HISTÓRIA DA AMÉRICA MERIDIONAL

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1 HISTÓRIA DA AMÉRICA MERIDIONAL UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL UNIJUÍ VICE-REITORIA DE GRADUAÇÃO VRG COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CEaD Coleção Educação a Distância Série Livro-Texto Ivo dos Santos Canabarro HISTÓRIA DA AMÉRICA MERIDIONAL Ijuí, Rio Grande do Sul, Brasil

2 2010, Editora Unijuí Rua do Comércio, Ijuí - RS - Brasil Fone: (0 55) Fax: (0 55) editora@unijui.edu.br Ivo do s Santos Canabarro Editor: Gilmar Antonio Bedin Editor-adjunto: Joel Corso Capa: Elias Ricardo Schüssler Designer Educacional: Jociane Dal Molin Berbaum Responsabilidade Editorial, Gráfica e Administrativa: Editora Unijuí da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí; Ijuí, RS, Brasil) Catalogação na Publicação: Biblioteca Universitária Mario Osorio Marques Unijuí C212h Canabarro, Ivo dos Santos. História da América Meridional / Ivo dos Sa ntos Canabarro. Ijuí : Ed. Unijuí, p. (Coleção educação a distância. Série livro-texto). ISBN História. 2.America Meridional. 3. America Meridional Formação histórica. I. Título. II. Série. CDU : 98 98(=4) 2

3 Sumário HISTÓRIA DA AMÉRICA MERIDIONAL CONHECENDO O PROFESSOR...5 APRESENTAÇÃO...7 UNIDADE 1 DA AMÉRICA COLONIAL AO ESTADO OLIGÁRQUICO...9 Seção 1.1 A América Pré-Colombiana Os Astecas Os Maias Os Incas Seção 1.2 A América Após a Chegada de Colombo Seção 1.3 Dimensões da Organização da Sociedade Colonial Seção 1.4 O Fim do Sistema Colonial UNIDADE 2 DA FORMAÇÃO DO ESTADO NACIONAL AOS CONFLITOS DO SÉCULO Seção 2.1 A Fase de Instabilidade Político-Administrativa Seção 2.2 A Fase de Estabilidade Política e Econômica Seção 2.3 Exemplo de Estado Oligárquico: a Argentina Rosas: o caudilho dos caudilhos O Processo de Imigração e Industrialização Seção 2.4 O Paraguai no Século A Guerra Contra o Paraguai UNIDADE 3 A AMÉRICA MERIDIONAL NO SÉCULO Seção 3.1 O Estado Oligárquico em seu Apogeu e Crise no Século Seção 3.2 A Era do Populismo Seção 3.3 Aspectos das Ditaduras Militares na América Latina Seção 3.4 As Ditaduras Militares na Argentina Seção 3.5 A Ditadura de Stroessner no Paraguai ( ) Seção 3.6 A Ditadura no Uruguai SAIBA MAIS

4 Ivo do s Santos Canabarro 4

5 Conhecendo o Professor HISTÓRIA DA AMÉRICA MERIDIONAL Ivo dos Santos Canabarro Gosto muito de trabalhar com fotografias, sou fascinado pelos elementos visuais, acredito que eles nos possibilitam o conhecimento de outras realidades. Comecei a pesquisar os arquivos fotográficos no curso de Graduação em História que cursei na Unijuí, pois naquele período fui bolsista de iniciação científica do CNPq. Depois, no Mestrado, realizado na UFRGS, continuei a utilizar as fotografias, ali adas aos depoimentos orais. Após conclui r o Mestrado comecei a trabalhar na Unijuí no curso de História. O trabalho como professor no curso de História sempre esteve aliado às atividades de pesquisa, pois considero importante que o professor não trabalhe apenas com o saber já produzido, mas que ele também tenha a capacidade de produzir novos conhecimentos. Foi nesta perspectiva que fiz o curso de Doutorado na Universidade Federal Fluminense, no Rio de Janeiro, e na Universidade de Paris III, na França. A minha tese de Doutorado é um estudo sobre a cultura fotográfica na Região Noroeste do Rio Grande do Sul. Fazer pesquisas é um desafio constante, pois a cada momento descobrimos coisas novas que nos fazem repensar os conhecimentos produzidos. Neste sentido, considero que trabalhar com as teorias da História é uma possibilidade de pensar o ofício do historiador, que além de dar aulas deve desafiar-se a fazer pesquisas. Atualmente participo de um grupo de pesquisa intitulado História e Cultura Visual, que agrega pesquisadores de imagens de todo o Brasil. A minha pesquisa chama-se A História pela fotografia, que já venho desenvolvendo há alguns anos, mas sempre encontro questões novas para pesquisar. 5

