Telecomunicações. Caderno Especial. Entrevista a Luis Baptista-Coelho: Conheça o crescimento «assustador»

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1 Caderno Especial Entrevista a Luis Baptista-Coelho: Conheça o crescimento «assustador» da NDrive Guerras de liderança de tablets e smartphones animam o mercado Revolução tecnológica nas comunicações Telecomunicações Patrocinadores:

2 O Breves que Portugal exporta bem Nokia adopta sistema operativo da Microsoft Os efeitos da parceria entre a Nokia e a Microsoft começam a surgir. O primeiro sinal é o abandono dos sistemas operativos para smartphones criados pela marca finlandesa. Os sistemas Symbian e Megoo vão ser substituídos pelo Windows Phone, desenvolvido pela Microsoft. O mais recente smartphone da Nokia, o N9, deve ser o último dispositivo com Megoo a ser lançado no mercado. A grande aposta da marca, no entanto, deve centrar-se no SeaRay, o primeiro smartphone com sistema operativo da Microsoft. Os detalhes devem ser conhecidos no fim do ano, quando as marcas devem apresentar os seus novos produtos. A aliança entre os dois gigantes da tecnologia, tornada pública em Fevereiro, tem como objectivo reforçar a posição destas duas marcas face à concorrência da Google e da Apple. 2. Apple Store vende mais e mais caro Os utilizadores da Apple Store, onde se podem encontrar mais de 425 mil aplicações (apps) para os iphones e ipads, estão a fazer mais downloads e a pagar mais do que no ano passado. Segundo um estudo divulgado pela CNN Money, os utilizadores estão a pagar mais 14% pelas apps, fixando-se o custo médio em 1,44 dólares (1,01 euros). E, se em 2010, cada consumidor fazia download de 51 apps, este ano faz 83, o que se traduz num aumento de 61%. A loja online, lançada há três anos, onde 82% das apps disponíveis são gratuitas, representa apenas 1% do lucro total da Apple. No entanto, segundo o analista Philip Elmer-DeWitt, a Apple Store é uma parte fundamental no sucesso de venda dos dispositivos da marca. 3. Skype aposta nas telecomunicações O Skype está a apostar em versões compatíveis com tablets e smartphones. No espaço de um mês, o canal de conversação da Microsoft passou a estar disponível na App Store, com compatibili- dade com o ipad, e em 17 smartphones Android. O programa Skype foi lançado para telemóveis em Outubro de 2010, mas até aqui não permitia fazer videochamadas. Em Junho deste ano, essa funcionalidade passou a estar disponível apenas para alguns modelos das marcas HTC e Sony Ericsson. Com a nova versão agora lançada, a 2.1, para além destes modelos e dos 17 Android já abrangidos pela versão anterior, ficará também disponível em dispositivos de marcas como a LG, Xperia e Samsung. Quanto aos tablets, os contemplados com uma versão compatível do Skype são o ipad da Apple e o Galaxy Tab da Samsung. 4. Google compra Motorola Mobility A Google comprou a Motorola Mobility por 12,5 mil milhões de dólares (8,8 mil milhões de euros). Ou seja, cada acção foi vendida por 40 dólares (28 euros), um valor 63% mais elevado que o registado no fecho da bolsa de Nova Iorque no dia anterior à venda. «O compromisso total da Motorola Mobility com a tecnologia Android criou uma ligação natural das duas empresas», afirmou Larry Page, CEO da Google, a propósito do negócio de aquisição. No entanto, a Google fez saber no seu blogue que manterá a Motorola Mobility com uma gestão autónoma, para salvaguardar as parcerias que tem com outras marcas de telemóveis, como a Samsung, cujos smartphones usam o sistema operativo Android. A compra da Motorola Mobility fará da Google o oitavo fabricante mundial de telemóveis. 5. Nokia lidera em Portugal A Nokia continua a ser a marca de telemóveis líder de mercado, em Portugal, segundo dados da International Data Corporation (IDC). A primeira posição justifica-se com os resultados obtidos no segmento dos telemóveis tradicionais. No entanto, a Samsung, a Apple e a Sony Ericsson continuam a crescer, sobretudo no segmento dos smartphones, ameaçando a posição da marca finlandesa. Prova disso é o desempenho da marca coreana que, no primeiro trimestre de 2011, quintuplicou a sua quota de mercado nas vendas em Portugal, subindo ao segundo lugar. Já no mercado europeu, a Samsung atingiu a liderança. 