UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE - UNIVALE FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS FHS CURSO DE PSICOLOGIA

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1 UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE - UNIVALE FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS FHS CURSO DE PSICOLOGIA Andréia Ribeiro Alves Josiani de Oliveira Mirélli Oliveira Torrezani Salessa Sathler Garcia dos Santos TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ANTI-SOCIAL Governador Valadares 2009

2 ANDRÉIA RIBEIRO ALVES JOSIANI DE OLIVEIRA MIRÉLLI OLIVEIRA TORREZANI SALESSA SATHLER GARCIA DOS SANTOS TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ANTI-SOCIAL Monografia para obtenção do grau de Bacharel em Psicologia, apresentada à Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Vale do Rio Doce. Orientador: Roberto Jório Filho Governador Valadares 2009

3 ANDRÉIA RIBEIRO ALVES JOSIANI DE OLIVEIRA MIRÉLLI OLIVEIRA TORREZANI SALESSA SATHLER GARCIA DOS SANTOS TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ANTI-SOCIAL Monografia apresentada em tendo sido considerada. Professor Omar de Azevedo Ferreira Professora Adelice Jaqueline Bicalho Professor Roberto Jório Filho (orientador)

4 Dedicamos este trabalho monográfico aos nossos pais e ao nosso amigo, professor e orientador Roberto Jório Filho pela paciência, amizade e compreensão. A vocês a nossa eterna gratidão por participarem da realização deste sonho.

5 AGRADECIMENTOS Esta conquista não é resultado somente dos últimos cinco anos de nossas vidas acadêmicas, mas do imprescindível esforço de nossos pais, por toda uma vida, que com perseverança, coragem e fé, conduziram nossa educação. Por isso agradecemos a Deus pelas suas vidas e pela enorme felicidade de podermos concluir essa etapa. Nosso carinho aos nossos irmãos, que contribuíram de forma efetiva para essa vitória. Obrigado por estarem ao nosso lado em todos os momentos! A felicidade aparece para aqueles que choram para aqueles que se machucam, para aqueles que buscam, para aqueles que tentam sempre e para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passaram por suas vidas. Neste percurso encontramos força e fé bastantes para fazer das adversidades momentos doces, dificuldades para tornar-nos mais forte, tristezas para fazer-nos mais humanos, perseverança e resignação para seguir em frente e esperança suficiente para realizar um sonho. Agradecemos aos Mestres por compartilharem seus conhecimentos, pela dedicação, persistência e paciência no exercício da arte de educar, em especial ao professor Roberto Jório.

6 RESUMO O presente trabalho tem como propósito apresentar as características básicas dos diversos transtornos específicos da personalidade, centrando no transtorno de personalidade antisocial; esclarecendo as possíveis causas biopsicossociais que podem favorecer o aparecimento do transtorno. Uma personalidade pode ser definida como a soma total da interação e reação do indivíduo em relação aos demais é também uma organização interna e dinâmica de todo o sistema psicológico que cria os padrões de comportamento, possuindo em sua estrutura certa flexibilidade, onde o sujeito transita entre a flexibilidade e a rigidez para interagir com certas experiências adquiridas. Os transtornos de personalidade se caracterizam quando o indivíduo possui certa rigidez da personalidade estando inflexivelmente em um dos extremos de comportamento, transtorno de personalidade é um padrão persistente e relativamente estável ao longo do tempo, no modo de pensar, sentir e se comportar. Nos últimos anos, tem havido um interesse crescente a respeito de uma melhor compreensão sobre o transtorno de personalidade anti-social. O aumento da criminalidade e violência urbana pode ter contribuído para esse maior interesse. O comportamento anti-social ao extremo é classificado como Transtorno da Personalidade Anti-Social (conhecido também como psicopatia, sociopatia ou transtorno da personalidade dissocial), é caracterizado como um padrão invasivo de desrespeito e violação dos direitos dos outros, que inicia na infância ou começo da adolescência e continua na idade adulta. Para receber este diagnóstico, o indivíduo deve ter pelo menos 18 anos e/ou ter tido uma história de alguns sintomas de Transtorno da Conduta na infância. As pessoas com este transtorno desrespeitam os desejos, direitos ou sentimentos alheios. Freqüentemente enganam ou manipulam os outros, a fim de obter vantagens pessoais. Podem mentir repetidamente, usar nomes falsos, ludibriar ou fingir. Será utilizada uma pesquisa qualitativa com levantamento bibliográfico e análise de provas documentais, visto que são inúmeros fatores que influenciam tal comportamento. O tratamento recomendado para o Transtorno de Personalidade Anti-social é a terapia Cognitivo Comportamental e de grupo, pois promove a reestruturação do modo desses indivíduos processarem as informações do meio em que está inserido. Palavras-chave: Personalidade. Transtorno. Anti-social.

7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO CONCEITO DE PERSONALIDADE TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ANTI-SOCIAL SUGESTÕES TERAPÊUTICAS E ANÁLISE DE CASOS...29 CONCLUSÃO...36 REFERÊNCIAS...38

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9 INTRODUÇÃO O termo personalidade deriva do latim persona, com significado de máscara, assim, podese definir também personalidade por um conceito dinâmico que descreve o crescimento e o desenvolvimento de todo sistema psicológico de um indivíduo. Personalidade pode também ser definida como sendo a totalidade dos traços emocionais e de comportamento de um indivíduo, ou seja, seu caráter. Logo, poderia ser a maneira de ser e agir de cada um, ou seja, sua conduta. Um transtorno de personalidade aparece quando esses traços são muito inflexíveis e mal ajustados, ou seja, prejudicam a adaptação do indivíduo às situações que enfrentam, causando a ele próprio, ou mais comumente aos que lhe estão próximos, sofrimento e incômodo. Geralmente esses indivíduos são pouco motivados para tratamento, uma vez que os traços de caráter pouco geram sofrimento para si mesmo, mas perturbam suas relações com outras pessoas, fazendo com que amigos e familiares aconselhem o tratamento. Todavia, esses transtornos, aparecem no início da idade adulta, mas ocorrem indícios dos mesmos na infância e na adolescência e são crônicas, permanecendo por toda a vida do indivíduo se estes não forem tratados. Para Trindade (2009) et al, o indivíduo com Transtorno de Personalidade Anti-social revela uma insuficiência permanente de caráter. A sua inadaptação social é acompanhada de ausência de sentimento ético e morais e pode impulsioná-lo para atividades delituosas manifestas através de crimes cruéis. Com habilidade, o indivíduo com Transtorno de Personalidade Anti-social costuma recorrer a mentiras sistemáticas para alcançar o que deseja sem vivenciar sentimento de arrependimento e culpa. (p.18). Trata-se de um tema relevante, pois atualmente vivenciamos uma onda de violência que ocorrem em todos os contextos: nas escolas, nas empresas, no meio familiar e social, estando presente em todos os poderes econômicos, sendo a violência e a criminalidade discutida em todos os seguimentos da sociedade. Uma pequena contribuição para facilitar a compreensão, pelo menos em menor escala, da mente desses sujeitos poderia auxiliar e