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7 Apresentação HISTÓRIA DA AMÉRICA MERIDIONAL Este componente curricular tem como objetivo estudar a formação histórica das sociedades na América Meridional compreendendo dimensões que vão desde o processo de ocupação até a contemporaneidade. Os estudos sobre a América Meridional estão direcionados para as diversas formas de ocupação e colonização deste espaço, o que se verificou a partir da chegada dos espanhóis. Salientamos, porém, que foi uma ocupação em um lugar no qual já havia uma população nativa, ocasionando então uma mudança significativa nas formas de organização dos que habitavam o continente antes da chegada dos colonizadores. Etnocentrismo Significa que um grupo social faz de sua visão de mundo a única possível, e discretamente se for o caso a melhor, a natural, a superior, a certa. O grupo do outro fica nesta lógica como sendo o engraçado, absurdo, anormal ou inteligível. Este processo resulta num considerável reforço de identidade do nosso grupo. Para maiores detalhes ver: Rocha, Everaldo. O que é etnocentrismo. São Paulo: Brasiliense, A chegada dos espanhóis no continente americano causou um grande impacto, em vista da ocorrência de um choque de culturas, uma vez que os estágios em que viviam os nativos e os colonizadores eram completamente diversos, assim como também eram diferentes as organizações sociais dos nativos que aqui viviam. Não é possível visualizá-los como uma cultura homogênea, pois havia diversas fases de desenvolvimento, dependendo do lugar que habitavam. Alguns viviam em cidades e outros em estágio ainda tribal, tendo este fator interferido diretamente no processo de colonização. De fato existiram reações ao processo de colonização e dominação, mas elas foram diferentes e de acordo com o estágio de evolução dos nativos. Esse processo inicial de contatos entre espanhóis e nativos foi num primeiro momento uma reação de estranhamento, pois ali estava uma diferença cultural muito significativa, ocorrendo um processo de etnocentrismo, pois o europeu se mostrava superior ao nativo, impondo a sua cultura. O nativo, por sua vez, foi verdadeiramente dominado pelo espanhol, pois não dispunha de muitas alternativas para escapar de ste processo de coloni zação do novo mundo. A ati tude etnocêntrica dos colonizadores é evidente, pois já saíram da 7

8 Ivo do s Santos Canabarro Espanha com essa intenção de obter riquezas para o trono e catequizar os nativos, com a justificativa ideológica de levar o nome de Deus, cristianizando os que ali estavam. A intenção real do colonizador, no entanto, era saquear as riquezas e descobrir os metais preciosos tão importantes para o mercantilismo. As reações ao etnocentrismo europeu acontecem das mais variadas formas, alguns historiadores inclusive defendem a ideia de que os nativos já estavam prevendo serem dominados por uma cultura superior que viria abalar suas vidas. Tudo isso, porém, faz parte de um imaginário da colonização, até porque os testemunhos que nós temos da época não nos permitem chegar a essa conclusão. De fato os espanhóis impressionaram com seus cavalos e armas de fogo, causando um estranhamento no nativo, que não sabia muito bem como se defender dessa verdadeira invasão que havia sofrido. Nos relatos dos religiosos que acompanharam as expedições, fica evidente que a invasão foi muito violenta, que eles queimavam povoados inteiros para saquear as riquezas e dominar os nativos. Esses atos de violência revelavam os verdadeiros objetivos dos espanhóis, qual seja, de saquear as riquezas, utilizando a fé como pretexto e justificativa para a dominação. Os nativos realmente não tinham como se defender das armas de fogo que eram utilizadas contra eles, e consequentemente se submeteram ao processo de dominação. 8

9 Unidade 1 HISTÓRIA DA AMÉRICA MERIDIONAL DA AMÉRICA COLONIAL AO ESTADO OLIGÁRQUICO OBJETIVOS DESTA UNIDADE Apresentar as diversas possibilidades de entendimento do processo de ocupação da América Meridional num período que compreende o pré-colombiano até a chegada e colonização dos espanhóis. Descrever os sistemas produtivos dos diferentes povos que habitam a América Meridional. AS SEÇÕES DESTA UNIDADE Seção 1.1 A América Pré-Colombiana Seção 1.2 A América Após a Chegada de Colombo Seção 1.3 Dimensões da Organização da Sociedade Colonial Seção 1.4 O Fim do Sistema Colonial Nesta primeira unidade você irá entender algumas dimensões que caracterizam a América Colonial. Vamos conhecer como os primeiros colonizadores ocuparam socialmente o espaço, suas formas de trabalho e as relações sociais estabelecidas com os nativos. As relações entre nativos e colonizadores não foram nada amenas, ou seja, foram conflituosas, pois o processo de exploração dos recursos naturais foi intenso, e alguns autores, inclusive, consideram que houve realmente um saqueamento das riquezas da América Colonial. Os nativos ainda foram utilizados como mão de obra escrava nos primeiros tempos da colonização e a economia foi desenvolvida para atender à demanda dos países colonizadores, uma vez que estava direcionada para a exportação, mas mantendo-se uma economia de subsistência para atender às necessidades da população local. Nesse período colonial tudo girava em torno dos interesses dos países colonizadores. A política atendia aos interesses das metrópoles, e não havia uma autonomia para propor novos projetos. A cultura foi constituída por um processo de hibridização, ou seja, juntou-se 9

