AGÊNCIA TRANSFUSIONAL - HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JÚLIO MULLER
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- Maria Pacheco Prado
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1 PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO: TRANSFUSÃO EM NEONATOS E CRIANÇAS ATÉ 4 MESES DE IDADE Versão: 05 Código: APTRN/4M 05 paginação: 1 de 12
2 Elaborado: Hildenete Monteiro Fortes Assinatura: Data da Elaboração: 30/06/2004 Aprovado e liberado por: Hildenete Monteiro Fortes Data da implantação: 30/07/2004 Data da revisão: 24/10/11 Periodicidade da Revisão: anual Revisado por: Hildenete M. Fortes Tempo de arquivo: Cinco anos Setor: Clínica Pediátrica e UTI neonatal. Código do documento: APTRN/4M - 05 Número da versão atual: 05 Número total de Páginas: 12 Número de cópias-distribuição: 04 Original para a direção arquivo Clínica Pediátrica e UTI neonatal ESTE É UM DOCUMENTO CONTROLADO Não deve ser copiado ou distribuído sem a autorização do Chefe da Agência Transfusional do HUJM. Versão: 05 Código: APTRN/4M 05 paginação: 2 de 12
3 I - Considerações Gerais A agência Transfusional do HUJM tem como norma manter sob seu estrito controle todo uso de sangue e Hemocomponentes no Hospital. As orientações estão de acordo com a Portaria N 1353 de 13 de Junho de Toda transfusão de sangue traz um si um risco, seja imediato ou tardio, devendo, portanto ser criteriosamente indicada. O ATO TRANSFUSIONAL É DE RESPONSABILIDADE MÉDICA. Solicitação de Transfusão Toda e qualquer transfusão de hemocomponentes ou hemoderivados deve ser solicitada e/ou prescrita por médico É reservado ao médico do serviço de hemoterapia o direito de suspender a transfusão solicitada, se após analise do caso, decidir que o produto é desnecessário ou contra-indicado. A responsabilidade por esta conduta é exclusiva do médico O médico solicitante preenche o formulário específico de solicitação de transfusão APAC, com todos os dados do paciente (nome completo, sexo, idade, peso, número do prontuário ou registro do paciente, número do leito, diagnóstico, antecedentes transfusionais, hemocomponente solicitado com volume ou quantidade, modalidade de transfusão, resultados laboratoriais que justifiquem a indicação do hemocomponente, data, assinatura e o número do CRM do médico solicitante) e, envia ao Serviço de Hemoterapia juntamente com a amostra de sangue. Ao receber a requisição o responsável pelo Serviço de Hemoterapia, ou o técnico do setor, examina cada solicitação e não deve aceitar uma requisição incompleta, inadequada ou ilegível. Versão: 05 Código: APTRN/4M 05 paginação: 3 de 12
4 Modalidade de transfusão: Programada: para determinado dia e hora Rotina: a ser realizada dentro das 24 horas Urgência: a ser realizada dentro das 3 horas Emergência quando qualquer retardo na administração da transfusão pode acarretar risco para a vida do paciente. NOS CASOS DE EMERGÊNCIA Formulário específico As solicitações de transfusão são atendidas a qualquer hora o serviço de Hemoterapia libera o fornecimento de sangue tão logo a exata natureza do caso lhe seja comunicada. Em caso de emergência, a liberação de sangue ou de concentrado de hemácias sem prova de compatibilidade poderá ser feita, desde que obedecidas as seguintes condições : a) O quadro clínico do paciente justifique a emergência, isto é, quando um retardo no inicio da transfusão possa levar o paciente ao óbito. b) TERMO DE RESPONSABILIDADE (Solicitação de Transfusão em Caráter de Emergência) assinado pelo médico responsável pelo paciente no qual afirme expressamente concordar com o procedimento. c) Existência de procedimentos escrito no Serviço de Hemoterapia, estipulando o modo como esta liberação será realizada. d) As provas pré-transfusionais devem ser realizadas até o final, mesmo que a transfusão já tenha sido completada. Amostras de Sangue do receptor para provas Pré-Transfusionais A coleta da amostra de sangue deve ser feita em tubo limpo, seco e com tampa, sem e ou com anticoagulante identificado de maneira legível no momento da coleta com o nome completo, número de registro ou data de nascimento do receptor, localização, bem como data e nome da pessoa que realizou a coleta. Versão: 05 Código: APTRN/4M 05 paginação: 4 de 12
