INTRODUÇÃO A RELEVÂNCIA DOS BRICS
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- Aurélia Gama Nunes
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2 INTRODUÇÃO Entre os dias 04 e 06 de junho de 2012, a cidade do Rio de Janeiro sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), durante a qual entidades da sociedade civil e delegações dos estados membros da ONU irão debater a relação entre sociedade, economia e meio ambiente. Espera-se que o evento avance a agenda da Eco 92, que foi realizada na cidade há quase 20 anos, e que os participantes proponham novas soluções e estratégias para enfrentar os problemas ambientais. A conferência será organizada em torno de dois temas principais: a) a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e; b) o combate à pobreza e a arquitetura institucional para o desenvolvimento sustentável. De maneira a contribuir de forma substantiva para o que será discutido na Conferência, no dia 21 de outubro de 2011 o BRICS Policy Center (BPC) promoverá o Workshop Agenda dos BRICS para a Rio+20: perspectivas brasileiras. O evento será composto por mesas redondas, nas quais pesquisadores, representantes do governo e da sociedade civil debaterão as agendas brasileiras para a Rio+20, bem como o posicionamento dos demais países BRICS nestas discussões. A RELEVÂNCIA DOS BRICS Os BRICS possuem um PIB combinado de aproximadamente 18,5 trilhões de dólares, reúnem cerca de 40% da população do mundo e abrangem mais de 25% da cobertura terrestre do planeta. Apesar da pegada ecológica per capita dos BRICS ainda ser menor do que a dos países industrializados, ela vem aumentando rapidamente com o acelerado crescimento econômico do agrupamento refletindo uma série de desafios ambientais e sociais. É natural, portanto, que a participação destes países na Rio+20 e na implementação de futuras medidas ambientais sejam objetos de atenção da comunidade internacional. Além de participarem individualmente nos debates internacionais sobre o meio ambiente (todos os BRICS ratificaram o Protocolo de Kyoto), os países do agrupamento possuem agendas de cooperação abrangentes que incluem vários temas relacionados ao desenvolvimento sustentável. Por exemplo, na cúpula mais recente dos chefes de Estado dos países BRICS, realizada em Sanya, na China, em 14 de abril de 2011, os BRICS se comprometeram a colaborar no combate à pobreza e ao aquecimento global. No que diz respeito à mudança climática, os BRICS concordaram em trabalhar pela conclusão das negociações da Conferência de Bali, que deve conduzir a um acordo internacional sobre aquecimento global a partir de A Declaração de Sanya deixa claro que os BRICS irão se empenhar para tanto de acordo com o princípio de equidade e responsabilidades comuns porém diferenciadas. No mesmo documento, são evidenciadas preocupações específicas entre elas a volatilidade das commodities, inclusive dos alimentos e da energia que ameaçam não apenas o bem-estar dos BRICS, mas também o desenvolvimento sustentável em nível global.
3 No entanto, a agenda de cooperação para o desenvolvimento sustentável dos BRICS não se limita à preocupação com a mudança climática. Além da defesa de condições que possibilitem o crescimento econômico, os cinco países compartilham o compromisso de combater a pobreza e buscar inovações para lidar com os desafios do desenvolvimento sustentável. Neste sentido, da agenda do grupo fazem parte temas como mecanismos de proteção social, trabalho digno, igualdade de gênero, juventude e saúde pú blica (incluindo a luta contra o HIV/AIDS). Em todos estes temas, os BRICS reconhecem a importância de se vincular o desenvolvimento socioeconômico à preservação dos recursos ambientais. ALGUMAS QUESTÕES-CHAVE Quais são as agendas dos BRICS para a Rio+20? O que está sendo incluído e o que está sendo deixado de fora da agenda? Como país sede da conferência, quais são os principais temas e objetivos sendo articulados em diferentes níveis do governo brasileiro, assim como pela sociedade civil e pelo setor privado? Como a agenda da Rio+20 é debatida em cada um dos países BRICS, bem como no cenário internacional? Quais são as principais oportunidades e desafios para a cooperação entre os BRICS na área do desenvolvimento sustentável? Até que ponto as divergências entre os BRICS representam desafios para a cooperação para o desenvolvimento sustentável?