10 Ivo do s Santos Canabarro partes dos colonizadores com partes dos colonizados. A consciência dos setores locais em torno de um projeto político libertador levou ao desmantelamento do antigo sistema colonial, dando origem ao processo de independência. A América Meridional, após o processo de independência, passou para as mãos de uma elite local, formando-se e então um Estado oligárquico, centralizador e autoritário. Seção 1.1 A América Pré-Colombiana Esta expressão, América pré-colombiana, é empregada amplamente na historiografia para designar o longo período histórico que os povos americanos viveram antes da chegada de Cristóvão Colombo na América em 1492, ano tido como um marco histórico, pois a partir daí os nativos que viviam aqui na América foram incorporados à História Moderna. Essa incorporação não significou um processo de igualdade de relações, muito pelo contrário, os europeus impuseram o seu etnocentrismo, pois se consideravam superiores aos nativos, que não eram considerados cristãos. O mais importante a salientar, contudo, é que estes nativos tiveram as suas vidas totalmente transformadas, sendo subjugados ao processo de colonização. A entrada da América na História Moderna significou uma incorporação ao que podemos denominar de pré-capitalismo, com o início de uma nova fase no sistema produtivo europeu. A partir das grandes navegações alguns países europeus conquistaram terras e riquezas no Novo Mundo. Espanha e Portugal foram agressivos neste processo de expansão, pois investiram capitais e conhecimentos para conquistar riquezas além-mar. Antes da chegada de Colombo à América já havia uma história, não ligada à Europa, mas dos nativos que viviam neste espaço. O importante é preservar as diferentes formas de vivências dos nativos para não cometermos o erro de chamá-los de bárbaros ou selvagens somente porque não tinham os mesmos hábitos dos europeus. A organização social dos nativos era bem diferente daquela do europeu, mas isso não os tornava inferiores, ao contrário do que defendem alguns historiadores, que revelando uma atitude etnocêntrica, os denominam de bárbaros, selvagens e pagãos. Devemos entender que as culturas têm a sua própria organização, e no caso dos nativos, eles viviam em diferentes estágios de desenvolvimento, o que os tornava também diferentes entre si, sem, contudo, que essa diferença seja motivo para que os classifiquemos como inferiores. 10

11 HISTÓRIA DA AMÉRICA MERIDIONAL A História da América antes da chegada de Colombo já era vivida pelo menos há aproximadamente 20 mil anos, ou seja, já tinha a sua própria trajetória, independente da Europa, não fazendo parte das classificações históricas dos povos europeus. Os nativos que viviam aqui na América atingiam um número extremamente expressivo, estima-se que eram aproximadamente 50 milhões de pessoas, mas seus estágios de desenvolvimento eram bem diferentes, vivendo, em sua maioria, em tribos. Alguns, inclusive, ainda no estágio da pedra lascada, pois eram várias etnias e grupos linguísticos, e outros, por sua vez, habitavam cidades, apresentando uma organização social mais complexa. Os nativos tinham os seus próprios credos, os seus deuses, diferentes daquele dos cristãos, gerando, com isso um estranhamento por parte do europeu, que procurava catequizálos. Esses diferentes estágios de desenvolvimento dos nativos foram decisivos para impor todo o processo de colonização, facilitando ou dificultando a dominação imposta pelo espanhol. A imposição do processo de ocupação e posterior colonização foi totalmente dramática para os nativos, pois estes ainda não haviam feito contatos com os brancos, o que de imediato já causou uma série de problemas, desde doenças contagiosas que ocasionaram a morte de populações nativas que não possuíam resistência àqueles tipos de vírus e bactérias. O que mais dizimou, no entanto, foram realmente os saques que os espanhóis faziam, devastando os povoados em busca de metais preciosos e, mais tarde, com o próprio processo de escravização do nativo. Alguns historiadores chegam a comentar que esse foi um verdadeiro cataclismo demográfico, ou seja, uma destruição em massa da população nativa. É importante destacar e ter sempre em mente que na América viviam nativos em diferentes estágios de povoamento, o que torna ainda mais complexo entender o processo de ocupação. Vamos num primeiro momento apenas fazer alguns comentários sobre estas comunidades ou, como alguns denominam, estas civilizações, por ser uma abordagem ilustrativa para compreendermos a diversidade da ocupação. Serão feitas algumas considerações sobre os astecas, maias e incas, mas não pretendemos aqui esgotar o assunto, fazendo apenas uma ilustração destes povos que foram fundamentais para a história da América pré-colombiana OS ASTECAS As primeiras considerações sobre os astecas descrevem o seu processo de ocupação no vale do México, mais precisamente às margens do grande Lago Texcoco. Neste local surgiram os primeiros povoados ou civilizações, originários de vários povos que se constituíram como os astecas propriamente ditos. 11

