Descobrindo o Paraíso

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Descobrindo o Paraíso"

Transcrição

1 Aspectos Biológicos da Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista Pantanal Sul Descobrindo o Paraíso Organizadores Angelo C. P. Rabelo Viviane F. Moreira Alessandra Bertassoni Camila Aoki Revisor Técnico Fabio Olmos

2 2 Descobrindo o Paraíso 3

3 Descobrindo o Paraíso Aspectos Biológicos da Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista RPPN EEB / Pantanal Sul EDITORA 4 Descobrindo o Paraíso 5

4 MEMBROS IHP INSTITUTO HOMEM PANTANEIRO ficha técnica Márcia R. Rolon Presidente Rubens de Souza Secretário Executivo MEMBROS DO SETOR DE MEIO AMBIENTE - IHP Viviane F. Moreira Bióloga e Gestora do Setor de Meio Ambiente do IHP Stephanie Leal Geógrafa Especialista em Gestão e Educação Ambiental e técnica ambiental Nilson Lino Xavier Filho Biólogo e técnico ambiental Fernanda Rabelo Medica Veterinária, Mestranda em Biologia Animal e técnica Ambiental Grasiela Porfírio - Mestre em Ecologia e Conservação Doutoranda em Biologia Aplicada, técnica Ambiental Ramão Feitosa ex-sargento da Polícia Militar Ambiental e piloteiro Sebastião Rolon - Colaborador geral Sabrina Clink graduanda em Ciências Biológicas e voluntária do IHP Ângelo P.C. Rabelo Conselheiro Neide de O. Rodrigues Estagiaria Serviço Social Fernanda G. Sandim dos Santos - graduanda em Ciências Biológicas e voluntária do IHP André Wagner Amorim Brandão - Auxiliar Operacional da RPPN EEB Francianne Souza da Silva - Auxiliar Operacional da RPPN EEB Valdir Pereira do Nascimento - Assistente de Monitoramento Marta Fernandes - Coordenadora Financeira Jociara Aparecida da Silva - Assistente Financeiro Rafael Matsui Arakaki - Coordenador Administrativo Juliana Freitas de Avellar - Gerente Administrativa Marcelo H. Galharte - Assessor Jurídico Silvio Carlos de Andrade - Assessor de Imprensa Suzana Rozendo - Assessora de MKT e Comunicação Magadielly da Silva Moraes - Estagiária Cléia Fernandes Cabrera - Gerente Operacional Luiza Barros de Lacerda - Assistente Administrativo José Roberto dos Santos Júnior - Auxiliar Administrativo Marcelo Henrique Galharte - Assessor Jurídico Roselene Alzeman - Secretária Paula Pires - Relações Públicas René Machado - Arte e Criação DESCOBRINDO O PARAÍSO ASPECTOS BIOLÓGICOS DA RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL ENGENHEIRO ELIEZER BATISTA RPPN EEB /PANTANAL SUL Organizadores Angelo C. P. Rabelo Viviane F. Moreira Alessandra Bertassoni Camila Aoki Revisor Técnico Fabio Olmos 2012 impresso no Brasil - Rio de Janeiro - RJ 6 Descobrindo o Paraíso 7

5 Missão do Instituto Homem Pantaneiro Promover o Desenvolvimento Sustentável do Pantanal por meio de ações que conservem os capitais natural, social, cultural e histórico. 8 Descobrindo o Paraíso 9

6 Sumário PARTE I Palavras Iniciais / MMX...XXX Apresentação IHP...XXX Agradecimentos / Organizadores...XXX Prefácio / Fábio Olmos...XXX PARTE II Introdução e Área de Estudo...XXX Criação da Coleção de material botânico...xxx abelhas...xxx Aranhas (Araneae)...XXX Besouros...XXX Borboletas...XXX Formigas...XXX Odonata...XXX Percevejos...XXX Mamíferos...XXX Vespas...XXX Conclusões e ações futuras na Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista...XXX 10 Descobrindo o Paraíso 11

7 Guilherme Escalhão Diretor-Presidente da MMX - Mineração e Metálicos Com grande satisfação, a MMX associou-se ao Instituto Homem Pantaneiro para viabilizar a edição deste livro que ora colocamos à disposição da comunidade do Mato Grosso do Sul e do Brasil. Aspectos Biológicos da RPPN Engenheiro Eliezer Batista é uma publicação que, temos certeza, contribuirá decisivamente para divulgar a região do Pantanal e, muito especialmente, para estimular o debate técnico-científico sobre esta região que apresenta um dos mais notáveis acervos de biodiversidade do Brasil e do mundo. É, igualmente, iniciativa que reafirma a filosofia da MMX de pautar suas atividades pelo mais absoluto compromisso com o desenvolvimento sustentável, que tem como uma de suas premissas fundamentais a preservação ambiental. Nossa crença, expressa no modelo de gestão que adotamos a Gestão Integrada do Território GIT é a de que o êxito de um empreendimento empresarial só é alcançado se a região onde se desenvolve o seu entorno - também evolui, progride e proporciona melhoria da qualidade de vida das comunidades e das pessoas. É um modelo participativo e democrático, que mobiliza e produz sinergia entre o Poder Público, empresas, organizações da sociedade civil, instituições de educação e lideranças regionais. O objetivo, sempre, é o de produzir soluções sustentáveis e apoiadas nas culturas locais para produzir desenvolvimento. Este é o modelo de gestão que norteia as atividades e as ações da MMX na Unidade Corumbá, no Mato Grosso do Sul, onde produzimos minério de ferro desde E também participamos de ações socioambientais de grande relevância, dentre as quais se destaca a criação, em 2008, da Reserva Particular de Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista. Palavras Iniciais Uma viagem fascinante... Como se verá nas páginas deste livro, essa Reserva engloba 20 mil hectares à margem direita do Rio Paraguai, na Serra do Amolar. Com fauna e flora típicas do Pantanal Sul, este ecossistema é reconhecido como um dos mais bem cuidados de toda a região. Nele, preservados e protegidos, encontramos espécies raras de mamíferos e pássaros, incluindo animais ameaçados de extinção, como o tatu-canastra, a onça pintada e a ariranha. Este é o universo magnífico descrito nas páginas de Aspectos Biológicos da RPPN Engenheiro Eliezer Batista. Editado a partir de ampla e criteriosa pesquisa sobre a biodiversidade da reserva, este livro se torna em preciosa fonte de estudos para a comunidade científica brasileira. Adicionalmente, vem contribuir para complementar e enriquecer inúmeras outras atividades que a MMX desenvolve na região em parceria com o Instituto Homem Pantaneiro, sempre com foco predominantemente na educação e meio ambiente. No rol destes projetos, destacam-se a inclusão da RPPN Eliezer Batista no roteiro para atividades de campo dos cursos de pós-graduação em Ecologia e Conservação e em Biologia Vegetal da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul UFMS, bem como o desenvolvimento de projetos científicos de educação ambiental e o Projeto Coleção Biológica, cujo objetivo é criar, para fins didáticos, um acervo relevante com materiais biológicos presentes na RPPN Eliezer Batista. Ao final, com muito prazer, convido o prezado leitor a nos acompanhar nesta bela e fascinante viagem pelas páginas desse livro. É imperdível, posso assegurar. 12 Descobrindo o Paraíso 13

8 Apresentação Instituto Homem Pantaneiro Ao longo dos últimos 10 anos o Instituto Homem Pantaneiro IHP tem buscado cumprir com muita dedicação a grande responsabilidade de ser o Gestor da Reserva Engenheiro Eliezer Batista, função esta delegada pela empresa MMX - Mineração e Metálicos S. A. que dentro de seus compromissos voluntários adquiriu esta importante área com objetivo de contribuir para conservação do bioma Pantanal. Durante este período de gestão, implementamos uma serie de ações a exemplo de elaborar o Plano de Manejo, estabelecer parcerias estratégicas com a comunidade cientifica e outras ONGs na região. Um dos pontos que nos chamou atenção foi a ausência de estudos científicos na região da Serra do Amolar, particularmente na área da reserva onde definimos nesta deficiência um das nossas principais metas. Implementar um amplo programa de investigação cientifica era fundamental para direcionar nossas ações de conservação. Em maio de 2010, o Instituto Homem Pantaneiro - IHP escreve o projeto Programa Coleção Biológica Didática da Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista RPPN EEB, o qual teve como objetivo a implantação de uma coleção na RPPN EEB que pudesse ser utilizada para fins didáticos. A meta inicial era de evidenciar o valor de biodiversidade de uma região do Pantanal ainda desconhecida. Outro objetivo foi de servir como um instrumento de educação ambiental para a população ribeirinha da região da Serra do Amolar, policiais militares ambientais, estudantes, bem como por pesquisadores e acadêmicos de graduação e pós-graduação interessados em atividades científicas. 14 Descobrindo o Paraíso 15

9 Assim, foram identificados os especialistas para colocar o programa em prática e promover ações de conservação, geração de conhecimento sobre biodiversidade e implantar pesquisas científicas na região da Serra do Amolar, mais especificamente na RPPN EEB. Essa região configura como uma das áreas de prioridade e importância extremamente alta para a conservação segundo a classificação do Ministério do Meio Ambiente, porém com conhecimento considerado escasso. A elaboração deste livro é resultado da dedicação de vários profissionais envolvidos na execução do projeto, desde pesquisadores seniores, alunos de pós-graduação de mestrado e doutorado, e alunos de graduação, de diferentes instituições de pesquisa. Esse esforço resultará em um estímulo às informações já conhecidas para alguns grupos taxonômicos no Pantanal e a divulgação através do livro contribuirá para aumentaras medidas de conservação, que poderão ser melhores definidas, e as necessidades de investigação receberão uma outra relevância. Durante um ciclo completo característico do Pantanal, ou seja, um período de seca e cheia foi identificado, na RPPN EEB 42 espécies de abelhas, onde 6 delas constituíram um novo registro para o Estado de Mato Grosso do Sul. Registramos 82 espécies de aranhas durante o período de estiagem, e 77 durante a cheia, sendo que dentro desse total existe a possibilidade de confirmação de 10 novas espécies para a ciência. Entre os grupos em destaque podemos apontar as borboletas, com 62 espécies, onde 11 delas também representaram um novo registro para o MS, e 120 espécies de formigas, 2 delas com novo registro para o Estado. Os besouros somaram 420 espécies, seguidas pelas plantas com 140 espécies. Quanto ao grupo das vespas foram identificadas 50 espécies, os mamíferos corresponderam a 33 espécies e as libélulas 24 espécies. Os heteropteras somaram 71 espécies, sendo uma delas confirmada como nova para a ciência. Rhyparoclopius aokiae foi descrito homenageando uma das editoras dessa publicação pelo seu esforço em prol do conhecimento e conservação das espécies de invertebrados. O estudo detalhado da composição desse grupo na Serra do Amolar é uma das maiores contribuições dessa publicação para a ciência. O fato, que chama a atenção nos dados que esse livro traz, é que para a maior parte dos grupos estudados, esta é a primeira listagem para a região. A carência de estudos técnicos e científicos para a área reflete na recomendação do Ministério do Meio Ambiente: a necessidade de inventários sobre fauna e flora. Acreditando na máxima Conhecer para preservar, busca-se através deste documento aumentar o conhecimento biológico para o Pantanal Sul Matogrossense e poder auxiliar nas estratégias de conservação da diversidade biológica. Espero que esse livro estimule as iniciativas de pesquisas na RPPN EEB e nas demais áreas da Serra do Amolar, uma vez que a associação da riqueza de espécies e dos processos ecológicos entre a Planície Pantaneira e a Serra do Amolar faz desta uma região estratégica para a conservação do Pantanal, por formar um corredor biológico e geográfico potencialmente importante. O Instituto Homem Pantaneiro IHP cumprimenta os pesquisadores pela dedicação na qualidade do presente trabalho e agradece a confiança de todos e reiteramos o respeito pela empresa MMX e o compromisso de assegurar total empenho nos esforços de conservação deste valioso patrimônio de nosso país. 16 Descobrindo o Paraíso 17

10 Agradecimentos Organizadores A publicação deste livro só foi possível com o apoio e a colaboração de um grande número de pessoas e instituições. Agradecemos a todos que participaram das etapas de coleta de campo, triagem e preparação do material para a Coleção Biológica Didática da Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista RPPN EEB. Bem como à todos os autores dos capítulos que analisaram os dados, forneceram panoramas sobre os grupos e dedicaram o seu tempo à escrever sobre essa área com tanta carência em estudos. Nossos agradecimentos se estendem ainda a todos os pesquisadores e fotógrafos que gentilmente cederam imagens para esta publicação, que enriqueceram grandemente o conteúdo desta obra. Ainda, à todos os estagiários e voluntários do Instituto Homem Pantaneiro e das demais instituições que auxiliaram na compilação de informações. 18 Descobrindo o Paraíso 19

11 Participantes desta publicação Viviane F. Moreira Bióloga e Gestora do Setor de Meio Ambiente do IHP (Coordenação Geral e Organizadora do Livro). Possui mestrado em Estudos Fronteiriços pela Universidade Federal Mato Grosso do Sul UFMS (2011) e graduação em Bacharelado em Biologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2000). Especialização em Ecoturismo Latu sensu (2002). Atualmente é Gestora do Programa de Meio Ambiente do Instituto Homem Pantaneiro MS, e Gestora de Projetos de Desenvolvimento da Prefeitura Municipal de Corumbá - MS. Tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em Gestão de áreas Protegidas e projetos na área de Conservação da natureza. Alessandra Bertassoni Mestre em Ecologia e Conservação e Técnica Ambiental (Coordenação de campo e do grupo de Pegadas/Mamíferos e organizadora do livro). Possui mestrado em Ecologia e Conservação pela Universidade Federal Mato Grosso do Sul - UFMS (2010) e graduação em Bacharelado em Biologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUCPR (2006). Tem experiência na área de Zoologia, com ênfase em mastozoologia, e em projetos de Conservação da Natureza. Atua principalmente nos seguintes temas: ecologia, conservação, etologia, tamanduá-bandeira, padrões motores, área de vida e educação ambiental. Participantes da Campanha I Período de seca, julho de Da esquerda para direita Wellinton, Rodney, Rondon, Sebastião Rolon, Nilson, Alessandra, Sabrina, Iraci, Valdilene, Camila, Feitosa, Stephanie, Mara. Superior Viviane e Fernanda. Foto: Bolivar Porto Stephanie Leal Geógrafa e técnica ambiental. Possui graduação em Licenciatura em Geografia pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (2006).Especialista em Gestão e Educação Ambiental. Atualmente, técnica ambiental do Instituto homem Pantaneiro no setor de Meio Ambiente, principalmente, para o desenvolvimento e aprimoramento da geografia humana. Camila Aoki - Mestre e Doutoranda em Ecologia e Conservação (Coordenação do grupo de Artrópodes). Bióloga com mestrado em Ecologia e Conservação e doutoranda na mesma área na Universidade Federal de Participantes da Campanha II Período de cheia, março de Da esquerda para direita Iraci,Francianne, André, Márcio, Feitosa, Wellinton, Regiane Viviane, Fernanda, Grasiela,Fábio, Alessandra, Breno, Daiene, Oswaldo, Camila, Nilo e Sebastião. Foto: Daniel DeGrenville 20 Descobrindo o Paraíso 21

12 Mato Grosso do Sul (UFMS), trabalha com interação planta-polinizador e desenvolve pesquisas na área de ecologia de insetos. Ramão Feitosa Policial Militar Ambiental da Reserva e piloteiro (colaborador geral) Mara Cristina Teixeira Gamarra Bióloga (Colaboradora do grupo de Artrópodes). Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2006). Tem experiência na área de ecologia e zoologia, atuando principalmente nos seguintes temas: macroinvertebrados e taxonomia de insetos (com ênfase na ordem Odonata). Wellinton de Sá Arruda Mestrando em Botânica (Coordenação do grupo de Botânica). Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (2007). Tem experiência na área de zoologia (herpetofauna), com ênfase em taxonomia dos Grupos Recentes e na Botânica, com ênfase em fitossociologia. Atualmente é mestrando do Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal pela UFMS. Nilson Lino Xavier Filho Biólogo e técnico ambiental (Colaborador do grupo de Pegadas). Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (2008). Atualmente é técnico ambiental do Instituto Homem Pantaneiro IHP. Tem experiência captura-marcaçao-recaptura de médios carnívoros, monitoramento de médios carnívoros através de radiotelemetria e armadilhamento fotográfico, análise de material biológico (sangue, fezes, ectoparasitas). Área de atuação educador ambiental e Ecologia de comunidades no Pantanal. Fernanda Rabelo Veterinária e consultora externa (colaboradora geral). Possui graduação em Medicina Veterinária pela Universidade Católica Dom Bosco (2008). Mestranda em Biologia Animal UFMS. Atualmente é técnica ambiental do Instituto Homem Pantaneiro (Ong- Corumba/MS). Valdilene Garcia Engenheira agrônoma e técnica ambiental (colaboradora geral) Antônio Rondon da Silva Policial Militar Ambiental (apoio operacional) Sebastião Rolon - Colaborador geral Bolivar Porto Fotógrafo profissional Sabrina Clink graduanda em Ciências Biológicas e voluntária do IHP (colaboradora geral). Esta cursando Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Campus Pantanal. Previsão de termino em Em 2010 atuou como voluntaria do Programa do Meio Ambiente do Instituto Homem Pantaneiro, uma ONG situada no município de Corumbá no estado de Mato Grosso do Sul e atualmente é estagiaria da citada instituição. Rodney Ribeiro Junior - graduando em Geografia e voluntário do IHP (colaboradora geral). Atualmente esta cursando Geografia Licenciatura, pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Campus do Pantanal. Previsão de conclusão do curso em Esta realizando treinamento voluntário no programa de Meio Ambiente do Instituto Homem Pantaneiro (ONG), que situa-se na cidade de Corumbá-MS. Iraci Magalhães Cozinheira e auxiliar de Serviços Gerais Grasiela Porfírio - Setor de Meio Ambiente do Instituto Homem Pantaneiro IHP Corumbá; Bióloga (2004), Mestre em Ecologia e Conservação pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2009). Doutoranda em Biologia Aplicada, com o tema Ecologia, Biodiversidade e Gestão de ecossistemas pela Universidade de Aveiro, Portugal. Tem experiência na área de ecologia e conservação de médios e grandes carnívoros tropicais, além da gestão de RPPNs. Gudryan J. Barônio - Universidade Federal de Uberlândia, PPG Ecologia e Conservação de Recursos Naturais. Possui graduação em Ciências 22 Descobrindo o Paraíso 23

13 Biológicas pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2010). Atualmente é aluno do Programa de Pós Graduação em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais da Universidade Federal de Uberlândia, e desenvolve o trabalho de dissertação com estudo de ecologia comportamental dos visitantes florais de Malpighiaceae e disponibilidade de recursos florais. Maria Rosângela Sigrist - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, PPG Biologia Vegetal. Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Campinas (1989), mestrado (1992) e doutorado (2001) em Biologia Vegetal pela Universidade Estadual de Campinas. Atualmente é assessora da Revista Brasileira de Botânica ( ) e da Acta Botânica Brasilica ( ) e professor associado da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Tem experiência na área de Botânica e Ecologia, com ênfase em Ecologia da polinização, atuando principalmente nos seguintes temas: fenologia reprodutiva, conservação de polinizadores, polinização por abelhas, polinização em Malpighiaceae, levantamento de fauna antófila e manejo de espécies invasoras nativas. Durante dois anos ( ) foi coordenadora do Programa de Pós- Graduação em Biologia Vegetal/UFMS. Desde 2006 é líder do Grupo de Pesquisa/CNPq Estudo Multidisciplinar da Flora de Mato Grosso do Sul. Sebastião Laroca - Professor Sênior, Universidade Federal do Paraná. Possui graduação em Historia Natural pela Universidade Federal do Paraná (1969), mestrado em Ciências Biológicas (Entomologia) pela Universidade Federal do Paraná (1972) e doutorado PhD em Entomologia The University Of Kansas (1983). Meteorologia IPE-Paraná (1966). Atualmente é consultor ad hoc Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Financiadora de estudos e projetos, consultor ad hoc da Universidade Federal de Santa Catarina (Departamento de fitotecnia), especialista junto ao Ministério de Relações Exteriores (Brasil) e Professor sênior da Universidade Federal do Paraná. Pesquisador convidado para coorientar teses e monografias em cursos de graduação e pós-graduação na UFMS botânica, polinizadores e sustentabilidade ( ). Tem experiência na área de Entomologia com ênfase em Ecologia (área que trabalha desde 1960), atuando principalmente nos seguintes temas: Anthophila (abelhas silvestres): Taxonomia, comportamento e ecologia (Biocenótica e biofaunística). Josué Raizer - Universidade Federal da Grande Dourados, Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais. Licenciado em Ciências Biológicas (1996) e mestre em Ecologia (1997) pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, é doutor em ecologia (2004) pela Universidade Estadual de Campinas. Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal da Grande Dourados e esta credenciado nos programas de pós-graduação em ecologia e conservação (UFMS) e em Entomologia e Conservação da Biodiversidade (UFGD). Tem experiência na área de ecologia de comunidades, com interesse sobre variações espaciais na estrutura de comunidades animais, principalmente aquelas explicadas, em escala local, por variações na diversidade de habitats e, em escala regional, pelos componentes da paisagem. Por sua atuação no planejamento e delineamento amostral, participa de vários projetos de pesquisa, incluindo comunidades de mamíferos, aves, repteis, anfíbios e fungos, alem de populações de plantas invasoras de pastagem e comunidades arbóreas. Seu principal objeto de estudo corresponde ao conjunto de espécies de aranhas, em especial no Pantanal sul e Cerrado. Antonio D. Brescovit - Instituto Butantan, Laboratório de Artrópodes Peçonhentos. Possui graduação em licenciatura em Ciências Habilitação em Biologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1984), mestrado em Zoologia pela Universidade Federal do Paraná (1989) e doutorado em Zoologia pela Universidade Federal do Paraná (1995). Atualmente é pesquisador cientifico do Instituto Butantan, pesquisador associado da Universidade de São Paulo, - Acta Amazônica, - Papeis Avulsos de Zoologia (São Paulo), - Iheringia. Serie Zoologia, - Revista Brasileira de Zoologia, - Revista Biociências (Taubaté), Nenhum American Museum Of Natural History, - Studies On Neotropical Fauna and Environment, - Biota Neotropica (Ed. Portuguesa), - Revista Ibérica de Aracnología, - Zootaxa (Online) e Biotemas. Tem experiência na área de Zoologia, com ênfase em Taxonomia dos Grupos Recentes, atuando principalmente nos seguintes temas: araneae, arachnida, taxonomia, inventario de aranhas. 24 Descobrindo o Paraíso 25

