Autores: Roberto Krieck, presidente e Márcio Belli, gerente comercial da Operacional Solution, fornecedora de software ERP e MES
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- Victor Gabriel Aquino
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1 Autores: Roberto Krieck, presidente e Márcio Belli, gerente comercial da Operacional Solution, fornecedora de software ERP e MES Atualmente, muito se fala sobre indústria 4.0 e como a informatização e robotização vem crescendo na produção. Alguns segmentos industriais estão mais à frente deste movimento do que outros, mas para todas as empresas que buscam tecnologias para aumentar a competitividade, este é um caminho sem volta. Temos de fazer nossa lição de casa, não é possível pensar em sistemas robóticos interagindo com pessoas e executando processos se nossos sistemas ainda não estão consolidados e integrados. Para iniciar, precisamos conhecer o papel de cada camada sistêmica e a complexidade da comunicação entre elas. De uma forma macro, abaixo temos uma visão dos níveis sistêmicos de uma indústria. Toda indústria possui algum sistema de gestão, normalmente chamado genericamente de ERP. Da mesma forma muitas máquinas atualmente já são comandadas por PLC (s). Igualmente fácil é encontrar o sistema de supervisão SCADA, seja com o próprio fornecedor do equipamento ou com empresas especializadas neste assunto. Entretanto, com os sistemas que compreende o controle da produção ou MES, as indústrias têm maior dificuldade. Seja por falta de uma solução aderente ou por inúmeras soluções sem integração no mercado. A falta 1
2 de visão do todo e soluções localizadas geram cada vez mais inúmeros sistemas dentro da indústria e normalmente não atendem a contento as necessidades da manufatura. Isto gera uma série de problemas como: A dificuldade de conseguir informações para apuração de custo, o planejamento e programação da fábrica, a dificuldade de apontamento da produção, falta da informação em tempo real e principalmente a falta de garantia da integridade das informações. Este último pode ser traduzido como os números que simplesmente não batem com a realidade e são utilizados para tomada de decisão. Ainda temos a tarefa árdua e custosa destinada a TI (Tecnologia da Informação). Ela precisa integrar o ERP existente na empresa a uma série de sistemas satélites que fazem parcialmente o papel do MES. Esta integração envolve pegar muitas informações que estão no ERP e transportar de várias formas diferentes para outros softwares que estão no chão de fábrica, inclusive o nosso conhecido Excel. Este processo é complexo pois a comunicação entre ERP e o MES é muito grande e constante. De forma bem genérica, deve fluir do ERP para o MES: Os pedidos de venda, previsões de vendas, pedidos de compras, estoques, engenharias de produto e processos e o planejamento de produção. O MES trabalha todas essas informações, faz toda a gestão do chão de fábrica e devolve para o ERP: A posição dos pedidos, as produções realizadas, os consumos e rendimentos obtidos. A grande complexidade acima está na integração entre o ERP e o MES. Esta comunicação necessita ser feita sem barreiras, em tempo real, para que no momento em que o planejamento ou programação estejam sendo feitos eles possam utilizar as informações corretas. 2
3 Principais atribuições do MES: Acesso no detalhe a estrutura de produtos e processos Alocar recursos e acompanhar sua situação Gestão dos materiais empregados na manufatura Sequenciamento finito Programação detalhada e de forma visual Gerenciamento do processo Gerenciamento da manutenção Gerenciamento da qualidade Rastreamento e documentação de todo o processo produtivo Otimizar a produção O MES entrega uma série de benefícios, sendo os principais: Redução de desperdício: Retrabalho, resíduos e tempos de setup mais rápidos. Maior tempo de atividade da manufatura. Menos papel e planilhas e mais controle. Inventário do que está em processo de forma automática. Conhecer, em tempo real, como seus recursos estão sendo utilizados. Captura informações de custo de forma mais precisa: Mão de obra, resíduos, tempo de inatividade, tempo de produção e consumos. Não estamos falando aqui de produções isoladas, o MES deve atender desde uma indústria com uma única fábrica até empresas complexas com várias unidades. Ele deve ter também a capacidade de considerar a produção em terceiros. Para ser efetivo tanto o planejamento como a programação da produção que está dentro do MES não podem ter visões isoladas, eles devem considerar tudo: Todas as unidades, todos os setores, todas as máquinas e terceiros. 3