12 Ivo do s Santos Canabarro Os astecas foram os últimos a chegarem neste vale. Eram não só provenientes de Astlán, uma região situada no noroeste do México, como também eram oriundos do sul dos Estados Unidos, vindo a ocupar este vale e formando ali uma civilização bem organizada em todos os aspectos. Os astecas ocupavam grande parte do vale do México, e para isso enfrentaram muitos obstáculos, pois naquele espaço já existiam outras comunidades. Foi realmente um processo de conquista, um processo de ocupação que se deu lentamente, pois os astecas foram aos poucos dominando o espaço, criando suas comunidades e também as suas cidades. Construíram a cidade de Tenochtitlán, localizada às margens do Lago Texcoco, local onde se encontra atualmente a Cidade do México. Esse processo de criação de cidades foi lento, pois foram construindo aos poucos as cidades de Texcoco e, mais tarde, Tlacopán. Desta forma foi criado um conjunto de cidades nas quais os astecas estabeleceram os seus domínios sobre os demais povos que ocupavam os espaços próximos, com isso formado um verdadeiro império, não sem lutas e violência, pois enfrentaram a resistência dos demais povos. A cidade de Tenochtitlán ficava exatamente às margens do Lago de Texcoco, sendo uma região muito pantanosa, apresentando condições de produção muito complexas. Naquele tempo, uma das principais atividades produtivas era a pescaria, e também aproveitavam as terras ao longo do lago, que eram pantanosas, para produzir hortaliças. Com o processo de conquistas de outras terras foram intensificado a agricultura, criando várias técnicas de plantio e irrigações, sendo possível produzir vários tipos de cereais e outros alimentos, tais como: milho, feijão, melão, baunilha, cacau, pimentão e mesmo o algodão. Como podemos perceber, essa agricultura era bem desenvolvida, permitindo o sustento e inclusive o acúmulo de excedentes. Neste contexto, a plantação do cacau foi fundamental para o seu beneficiamento, produzindo o conhecido chocolate, o qual, mais tarde, com a colonização, levado à Europa. A organização da propriedade da terra também era diferente da atual, pois para os astecas ela era, em sua maioria, coletiva, ou seja, de propriedade do Estado, praticamente não existindo a propriedade privada como conhecemos hoje. A distribuição da terra ocorria da seguinte maneira: cada um dos adultos ou famílias recebiam um pedaço de terra para ser cultivada, na qual deveria produzir para a família e mais tarde também para guardar como excedente. Com a expansão dos astecas e conquistas de novas áreas iniciou-se a ocupação privada da terra. Nestas novas áreas conquistadas eram criadas o que chamamos de fazendas (uma grande propriedade de terras); estas terras privadas passaram a pertencer aos nobres, pois a sociedade era dividida em castas (o que chamamos atualmente de classes sociais). Os excedentes produzidos eram comercializados nas cidades, não era utilizada moeda, mas a troca era em forma de escambo, quer dizer, produto trocado por produto. 12

13 HISTÓRIA DA AMÉRICA MERIDIONAL A estrutura da sociedade para os astecas mudou muito desde a sua chegada no vale do México, pois logo que ocupavam o espaço eles formavam uma sociedade mais homogênea, ou seja, mais igualitária, e governada por sacerdotes. Com o processo de ocupação foi se formando e complexificando uma verdadeira sociedade de classes. A divisão social era a seguinte: uma classe dominante (como em toda a sociedade) formada pelos denominados nobres, que eram chefes guerreiros e os sacerdotes. Depois destes havia uma classe média, formada pelos comerciantes, que acumulavam riquezas, não com moedas, mas com um grande volume de produtos que iam adquirindo ao longo do tempo nas atividades comerciais. O povo propriamente dito era dividido em duas camadas: os que eram classificados como cidadãos comuns e os mais baixos, os escravos. Os cidadãos comuns que, em sua maioria, dedicavam-se ao cultivo da terra, eram realmente os trabalhadores, mas também podiam praticar o pequeno comércio e o artesanato. As suas obrigações com o Estado eram várias, pois pagavam os impostos, também prestavam o serviço militar e eram convocados a realizar trabalhos obrigatórios, como na construção da infraestrutura (ruas, pontes, canais e templos). Os escravos eram geralmente os capturados como prisioneiros de guerras, e alguns sacrificados em nome do Deus-Sol. Os demais eram condenados pela justiça, como também por dívidas que não podiam pagar. Os astecas possuíam uma vida cultural bem variada, sua formação cultural foi decorrente da junção das diversas manifestações dos povos que habitavam o vale do México. Os astecas desenvolveram muitos conhecimentos na área da astronomia, e os aplicavam na prática da agricultura. Também desenvolveram a Astrologia e a Matemática. O desenvolvimento da arquitetura foi fenomenal, pois construíram grandes cidades, e suas construções encantaram inclusive os próprios espanhóis. A cidade mais importante foi Tenochtitlán, a qual chegou a contar com aproximadamente 500 mil habitantes. Esta cidade era realmente formidável, tendo sido, inclusive, comparada à Veneza, pois contava com inúmeros canais. A cidade possuía até aquedutos para o fornecimento de água. A vida cultural também era intensa, e o sistema educacional estava dividido em duas partes, ou tipos de escolas: a escola Calmecac, local onde estudavam os filhos dos nobres, e a escola Telpochcalli, frequentada pelos jovens do povo OS MAIAS Os maias habitavam uma extensa região, que atualmente compreende o sul do México, Guatemala, Honduras e Honduras Britânica. Essa região começou a ser habitada aproximadamente em 300 a.c., o que significa que estes povos já tinham toda uma história antes da chegada de Colombo na América. 13