14 André Marsola Giroti - Instituto Butantan, Laboratório de Artrópodes Peçonhentos. Tem experiência na área de Taxonomia e Sistemática de Araneae. Também atuou na área de Genética, com ênfase em Citogenética de Invertebrados, atuando principalmente na obtenção e estudo do numero e morfologia cromossômicos e sistema cromossômico de determinação sexual em araneae. Breno Leonel - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação. Biólogo com graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e mestrado em Ecologia e Conservação também na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), trabalha com ecologia de aranhas. Ana Carolina Vieira Pires - Graduação em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em ecologia vegetal, interação inseto-planta e recuperação de áreas degradadas. Daiene Louveira Hokama - Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Bióloga com graduação pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, atualmente é mestranda em Ecologia e conservação também pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em Ecologia de Anuros. Iria Hiromi Ishii - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Campus do Pantanal. Avenida Rio Branco, 1270, Bairro Universitário, , Corumbá-MS. Possui graduação em Ciências Biológicas pela universidade Federal de são Carlos (1980), mestrado em ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal de São Carlos (1987) e doutorado em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal de São Carlos (1998). Atualmente é professor Associado 2 da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em Ecologia de Ecossistemas. Atuando principalmente nos seguintes temas: dendrocronologia, INUNDAÇÔES, ANEIS DE CRESCIMENTO. Geraldo A. Damasceno-Júnior - Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Campus de Campo Grande. Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (1987), mestrado (1997) e doutorado (2005) em Biologia Vegetal pela Universidade Estadual de Campinas. Atualmente é professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Tem experiência na área de Botânica, com ênfase em fitogeografia, florística e fitossociologia atuando principalmente nos seguintes temas: pantanal, florística, dispersão, florestas decíduas, florestas ripárias e rio Paraguai. Regiane C. V. Galharte - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Campus de Campo Grande. Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Tem experiência na área de Zoologia, com ênfase em Herpetologia. Marcus V. S. Urquiza - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Campus do Pantanal. Avenida Rio Branco, 1270, Bairro Universitário, , Corumbá-MS. Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (2004) e mestrado em Ecologia e Conservação pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (2008). Atualmente é biólogo do departamento de ciências do ambiente da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Tem experiência na área de Biologia Vegetal, com ênfase em ecologia de plantas vasculares, atuando principalmente nos seguintes temas: dendrocronologia, janela de mariaux, taxa de crescimento radial e fitossociologia de arvores. Ayr de Moura Bello - Laboratório de Biodiversidade Entomológica, Instituto Oswaldo Cruz, FIOCRUZ (Colaborador externo). Possui graduação em Curso de Formação de Oficiais Aviadores Força Aérea Brasileira (1963). Atua como autodidata em Taxonomia de Coleópteros desde 1985, na identificação de famílias de coleópteras para graduandos e pósgraduandos de universidades e outras instituições de pesquisa no Brasil. Responsável pela atualização taxonômica da Coleção de Coleópteros do Instituto Oswaldo Cruz e elaboração do respectivo catalogo de táxons. Atua como colaborador voluntario no laboratório de Biodiversidade Entomológica do Instituto Oswaldo Cruz. 26 Descobrindo o Paraíso 27

15 Letícia Vieira - Departamento de Ciências Naturais, Universidade Federal de São João Del Rei, Campus Dom Bosco. Bacharel e Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2002) e Mestre em Ecologia e Conservação pela mesma instituição (2004). Doutora em Entomologia pela Universidade Federal de Lavras (2008) com período de treinamento no American Museum of Natural History (bolsista CAPES-PDEE). Atualmente exerce o cargo de Prof. Adjunto na Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ). Desenvolve pesquisas em ecologia de comunidades de Coleóptera, conservação de Scarabaeidae e modelagem de distribuição de espécies. Já participou de projetos de pesquisa desenvolvidos no Pantanal, Cerrados, Caatinga e Mata Atlântica (especialmente nas restingas). Manoel Fernando Demétrio - Programa de Pós-Graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade, Universidade Federal da Grande Dourados; Laboratório de Ecologia de Hymenoptera HECOLAB, Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais- UFGD. Doutorando em Entomologia e Conservação da Biodiversidade pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e Mestre em Entomologia e Conservação da Biodiversidade pela Universidade Federal da Grande Dourados UFGD. Possui graduação em Ciências Biológicas e realiza pesquisas na área de Biogeografia e Ecologia de formicidae.. Rogério Silvestre - Programa de Pós-Graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade, Universidade Federal da Grande Dourados; Laboratório de Ecologia de Hymenoptera HECOLAB, Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais- UFGD. Possui graduação em Biologia, mestrado em Entomologia pela Universidade de São Paulo (1995) e Doutorado em Entomologia pela Universidade de São Paulo, Museu de Zoologia (200). Atualmente é professor Adjunto da Universidade Federal da Grande Dourados, da Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais. Responsável pelo laboratório de Ecologia de Hymenoptera (hecolab), do programa de Pós-Graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade. É curador da coleção cientifica de Hymenoptera do Mubio (Museu de Biodiversidade da UFGD). Tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em Biodiversidade e Biogeografia, atuando principalmente nos seguintes temas: Mirmecologia e Estrutura de Comunidades de Formigas, Abelhas e Vespas. Hélcio R. Gil-Santana - Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de Triatomíneos, Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal Fluminense (1988) e Mestrado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1998). Atualmente é colaborador voluntário do Laboratório de Díptera do Departamento de Entomologia do Instituto Oswaldo Cruz e doutorando em Entomologia na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Luiz A. A. Costa - Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Departamento de Entomologia. Silvia Leitão Dutra - Programa de Pós Graduação em Ecologia e Evolução, Universidade Federal de Goiás. Doutora em ecologia e evolução pela Universidade Federal de Goiás (2011), mestrado em biologia animal pela Universidade de Brasília (2006), graduação em ciências biológicas bacharelado (2002) e licenciatura (2001) pela Universidade Federal de Goiás. Tem experiência na área didática e também de ecologia de insetos aquáticos (limnologia-comunidade bentônica), e também ecologia de Odonata adulto. Nelson Silva Pinto - Graduando em Ciências Biológicas, Laboratório de Ecologia Teórica e Síntese da Universidade Federal de Goiás. Graduado em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás-UFG (2011). Foi estagiário no Laboratório de Ecologia Teórica e Síntese ( ) sob supervisão do Prof. Dr. Leandro Juen e Prof. Dr. Paulo De Marco Júnior. Interesse em Métodos Quantitativos em Ecologia, Taxonomia de adultos de Odonata (ênfase em Anisoptera), Biologia da Conservação e Ecologia comportamental (Modelagem de padrões com abordagem em teoria dos jogos). Experiência nos seguintes temas: Assimetria Flutuante, Taxonomia de adultos de Odonata (ênfase em Anisoptera), Ecologia comportamental com ênfase em teoria dos jogos, Ecologia Teórica, Diversidade Beta. Bolsista de Iniciação científica PIBIC-CNPq. 28 Descobrindo o Paraíso 29

16 Paulo De Marco Jr - Laboratório de Ecologia Teórica e Síntese, Departamento de Ecologia, Universidade Federal de Goiás. Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Minas Gerais (1988), mestrado (1992) e doutorado (1999) em ecologia pela Universidade Estadual de Campinas. Atualmente é professor Associado da Universidade Federal de Goiás, orientador nos cursos de mestrado e doutorado em Ecologia e Evolução (UFG), doutorado em Ciências Ambientais (UFG) e colaborador nos cursos de Pós-graduação da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e Universidade Estadual do Mato Grosso (UNEMAT). Tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em Ecologia Teórica, atuando principalmente nos seguintes temas: ecologia de comunidades, ecologia de populações, biologia da conservação e ecologia quantitativa. Tiago Henrique Auko - Programa de Pós Graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade, Universidade Federal da Grande Dourados; Laboratório de Ecologia de Hymenoptera HECOLAB, Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais UFGD. Formado em publicidade e Propaganda com ênfase em Marketing pela Universidade de Ribeirão Preto UNAERP (2003). Formado em Ciências Biológicas na Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD (2009). Mestrando do Programa de Pós-graduação de Entomologia e Conservação da Biodiversidade realizado na Universidade Federal da Grande Dourados UFGD. Bhrenno Maykon Trad - Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais, Universidade Federal da Grande Dourados; Laboratório de Ecologia de Hymenoptera HECOLAB, Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais UFGD. Acadêmico do Curso de Ciências Biológicas na UFGD Universidade Federal da Grande Dourados. Estagiário do HECOLAB Laboratório de ecologia de Hymenoptera. Trabalhando na graduação com vespas esfecídeas. Rogério Silvestre - Programa de Pós Graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade, Universidade Federal da Grande Dourados; Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais, Universidade Federal da Grande Dourados; Laboratório de Ecologia de Hymenoptera HECOLAB, Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais - UFGD.. Possui graduação em Biologia, mestrado em Entomologia pela Universidade de São Paulo (1995) e doutorado em Entomologia pela Universidade de São Paulo, Museu de Zoologia (2000). Atualmente é professor Adjunto da Universidade Federal da Grande Dourados, da Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais. Responsável pelo Laboratório de Ecologia de Hymenoptera (HECOLAB), do Programa de pós-graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade. É curador da Coleção Cientifica de Hymenoptera do Mubio (Museu de Biodiversidade da UFGD). Tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em Biodiversidade e Biogeografia, atuando principalmente nos seguintes temas: Mirmecologia e estrutura de Comunidades de Formigas, Abelhas e Vespas. Daniel De Granville - Biólogo formado pela Universidade de São Paulo (USP) com pós-graduação em Jornalismo Científico pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Atualmente vive na região de Bonito (MS), onde é sócio-proprietário da Photo in Natura, empresa especializada em serviços com temática ambiental. Atua como fotógrafo freelancer, organiza expedições customizadas para públicos de interesses especiais e ministra cursos nas áreas de fotografia de natureza, ecoturismo e observação de vida silvestre. Suas fotos já foram publicadas nos EUA, Alemanha, Espanha, Itália, Japão, Argentina, Uruguai e Malásia, entre outros. Bolivar Porto ( é fotógrafo, publicitário, web-designer. É formado em odontologia.em mais de duas décadas de carreira na fotografia, atuou nas áreas de publicidade, natureza, turismo, dança e moda. Inúmeros trabalhos publicados nacional e internacionalmente. 30 Descobrindo o Paraíso 31

17 Prefácio Fábio Olmos Ouvi falar sobre o Pantanal pela primeira vez no final da década de 1970 graças a Cibele, minha professora de História durante os antigos ginásio e colegial, que costumava visitar a região para pescar com o marido. Logicamente, as fotos destas viagens faziam grande sucesso entre os alunos em uma época em que o mundo era muito menor que na era da internet e do Discovery Channel. Foi por esta época que a mídia começou a divulgar as belezas naturais e a abundância de fauna da região e a guerra que era travada entre contrabandistas de animais e caçadores profissionais, os coureiros, e os policiais encarregados de combatê-los. Nesta época imaginávamos que espécies como araras-azuis e ariranhas desapareceriam para sempre, tal era a escala do tráfico. Três décadas depois a situação no Pantanal é muito melhor e vemos populações crescentes daquelas espécies, além dos antes perseguidos jacarés e outras que estavam na mira dos caçadores. Aquela guerra terminou e seus estragos começam a ser reparados. Este sucesso, no entanto, é um raro ponto positivo em um cenário menos otimista. Nossa espécie surgiu no que é hoje o leste da África há cerca de 200 mil anos. Neste período deixamos de ser apenas mais uma espécie única para nos tornarmos os verdadeiros mestres deste planeta. A civilização que construímos seria incompreensível para nossos ancestrais, assim como as fronteiras da Ciência, hoje capaz de observar a origem do Universo, dar os primeiros passos na construção de novas formas de vida e avançar no maior mistério, como a mente funciona. 32 Descobrindo o Paraíso 33

18 Nosso progresso cobrou um preço elevado deste planeta. Nossos ancestrais iniciaram um processo de extinção em massa que ainda não cessou. A exploração direta, as alterações ambientais, a introdução de espécies exóticas e doenças e tantos outros impactos causados pelos nossos ancestrais nos negaram um mundo onde vagavam criaturas hoje míticas, de mamutes siberianos a araras caribenhas. Nossa ascensão não poupou nem mesmo nossos parentes mais próximos. Na mesma época em que nossos ancestrais criavam a primeira arte e começaram a se aventurar no mar, pelo menos outras quatro espécies de humanos dividiam a Terra conosco. Eles também foram vítimas de nosso sucesso. O preço de nosso sucesso é um mundo mais pobre. Em 1900 havia 1,65 bilhão de pessoas na Terra. Em 2011 atingimos a marca de 7 bilhões e as melhores estimativas sugerem que pelo menos outros dois bilhões se somarão à fraternidade humana até meados deste século. Ao mesmo tempo a disponibilidade de recursos como água e terras aráveis diminui enquanto o consumo aumenta. Vivemos tempos interessantes que eventualmente responderão o quão realistas são as previsões tanto de otimistas como de pessimistas. Independente do que aconteça, vivemos em um mundo cada vez menor onde uma crescente maré humana deixa cada vez menos espaço para as outras formas de vida que compartilham este planeta conosco. Entre 1975, quando eu estava na escola primária, e 2000, quando defendi meu doutorado, foram extintas 18 espécies de aves. Nesse mesmo período as florestas de regiões antes inacessíveis e quase míticas, como as ilhas de Bornéu e Sumatra, o norte de Mato Grosso, o sul do Pará, o sul da Bahia e partes da bacia do Congo foram em boa parte destruídas e transformadas em uma colcha de retalhos. Enquanto escrevo recebo a confirmação de que os rinocerontes do Vietnã e oeste da África, e os golfinhos do rio Yangtze se juntaram aos dinossauros, dodos e outras criaturas que nunca mais veremos, exceto como animações de computador. O ritmo de perdas durante uma pequena parte de uma vida humana é impressionante, assim como a facilidade com que não percebemos isso e nos acostumamos com o inaceitável se o processo é lento o suficiente. O Pantanal ainda é uma das grandes áreas selvagens da América do Sul e abriga as maiores populações de algumas espécies, como onçaspintadas, veados-campeiros e cervos. Espécies de peixes migradores em declínio no restante da bacia do Paraná-Paraguai graças às hidrelétricas ainda mantém populações robustas ali, apesar do impacto crescente da pesca. A explosão do agronegócio no Brasil, com a auto-atribuída missão do país se tornar o maior fornecedor de carne e grãos baratos para países que preferem destinar seus territórios e sua água para outros fins, está rapidamente consumindo o que foi território selvagem. O avanço da agropecuária moderna substituiu boa parte da vegetação natural das bacias que drenam para a planície pantaneira por pastagens e plantações. Uma pecuária mais intensiva está substituindo a tradicional, e pastagens plantadas ocupam áreas cada vez maiores das antigas cordilheiras e cerrados da Planície Pantaneira. Até 2004, 44% da Bacia do Alto Paraguai havia sido totalmente alterada pela agropecuária, o mesmo sendo verdadeiro para 17% da Planície Pantaneira. As projeções, na época, significavam a perda do Pantanal em menos de 50 anos. Bem menos que a expectativa de vida de um brasileiro médio. Esta mudança radical acontece sem que ao menos saibamos o que está sendo perdido. A lentidão do ritmo das pesquisas científicas, não apenas de inventários de biodiversidade, mas especialmente a bioprospecção por novas substâncias e processos metabólicos com aplicações comerciais contrasta com a agilidade e capacidade de mobilização do setor agrícola. É sábio sacrificar nossa herança natural para alimentar nossa epidemia de obesidade e para que chineses, iranianos e russos comam carne barata? A conservação dos espaços naturais que guardam um pouco do que nosso planeta foi antes do início da Era da Humanidade é uma das poucas estratégias que permitirão a existência de muitas formas de vida em paisagens cada vez mais ocupadas por monótonas pastagens e plantações. A Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista (RPPN EEB) é um dos espaços que estão sendo reservados para a Natureza e seu estudo. Mais que isso, é um espaço onde a Natureza pode ser usada de forma que não é consumida ou destruída, mas sim degustada. 34 Descobrindo o Paraíso 35

19 Afinal, o tamanho da economia baseada nos desejos imateriais do espírito humano, atrelada em atividades como esporte, religião e reality shows, mostra quão tolo é imaginar que o importante para nossa sociedade são meramente as necessidades do corpo. A gente não quer só comida. A Serra do Amolar, emergindo como uma ilha na Planície Pantaneira, abriga florestas secas, cerrados e campos muito diferentes daquelas da Planície e, como consequência, espécies animais distintas. As comunidades biológicas desta região, cheia de surpresas, apenas recentemente passaram a ser objeto de estudo por cientistas. Este livro mostra os resultados de expedições de inventário biológico feitas à RPPN EEB nas estações seca e chuvosa, quando foram estudados tanto a flora local como diversos grupos de invertebrados, sempre ofuscados pela fauna vertebrada carismática, mas de maneira alguma menos importantes. Os resultados incluem não apenas importantes extensões de distribuição e novos registros para o Pantanal, mas também a descoberta de espécies totalmente novas para a Ciência. A RPPN EEB, propriedade da MMX administrada pelo Instituto Homem Pantaneiro é parte de uma notável iniciativa de conservação baseada em áreas privadas no que é uma das porções mais importante do Pantanal. Região de extrema importância ambiental e rara beleza vizinha ao Parque Nacional do Pantanal Matogrossense, um total de ha da Serra são protegidos pela Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar, que inclui quatro reservas particulares do patrimônio natural (RPPNs) da Fundação Ecotrópica, a RPPN-EEB, a Fazenda Santa Tereza e o Instituto Acaia. Esta iniciativa é parte da melhor esperança de que uma parcela exuberante e viável do Pantanal sobreviva a este momento crucial da história da Humanidade e possa, se tudo correr bem, ser legado àqueles que nos sucederão. Ela também mostra como o setor privado pode ser um ator positivo na conservação de um legado natural para o futuro quando os agentes governamentais aos quais se atribui esta função carecem de visão, recursos ou interesse. Benfeitores privados criaram instituições como o MASP ou o Smithsonian como presentes para a sociedade. Em tempos onde um reconhecimento cada vez maior da importância das questões ambientais se choca com as demandas de consumo cada vez maiores de nossa sociedade, é animador ver que o espírito daqueles benfeitores continua não apenas presente, mas também inclui a ações para a conservação da Natureza. Mais de um sábio, ao longo da História, notou que uma das medidas da civilização de uma sociedade ou de indivíduos é a forma como trata a Natureza. A iniciativa da MMX caminha no rumo certo. 36 Descobrindo o Paraíso 37

20 Introdução e área de estudo Alessandra Bertassoni¹, Viviane Fonseca Moreira ¹, Stephanie Leal¹ & Grasiela Porfírio¹,² ¹ Setor de Meio Ambiente do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), Ladeira Jose Bonifácio, 171, Porto Geral, Corumbá (MS), Brasil. CEP: alebertassoni@hotmail. com, viviane@institutohomempantaneiro.org.br, stephanie@institutohomempantaneiro. org.br ² Departamento de Biologia e CESAM Centro de Estudos do Ambiente e do Mar. Laboratório de Vida Selvagem Campus de Santiago. Universidade de Aveiro, Portugal. grasiela.porfirio@ua.pt Pantanal O Pantanal é o maior complexo de áreas úmidas do mundo, uma grande planície de sedimentação, com cerca de km². Está inserido em grande parte na região do centro-oeste brasileiro, abrangendo aproximadamente km², na Bolívia com km², e no Paraguai, com a menor área, km² (Junk et al., 2006). O Pantanal ou planície pantaneira é parte integrante da bacia hidrográfica do Alto Paraguai (BAP), a qual possui uma área em território brasileiro de km² (Silva & Abdon, 1998), setorizada em Planalto (64%) e Planície pantaneira (36%). Essas duas grandes unidades geomorfológicas da BAP são distintas em recursos naturais e comportamentos hidrológicos, contudo são interdependentes em seus processos ecológicos, uma vez que o Planalto acomoda as nascentes dos principais rios que alimentam a planície pantaneira. A planície aluvionar do Pantanal tem seus limites marcados por variados sistemas de elevações do planalto, como chapadas, serras e maciços (Magalhães, 1992). Por exemplo, a Chapada dos Guimarães, as Serras de Maracajú, Amolar e Bodoquena; e o Maciço do Urucum. A planície é recortada por vários rios, como o Cuiabá, Piquiri, Taquari, Paraguai e Aquidauana; todos pertencentes à BAP. Essa última condição faz com que o Pantanal seja considerado uma das maiores áreas úmidas contínuas do planeta (Pearson & Beletsky, 2005). Por esse conjunto de atributos, foi intitulado como Patrimônio Nacional pela Constituição Brasileira e Patrimônio da Humanidade e Reserva da Biosfera pela UNESCO (Unesco, 2010). Além disso, figura como uma das últimas 37 grandes áreas selvagens do planeta (Mittermeier et al., 2003) e possui três sítios Ramsar 38 Descobrindo o Paraíso 39