5 A precisão na etiquetagem dos tubos das amostras de sangue para as provas pré transfusionais é de importância fundamental, a maioria de erros cometidos em transfusão é decorrente de amostras incorretamente identificadas ou tubo com etiquetas trocadas. A etiqueta deve ser colada ao tubo imediatamente após a coleta, por quem a efetuou. Os tubos sem etiqueta ou incorretamente identificados não serão aceitos pelo Serviço de Hemoterapia. II. RECOMENDAÇÕES DA PORTARIA N º 1353 de 13/06/11 1. Na amostra pré-transfusional inicial, deverá ser determinado o grupo ABO, porém a tipificação reversa não deve ser feita. O fator Rh deverá ser determinado. 2. Se as hemácias selecionadas para transfusão NÃO são do grupo O deve ser investigado, no soro ou plasma do NEONATO, a presença de anti-a ou anti-b com métodos que inclua uma fase antiglobulina. Este teste não precisará ser realizado se houver disponibilidade de uma amostra do sangue da MÃE para tipagem ABO/Rh, e se o grupo ABO da mãe for o mesmo do recém nascido 3. Se não houver anti-a ou anti-b detectável não será necessário efetuar provas de compatibilidade durante o resto do período neonatal (um mês de vida). Após este período deverá ser realizada a prova de compatibilidade sempre antes da transfusão de sangue ou hemácias, utilizando soro do receptor. 4. Se ocorrer detecção da presença de anti-a ou anti-b, deve-se transfundir glóbulos vermelhos do grupo O até que o anticorpo deixe de ser demonstrável no soro do NEONATO ou das crianças até 4 meses de vida. Estas unidades NÃO necessitam de ser compatibilizadas. 5. Se um NEONATO do grupo A, B ou AB recebeu componentes sanguíneos contendo anti-a e ou anti-b, e as hemácias selecionadas para transfusão não são do grupo O deve ser investigado no soro ou plasma do NEONATO, a presença de anti-a e ou anti-b semelhante ao item dois. Versão: 05 Código: APTRN/4M 05 paginação: 5 de 12
6 6. Na amostra pré-transfusional inicial, deve ser realizada a pesquisa de anticorpos irregulares empregando o soro da mãe ou eluato do NEONATO. 7. Se a pesquisa de anticorpos irregulares for negativa, NÃO será necessária compatibilizar as hemácias para primeira transfusão nem para as transfusões subseqüentes dentro do período NEONATAL (1 Mês de vida), desde que as hemácias sejam do grupo sanguíneo O. 8. Se a pesquisa de anticorpos irregulares demonstrarem a presença de anticorpos clinicamente significantes, a transfusão deverá ser feita com unidades que não contenham os antígenos correspondentes. A prova de compatibilidade deverá ser realizada com soro do NEONATO ou com o soro da sua MÃE. 9. Os NEONATOS não deverão ser transfundidos com sangue total, plasma ou outros componentes sanguíneos que contenham anticorpos irregulares clinicamente significantes. 10. A transfusão de componentes celulares em recém-nascidos com menos de 1200 g de peso deve ser feita com produtos leucorreduzidos ou não reagentes para citomegalovírus. Os componentes que contenham leucócitos deverão ser processados para reduzir o risco de infecção pelo citomegalovírus em recém nascido com peso inferior a 1200 gramas nascidos de mães CMV negativo ou com resultados sorológicos desconhecidos. Exames do RECEPTOR recém nascido e crianças até 4 meses de idade: ATENÇÃO: caso utilize sangue de cordão umbilical lavar as hemácias 6 x com salina, a menos que se utilize uma técnica que dispense este procedimento, como as técnicas em gel. 1. Classificação dos sistemas ABO e Rh em Gel e na sua falta será feita em tubo. Classificação Direta e reversa Determinação do Fator Rh (D), caso negativo realizar técnica de exclusão de D-fraco. Versão: 05 Código: APTRN/4M 05 paginação: 6 de 12