6. Sistema Android será novo líder O sistema operativo Android, desenvolvido pela Google, deve ultrapassar, nas preferências do consumidor português, o Symbian da Nokia, no fim deste semestre. A previsão é da International Data Corporation (IDC). A justificar esta mudança estão os diversos modelos, de marcas diferentes, que apostam no sistema operativo da Google: HTC, LG, Samsung e Sony Ericsson. No entanto, não é apenas a diversidade que deverá justificar os resultados, mas também a oferta de preços mais competitivos que os praticados hoje. A IDC prevê que, até ao final do ano, o segmento dos smartphones cresça 139%. 7. Steve Jobs deixa a presidência executiva da Apple Steve Jobs, co-fundador da Apple, demitiu-se e foi substituído na presidência executiva pelo número dois da empresa, Tim Cook. «Sempre disse que se chegasse o dia em que não conseguisse cumprir as minhas funções e expectativas como presidente executivo da Apple, seria o primeiro a informar-vos. Infelizmente, esse dia chegou», diz Steve Jobs, de 56 anos, numa carta enviada ao Conselho de Administração da Apple. No entanto, na mesma missiva, Steve Jobs disse que «gostaria de, se o Conselho de Administração assim o entender, assumir o cargo de chairman». Quanto ao seu sucessor, recomendou que a Apple executasse o plano de sucessão, nomeando Tim Cook como presidente executivo da empresa que comercializa o ipod e o itunes, os computadores Mac, o sistema operativo OS X, o ipad e o iphone. 122 \ Marketeer n.º 182, Setembro de 2011 \ 123 \ Marketeer n.º 182, Setembro de 2011 \

3 O Enquadramento que Portugal exporta bem. Tablets e smartphones animam mercado Tudo. Agora. Já. A forma como se comunica mudou. Os consumidores estão cada vez mais exigentes e as marcas respondem com inovação. Se o segmento dos smartphones cresce, no caso dos tablets a evolução é explosiva. Em Portugal, os tablets e os smartphones têm animado o mercado das tecnologias Dados da International Data Corporation (IDC), empresa de market intelligence, confirmam uma quebra do mercado das tecnologias da informação em Portugal, nos últimos anos. Uma tendência que, segundo a IDC, deve manter-se este ano, com quedas na ordem dos 0,6%. O segmento dos tablets e dos smartphones tem vindo contudo a contrariar esta descida, provando que os portugueses apostam nas novas tecnologias. No último trimestre de 2010, quando o mercado nacional de telemóveis caía 7% face ao mesmo período do ano anterior, os smartphones registavam um crescimento de 110%, com 434 mil unidades vendidas. No total, representavam 27% dos dispositivos móveis no mercado português. A crescer também estão as SMS, MMS e minutos de conversação trocados no nosso País. Segundo dados do primeiro trimestre de 2011, da Anacom, foram enviadas mais de 6,5 mil milhões de mensagens escritas, o que representa um aumento de 16,2% face ao período homólogo. As MMS cresceram 39,2%, totalizando 35,3 milhões, e registaram-se ainda 5,4 mil milhões de minutos de conversação mais 16,2% que em igual período do ano passado. Em contraciclo estão apenas as videochamadas, que caíram 32%. Ainda no mercado português, os tablets têm respondido por um crescimento explosivo. A corrida às lojas no passado dia 26 de Março para comprar o ipad2 é prova disso. Em poucas horas, o stock ficou esgotado. Até final do ano, as previsões apontam para um crescimento destes produtos, no mercado nacional, na ordem dos 813%. Ou seja, espera-se que das 35 mil unidades vendidas no ano passado se salte para 322 mil este ano. A confirmar-se a previsão da IDC defendida ainda por vários especialistas -, o mercado nacional terá um crescimento acima da média mundial, contrariando o seu ciclo interno de contracção económica. A justificação para esta curva de crescimento pode explicar-se pela chegada tardia dos tablets. Há, no entanto, um dado