14 Ivo do s Santos Canabarro A história dos maias divide-se em períodos que compreendem três fases: pré-maia, de 300 a 317; o Antigo Império, 317 a 987, e finalmente o Novo Império, que vai de 987 a A primeira fase, conhecida como Pré-Maia, é pouco estudada, pois os indícios documentais são raros, mas entende-se que nessa fase teve início a produção do milho, como também o começo da construção das cidades. A segunda fase, o Antigo Império, foi um período marcado pelo estabelecimento de um Estado com características centralizadoras. Nessa época as cidades maias foram dirigidas pelos monarcas divinos, sendo estes os grandes proprietários de terras, que determinavam como deveriam ser os trabalhos obrigatórios que a população precisava cumprir. Já na terceira fase, o Novo Império, as cidades reconquistaram a sua independência. A principal atividade econômica dos maias era a agricultura, e as terras eram de propriedade do Estado. Os produtos cultivados eram os mais diversos, mas basicamente plantavam milho, algodão, feijão, tomate, batata, cacau, etc. Como a agricultura era a principal atividade, eles lhe dedicavam muita atenção e as técnicas eram aplicadas sempre para conseguir uma maior produtividade, destacando-se, por exemplo, a irrigação. Ao mesmo tempo também praticavam a queimada, o que contribuía para o esgotamento dos solos. Os historiadores são unânimes em afirmar que o cultivo do milho era realmente uma atividade expressiva, e consistia a base da alimentação dos maias, e por ser uma cultura fácil de praticar, eles dedicavam grande parte de seu tempo a outras ocupações. As demais atividades eram destinadas à construção de cidades e magníficas obras arquitetônicas, como seus templos. A sociedade maia também tinha a sua complexidade, e era basicamente dividida em classes: a primeira classe incluía os considerados nobres, e constituíam-se em chefes guerreiros; também mantinham a liderança com as tarefas de toda a administração pública. A classe dos sacerdotes era considerada a segunda na hierarquia; eles controlavam as atividades religiosas e culturais. O povo fazia parte desta classe e também exercia várias atividades, como as produtivas, pagamento de impostos, prestação de serviço militar e trabalhos obrigatórios para o Estado. A terceira classe na hierarquia era a dos escravos, não muito numerosa, e formada por prisioneiros de guerras e também condenados pela justiça. A população total dos maias era estimada em aproximadamente 15 milhões de pessoas, e as famílias eram a base da sociedade, mantendo a preocupação de amparar os velhos. A arquitetura maia era extremamente desenvolvida, pois construíram extraordinárias cidades com templos, palácios e observatórios. Isso tudo ainda pode ser visitado, servindo como testemunho do desenvolvimento desta civilização, que impressionou pelo seu esplendor. 14

15 HISTÓRIA DA AMÉRICA MERIDIONAL A questão cultural, porém, não está restrita à cultura material, ela também pode ser percebida nas ciências, por exemplo, na própria astronomia, considerada tão desenvolvida quanto a europeia na época dos descobrimentos. Os instrumentos da cultura material também são expressivos, pois já trabalhavam com alguns metais como o ouro e a prata. Também utilizavam a pedra polida para a confecção de instrumentos, tanto para o trabalho, quanto para a guerra. Quanto às suas crenças, eram adeptos aos deuses da natureza OS INCAS Os incas também organizaram um verdadeiro império, formado ao longo dos tempos, num processo de conquistas de outros povos que habitavam a sua região de abrangência. O local ocupado pelos maias era extremamente vasto, compreendendo uma região de aproximadamente Km 2, localizada em parte da Colômbia, norte da Argentina e Chile. Esta região é configurada geograficamente pela Cordilheira dos Andes, ou seja, um local de difícil ocupação por questões climáticas. Essa região era ocupada há muito tempo, mesmo antes da chegada dos incas, mas a documentação arqueológica não permite um estudo mais detalhado dessa fase da ocupação. A partir do ano 600 este espaço foi ocupado pelos Chimu, que desenvolveram amplamente os processos de irrigação, possibilitando a agricultura. Os Chimu fundaram a cidade de Chan-Chan, sua capital, que contou com aproximadamente 80 mil pessoas. Os incas foram sucessores dos Chimu. Os incas, segundo os estudos, eram oriundos da região amazônica e pertenciam à etnia quíchua. Tinham a característica de serem bons guerreiros e conquistadores, e com isso alastraram-se até as terras altas do Peru, conquistando Cuzco. A partir daí as guerras continuaram no processo de conquistas e expansões, que durou praticamente três séculos, submetendo ao seu domínio vários povos andinos. Este processo teve várias fases, mas pode-se citar a conquista do Império Chimu e da cidade de Tiahuanaco. Este longo processo de expansão é marcado pela conquista de povos e cidades, bem como pela assimilação de culturas mais desenvolvidas. A expansão dos incas ocorreu devido as suas constantes guerras e busca de riquezas, consequentemente incorporando povos, culturas e bens materiais. Antes da chegada dos espanhóis eles formavam um verdadeiro império, com praticamente 8 milhões de habitantes, divididos em vários grupos étnicos. Os povos andinos tinham muitas dificuldades de sobreviver num clima e relevo extremamente hostil e, sendo assim, criaram muitas técnicas para desenvolver a agricultura naquele espaço. A agricultura destes povos pré-colombianos era bem adiantada, cultivando 15