21 reconhecidos: o Parque Nacional do Pantanal Matogrossense, a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) do SESC Pantanal e a RPPN Fazenda Rio Negro (Ramsar & MMA, 2010). A fitogeografia do Pantanal compreende um mosaico de paisagens, devido a uma ampla diversidade de condições ambientais. Ao leste, a principal influência é do bioma Cerrado, com ecótones de Floresta Atlântica. No extremo norte, predomina vegetação característica da Floresta Amazônica, bem como vegetação ecotonal entre os dois ecossistemas. Por fim, a oeste, surge a influência do Chaco. Nas áreas mais elevadas, podem ocorrer fragmentos de formações afins da Caatinga (MMA, 2006). As regiões fitoecológicas do Pantanal são compostas por florestas estacionais decíduas, florestas estacionais semidecíduas, savana (cerrado) e savana estépica (chaco). Também ocorrem áreas de ecótones entre as categorias e áreas de vegetação pioneira com influência fluvial (Silva & Abdon, 2006). O clima do Pantanal apresenta sazonalidade bem definida, com uma temperatura média de cerca de 25o C (Fernandes et al., 2010). A classificação climática, segundo Köppen, é do tipo Aw (savana), apresentando clima quente e úmido no verão, com estação chuvosa de outubro a abril e seca no inverno, de maio a setembro (Rohli & Vega, 2008), onde o clima é seco e as temperaturas são relativamente mais baixas. Frentes frias vindas do sul do país podem ocorrer ao longo do ano, provocando quedas bruscas de temperatura durante alguns dias. O período de chuvas concentra cerca de 70 a 80% da média pluviométrica anual. A precipitação média anual deste ecossistema é de cerca de mm, variando entre 800 e mm (ANA et al., 2005). As chuvas sazonais, juntamente com um solo predominantemente sedimentar e a baixa declividade do relevo pantaneiro, contribuem para o transbordamento dos rios e consequentemente para a inundação da planície. O regime de inundações apresenta variações periódicas anuais, as quais podem trazer alternância de períodos plurianuais secos e de cheias, ambos acima da média (Jesus, 2003; Junk et al., 2006). O pulso hídrico ou de inundação do Pantanal é o principal fenômeno determinante da produtividade dos ecossistemas locais e sua biodiversidade (Calheiros, 2003; Resende, 2008; Santos & Calil, 2010). A inundação é um fator determinante para a fertilidade da terra, a riqueza das comunidades de organismos aquáticos (base da cadeia alimentar deste ecossistema), e também para a economia regional. Esta última é baseada principalmente na pecuária, pesca profissional, pesca desportiva e no ecoturismo, o qual move vários setores econômicos (Harris et al., 2005; Padovani & Jongman, 2006; Resende, 2008). As Ameaças à Planície Pantaneira Alterações e perdas de habitat As alterações e supressões de habitat no Pantanal geralmente têm como causa principal o desmatamento e as queimadas para abertura de pastagens para o gado. Até o ano de 2004, a estimativa de perdas da vegetação original na planície pantaneira estava em cerca de 17,5%, o que corresponde a uma área aproximada de km². Dessa percentagem, 11% estão no Pantanal do Estado de Mato Grosso do Sul e 6% no Mato Grosso (Harris et al., 2006). A remoção da vegetação, essencialmente nos planaltos adjacentes onde se situam as nascentes dos principais rios contribuintes ao Pantanal, é uma grande ameaça aos habitats. Ainda, a conversão de habitats naturais no planalto para lavoura, pastagem e extração mineral podem provocar processos erosivos intensos. Os sedimentos resultantes da erosão acabam sendo depositados na planície pantaneira, alterando os padrões do fluxo da água e os regimes hidrológicos locais. Um exemplo desse processo é o assoreamento do rio Taquari (Harris et al., 2005; Junk et al., 2006). O hábito de atear fogo é uma prática comum no Pantanal, assim como o uso de queimadas para a abertura de pastos para o gado. Contudo, é frequente a perda de controle do fogo, resultando em incêndios florestais, principalmente em épocas de estiagem (Harris et al., 2005). Contaminação e poluição por efluentes inorgânicos devido à presença de indústrias pesadas Situam-se no Pantanal algumas indústrias pesadas que atuam no beneficiamento de grandes quantidades de matéria-prima para serem utilizadas na fabricação ou no funcionamento de outros bens, tais como fábricas de cimento, siderúrgicas, mineradoras e empresas de gás. Dentre 40 Descobrindo o Paraíso 41

22 os impactos ambientais causados pelo segundo setor estão a poluição de corpos d água, do ar, sonora, subsidência do terreno, degradação de áreas naturais e emissão de particulados. Em relação às empresas mineradoras, pode-se citar a ameaça pela contaminação das bacias hidrográficas por dejetos produzidos pelo processamento do minério de ferro, manganês e carbonato de cálcio (Harris et al., 2006; Alho, 2011). Ainda, como grande parte dos produtos minerais é transportada via rio Paraguai, há riscos de acidentes e naufrágios e, portanto, de poluição. Usinas hidrelétricas e a construção de barragens, tanto no Planato adjacente como na planície pantaneira, podem causar impactos ecológicos cumulativos (Girard, 2002). Usinas hidrelétricas estão planejadas ou em construção em grandes afluentes do alto rio Paraguai (Junk et al., 2006), a exemplo das usinas instaladas em Itiquira, Correntes e Casca na subbacia do rio Cuiabá, e da previsão de nove pequenas centrais hidrelétricas na bacia do Taquari (Lucianer, 2010). A hidrelétrica do Manso, perto de Cuiabá, é considerada de grande porte, e dentre os impactos cumulativos estão a interrupção da rota de migração de muitas espécies de peixes do Pantanal às suas áreas de desova, impactos sobre os ecossistemas terrestres adjacentes e alteração do regime de inundação do rio Cuiabá (Girard, 2002; Junk et al., 2006). Hidrovia Paraguai-Paraná Na década de 1980, um grande projeto de estruturação para a Hidrovia Paraguai-Paraná foi concebido (WWF, 2001; Zugaib, 2006). Porém, no ano de 2000, por pressão de ONGs conservacionistas e instituições de pesquisa, o governo brasileiro recuou na realização deste grande empreendimento (Junk et al., 2006). Contudo, empresas privadas continuaram a implementação de infra-estrutura para hidrovia (Junk et al., 2006; Zugaib, 2006), e atualmente a AHIPAR Administração da Hidrovia do Paraguai do Ministério dos Transportes do Brasil tem a competência de acompanhar e executar as atividades de manutenção, estudos, obras, serviços e exploração dos rios e portos na bacia hidrográfica do rio Paraguai (AHIPAR, 2010). A Hidrovia é considerada uma das maiores ameaças para o Pantanal por alguns pesquisadores (Junk et al., 2006). Este status ocorre em razão das atividades de implementação e construção de melhorias de navegação das vias fluviais que, por sua vez, provocam alterações de canais e barrancos que englobam as margens dos corpos hídricos. Tais modificações podem interferir, em grande escala, na amplitude e periodicidade do pulso hídrico, de forma a promover mudanças nos padrões temporais e espaciais das comunidades biológicas e nos processos ecológicos (Allan & Johnson, 1997; Gottens et al., 1998; Mittermeier et al., 2003; Calheiros, 2003; Harris et al., 2005; Millennium Ecosystem Assessment, 2005; Harris et al., 2006; Junk et al., 2006; Zugaib, 2006; Alho, 2011). Exploração de estoques pesqueiros A exploração dos grandes estoques das espécies de peixe de valor comercial no Pantanal é uma ameaça significativa, uma vez que a pesca é uma das principais atividades econômicas, atrás somente da pecuária extensiva (Calheiros, 2003). A partir do ano 2000, a captura de peixes diminuiu, e dentre as hipóteses para explicar esse fato está a diminuição das populações naturais em decorrência do uso (Albuquerque & Catella, 2009). As espécies mais capturadas são o pintado (Pseudoplatystoma corruscans), a cachara (Pseudoplatystoma reticulatum) e o pacu (Piaractus mesopotamicus), em decorrência de alcançarem os melhores preços para comercialização (Albuquerque & Catella, 2009). A comercialização de iscas vivas é uma realidade para o Pantanal, em função da demanda para a pesca desportiva e profissional. As iscas (tuvira, tuvirão, caranguejo, mussum, jejum, cascudo, entre outras) podem ser capturadas em qualquer época do ano e configuram-se como uma opção de renda alternativa para muitos pescadores e ribeirinhos. A maior preocupação em relação a essa atividade é o seu potencial para a introdução e disseminação de espécies exóticas, uma vez que o comércio das iscas é realizado da Bacia do Alto Paraguai para outras bacias hidrográficas (Catella et al., 2009). Caça ilegal O comércio internacional de peles de jacarés-do-pantanal (Caiman yacare) e ariranhas (Pteronura brasiliensis) nas décadas de 1950 e Descobrindo o Paraíso 43

23 foi uma das atividades mais lucrativas da região. As populações de jacarés entraram em declínio populacional e as ariranhas foram caçadas até quase desaparecerem (Tomas et al., 2000; Harris et al., 2005). Na década de 1980, e durante muitos anos decorrentes, a caça ilegal do jacaré-do- Pantanal era uma atividade comum, principalmente em áreas de rios, onde muitos espécimes foram mortos (Campos et al., 2005). A matança desses jacarés estava pautada na comercialização da pele e, secundariamente, para o consumo da carne. Alguns felinos, como a onça-pintada (Panthera onca) e a parda (Puma concolor), têm sido perseguidos por produtores rurais devido à predação ao gado (Harris et al., 2005; Junk et al., 2006; Azevedo & Murray, 2007). Entre 2010 e 2011, uma investigação da Polícia Federal descobriu um esquema de safáris de caça ilegal de diversas espécies de animais para turistas estrangeiros no Pantanal, com foco em onças pardas e pintadas. Segundo Junk e colaboradores (2006), a caça de subsistência também acontece em várias regiões do Pantanal, e dentre as espécies-alvo estão a paca (Agouti paca), veados (Mazama spp.) e tatu-galinha (Dasypus novemcinctus). Outra espécie com pressão de caça é o porco monteiro (Sus scrofa). Esse porco feral chegou ao Pantanal há cerca de dois séculos e estabeleceu grandes populações. As consequências desse estabelecimento na planície ainda são pouco compreendidas do ponto de vista ecológico. Contudo, o porco monteiro tem sido considerado uma espécie de franca preferência pelos pantaneiros, sendo o sistema de sua caça inserido na cultura regional (Desbiez et al., 2009). Introdução de espécies invasoras A introdução de espécies é considerada, em termos gerais, a segunda maior ameaça para a biodiversidade, ficando atrás somente da perda de habitat. Essa introdução aumenta os riscos de extinção das espécies locais, em função de predação, competição, destruição de habitats, entre outros. Contudo, alguns elementos, como a sensibilidade do ambiente e a capacidade de estabelecimento da espécie invasora, são relacionados a esses riscos (Soares et al., 2005). O mexilhão dourado (Limnoperna fortunei), o caramujo-gigante-africano (Achatina fulica), o tucunaré (Cichla sp.) e o tambaqui (Colossoma macropomum) são espécies invasoras no Pantanal (Harris et al., 2005; Soares et al., 2005; Junk et al., 2006). O acompanhamento quanto à dispersão e capacidade de colonização dos rios do Pantanal pelo mexilhão dourado está sendo monitorado pela Embrapa Pantanal. Essa espécie exótica é originária da China e foi transportada desde a Argentina via navegação pela Hidrovia Paraguai-Paraná (Oliveira et al., 2004). O tucunaré, peixe originário da bacia amazônica, é um predador voraz e sua introdução no Sudeste do Brasil resultou em extinções locais (Harris et al., 2005; Junk et al., 2006). A braquiária (Brachiaria subquadripara) e o capim-colonião (Panicum sp.) são as principais espécies forrageiras exóticas. Ambas as espécies vegetais são largamente cultivadas no Pantanal e formam densos aglomerados, podendo suprimir a flora local. Além disso, constituem uma biomassa perigosa quando ocorre o fogo (Pott, 2007). A Sub-região do Paraguai e Serra do Amolar A extensa área que comporta o Pantanal brasileiro, estimada por Silva & Abdon (1998) em km2, apresenta inúmeras variações, em nível florístico, edáfico, climático, topográfico e em aspectos que vão desde a quantidade de corpos d água (drenagem) às formações circundantes. Vários estudos foram realizados com foco nas diferenciações da planície pantaneira, sendo que esta já foi dividida de seis a 17 sub-regiões. Neste livro consideramos a classificação de Silva & Abdon (1998), que divide o Pantanal em 11 sub-regiões: Cáceres, Poconé, Barão de Melgaço, Paiaguás, Nhecolândia, Abobral, Aquidauana, Miranda, Nabileque, Porto Murtinho e Paraguai. A sub-região do Pantanal denominada Paraguai, em razão do rio, se localiza a oeste do Pantanal (Silva & Abdon, 1998), agrega área dos municípios de Poconé (MT), Corumbá e Ladário (MS), e é delimitada morfologicamente pela Serra do Amolar e pelo Maciço do Urucum (Junk et al., 2006). A área dessa sub-região compreende km2, representando cerca de 6% do Pantanal brasileiro e fazendo fronteira com a Bolívia. A região encontra-se em uma das unidades de drenagem ecológica classi- 44 Descobrindo o Paraíso 45

24 ficada pela The Nature Conservancy - TNC, no grupo ecológico Pantanal do rio Paraguai (Jesus, 2003; Higgins et al., 2005). A definição do porte da maioria dos cursos de água da região é de grande porte de a km. O regime hidrológico da região tem como principal elemento o rio Paraguai, sendo considerada uma área de alta inundação, cujo período de cheia se estende de fevereiro a abril. Os corixos (cursos d água menores, com volume e leito variáveis conforme a época do ano) e as baías (lagoas que podem ser permanentes ou temporárias) são de difícil distinção com as águas do rio, formando uma extensa área alagável. Nessa sub-região há a presença de grandes baías permanentemente alagadas, sendo elas a do Castelo, Vermelha, Mandioré, Gaíva e Uberaba (Jesus, 2003). A Serra do Amolar tem início a cerca de 180 km do município de Corumbá e prossegue nas cristas montanhosas orientadas no sentido sudeste - noroeste, por mais 40 km ao longo da fronteira com a Bolívia, até atingir a divisa com o Estado de Mato Grosso. As suas morrarias de origem Pré- Cambriana funcionam como um controle geológico do escoamento das águas do Pantanal e desempenham um importante papel na intrincada rede ecológica que integra rios, planícies e comunidades bióticas (Collischonn et al., 2005). O seu ponto mais elevado é o Pico do Amolar, com aproximadamente m de altitude. A característica peculiar desta região é a presença desta formação montanhosa relativamente isolada (Instituto Homem Pantaneiro, no prelo) associada com as influências do rio Paraguai. Os principais tipos vegetacionais encontrados nessa região são as savanas gramíneo lenhosa inundável e não-inundável, florestada e arborizada, floresta estacional semidecidual, além de áreas de transição com formações aluviais. Esses ambientes são altamente decíduos e na estiagem apresentam alta vulnerabilidade aos incêndios florestais. Ainda, pela proximidade geográfica com a Bolívia, a área também apresenta influência das formações da ecorregião do Bosque Seco Chiquitano (Vides-Almonacid et al., 2007; Pott & Pott, 2009). Segundo Pott et al. (1997), a flora da região ainda é pouco conhecida, em função de coletas escassas. Esta carência de estudos científicos sistematizados, em relação à caracterização da flora e da fauna, também foi verificada pelo Instituto Homem Pantaneiro (no prelo). Contudo, a associação da riqueza de espécies e dos processos ecológicos entre a planície pantaneira e a Serra do Amolar faz desta uma região estratégica para a conservação do Pantanal, por formar um corredor biológico e geográfico potencialmente importante (Fundação Ecotrópica, 2003). O Pantanal é uma área de grande significado para a conservação, devendo ser priorizada em programas regionais e merecendo especial atenção devido à sua vulnerabilidade aos principais vetores de impacto atuantes na região (Harris et al., 2006). A Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista RPPN EEB As planícies alagáveis estão entre os ecossistemas mais frágeis e ameaçados do mundo, pois estão sujeitas ao impacto causado pelas atividades antrópicas, tanto no solo adjacente da planície quanto nas águas que as compõem (Moore, 2006). Porém, apesar do conhecimento sobre a relevância do Pantanal e do seu entorno para a manutenção dos recursos hídricos, assim como para a conservação da biodiversidade regional, há poucas áreas que garantem sua proteção (Harris et al., 2006). Em todo esse contexto encontra-se a Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista (EEB; figura 1 e 2). Figura 1 Contexto geográfico da área da Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista, Serra do Amolar, Corumbá/MS. Fonte: Instituto Homem Pantaneiro, Descobrindo o Paraíso 47

25 Figura 2 Área da Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista situada na Serra do Amolar, município de Corumbá/MS. Foto: Haroldo Palo Jr. Uma RPPN é definida pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), na Lei n 9.985, como uma área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica. Nestas áreas somente são permitidas as atividades de pesquisa científica, visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais (SNUC, 2004). A RPPN EEB tem como atores principais de sua criação a empresa MMX Mineração e Metálicos S.A. e o Instituto Homem Pantaneiro (IHP). Essa união conciliou os objetivos do IHP com o comportamento empresarial proativo da MMX. O IHP é uma Organização Não-Governamental de Direito Privado, criada em 2002 e localizada no município de Corumbá, no Estado de Mato Grosso do Sul. A missão da instituição é atuar na promoção do desenvolvimento e da melhoria da qualidade ambiental no Pantanal, por meio de ações que promovam a educação, a cultura, o desenvolvimento social, a preservação e a conservação do patrimônio cultural e ambiental. A partir da parceria entre MMX e IHP, em 21 de julho de 2006, foram adquiridas as áreas das fazendas Novos Dourados e Morrinhos, que somam juntas ,47 hectares. Após duas expedições de cunho científico, uma em novembro de 2006 e outra em maio de 2007, foram definidos os zoneamentos da RPPN e as prioridades para o Plano de Manejo. Em 24 de julho de 2008, através da Portaria nº 51 do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade ICMBio, foi criada a RPPN EEB, com uma área de ,79 hectares (Medeiros, 2008). A responsabilidade do IHP para com a MMX, como gestor da área, é a de viabilizar técnica e operacionalmente a execução das atividades necessárias à implantação, consolidação e desenvolvimento da RPPN (Instituto Homem Pantaneiro, no prelo). A RPPN EEB (S , O ) está localizada ao sul do Parque Nacional do Pantanal Matogrossense (Parna Pantanal), no Estado do Mato Grosso do Sul, a noroeste da cidade de Corumbá, e o seu limite oeste faz fronteira com a Bolívia. Dentro da área da RPPN há dois inselbergs, o Morro do Chané e o Morro do Campo, que apresentam uma altitude de cerca de 500 a 600 metros e as primeiras montanhas da Serra do Amolar: o Morro Comprido, o Morro Morrinhos, o Morro das Cabras e o Morro Novos Dourados. Dentre os limites geográficos, a RPPN EEB é margeada pelo rio Paraguai e pela Baía Mandioré. O rio Paraguai é o principal responsável pela drenagem do Pantanal e um importante elemento hídrico no pulso de inundação anual deste ecossistema (Fernandes et al., 2010). A Baía Mandioré é uma das grandes baías da planície pantaneira; suas águas circundam algumas das morrarias do Amolar e em toda a extensão faz fronteira com a Bolívia. A associação entre as áreas montanhosas e a planície de inundação forma um gradiente ecológico único, sendo a característica peculiar da RPPN EEB. Essa área ainda desempenha um papel de extrema importância para a manutenção dos estoques pesqueiros do Pantanal e como refúgio para a fauna em épocas de inundação intensa, em razão do seu relevo (Unesco, 2010). A área da RPPN EEB merece destaque também por apresentar uma fauna e flora de beleza exuberante e um cenário paisagístico raramente encontrado em outras áreas do mundo. A Coleção Biológica Didática RPPN EEB O manejo sustentado dos recursos naturais deve ser consolidado para o Pantanal, a sub-região do Paraguai, a Serra do Amolar e a RPPN EEB. Contudo, isso só será alcançado com base em estudos biológicos e ecológicos, os quais devem ter um olhar atento para as ameaças supracitadas. A identificação taxonômica é o primeiro passo. Sendo assim, cabe a máxima Conhecer para conservar (Pott & Pott, 1994). A necessidade de descobrir, descrever e catalogar a diversidade de espécies 48 Descobrindo o Paraíso 49