4 PROGRAMA 9h30-10h - APRESENTAÇÃO JOÃO PONTES NOGUEIRA Diretor do Instituto de Relações Internacionais/Supervisor Geral do Centro de Estudos e Pesquisas BRICS RICARDO HENRIQUES Presidente do Instituto Urbano Pereira Passos, Prefeitura do Rio de Janeiro ADRIANA ERTHAL ABDENUR Coordenadora Geral do Centro de Estudos e Pesquisas BRICS/Professora IRI-PUC- Rio 10h - 12h - MESA 1 - AGENDAS PARA A Rio+20 Descrição da Mesa: Apesar da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável não ser um fórum para a elaboração de acordos internacionais, a Rio+20 oferecerá aos participantes uma plataforma para debater temas prioritários e divulgar posições oficiais sobre as questões-chave discutidas. No setor público, governos municipais, estaduais e federais terão a oportunidade de manifestar seus interesses e posicionamentos. O mesmo é válido tanto para a sociedade civil que aproveitará a oportunidade para organizar um evento paralelo, quanto o setor privado. Nesse contexto, o objetivo principal desta mesa é o de proporcionar aos diferentes segmentos que participarão da Conferência um espaço de troca de ideias e experiências, com o objetivo de tornar claras as posições de cada um e explorar as possibilidades de acordos. Como as diversas posições estão sendo articuladas, e quais os principais debates em torno das agendas do Brasil e dos demais países BRICS? Quais as principais convergências e divergências nas agendas dos países BRICS e dos demais participantes da Conferência? Convidados: FERNANDO LYRIO Assessor Extraordinário do Projeto RIO+20, Ministério do Meio Ambiente, Governo Federal QIU XIAOQI Embaixador da República Popular da China SUZANA KAHN Subsecretária Estadual de Economia Verde, Secretaria Estadual do Ambiente, Rio de Janeiro RODRIGO ROSA Assessor Especial do Gabinete do Prefeito, Prefeitura do Rio de Janeiro ADRIANA ERTHAL ABDENUR Coordenadora Geral do Centro de Estudos e Pesquisas BRICS/Professora IRI-PUC- Rio Mediador: PAULO LUIZ MOREAUX LAVIGNE ESTEVES Professor IRI/PUC-Rio/Coordenador de Núcleo de Pesquisa do Centro de Estudos e Pesquisas BRICS
5 12h -13h30 - INTERVALO 13h30-15h30 - MESA 2 - ECONOMIA VERDE NO CONTEXTO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DO COMBATE À POBREZA Descrição da Mesa: A economia verde busca conciliar a atividade econômica com o combate à pobreza e a preservação de recursos naturais. Esta abordagem pressupõe que é possível alcançar crescimento econômico, sem prescindir de melhorias no bem-estar social e do cuidado com o meio ambiente, especialmente por intermédio de inovações tecnológicas e de melhorias na governança global. De acordo com a ONU, a economia verde preocupa-se com a equidade social, com os riscos ambientais e com a escassez de recursos naturais. A implementação de práticas inovadoras depende de uma série de fatores, entre eles investimentos adequados, legislação apropriada e maior eficiência no aproveitamento de recursos naturais e financeiros. Esta transição também depende do engajamento da sociedade civil e do setor privado. Em todas essas áreas, o Brasil e os demais BRICS enfrentam grandes desafios. Ao mesmo tempo, os países do grupo agrupamento se empenham em formular soluções inovadoras que possam contribuir para o debate em nível global, especialmente no que diz respeito à segurança alimentar e energética, bem como ao acesso das populações de baixa renda aos recursos básicos. Qual a melhor forma de implementar a transição para a economia verde em nível global? Quais são (e como aproveitar) as principais inovações que permitem avançar práticas de economia verde e de combate à fome e à pobreza no Brasil e nos demais países BRICS? Como essas experiências poderão enriquecer (ou dificultar) os debates da Conferência? Convidados: SUZANA KAHN Subsecretária Estadual de Economia Verde, Secretaria Estadual do Ambiente, Rio de Janeiro RICARDO HENRIQUES Presidente do Instituto Urbano Pereira Passos, Prefeitura do Rio de Janeiro PEDRO DA MOTA VEIGA Diretor do Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento (CINDES) SANDRA RIOS Diretora do Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento (CINDES) PEDRO LEITÃO Presidente do Conselho Deliberativo do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUN- BIO) Mediador: LEANE CORNET NAIDIN Professora IRI/PUC-Rio/Coordenadora de Núcleo de Pesquisa do Centro de Estudos e Pesquisas BRICS 15h30-17h30 - MESA 3 - A ARQUITETURA INSTITUCIONAL DO DESENVOLVIMENTO SUS- TENTÁVEL Descrição da Mesa: O tema da governança global tem sido recorrente na agenda dos BRICS, com ênfase para a governança econômica. Porém, no que concerne às questões ambientais, as posições do grupo agrupamento
6 ainda são relativamente pouco conhecidas. No âmbito da Rio +20, o sistema de governança global para o desenvolvimento sustentável será tratado em diversos debates, dentre os quais merecem destaque a reforma do Programa Ambiental das Nações Unidas, o fortalecimento da Comissão para o Desenvolvimento Sustentável, o estabelecimento de uma Organização Ambiental das Nações Unidas, e a criação de uma corte internacional de arbitragem ambiental. Quais são as principais instituições encarregadas de desenvolver, monitorar e implementar políticas de desenvolvimento sustentável? Como funciona a articulação das instituições globais com os mecanismos regionais e locais, assim como a participação das organizações não governamentais e do setor privado? O que pode ser feito para melhorar este sistema? O que o Brasil e os demais BRICS podem agregar a esse debate? Convidados: EDUARDO VIOLA Professor do Instituto de Relações Internacionais, Universidade de Brasília MARCELO CARDOSO Coordenador Executivo do Vitae Civilis ANDRÉ ARANHA CORRÊA DO LAGO Embaixador, Diretor do Departamento de Meio Ambiente e Temas Especiais - MRE PEDRO SPADALE Subsecretário de Relações Internacionais, Governo do Rio de Janeiro LUIZ FELIPE GUANAES REGO Diretor do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente da PUC-Rio MARILENE RAMOS Presidente do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) CARLOS ALBERTO MUNIZ Vice-Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro/Secretário da SMAC/Representante da Prefeitura do Rio de Janeiro no Comitê Nacional da RIO+20* Mediador: MONICA HERZ Professora IRI/PUC-Rio/Coordenadora de Núcleo de Pesquisa do Centro de Estudos e Pesquisas BRICS *a confirmar/ou representante
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