10 8 alertar a população no sentido de agir com cautela diante de qualquer fato criminoso, realizado por indivíduos com transtorno de personalidade anti-social. A metodologia utilizada na realização deste trabalho é a revisão bibliográfica qualitativa e análise de provas documentais, o que consiste na seleção, leitura e sistematização de todo o material de pesquisa em pauta. Com isso pretende-se caracterizar o Transtorno de Personalidade Anti-social também denominado de (transtorno) amoral, dissocial, associal, psicopática e/ou sociopática (segundo a descrição da CID-10). Procura explicar o comportamento de indivíduos com transtorno de personalidade anti-social, a partir de referencias teóricas publicadas em documentos, busca também perceber e compreender a natureza geral do tema, abrindo espaço para interpretações. Os objetivos deste trabalho, além de conhecer os aspectos psicossociais que influenciam no comportamento de indivíduos com Transtorno de Personalidade Anti-social; é apresentar as características básicas dos diversos transtornos específicos da personalidade, centrando no transtorno de personalidade anti-social; esclarecendo as possíveis causas biopsicossociais que podem influenciar, ou seja, favorecer o desenvolvimento do Transtorno de Personalidade Anti-social e como esse indivíduo se comporta perante a sociedade. Mesmo com a improbabilidade de mudanças no transtorno de personalidade anti-social, o terapeuta tem como função orientar os familiares (que terão que conviver com o portador deste transtorno) de como minimizar o efeito destrutivo desta patologia. É de grande importância que os pais não neguem os problemas de conduta que um filho começa a apresentar, é necessário que coloquem limites e procurem ajuda para lhe dar com possíveis problemas, pois a intervenção precoce aumenta a probabilidade de reduzir o problema antes que ele seja instalado. Para melhor entendimento este trabalho de conclusão de curso foi desenvolvido em três capítulos.

11 9 No primeiro capítulo conceituaremos a personalidade, utilizando as três abordagens: psicanálise, comportamental e a humanista (centrada na pessoa), para melhor entendermos o que é e no que consiste a personalidade humana. No segundo capítulo vamos fazer um breve levantamento dos Transtornos de Personalidade Paranóide, Esquizóide, Esquizotípica, Borderline, Narcisista, Histriônica, Obsessivocompulsiva, Esquiva, Dependente e a Anti-social conforme o DSM IV (Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais) e a CID 10 (Classificação Internacional dos Transtornos Mentais e de Comportamento) com suas principais características. As causas desses transtornos, na maioria das vezes, são múltiplas, mas relacionadas com as vivencias infantis e as da adolescência do indivíduo, ou seja, a influência dos fatores biopsicossociais. No terceiro abordaremos o Transtorno de Personalidade Anti-social, o qual explanaremos de forma mais abrangente, conceituando detalhadamente este transtorno. No quarto e último capítulo explanaremos possíveis tratamentos de Transtorno de Personalidade Anti-social usando alguns casos como exemplo.

12 10 1 CONCEITO DE PERSONALIDADE O termo personalidade deriva do latim persona, com significado de máscara, assim pode-se definir também personalidade por um conceito dinâmico que descreve o crescimento e o desenvolvimento de todo sistema psicológico de um indivíduo. Outra definição poderia ser a organização dinâmica interna dos sistemas psicológicos do indivíduo que determina o seu ajuste individual ao ambiente. Mais claramente, pode-se dizer que é a soma total de como o indivíduo interage e reage em relação aos demais. Personalidade é então uma organização interna e dinâmica dos sistemas psicofísicos que criam os padrões de comportamento, de pensar e de sentir característicos de uma pessoa. É fruto de uma organização progressiva do ser humano e não apenas entendida como um fenômeno em si, ela evolui de acordo com a organização interna do indivíduo. A busca por explicações sobre a personalidade tem mobilizado diversas áreas do conhecimento humano, e a tendência em classificar pessoas é tão antiga quanto a humanidade. Segundo Ballone (2008), na Grécia, Hipócrates ( a.c.), considerado o pai da medicina, classificava a personalidade em quatro tipos (sangue, fleuma, bile branca e bile negra), de acordo com a presença de determinadas substâncias no organismo, segundo a qual, a predominância de qualquer um desses quatro humores caracterizaria o temperamento das pessoas, bem como a inclinação para determinadas doenças. No século XVII, o filósofo John Locke foi um dos primeiros a teorizar que a mente humana nasce vazia, como uma folha de papel em branco e que a personalidade seria fruto das experiências. Logo depois, o francês Jean Jaques Rousseau criou o conceito do bom selvagem inspirado nas descobertas de povos indígenas nas Américas. Para ele os humanos nasceriam inocentes e pacíficos. Males como ganância e a violência seriam produtos da civilização, ou seja, isso caracterizaria o bom selvagem. A partir da descoberta da estrutura do DNA pelo americano James Watson e pelo inglês Francis Crick em 1953 até o mapeamento completo do genoma humano em 2003, abriu-se um campo de exploração sem precedentes para entender as origens biológicas da personalidade. Hoje se sabe que os comportamentos dependem da interação entre fatores genéticos e ambientais. Além disso, as descobertas mais recentes mostram que as influências dos hábitos e do estilo de vida de cada um na ação dos genes é maior do que se