26 do mundo, bem como analisar e sintetizar essas informações, é ainda algo que deve ser concretizado e materializado no século XXI. Foi nesta linha de pensamento que o IHP iniciou em abril de 2010 a montagem de uma coleção biológica didática na RPPN EEB. As coleções biológicas compreendem bancos de materiais, sejam eles vivos ou preservados, e os dados a eles associados, como a identificação, descrição e os estudos da biologia. Segundo Martins (1994), uma coleção é a reunião ordenada de espécimes mortos ou partes corporais, devidamente preservados; e ainda normalmente a essas coleções estão associados produtos resultantes de atividades, tais como ninhos, abrigos, excrementos, rastros, pegadas, entre outros. Esses materiais servem como ferramentas para estudos, testemunhos de biodiversidade e como apoio fundamentado para muitas áreas do conhecimento (Peixoto & Morim, 2003). Existem vários tipos de coleções biológicas, e uma delas é a didática. Uma coleção biológica didática tem como finalidade propagar conhecimento biológico e ecológico, sendo uma ferramenta indispensável ao ensino das ciências naturais, pois o aprendizado se dá de forma visual, facilitando a compreensão de parte do ambiente representado (IBAMA, 2007). Bem como proporciona, além da aproximação com o mundo natural, a observação, o registro e a interpretação da natureza. Em uma unidade de conservação de qualquer categoria, as coleções significam uma fonte importante de informação que pode ser acessada facilmente a posteriori. Dessa forma, é de grande valia ter uma coleção biológica com espécimes da RPPN EEB. O IHP, como gestor da área, teve como objetivo coletar, montar e administrar a Coleção Biológica Didática RPPN EEB, destinada à exposição, demonstração e propagação do conhecimento ambiental e biológico. Assim, o trabalho de coleta de materiais na RPPN EEB foi realizado em duas campanhas de 10 dias consecutivos, no período de 24 de julho a 04 de agosto de 2010, referente ao período de seca (Campanha I), e no período de 26 de março a 05 de abril de 2011, referente ao período de cheia (Campanha II). As campanhas estiveram sob a coordenação da bióloga Viviane Fonseca Moreira, gestora do Setor de Meio Ambiente do IHP. Os locais amostrados na RPPN EEB foram a estrada Mandioré (S , O ), as trilhas Amolar (S , O ) e Morrinhos (S , O ), bem como pontos da mata ciliar que margeia a RPPN (De S , O a S , O ). A estrada Mandioré é caracterizada pelos tipos vegetacionais savana florestada e floresta estacional semidecidual (figura 3); esses dois tipos também estão presentes na trilha Amolar, juntamente com savana gramíneo-lenhosa (figura 4); já a trilha Morrinhos é constituída por savana florestada e savana gramíneo-lenhosa (figura 5). A mata ciliar da região é composta por alguns gêneros vegetais comuns na área, como Ipomoea, Cissus, Bactris, Triplaris, Cobretum e Cecropia, bem como gramíneas influenciadas pelo pulso de inundação (figura 6). Figura 3 Estrada Mandioré localizada na Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista, situada na Serra do Amolar, município de Corumbá/MS. Foto superior: início da Estrada Mandioré na época de estiagem (Valdilene Garcia); foto inferior: Final da Estrada Mandioré na época da cheia (Daniel De Granville / Photo in natura). 50 Descobrindo o Paraíso 51

27 Figura 4 Trilha Amolar localizada na Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista, situada na Serra do Amolar, município de Corumbá/MS. Foto superior: visão da vegetação da trilha Amolar na época de estiagem (Alessandra Bertassoni); foto inferior: início da trilha Amolar na época da cheia (Grasiela Porfírio). Figura 5 Trilha Morrinhos localizada na Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista, situada na Serra do Amolar, município de Corumbá/MS. Foto superior: início da trilha Morrinhos na época de estiagem (Alessandra Bertassoni); Foto inferior: visão da vegetação da trilha Morrinhos na época da cheia (Daniel De Granville / Photo in natura). 52 Descobrindo o Paraíso 53

28 Figura 6 Visão da mata ciliar que margeia a Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista, situada na Serra do Amolar, município de Corumbá/MS. Foto: Daniel De Granville / Photo in natura. As atividades de coleta foram realizadas mediante autorização do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), através da licença para atividades científicas registradas sob o número / 2. As campanhas seguiram um Plano de Ação, onde foram discriminados os grupos de coleta divididos por Artrópodes, Mamíferos e Botânica, cada qual coordenado por um responsável. O primeiro grupo pela bióloga e ecóloga Camila Aoki, o segundo pela bióloga e ecóloga Alessandra Bertassoni e o terceiro pelo biólogo Wellinton de Sá Arruda. Ainda, em relação aos recursos humanos, foram envolvidas 28 pessoas nos trabalhos de campo, desde apoio logístico (cozinheira, colaboradores gerais, etc.) a auxiliares de campo e coordenadores de grupo. Um total de 37 profissionais especialistas (dentre eles doutores em Biologia Vegetal, Ecologia, Zoologia e Entomologia) de instituições de ensino superior e de pesquisa está envolvido na confecção dos capítulos deste livro, incluindo a identificação do material biológico coletado. Essas instituições são a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Campus Campo Grande e Pantanal), Universidade Federal da Grande Dourados, Universidade Federal de Goiás, Universidade Federal do Paraná, Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Butantan, Universidade Federal de São João Del Rei, Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Universidade de Aveiro. Todo o material coletado em campo foi devidamente triado, analisado e enviado para os especialistas devidos, para a realização de estudos taxonômicos e de identificação. Após essa etapa, os materiais foram acondicionados em caixas entomológicas, recipientes apropriados e material para armazenamento de exsicatas, para que pudessem ser depositados e expostos no acervo da Coleção Biológica Didática RPPN EEB e nas demais instituições participantes do projeto. O presente capítulo introduz a área na qual este livro desenvolveuse, levando ao leitor informações sobre o Pantanal, as peculiaridades da região do Paraguai e da Serra do Amolar e a caracterização dos locais de coleta dentro da RPPN EEB. O livro segue com as informações coletadas nas campanhas referentes aos períodos de seca e de cheia, para a realização da Coleção Biológica Didática RPPN EEB, com ocasional junção (devidamente mencionada) de dados sintetizados de coletas anteriores em períodos similares. Referências AHIPAR Administração da Hidrovia do Paraguai / Ministério dos Transportes Administração Ahipar. Disponível em: < Acesso em: 11 jul Albuquerque, F. F. & Catella, A. C Sistema de Controle de Pesca de Mato Grosso do Sul: SCPESCA/MS Corumbá: Embrapa Pantanal e IMASUL. 57 p. Alho, C. J. R Biodiversity of the Pantanal: its magnitude, human occupation, environmental threats and challenges for conservation. Brazilian Journal of Biology, 71(1, suppl.): Descobrindo o Paraíso 55

29 Allan, J. D. & Johson, L. B Catchment-scale analysis of aquatic ecosystems. Freshwater Biology, 37: ANA/ GEF/ PNUMA/ OAS Strategic Action Program of the Integrated Management of the Pantanal and the Upper Paraguay River Basin Final Report. Brasília: TDA Desenho e Arte. 320 p. Azevedo, F. C. C. & Murray, D. L Evaluation of Potential Factors Predisposing Livestock to Predation by Jaguars. Journal of Wildlife Management, 71(7): Calheiros, D. F Influência do pulso de inundação na composição isotópica (_13 C e _15N) das fontes primárias de energia na planície de inundação do rio Paraguai (Pantanal - MS). Tese (Doutorado em Ciências, área de concentração Energia Nuclear na Agricultura) - Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP. 164 p. Campos, Z.; Mourão, G.; Coutinho, M. & Magnusson, W Efeito da Caça no Movimento e na Área de Uso dos Jacarés, Pantanal Sul. Corumbá: Embrapa Pantanal, 20 p. Catella, A. C.; Silva, J. M. V. & Jesus, V. M. F Comércio de iscas vivas no Pantanal de Mato Grosso do Sul, SCPESCA/MS, Corumbá: Embrapa Pantanal e IMASUL. 42 p. Collischonn, B.; Bravo, J. M.; Collischonn, W.; Allasia, D.; Villanueva, A. & Tucci, C. E. M Estimativa preliminar do comprimento do remanso do rio Paraguai a montante de Amolar. In: Águasul - Simpósio de Recursos Hídricos do Sul, 2005, Santa Maria -RS. Anais - Uso sustentável dos recursos hídricos: tecnologia, gestão e educação, Desbiez, L. J.; Keuroghlian, A.; Piovezan, U. & Bodmer, R. E Ecologia de populações de porco monteiro no Pantanal do Brasil. Corumbá: Embrapa Pantanal, 44 p. Fernandes, I. M.; Signor, C. A. & Penha, J Biodiversidade no Pantanal de Poconé. Cuiabá: Centro de Pesquisa do Pantanal, 196 p. Fundação Ecotrópica Plano de Manejo das RPPN`S Acurizal, Penha e Dorochê. Fundação de Apoio à Vida nos Trópicos: Cuiabá, MT. Girard, P Efeito cumulativo das barragens no Pantanal. Campo Grande: Instituto Centro Vida, 28 p. Gottens, J. F.; Fortney, R. H.; Meyer, J.; Perry, J. E. & Brian, E. R The case of the Paraguay-Paraná waterway ( Hidrovia ) and its impact on the Pantanal of Brazil: a summary report to the society of wetlands scientists. Wetlands Bulletin: Harris, M. B.; Tomas, W.; Mourão, G.; Da Silva, C. J.; Guimarães, E.; Sonoda, F. & Fachim, E Safeguarding the Pantanal Wetland: Threats and conservation initiatives. Conservation Biology, 19 (3): Harris, M. B.; Arcângelo, C.; Pinto, E. C. T.; Camargo, G.; Neto, M. B. R. & Silva, S. M Estimated loss of natural cover in Upper Paraguay River Basin and the Brazilian Pantanal. Natureza & Conservação, 4 (2): Higgins, J. V.; Bryer, M. T.; Khoury, M. L. & Fitzhugh, T. W A freshwater classification approach for biodiversity conservation planning. Conservation Biology, 19 (2): IBAMA Instrução Normativa nº 160, de 27 de abril de Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis/ Ministério do Meio Ambiente. Brasília: Diário Oficial da União nº 82, pp Instituto Homem Pantaneiro; Zucco, C. A.; Tizianel, F. A. T.; Jesus, F. & Saracura, V. No prelo. Plano de Manejo da Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista. Corumbá: Instituto Homem Pantaneiro. Jesus, F Classificação dos ecossistemas aquáticos do Pantanal e da Bacia do Paraguai. Brasília: The Nature Conservancy, 108 p. Junk, W.J.; Cunha, C.N.; Wantzen, K.M.; Petermann, P.; Strüssmann, C; Marques, M.I. & Adis, J Biodiversity and its conservation in the Pantanal of Mato Grosso, Brazil. Aquatic Sciences, 68: Lucianer, B Pantanal sob ameaça: estão previstas 110 pequenas centrais hidrelétricas na Bacia do Alto Paraguai. Campo Grande: Caderno de Ecologia, Correio do Estado (20 setembro de 2010). Magalhães, N.W Conheça o Pantanal. São Paulo: Terragraph, 390 p. Martins, U. R A coleção taxonômica. In: PAPAVERO, N. Fundamentos práticos de taxonomia zoológica. 2 ed. São Paulo: Universidade Estadual Paulista, 291 p. Medeiros, S. C Diário Oficial da União Seção 1. N 142 de 25 de 56 Descobrindo o Paraíso 57

30 julho de Brasília: Imprensa Nacional, p. 52. Millennium Ecosystem Assessment Ecosystems and Human Well-Being: Wetlands and Water - Synthesis. World Resources Institute: Washington, DC. 68 p. Mittermeier, R. A.; Mittermeier, C. G.; Brooks, T. M.; Pilgrim, J. D.; Konstant, W. R.; Da Fonseca, G. A. B. & Kormos, C Wilderness and biodiversity conservation. Proceedings of the National Academy of Sciences, 100 (18): MMA Caderno da Região Hidrográfica do Paraguai / Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de Recursos Hídricos. Brasília: MMA, 142 p. Moore, P. D Wetlands Biomes of the Earth. Nova York: Chelsea House, 219 p. Oliveira, M. D.; Pellegrin, L. A.; Barreto, R. R.; Santos, C. L.; Xavier, I. G Área de Ocorrência do Mexilhão Dourado na Bacia do Alto Paraguai entre os anos de 1998 e Corumbá: Embrapa Pantanal, 19 p. Padovani, C. R. & Jongman, R. H. G Pantanal: um paraíso seriamente ameaçado. Corumbá: Embrapa Pantanal, 3p. ADM Artigo de Divulgação na Mídia, n.098. Disponível em: < br/publicacoes/online/adm098>. Acesso em: 15 mar Pearson, D.L. & Beletsky, L Brazil Amazon & Pantanal. Northampton: Interlink Publishing Group, 492 p. Peixoto, A. L. & Morim, M. P Coleções botânicas: documentação da biodiversidade brasileira. Ciência e Cultura (SBPC): Pott, A. & Pott V. J Plantas do Pantanal. 1 ed. Brasília: Embrapa, 320 p. Pott, A.; Silva, J. S. V.; Abdon, M. M.; Pott, V. J.; Rodrigues, L. M.; Salis, S. M.; Hatschbach, G. G Vegetação. In: MMA/ Semam/ PNMA. Plano de Conservação da Bacia do Alto Paraguai (Pantanal) PCBAP. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, 2: Pott, V. J Plantas Aquáticas do Pantanal e da Alta Bacia. In: Anais do VIII Congresso de Ecologia do Brasil. Caxambu, MG. 1-3 p. Pott, A. & Pott, J. V Vegetação do Pantanal: fitogeografia e dinâmica. In: Anais 2º Simpósio de Geotecnologias no Pantanal, Corumbá. Embrapa Informática Agropecuária/INPE, p RAMSAR / MMA Cuidar das Zonas Úmidas uma resposta às mudanças climáticas. MMA: Brasília, 28 p. Resende, E. K Pulso de inundação: processo ecológico essencial à vida no Pantanal [recurso eletrônico]. Documentos 94. Corumbá: Embrapa Pantanal,16 p. Rohli, R. V. & Veja, A. J Climatology. Jones and Bartlett: Boston, 474p. Santos, M. T. & Calil, C. T Invertebrados aquáticos. In: Fernandes, I. M., Signor, C. A. & Penha, J. Biodiversidade no Pantanal de Poconé. Cuiabá: Centro de Pesquisa do Pantanal, pp Silva, J. S. V. & Abdon, M. M Delimitação do Pantanal brasileiro e suas sub-regiões. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 33 (Número especial): Silva, J. S. V. & Abdon, M. M Vegetação do Pantanal em escala regional associada ao Sistema Fitogeográfico Brasileiro. In: Congresso Nacional de Botânica, 57, 2006, Gramado. Avanços da botânica no início do século XXI: morfologia, fisiologia, taxonomia, ecologia e genética. Anais... Porto Alegre: Sociedade Botânica do Brasil, p SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza / MMA SNUC: Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000; decreto no 4.340, de 22 de agosto de ed. Brasília, DF: MMA/SBF, 56 p. Soares, C. E.; Cruz, L. E. M. B. & Dalabona, A. A. C Fauna Invasora. Cuiabá: IBAMA/MMA, 40 p. Tomas, W.M., P.A. Lima Borges, H.J.F. Rocha, R. Sá Filho, Kutchenski Jr, F. & T.V. Udry Potencial dos rios Aquidauana e Miranda, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, para a conservação da ariranha (Pteronura brasiliensis). In: Anais do III Simpósio sobre Recursos Naturais e Sócio-econômicos do Pantanal. pp Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa-Pantanal, Corumbá, Brasil. Disponível em: < Acesso em: 28 de junho de Tomas, W. M.; Mourão, G.; Campos, Z.; Sallis, S. M. & Santos, S. A Intervenções humanas na paisagem e nos habitats do Pantanal. 58 Descobrindo o Paraíso 59

31 Corumbá: Embrapa Pantanal, 58 p. UNESCO Biosphere Reserves World Network of biosphere reserves. MAB Programme: Paris, 21 p. Vides-Almonacid, R., Reichle, S. & Padilla, F Planificación Ecorregional del Bosque Seco Chiquitano. Santa Cruz de la Sierra: FCBC TNC, 260 p. WORLD WIDE FUND FOR NATURE WWF Retrato da navegação no Alto Rio Paraguai: Relatório da Expedição técnica realizada entre os dias 03 e 14 de novembro de 1999, no Rio Paraguai, entre Cáceres (MT) e Porto Murtinho (MS). Brasília: WWF, 63 p. Zugaib, E A Hidrovia Paraguai-Paraná e seu significado para a diplomacia sul-americana do Brasil. Brasília: Funag, 438 p. 60 Descobrindo o Paraíso 61

32 BO foto: Daniel Granville Criação da Coleção de Material Botânico TA NI 62 Descobrindo o Paraíso 63

33 Material Botânico Aspectos Dinâmicos da Flora e Criação da Coleção de Material Botânico da Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista, Serra do Amolar, Corumbá- MS. Wellinton de Sá Arruda¹, Marcus V. S. Urquiza², Iria Hiromi Ishii², Geraldo A. Damasceno-Júnior¹ & Regiane C. V. Galharte³ ¹ Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Campus de Campo Grande, Cidade Universitária, 549, ton_fr@hotmail.com & geraldodamasceno@gmail.com ² Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Campus do Pantanal. Avenida Rio Branco, 1270, Bairro Universitário, , Corumbá-MS. marvin_bio@hotmail.com & iria.ishii@gmail.com ³ Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Campus de Campo Grande. Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Cidade Universitária, 549, , Campo Grande-MS. regiane.galharte@gmail.com Resumo Para o estudo da botânica é primordial que o pesquisador ou estudante tenha conhecimento de práticas de coleta de material vegetal e montagem de exemplares de referência para sua identificação por comparação de caracteres morfológicos. Estes exemplares são as exsicatas que permanecem guardadas durante anos em herbários, servindo também de referência para futuros trabalhos em que haja a necessidade da identificação de alguma espécie. A Serra do Amolar e áreas de entorno estão localizadas na planície pantaneira no município de Corumbá Mato Grosso do Sul. Devido à dificuldade de acesso à região, a elaboração de grandes estudos florísticos nesses locais ainda é escassa. A criação de uma coleção botânica de referência situada na Serra do Amolar possibilita que pesquisadores e estudantes tenham melhores condições para execução de seus estudos, devido à possível utilização como referência em suas identificações e como fiel depositária de exsicatas, evitando o extravio das mesmas durante seu transporte pelo rio Paraguai (principal acesso a estas áreas). Este estudo teve como finalidade abordar aspectos dinâmicos da flora e criar uma coleção de material botânico na Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista (RPPN EEB). No período de estiagem (julho e agosto de 2010) e chuvoso (março e abril de 2011), foram realizadas caminhadas pelos principais acessos da RPPN EEB, em que foram coletados exemplares de 140 espécies botânicas. Destas, 49 espécies foram identificadas apenas a nível taxonômico de gênero. A área de estudo possui uma flora composta por espécies de Cerrado, de Floresta Estacional, da Floresta Amazônica, da Mata Atlântica e do Chaco, além de combinações de grupos que ocorrem em mais de uma destas províncias fitogeográficas. A partir da identificação do material coletado, foi possível evidenciar fortes relações entre a área da RPPN EEB e estas províncias fitogeográficas fronteiriças com o Pantanal com forte predominância de espécies de Cerrado e de Floresta Estacional. Ainda são necessárias novas coletas de material botânico a fim de que espécies que estavam apenas com caracteres vegetativos no período de estudo sejam coletadas. Introdução O Pantanal corresponde à maior planície sedimentar inundável do hemisfério ocidental, ocorrendo dentro do Brasil, nos estados de Mato Grosso (MT) e Mato Grosso do Sul (MS), na Bolívia e no Paraguai. Foi formado no período quaternário e preenchido com depósitos aluviais dos rios da Bacia do Alto Paraguai. A vegetação pantaneira está diretamente relacionada com a baixa declividade do terreno, que, por apresentar dificuldade de escoamento das águas, dá à vegetação um aspecto de mosaico em sua distribuição. Existem grandes baías circundadas por campos inundáveis, manchas de áreas florestadas nas partes mais elevadas, além de florestas secas isoladas em morrarias residuais (Prance & Schaller, 1982). A flora do Pantanal se caracteriza por possuir espécies de ampla distribuição do Cerrado, do Chaco, da Floresta Amazônica e da Mata Atlântica (Ratter et al., 1988; Dubs, 1994). Ocorrem vários tipos de fitofisionomias (cerrado sensu stricto, cerradão, floresta estacional, mata ciliar, campos inundáveis (na planície) e campos de altitude (nos morros residuais) e formações monodominantes (ver Pott & Pott, 2009). Em relação à flora, o Pantanal ainda carece de informações de cunho biogeográfico, principalmente em relação às morrarias residuais, que apresentam difícil acesso e localização remota, tornando-se, em alguns 64 Descobrindo o Paraíso 65