que é igual em Portugal e em qualquer lugar do mundo: a marca de tablets líder de mercado é a Apple com o seu ipad. No mercado nacional, 85% dos tablets comprados foram criados na empresa da qual Steve Jobs é co-fundador. ipad perde liderança em 2015 A liderança no mercado dos tablets é incontestada: pertence à Apple. Mas não será para sempre avisam os analistas. Se hoje a marca da maçã domina 75% do mercado mundial, graças ao ipad, o paradigma deve começar a mudar já a partir de 2013, ano em que chegam ao mercado novos tablets com uma relação qualidade-preço mais competitiva. No entanto, a perda definitiva de liderança só deverá acontecer em 2015, quando a empresa de Steve Jobs contar apenas com 39% da quota de mercado. Uma das apostas para a quebra de hegemonia da Apple foi feita pela Google, com o seu sistema operativo Android, que, no primeiro trimestre de 2011, crescia 8,4% face ao mesmo período de 2010, e seguia em segundo lugar nas preferências dos consumidores mundiais. Para estes resultados contribuem sobretudo os tablets desenvolvidos pela Samsung e pela Motorola. Já no campo dos e-readers, o primeiro trimestre trouxe um novo líder: o Kindle da Amazon foi, pela primeira vez, destronado pelo Nook Color da Barnes & Noble s, segundo dados da IDC. Ainda assim, de acordo com a consultora In-Stat, esta é a crónica de uma morte anunciada, já que os tablets vão ultrapassar os e-readers em 2012, uma vez que estes últimos permitem fazer tudo o que um e-reader faz, e muito mais. No total, e até final do ano, devem chegar às mãos dos consumidores 53,5 milhões de tablets em todo o mundo, contra os 50,4 milhões de 2010, prevê a IDC. Uma estimativa que será validada com os dados do segundo semestre, altura em que chegam ao mercado novos produtos. Isto porque os dados relativos ao primeiro trimestre revelam uma queda de 28%, face ao ano anterior, que se explicam pelo suspense criado à volta do lançamento do ipad2, que paralisou o mercado. iphone destrona Nokia O mercado mundial das telecomunicações móveis segue a crescer pelo terceiro trimestre consecutivo. Entre Março e Junho deste ano, houve um aumento de 65,4%, com vendas superiores a 100 milhões de unidades. Contudo, a grande novidade que este trimestre trouxe foi a alteração de liderança nos smartphones: a Apple destronou, de forma inédita, a Nokia, que caiu para terceiro lugar do ranking. Isto, num ano em que a IDC prevê que o mercado dos smartphones cresça 55% face a Desde que o iphone foi lançado, em 2007, que o mercado dos dispositivos móveis vive uma revolução liderada pela equipa criativa de Steve Jobs. As versões antigas do iphone continuam a ser procuradas, mesmo depois de serem lançados modelos mais recentes. Segundo alguns analistas, o segredo está nas aplicações que já são milhares, umas gratuitas e outras pagas, que agradam a todos os tipos de consumidores, das economias desenvolvidas às emergentes. Atrás da Apple, segue a Samsung, que registou o maior crescimento num ano, muito graças à popularidade mundial do seu Galaxy S. A Nokia caiu para terceiro lugar, mas promete novos lançamentos, que podem voltar a desequilibrar o ranking. Em quarto lugar segue, em velocidade cruzeiro, a Research in Motion que, de todas as marcas no top 5, foi a que registou o menor crescimento, mas continua a ter no Blackberry uma aposta segura. E, a fechar os primeiros lugares da lista, está a HTC que deve atingir o seu objectivo de venda de 50 milhões de unidades este ano, e que aposta no seu modelo ChaChaCha com uma tecla, que liga directamente ao Facebook. Neste mercado as mudanças são velozes, as inovações constantes e as surpresas não devem ficar por aqui. Há apenas um ponto em que todos os analistas concordam: o mercado dos tablets e dos smartphones ainda tem muito para crescer. A Apple destronou, de forma inédita, a Nokia, que caiu para terceiro lugar do ranking, ficando a Samsung com a segunda posição. Isto, num ano em que a IDC prevê que o mercado dos smartphones cresça 55% face a \ Marketeer n.º 182, Setembro de 2011 \ 125 \ Marketeer n.º 182, Setembro de 2011 \

