A IMPORTÂNCIA DE ADMINISTRAR COM RESPONSABILIDADE SOCIAL
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1 A IMPORTÂNCIA DE ADMINISTRAR COM RESPONSABILIDADE SOCIAL Autor: Carla Godinho da Silva 1 Professor Orientador: Rogério da Silva Filho 2 Resumo Considerando a abrangência do tema responsabilidade social este artigo tem por objetivo mostrar aos administradores a importância de administrar com Responsabilidade Social, tendo como foco o publico interno das organizações envolvidas, este direcionamento e justificado pelo fato deste publico ser fator essencial para o sucesso de qualquer organização haja vista que assimila valores, práticas e objetivos da mesma. Palavras-Chave: 1) Administrar 2) Responsabilidade Social Abstract Considering the comprehensiveness of the subject social responsibility this article has for objective to show to the administrators the importance to manage with Social Responsibility, having as focus I publish intern to it of the involved organizations, this aiming and justified for the fact of this I publish to be essential factor for the success of any organization has seen that it assimilates values, practical and objective of the same one. Key Words: 1) To manage, 2) Social Responsibility 1 Acadêmica do Curso de Administração da Ulbra - Guaíba 2 Administrador CRA 2732, Professor de Administração Ulbra Campus Guaíba e Campus Torres
2 2 Contexto Responsabilidade Social A partir da década de 80, verifica-se um forte movimento de internacionalização das economias capitalistas que se convencionou chamar de globalização. Um dos traços marcantes deste processo é a crescente movimentação de empresas transnacionais e multinacionais. A partir deste movimento foi possível observar um novo desenho na alocação geográfica dos recursos e por conseqüência uma forte concentração de renda. Segundo NETO & FROES (2001), este rearranjo espacial das atividades produtivas no mundo, através da fragmentação e migração de cadeias produtivas, criou um novo tipo de globalização, de efeitos perversos e que culminou com a elevação dos custos ecológicos e sociais. O administrador atual tem uma tarefa muito maior do que apenas administrar empresas, ter um excelente contato com seus clientes e a geração de relatórios, tem que administrar com ética, e também ser um empreendedor do social. A empresa é o principal agente de transformação da sociedade, vem assumindo novos papeis a cada dia. A sociedade não tem sido bem sucedida na diminuição das desigualdades sociais e na solução de um processo crescente de exclusão não simplesmente econômico, mas das possibilidades de acesso a novas formas de conhecimento, e vem sofrendo as conseqüências cruéis da falta de ética em diversos setores. No atual momento, um dos maiores desafios do administrador é o de fazer sua empresa crescer com lucratividade, sem descuidar da ética e da humanização do trabalho e o resgate da dignidade da pessoa humana através de sua atividade profissional.
3 3 Para Miguel Krigsner (2004), presidente de O Boticário, Responsabilidade Social nas empresas significa uma visão empreendedora mais preocupada com o deixar de se preocupar com a necessidade de geração de lucro, mas colocando-o, não como um fim em si mesmo, mas sim como um meio para se atingir um desenvolvimento sustentável e com qualidade de vida. Krigsner, afirma que as empresas que se mobilizam em prol de programas sociais tem muito a ganhar, como maior retenção de talentos, maior envolvimento e comprometimento dos colaboradores, credibilidade de marca, maior chance de fidelizar o consumidor, reconhecimento da comunidade em que está inserida, valorização de capital para as empresas que tem ações em bolsa, etc... E o mais importante de tudo: a satisfação em ajudar a promover o bem comum. Para Emerson Kapaz (2004), do instituto Ethos, não é fácil mensurar os resultados, e não sabe se na verdade, isso seria tão importante. Acredita que a mobilização que há hoje de empresas e Governo, na direção um maior entrosamento sobre a Responsabilidade Social nas empresas já é um enorme passo. Outro dado importante é o numero de trabalhadores que hoje estão empregados em empresas com essa prática, além de publicações que estão dando premiações e listando as mais responsáveis socialmente. Tudo isso mostra uma preocupação em avaliar e incentivar tais praticas. Kapaz (2004) fala que atribui à visão de alguns lideres empresariais de que nada adianta ter uma empresa sadia em uma sociedade miserável, e sem perspectivas de recuperação. Qual o verdadeiro papel de uma empresa que tem, além da visão econômica, a visão política, já que ela é formada por cidadãos? É muito difícil separar o empresário do cidadão empresário. Isso apareceu com uma mudança de mentalidade do próprio empresário, sobre seu papel na sociedade. Segundo NETO E FROES (1999), o exercício da responsabilidade social externa corresponde ao desenvolvimento de ações sociais empresariais que beneficiem a comunidade. Estas ações podem ser realizadas através de doações de produtos, equipamentos e materiais em geral, transferência de recursos em regime de parceria para órgãos públicos e ONG, prestação de serviços voluntários para a comunidade pelos funcionários da empresa,