34 casos, verdadeiras ilhas na planície pantaneira durante as inundações mais intensas. Conhecimentos básicos sobre coleta e manutenção de material botânico de espécies vegetais em herbários são de grande valor para pesquisadores e estudantes da taxonomia, biologia e ecologia vegetal, tendo em vista que estes materiais constituem o principal instrumento para a correta identificação das espécies (Fidalgo & Bononi, 1989). Conseguir identificar corretamente as espécies é o primeiro passo para o desenvolvimento e a aplicação eficazes de métodos de manejo dos recursos vegetais (Marchiori, 1995). Por meio do conhecimento da nomenclatura correta de uma espécie vegetal é possível encontrar informações relevantes a respeito de sua distribuição, biologia, ecologia, fenologia, fisiologia e potenciais de uso (Camargos et al., 1996). Dentro deste contexto, a identificação botânica torna-se um pressuposto para a aquisição de diferentes informações sobre espécies que possuem características individuais e diferem nas propriedades, em que espécies bem identificadas resultam em produtos homogêneos, seguros e com qualidade. Além disso, a identificação científica assegura o uso sustentável da floresta e promove o conhecimento sobre nossas espécies (Fidalgo & Bononi, 1989; Ferreira, 2006). Para que boas identificações taxonômicas possam ser realizadas, é necessário que o pesquisador ou estudante possa ter contato com as informações já existentes. Em relação à botânica, essas informações podem ser obtidas dentro dos herbários. Um herbário nada mais é do que uma coleção taxonômica que reúne, de forma ordenada, exemplares secos de vegetais ou parte destes (ramos com folhas, flores e/ou frutos), prensados e dessecados, devidamente preservados para estudos (Moreira et al., 2010). Ao mesmo tempo, consiste em um local de depósito de material testemunho que tenha sido coletado em projetos de pesquisa, tanto em nível acadêmico quanto em nível técnico. Seus principais objetivos são: dar suporte à comunicação internacional ligada à taxonomia, por meio da identificação e da classificação das plantas; contribuir com o reconhecimento da flora local, regional, nacional ou internacional; realizar intercâmbio científico, emprestando, doando ou permutando material; subsidiar os trabalhos de pesquisa; guardar exsicatas de trabalhos de pesquisas pregressas e fornecer material didático e científico para estudantes de graduação e de pós-graduação (Moreira et al., 2010). A Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista (RPPN EEB) está localizada nos inselbergs da planície pantaneira que constituem a Serra do Amolar. Esta localidade do município de Corumbá-MS, junto à fronteira com a Bolívia, ainda é pouco estudada, devido à dificuldade de acesso. Na medida em que ocorre a criação de novas estruturas físicas (ex. alojamentos e trilhas) e intelectuais (ex. coleções botânicas e zoológicas) nas proximidades locais, ocorre também um maior investimento em pesquisa científica por parte dos estudiosos interessados em trabalhos pioneiros. Isso é acarretado pela facilitação do acesso ou da estada dos mesmos no local. O objetivo deste trabalho foi apresentar uma discussão a respeito da dinâmica da flora e montar uma coleção de exsicatas da RPPN EEB, para a criação de um pequeno herbário dentro da própria Reserva. Metodologia Área de estudo O estudo foi realizado na RPPN EEB (S ; O ), localizada na Serra do Amolar, Corumbá-MS. De acordo com o sistema de classificação de Köppen, o clima do município de Corumbá é do tipo Aw, ou seja, tropical megatérmico (temperatura média do mês mais frio é superior a 18ºC), com inverno seco e verão chuvoso, com média anual de precipitação de mm (Soriano, 1997). Foram utilizadas três áreas para as coletas de material botânico dentro da RPPN Engenheiro Eliezer Batista, com as seguintes denominações: Estrada Mandioré (S ; O ): Ao longo desta estrada é possível perceber a forte influência da inundação causada pelo extravasamento da baía Mandioré, no período de cheia. É possível encontrar espécies arbóreas tolerantes a inundação, como Vochysia divergens, regionalmente conhecido como cambará. Esta dinâmica também permite que sua flora sofra modificações morfológicas e 66 Descobrindo o Paraíso 67

35 fisiológicas (ex.: queda de folhas) por um período mais curto durante a seca. A vegetação passa por transições entre manchas de floresta estacional decidual, floresta estacional semidecidual e campos nativos. Trilha Amolar (S ; O ): Esta área possui flora caracterizada por transição entre formações de floresta estacional semidecidual, cerradão e cerrado, conforme ocorre o aumento da altitude, que chega a 368 m no ponto mais elevado. Trilha Morrinhos (S ; O ): Está localizada em uma área de morro, com a altitude variando entre 90 e 411 m, onde ocorre transição entre floresta estacional decidual (mais abaixo) e campo de altitude (em áreas mais elevadas), conforme o aumento da altitude. Coleta de material botânico As coletas de material botânico foram realizadas em duas expedições de oito dias cada, nos meses de julho e agosto (estação seca) e de março a abril (estação chuvosa). Este estudo privilegiou as espécies da flora local que se apresentaram férteis (flores, frutos, esporos ou sementes), tendo em vista a extrema importância para a identificação dos exemplares, sendo imprescindível para a confecção de exsicatas. Caminhadas foram realizadas nas trilhas e na estrada da RPPN em busca de espécies férteis da flora local. Quando novos exemplares eram avistados, o grupo de coletores adentrava nas formações vegetais para a realização dos procedimentos de coleta. Todo material coletado seguiu os padrões de coleta, montagem e preservação de acordo com os protocolos dos herbários (Fidalgo & Bononi, 1989). Plantas de hábito arbóreo tiveram o material fértil coletado com auxílio de tesoura de poda alta. Já os arbustos, ervas e lianas foram coletadas com tesoura de poda (Figura 1). Epífitas puderam ser coletadas com auxílio de uma espátula. Todo material de menor porte, tais como folhas, flores e pequenos frutos, foram prensados em jornais e prensas de campo (Figura 2). Amostras que não pudessem ser prensadas (ex.: frutos carnosos) foram armazenadas em sacos de papel de tamanhos apropriados. Figura 1. Material botânico coletado na RPPN Engenheiro Eliezer Batista, Corumbá-MS, com auxílio de tesoura de poda alta. Foto: Daniel De Granville/Photo in Natura. Figura 2. Material botânico sendo prensado em jornal e prensas de campo na Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista, Corumbá-MS. Foto: Bolivar Porto. 68 Descobrindo o Paraíso 69

36 Montagem de exsicatas O material coletado foi levado ao Herbário COR, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Campus do Pantanal, para início dos procedimentos de montagem das exsicatas. Dentro das prensas de campo foram inseridos pedaços de papelão e placas de alumínio sanfonadas, com a finalidade de aumentar a eficiência da secagem das plantas devido ao aumento da temperatura, proporcionando melhor evaporação da umidade das amostras. Em seguida as prensas foram colocadas dentro de uma estufa para secagem dos exemplares. Após a secagem, as exsicatas foram confeccionadas em cartolina e papel pardo (Figuras 3 e 4). O registro das informações referentes a cada exemplar foi feito em fichas individuais para cada um e em um arquivo digital disponível no herbário da RPPN EEB. A identificação do material seguiu o sistema APG II, e foi realizada com utilização de literatura especializada (Lorenzi, 1992; Lorenzi, 2009; Pott & Pott, 1994) e comparações com exemplares pertencentes ao Herbário COR. Figura 3. Exsicata de Triplaris gardneriana Wedd. coletada na Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista, Corumbá-MS. Foto: Daniel De Granville/Photo in Natura. Figura 4. Exsicatas em fase final de preparação na Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista, Corumbá-MS. Foto: Daniel De Granville/Photo in Natura. Resultados De acordo com seu plano de manejo, a RPPN EEB apresenta catalogadas até o momento 287 espécies vegetais, incluindo desde plantas aquáticas, inclusive algas macroscópicas, até espécies herbáceas e arbóreas (Instituto Homem Pantaneiro et al., no prelo). Durante este estudo foram coletados exemplares de 140 espécies para a montagem de exsicatas. Deste total, 49 não puderam ser identificadas em nível de espécie, permanecendo determinadas a nível taxonômico de gênero (Tabela 1). Das 140 espécies coletadas, 28 (20,00%) foram encontradas férteis durante a expedição da estação seca e 122 (87,14%) espécies estavam férteis durante a expedição da estação chuvosa. Apenas 10 (7,14%) espécies foram encontradas férteis durante as duas expedições de campo, evidenciando a sazonalidade da fenologia da comunidade local. Os espécimes que ainda não foram identificados até nível de espécie serão analisados novamente a partir dos procedimentos de permuta entre herbários. 70 Descobrindo o Paraíso 71

37 Tabela 1. Lista de exemplares da coleção de material botânico do herbário da Reserva Particular de Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista, Serra do Amolar, Corumbá-MS. 72 Descobrindo o Paraíso 73

38 Discussão Em uma revisão sobre aspectos dinâmicos e fitogeográficos do Pantanal, Pott & Pott (2009) agruparam as principais espécies arbóreas segundo suas floras de origem (Cerrado, Floresta Estacional, Chaco, Amazônica, Bacia do Paraguai-Paraná e Floresta Atlântica), acrescentando uma categoria para espécies de ampla distribuição (de ocorrência em vários biomas). Neste trabalho Pott & Pott (2009) puderam constatar que no Pantanal existe uma prevalência de táxons de grande amplitude ecológica, devido ao fato de a maioria das espécies lenhosas não ser exclusiva de uma única província biogeográfica. A flora encontrada no território pantaneiro recebe influências da flora amazônica a noroeste, de floresta atlântica ao sul e sudeste, na Serra da Bodoquena e arredores e nas cabeceiras dos rios Aquidauana e Miranda, da flora chaquenha a sudoeste, em argilas pesadas e alcalinas nas sub-regiões de Porto Murtinho, Nabileque e Miranda, e do Cerrado em solos arenosos distróficos com boa drenagem (Adámoli, 1986; Pott & Pott, 2009; Pott et al., 2011). Estas floras são determinadas diretamente pela sazonalidade marcante dos períodos de cheia e seca, pelas pequenas diferenças topográficas na planície, pelas grandes diferenças topográficas nos morros residuais de entorno, pela tolerância das espécies à inundação e pelas queimadas ocasionais (Pott et al., 1986; Pott & Pott, 2009; Ratter, 1988). De maneira geral a flora pantaneira é composta pelas espécies de ampla distribuição, contingentes de Cerrado, Floresta Estacional e por combinações de grupos que ocorrem em mais de uma província fitogeográfica Chaco, Floresta Amazônica, Floresta Atlântica e Bacia do Paraná-Paraguai (Prance & Schaller, 1982; Pott & Pott, 2009). Na área de domínio pantaneiro, podemos encontrar grandes áreas ocupadas por muitas espécies neotropicais de gramíneas, ciperáceas e outras ervas (Pott & Adámoli, 1999) do grupo de ampla distribuição definido por Pott & Pott (2009), além de vegetação do Cerrado. Devido a este predomínio de savanas, o Pantanal por vezes é enquadrado como pertencente ao bioma Cerrado (Junk et al., 2006). Na RPPN EEB são encontradas: formações de mata ciliar, às margens do rio Paraguai, campos inundáveis, em torno da baía Mandioré, 74 Descobrindo o Paraíso 75

39 formações de floresta estacional, conforme ocorre o aumento da altitude, e, nas partes mais elevadas, cerradão com transição para formações de cerrado senso stricto. Dentro do território da RPPN EEB não ocorre a transição de cerrado senso stricto para campos de altitude como em outras formações de planalto residual (ex.: Morraria do Urucum altitude acima de 800 m). Entretanto, as mesmas ocorrem em morros muito próximos e interligados, como, por exemplo, em áreas estudadas por Prance & Schaller (1982). Segundo Jardim et al. (2003), muitas árvores caducifólias que ocorrem no Pantanal também ocorrem em um tipo de floresta seca denominado de Bosque Seco Chiquitano, ocorrente na Bolívia, que compartilha espécies com o Cerrado. Exemplos destas espécies compartilhadas são: bocaiuva Acrocomia aculeata, gonçalo Astronium fraxinifolium, cumbaru Dipteryx alata e açoita-cavalo Luehea paniculata, Anadenanthera colubrina e piúvas Tabebuia heptaphylla, T. impetiginosa e T. ochracea (Ratter et al., 1988; Prado & Gibbs, 1993; Jardim et al., 2003). A flora da RPPN EEB se assemelha visualmente ao Bosque Seco Chiquitano devido ao fato de possuir muitas espécies compartilhadas entre o Chaco e o Cerrado, além de outras espécies de Floresta Estacional que são fisicamente semelhantes às chaquenhas (principalmente devido à presença de espinhos). Nas morrarias da RPPNEEB e de entorno, o fogo ocasional (natural ou acidental) funciona como um importante e efetivo limitador da flora, ao ocasionar a mortalidade de espécies sem resistência às queimadas (p. ex. genipapo Genipa americana e cambará Vochysia divergens) e favorecer espécies resistentes a este efeito, como as de Cerrado (ex. lixeira Curatella americana), assim como registrado em outros estudos (Pott, 2000; Pott, 2003; Pott et al., 2006). Pott & Pott (2009) comentam a possibilidade de ocorrência do fogo natural no passado dos morros residuais da região pantaneira mesmo antes da presença do homem, mas, provavelmente com menor frequência. Mesmo com todo o cuidado dentro da RPPN EEB, no presente, queimadas naturais podem ocorrer devido ao acúmulo de biomassa seca e queda de raios em alguns períodos do ano, causando ainda influência na dinâmica populacional da vegetação da morraria. Os efeitos da inundação também são limitadores para algumas espécies da flora local e facilitadores para outras (p. ex. ingás Inga spp.), estabelecendo um limite entre as áreas de ocupação das espécies anfíbias e tolerantes a períodos de inundação mais ou menos longos (distribuídas próximo ao rio Paraguai e baía Mandioré) e as espécies de ambientes secos, isoladas nas áreas de altitude mais elevadas da morraria. Na tabela 2 podemos observar algumas espécies lenhosas, com seus domínios fitogeográficos característicos, segundo Pott & Pott (2009). Mesmo o presente estudo não tendo contemplado todas as espécies lenhosas da RPPN EEB, é possível visualizar um maior predomínio de espécies que ocorrem no Cerrado (10 espécies), em Floresta Estacional (10 espécies) e na Floresta Amazônica (6 espécies), e um menor predomínio de espécies oriundas do Chaco (2 espécies) e da Mata Atlântica (2 espécies). Tabela 2. Lista de domínios de ocorrência da flora da coleção de material botânico do herbário da Reserva Particular de Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista, Serra do Amolar, Corumbá-MS. 76 Descobrindo o Paraíso 77

40 A formação das morrarias sedimentares que compõem a Serra do Amolar é tão antiga quanto a formação dos Andes (Assine & Soares, 2004; Dourojeanni, 2006), nos levando a crer que o conjunto de espécies que compõem a flora da RPPN EEB vem se modelando ao longo das mudanças climáticas sofridas na região desde a formação da própria planície pantaneira, através dos processos de colonização, extinção e especiação. Estudos paleoclimáticos sugerem que há milhares de anos, após a formação dos Andes, o clima na região ocupada atualmente pelo Pantanal foi muito árido, favorecendo a expansão na região de flora da Caatinga e chaquenha. O predomínio de vegetação de Cerrado ocorreu, possivelmente, em um passado muito recente (em torno de 1500 anos atrás), com o estabelecimento de um clima mais úmido (Assine & Soares, 2004). Considerações Finais O baixo número de exemplares encontrados férteis na primeira campanha (n = 28) deve-se ao período do estudo, realizado entre o final de julho e início de agosto de 2010, período de estiagem na região. Dessa forma nós nos deparamos com poucas espécies que ainda se apresentavam no final do período de floração e frutificação. Em contrapartida, na segunda campanha, que ocorreu do final de março ao início de abril de 2011, encontramos 122 espécies que já haviam iniciado ou estavam iniciando a floração em resposta ao início da estação chuvosa na região. Ao longo das expedições de campo, mais de 170 espécies foram encontradas com possibilidade de identificação devido a características vegetativas marcantes, que facilitam sua determinação com base nas experiências de campo do grupo de pesquisa. Entretanto, as mesmas não foram coletadas para a montagem de exsicatas, pois apenas exemplares férteis são utilizados para tal finalidade. Com a realização de novos estudos de caráter fitossociológicos e fenológicos, visando ao acompanhamento da flora, haverá a possibilidade de uma ampliação considerável para o acervo atual da coleção botânica, por possibilitar que todas espécies sejam observadas em seu período de fertilidade, tendo em vista que apenas 48,78% da flora descrita no Plano de Manejo foram encontradas neste estudo. Os dois herbários mais próximos da RPPN EEB e proximidades (herbário COR da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e o herbário CPAP da Embrapa Pantanal) estão localizados a, aproximadamente, 5 horas de viagem pelo rio Paraguai em embarcações com velocidade de cerca de 40 km/h. A criação do herbário na RPPN EEB facilita a realização de trabalhos botânicos na região, pois abriga materiais que possibilitam a identificação de espécies da flora local e também dá uma nova alternativa para que pesquisadores e estudantes possam depositar exemplares pesquisados. De maneira geral, herbários necessitam de tempo e coletas sucessivas para que possam ser implementados, pelo acréscimo de novos exemplares, como centros de referência em pesquisa. Agradecimentos Agradecemos a toda equipe do Instituto Homem Pantaneiro, pela ajuda nos trabalhos de campo e assistência durante a redação do capítulo de botânica, e à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Campus de Corumbá, por ceder o herbário durante a confecção das exsicatas. Referências Bibliográficas Adámoli, J. A A dinâmica de inundações no Pantanal. In: Anais do I Simpósio sobre Recursos Naturais e Socioeconômicos do Pantanal. Corumbá, MS: CPAP Embrapa, p Assine, M. L.; Soares, P. C Quaternary of the Pantanal, West- Central Brazil. Quaternary International, v. 114, p Camargos, J. A. A.; Czarneski, C. M.; Meguerditchian, I. & Oliveira, D Catálogo de árvores do Brasil. Brasília: IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis); Laboratório de Produtos Florestais, 887p. Dourojeanni, M. J Construindo o futuro do Pantanal. Rio de Janeiro: Sesc, Departamento Nacional, 304 p. Dubs, B Differentiation of woodland and wetland 78 Descobrindo o Paraíso 79

41 savanna habitats in Pantanal of Mato Grosso, Brazil. Küssnacht: Betrona Verlag, 103 p. (The Botany of Mato Grosso, series, n. 1). Ferreira, G. C Diretrizes para coleta, herborização e identificação de material botânico nas Parcelas Permanentes em florestas naturais da Amazônia brasileira. Disponível em: < gov.br/promanejo>. Acessado em: 22 nov Fidalgo, O. & Bononi, V. L. R Técnicas de coleta, preservação e herborização de material botânico. São Paulo: Instituto de Botânica, 61p. Instituto Homem Pantaneiro; Zucco, C. A.; Tizianel, F. A. T.; Jesus, F. & Saracura, V. No prelo. Plano de Manejo da Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista. Corumbá: Instituto Homem Pantaneiro. Jardim, A.; Killeen, T.J.; Fuentes, A Guia de los arboles y arbustos del Bosque Seco Chiquitano, Bolívia. Santa Cruz de la Sierra: Editorial FAN, 324 pp. Junk, W. J.; Nunes da Cunha, C.; Wantzen, K. M.; Petermannn, P.; Strüssmann, C., Marques, M. I. & Adis, J Biodiversity and its conservation in the Pantanal of Mato Grosso, Brazil. Aquatic Sciences, v. 68, n. 3, p Lorenzi, H Árvores Brasileiras; Manual de Identificação de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil. vol Nova Odessa: Ed. Plantarum, 352p. Lorenzi, H Árvores Brasileiras; Manual de Identificação de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil. vol. 3. Nova Odessa: Ed. Plantarum, 384p. Marchiori, J. N. C Elementos da dendrologia. Santa Maria: Ed. UFMS, 163p. Moreira, L. C. B; Travenzoli, N. M. & Menezes, T. P A Importância do Herbário Hunl do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais, Ipatinga, MG, Brasil. 11ª Semana de Iniciação Científica e 2ª Semana de Extensão Unileste-MG Educação com competência e respeito à vida. Pott, A.; Adámoli, J Unidades de vegetação do Pantanal de Paiaguás. In: Embrapa (ed.) Anais... II Simpósio sobre Recursos Naturais e Socio-Econômicos do Pantanal, Manejo e Conservação, Corumbá, Corumbá: Embrapa, p Pott, A Dinâmica da vegetação do Pantanal. In: Cavalcanti, T.C., Walter, B.M.T. (org.) Tópicos atuais em Botânica. Brasília: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia/Sociedade Botânica do Brasil, p Pott, A Diversidade de vegetação do Pantanal. In: Sociedade Botânica do Brasil, Desafios da Botânica no Novo Milênio: Inventário, Sistematização e Conservação da Diversidade Vegetal. 54. Congresso Nacional de Botânica, Sociedade Botânica do Brasil, p Pott, A.; Oliveira, A. K. M.; Damasceno-Junior, G. A. & Silva, J. S. V Plant diversity of the Pantanal wetland. Braz. J. Biol., vol.71, n.1, suppl.1, pp Pott, A. & Pott, V. J Plantas do Pantanal. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Centro de Pesquisa Agropecuária do Pantanal, Corumbá: EMBRAPA, 320 p. Pott, A. & Pott, J. V Vegetação do Pantanal: fitogeografia e dinâmica. Anais 2º Simpósio de Geotecnologias no Pantanal, Corumbá. Embrapa Informática Agropecuária/INPE, p Pott, V. J.; Pott, A.; Ratter, J. A. & Valls, J. F. M Flora da fazenda Nhumirim, Nhecolândia, Pantanal, Relação preliminar. Embrapa CPAP, p.22. Pott, A.; Pott, V. J. & Souza, T. W Plantas daninhas de pastagem na região de Cerrados. Campo Grande: Embrapa, 336 pp. Prado, D. E., Gibbs, P. E Patterns of species distribution in the dry seasonal forests of South America. Ann. Missouri Bot. Gard., v. 80, p Prance, G. T. & Schaller, G. B Preliminary study of some vegetation types of the Pantanal, Mato Grosso, Brazil. Brittonia 34: Ratter, J. A.; Pott, A.; Pott, V. J.; Nunes da Cunha, C. & Haridasan, M Notes on woody vegetation types in the Pantanal and around Corumbá. Notes Royal Botanic Garden Edinburgh, v. 45, p Soriano, B. M. A Caracterização climática de Corumbá, MS. Corumbá: Embrapa/Cpap, Boletim de Pesquisa, Descobrindo o Paraíso 81