4 O Entrevista que Portugal exporta bem. NDrive: do Porto para o mundo A empresa NDrive, com sede no Porto, está presente em 70 países. Milhões de utilizadores em todo o mundo usam o software GPS criado pela empresa portuguesa. Entre o mercado dos tablets e dos smartphones o crescimento é «exponencial». «Estamos na presença da geração de consumidores mais informada da história da humanidade», assevera Luís Baptista-Coelho, CEO da NDrive. É com isto em mente que a empresa portuense cria as aplicações para tablets, onde contam mais de 100 mil utilizadores, e para smartphones, que tiveram um crescimento de 2 a 3 milhões de utilizadores, nos últimos 18 meses. Em Portugal, a PT (TMN) tem sido o parceiro da NDrive. Pelo mundo, contam-se marcas de Luís Baptista-Coelho, CEO da NDrive, quer estabelecer presença da empresa em Silicon Valley operadores como a Vodafone, no Egipto, a Cosmote, na Grécia, a Bouygues Telecom, em França, e o Grupo Telefónica para a América Latina. As perspectivas da NDrive para 2012 são de crescer duas a três vezes face ao período homólogo, podendo atingir sete a 10 vezes mais em determinados países e segmentos. Estas são as expectativas apontadas por Luís Baptista-Coelho, que pretende ainda estabelecer presença em Silicon Valley, entre os maiores players mundiais na área da tecnologia. O mercado dos tablets e dos smartphones está a crescer. As aplicações NDrive para estes segmentos seguem a tendência? Porquê? O mercado de tablets é emergente, e, sinceramente, penso que à parte do fenómeno ipad, ainda bastante indefinido e concorrencial. O mercado de smartphones ainda tem muito espaço para crescer, apesar de já ter atingido alguma maturidade. A NDrive, naturalmente, está onde estão os seus clientes potenciais. Hoje posso orgulhosamente dizer-lhe que temos uma posição no mercado absolutamente invejável: para além de termos a solução disponível em sete sistemas operativos diferentes (Android, IOS, WebOS, Bada, Symbian, Windows Mobile e Windows CE), temos ainda contratos de fornecimento global com a LG, Samsung, HP, Sony-Ericsson além de variadíssimas operadoras. Que objectivos pretendem atingir com a aposta no software NDrive 11 para tablets? A aposta NDrive 11 para tablets parte do princípio que a utilização e o ambiente no qual um utilizador final desfruta da sua aplicação é completamente diferente. Desenhamos uma interface gráfica que permite potenciar um ecrã significativamente maior e com funcionalidades de interacção bastante mais intuitivas. Penso que a nossa aplicação para tablets pode inclusive potenciar a utilização da nossa aplicação para smartphones. Que tipo de exigências tem o consumidor quando opta por um software da NDrive? Quais são as ferramentas preferidas? Hoje em dia qualquer utilizador tem um nível de exigência muitíssimo grande. A informação existente sobre a qualidade da oferta é enorme e penso que estamos na presença da geração de consumidores mais informada da história da humanidade. Penso que o nível de exigência de um utilizador final é um valor absoluto e quando opta por comprar um software de navegação não tem uma exigência específica se esse software for NDrive, tem antes um enorme nível de exigência e se lhe parecer que o nosso software é aquele que melhor o satisfaz, compra-o. Felizmente há milhões de pessoas a quem lhes pareceu que o nosso software seria aquele que mais satisfaria o seu nível de exigência. No mercado B2B, penso que, para além da qualidade do software, a NDrive tem duas outras características que são diferenciadoras: rapidez e flexibilidade. Quais são as vantagens da NDrive face aos seus concorrentes no mercado? Temos um dos mais poderosos sistemas de busca disponíveis no mercado, somos muitas vezes elogiados pelas características intuitivas do nosso produto, as implementações que fizemos ao nível de soluções de trânsito e plataforma publicitária foram consideradas entre as melhores do mundo, fomos a primeira empresa no mundo a ter uma opção de navegação para um ponto de interesse