4 4 aplicações de recursos em atividades de preservação do meio ambiente, geração de empregos, patrocínio de projetos sociais do governo e investimentos diretos em projetos sociais do governo e investimentos diretos em projetos sociais criados pela própria empresa. GOLDBERG (2001) cita o relatório realizado pela CEATS-USP na C&A Modas, uma empresa que possui um reconhecido programa de voluntariado empresarial. Foi possível constatar que os funcionários que participam da iniciativa tem seu leque de competências ampliado, são mais integrados ao trabalho e à própria organização e adquirem maior satisfação pessoal com o que fazem. Aspectos comportamentais positivos advindos pela ação voluntária como, por exemplo, alegria, tolerância e compreensão transbordam para as relações com os colegas de trabalho, clientes e em família. O estudo ainda indica que a diversidade e o imprevisto do trabalho voluntário criam condições que revelam talentos e potencialidades desconhecidas pela empresa. Outro aspecto ressaltado é que o prazer gerado com a participação e o sentimento de pertencer a um grupo possibilita que os voluntários criem laços mais fortes de identidade organizacional e tendam a ser cooperativos tanto em situações cotidianas quanto em momentos de crise. Na busca de entender as razões pelas as quais as empresas promovem o envolvimento de seus funcionários em atividades voluntárias em suas comunidades, GARAY (2001) levanta suposições que vão ao encontro daquelas identificadas no estudo realizado na C&A Modas. Entre as quais estão: a) em organizações socialmente responsáveis, o ato de voluntariar pode representar um forte determinante para aumentar o nível de satisfação e de identidade dos colaboradores com sua empresa, capaz de gerar envolvimento com o trabalho e comprometimento organizacional; b) para o fortalecimento da cultura organizacional; c) para a consolidação de uma imagem corporativa favorável; d) para o estímulo ao desenvolvimento do papel institucional do executivo; e) para o desenvolvimento de competências dos funcionários (desenvolvimento de carreiras). As ações externas repercutem de forma direta no ambiente de trabalho da empresa. NETO & FROES (2001) também salientam tais aspectos enfatizam que as atividades e comportamentos dos funcionários imprimem um renovada energia em decorrência da oportunidade de aprendizado natural de atitudes, até mesmo clarificação de novos valores de
5 5 trabalho e vida. Sob a motivação do treinamento recebido e de exemplos vivenciados de ação social, tornam-se mais sociáveis, tolerantes, cooperativos, altruístas, participativos, motivados e seguros. Assim sendo, agem como promotores da melhoria da qualidade de vida no trabalho. Os autores sublinham que o aumento da produtividade é o maior retorno obtido pela empresa em todo processo de gestão dos investimentos sociais em seu público interno, a produtividade do trabalho aumenta como decorrência da maior satisfação, motivação e capacitação dos funcionários. DUARTE & DIAS (1986) consideram que a empresa faz parte de uma realidade pluridimensional, composta de quatro dimensões, descritas a seguir: Uma dimensão pessoal: a empresa não se compõe de coisas ou animais, mas de seres humanos, pessoas que querem e devem ser vistas como tais; Uma dimensão social: o homem só existe em sociedade, sendo impossível a absoluta separação entre sua realidade pessoal e sua realidade social; Uma dimensão política: a impossibilidade de isolamento entre o interesse público e o particular exige a permanente participação de um poder maior na difícil tarefa de conciliar um e outro; Uma dimensão econômica: a função específica que legitima sua existência e atuação no seio da sociedade é de natureza econômica. Os autores explicam que a empresa é composta de seres humanos integrados numa unidade maior, a sociedade. E tanto os objetivos pessoais de seus membros quanto os objetivos maiores da coletividade vão além dos objetivos particulares da empresa que jamais pode sobrepor estes àqueles. Segundo BASTOS (1993), nesta perspectiva atitudinal o comprometimento seria um estado no qual o indivíduo se identifica com uma organização e seus objetivos e deseja manter-se como membro de modo a facilitar a consecução desses objetivos. DINIZ & LEMOINE (1999) explicam que a eficácia do comprometimento é devido ao fato de que ele concerne a relação entre a organização e a pessoa, dando toda importância a suas expectativas ligada ao trabalho: desejo de adesão dos empregados, para a organização e realização dos projetos pessoais para os empregados. As autoras ainda colocam que da parte da empresa, um pessoal comprometido é capaz de exercer esforços consideráveis para alcançar seus objetivos. Da parte dos empregados, à medida que o indivíduo se define pelo seu engajamento à
6 6 organização ele pode encontrar uma parte de seu desenvolvimento psicológico: valorização de si próprio, realização e desenvolvimento pessoal. Estas percepções sobre a inserção da empresa na sociedade e de suas responsabilidades em relação às dimensões descritas anteriormente são a base dos conceitos apresentados sobre responsabilidade social empresarial. NETO & FROES (2001) consideram que responsabilidade social é um conceito recente, ainda em construção, constituindo-se numa nova área de conhecimento do mundo empresarial. Por fim, deve-se explicitar que os administradores são partes ativas da gestão da responsabilidade social, desempenhando a função a partir de uma visão do conjunto (empresa, comunidade, fornecedores, clientes e acionistas). Portanto, devem utilizar seus conhecimentos, seus erros e acertos para a formulação de um modelo de gestão baseado nos princípios do comportamento socialmente responsável, sempre visualizando que as empresas estão inseridas numa unidade maior que é sociedade.
7 7 Bibliografia BASTOS, Antônio Virgílio Bittencourt. Comprometimento Organizacional: Um balanço dos Resultados e Desafios que cercam esta tradição de pesquisa. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v.33, n.3, p , mai/jun DUARTE, Gleuso Damasceno; DIAS, José Maria. Responsabilidade social: a empresa hoje. Rio de janeiro: S A, GARAY, Ângela Beatriz Scheffer. Voluntariado empresarial: modismo ou elemento estratégico. Anais do XXV ENANPAD, Campinas/SP, GOLDBERG, Ruth. Como as empresas podem implementar programas de voluntariado. São Paulo: Instituto Ethos empresas e responsabilidade social, NETO, Francisco Paulo de Melo; FROES, César. Gestão da responsabilidade social corporativa: o caso brasileiro. Rio de Janeiro: Qualitymark, NETO, Francisco Paulo de Melo; FROES, César. Responsabilidade social e cidadania empresarial: a administração do terceiro setor. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2 ed., Revista FAE Business nº 9 09/2004
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