13 11 pensava. Questões vivenciais podem servir como gatilho para disparar certas predisposições geneticamente determinadas. Segundo Ballone (2008), os genes herdados se apresentam como possibilidades variáveis de desenvolvimento em contato com o meio e não como certeza inexorável de desenvolvimento. O ser humano não deve ser considerado nem exclusivamente ambiente, nem herança. Não deve ser considerado um produto exclusivo do seu meio, tal como um aglomerado dos reflexos condicionados pela cultura que rodeia e despido de qualquer atributo mais nobre de sentimentos e vontade própria. Não pode ser considerado um punhado de genes, resultando numa máquina programada a agir, desta ou daquela maneira. (Disponível em: em 16 de outubro de 2009 às 23:30) De maneira geral, o estado em que se apresenta o indivíduo num dado momento, deve ser entendido como uma conjunção entre seu patrimônio genético e a influência ambiental a que se submeteu. É uma somatória daquilo que ele trouxe para a vida com aquilo que a vida lhe concedeu. Considerando então a personalidade como sendo composta de elementos constitucionais e/ou de elementos ambientais. A discussão sobre a força do ambiente é antiga, acirrada, infindável e inclusiva. A tendência correta é entender o sujeito como um todo. A Psicologia da Personalidade estuda as estruturas componentes da personalidade, e esta procura sistematizar e conjugar as semelhanças e diferenças das estruturas mentais e comportamentais dos seres humanos. Em função disso, cria métodos terapêuticos para corrigir distúrbios e perturbações que possam ocorrer. Muitas vezes, essas perturbações, podem estar relacionadas com a forma como se processou a formação da personalidade. A Psicologia é uma ciência que tem sob alguns aspectos uma estrutura filosófica baseada em modelos mentais e comportamentais; existem correntes de pensamento e teorias psicológicas que realçam determinados aspectos concretos da personalidade, sobre como se organizam, desenvolvem e manifestam os mecanismos mentais no comportamento. Para o senso comum, a personalidade é atribuída a uma pessoa sendo definida como boa ou má. Para psicologia a personalidade seria um conjunto de características que diferenciam os indivíduos, evitando assim, este juízo de valor.

14 12 Para se falar de personalidade é preciso entender o que vem a ser um traço de personalidade. O traço é um dos aspectos do comportamento duradouro da pessoa; é a sua tendência à sociabilidade ou ao isolamento; à confiança ou à desconfiança nos outros. Assim sendo, a personalidade é definida pelos traços emocionais e de comportamento de um indivíduo. O comportamento final de uma pessoa é o resultado de todos os seus traços de personalidade e o que diferencia os indivíduos é a amplitude e intensidade com que cada traço é vivido. É fácil e rápido tentar somar o conjunto das características de personalidade de uma pessoa utilizando termos vagos como extraordinária e horrível. O assunto personalidade é complexo demais para uma descrição tão simplista, pois os seres humanos são demasiadamente complexos e mudam em situações diferentes e com pessoas também diferentes. Nós temos de ser mais precisos na nossa linguagem para definir e descrever adequadamente a personalidade. Por esse motivo, os psicólogos vêm se esforçando consideravelmente para elaborar testes que avaliem a personalidade. (SCHULTZ, 2006, p.4) Para a psicanálise a personalidade é constituída por três estruturas: o ID que consiste em tudo o que é psicológico, herdado. Está relacionado à satisfação das necessidades corporais. Ele é o reservatório de energia psíquica e fornece energia para a operação dos outros dois sistemas. Freud chamou o ID de a verdadeira realidade psíquica (HALL, 2000, p.53). O EGO é o mestre racional da personalidade, está ciente da realidade. O EGO decide quando e como os instintos do ID podem ser satisfeitos da melhor maneira. (SCHULTZ, 2006, p.50). O SUPEREGO representa mais o ideal do que o real e luta mais pela perfeição do que pelo prazer, inibi os impulsos do ID e persuadi o EGO. Ele busca pela perfeição moral. Freud foi provavelmente o primeiro teórico da psicologia a enfatizar os aspectos desenvolvimentais da personalidade. Ele considerava que a personalidade já estava muito bem formada pelo final do quinto ano de vida e que o desenvolvimento subsequente era praticamente só a elaboração dessa estrutura básica. Ele chegou a essa conclusão com base em suas experiências com pacientes que se submetiam à psicanálise. O conceito original de Freud dividia a personalidade em três níveis: o consciente, o pré-consciente e o inconsciente. Freud considerava o consciente um aspecto limitado da personalidade, porque há somente uma pequena parte de nossos pensamentos, sensações e lembranças na consciência todo o tempo. O consciente corresponde ao seu significado normal, o cotidiano.

15 13 O pré-consciente é o depósito de lembranças, percepções e idéias das quais não estamos cientes no momento, mas que podemos facilmente trazer para o consciente. O inconsciente contém a força propulsora por trás de todos os comportamentos e é o depósito de força que não conseguimos ver ou controlar. Embora cada uma dessas partes da personalidade como um todo, tenha suas próprias funções, propriedades e componentes, elas interagem tão estreitamente que é difícil, desemaranhar seus efeitos e pesar sua relativa contribuição ao comportamento humano. A personalidade se desenvolve em resposta a quatro fontes importantes de tensão: (1) processo de crescimento fisiológico, (2) frustrações, (3) conflitos e (4) ameaças. Como uma conseqüência direta de aumentos de tensão emanando dessas fontes, a pessoa é forçada a aprender novos métodos de reduzir a tensão. Tal aprendizagem é o que seria o desenvolvimento da personalidade. (HALL, 2000, p.61) Segundo Jung, a personalidade é determinada pelo que esperamos ser e pelo que fomos. Acreditava que nos desenvolvemos e crescemos independentemente da idade e estamos sempre indo para um grau mais completo da realização do self. (SCHULTZ, 2006, p.99). Segundo ele os pais podem ampliar ou impedir o desenvolvimento da personalidade da criança, isso se dá de acordo com o modo que os pais se comportam em relação a criança. A partir disso, ele defende que a personalidade na infância nada mais é que o reflexo da personalidade dos pais. Para Jung na puberdade a psique ainda não assume forma diferente da infância, mas, contudo é citado por ele como nosso nascimento psíquico, apresentando dificuldades e necessidades de se adaptar, pois as fantasias infantis se acabam e o adolescente se depara com as demandas da realidade. O foco se torna externo e o consciente predomina geralmente a atitude consciente principal nesta fase é de extroversão. O início da idade adulta é marcado por um período emocionante e de desafio, repleto de novos horizontes e realizações, pois temos como objetivo atingir as nossas metas e criar uma posição segura para nós no mundo. A meia-idade é um período de transição no qual o foco e os interesses das pessoas mudam, elas diminuem seus interesses na educação, carreira e família e passam a se dedicar ao mundo interior e subjetivo. Conclui-se então que: Para ele, a meta principal

