Módulo teórico: Visão geral do Design para a Sustentabilidade
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- Stefany Porto Conceição
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1 Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita. Módulo teórico: Visão geral do Design para a Sustentabilidade Autores: Irina Celades l Teresa Ros Com a contribuição de: Cristina Rocha l Oihana Hernaez l
2 Introdução a este módulo Objetivos dos módulos Estabelecer a relação entre os aspetos sociais, económicos e ambientais com o design, produção e produtos-serviços. Explicar a importância do pensamento de ciclo de vida no DfS Perceber a necessidade de considerar o DfS no processo de design Apresentar a implementação do DfS e do materiais didáticos do Sinndesign Expor os principais aspetos e os fatores de motivação para o DfS. Apresentar os diferentes enquadramentos para o DfS: Tendências de inovação no sector do habitat e as tendências políticas europeias Introdução à visão geral do Design para a Sustentabilidade O conteúdo deste módulo pretende dar uma visão geral do conceito do DfS e dos aspetos relevantes que devem ser considerados na sua implementação desde as fases iniciais do processo de design, tais como o pensamento de ciclo de vida, que pode ser considerado essencial nesta área se se pretende ir para além de produzir um produto verde, integrando as três dimensões da sustentabilidade people, planet, profit. Outros tópicos abordados são os fatores de motivação e os principais drivers no sector do habitat que as empresas estão atualmente a promover para integrar o DfS no processo de design. Por outro lado, é de salientar que o DfS abrange estratégias desde a inovação incremental até à inovação radical. A questão da inovação está brevemente referida neste módulo, mas para informação detalhada recomenda-se a consulta do módulo sobre o processo de inovação. Finalmente, encontram-se exemplos de tendências de inovação nos diferentes sectores SInndesign, bem como futuras tendências no quadro legislativo. Material de suporte Para informação mais detalhada consulte o material de suporte disponível em
3 Design para a Sustentabilidade visão geral Slides
4 O que é o Design para a Sustentabilidade (DfS)? The DfS can be defined as product developing industries and their partners along the product chain considering the environmental and social aspects of their products and processes as key elements of long-term product innovation strategies and daily practices [Crul and Diehl (2006)]. Por outro lado o DfS pode ser considerado uma ferramenta que contribui para o desenvolvimento sustentável. DESIGN PARA A SUSTENTABILIDADE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Os 3 componentes do desenvolvimento sustentável PARA Ambiente saudável Justiça social Sociedade sustentável Crescimento económico
5 Principais atributos do processo de integração do DfS Assegurar a interação entre os aspetos ambientais, sociais e económicos desde as fases iniciais do processo de desenvolvimento, incluindo as necessidades dos clientes bem como as expetativas societais (diálogo com stakeholders) Create equitable value for customers and stakeholders along the global value chain Enhancing social equity. It promotes human well being and fair burden sharing across societies Fit within the carrying capacity of supporting ecosystems DESIGN FOR SUSTAINABILITY PHILOSOFY SOURCE: Considerar a Perspetiva de Ciclo de Vida no processo de desenvolvimento, evitando os efeitos de transferência e de ricochete; dessa forma devem ser utilizadas metodologias de avaliação quantitativa e/ou qualitativa da sustentabilidade Assegurar que todo o processo de DfS esteja enraizado nas práticas existentes, em termos de gestão da sustemtabilidade da organização
6 Pensamento de ciclo de vida é ir além das abordagens tradicionais na indústria e nos processos produtivos. O ciclo de vida é o conjunto de todas as fases, desde a extração e processamento das matérias primas pasando pela produção, embalagem, distribuição, uso, manutenção, e eventualmente reciclagem, reutilização, recuperação e destino final. FIGURE 2 LIFE CYCLE THINKING PRODUCT SYSTEM. SOURCE:
7 Porquê o Design para a Sustentabilidade? Nos últimos cem anos, o consumo mundial de materiais per capita duplicou, enquanto que o da energia primária triplicou. Neste sentido, a sociedade deve tomar consciência de que atualmente já se está a extrair em excesso, mais do que o nosso planeta pode produzir ou reconstituir num determinado período, como pode ser visto na figura abaixo. HUMANITY S ECOLOGICAL FOOTPRINT. SOURCE: LIVING PLANET REPORT 2014, WWF.
8 Porquê o Design para a Sustentabilidade? É necessário estabelecer políticas, ações e estratégias para assegurar a sustentabilidade do planeta, que tem uma capacidade finita. Ao nível do design de produtos, isto significa ter preocupações ambientais e sociais ao longo do vida de um produto, além do preço, bem-estar e qualidade. O DfS é reconhecido mundialmente como a forma como as empresas podem melhorar a sua eficiência, mantendo ou melhorando a qualidade do produto, e aumentando as oportunidades de Mercado, enquanto melhora simultaneamente os impactes ambientais e sociais e os beneficios económicos. [Crul, M., 2009] HUMANITY S ECOLOGICAL FOOTPRINT. SOURCE: LIVING PLANET REPORT 2014, WWF.
