ESTADO DA PARAIBA PODER JUDICIARIO GABINETE DO DÊS SAULO HENRIQUES DE SA E BENEVIDES

Transcrição

1 I I W. npub (,. ~Ne 10 ESTADO DA PARAIBA PODER JUDICIARIO GABINETE DO DÊS SAULO HENRIQUES DE SA E BENEVIDES ACORDÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO N /001 RELATOR Des Saulo Henrques de Sá e Benevdes AGRAVANTE Carla Csla}me Moura Fernandes ADVOGADO Thélo Fará's e outros AGRAVADO Banco do Brasl S/A ADVOGADO Adrana Bezerra de Olvera AGRAVO DE INSTRUMENTO AÇÃO DECLARATORIA DE INEXISTÊNCIA DE DEBITO EMPRESTIMO REALIZADO POR FALSARIO PEDIDO DE CANCELAMENTO DOS DESCONTOS EFETUADOS NO COTRACHEQUE NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATORIA INDEFERIMENTO PEDIDO DE INVERSÃO DO ÕNUS DA PROVA RESPONSABILIDADE OBJETIVA DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS DEFERIMENTO ART 14 DO CDC PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO A responsabldade das nsttuções fnanceras, fornecedoras de servwos perante o Códgo de Defesa do Consumdor, e objetva, sendá do banco, portanto, o ônus de provar a nexstênca de defeto na prestação do servço ou que houve culpa exclusva do consumdor ou de tercero 11) dentfcados VISTOS, RELATADOS E DISCUTIDOS estes autos antes ACORDA a Egrega Tercera Câmara Cvel do Colendo Trbunal de Justça do Estado, a unanmdade, em julgar parcalmente procedente o presente agravo RELATORI O Trata-se de Ag avo de Inst mzento com peddo lmnar nterposto por CARLA CISLAYNE MOURA FERNADES, devdamente qualfcada, contra decsão do Juz da 7a Vara Cível de Campfa Grande, que ndeferu o peddo de antecpação da tutela formulado pelo agravante nos autos da Ação de Declat atol a de Inexstênca de Debto com peddo Lmnar de Tutela Antecpada c/c Indenzação por Danos Moras e Perdas e Danos proposta em face do BANCO DO BRASIL S/A A agravante alega, em síntese, que o banco está cobrando, ndevdamente, uma dvda contrada por falsáro em seu nome e que esta sendo descontado de seu contracheque, todo mas, a quanta de R$ 371,35 (trezentos e setenta e um reas e trnta e cnco centa-s. os) Por fm, pugna pelo defermento da tutela antecpada, para que o banco agravado suspenda o dk,sconto que vem sendo efetuado nos contracheques da autora seja determnada a períca grafotecnca e a nversão do ônus da prova, obrgando o

2 ,. 1 agravado a traze aos autos as flmagens nternas do estabelecmento fnancero no da do referdo empréstmo Lmnar deferda parcalmente (fls 23/24) Apes r de devdamente ntmada (fl 76), a agravada dexou transcorrer o prazo sem apresentar contra-razões recursas (fl 82) Infornações devdamente prestadas (ts 80/81) Instada a manfestar-se, a Procuradora de Justça, no parecer de fs 190/194, opnou pelo provmento parcal do agravo, a fm de que seja nvertdo o ônus da prova E o relatorto Voto --"9/ Cuda-se de Agravo de Instrumento nterposto em face da decsão do magstrado de prmero grau que não suspendeu os descontos que estavam sendo efetuados no contracheque da agravante, bem como que deferu apenas a produção de prova Otestemunhal, quando a agravante requereu tambem a perca grafo tecnca, juntada das flmagens nternas do estabelecmento fnancero no da do empréstmo e a nversão do ônus da prova 1 A agravante alega, ncalmente, que uma mulher, passando-se por ela, realzou um empréstmo 'junto ao Banco do Brasl obtendo o valor desejado, e, em razão dsso, vem sendo descontado de seu contracheque o valor de R$ 371,35 (trezentos e setenta e um reas e trnta e cnco centavos) Aduz anda que o banco fo neglgente ao conceder o empréstmo sem o mnmo de cautela no momento da verfcação dos documentos, tendo sdo vtma, portanto, de neglgênca por parte do agravado Desta forma, em vrtude da responsabldade objetva sedmentada no dreto pátro, requer o defermento do efeto suspensvo atvo a este agravo III Ocorre, contudo, que em nenhum momento restou acostado aos autos qualquer ndco de que realmente houve fraude na concessão do emprestmo, sendo tal comprovação essencal para o defermento da antecpação da tutela recursal, haja vsta que esta ausênca desconfgula o frmus bom m s O fato de o CDC estabelecer que "o fornecedor de servços responde, ndependentement; da exstênca de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumdores por detet s relatvos a prestação dos servços", acarreta a nversão do ônus da prova, de modo que o banco pode demonstrar uma das hpóteses prevstas no art 14, 3' do CDC, para exmrtse da responsabldade Art 14 O fornecedor de servços responde ndependentemente dl exstênca de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumdores por defetos relatvos à prestação dos servços bem como por nformações nsufcentes ou nadequadas sobre sua frução e rscos 1 O servço e defetuoso quando não fornece a segurança que o consumdor dele pode esperar, levando-se em consderação as crcunstâncas relevantes, entre as quas I o modo de seu fornecmento II - o rtsultado e os rscos que razoavelmente dele se esperam III - a poca em que fo fornecdo ( ) 30Ø fornecedor de senços sé não será responsablzado quando provar I - que, tendo prestado o ser ço, o defeto nexste, II - a culpa exclusva do consumdor ou de tercero