42 foto: Daniel Granville ABE LHAS 82 Descobrindo o Paraíso 83

43 Diversidade de abelhas (Hymenoptera: Apoidea) e recursos florais na RPPN Engenheiro Eliezer Batista, Pantanal de Mato Grosso do Sul Camila Aoki1, Mara Cristina Teixeira-Gamarra2, Gudryan J. Barônio3, Maria Rosângela Sigrist4 & Sebastião Laroca5 1 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, PPG Ecologia e Conservação. aokicamila@ yahoo.com.br / 2 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Graduação em Ciências Biológicas. mara.c.teixeira@gmail.com / 3 Universidade Federal de Uberlândia, PPG Ecologia e Conservação de Recursos Naturais. gudryan@gmail.com / 4 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, PPG Biologia Vegetal. sigristster@gmail.com / 5 Professor Sênior, Universidade Federal do Paraná. slaroca@netpar.com.br Resumo As abelhas constituem um dos principais grupos de polinizadores das plantas e, portanto, prestam serviço ecológico relevante para a dinâmica das interações presentes nas comunidades bióticas, incluindo os ecossistemas agroflorestais. Apesar desta importância ecológica e econômica, pois influenciam decisivamente a produção agrícola e florestal, são escassos os estudos sobre estes insetos no Mato Grosso do Sul (MS) e, em especial, no Pantanal. Neste levantamento realizado na Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista (RPPN EEB), registramos 42 espécies de abelhas, distribuídas em 25 gêneros, 14 tribos e quatro famílias. Apidae foi a família mais rica, com 29 espécies, das quais 13 são representantes da tribo Meliponini, conhecidas como abelhas sem ferrão. Foram amostrados muitos gêneros com poucas espécies e poucos gêneros com muitas espécies, semelhante ao encontrado em áreas de Cerrado. Entre as espécies registradas, poucas são comuns aos levantamentos realizados no Estado. Entretanto, a maior parte das espécies foi registrada em levantamentos realizados no Cerrado. Seis espécies figuram como novos registros para o MS: Ceratina morrensis, Coelioxys otomita, Hopliphora velutina, Larocanthidium nigritulum, Trigona chanchamayoensis e Thygater analis. Apis mellifera foi a espécie mais abundante (50% do total de abelhas coletadas), e entre as nativas houve destaque para Scaptotrigona jujuyensis, Scaura timida, Trigona chanchamayoensis e T. recursa. Foram amostradas 50 espécies vegetais em floração, sendo que 26 receberam visitas de abelhas. A maioria possui hábito herbáceo, subarbustivo ou arbustivo e as flores são principalmente pequenas (até 20 mm), abertas, nectaríferas, de cores claras e enquadradas na síndrome de melitofilia. Elevado percentual de abelhas atuou como potencial polinizador (78,1%) e coletou principalmente néctar (87%) durante as visitas. A publicação deste trabalho contribui para o conhecimento da fauna de abelhas do Pantanal, e evidencia a necessidade de levantamentos abrangentes, em longo prazo e nas diferentes estações, visando entender o efeito da sazonalidade na diversidade de abelhas nas diferentes formações vegetais do Pantanal.A planície aluvionar do Pantanal tem seus limites marcados por variados sistemas de elevações do planalto, como chapadas, serras e maciços (Magalhães, 1992). Por exemplo, a Chapada dos Guimarães, as Serras de Maracajú, Amolar e Bodoquena; e o Maciço do Urucum. A planície é recortada por vários rios, como o Cuiabá, Piquiri, Taquari, Paraguai e Aquidauana; todos pertencentes à BAP. Essa última condição faz com que o Pantanal seja considerado uma das maiores áreas úmidas contínuas do planeta (Pearson & Beletsky, 2005). Por esse conjunto de atributos, foi intitulado como Patrimônio Nacional pela Constituição Brasileira e Patrimônio da Humanidade e Reserva da Biosfera pela UNESCO (Unesco, 2010). Além disso, figura como uma das últimas 37 grandes áreas selvagens do planeta (Mittermeier et al., 2003) e possui três sítios Ramsar Introdução As abelhas (Apoidea) são consideradas o grupo mais diverso dentre os Hymenoptera (Neff & Simpson, 1993). O número exato de espécies ainda é incerto, mas de acordo com Michener (2000) existem cerca de espécies de abelhas no mundo. Dentre os insetos, são consideradas os principais polinizadores em diferentes ecossistemas tropicais e temperados (Roubik, 1979; Arroyo et al.,1985). Portanto, são elementos fundamentais para a manutenção da integridade destes ecossistemas, uma vez que a polinização constitui serviço ecológico e econômico de grande relevância. Por esta razão, o serviço ambiental realizado pelos polinizadores, com destaque para abelhas nativas, foi considerado, desde 2000, como 84 Descobrindo o Paraíso 85

44 tema transversal na biodiversidade agrícola pela Convenção da Diversidade Biológica e motivou a aprovação da Iniciativa Internacional dos Polinizadores como programa estratégico para a conservação e uso sustentado de polinizadores (Imperatriz-Fonseca et al., 2007). No Brasil, a Iniciativa Brasileira de Polinizadores foi legalmente instituída em 2005, e um dos resultados foi a publicação da Bibliografia Brasileira de Polinização e Polinizadores (MMA, 2006), que traz levantamento detalhado da produção científica nacional sobre o tema. Segundo este trabalho, o Pantanal aparece como o bioma com o menor número de estudos realizados. Apesar disso, poucos esforços foram realizados até o momento para compreender a diversidade de polinizadores neste bioma. Por isso, a composição da fauna de abelhas nativas da região permanece pouco conhecida. No Estado de Mato Grosso do Sul (MS) apenas dois trabalhos foram realizados com a comunidade de abelhas visitante de flores em vegetação de cerrado (Aoki & Sigrist, 2006; Vieira et al., 2008). Para a região do Pantanal, apenas um estudo sobre a flora apícola foi realizado por Pott & Pott (1986). No Pantanal, levantamentos biológicos são importantes para subsidiar programas de manejo e conservação, pois o bioma teve mais de 40% dos habitats de florestas e savanas alterados pela pecuária, muitas vezes com a introdução de espécies de gramíneas exóticas (Harris et al., 2005). No atual ritmo de degradação, é possível que muitas espécies de abelhas entrem em processo de extinção nos próximos anos, sem ao menos terem sido registradas na região. Neste contexto, este trabalho traz uma listagem preliminar de espécies de abelhas e da flora visitada na Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista (RPPN EEB), Serra do Amolar, Corumbá/MS. Metodologia O estudo foi realizado na RPPN EEB, localizada a noroeste do município de Corumbá ( S e O), a cerca de 180 km a montante da sede do município, entre o Rio Paraguai e a Baía Mandioré/MS. O clima é do tipo Aw, quente e úmido (Köppen, 1948), com duas estações bem definidas: uma chuvosa, de novembro a março, e outra seca, de abril a outubro. No período de 1973 a 2003, a precipitação e temperatura médias anuais foram de 1070 mm e 25,1ºC, respectivamente (Fava et al., 2011). O registro das abelhas foi realizado na estrada Mandioré (S , O ), nas trilhas Amolar (S , O ) e Morrinhos (S , O ), na sede da RPPN EEB (S , O ) e na margem do Rio Paraguai (S , O ). Os locais de coleta de cada espécie são apresentados nos resultados, mas não será realizada comparação entre eles, uma vez que o esforço amostral não foi padronizado, dependendo da extensão e acessibilidade dos pontos. A vegetação que margeia a estrada Mandioré é constituída por savana florestada e floresta estacional semidecidual, tipos de vegetação presentes também na trilha Amolar, juntamente com savana gramíneo-lenhosa. A trilha Morrinhos apresenta savana gramíneo-lenhosa e savana florestada. No entorno da sede da Unidade de Conservação são registradas principalmente espécies vegetais ruderais. As coletas foram realizadas em três períodos: de 19 a 24 de maio de 2007 (2ª expedição do Plano de Manejo), 27 de julho a 02 de agosto de 2010 e 28 de março a 04 de abril de 2011, totalizando 21 dias de amostragem. As abelhas foram coletadas com auxílio de rede entomológica (Figura 1a) em espécies vegetais em floração, observadas durante 10 minutos cada planta, entre 7h e 17h. A amostragem foi realizada em plantas com ramos acessíveis, que permitissem observação do comportamento dos visitantes. Abelhas coletadas por outras metodologias (e.g. armadilhas de queda, armadilhas de borboleta e redes de varredura) também foram incluídas neste trabalho, e coletas em caixas de meliponicultura foram realizadas na região (Figura 1b). Figura 1a. Coleta de abelhas com utilização de rede entomológica. Daniel De Granville/Photo in Natura 86 Descobrindo o Paraíso 87

45 quando, ao coletar o recurso floral, não apresentou tal comportamento. Para determinação do esforço amostral, utilizamos curvas de acumulação de espécies pela aleatorização (com 1000 iterações) de diferentes tamanhos de amostras (número de indivíduos), usando o programa EcoSim 7 (Gotelli & Entsminger, 2001). Resultados e discussão Abelhas Figura 1b. Coleta em caixas de meliponicultura. Foto: Bolivar Porto. As flores das espécies vegetais observadas foram classificadas em oito tipos morfológicos (modificado de Faegri & Van der Pijl, 1979): (1) inconspícua (< 4 mm); (2) prato; (3) campanulada/funil; (4) tubo; (5) goela; (6) estandarte; (7) pincel; (8) câmara. Quanto ao tamanho, as flores foram categorizadas em pequena (< 10 mm), média (> mm), grande (> mm) e muito grande (> 30 mm) (Machado & Lopes, 2004). De acordo com a cor principal, oito categorias de cores foram registradas: branca, esverdeada (incluindo bege e creme), amarela, alaranjada, rosa, violeta/lilás (incluindo azul) e vermelha. Estas características foram utilizadas para inferir as síndromes de polinização (cf. Faegri & Van der Pijl, 1979), incluindo diversos pequenos insetos (d.p.i.) (Bawa et al., 1985). A determinação da atuação das abelhas nas flores (polinização ou pilhagem) foi realizada através de observação do comportamento de visita às flores e do recurso floral coletado (néctar e/ou pólen). O visitante foi considerado potencial polinizador quando, durante a visita, contatou anteras (recebeu pólen no corpo) e estigma(s) (depositou pólen), e pilhador Na RPPN EEB, foram coletadas 282 abelhas, distribuídas em 42 espécies, 25 gêneros, 14 tribos e quatro famílias (Tabela 1). O número de espécies está bem abaixo do registrado por Aoki & Sigrist ( spp.), mas é superior ao registrado por Vieira et al. ( spp.), ambos estudos desenvolvidos em áreas de Cerrado no MS. O esforço amostral representado pela curva de acumulação de espécies indica que a riqueza de abelhas está sub-amostrada na RPPN EEB, uma vez que a curva permaneceu abaixo da assíntota (Figura 2). Isto indica que, com a continuidade dos estudos, certamente novas espécies poderão ser adicionadas à listagem. Entretanto, é esperado que esta riqueza seja menor que a encontrada em áreas de Cerrado, o que é um padrão para a região do Pantanal, principalmente devido à instabilidade climática e de recursos, os quais são flutuantes, sazonais e imprevisíveis (Brown Jr., 1984). Em relação ao número de indivíduos coletados por família, verificou-se que Apidae foi a mais abundante (88%), seguida de Megachilidae (6%), Halictidae (5%) e Colletidae (1%). O maior número de gêneros foi observado em Apidae (68%), seguido de Megachilidae (20%), Halictidae (8%) e Colletidae (4%). O padrão de riqueza de espécies foi semelhante, com Apidae (67%) como a mais rica, acompanhada por Megachilidae (16%), Halictidae (12%) e Colletidae (5%) (Figura 3). Apidae, como a família mais rica em espécies, foi registrada em diversos estudos no bioma Cerrado (e.g. Laroca & Almeida, 1994; Silveira & Campos, 1995; Antonini & Martins, 2003; Aoki & Sigrist, 2006). A porcentagem de espécies registradas neste estudo para Apidae e Megachilidae assemelha-se à relatada para áreas de savana tropical, segundo a revisão de Pinheiro-Machado et al. (2002), com 63,1 e 18,2%, respectivamente. 88 Descobrindo o Paraíso 89

46 Entretanto, o percentual de Colletidae (5%) foi superior ao registrado no referido estudo (1,2%) e o percentual de Halictidae (12%) está bem abaixo do registrado para savanas tropicais (20,2%), mas assemelha-se ao registrado por Anacleto & Marchini (2005) em Cerrado de São Paulo (13,72%). Andrenidae não foi registrada neste levantamento, esta é uma família relativamente pequena e pouco representada nos neotrópicos (Corlett, 2004). Meliponini foi a tribo mais rica e uma das mais abundantes (Tabela 1, Figura 4), provavelmente porque as abelhas sem ferrão são altamente diversificadas na região Neotropical, mais de 300 espécies são encontradas nas Américas (Velthuis, 1997). Na RPPN EEB, também se destacaram as tribos: Augochlorini (5 spp., 11,6%), Megachilini, Centridini e Xylocopini (4 spp., 9,3% cada). Meliponini figura como a quinta tribo mais rica em espécies para savanas tropicais brasileiras em revisão feita por Pinheiro- Machado et al. (2002), na qual Augochlorini, Centridini e Megachilini são as três mais ricas. No presente estudo, Xylocopini foi mais representativa que na revisão de Pinheiro-Machado et al. (2002). Apis mellifera foi responsável pela elevada abundância de Apini, 50% de todos os indivíduos registrados (Tabela 1, figura 4). A dominância da abelha melífera ou europa, como é popularmente conhecida, pode ser reflexo da criação desta espécie por ribeirinhos da região para a produção de mel. Para a região do Pantanal, há registro de cerca de 30 a 40 apicultores com aproximadamente colmeias (Ebeling, 2002). Além disso, esta espécie foi a mais versátil quanto aos tipos florais utilizados e foi observada visitando flores ao longo de todo o dia, diferindo nestes aspectos da maioria das espécies nativas. Fig. 3. Contribuição relativa (em percentual) de gêneros, espécies e indivíduos de quatro famílias de Apoidea amostradas na Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista, Corumbá/MS. Metodologia. Foto: Bolivar Porto Figura 2. Curva de acumulação de espécies, representando o esforço amostral para as abelhas registradas na Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista, Corumbá/MS. As barras indicam o intervalo de confiança de 95% para a média das estimativas do número de espécies obtido por rarefação. 90 Descobrindo o Paraíso 91

47 Legenda: (Am) Trilha Amolar, (Ma) Estrada Mandioré, (Mo) Estrada Morrinhos, (Mr) Margem do Rio Paraguai, (Mel) coleta em caixas de meliponicultura. * Espécies coletadas apenas na Campanha de reconhecimento (2ª expedição do Plano de Manejo). Tabela 1. Espécies de abelhas registradas na Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista, Corumbá/MS, com suas respectivas abundâncias e campanhas de registro. Figura 4. Riqueza de espécies e abundância de 14 Tribos de Apoidea amostradas na Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista, Corumbá/MS. 92 Descobrindo o Paraíso 93

48 (Moure et al., 2008); - Hopliphora velutina: com distribuição na Argentina (Chaco) e no Brasil, nos Estados de Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Pará, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo (Moure & Melo, 2008); - Larocanthidium nigritulum: ocorrência na Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Brasil, no Acre, Amazonas, Mato Grosso, Pará e Rondônia (Camargo & Pedro, 2008b); - Trigona chanchamayoensis: distribuição no noroeste do Brasil, Acre, Amazonas, Mato Grosso, Pará e Rondônia (Camargo & Pedro, 2008a); - Thygater analis: no Brasil, esta espécie tem registro na Amazônia, Paraná e São Paulo (Urban et al. 2008). Dentre as espécies nativas, Scaura timida (13 indivíduos), Scaptotrigona jujuyensis (12 ind.), Trigona recursa (12 ind.) e Trigona chanchamayoensis (11 ind.) foram as mais abundantes. Todas pertencem à tribo Trigonini e são abelhas eussociais, vivem em colônias constituídas por muitas operárias, que chegam a centenas ou milhares, de acordo com a espécie. Dos 25 gêneros registrados, metade contribuiu com uma espécie e os demais com duas (Ceratina, Coelioxys, Euglossa, Megachile, Melipona, Scaptotrigona, Scaura, Xylocopa), três (Augochloropsis), quatro (Centris) ou cinco espécies (Trigona). Muitos gêneros com poucas espécies e poucos gêneros com muitas espécies amostradas parecem ser tendência para áreas de Cerrado (Silveira & Campos, 1995). Das espécies registradas, apenas 13 (30,2%) e quatro (9,3%) são comuns a levantamentos realizados no MS por Aoki & Sigrist (2006) e Vieira et al., (2008), respectivamente. Entretanto, a maioria das espécies registradas é comum para áreas de Cerrado, tendo sido registradas em outros estudos neste bioma (e.g. Silveira & Campos, 1995; Carvalho & Bego, 1996; Santos et al., 2004; Anacleto & Marchini, 2005; Andena et al., 2005; Araújo et al., 2006). São novos registros para o Mato Grosso do Sul: - Ceratina morrensis: com registro para o Paraguai (Moure, 2008); - Coelioxys otomita: no Brasil, esta espécie tem registro na Bahia e Paraná Plantas As abelhas foram amostradas em 50 espécies vegetais pertencentes a 19 famílias e 41 gêneros (Tabela 2). Fabaceae (Leguminosae) foi a família mais rica (17 spp., 34%), seguida de Asteraceae, Malvaceae (com 6 spp. cada) e Rubiaceae (4 spp.). Convolvulaceae e Passifloraceae contribuíram com duas espécies cada, as demais famílias (13) apresentaram apenas uma espécie. No Pantanal Pott et al. (2011), relatam Fabaceae como a família mais representativa em número de espécies, seguida por Malvaceae, Asteraceae, Rubiaceae e Convolvulaceae. Considerando o hábito, as espécies vegetais amostradas foram predominantemente herbáceas (20 spp., 40%), subarbustivas (11 spp., 22%) e arbustos (10 spp., 20%). As trepadeiras, com representantes da família Asteraceae, Convolvulaceae, Fabaceae, Sapindaceae e Vitaceae, totalizaram sete espécies (14%). Apenas duas espécies arbóreas foram observadas com flor e apresentaram ramos acessíveis para a coleta de abelhas: Inga vera e Myrcia fallax. Na RPPN EEB, foram registrados quatro tipos de síndromes de polinização: melitofilia (polinização por abelhas, 34 spp., 68%), d.p.i. (por diversos pequenos insetos, 13 spp., 26%), ornitofilia (por beija-flores, 2 spp., 4%) e quiropterofilia (por morcegos, 1 sp., 2%). Para melitofilia, o percentual é próximo do registrado por Silberbauer-Gottsberger & Gotts 94 Descobrindo o Paraíso 95

49 berger (1988, 65%), mas superior ao registrado em outras áreas de cerrado (e.g. 32% em Oliveira & Gibbs, 2000, 46,1% em Aoki & Sigrist, 2006, 49,6% em Barbosa & Sazima, 2008). De modo geral, as abelhas formam o principal grupo de polinizadores nos ecossistemas tropicais. No Brasil, 40 a 90% das árvores nativas, dependendo da região, são polinizadas por abelhas (Kerr et al., 1996). Algumas famílias de plantas, como Malpighiaceae (Figura 5a) e alguns grupos de Fabaceae (Caesalpinoideae, Papilonoideae) (Figuras 5b, 5c), apresentam flores polinizadas exclusivamente por abelhas (Carvalho & Bego, 1995; Buchmann, 1983). Tabela 2. Espécies vegetais nas quais foi realizado levantamento de abelhas na Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Eliezer Batista, Corumbá/MS. Síndrome: d.p.i.= diversos pequenos insetos; Recurso: N= néctar, P= pólen, O= óleo, R= resina. Tipo floral e diâmetro entre parênteses referem-se à unidade floral (inflorescência). 96 Descobrindo o Paraíso 97

SERRA DO AMOLAR. A vida que bate no lado esquerdo do Pantanal

SERRA DO AMOLAR. A vida que bate no lado esquerdo do Pantanal SERRA DO AMOLAR A vida que bate no lado esquerdo do Pantanal 2015 O CAMINHO DAS ÁGUAS Quando adentram a planície, as águas diminuem de velocidade por conta da baixa declividade e dão origem a grandes

Leia mais

SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO Previsão Legal Objetivos Categorias Finalidades Gestão do Sistema Quantitativos Outros Espaços Protegidos Distribuição Espacial Relevância O Brasil possui alguns

Leia mais

EXTINÇÃO DA FAUNA BRASILEIRA. Djenicer Alves Guilherme 1, Douglas Luiz 2

EXTINÇÃO DA FAUNA BRASILEIRA. Djenicer Alves Guilherme 1, Douglas Luiz 2 37 EXTINÇÃO DA FAUNA BRASILEIRA Djenicer Alves Guilherme 1, Douglas Luiz 2 Resumo: Com a urbanização, o tráfico nacional e internacional de espécies e exploração dos recursos naturais de maneira mal planejada

Leia mais

A Sustentabilidade e a Inovação na formação dos Engenheiros Brasileiros. Prof.Dr. Marco Antônio Dias CEETEPS

A Sustentabilidade e a Inovação na formação dos Engenheiros Brasileiros. Prof.Dr. Marco Antônio Dias CEETEPS A Sustentabilidade e a Inovação na formação dos Engenheiros Brasileiros Prof.Dr. Marco Antônio Dias CEETEPS O PAPEL DA FORMAÇÃO ACADÊMICA Segundo diversos autores que dominam e escrevem a respeito do tema,

Leia mais

O Estado da Biodiversidade Brasileira: Genes, Espécies e Biomas

O Estado da Biodiversidade Brasileira: Genes, Espécies e Biomas O Estado da Biodiversidade Brasileira: Genes, Espécies e Biomas Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada IPEA Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais DIRUR Eixo Temático: Sustentabilidade

Leia mais

MÓDULO 1 CLASSES GERAIS. Professora: Andréa Carla Lima Rodrigues Monitora: Laís Leal

MÓDULO 1 CLASSES GERAIS. Professora: Andréa Carla Lima Rodrigues Monitora: Laís Leal MÓDULO 1 ECOSSISTEMAS HUMANOS CLASSES GERAIS Professora: Andréa Carla Lima Rodrigues Monitora: Laís Leal ECOSSISTEMAS HUMANOS As necessidades e desejos da população humana em expansão têm requerido um

Leia mais

EMENDA AO PLDO/2003 - PL Nº 009/2002-CN ANEXO DE METAS E PRIORIDADES

EMENDA AO PLDO/2003 - PL Nº 009/2002-CN ANEXO DE METAS E PRIORIDADES Emenda Nº: 656 0468 CIENCIA E TECNOLOGIA PARA A GESTÃO DE ECOSSISTEMAS 4134 DESENVOLVIMENTO DE PESQUISAS SOBRE FRAGMENTAÇÃO NA MATA ATLANTICA PESQUISAS REALIZADAS 20 Para conservar biodiversidade precisamos,

Leia mais

MOSAICOS DE UNIDADES DE CONSERVACÃO E ÄREAS PROTEGIDAS- INTRODUÇÃO

MOSAICOS DE UNIDADES DE CONSERVACÃO E ÄREAS PROTEGIDAS- INTRODUÇÃO MOSAICOS DE UNIDADES DE CONSERVACÃO E ÄREAS PROTEGIDAS- INTRODUÇÃO O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza SNUC - lei n 9.985/2000 traz a figura organizacional Mosaico, no cap. IV art.