9 Principais fatores de motivação e drivers do DfS O factor de motivação mais relevante para integração do DfS nas organizações deve ser o assegurar o desenvolvimento sustentável para as gerações futuras. O DfS deve ser uma oportunidade para aumentar o desempenho das empresas em termos de sustentabilidade, enquanto simultaneamente aumenta a sua rentabilidade. Em geral, as motivações para implementar o DfS podem vir do próprio negócio (DRIVERS INTERNOS) ou do exterior da empresa (DRIVERS EXTERNOS).
10 Principais fatores de motivação e drivers do DfS Aspetos Sociais DRIVERS INTERNOS para o DfS Equidade social pode reduzir o risco de problemas sociais e do trabalho Forte política social pode aumentar a motivação dos funcionários. Governança e os sistemas de gestão em aspetos sociais podem auxiliar as empresas a alcançar maior visibilidade junto dos stakeholders Aspetos ambientais Marketing verde : os elementos ambientais de valor acrescentado podem aumentar o valor da marca e da sua reputação Consciência ambiental dos gestores Aspetos económicos Alcançar novos consumidores de mercados sustentáveis Melhoria da qualidade do produto: fiabilidade e funcionalidade estão frequentemente ligadas para alcançar um produto mais sustentável Redução de custos na cadeia de valor Impulsionar o valor da marca e da reputação Inovação do produto: encontrar soluções para satisfazer as necessidades e expetativas dos clientes Diferenciação pela marca Novas oportunidades para criação de valor
11 Principais fatores de motivação e drivers do DfS Aspetos sociais DRIVERS EXTERNOS PARA O DfS Opinião pública: os consumidores estão a exigir mais informação Pressão das ONG para práticas controversas e impactes relacionados Aspetos ambientais Requisitos legislativos força as empresas a serem mais proativasorce companies to be more proactive Requisitos de divulgação em informação ambiental direcionado para fornecedores e clientes Programas de rotulagem ecológica, elemento adicional para o marketing das empresas Requisitos de organização dos consumidores tais como segurança, baixa toxicidade e produtos recicláveis Pressões de grupos defensores de causas ambientais (ex: eliminação de CFCs) Pressão direta da comunidade vizinha Aspetos económicos Normas nos aspetos de sustentabilidade vão tornar-se mais rigorosas e poderá forçar as empresas a melhorar os seus produtos Regimes de subsidios estão disponíveis nalguns países para melhorar os aspetos da sustentabilidade da produção e de produtos. Concorrência de fornecedores estão a conduzir a que empresas se tornem mais sustentáveisa Procura dos clientes por produtos sustentáveis A competição do mercado: a indústria deve mellhorar o desempenho inovador dos seus produtos, revendo os aspetos da sustentabilidade dos seus produtos
12 Principais fatores de motivação e drivers do DfS Principais drivers da inovação no domínio do habitat: Rápidas mudanças demográficas e urbanização Cidades sustentáveis e abertas que promovem o envolvimento dos cidadãos e a as TIC Novas habitações e a redução da dimensão do agregado familiar Novas drivers do mercado: novas experiências de compra, redes sociais, mundos virtuais da internet para informação e formação Importância crescente da reconstrução, conservação e reabilitação de edificios antigos Modularidade e constante renovação e restyling do espaço. PESSOAS: novos e diferentes valores, necessidades e preferências Versátil e multifuncional Bem-estar e intuitivo NOVAS ABORDAGENS AO PRODUTO Novos materiais Simples e remade Criativo e com novas utilizações Interativo e participativo Produto de base tecnológica Responsável e eficiente
13 Que inovações estão abrangidas pelo DfS? O DfS contempla estratégias desde a inovação incremental até à radical, suportando o desenvolvimento de uma economia baseada nos principios da eficiência de recursos, abrangendo todo o ciclo de vida dos produtos [Great Recovery project, 2013]. É notável que a inovação sustentável e o design não se centram só nas novas tecnologias, mas também no repensar as coisas de modo a que se alcance a necessidade de crescimento reduzindo os impactes ambientais e sociais negativos. Este novo tipo de pensamento e de prática é denominado mentalidade do berço ao berço (cradle to cradle mentality) [Zoboli et al., 2014; EEA, 2014].
