicar o balanço patrimonial e o de resultado econômico das sucursais, filiais ou agências existentes no País. Art Mediante autorização do Poder Executivo, a sociedade estrangeira admitida a funcionar no País pode nacionalizar-se, transferindo sua sede para o Brasil. 1 o Para o fim previsto neste artigo, deverá a sociedade, por seus representantes, oferecer, com o requerimento, os documentos exigidos no art , e ainda a prova da realização do capital, pela forma declarada no contrato, ou no estatuto, e do ato em que foi deliberada a nacionalização. 2 o O Poder Executivo poderá impor as condições que julgar convenientes à defesa dos interesses nacionais. 3 o Aceitas as condições pelo representante, proceder-se-á, após a expedição do decreto de autorização, à inscrição da sociedade e publicação do respectivo termo. XX- REGISTRO DO COMÉRCIO Transcrevemos a seguir, trechos do Decreto nº 1.800, de 30/01/96, que disciplina o registro no Departamento Nacional de Registro de Comércio (DNRC) de empresa estrangeira no Brasil. "DECRETO 1.800, 30/01/1996 Art. 1º - O Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins será exercido em todo o território nacional, de forma sistêmica, por órgãos federais e estaduais, com as seguintes finalidades:
13 I- II- cadastrar as empresas mercantis nacionais e estrangeiras em funcionamento no País e manter atualizadas as informações pertinentes; III- Art. 4º - O Departamento Nacional de Registro de Comércio DNRC, criado pela Lei nº 4.408, de 29 de dezembro de 1961, órgão integrante do Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo, tem por finalidade: X- instruir, examinar e encaminhar os processos e recursos a serem decididos pelo Ministério de Estado da Indústria e do Turismo, inclusive os pedidos de autorização para nacionalização ou instalação de filial, agência, sucursal ou estabelecimento no País, por sociedade mercantil estrangeira, sem prejuízo da competência de outros órgãos federais; Art. 7º - Compete às Juntas Comerciais: I- executar os serviços de registro de empresas mercantis, neles compreendidos: b- o arquivamento dos atos concernentes a sociedades mercantis estrangeiras autorizadas a funcionar no País; Art. 32 O Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins compreende: I. o arquivamento: II. dos atos relativos a sociedades mercantis estrangeiras autorizadas a funcionar no País; Art. 34 Instruirão obrigatoriamente os pedidos de arquivamento: I. instrumento original, particular, certidão ou publicação de autorização legal, de constituição, alteração, dissolução ou extinção de firma mercantil, de cooperativa, de ato de consórcio e de
14 grupo de sociedades, bem como de declaração de microempresa e de empresa de pequeno porte, datado e assinado, quando for ocaso, pelo titular, sócios, administradores, consorciados ou seus procuradores e testemunhas. II. Certidão negativa por crime cuja pena vede o acesso a atividade mercantil, para administradores, expedida pelo Distribuidor Judiciário da Comarca da jurisdição de sua residência, nos atos de constituição ou de alterações, que impliquem ingresso de administrador de sociedades mercantis, excluídas as anônimas. III. Ficha do Cadastro Nacional de Empresas Mercantis CNE, segundo modelo aprovado pelo Departamento Nacional de Registro do Comércio DNRC; IV. Comprovantes de pagamento dos preços dos serviços correspondentes; V. Prova de identidade do titular da firma mercantil individual e do administrador de sociedade mercantil e de cooperativa: a. poderão servir como prova de identidade, mesmo por cópia regularmente autenticada, a cédula de identidade, o certificado de reservista, a carteira de identidade profissional e a carteira de identidade de estrangeiro; b. para o estrangeiro residente no País, titular de firma mercantil individual ou administrador de sociedade mercantil ou cooperativa, a identidade deverá conter a prova de visto permanente; Art. 39 Os atos levados a arquivamento são dispensados de reconhecimento de firma, exceto quando se tratar de procuração por instrumento particular ou de documentos oriundos do exterior, se, neste caso, tal formalidade não tiver sido cumprida no consulado brasileiro. Art. 46 Os documentos de interesse do empresário ou da empresa mercantil serão levados a arquivamento mediante requerimento do titular, sócio, administrador ou representante legal. Art. 53 Não podem ser arquivados: I. os atos constitutivos e os de transformação de sociedades mercantis, se deles não constarem os seguintes requisitos, além de outros exigidos em lei: a. o tipo de sociedade mercantil adotado; b. a declaração precisa e detalhada do objeto social; c. o capital da sociedade mercantil, a forma e o prazo de sua integralização, o quinhão de cada sócio, bem como a responsabilidade dos sócios;
15 d. o nome por extenso e qualificação dos sócios, procuradores, representantes e administradores, compreendendo para a pessoa física, a nacionalidade, estado civil, profissão, domicílio e residência, documento de identidade, seu número e órgão expedidor e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF, dispensada a indicação desse último no caso de brasileiro ou estrangeiro residente no exterior, e para a pessoa jurídica, o nome empresarial, endereço completo e, se sediada no País, o Número de Identificação do Registro de Empresas NIRE ou do Cartório competente e o número de inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes CGC; e. o nome empresarial, o município da sede, com endereço completo, e foro, bem como os endereços completos das filiais declaradas; f. o prazo de duração da sociedade mercantil e a data de encerramento de seu exercício social, quando não coincidente com o ano civil. Art. 55 O Departamento Nacional de Registro do Comércio DNRC, através de instruções normativas, consolidará: " I. as hipóteses de restrição legal da participação de estrangeiros em empresas mercantis brasileiras; II. os casos em que é necessária a aprovação prévia de órgão governamental para o arquivamento de atos de empresas mercantis, bem como as formas dessa aprovação; III. os procedimentos para a autorização de funcionamento ou nacionalização de sociedade mercantil estrangeira no País. Fonte da pesquisa: Legislação mencionada; e Sobre investimentos, trabalho denominado "Guia Legal para o Investimento Estrangeiro em São Paulo" elaborado pelo CESA - CENTRO DE ESTUDOS DAS SOCIEDADES DE ADVOGADOS, que se encontra no site do Ministério das Relações Exteriores. Paulo Melchor Consultor Jurídico Orientação Empresarial SEBRAE-SP Elaborado em julho de Revisado em 15/04/04 -
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