7 2. Pesquisa de Anticorpos Irregulares clinicamente significantes Técnica GEL na sua falta utilizará técnica em Salina/ Albumina /AGH 3. Prova de Compatibilidade em Tubo Realizar quando for usar componentes sanguíneos que contenha hemácias. Técnica em GEL poderá vir a ser realizada em tubo na falta do gel. Utilizam-se hemácias do tubo coletor da bolsa a ser transfundida e o soro do receptor (ver acima no caso dos neonatos) Inspecionar o aspecto do sangue antes de realizar a prova de compatibilidade. 4. Repetição de exames no sangue do DOADOR: Quando for transfundir sangue total ou concentrado de hemácias realizar: Retipagem do grupo ABO Retipagem do fator Rh em bolsa rotuladas de Rh Negativo 5. Pesquisa de Anti-A e ou Anti-B Conforme recomendação acima. Caso haja qualquer discrepância nas provas pré-transfusionais, chamar o profissional responsável pelo setor para esclarecimento. AMOSTRAS: Hemácias / soro ou plasma do receptor e Hemácias do doador 1. O médico solicitante ou a enfermeira do setor deverá colher as amostras. 2. Identificar os tubos de hemólise da amostra do receptor no momento da coleta com: nome completo, registro, data da coleta, nome do coletador. 3. Colher amostra em tubo sem ou com anticoagulante - 3 ml de sangue. 4. As amostras devem ser devidamente transportadas em caixas térmicas. Versão: 05 Código: APTRN/4M 05 paginação: 7 de 12
8 5. Armazenar os soros do receptor e amostra do sangue da bolsa transfundida por TRÊS dias na geladeira entre 4 +/- 2 C. 6. Cabe ao Técnico do Serviço de Hemoterapia providenciar a coleta de sangue da MÃE, quando necessário. III. EXSANGUÍNEOTRANSFUSÃO/ou TRANSFUSÃO DE ROTINA Seleção de Hemocomponentes 1. Para recém-nascidos, deve-se usar hemocomponentes, colhido há menos de 5 dias; 2. Caso não haja disponibilidade de sangue recente, poderá ser utilizado sangue colhido com mais de 5 dias, desde que haja autorização escrita do médicoassistente e do médico responsável pela Agência Transfusional; 3. É obrigatório o uso de plasma compatível com as hemácias do pacientes (exsanguíneo); 4. Nos casos de incompatibilidade Rh, ou por outros sistemas, as hemácias deverão ser compatíveis com o soro da mãe e serem desprovidos do (s) antígeno(s) contra o(s) qual (is) a mãe está imunizada; Característica do Sangue utilizado em Exsanguíneotransfusão Validade Sódio meq/l Potassio meq/l Hb g/dl Hematocrito % ph STR* < 5 dias 162,7(+/-5,32) 5,0(+/-1,07) 13,6 (+/-1,32) 40,8(+/-4,54) 6,9(+/-0,05) STR* = Sangue total reconstituído Atenção: para a TRANSFUSÃO INTRAUTERINA, usar concentrados de hemácias do grupo O, e que sejam compatíveis com os anticorpos maternos e componentes desceucocitados ou anti-cmv não reagente e IRRADIADOS. Versão: 05 Código: APTRN/4M 05 paginação: 8 de 12
9 IV. EXAMES IMUNOHEMATOLÓGICOS EM RECÉM-NASCIDO Em todos os recém-nascidos filhos de mãe Rh negativo, deve-se realizar, rotineiramente, a tipagem ABO e Rh, a pesquisa de D fraco e a prova de Coombs direto. V. RESPONSABILIDADES: Dos colaboradores que executam as atividades neste setor. Bioquímico / Biólogo Auxiliar de laboratório Técnico de Enfermagem Médico hemoterapeuta e Médico Assistente V. COMENTÁRIOS Este procedimento operacional foi elaborado, implantado e revisado para ser seguido por todos os profissionais envolvidos, padronizando as transfusões em neonatos e crianças até os 4 meses de vida atendidos no HUJM. VI. NORMAS DE SEGURANÇA Os profissionais da área de saúde que manipulam materiais biológicos devem obedecer aos procedimentos básicos de biossegurança bem como zelar pela segurança do meio ambiente. GERAIS: 1. Descartar as agulhas, algodão e capilares dentro do coletor de materiais perfuro-cortantes. 2. Nunca recapar as agulhas; 3. Não jogar material biológico na pia; 4. Fazer desinfecção concorrente no término de cada período e desinfecção terminal mensalmente; 5. Lixo comum acondicionar em sacos escuros; 6. Lixo infectante acondicionar em saco branco leitoso; Versão: 05 Código: APTRN/4M 05 paginação: 9 de 12