no Foursquare e ser automaticamente proposto um procedimento de Check-In, Google search, Facebook location sharing... Enfim, uma série interminável de aspectos diferenciadores e de liderança tecnológica. Como nasceu a ideia da NTribe e quais os seus objectivos? Como muitas vezes acontece, algumas boas ideias acontecem por acaso. A NDrive nasceu no Porto, está sediada no Porto e, de maneira carinhosa, a parte da nossa equipa que não é do Porto refere-se ao NDrive com NDribe por razões óbvias. Quando estávamos a desenhar o nosso novo site estávamos absolutamente convictos que teríamos que fazer um upgrade claro da maneira como nos dirigíamos e interagíamos com o nosso universo de clientes. Olhámos para uma série de conceitos, entre os quais o de marketing tribal. Daí a que o NDribe evoluísse para NTribe foi um pequeno passo. A NTribe foi o enquadramento que demos a toda uma série de actividades que promovemos nas redes sociais, permitindo-nos hoje ter uma enorme posição de destaque no Twitter e no Facebook em termos de seguidores, fãs e actividades de promoção e interacção com os membros da NTribe. Que desafios e metas pretendem atingir até ao fim do ano? Ter mais um ano de crescimento assustador, estabelecer a nossa presença em Silicon Valley e prepararmos a nova plataforma tecnológica para um lançamento de produto ímpar na nossa história durante o Mobile World Congress, em Barcelona, no início de Foi a primeira empresa no mundo a ter uma opção de navegação para um ponto de interesse no Foursquare «Penso que hoje em dia qualquer utilizador tem um nível de exigência muitíssimo grande. A informação existente sobre a qualidade da oferta é enorme e penso que estamos na presença da geração de consumidores mais informada da história da humanidade.» 126 \ Marketeer n.º 182, Setembro de 2011 \ 127 \ Marketeer n.º 182, Setembro de 2011 \

5 O Mercado que Portugal exporta bem. Revolução tecnológica nas comunicações A forma de comunicar alterou-se e não se trata apenas das infindáveis opções dadas pela internet. Os tablets e os smartphones vieram revolucionar a forma como os consumidores se relacionam na web, entre si e com a tecnologia. Nestes novos equipamentos a premissa passa pela intuição e pela proximidade, na era em que os ecrãs tácteis ganham espaço. A troca de informações na internet passou a ser instantânea, a partir de qualquer lugar e a qualquer hora. E o escritório de trabalho, agora, cabe todo num destes equipamentos portáteis. O Maximo Pad da LG, com 8.9 polegadas, foi desenhado para ser utilizado apenas com uma mão O Eee Pad Transformer da Asus responde aos consumidores que procuram «desempenho, autonomia, portabilidade e usabilidade» Até ao fim do ano, devem ser vendidos quatro vezes mais smartphones que telemóveis tradicionais. Já no que diz respeito aos tablets, o número deve atingir os 53,5 milhões, em todo o mundo, segundo dados da IDC (International Data Corporation). Para a Vodafone, a palavra que define a mudança que os tablets e os smartphones trouxeram ao mercado, é «liberdade», já para a Optimus é «mobilidade». A operadora da Sonae destaca a possibilidade de aceder ao , internet, redes sociais, televisão, jogos e diversas aplicações em movimento, que estão «a transformar a experiência de comunicar, enriquecendo-a e tornando-a mais abrangente». E sublinha a importância que estes dispositivos assumem para os clientes empresariais: «A possibilidade de estar online e permanentemente contactável permite aumentar a eficiência na resposta a clientes e fornecedores, contribuindo assim fortemente para acelerar os negócios das empresas.» O número de smartphones vendido, pela Optimus, já representa 25% do total de telemóveis. Entre eles, o iphone4 domina o ranking das vendas de segmento topo de gama e o Optimus Stockholm Android na gama média. Também a Vodafone destaca o facto dos smartphones terem trazido mais possibilidades aos consumidores, dando-lhes maior autonomia para aceder a um conjunto de serviços, sem estarem condicionados por um equipamento ou lugar. «Com um