16 14 da vida é a individuação. As experiências da infância são importantes, mas a personalidade é mais afetada pelas experiências da meia-idade e pelas esperanças para o futuro. A personalidade é singular na primeira metade da vida, mas não na segunda. (SCHULTZ, 2006, p.111) A teoria Freudiana difere-se da Junguiana, pois Freud tinha uma visão pessimista da natureza humana. Para ele o ser humano está fadado à ansiedade, a tensão, a frustração dos impulsos e aos conflitos. Esta natureza em grande parte é herdada, mas parte da mesma é aprendida por meio da interação pais e filhos. Já Jung tinha uma imagem da natureza humana mais otimista e menos determinista, pois acreditava que parte da personalidade é inata e parte aprendida. As experiências da infância são importantes, mas a personalidade em si é mais afetada pelas experiências vividas na meia-idade e pelas perspectivas para o futuro. Na visão comportamental, o comportamento é o acúmulo de respostas aprendidas por meio de estímulos ou hábitos. Refere-se apenas ao que pode ser observado e manipulado de maneira objetiva. Para Skinner a personalidade é definida como uma coleção de padrões de comportamento (FADIMAN, 2002, p.193) e argumenta que, se você basear sua definição do eu em um comportamento observável, não é necessário discutir o eu ou a personalidade. Skinner negava a existência de uma entidade chamada personalidade e não buscava causas para o comportamento dentro do organismo. Os processos mentais e psicológicos não são observáveis objetivamente e, portanto, não tem relevância para a ciência. (SCHULTZ, 2006, p.382) Para a teoria humanista, centrada na pessoa, o único modo de avaliar a personalidade é em termos das experiências subjetivas e os eventos na vida da pessoa como ela os percebe e aceita como reais. Carl Rogers acreditava que seus pacientes eram capazes de examinar a raiz de seus problemas e redirecionar o desenvolvimento da personalidade que poderia ter sido impedida por alguma incongruência entre o seu autoconceito e suas experiências. Rogers tinha uma visão otimista do ser humano que englobava uma crença no livre arbítrio. Segundo ele indivíduos e sociedade podem se desenvolver livremente sem empecilhos

17 15 causados por eventos do passado. Na abordagem centrada na pessoa o terapeuta fornece considerações positivas incondicional ao cliente. Nesta teoria supõe-se que o cliente é responsável pela mudança de sua personalidade. A personalidade pode apenas ser compreendida por meio de uma abordagem fenomenológica, ou seja, a partir do ponto de vista do próprio individuo, baseado em suas experiências subjetivas (seu campo experiencial). Nosso objetivo é a auto-realização, uma tendência inata de crescer e se desenvolver. (SCHULTZ, 2006.p.331) Em psicopatologia, as anormalidades da personalidade se reportam, principalmente, à possibilidade que se tem de classificar determinada personalidade como sendo desta ou daquela maneira de existir, enquanto o normal seria a pessoa ser "um pouco de tudo", ou seja, ter um pouco de cada característica humana sem prevalecer patologicamente nenhuma delas. Em suma, a relação entre a interação com o meio e as experiências adquiridas nos primeiros anos de vida; as formas como os indivíduos percebem as vivências do presente e a capacidade de encontrar as raízes de seus problemas; são fatores que influenciam na caracterização e formação de nossa personalidade, tanto quanto os estímulos que recebemos do mundo externo e os comportamentos, que ao sermos inseridos nele, aprendemos.

18 16 2 TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE O transtorno de personalidade ao longo dos séculos, já foi nomeado de diversas formas: insanidade moral, monomania moral, transtorno ou neurose de caráter, dentre outros. Entretanto o termo que mais se popularizou entre os profissionais de saúde mental foi psicopatia. Tal termo foi utilizado com várias denominações, às vezes sendo identificado como personalidade sociopática, outras vezes transtorno de personalidade em geral, tais como: anti-social e até mesmo dissocial. Não existe consenso sobre o conceito de transtorno, porque além de ser objeto de estudo científico, médico e psicológico é também objeto de consideração social, político e jurídico. A CID-10 o considera como a existência de um conjunto de sintomas ou comportamentos clinicamente reconhecíveis, associado na maioria dos casos a sofrimento e interferência com funções pessoais (1993, p.5) segundo Schneider apud Dalgalarrondo (2000), o elemento central dos transtornos de personalidade é que o indivíduo apresenta as seguintes características básicas: sofre e faz sofrer a sociedade, assim como não aprende com a experiência. (p.165). Isso quer dizer que, no transtorno de personalidade há uma marcante desarmonia que se reflete tanto no plano intrapsíquico como no plano das relações interpessoais. Embora de modo geral os transtornos de personalidade produzam consequências muito penosas para o indivíduo, familiares e pessoas próximas, não são facilmente modificáveis por meio das experiências; tende antes a se manter estável ao longo de toda a vida. A etiologia dos transtornos da personalidade deve ser buscada tanto em aspectos internos quanto externos de seu portador (COID,1999). Os aspectos internos são representados pelas características constitucionais, genética ou biológica do indivíduo, enquanto os externos são representados por características adquiridas, decorrentes de sua interação tanto física quanto psíquica ao longo da vida. Na interação física, observa se há ou não traumatismo craniano ou infecções cerebrais, já a interação psíquica é representada inicialmente pelo relacionamento com os pais, depois com os outros familiares, e também pela relação social.