Leia mais

Educação Patrimonial Centro de Memória

Educação Patrimonial Centro de Memória Educação Patrimonial Centro de Memória O que é história? Para que serve? Ambas perguntas são aparentemente simples, mas carregam uma grande complexidade. É sobre isso que falarei agora. A primeira questão

Leia mais

Legislação Pesqueira e Ambiental. Prof.: Thiago Pereira Alves

Legislação Pesqueira e Ambiental. Prof.: Thiago Pereira Alves Técnico em Aquicultura Legislação Pesqueira e Ambiental Prof.: Thiago Pereira Alves SNUC Conceito É o conjunto organizado de unidades de conservação protegidas (federais, estaduais, municipais) que, planejado,

Leia mais

Introdução. Gestão Ambiental Prof. Carlos Henrique A. de Oliveira. Introdução à Legislação Ambiental e Política Nacional de Meio Ambiente - PNMA

Introdução. Gestão Ambiental Prof. Carlos Henrique A. de Oliveira. Introdução à Legislação Ambiental e Política Nacional de Meio Ambiente - PNMA Gestão Ambiental Prof. Carlos Henrique A. de Oliveira Introdução à Legislação Ambiental e Política Nacional de Meio Ambiente - PNMA O mar humildemente coloca-se abaixo do nível dos rios para receber, eternamente,

Leia mais

RPPN Fazenda Rio Negro

RPPN Fazenda Rio Negro Sítio Ramsar Área Úmida de Importância Internacional RPPN Fazenda Rio Negro Conservação Internacional 1. Dados G erais Nome da RPPN: Fazenda Rio Negro Proprietário: Conservação Internacional do Brasil

Leia mais

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO lei 9.985/00. 1. Conceitos Básicos

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO lei 9.985/00. 1. Conceitos Básicos UNIDADES DE CONSERVAÇÃO lei 9.985/00 1. Conceitos Básicos a) unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes,

Leia mais

Escola Estadual Dr. Martinho Marques PROJETO PANTANAL: SANTUÁRIO ECOLÓGICO

Escola Estadual Dr. Martinho Marques PROJETO PANTANAL: SANTUÁRIO ECOLÓGICO Escola Estadual Dr. Martinho Marques PROJETO PANTANAL: SANTUÁRIO ECOLÓGICO Taquarussu/MS Outubro 2009 Escola Estadual Dr.Martinho Marques PROJETO PANTANAL: SANTUÁRIO ECOLÓGICO Projeto de formação e ensino

Leia mais

RELATÓRIO DE ATIVIDADES. 41 anos: cuidando das pessoas e da Terra!

RELATÓRIO DE ATIVIDADES. 41 anos: cuidando das pessoas e da Terra! RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2013 41 anos: cuidando das pessoas e da Terra! Avenida João Batista Medina, 358 Embu - SP - CEP 06840-000 (11) 4781.6837 - www.seaembu.org SOCIEDADE ECOLÓGICA - SEAE 41 anos cuidando

Leia mais

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE UNIDADE DE COORDENAÇÃO DO PROJETO DE RECUPERAÇÃO DE MATAS CILIARES

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE UNIDADE DE COORDENAÇÃO DO PROJETO DE RECUPERAÇÃO DE MATAS CILIARES TERMOS DE REFERÊNCIA PARA A CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE CONSULTORIA PARA A ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DO II ENCONTRO PAULISTA DE BIODIVERSIDADE 1. IDENTIFICAÇÃO DO TERMO DE REFERÊNCIA NÚMERO: 23/2010 ÁREA

Leia mais

Atlas ambiental do município de Itanhaém 2012. Capítulo 6 - Conservação ambiental

Atlas ambiental do município de Itanhaém 2012. Capítulo 6 - Conservação ambiental Capítulo 6 - Conservação ambiental 71 72 6.1 Unidades de Conservação As Unidades de Conservação da Natureza (UCs) constituem espaços territoriais e mari- 46 55' 46 50' 46 45' nhos detentores de atributos

Leia mais

Proposta de Criação da Floresta Estadual José Zago. Consulta Pública

Proposta de Criação da Floresta Estadual José Zago. Consulta Pública Proposta de Criação da Floresta Estadual José Zago Consulta Pública 2015 Base Legal Lei Federal nº 9.985 de 18 de julho de 2000 Regulamenta o artigo 225 da Constituição Federal e Institui o Sistema Nacional

Leia mais

PROJETO SEMEANDO SUSTENTABILIDADE EDITAL DE SELEÇÃO PARA O II CURSO ECOLOGIA DA FLORESTA. Porto Velho e Itapuã do Oeste/RO 27 a 30 de novembro de 2013

PROJETO SEMEANDO SUSTENTABILIDADE EDITAL DE SELEÇÃO PARA O II CURSO ECOLOGIA DA FLORESTA. Porto Velho e Itapuã do Oeste/RO 27 a 30 de novembro de 2013 PROJETO SEMEANDO SUSTENTABILIDADE EDITAL DE SELEÇÃO PARA O II CURSO ECOLOGIA DA FLORESTA Porto Velho e Itapuã do Oeste/RO 27 a 30 de novembro de 2013 INSCRIÇÕES ATÉ O DIA 08/11/2013 Porto Velho, 22 de

Leia mais

Ações para o turismo de base comunitária na contenção da degradação do Pantanal

Ações para o turismo de base comunitária na contenção da degradação do Pantanal Ações para o turismo de base comunitária na contenção da degradação do Pantanal TERMO DE REFERÊNCIA PARA CONTRATAÇÃO DE CONSULTORIA EM COMUNICAÇÃO - IMAGENS Abril de 2011 DETALHAMENTO DO TERMO DE REFERÊNCIA

Leia mais

FACCAMP - FACULDADE CAMPO LIMPO PAULISTA. Educação Química

FACCAMP - FACULDADE CAMPO LIMPO PAULISTA. Educação Química FACCAMP - FACULDADE CAMPO LIMPO PAULISTA COORDENADORIA DE EXTENSÃO E PESQUISA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU Educação Química 1. Nome do Curso e Área do Conhecimento Programa de Pós-Graduação Lato Sensu

Leia mais

(MAPAS VIVOS DA UFCG) PPA-UFCG RELATÓRIO DE AUTO-AVALIAÇÃO DA UFCG CICLO 2006-2008 ANEXO (PARTE 2) DIAGNÓSTICOS E RECOMENDAÇÕES

(MAPAS VIVOS DA UFCG) PPA-UFCG RELATÓRIO DE AUTO-AVALIAÇÃO DA UFCG CICLO 2006-2008 ANEXO (PARTE 2) DIAGNÓSTICOS E RECOMENDAÇÕES 1 PPA-UFCG PROGRAMA PERMANENTE DE AVALIAÇÃO RELATÓRIO DE AUTO-AVALIAÇÃO DA UFCG CICLO 2006-2008 ANEXO (PARTE 2) DIAGNÓSTICOS E RECOMENDAÇÕES (MAPAS VIVOS DA UFCG) 2 DIMENSÃO MISSÃO E PDI MAPAS VIVOS DE

Leia mais

Texto da Dibap p/ Intranet

Texto da Dibap p/ Intranet Texto da Dibap p/ Intranet DIBAP A Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas tem como missão: empreender ações para a conservação da biodiversidade fluminense, administrar as unidades de conservação

Leia mais

Proposta de Plano de Desenvolvimento Local para a região do AHE Jirau

Proposta de Plano de Desenvolvimento Local para a região do AHE Jirau Proposta de Plano de Desenvolvimento Local para a região do AHE Jirau Fundação Getulio Vargas, Abril de 2011 REGIÃO PODE TER LEGADO COMPATÍVEL COM DESENVOLVIMENTO INOVADOR E SUSTENTÁVEL Deixar um legado

Leia mais

Educação ambiental na gestão das bacias hidrográficas

Educação ambiental na gestão das bacias hidrográficas Boletim ABLimno 42(1), 14-19, 2016 Educação ambiental na gestão das bacias hidrográficas Ana Tiyomi Obara 1 e Mara Luciane Kovalski 2 1- Departamento de Biologia, Área de Ensino, Universidade Estadual

Leia mais

www.institutoproterra.org.br

www.institutoproterra.org.br APRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL Missão O Instituto Pró Terra é uma entidade sem fins lucrativos criada em 1997 sob o CNPJ: 04728488/0001-29, que reúne amigos, educadores, técnicos e pesquisadores com a missão

Leia mais

Ensino Fundamental II

Ensino Fundamental II Ensino Fundamental II Valor da prova: 2.0 Nota: Data: / /2015 Professora: Angela Disciplina: Geografia Nome: n o : Ano: 9º 3º bimestre Trabalho de Recuperação de Geografia Orientações: - Leia atentamente

Leia mais

Caro(a)s voluntário(a)s. é

Caro(a)s voluntário(a)s. é Os Caro(a)s voluntário(a)s. é com satisfação que apresentamos cinco na temática do empreendedorismo que vocês poderão implementar junto aos alunos das escolas parceiras: Introdução ao Mundo dos Negócios,

Leia mais

Pecuária Orgânica Certificada

Pecuária Orgânica Certificada Pecuária Orgânica Certificada O Pantanal Planície de inundação periódica, reconhecida internacionalmente como de relevante importância para a biodiversidade, o Pantanal está inserido na bacia hidrográfica

Leia mais

Waldir Mantovani wmantova@usp.br

Waldir Mantovani wmantova@usp.br UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Escola de Artes, Ciências e Humanidades RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS: CONCEITOS E APLICAÇÕES Waldir Mantovani wmantova@usp.br 2006 Conservação Biológica ou da Biodiversidade:

Leia mais

PLANEJAMENTO FINANCEIRO DO PROGRAMA DE VOLUNTARIADO EMPRESARIAL. 3 de outubro de 2012

PLANEJAMENTO FINANCEIRO DO PROGRAMA DE VOLUNTARIADO EMPRESARIAL. 3 de outubro de 2012 PLANEJAMENTO FINANCEIRO DO PROGRAMA DE VOLUNTARIADO EMPRESARIAL 3 de outubro de 2012 8h Café de Boas vindas 9h Apresentação do Encontro 9h20 Apresentação 10h20 Intervalo 10h30 Atividade em Grupo 12h Apresentação

Leia mais

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE SEMA DEPARTAMENTO DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS E GESTAO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DEMUC

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE SEMA DEPARTAMENTO DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS E GESTAO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DEMUC SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE SEMA DEPARTAMENTO DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS E GESTAO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DEMUC DOCUMENTO DE REFERÊNCIA PARA ELABORAÇÃO DE PROPOSTA RELACIONADA NO ÂMBITO DOS TEMAS

Leia mais

Marco legal, definições e tipos

Marco legal, definições e tipos Unidades de conservação Marco legal, definições e tipos Prof. Me. Mauricio Salgado " Quando vier a Primavera, Se eu já estiver morto, As flores florirão da mesma maneira E as árvores não serão menos verdes

Leia mais

GESTÃO AMBIENTAL. Zoneamento Ambiental. Espaços Territoriais especialmente protegidos ... Camila Regina Eberle camilaeberle@hotmail.

GESTÃO AMBIENTAL. Zoneamento Ambiental. Espaços Territoriais especialmente protegidos ... Camila Regina Eberle camilaeberle@hotmail. ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL GESTÃO AMBIENTAL Zoneamento Ambiental Espaços

Leia mais

Projeto de Gestão pela Qualidade Rumo à Excelência

Projeto de Gestão pela Qualidade Rumo à Excelência Projeto de Gestão pela Qualidade Rumo à Excelência Introdução O panorama que se descortina para os próximos anos revela um quadro de grandes desafios para as empresas. Fatores como novas exigências dos

Leia mais

EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM ÁREAS PROTEGIDAS UMA ABORDAGEM CRÍTICA PARA EDUCADORES EM FORMAÇÃO

EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM ÁREAS PROTEGIDAS UMA ABORDAGEM CRÍTICA PARA EDUCADORES EM FORMAÇÃO EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM ÁREAS PROTEGIDAS UMA ABORDAGEM CRÍTICA PARA EDUCADORES EM FORMAÇÃO Maria Teresa de Jesus Gouveia 1 & Maryane Vieira Saisse 2 Este trabalho apresenta uma proposta pedagógica voltada

Leia mais

EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMEÇA NA ESCOLA: COMO O LIXO VIRA BRINQUEDO NA REDE PÚBLICA EM JUAZEIRO DO NORTE, NO SEMIÁRIDO CEARENSE

EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMEÇA NA ESCOLA: COMO O LIXO VIRA BRINQUEDO NA REDE PÚBLICA EM JUAZEIRO DO NORTE, NO SEMIÁRIDO CEARENSE EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMEÇA NA ESCOLA: COMO O LIXO VIRA BRINQUEDO NA REDE PÚBLICA EM JUAZEIRO DO NORTE, NO SEMIÁRIDO CEARENSE Emmanuelle Monike Silva Feitosa 1 Celme Torres Ferreira da Costa 2 Niraldo Muniz

Leia mais

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2016

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2016 PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2016 Institui a Política de Desenvolvimento Sustentável da Caatinga. O CONGRESSO NACIONAL decreta: Art. 1º Esta Lei institui a Política de Desenvolvimento Sustentável da

Leia mais

Projeto Casa Aberta - ELETROSUL: 20 anos educando para a cidadania

Projeto Casa Aberta - ELETROSUL: 20 anos educando para a cidadania Projeto Casa Aberta - ELETROSUL: 20 anos educando para a cidadania 1. A EMPRESA A ELETROSUL Centrais Elétricas S.A. é uma empresa subsidiária de Centrais Elétricas do Brasil S.A. - ELETROBRAS, vinculada

Leia mais

FORMAÇÃO PLENA. Desde a criação do primeiro Programa de NA PÓS-GRADUAÇÃO

FORMAÇÃO PLENA. Desde a criação do primeiro Programa de NA PÓS-GRADUAÇÃO FORMAÇÃO PLENA NA PÓS-GRADUAÇÃO Desde a criação do primeiro Programa de Pós- Sricto Sensu, em Fitotecnia, em 1975, a UFLA ocupou-se de pautar as suas ações em fundamentos morais sólidos e em valores que

Leia mais

ANÁLISE DA DEGRADAÇÃO DO BIOMA CAATINGA NAS IMEDIAÇÕES DA CIDADE DE SANTA CECÍLIA PB

ANÁLISE DA DEGRADAÇÃO DO BIOMA CAATINGA NAS IMEDIAÇÕES DA CIDADE DE SANTA CECÍLIA PB ANÁLISE DA DEGRADAÇÃO DO BIOMA CAATINGA NAS IMEDIAÇÕES DA CIDADE DE SANTA CECÍLIA PB Roseana Barbosa da Silva Graduada em Geografia, Universidade Estadual do Vale do Acaraú UVA/UNAVIDA E-mail: roseanabsilva@gmail.com.br

Leia mais

Pesquisa Pantanal. Job: 13/0528

Pesquisa Pantanal. Job: 13/0528 Pesquisa Pantanal Job: 13/0528 Objetivo, metodologia e amostra Com objetivo de mensurar o conhecimento da população sobre o Pantanal, o WWF solicitou ao Ibope um estudo nacional para subsidiar as iniciativas

Leia mais

Correntes de Participação e Critérios da Aliança Global Wycliffe [Versão de 9 de maio de 2015]

Correntes de Participação e Critérios da Aliança Global Wycliffe [Versão de 9 de maio de 2015] Correntes de Participação e Critérios da Aliança Global Wycliffe [Versão de 9 de maio de 2015] Introdução As Organizações da Aliança Global Wycliffe desejam expressar a unidade e a diversidade do Corpo

Leia mais

Projeto de Fortalecimento e Intercâmbio de Mosaicos de Áreas Protegidas na Mata Atlântica

Projeto de Fortalecimento e Intercâmbio de Mosaicos de Áreas Protegidas na Mata Atlântica Documento de referência RBMA: Subsídios para Marco Regulatório de Mosaicos de Áreas Protegidas versão 1.0 agosto 2009 I Definição e base conceitual: 1 Os mosaicos foram definidos no SNUC a partir de: LEI

Leia mais

Edital. 1. Introdução

Edital. 1. Introdução Edital 1. Introdução A II Mostra Científica para jovens talentos de Sorocaba com a temática Meio Ambiente e Sustentabilidade visa promover transformações junto aos estudantes do ensino fundamental e médio

Leia mais

A Suzano e o Fomento na Bahia

A Suzano e o Fomento na Bahia A Suzano e o Fomento na Bahia Como é a atuação da Suzano na região? Fundada há 85 anos, a Suzano começou a produzir papel em 1940 e celulose em 1950 sempre abastecendo o mercado brasileiro e os de diversos

Leia mais

FACCAMP - FACULDADE CAMPO LIMPO PAULISTA COMUNICAÇÃO E REDES SOCIAIS

FACCAMP - FACULDADE CAMPO LIMPO PAULISTA COMUNICAÇÃO E REDES SOCIAIS FACCAMP - FACULDADE CAMPO LIMPO PAULISTA COORDENADORIA DE EXTENSÃO E PESQUISA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU COMUNICAÇÃO E REDES SOCIAIS 1. Nome do Curso e Área do Conhecimento Programa de Pós-Graduação

Leia mais

As Questões Ambientais do Brasil

As Questões Ambientais do Brasil As Questões Ambientais do Brasil Unidades de conservação de proteção integral Existem cinco tipos de unidades de conservação de proteção integral. As unidades de proteção integral não podem ser habitadas

Leia mais

[ meio ambiente ] 68 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo. Por: Oswaldo Faustino

[ meio ambiente ] 68 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo. Por: Oswaldo Faustino [ meio ambiente ] Ameaçado de extinção, o Pirarucu, o maior peixe de escamas de nossas águas, ganhou programa de manejo e seus exemplares voltam a atingir número e tamanhos que permitem anualmente sua

Leia mais

Necessidade e construção de uma Base Nacional Comum

Necessidade e construção de uma Base Nacional Comum Necessidade e construção de uma Base Nacional Comum 1. O direito constitucional à educação é concretizado, primeiramente, com uma trajetória regular do estudante, isto é, acesso das crianças e jovens a

Leia mais

Saberes para uma sociedade sustentável. Material de Apoio - Saberes Para uma Sociedade Sustentável

Saberes para uma sociedade sustentável. Material de Apoio - Saberes Para uma Sociedade Sustentável Saberes para uma sociedade sustentável Material de Apoio - Saberes Para uma Material de Apoio Programa Escola Amiga da Terra Mapa Verde Realização: Instituto Brookfield Assessoria: Práxis Consultoria Socioambiental

Leia mais

EDITAL DE APOIO A PESQUISAS REALIZADAS NA RPPN URU, LAPA, PARANÁ

EDITAL DE APOIO A PESQUISAS REALIZADAS NA RPPN URU, LAPA, PARANÁ EDITAL DE APOIO A PESQUISAS REALIZADAS NA RPPN URU, LAPA, PARANÁ I. Informações gerais sobre a reserva particular do Patrimônio Natural (RPPN) URU Em 2003, a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação

Leia mais

ENTREVISTA Questões para Adauto José Gonçalves de Araújo, FIOCRUZ, em 12/11/2009

ENTREVISTA Questões para Adauto José Gonçalves de Araújo, FIOCRUZ, em 12/11/2009 FGV CPDOC 29/10/2010 Disciplina: Pesquisas Qualitativas - Prof. Mariana Cavalcanti Aluna: Adriana Maria Ferreira Martins Matrícula 091401001 ENTREVISTA Questões para Adauto José Gonçalves de Araújo, FIOCRUZ,