10 7. Em caso de derramamento de material biológico, despeje hipoclorito de sódio 1% e deixe agir por 20 minutos, limpar com papel toalha e descartá-lo em recipiente apropriado; 8. Todo material cortante, perfurante ou perfuro-cortante tais como ampolas, lâminas cortantes, agulhas e seringas, devem ser lacrados e enviados ao expurgo. Não despreze estes materiais em outros cestos de lixo; 9. Caso ocorra algum ferimento durante seu trabalho, procure imediatamente o serviço médico dos funcionários para comunicar a ocorrência e receber orientação; 10. As bolsas de hemocomponentes não devem ser colocadas diretamente nas latas ou depósitos de lixo; 11. Toda bolsa de sangue e hemocomponentes a ser descartada deve ser submetida a algum método que elimine a infectividade de patógenos eventualmente presentes; 12. Depois de inativados as bolsas devem ser acondicionadas em sacos plásticos destinados a resíduos biológicos; 13. É permitido o transporte de bolsas para serem incinerados em outros locais, desde que sejam transportadas em recipientes rígidos, lacrados, identificados e em veículos apropriados; 14. Os demais materiais que deverão ser desprezados tais como frascos de soros, seringas e equipos que não contenham sangue devem ser colocados em outro cesto de lixo. INDIVIDUAIS: 1. Lavar as mãos antes e após qualquer procedimento; 2. O papel utilizado para enxugar as mãos após a lavagem pode ser usado para fechar a torneira, evitando uma eventual "recontaminação"; 3. Troque as luvas imediatamente caso elas se contaminem com material biológico ou apresentem sinais de perfuração ou rompimento; 4. Ao remover as luvas inverta-as completamente, evitando, que sua porção exterior entre em contato com qualquer superfície; 5. Quando estiver utilizando luvas evitar tocar superfícies limpas, tais como telefones, mesas ou maçanetas de portas; 6. Utilizar os equipamentos de proteção individual; Versão: 05 Código: APTRN/4M 05 paginação: 10 de 12
11 7. Trajar vestimentas totalmente brancas ou aventais longos, brancos, de mangas compridas, caso estejam trajando roupas que não sejam brancas; 8. Troque o avental sempre que estiver sujo e/ou contaminado; 9. Evitar sentar nas macas ou nas camas dos pacientes, no chão, nas mesas ou nos balcões existentes no ambulatório; 10. É proibido comer, beber, fumar, cortar as unhas, passar cosmético ou colocar lentes de contato no setor; 11. Cabelos longos devem ser presos. VII. TREINAMENTO - Objetivo é o aprimoramento contínuo Todos os colaboradores da Agência Transfusional do HUJM foram treinados antes da implantação deste manual de procedimentos e, é responsabilidade dos colaboradores de implantá-lo na prática. Nova capacitação será feita anualmente ou quando novos colaboradores forem admitidos. VIII. FORMULÁRIOS/DOCUMENTOS RELACIONADOS Pop de Coleta de sangue / Amostras Pop de normas de solicitação de transfusão Formulário específico para solicitação de transfusão de emergência (ANEXO) IX. CONTROLE DE REGISTRO Deve-se ter registrado todos os exames e transfusões realizados no setor e arquivados por 20 anos. X. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. Technical Manual, American Association of Blood Banks 12 th edition, ABO Revista de Medicina Transfusional, Número 12 Dezembro de Ministério do Estado de Saúde Portaria Nº 1353, 13 de Junho 2011 Versão: 05 Código: APTRN/4M 05 paginação: 11 de 12
12 SOLICITAÇÃO DE TRANSFUSÃO EM CARÁTER DE EMERGÊNCIA Portaria Nº 1353 de 13 de junho de Seção X Transfusão Sanguínea Artigo Transfusão de urgência ou emergência: a liberação de sangue total ou concentrado de Hemácias sem provas de compatibilidade pode ser feita, desde que o termo de responsabilidade seja assinado pelo médico responsável pelo paciente no qual afirme expressamente o conhecimento do risco e concordar com o procedimento. Nome:...Data nasc:... Sexo...Clínica...Enfermaria...Lto...Reg:... Diagnóstico:... Hemocomponente:...Quantidade:... Antecedentes Transfusionais:... Tipo de transfusão: urgência ( ) emergência ( ) Justificativa: Eu Dr(a)... portador do CRM... autorizo a liberação de plasma fresco congelado (...) unidades e ou concentrado de hemácias (...) unidades para o paciente...estando ciente de que foi realizado apenas retipagem das bolsas utilizadas. Data:.../.../ Assinatura do Médico e CRM Versão: 05 Código: APTRN/4M 05 paginação: 12 de 12
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