19 17 A existência de um vínculo familiar consistente nos primeiros anos de vida, está associada a um comportamento de confiança em relação a si mesmo. Isso revela como os relacionamentos primitivos são importantes no desenvolvimento da personalidade. Quando há uma ruptura precoce no vínculo afetivo, deve-se valorizar a pesquisa etiológica dos transtornos da personalidade, porque exerce um efeito prejudicial no desenvolvimento da personalidade. A capacidade de vincular-se efetivamente está ligada aos primeiros anos de vida do indivíduo. A Organização Mundial de Saúde trata os Transtornos da Personalidade e de Comportamentos, especificando-os nos títulos de F60 até F69 na Classificação Internacional dos Transtornos Mentais e de Comportamento (CID-10). Descreve tais transtornos da seguinte maneira: Estes tipos de condição (Transtornos de Personalidade) abrangem padrões de comportamento profundamente arraigados e permanentes, manifestando-se como respostas inflexíveis a uma ampla série de situações pessoais e sociais. Eles representam desvios extremos ou significativos do modo como o indivíduo médio, em uma dada cultura, percebe, pensa, sente e, particularmente se relaciona com os outros. Tais padrões de comportamento tendem a ser estáveis e abranger múltiplos domínios de comportamento e funcionamento psicológico. Eles estão frequentemente, mas não sempre, associados a graus variados de angústia subjetiva e a problemas no funcionamento e desempenho sociais. (p.196 Jorge, Miguel R 2000). Muitas vezes o comportamento de alguém passa a não corresponder a determinadas expectativas dos padrões culturais atualmente em vigor, tanto na área da impressão de si mesmo e das outras pessoas; quanto no campo afetivo das relações, bem como no freio dos impulsos. Outras vezes, suas atitudes tornam-se intransigentes, com sérias consequências. Outra característica transtorno de personalidade é a ausência de bem-estar nas interações sociais e profissionais. Este processo tem início, geralmente, na fase da adolescência, no máximo assim que o sujeito se torna adulto. Ao realizar o diagnóstico, é necessário ter certeza que não há a ocorrência de nenhuma outra patologia, o uso excessivo de determinadas substâncias químicas, nem mesmo a incidência de problemas orgânicos ou de

20 18 lesões cerebrais. Certas perturbações desta natureza não devem ser analisadas como transtorno de personalidade em menores de 18 anos. A Associação Norte-americana de Psiquiatria, através de seus critérios de classificação e diagnóstico de transtornos mentais, o DSM-IV descreve os Transtornos da Personalidade da seguinte forma: Um Transtorno da Personalidade é um padrão persistente de vivência íntima ou comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo, é invasivo e inflexível, tem seu início na adolescência ou começo da idade adulta, é estável ao longo do tempo e provoca sofrimento ou prejuízo. (2000, p.593) Os transtornos de personalidade afetam os relacionamentos interpessoais de um indivíduo, o modo como ele vê o mundo, a maneira como expressa as emoções e seu comportamento social. Caracterizam um estilo de vida mal adaptado, inflexível e prejudicial a si próprio; e mais comumente aos que lhe estão próximos causando sofrimento e incômodo. Está relacionado a padrões de pensamentos, sentimentos e comportamentos que de forma consistente é exibido por uma pessoa durante um longo período e que representa uma forma desadaptativa de atuar no mundo, pois gera distúrbios psicológicos e de enfrentamento de conflitos. Devem-se distinguir os transtornos de personalidade, dos transtornos de alteração da personalidade, que ocorrem a partir de certo momento, desencadeados normalmente por um evento traumático ou um estresse grave, tendo curta duração. As causas destes transtornos geralmente são múltiplas e relacionadas com as vivências infantis e da adolescência do indivíduo. Após um breve esclarecimento do que pode vir a ser um Transtorno da Personalidade, segue alguns tipos de transtornos que serão explicitados de forma breve, através da subdivisão em tipo de transtorno de personalidade, com critérios de diagnóstico próprios e bem definidos tanto pelo DSM-IV, quanto para a CID-10 respectivamente. Para posteriormente especificarmos o transtorno de personalidade anti-social, que é a base do presente trabalho.

21 19 O DSM-IV inclui dez tipos de transtornos de personalidades distintos e a CID-10 inclui doze tipos de transtornos específicos de personalidade, sendo: Transtorno de Personalidade Paranóide segundo o DSM IV: a característica essencial deste Transtorno é um padrão invasivo de desconfiança e suspeita quanto aos outros, de modo que seus motivos são interpretados como malévolos. Segundo a CID-10 este transtorno é caracterizado por: Sensibilidade excessiva a contratempos e rejeições; Tendência a guardar rancores persistentemente, isto é, recusa a perdoar insultos e injúrias ou desfeitas; Suspeitas recorrentes, sem justificativa, com respeito à fidelidade sexual do cônjuge ou parceiro sexual. Transtorno de Personalidade Esquizóide segundo o DSM IV: as características essências desse Transtorno é um padrão invasivo de distanciamento de relacionamentos sociais e uma faixa restrita de expressão emocional em contextos interpessoais. Segundo a CID-10 este transtorno é caracterizado por: Frieza emocional, afetividade distanciada ou embotada; Indiferença aparente a elogios ou críticas; Falta de amigos íntimos ou de relacionamentos confidentes (ou ter apenas um) e de desejo de tais relacionamentos. Transtorno de Personalidade Esquizotípica segundo o DSM IV: as características essências desse Transtorno é um padrão invasivo de déficits sociais e interpessoais marcado por agudo desconforto e reduzida capacidade para relacionamentos íntimos, além de distorções cognitivas ou perceptivas e comportamento excêntrico. Segundo a CID-10 este transtorno é caracterizado por: Pobre relacionamento com outros e uma tendência a retraimento social; Suspeitas e idéias paranóides;