3 e Assm, se o banco comprovar que prestou o servço, mas que nexste defeto na sua prestação ou consegur demonstrar a culpa exclusva do consumdor ou de tercero, não poderá' ser condenado Desta forma, e precso que haja a nstrução processual para poder suspender os descontos nos contracheques, tendo em vsta que nos autos não consta qualquer ndco materal de fraude A respeto do peddo de nversão do ônus da prova, o mesmo deve ser deferdo, para que se dstermne a perca grafo tecnca, bem como para que o reu junte aos autos as flmagens nternas do estabelecmento fnancero no da do referdo emprestmo Isso porque o CDC estabelece que a responsabldade do fornecedor de servços e objetva, demonstrando a fumaça do bom dreto Nes se sentdo 1111 Dreto processual cvl Ação de ndenzação Saques sucessvos em conta corrente Negatva de autora do correntsta Inversão do ônus da prova - E plenamente N ável a nversão do ônus d g prova (art 333, II do CPC) na ocorrênca de saques ndes, dos de contas-correntes, competndo ao banco (réu da não de ndenuação) o ônus de provar os fatos mpedtsos, modfcatvos ou extntn os do dreto do autor - Incumbe ao banco demonstrar, por meos dôneos, a nexstênca ou mpossbldade de fraude, tendo em %esta a notoredade do reconhecmento da possbldade de %olação do sstema eletrônco de saque por meo de cartão bancáro e/ou senha - Se fo o clente que retrou o dnhero, compete ao banco estar mundo de nstrumentos tecnológcos seguros para provar de forma negánel ocor ênea Recurso especal parcalmente conhecdo, mas não pron do (REsp /SP, Re Mnstra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/12/2005, DJ 01/02/2006 p 553) Consumdor Saque ndevdo em conta corrente Cartão bancano Responsabldade objetva do fornecedor de servços Inversão do ônus da prova Debate referente ao onus de provar a autora de saque em conta corrente efetuado medante cartão bancano, quando o correntsta, apesar de deter a guarda do cartão nega a autora dos saques - Reconhecda a possbldade de N mlação do sstema eletrônco e, tratando-se de sstema própro das nsttuções fnanceras, ocorrendo retrada de numtráro d g conta corrente do clente, no reconhecda por este, mpõe-se o reconhecmento da responsabldade objetna do fornecedor do sers ço, somente passnel de ser ldda nas hpóteses do 3 do art 14 do CDC - Inversão do ônus da prova gualmente facultada, tanto pela hpossufcênca do consumdor, quanto pela verossmlhança das aleg ções de suas alegações de que não tfetuara o saque em sua conta corrente Recurso não conhecdo (REsP /RJ Rel Mnstra Nancy Andrgh, Tercera Turma, julgado em 16/12/2004 DJ 01/02/2005 p 542) Ademas, o defermento da produção de tas provas neste momento se faz necessáro, tendo em vsta que sua postergação podera atrapalhar o curso do processo Ante todo o exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE o recurso, determnando a nversão do ônus da prova, para que sejam acostados aos autos a flmargem do da do emprestmo e para que seja realzada a períca grafo tecnca E como voto Presdu a Sessão o Exmo Sr Des Saulo Hennques de Sa e Benevdes Partcparam do julgamento, alem do relator Emnente Des Saulo Henrques de Sa e Benevdes, o Exulo Dr Térco Chaves de Moura, Juz convocado para substtur o Exmo Des Marco Murlo da Cunha Ramos e o Exmo Dr Mguel de Brtto Lyra Flho, Juz de Dreto convocado para ntegrar a P Câmara Cvel e para compor o quorum desta Câmara

4 Presente ao julgamento o Exmo Sr Dr Alcdes Orlando de Moura Jansen, Procurador de Justça João Pessoa, 16 de dezembro de 2008, -,, - Des. Saulo II' lques de Sa e Benesdes 1 elator I,

5 , e TRIBUNAL DE JUSTIÇA Coordenadora aottrw neptstrafn