16 Ivo do s Santos Canabarro muitas espécies de alimentos. Para isso várias técnicas foram sendo experimentadas para dominar o clima e a geografia, desenvolveram a irrigação, transformando a área desértica em local produtivo, irrigado com as águas das geleiras. Esse processo agrícola foi realmente bem desenvolvido, inclusive realizavam fertilização dos solos, utilizando o guano como adubo, resíduo proveniente dos excrementos das aves marinhas. Todo este trabalho de agricultura e realização de obras de infraestrutura exigia um grande esforço coletivo, e para isso realizavam mutirões para dar conta destas atividades. Essa relação com a terra é semelhante aos demais impérios, pois em quase todos ela era propriedade do Estado. Com o incas este processo se repete, uma vez que não havia a propriedade privada da terra, e sim, a organização em unidades produtivas chamadas de ayllu. O ayllu consistia num agrupamento de várias tribos num mesmo território, dividido em partes que compreendiam as terras destinadas ao Deus-Sol, ao imperador e às da comunidade. Nestes ayllu havia a prática da mita, ou seja, de trabalhos obrigatórios. Quanto às práticas do comércio, não havia moedas e as trocas eram também em forma de escambo, ou seja, produto trocado por produto. Os impostos eram pagos pela mita. Toda a produção excedente era armazenada pelo Estado, para enfrentar eventuais desastres naturais, como também para sustentar os nobres, sacerdotes e mesmo os militares, os quais dependiam do auxílio do Estado. Como todo império, os incas também se dividiam em classes sociais, as quais compreendiam o clero, a nobreza e naturalmente o povo. O clero, responsável pela parte espiritual do império, tinha como responsabilidade a magia e os rituais. A nobreza era constituída pela família do nobre, ou seja, do imperador inca; também faziam parte dela os chefes guerreiros e os denominados curacas. O povo era constituído basicamente pelos camponeses, os quais muito cedo casavam e permaneciam morando no ayllu, praticando a agricultura e prestando a mita. Quanto às formas de união, as pessoas casavam um tempo depois de morar juntos, e os nobres podiam praticar a poligamia. No que se refere à administração política, havia uma concentração de poder nas mãos da família do Inca, ou seja, do imperador. Era um tipo de império teocrático, pois o domínio era exercido em nome do Deus-Sol. Seus poderes estendiam-se ao papel de chefe civil, poder militar e religioso, e realmente havia uma concentração de poder na sua figura. O processo de sucessão dos imperadores era extremamente complexo, ocorrendo disputas que incluíam guerras e desordens políticas. Este processo de luta pelo poder serviu para enfraquecer o império, abrindo uma brecha para a conquista por parte dos espanhóis. 16

17 HISTÓRIA DA AMÉRICA MERIDIONAL O grande império era dividido em províncias, cada uma delas com um governador, havendo uma estrutura política bem organizada, o que possibilitava a perfeita comunicação dentro do império. A vida cultural dos incas foi extremamente desenvolvida, pois estes herdaram um significativo patrimônio cultural dos povos da região andina, incorporando vários elementos destes em sua cultura. Na cultura material destaca-se a arquitetura, com a construção de grandes edifícios utilizando-se de pedras irregulares que se encaixavam perfeitamente. Este patrimônio cultural pode ser constatado nas cidades de Cuzco e Machu Picchu, que são exemplos desta cultura. Os incas também possuíam um sistema numérico decimal, e eram muito eficientes na metalurgia, trabalhavam com ouro, prata, cobre e bronze. A tecelagem também foi extremamente desenvolvida, cuja técnica está presente inclusive nos dias atuais. Essas três civilizações podem ser consideradas as mais desenvolvidas da América Pré- Colombiana, pois viviam em cidades e possuíam formas de produção bem organizadas, mas mesmo assim foram dominadas e saqueadas pelos espanhóis, e não conseguiram resistir ao invasor. Isso não significa que seus integrantes não reagiram aos ataques dos espanhóis, pois os relatos dos religiosos revelam que os conflitos foram devastadores para a população nativa, que assistiu à destruição de suas cidades e organizações sociais. Com a finalidade de saquear as riquezas, os espanhóis realmente colocavam fogo nos povoados, matavam a população, não tinham nenhuma piedade, e por incrível que possa parecer, ainda se apresentavam como cristãos que levavam o nome de Deus para os pagãos. Os nativos que ocupavam mais o sul da América ainda viviam no estágio da pedra lascada e polida, não pertenciam às grandes civilizações e a sua vivência ainda era em forma tribal, sofrendo também os ataques dos espanhóis, que procuravam riquezas, principalmente metais. Seção 1.2 A América Após a Chegada de Colombo Com a chegada de Colombo, em 1492, a América entra para o mundo moderno, ou seja, passamos a integrar a modernidade, e com o início do pré-capitalismo vamos fazer parte de um mundo cuja forma de produção estava em transformação. 17

18 Ivo do s Santos Canabarro A busca de riquezas fora do continente europeu fazia parte do mercantilismo, que procurava metais para incrementar a economia. Quando os espanhóis chegaram na América ocorreu um verdadeiro choque de culturas, e, na realidade, este foi um acontecimento nefasto para os nativos, mas muito lucrativo para os colonizadores. Neste cenário de transformações, a cultura dos nativos passava por uma profunda alteração, pois com a convivência com uma nova forma de organização social e o início do processo de colonização, a partir daí passariam a ser colônias de exploração da Espanha. Logo na chegada os espanhóis foram adentrando no território à procura de riquezas. Este processo foi de submissão dos nativos, para inseri-los no novo sistema econômico estabelecido pelos conquistadores. Esse sistema pode ser designado como colonial mercantilista, ou seja, já estávamos pertencendo ao pré-capitalismo europeu, com todas as consequências que isso poderia gerar, e que realmente foram desastrosas para os nativos. A instituição do sistema colonial fazia parte de todo um processo mais amplo de mudança do feudalismo para o capitalismo. Com a chegada na América efetivou-se este sistema colonial estabelecendo relações de exclusividade entre as metrópoles e as colônias. Assim, tudo o que era explorado e produzido nas colônias era destinado para os países colonizadores. Neste sentido, podemos afirmar que este sistema econômico era complementar ao pré-capitalismo europeu, ou seja, os metais preciosos eram todos enviados para o país colonizador, além dos produtos tropicais e matérias-primas. A organização do sistema colonial foi extremamente rígido, pois a Espanha criou todo um aparato para garantir a dominação nos territórios conquistados, além de estabelecer as formas de produzir riquezas, organizando as formas de trabalho de acordo com o próprio sistema mercantilista. O aparato criado pela Espanha era complexo, havia o Conselho das Índias, tendo a tarefa de organizar as questões judiciais, legislativas, militares e eclesiásticas. Já a Casa de Contratação era responsável pelo comércio. Toda a parte administrativa era regulamentada pelos vice-reis, que se instalavam por todo o território conquistado, formando o seu núcleo de poder, mas subordinado às metrópoles. O poder mais local era representado pelos cabildos e ayuntamientos, que consistiam em órgãos locais de poder; seus representantes eram os descendentes de espanhóis nascidos na América. A organização dos territórios conquistados foi distribuída em vice-reinados e capitanias gerais. Foi a forma encontrada para controlar a administração com os vice-reis e os capitães encarregados de manter a estrutura de poder representando a Espanha e seus interesses na América. A distribuição dos vice-reinados ficou assim estabelecida: vice-reinado da Nova Espanha; vice-reinado da Nova Granada; vice-reinado do Peru; vice-reinado do Rio da Prata, além de algumas capitanias gerais. 18