22 20 Ruminações obsessivas sem resistência interna, frequentemente com conteúdos dismorfofóbicos, sexuais ou agressivos. Transtorno de Personalidade Borderline segundo o DSM IV: as características essências desse Transtorno é um padrão invasivo de instabilidade dos relacionamentos interpessoais, auto imagem e afetos, e acentuada impulsividade que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos. Para a CID-10, existem várias características de instabilidade emocional que estão presentes; em adição, a auto-imagem, objetivos e preferências internas (incluindo a sexual) do paciente são com freqüência pouco claras ou perturbadas. (1993, p.200) Transtorno de Personalidade Narcisista segundo o DSM IV: as características essências desse Transtorno é um padrão invasivo de grandiosidade, necessidade de admiração e falta de empatia, que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos. Segundo a CID-10 este transtorno é caracterizado por: Outros transtornos de personalidade que não se enquadra em nenhuma das rubricas específicas F60.0 F60.7 (1993, p.202) Transtorno de Personalidade Histriônica segundo o DSM IV: as características essências desse Transtorno consiste de um padrão invasivo de emocionalidade excessiva comportamento de busca de atenção, que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos. As características desse transtorno segundo a CID-10 são: Auto dramatização, teatralidade, expressão exagerada de emoções; Afetividade superficial e lábil; Preocupação excessiva com atratividade física. Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsiva segundo o DSM IV: a característica essencial desse Transtorno é uma preocupação com organização, perfeccionismo e controle mental e interpessoal, à custa da flexibilidade, abertura e eficiência. Este padrão começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos.

23 21 As características desse transtorno segundo a CID-10 são: Sentimento de dúvida e cautela excessiva; Preocupação com detalhes, regras, listas, ordem, organização ou esquemas; Rigidez e teimosia. Transtorno de Personalidade Esquiva segundo o DSM IV: a característica essencial desse Transtorno é um padrão invasivo de inibição social, sentimentos de inadequação e hipersensibilidade à avaliação negativa, que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos. Para a CID 10 esse transtorno é classificado em F60.8: outros transtornos de personalidade que é caracterizado como um transtorno de personalidade que não se enquadra em nenhuma das Nosologias definidas. Transtorno de Personalidade Dependente segundo o DSM IV: as características essenciais desse Transtorno é uma necessidade invasiva e excessiva de ser cuidado, que leva a um comportamento submisso e aderente e ao medo da separação. Este padrão começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos. Os comportamentos dependentes e submissos visam a obter atenção e cuidados e surgem de uma percepção de si mesmo como incapaz de funcionar adequadamente sem o auxilio de outras pessoas. As características desse transtorno segundo a CID-10 são: Encorajar ou permitir a outros tomarem a maioria das importantes decisões da vida do indivíduo; Relutância em fazer exigências ainda que razoáveis às pessoas das quais depende; Sentir-se inconfortável ou desamparado quando sozinho por causa de medos exagerados de incapacidade de se auto cuidar. Transtorno de Personalidade Anti-social segundo o DSM IV: a característica essencial desse Transtorno é um padrão invasivo de desrespeito e violação dos direitos dos outros. Este padrão também é conhecido como psicopatia, sociopatia e transtorno de personalidade dissocial. Uma vez que o engodo e a manipulação são aspectos centrais do transtorno da

24 22 personalidade anti-social, pode ser de especial utilidade integrar as informações adquiridas pela avaliação clínica sistemática com informações coletadas a partir de fontes colaterais. As características desse transtorno segundo a CID-10 são: Indiferença insensível pelos sentimentos alheios; Atitude flagrante e persistente de irresponsabilidade e desrespeito por normas, regras e obrigações sociais; Incapacidade de experimentar culpa e de aprender com a experiência, particularmente punição. Outros transtornos que não são encontrados no DSM-IV, portanto a CID-10 os classifica da seguinte forma: F60.3 Transtorno de Personalidade Emocionalmente instável: um Transtorno de Personalidade no qual há uma tendência marcante a agir impulsivamente sem consideração dos conseqüências, junto como instabilidade afetiva. A capacidade de planejar pode ser mínima e acessos de raiva intensa podem com freqüência levar à violência ou as explosões comportamentais : estas são facilmente precipitadas quando atos impulsivos são criticados ou impedidos por outros. Duas variantes desse transtorno de personalidade são específicas e ambas compartilham esse tema geral de impulsividade e falta de autocontrole. F60.30 Tipo Impulsivo: As características predominantes são instabilidade emocional e falta de controle de impulsos. Acessos de violência ou comportamento ameaçador são comuns, particularmente em resposta a críticas de outros. F60.6 Transtorno de Personalidade Ansiosa (de evitação): Transtorno de personalidade caracterizado por: Sentimentos persistentes e invasivos de tensão e apreensão; Crença de ser socialmente inepto, pessoalmente desinteressante ou inferior aos outros; Preocupação excessiva em ser criticado ou rejeitado em situações sociais.

25 23 Alguns destes estados e tipos de comportamento aparecem precocemente durante o desenvolvimento individual sob a influência conjunta de fatores constitucionais e emocionais, enquanto outros são adquiridos mais tardiamente durante a vida. É importante lembrar que, os Transtornos de Personalidade não são considerados doença mental na psiquiatria forense brasileira, mas sim perturbação da saúde mental. Os Transtornos da Personalidade, são maneiras problemáticas de ser, constantes e perenes, enquanto as Doenças Mentais ocorrem e se desenvolvem a partir de um momento definido da vida, tal como são as crises, reações, processos, episódios e surtos, enquanto os Transtornos da Personalidade são e as doenças mentais surgem.(ballone, 2005, p.30) Para melhor entender o Transtorno de Personalidade Anti-social que é a base do presente trabalho, enfatizaremos no próximo capítulo sua definição, características e possíveis causas.