Leia mais

Eixo Temático ET-13-011 - Educação Ambiental A RPPN FAZENDA ALMAS NA ÓTICA DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE SÃO JOSÉ DOS CORDEIROS-PB

Eixo Temático ET-13-011 - Educação Ambiental A RPPN FAZENDA ALMAS NA ÓTICA DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE SÃO JOSÉ DOS CORDEIROS-PB Anais do Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental e Sustentabilidade - Vol. 2: Congestas 2014 503 Eixo Temático ET-13-011 - Educação Ambiental A RPPN FAZENDA ALMAS NA ÓTICA DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE

Leia mais

COMISSÃO DE AGRICULTURA, PECUÁRIA, ABASTECIMENTO E DESENVOLVIMENTO RURAL

COMISSÃO DE AGRICULTURA, PECUÁRIA, ABASTECIMENTO E DESENVOLVIMENTO RURAL COMISSÃO DE AGRICULTURA, PECUÁRIA, ABASTECIMENTO E DESENVOLVIMENTO RURAL PROJETO DE LEI N o 1.548, DE 2015 Dispõe sobre a criação, gestão e manejo de Reserva Particular do Patrimônio Natural RPPN, e dá

Leia mais

RELATÓRIO SEMESTRAL PCH JARARACA JULHO A DEZEMBRO 2013

RELATÓRIO SEMESTRAL PCH JARARACA JULHO A DEZEMBRO 2013 RELATÓRIO SEMESTRAL PCH JARARACA JULHO A DEZEMBRO 2013 Porto Alegre, março de 2014 APRESENTAÇÃO Este documento visa atender a condicionante 8.5 das Licenças de Operação LO LO 7961/2012, concedida a Vêneto

Leia mais

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo

Leia mais

Estado da tecnologia avançada na gestão dos recursos genéticos animais

Estado da tecnologia avançada na gestão dos recursos genéticos animais PARTE 4 Estado da tecnologia avançada na gestão dos recursos genéticos animais A caracterização de raças e ambientes de produção precisa ser melhorada para fomentar políticas de decisão na gestão dos recursos

Leia mais

Levantamento e caracterização das populações de Macacos Guariba (Alouatta sp.) ocorrentes no município de Bambuí-MG

Levantamento e caracterização das populações de Macacos Guariba (Alouatta sp.) ocorrentes no município de Bambuí-MG Levantamento e caracterização das populações de Macacos Guariba (Alouatta sp.) ocorrentes no município de Bambuí-MG ¹Eriks T. VARGAS; ²Jéssyka M. PARREIRA; 2Leandro A. MORAES; ³Éverton B. SILVA; ³Tamires

Leia mais

Breve histórico do movimento Pró Morro da Pedreira A poucos quilômetros da vila Serra do Cipó, distrito do município de Santana do Riacho. Os visitantes que vêm de Belo Horizonte chegam à sede pela rodovia

Leia mais

ANTEPROJETO DE DECRETO (OU LEI) (A ser Publicado no Diário Oficial do Município/Estado)

ANTEPROJETO DE DECRETO (OU LEI) (A ser Publicado no Diário Oficial do Município/Estado) ANTEPROJETO DE DECRETO (OU LEI) (A ser Publicado no Diário Oficial do Município/Estado) Considerando: 1) A importância dos mananciais e nascentes do Município para o equilíbrio e a qualidade ambiental,

Leia mais

6ª EDIÇÃO DO FESTIVAL CULTIVAR PROMOVE RECONEXÃO DAS PESSOAS COM A NATUREZA

6ª EDIÇÃO DO FESTIVAL CULTIVAR PROMOVE RECONEXÃO DAS PESSOAS COM A NATUREZA 6ª EDIÇÃO DO FESTIVAL CULTIVAR PROMOVE RECONEXÃO DAS PESSOAS COM A NATUREZA Expedições, exposição, observação de aves, oficinas, picnic de troca de sementes, cinema e palestras com especialistas em meio

Leia mais

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Gabinete de Consultoria Legislativa

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Gabinete de Consultoria Legislativa ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Gabinete de Consultoria Legislativa LEI Nº 11.730, DE 9 DE JANEIRO DE 2002. (publicada no DOE nº 007, de 10 de janeiro de 2002) Dispõe sobre a Educação

Leia mais

CONHECENDO SUA PROFISSÃO: AS ÁREAS E SUBÁREAS DO CONHECIMENTO DE BIOLOGIA E A PROFISSÃO DE BIÓLOGO.

CONHECENDO SUA PROFISSÃO: AS ÁREAS E SUBÁREAS DO CONHECIMENTO DE BIOLOGIA E A PROFISSÃO DE BIÓLOGO. CONHECENDO SUA PROFISSÃO: AS ÁREAS E SUBÁREAS DO CONHECIMENTO DE BIOLOGIA E A PROFISSÃO DE BIÓLOGO. META Levar o aluno a conhecer a profissão de Biólogo Professor e Bacharel. OBJETIVOS Ao final desta aula,

Leia mais

Criado por iniciativa da Suzano Papel e Celulose em 1999 e qualificado como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público).

Criado por iniciativa da Suzano Papel e Celulose em 1999 e qualificado como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). FIESP, 28/05/2014 Criado por iniciativa da Suzano Papel e Celulose em 1999 e qualificado como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). Campanha pela universalização de bibliotecas em

Leia mais

O que é Programa Rio: Trabalho e Empreendedorismo da Mulher? Quais suas estratégias e ações? Quantas instituições participam da iniciativa?

O que é Programa Rio: Trabalho e Empreendedorismo da Mulher? Quais suas estratégias e ações? Quantas instituições participam da iniciativa? Destaque: Somos, nós mulheres, tradicionalmente responsáveis pelas ações de reprodução da vida no espaço doméstico e a partir da última metade do século passado estamos cada vez mais inseridas diretamente

Leia mais

O Evento. Período e Valor da Inscrição: Na Secretaria do DA - UEMG, das 16h00min as 18h40min e nos intervalos. De 30/09 a 20/10/2015.

O Evento. Período e Valor da Inscrição: Na Secretaria do DA - UEMG, das 16h00min as 18h40min e nos intervalos. De 30/09 a 20/10/2015. O Evento A preocupação com a conservação dos recursos naturais e com a degradação ambiental pelo homem tem aumentado muito. A educação e, especificamente a Educação Ambiental (EA), se apresenta como ferramenta

Leia mais

SÍNTESE DO PROJETO PEDAGÓGICO

SÍNTESE DO PROJETO PEDAGÓGICO SÍNTESE DO PROJETO PEDAGÓGICO Curso: Ciência da Computação Modalidade: ( X ) bacharelado ( ) licenciatura Local de funcionamento: Coração Eucarístico 01 PERFIL DO CURSO O curso de Ciência da Computação

Leia mais

GRANDES PARCERIAS GERANDO GRANDES RESULTADOS NA GESTÃO SUSTENTAVEL DOS RECURSOS HÍDRICOS PRODUTOR DE ÁGUA NO PIPIRIPAU-DF

GRANDES PARCERIAS GERANDO GRANDES RESULTADOS NA GESTÃO SUSTENTAVEL DOS RECURSOS HÍDRICOS PRODUTOR DE ÁGUA NO PIPIRIPAU-DF GRANDES PARCERIAS GERANDO GRANDES RESULTADOS NA GESTÃO SUSTENTAVEL DOS RECURSOS HÍDRICOS PRODUTOR DE ÁGUA NO PIPIRIPAU-DF José Bento da Rocha Farmacêutico graduado pela Universidade Estadual de Goiás UEG,

Leia mais

CARTA EMPRESARIAL PELA CONSERVAÇÃO E USO SUSTENTÁVEL DA BIODIVERSIDADE

CARTA EMPRESARIAL PELA CONSERVAÇÃO E USO SUSTENTÁVEL DA BIODIVERSIDADE CARTA EMPRESARIAL PELA CONSERVAÇÃO E USO SUSTENTÁVEL DA BIODIVERSIDADE A Organização das Nações Unidas declarou 2010 como o Ano Internacional da Biodiversidade, com o objetivo de trazer ao debate público

Leia mais

INTERDISCIPLINARIDADE E O PROCESSO DE CRIAÇÃO DE CONHECIMENTO: O ESTUDO DE CASO EM UMA ASSOCIAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DE PEIXE EM MUNDO NOVO MS

INTERDISCIPLINARIDADE E O PROCESSO DE CRIAÇÃO DE CONHECIMENTO: O ESTUDO DE CASO EM UMA ASSOCIAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DE PEIXE EM MUNDO NOVO MS CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES Niterói RJ: ANINTER-SH/ PPGSD-UFF, 03 a 06 de Setembro de 2012, ISSN 2316-266X INTERDISCIPLINARIDADE E O PROCESSO DE CRIAÇÃO DE CONHECIMENTO:

Leia mais

PROGRAMA DE VOLUNTARIADO Parque Nacional Marinho Fernando de Noronha

PROGRAMA DE VOLUNTARIADO Parque Nacional Marinho Fernando de Noronha PROGRAMA DE VOLUNTARIADO Parque Nacional Marinho Fernando de Noronha O Programa de Voluntariado realizado em Fernando de Noronha é oferecido pelo Parque Nacional Marinho, sob gestão do Instituto Chico

Leia mais

2012 RELATÓRIO DE ATIVIDADES

2012 RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2012 RELATÓRIO DE ATIVIDADES Instituto Lojas Renner Instituto Lojas Renner Inserção de mulheres no mercado de trabalho, desenvolvimento da comunidade e formação de jovens fazem parte da história do Instituto.

Leia mais

podres mecanismo de seleção no acesso às escolas municipais de alto prestígio da cidade do Rio de Janeiro (CHAMARELLI, 2007a). Vale destacar que um

podres mecanismo de seleção no acesso às escolas municipais de alto prestígio da cidade do Rio de Janeiro (CHAMARELLI, 2007a). Vale destacar que um 1. Introdução Tomo consciência de mim, originalmente, através do outro: deles recebo a palavra, a forma e o tom que servirão à formação original da representação que terei de mim mesmo. (BAKHTIN, 1992,

Leia mais

Biodiversidade em Minas Gerais

Biodiversidade em Minas Gerais Biodiversidade em Minas Gerais SEGUNDA EDIÇÃO ORGANIZADORES Gláucia Moreira Drummond Cássio Soares Martins Angelo Barbosa Monteiro Machado Fabiane Almeida Sebaio Yasmine Antonini Fundação Biodiversitas

Leia mais

Mestrado Profissional em Ensino de Biologia em Rede Nacional - PROFBIO PROPOSTA

Mestrado Profissional em Ensino de Biologia em Rede Nacional - PROFBIO PROPOSTA Mestrado Profissional em Ensino de Biologia em Rede Nacional - PROFBIO PROPOSTA Considerando que o Ensino Médio é para a maioria dos cidadãos a última oportunidade de uma educação formal em Biologia, a

Leia mais

7. o ANO FUNDAMENTAL. Prof. a Andreza Xavier Prof. o Walace Vinente

7. o ANO FUNDAMENTAL. Prof. a Andreza Xavier Prof. o Walace Vinente 7. o ANO FUNDAMENTAL Prof. a Andreza Xavier Prof. o Walace Vinente CONTEÚDOS E HABILIDADES FORTALECENDO SABERES DESAFIO DO DIA Unidade I Tempo, espaço, fontes históricas e representações cartográficas

Leia mais

FUNDAÇÃO GRUPO BOTICÁRIO DE PROTEÇÃO À NATUREZA ORIENTAÇÕES PARA PESQUISA NA RESERVA NATURAL SALTO MORATO

FUNDAÇÃO GRUPO BOTICÁRIO DE PROTEÇÃO À NATUREZA ORIENTAÇÕES PARA PESQUISA NA RESERVA NATURAL SALTO MORATO FUNDAÇÃO GRUPO BOTICÁRIO DE PROTEÇÃO À NATUREZA ORIENTAÇÕES PARA PESQUISA NA RESERVA NATURAL SALTO MORATO 2013 A FUNDAÇÃO GRUPO BOTICÁRIO DE PROTEÇÃO À NATUREZA Criada em 1990, a Fundação Grupo Boticário

Leia mais

Pesquisa de opinião Profissional de comunicação e sustentabilidade

Pesquisa de opinião Profissional de comunicação e sustentabilidade Pesquisa de opinião Profissional de comunicação e sustentabilidade O Instituto ABERJE de Pesquisas (DATABERJE) realizou uma pesquisa de opinião sobre sustentabilidade com mulheres da área de comunicação,

Leia mais

ECOSSISTEMAS HUMANOS CLASSES GERAIS

ECOSSISTEMAS HUMANOS CLASSES GERAIS ECOSSISTEMAS HUMANOS CLASSES GERAIS CLASSIFICAÇÃO DOS ECOSSISTEMAS HUMANOS Classe 1 - ECOSSISTEMA NATURAL MADURO ( Floresta Amazônica ); Classe 2 - ECOSSISTEMA NATURAL CONTROLADO (SNUC); Classe 3 - ECOSSISTEMA

Leia mais

Secretaria do Meio Ambiente

Secretaria do Meio Ambiente Secretaria do Meio Ambiente PORTARIA SEMA n 79 de 31 de outubro de 2013. Reconhece a Lista de Espécies Exóticas Invasoras do Estado do Rio Grande do Sul e demais classificações, estabelece normas de controle

Leia mais

EDUCAÇÃO AMBIENTAL, RESGATAR A IMPORTÂNCIA DO BIOMA CAATINGA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL, RESGATAR A IMPORTÂNCIA DO BIOMA CAATINGA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ CERES DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA DGEO PROJETO EDUCAÇÃO AMBIENTAL, RESGATAR A IMPORTÂNCIA DO BIOMA CAATINGA Caicó/RN 2015 UNIVERSIDADE

Leia mais

FACULDADE DO NORTE NOVO DE APUCARANA FACNOPAR PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL 2007-2011

FACULDADE DO NORTE NOVO DE APUCARANA FACNOPAR PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL 2007-2011 FACULDADE DO NORTE NOVO DE APUCARANA FACNOPAR PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL 2007-2011 Apucarana, dezembro de 2006 FACULDADE DO NORTE NOVO DE APUCARANA FACNOPAR PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL

Leia mais

12/06/2015. Erosão em voçoroca CONCENTRAÇÃO GLOBAL DE CO2 ATMOSFÉRICO TRATAMENTO DE ÁREAS DEGRADADAS NÍVEIS DE GÁS CARBÔNICO EM MAUNA LOA (HAWAI)

12/06/2015. Erosão em voçoroca CONCENTRAÇÃO GLOBAL DE CO2 ATMOSFÉRICO TRATAMENTO DE ÁREAS DEGRADADAS NÍVEIS DE GÁS CARBÔNICO EM MAUNA LOA (HAWAI) DESMATAMENTO ECOLOGIA Unidade 5 MADEIRA CARVÃO PASTAGENS AGRICULTURA MINERAÇÃO LOTEAMENTOS DESMATAMENTO DESMATAMENTO RONDÔNIA RONDÔNIA EROSÃO - DESMATAMENTO - SOLO DESPROTEGIDO - CHUVAS - DESAGREGAÇÃO

Leia mais

Tema: evasão escolar no ensino superior brasileiro

Tema: evasão escolar no ensino superior brasileiro Entrevista com a professora Maria Beatriz de Carvalho Melo Lobo Vice- presidente do Instituto Lobo para o Desenvolvimento da Educação, Ciência e Tecnologia e Sócia- diretora da Lobo & Associados Consultoria.

Leia mais

ANEXO II PLANO DE TRABALHO

ANEXO II PLANO DE TRABALHO ANEXO II PLANO DE TRABALHO Objetivo: Inaugurado em 14 de março de 1877, o Centro Cultural José Bonifácio foi o primeiro colégio público da América Latina. Construído por ordem de D. Pedro II para a educação

Leia mais

O currículo do século XXI: a integração das TIC ao currículo - inovação, conhecimento científico e aprendizagem

O currículo do século XXI: a integração das TIC ao currículo - inovação, conhecimento científico e aprendizagem O currículo do século XXI: a integração das TIC ao currículo - inovação, conhecimento científico e aprendizagem Estudo de Caso Escola Municipal Governador André Franco Montoro, Campo Limpo Paulista. Um

Leia mais

SNUC - SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

SNUC - SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO Prof. Dr. Thiago Leite Engenheiro Florestal (UnB-DF) Mestrado em Ciências Ambientais e Florestais com ênfase em Educação Ambiental (UnB-DF) Doutorado em Ciências Florestais com ênfase em Agroecologia (UnB-DF)

Leia mais

Projeto Corredores Ecológicos: Corredor Central da Mata Atlântica Unidade de Coordenação Estadual Espírito Santo

Projeto Corredores Ecológicos: Corredor Central da Mata Atlântica Unidade de Coordenação Estadual Espírito Santo Conectando pessoas e florestas Projeto Corredores Ecológicos: Corredor Central da Mata Atlântica ti Unidade de Coordenação Estadual Espírito Santo Objetivos PCE 1. Objetivo Geral: Demonstrar a viabilidade

Leia mais

PROJETO PARQUE ITINERANTE: UM INCENTIVO AO DESENVOLVIMENTO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

PROJETO PARQUE ITINERANTE: UM INCENTIVO AO DESENVOLVIMENTO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL PROJETO PARQUE ITINERANTE: UM INCENTIVO AO DESENVOLVIMENTO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL 1 Camelo, Nathalia Rodrigues; 2 Morais, Layana Alves; 3 Cavalcante, Ana Paula Soares; 4 Araújo, Patrícia Oliveira & 5 Medeiros,

Leia mais

Ed. Centro Empresarial Parque Brasília SIG Qd 01 Sala 206 CEP: 70.610-410/ Brasília - DF 1. Tel.: 55 61 / 3421 9100 Fax: 55 61/ 3421 9128

Ed. Centro Empresarial Parque Brasília SIG Qd 01 Sala 206 CEP: 70.610-410/ Brasília - DF 1. Tel.: 55 61 / 3421 9100 Fax: 55 61/ 3421 9128 TERMO DE REFERÊNCIA PARA A CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE CONSULTORIA SERVIÇOS LOGÍSTICOS PARA REALIZAÇÃO DE EXPEDIÇÃO AO RIO JURUENA ENTRE SALTO AUGUSTO E JACAREACANGA A The Nature Conservancy (TNC) através

Leia mais

PRODUTO FINAL ASSOCIADA A DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

PRODUTO FINAL ASSOCIADA A DISSERTAÇÃO DE MESTRADO PRODUTO FINAL ASSOCIADA A DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Programa de Pós Graduação em Ensino de Ciências Universidade Federal de Itajubá Título da dissertação: OS MANUAIS DOS PROFESSORES DOS LIVROS DIDÁTICOS

Leia mais

LOGÍSTICA Professor: Dr. Edwin B. Mitacc Meza

LOGÍSTICA Professor: Dr. Edwin B. Mitacc Meza LOGÍSTICA Professor: Dr. Edwin B. Mitacc Meza edwin@engenharia-puro.com.br www.engenharia-puro.com.br/edwin Introdução A A logística sempre existiu e está presente no dia a dia de todos nós, nas mais diversas

Leia mais

A REGULAMENTAÇÃO DA EAD E O REFLEXO NA OFERTA DE CURSOS PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

A REGULAMENTAÇÃO DA EAD E O REFLEXO NA OFERTA DE CURSOS PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES A REGULAMENTAÇÃO DA EAD E O REFLEXO NA OFERTA DE CURSOS PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES Autor(a): Alessandra Barbara Santos de Almeida Coautor(es): Alessandra Barbara Santos de Almeida, Gliner Dias Alencar,

Leia mais

O Papel da Educação Patrimonial Carlos Henrique Rangel

O Papel da Educação Patrimonial Carlos Henrique Rangel O Papel da Educação Patrimonial Carlos Henrique Rangel O Patrimônio Cultural pode ser entendido como um conjunto de coisas de seres humanos. Coisas de gente, criadas para facilitar a vivência em grupo

Leia mais

RESULTADOS E EFEITOS DO PRODOCÊNCIA PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES DO INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS RESUMO

RESULTADOS E EFEITOS DO PRODOCÊNCIA PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES DO INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS RESUMO RESULTADOS E EFEITOS DO PRODOCÊNCIA PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES DO INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS Elisabete Duarte de Oliveira e Regina Maria de Oliveira Brasileiro Instituto Federal de Alagoas

Leia mais

4. O Comunicador da Sustentabilidade

4. O Comunicador da Sustentabilidade 4. O Comunicador da Sustentabilidade Segundo o professor Evandro Ouriques da Escola de Comunicação (ECO) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a formação dos jornalistas deve passar necessariamente

Leia mais

TERMO DE REFERENCIA PARA COMPILAÇÃO E MAPEAMENTO DE IMOVEIS RURAIS

TERMO DE REFERENCIA PARA COMPILAÇÃO E MAPEAMENTO DE IMOVEIS RURAIS SERVIÇOS DE GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS PARA FINS DE ELABORAÇÃO DE CADASTRO AMBIENTAL RURAL CAR NO MUNICÍPIO DE RIO CLARO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 1. Contextualização A The Nature Conservancy

Leia mais

Programa de Capacitação em Taxonomia (MCT/CNPq/CAPES)

Programa de Capacitação em Taxonomia (MCT/CNPq/CAPES) Programa de Capacitação em Taxonomia (MCT/CNPq/CAPES) Contatos no CNPq: Helena Luna (Coordenadora Geral do Programa de Pesquisa em Ciências da Terra e Meio Ambiente) Carlos Carvalho Contatos no MCT: Ione

Leia mais