19 HISTÓRIA DA AMÉRICA MERIDIONAL Ver na biblioteca do conecta Unijuí o mapa com a colonização espanhola na América Meridional. O vice-reinado da Nova Espanha se expandia pelo oeste dos Estados Unidos, o atual México e uma parte da América Central, e, como podemos observar nos diferentes mapas (disponíveis na biblioteca), era um território muito extenso. Convém salientar que o México e o Peru foram importantes centros produtores para o sistema colonial, com grande parte da produção consistindo na extração de metais preciosos, pois era o que a Espanha procurava naquele período. Com a decadência da extração de metais, iniciou-se o sistema produtivo agrícola, com isso dividindo as terras e utilizando-se da mão de obra indígena. A divisão das terras formou as grandes propriedades, as denominadas fazendas, que eram unidades produtivas rurais praticamente isoladas do poder da Espanha. Os proprietários das terras, que exploravam os tributos e o trabalho dos indígenas, eram os espanhóis e seus descendentes. As grandes propriedades também eram exploradas pela Igreja mexicana, um dos maiores latifundiários do vice-reinado. Os índios eram os mais explorados, posto que não possuíam direitos, apenas trabalhavam nas grandes fazendas e nas minas. A localização do vice-reinado da Nova Granada compreende os atuais territórios da Colômbia, Panamá e Equador, sendo estes territórios os primeiros a ser ocupado pelos espanhóis, nele sendo criados os primeiros povoamentos. Foi a partir daí que os espanhóis se deslocaram para a conquista dos novos territórios na busca constante de metais preciosos. Os espanhóis logo na chegada dominaram os nativos, que já se encontravam num acentuado processo de desenvolvimento, e que foram forçados a trabalhar nas minas e, mais tarde, na agricultura. Os espanhóis, no início, caçavam os índios e os vendiam para as áreas de mineração, e somente mais tarde começaram a praticar a agricultura com produtos destinados ao mercado europeu, também criando gado para vender para as zonas de mineração. Na agricultura utilizavam a mão de obra indígena e mais tarde a escravidão negra. Com a redução do ouro e prata do México, este vice-reinado foi intensificando a sua produção para suprir as necessidades da Espanha. O vice-reinado do Peru situava-se onde atualmente estão o Peru e parte da atual Bolívia, ou seja, um espaço do Império Inca. Antes da chegada dos espanhóis era um território muito rico, com metais preciosos que foram motivo de cobiça pelos colonizadores. Após o saque das riquezas, os espanhóis escravizaram os nativos, obrigando-os a trabalharem nas minas extraindo metais, como também formaram grandes fazendas, cuja mão de obra era composta pelos nativos. Os proprietários da minas e os fazendeiros detinham um amplo poder local, entrando em conflito com os representantes da Coroa. 19