26 24 3 TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ANTI-SOCIAL Desde os primórdios o ser humano se adaptou para viver em sociedade, sociedade essa que pode ser resumidamente e entendida como a junção de pessoas que cooperam para a manutenção de uma mínima harmonia. Segundo Souza (2009) o ser humano tem como um dos dispositivos de sobrevivência a capacidade de se colocar no lugar do outro, o que chamamos de empatia, que é o freio da vontade de posicionarmos um contra o outro sem medir os danos e consequências, que podem ocorrer no meio em que vivemos. Os indivíduos com transtorno de personalidade anti-social não têm esse freio, agem conforme suas vontades, ou seja, sem normas, regras ou valores éticos e morais. Pessoas que possuem uma personalidade rígida, indiferente e insensível diante dos sentimentos alheios, têm atitudes persistente de irresponsabilidade e desprezo por normas, regras e obrigações, inabilidade de manter relacionamentos estabelecidos, baixa tolerância a frustração, incapacidade de experienciar culpa e grande dificuldade de aprender com punição que lhe é aplicada, podem ser caracterizadas com transtorno de personalidade antisocial. Os portadores deste transtorno não apresentam quaisquer sinais de anormalidade mental (alucinações, delírios, ansiedade excessiva, etc.) o que torna o reconhecimento dessa condição muito difícil. (Disponível em: acessado em 5 de novembro as 11:30). O conceito de transtorno de personalidade anti-social ainda não esta muito claro devido a diferentes descrições e denominações recebidas ao longo do tempo. Para chegar ao conceito que temos hoje de transtorno de personalidade anti-social devemos voltar um tempo atrás para entender como se chegou a essa classificação. Lombroso (2001 apud Trindade, 2009, p.27), por exemplo, dedicou seu estudo de delinquência através da medida dos traços anatômicos e fisiológicos dos criminosos (fatores endógenos). Segundo ele para erradicar o delito deve-se buscar a eventual causa no próprio delinquente. Parmelee (1925 apud Trindade, 2009, p.30) considerou que todos os delinquentes que cometem delitos sob influência de uma psicose estão incluídos na classe

27 25 de delinquentes psicopáticos. Para Parmelee o delinquente psicopático inclui todos os delinquentes que manifestam uma maior ou menos grau anormalidade mental, excluindo os dementes (fatores exógenos). Uma das primeiras descrições registradas pela medicina que deu a entender sobre a Personalidade Psicopática foi descrita por Girolano Cardamo que descreveu uma improbabilidade, um quadro que não obtinha a insanidade total, mas a pessoa mantinha a aptidão para administrar sua vontade. (Disponível em: < revisto em 2006> acesso em 28 de outubro, as 22:30) Koch (1988) fala de Inferioridades Psicopáticas, mas se refere a inferioridade no sentido social e não moral. Para ele as inferioridades psicopáticas eram congênitas e permanentes. (Disponível em: < revisto em 2006> acesso em 28 de outubro, as 22:30). Pinel (1988 apud Trindade 2009, p.31) descreveu que a falta de educação, uma educação mal orientada ou traços perversos e indômitos naturais, podem ser as causas desta espécie de alteração. Para Hare (1993 apud Trindade 2009, p.33) foi na Segunda Guerra que ouve a necessidade de discutir e entender sobre o diagnóstico dos indivíduos com transtorno de personalidade anti-social. Neste período surgiu a necessidade por parte do exército em identificar, diagnosticar e tratar indivíduos potencialmente perigosos, que pudessem ameaçar ou desestruturar o controle militar. Para Hare, Hervey Cleckley conseguiu impactar a sociedade com sua obra A máscara da Saúde, em 1941, que causou um grande impacto psicológico e social. Em sua obra Cleckley (1941 apud Trindade 2009, p.34) caracterizou o transtorno de personalidade anti-social como funesto (cruel) problema social. Descreveu detalhadamente o quadro de seus pacientes em sua obra, possibilitando aos clínicos diferenciar com certo assombro o transtorno de personalidade anti-social dos demais transtornos mentais. Karpaman (1961 apud Trindade 2009, p.69) havia caracterizado o indivíduo com transtorno de personalidade anti-social como uma pessoa cruel, capaz de simular emoções e ligações

28 26 afetivas quando se trata de obter vantagem. As relações sociais são superficiais, prejudiciais e manipulativas. Possui capacidade de julgamento pobre, é guiado pelo impulso com resultados problemáticos para os outros. Nas décadas sucessivas continuaram definindo os traços característicos do transtorno de personalidade anti-social como: perturbações, baixa tolerância a frustrações, tendência a viver só, entre outros. O termo personalidade psicopática foi adotado no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-I) até 1980 quando o DSM-IV utilizou a expressão Personalidade Anti-Social. A Classificação Internacional dos Transtornos Mentais e de Comportamento (CID), até sua nona revisão utilizava o termo psicopata foi em 1989 em sua Décima Revisão que o termo Transtorno de Personalidade Anti-social passou a ser utilizado. Estudos científicos têm sido desenvolvidos com o intuito de chegar a uma definição mais clara das principais características de um individuo com transtorno de personalidade antisocial e de quais as contribuições da genética, do meio social e familiar que influenciam tal comportamento. Até o presente momento não foi encontrada uma causa específica para o transtorno de personalidade anti-social, pois este transtorno pode ter múltiplas causas que o determina (determinantes). Isso significa que é o resultado de uma somatória de fatores desde o funcionamento cerebral, genética, até do meio social e familiar ou que podem contribuir para a aparição destes comportamentos de forma observável para a sociedade e para profissionais de um modo geral que lidam com esse indivíduo. Segundo Amaral (2002): Fatores genéticos (os parentes em 1º grau do portador tem 5 vezes mais possibilidades de desenvolver o transtorno que pessoas da população em geral).fatores próprios da mente de cada indivíduo; cada pessoa tem uma conformação própria que é resultado da interação de fatores inatos com as experiências e relações de cuidados (físicos e afetivos) no início da vida.há internalizações dos vínculos primários, o que ocorre de forma diferente em cada indivíduo, determinando que cada pessoa tenha uma arquitetura interior diferente. Fatores de ordem neurológica, que mostram alterações já bem estudadas do sistema nervoso.fatores de ordem social também participam. Vivemos uma época que aspira liberdade e distância de imposições autoritárias e isto influencia o desenvolvimento dos