smartphone estamos sempre contactáveis, não só através de voz, como sobretudo através dos dados ( , redes sociais, etc.). Com estas componentes, a experiência de comunicação como a conhecíamos até aqui nunca mais será a mesma», assevera a Vodafone Portugal. E acrescenta que o peso dos smartphones, no total de telemóveis vendidos, tem vindo a aumentar, sobretudo nos modelos Samsung Galaxy Gio, Nokia C5-03 e Samsung Galaxy Ace os mais vendidos. Com a chegada dos smartphones ao mercado, surge também a necessidade de adaptar os tarifários às novas exigências dos dispositivos. A Optimus fê-lo, em Fevereiro de 2010, com uma oferta pós-paga integrada com comunicações grátis de voz, SMS e internet. «A receptividade dos clientes a estes tarifários excedeu as nossas expectativas, tornando-se um caso de sucesso de crescimento», explica o porta-voz da Direcção de Comunicação Institucional da Optimus. A inovação mais recente nesta matéria prende- -se com o tarifário Smart15 que, dos 75 minutos ou SMS gratuitos, passou a contemplar 120. A Vodafone começa por reconhecer que, «para usufruir das potencialidades de um smartphone em pleno, é essencial ter uma ligação à internet». Assim, a solução pré-definida nos tarifários em geral é a tarifa diária de 0,95 euros, que inclui 10 MB de navegação. Para os utilizadores que privilegiam mais o uso de internet no telemóvel, há aditivos disponíveis a partir de 1,29 euros por semana (com 25 MB) ou 5,19 euros por mês (com 100 MB). Os tablets passam também pelas opções estratégicas das operadoras. Para a Vodafone, este segmento «não irá seguramente ter o número de utilizadores que os smartphones já têm hoje mas, dadas as suas características, é certamente um formato a considerar pelos utilizadores». Por isso, a operadora multinacional foi a primeira a apostar no Samsung Galaxy Tab e voltou a ser pioneira no ZTE V9, «o primeiro tablet a baixo custo no mercado português». Os modelos escolhidos pela operadora vão ao encontro daquilo que entendem ser valorizado pelo consumidor. «As características mais importantes na escolha de um tablet são o sistema operativo, a memória interna e a dimensão e qualidade do ecrã», explica a Vodafone, para acrescentar que os equipamentos com acesso móvel 3G são valorizados face aos que disponibilizam apenas Wi-Fi. A Optimus avança que o lançamento de tablets esperado até ao final do ano deverá acelerar a massificação destes equipamentos. «A distribuição do ipad 2 pela Optimus, anunciada recentemente, deverá contribuir para o aumento das vendas deste equipamento em Portugal até final do ano», justifica a operadora, que também já disponibiliza o Samsung Galaxy. Para a Optimus, os consumidores preocupam-se, em primeiro lugar, «com a ergonomia, a autonomia do equipamento e a conectividade, razão pela qual foi desenvolvido o Kanguru Inside». Este dispositivo de internet móvel é disponibilizado através de microsim, por isso a operadora aconselha os clientes a comprarem tablets que ofereçam esta opção. A portabilidade dos tablets «O que é realmente inovador nos tablets é o facto de o utilizador poder desfrutar de todas as funcionalidades multimédia e de produtividade, usufruindo de verdadeira mobilidade», explica Pedro Gaspar, director de Vendas Mobile Communications da LG. André Gonçalves, Public Relations da Asus, recorda que os tablets foram criados há mais de dez anos, mas que não tiveram sucesso imediato, porque não havia um interface que permitisse uma interacção apenas 128 \ Marketeer n.º 182, Setembro de 2011 \ 129 \ Marketeer n.º 182, Setembro de 2011 \