4 Em muitas indústrias, a camada do MES e do SCADA é feito por pessoas com apontamentos manuais e sem a velocidade de apuração desejada. Isto dificulta o acompanhamento do que ocorre no chão de fábrica, descolando o planejamento da realidade, aumentando estoques, aumentando as perdas, gerando tempos de atendimento maiores e desgastes na organização devido ao controle precário. Em um mundo ideal, deveríamos ter um único sistema onde o ERP e o MES não necessitem de integrações e comunicações. Isto tiraria a complexidade existente entre as camadas, permitindo que a empresa foque na integração com máquinas, equipamentos e terceiros. O controle dos processos feitos em terceiros também precisa de atenção, normalmente temos pouca ou nenhuma visão sobre estas fases produtivas. Isto gera a necessidade de comunicação entre empresas para que possamos ter um melhor controle sobre a produção. Estando com a base sistêmica organizada, podemos então pensar na 4ª revolução industrial e implementar novas tecnologias e formas de trabalho. Indústria 4.0 A i4.0 trata de manufaturas inteligentes com alto grau de automação, onde tudo passa a se comunicar: Sistemas, pessoas e máquinas. É o caminho para aumentar a competitividade da indústria, utilizando as novas tecnologias digitais. Estamos falando de utilizar tecnologias como: Big data, internet das coisas, realidade aumentada, inteligência artificial, dentre outras. 4
5 Tudo ainda é muito recente, a i4.0 surgiu em 2011 e foi apresentada em 2012 na Alemanha. Mas as suas bases estão claramente definidas em 6 princípios básicos: Interoperabilidade: Comunicação e conexão entre pessoas, sistemas ciber-físicos e fábricas inteligentes, utilizando Internet e computação em nuvem. Virtualização: Sensores de dados interconectados para monitorar os processos físicos e simulações, tornando as fábricas virtuais. Descentralização: Habilidade dos sistemas ciber-físicos tomarem decisões sem intervenção humana. Capacidade em tempo real: Coletar e analisar dados e entregar conhecimento derivado dessas análises imediatamente. Orientação a serviço: Oferecimento dos serviços através da computação em nuvem. Modularidade: Adaptação flexível das fábricas para requisitos mutáveis através da reposição ou expansão de módulos individuais. Como vemos acima, muitos dos pontos são inimagináveis atualmente para alguns segmentos produtivos. Ainda mais quando observamos aspectos importantes que precisam ser mudados como o conhecimento das pessoas e a integração sistêmica absoluta e total. Mas é um caminho, que se mostra até o momento, sem volta. Deste modo, devemos estar preparados para sua implementação e sugiro trabalhar com o roteiro abaixo: Compreender a indústria 4.0 e as suas implicações. Analisar os sistemas atuais e o que você irá necessitar: Sistemas, máquinas e automações. Construir uma base de dados integrada com alto grau de comunicação. 5
6 Otimizar seus processos. Evoluir para a i4.0 irá passar por rever tudo o que fazemos e como fazemos. Aprender, isto irá exigir muito de nós. A forma como iremos absorver as mudanças é que será crucial para produzir a quebra de paradigmas dentro das nossas indústrias. Treinar, Treinar e Treinar, pois as pessoas serão fundamentais no processo. O desafio é grande, mas identificando oportunidades e buscando o aumento da competitividade, nossas operações produtivas podem crescer e se manter competitivas no mercado globalizado. Márcio Belli Abrangente experiência no segmento têxtil e tecnologia, adquirida no comando das áreas de operações, vendas, marketing e tecnologia da informação. Hoje atua como gerente comercial da Operacional Solution. 6
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