29 27 psicopatas. Os psicopatas interpretam a falta de normas que temos no mundo atual como licença para violentar os direitos dos outros e não como espaço para a cidadania. (Disponível em: acessado em 5 de novembro as 11:30) Um exemplo das possíveis interferências do funcionamento cerebral na personalidade do indivíduo é o caso do Phineas Cage, que em 1908 sofreu um acidente no qual um barra de ferro invadiu sua face esquerda e atravessou crânio, saindo no topo da cabeça e caindo a mais de trinta metros de distância. Cage que antes era descrito como alguém responsável, eficiente, capaz, inteligente passou a demonstrar comportamento caprichoso, irreverente, impaciente grosseiro com os colegas, e repertório verbal repleto de palavrões, o que chamou a atenção para a relação existente entre as lesões da região frontal do cérebro e o comportamento disfuncional apresentado posteriormente por Cage. Anos mais tarde fora feito um estudo em 3D do crânio de Cage, que revelou danos mais extensos no hemisfério esquerdo, atingindo mais setores anteriores do que posteriores da região frontal, notou-se que a lesão ocorreu principalmente, nos córtices pré-frontais na superfície ventral, ou orbital, interna de ambos os hemisférios. Estudos de neuroimagens apontam para o envolvimento de estruturas cerebrais, como possíveis causadoras de prejuízos na função serotoninérgica o que pode estar associada á ocorrência do comportamento anti-social. Exames de neuroimagem funcional em indivíduos normais com julgamentos morais, revela a ativação das mesmas áreas cerebrais que, quando lesadas, dão origem a condição de transtorno de personalidade anti-social adquirida. Segundo Trindade et al (2009): Psicopatas apresentam grande dificuldade em reconhecer e atribuir valor emocional a estímulos sejam estes palavras ou imagens, assim como apresentam muitos erros de valoração emocional. Estas pessoas precisariam investir mais energia psíquica no processamento de informações com conteúdo emocional do que pessoas sem esse diagnóstico. (p.57) Embora existam fundadas bases biológicas que podem explicar de certa forma a personalidade anti-social, não se pode esquecer que também é possível uma predisposição hereditária, dependerá dos fatores do ambiente, relacionado a vários fatores sociais, econômico, educacionais, familiares, etc. Para Abdalla Filho (2009) há um considerável número de portadores de transtorno de personalidade anti-social filhos de pais que possuem

30 28 essa mesma personalidade rígida. Há também aspectos que não são hereditários que é a influencia dos fatores externos que se dá primeiramente a partir da interação do individuo com o meio familiar, as experiências ocorridas nos primeiros anos de vida merecem uma atenção especial, devido sua importância na formação do núcleo da personalidade. E complementa: A existência de um vínculo familiar consistente nos primeiros anos de vida está associada a um posterior comportamento de confiança em relação a si mesmo. Esta associação revela como os relacionamentos primitivos são importantes no desenvolvimento satisfatório da personalidade. Experiências precoces de rupturas de vínculos afetivos devem ser valorizadas na pesquisa etiológica dos transtornos de personalidade, por exercerem um efeito prejudicial no desenvolvimento da personalidade. (p.283) Situações sociais também podem estar ligadas a etiologia de comportamentos anti-sociais, pois em alguns casos crianças com comportamento anti-social tiveram família com baixo status socioeconômico, características de atrevimentos e concentração precária. Tiveram escassez de supervisão parental números elevados de membros na família, desinteresse familiar, pares com comportamento anti-social, preferência por atividades de risco, baixa inteligência e fraco desenvolvimento escolar, agitação e um considerável desrespeito por regras, o que pode ser compatível com o desenvolvimento do transtorno de personalidade anti-social na vida adulta. Enfim, entende-se que não há uma normatização ou diagnóstico preciso sobre quais fatores especificamente podem estar ligado ao desenvolvimento do transtorno de personalidade anti-social, contudo diversas pesquisas estão sendo desenvolvidas sobre quais as possíveis formas de tratamento ou uma amenização dos comportamentos desses indivíduos com esse transtorno, o que será abordado no próximo capítulo.

31 29 4 SUGESTÕES TERAPÊUTICAS E ANÁLISE DE CASOS No final dos anos 80 e meados dos anos 90, havia a crença de que os indivíduos com transtorno de personalidade anti-social eram intratáveis, que nada poderia ser feito no campo dos tratamentos psicológicos; partindo do pressuposto de que e para que o comportamento humano se modifique mediante a terapia, é necessário que haja um vínculo emocional entre terapeuta e paciente, mútua cooperação e sinceridade. Os indivíduos com transtorno de personalidade anti-social extraem pouco proveito dos programas de comunidade terapêutica, planejado para tratar delinqüentes com transtorno de personalidade, isso acontece porque não possuem nenhum tipo de envolvimento afetivo, fazendo com que estes não apresentam sucesso no tratamento terapêutico. Segundo Trindade (2009) os indivíduos com transtorno de personalidade anti-social são pedagogicamente refratários ás terapias disponíveis e de difícil aderência ao tratamento (p. 141). Ainda na década de 90, foram identificados alguns efeitos positivos da psicoterapia para o individuo com transtorno de personalidade anti-social. Hare (1970, apud Trindade 2009, p.141) refere-se a comunidade terapêutica como um dos mais populares tratamentos para indivíduos com transtorno de personalidade anti-social, pois indivíduos que participaram deste programa se tornaram mais capazes de respeitar os sentimentos e os direitos dos outros, mas contudo é preciso ter cautela, pois a aquisição de novas habilidades podem se transformar em instrumento de manipulação e exploração dos outros por parte desses indivíduos. A terapia cognitiva comportamental é um dos recursos recomendados para indivíduos com transtorno de personalidade anti-social, pois promove uma reestruturação no modo desses indivíduos processarem as informações. (...) A fraca resposta de psicopatas às abordagens psicoterapêuticas tradicionais não decorrem apenas e tão somente das características próprias da psicopatia. Certamente pode haver fatores relacionados com a figura do terapeuta. Ademais, não existe grande confiabilidade nas terapias que enfatizam motivação para mudança, pois psicopatas não se sentem internamente impelidos a fazer mudanças. (TRINDADE, 2009 p.142)

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