6 O Mercado que Portugal exporta bem. O modelo ChaChaCha da HTC é o primeiro a incluir uma tecla de acesso directo ao Facebook Os equipamentos da Samsung vão passar a ter integrada a tecnologia LTE, o que permitirá ao consumidor usufruir de velocidades de transferência de dados superiores com o toque no ecrã, como acontece hoje. A qualidade do ecrã é um dos pontos que Pedro Gaspar considera que são privilegiados pelo consumidor no momento de escolher um tablet, assim como a sua dimensão. Por isso, a LG aposta no Maximo Pad que, com 8.9 polegadas, foi desenhado para ser utilizado apenas com uma mão. Já André Gonçalves defende que os consumidores «procuram desempenho, autonomia, portabilidade e usabilidade». Características que reconhece na aposta da Asus, o Eee Pad Transformer. O mercado nacional «caracteriza-se pelo entusiasmo pelas novas plataformas móveis», defende André Gonçalves. Por isso, a expectativa dos analistas passa pelo crescimento do número de vendas destes dispositivos. Segundo a IDC, até ao fim do ano, 53,5 milhões de consumidores, por todo o mundo, devem adquirir um tablet. Esta crescente procura é acompanhada pelas novas aplicações e novidades nos sistemas operativos que animam o mercado destes equipamentos. Uma delas, defende Pedro Gaspar, é a funcionalidade 3D, que deve passar a ser um dos factores de atracção no futuro, quando os consumidores tiverem de optar sobre quais as funcionalidades preferidas num tablet. A mobilidade dos smartphones «A principal diferença, comparando com um telemóvel tradicional, centra-se na experiência de utilização que permitiu colocar as pessoas em contacto com amigos, colegas e família a qualquer hora e em qualquer lugar, através de ferramentas como é o caso das redes sociais e do », explica Liliana Bolós, Iberia Marketing Manager da HTC, sobre as novas formas de comunicação que os smartphones trouxeram. Exemplo disso mesmo é a aposta da HTC no smartphone com acesso privilegiado à rede social de Mark Zuckerberg. «Nós fomos a primeira marca que optimizou a experiência do Facebook através da integração de uma tecla de acesso directo a esta rede social nos nossos modelos HTC Salsa e HTC ChaChaCha», explica Liliana Bolós. A facilidade na utilização e uma experiência multimédia abrangente são as características que os consumidores preferem num smartphone da marca HTC, explica a Iberia Marketing Manager. Já Nuno Parreira, Head of Mobile Division da Samsung Electrónica Portuguesa, defende que «o consumidor português tenta aliar a qualidade da marca a um preço apelativo, tendo sempre em atenção algumas características essenciais, tais como, a capacidade de memória, o acesso à internet e a resolução da câmara fotográfica». A marca asiática não desenvolve telemóveis tradicionais, sendo a sua aposta concentrada apenas em dispositivos smartphones. Para Liliana Bolós, esta estratégia explica-se em três fundamentos. O primeiro prende-se com o crescimento do número quatro vezes superior de smartphones vendidos, face aos tradicionais. Em segundo lugar, é uma resposta à necessidade dos consumidores que, ao experimentar os novos dispositivos, já não regressam aos telemóveis tradicionais, porque a possibilidade de acesso a conteúdos na internet é um factor decisivo. E, finalmente, para a HTC, a forma de responder às necessidades dos seus consumidores é dando- -lhes as ferramentas que apenas estão disponíveis nos smartphones. «Os smartphones são o presente e o futuro das comunicações», defende a Iberia Marketing Manager. A Samsung continua a apostar nos telemóveis tradicionais. «Nem todos os consumidores são tecnológicos, e o perfil de pessoas séniores ou crianças adapta-se tipicamente a modelos menos evoluídos», explica Nuno Parreira. Na HTC, segundo Liliana Bolós, as novidades, para o fim deste ano, passarão por melhorar as tecnologias integradas nos equipamentos, como é o caso do 3D. Entre as novidades da Samsung, conta-se a chegada dos três novos equipamentos: Wave III, Wave M e Wave Y, já com a nova versão do sistema operativo Bada 2.0. Os modelos já conhecidos pelo consumidor (Samsung Galaxy S II, Samsung Galaxy Tab 8.9 e Samsung Galaxy Tab 10.1) vão passar a ter integrada a tecnologia LTE, o que permitirá usufruir de velocidades de transferência de dados superiores. E a marca sul-coreana vai disponibilizar ainda o serviço Ch@tON, uma plataforma de conversação. Agora é esperar para ver quais as marcas e respectivas ofertas que vão ser capazes de conquistar os consumidores. 130 \ Marketeer n.º 182, Setembro de 2011 \