14 Como aplicar o DfS? A atividade de design é um processo criativo, a metodologia para implementar o DfS nas organizações depende do nível de inovação e é dificil de sistematizar. Para as empresas interessadas em aplicar o DfS, é recomendado iniciar com partes dos seus produtos e estender gradualmente o projeto a todo o processo de melhoria e redesign dos produtos; o DfS pode ir tão longe como o design radical, incluindo os processos de desenvolvimento dos sistema produto/serviço. Para obter mais informação sobre a implementação do DfS, consultar o módulo Processos de DfS, onde são referidas duas abordagens sobre inovação (ver próximo slide).
15 Como aplicar o DfS? Abordagens passo a passo à implementação do DfS Melhoria e redesign de produtos Design radical e desenvolvimento de Sistemas Produto/Serviço
16 Iniciativas estruturais em DfS: Políticas e estratégicas O Conselho do Ambiente da União Europeia concordou que a dimensão ambiental da estratégia da Europa 2020 deve ser fortemente reafirmada. Em particular, as conclusões do Conselho destacam os instrumentos que podem tornar a economia mais verde e circular, tais como as taxas ambientais, as compras públicas ecológicas, o eco-design e a eco-inovação [European Commission, 2015]. Existem muitas iniciativas ao nível da UE para aumentar a consciencialização sobre a necessidade em usar de modo mais eficiente os recursos escassos. No próximo slide são apresentadas as iniciativas mais relevantes ao nível da UE. Para mais informação sobre estas iniciativas ver os links na secção de referências e bibliografia.
17 Iniciativas estruturais em DpS: Políticas e estratégicas ESTRATÉGIAS EUROPEIAS PARA Matérias Primas Economia da energia e do baixo carbono 2050 Blue print da água Estratégia para a biodiversidade Programa resíduo zero Alterações climáticas Change
18 Sector do Mobiliário Iniciativas estruturais em DfS: inovações no sector do habitat Inovação nos materiais: Materiais sustentáveis Materiais eficientes Materiais recicláveis Inovação do Produto: Eco-design Re-design para a economia circular - design das modular (tipo peças de LEGO ) Rótulos ecológicos e harmonização de normas Eco-taxas, no caso de France Reciclagem e sistemas take back Consciência de projeto que conduz a mercados em massa, ex. IKEA Inovação do processo: Eficiência energética Tecnologias MTD (Melhores Tecnicas Disponiveis) Redução de resíduos Redução das emissões (COV- Compostos Voláteis Orgânicos) Inovação organizacional: Foco nos aspetos da sustentabilidade Processos de gestãomanagement processes Responsabilidade social Parcerias com centros de formação profissional/ universidades Redes ao longo da cadeia de fornecimento
19 Sector da Construção Iniciativas estruturais em DfS: inovações no sector do habitat Inovação nos materiais: Conteúdo reciclado/reciclabilidade Eficiência de recursos Novas aplicações de superficie Iluminação Pavimentos anti escorregadios Superficies hidrofóbicas/antibacterianas Novos acabamentos Materiais de porosidade variável Semi transparência Inovação nos processos: Recuperação de energia Eficiência energética Novos métodos de decoração Novos tratamentos mecânicos Tratamentos hidrofóbicos Aplicações laser Inovação do produto: Inovação nas formas Integração de energias renováveis Integração de aplicações de domótica Produtos multifincionais Novos métodos para a instalação do produto Novas especialidades, acessórios e sistemas de instalação Novas fachadas Industrialização de sistemas de construção Inovação organizacional: Redes próprias de distribuição para produtores de materiais de construção Pensamento sistémico: fornecimento de soluções completas de projeto Serviços adicionais ao longo da cadeia de valor Novos sistemas de armazenamento e de distribuição
20 Sector têxtil Iniciativas estruturais em DfS: inovações no sector do habitat 7. TENDENCIAS INNOVADORAS EN LOS SECTORES SINNDESIGN Aplicações inovadoras em têxteis técnicos: Estética, funcionalidade, durabilidade e sustentabilidade dos materiais texteis, Aplicações combinando leveza, força, e resistência à deformação ou erosão ácido/alcalino, poluição, raios UV, Cultura de ecodesign: Fraca cultura de ecodesign Aumento dos materiais com rotulagem verde (fibras naturais, fibras recicladas,...) Substituir PVC por PU Classificação dos têxteis mais sustentáveis Classificação ambiental dos materiais têxteis pelo made-by.org
21 Design para a sustentabilidade visão geral Referências e bibliografia adicional
22 Referências e bibliografia adicional
23 Referências e bibliografia adicional
24 Referências e bibliografia adicional
25 Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita. Este documento é parte dos materiais de formação desenvolvidos no projeto SInnDesign. Pode ser usado na íntegra ou em parte para fins educacionais, desde que a fonte seja citada, sem autorização especial dos autores. Os autores do SInnDesign agradecem o envio de uma cópia de qualquer publicação, apresentação ou curso que utilize este material como fonte. Mais informações sobre o projeto, materiais de formação e contactos disponíveis em:
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