20 Ivo do s Santos Canabarro Os nativos foram os que mais sofreram com a colonização, pois estavam submetidos à escravidão, trabalhando nas minas e nas fazendas, tendo sua liberdade condicionada à prestação do trabalho compulsório. Na nova escala social os nativos estavam condicionados à escravidão, era a classe mais baixa na hierarquia social, acima deles estavam os mestiços, que constituíram uma classe livre, mas que não subiam na escala social e permaneciam temerosos de serem rebaixados a escravos. Esse processo de colonização também teve as suas reações, a exemplo do caso de Tupac Amaru, que era descendente de índios, mas revoltou-se contra a servidão e a abusiva cobrança de impostos, sendo morto e esquartejado pelos espanhóis. Na parte mais meridional da América tivemos o vice-reinado do Rio da Prata, território que compreendia um amplo espaço onde atualmente localizam-se a Argentina, Uruguai, Paraguai e uma parte do Peru e da Bolívia. Como podemos perceber, era realmente uma extensa área. Começou a ser ocupada ainda no século 16, quando os espanhóis desceram do Peru e seguiram até o extremo norte da Argentina, chegando ao Rio da Prata, território que disputavam com os portugueses, todos em busca de ouro e prata. Como não encontraram de imediato, este território permaneceu abandonado por um longo tempo. Os núcleos de povoamento eram raros, pois não se tinha uma riqueza aparente, então se atraía um grande número de aventureiros que se dedicavam ao comércio e também à apropriação de grande quantidade de terras que tinham pouco valor, mas já contava com a presença de gado selvagem. Os espanhóis geralmente ocupavam as margens do Rio da Prata, pois era uma área dedicada ao comércio e ao contrabando de couro e metais. Nesse vice-reinado as relações com os nativos de imediato foram diferentes das ocorridas nos demais territórios, pois os espanhóis não encontraram minas, nem cultivavam a terra. Sendo assim, os nativos não sofreram num primeiro momento o proce sso de escravização. Os espanhóis tiveram muitos filhos com as nativas, gerando um grande número de mestiços. Com o declínio da mineração os espanhóis descem em direção ao Rio da Prata e passam a intensificar a atividade agropecuária e o comércio. O couro era o produto de exportação, e também praticavam outras atividades comerciais, pois ali era um porto de entrada de produtos para os demais vice-reinados. Além disso, o contrabando era amplamente praticado. Os filhos de espanhóis nascidos aqui eram chamados de criollos, e formavam um grupo que se dedicava à agropecuária, possuindo poder local, sendo decisivos para o processo de independência desse vice-reinado. Para além dos vice-reinados ainda havia as capitanias gerais, as quais ficavam subordinadas àqueles. As mais expressivas eram as da Guatemala, Flórida, Cuba, Venezuela e Chile, e como podemos perceber, ocupavam uma vasta região territorial. Também desenvol- 20

21 HISTÓRIA DA AMÉRICA MERIDIONAL viam atividades produtivas, como nos vice-reinados. Essa divisão territorial em vice-reinados e capitanias gerais foi fundamental para a Espanha controlar todas as atividades de extração de metais e produção agrícola praticada aqui, pois o pacto colonial obrigava a enviar para a metrópole toda a produção, bem como a pagar impostos da extração e exportação. Esse período colonial foi realmente muito longo, mas ao mesmo tempo foi estabelecido um poder local pelos criollos, que mais tarde se revoltaram com a situação colonial e lutaram pela independência das colônias. Seção 1.3 Dimensões da Organização da Sociedade Colonial As formas de trabalho foram extremamente exploradoras, com os espanhóis submetendo os nativos a tarefas que eles não desejavam realizar. Dentre as diversas formas de organização do trabalho podemos destacar a mita, que foi muito utilizada durante todo o período colonial. Logo que os espanhóis chegaram à América a busca de metais preciosos foi constante e a economia mineradora tornou-se responsável pelo enriquecimento da Espanha. A exploração iniciou-se pelos planaltos do México, expandindo-se pela Cordilheira dos Andes, e todo o trabalho foi feito pelos nativos, com a denominação de mita. Esse sistema consistia num trabalho compulsório que empregava as comunidades dos nativos no processo de mineração. Os nativos eram forçados ao trabalho nas minas, sendo denominados de mitayos. Quando os nativos partiam para explorar as minas era feito um verdadeiro ritual, pois rezava-se o oficio dos mortos. Com a mita era feitos muitos deslocamentos dos nativos e o trabalho era tão exaustivo que poucos voltavam vivos para casa. Além da mita ainda podemos destacar com outra forma de exploração do trabalho dos nativos, a encomienda, também amplamente utilizada no período colonial americano. Podemos destacar duas formas distintas de atividade econômica, a mineração e a produção agrícola, e nesta última era adotada a encomienda. A forma de distribuição da propriedade de terras foi a base da grande propriedade, conhecidas como fazendas, nas quais eram produzidos gêneros alimentícios e matérias-primas, no início geralmente direcionados para as regiões mineradoras. Com a gradual crise da mineração, essa produção passou a ser mais destinada ao consumo nas propriedades, e somente mais tarde para a exportação. 21

22 Ivo do s Santos Canabarro A partir do século 18, com o auge da crise da mineração, os produtos exportáveis passaram a ser realmente os produzidos nas grandes fazendas nos territórios do Caribe e do Rio da Prata, transformando-as em grandes propriedades rurais exportadoras. A forma de trabalho denominada de encomienda consistia na servidão dos nativos em vastas áreas de terras apropriadas pelos colonizadores. A administração colonial reconhecia a propriedade privada do colonizador e encomendava um considerável número de nativos, os quais deveriam pagar tributos aos proprietários de terras sob a forma de prestação de serviços. O encomendeiro, porém, tinha suas obrigações, tais como cristianizar os nativos que lhe prestavam serviços e também pagar impostos à Coroa pelo número de nativos confinados. Outra forma de trabalho presente na América foi a escravidão negra, introduzida a partir do século 16 nas regiões onde os nativos resistiam à servidão ou foram exterminados pelos espanhóis. Podemos perceber que os negros trabalhavam nas Antilhas, alguns também nas minas e no serviço doméstico das grandes fazendas. Alguns historiadores defendem a tese de que a Espanha não participava diretamente do tráfico de escravos, mas que comprava de outras companhias, como dos portugueses, que praticaram intensamente o tráfico por vários séculos. Os escravos negros também reagiam à escravidão por meio de fugas e motins, pois não aceitavam facilmente as condições de trabalho impostas pelos seus proprietários. A intensa exploração dos nativos despertou o interesse da Igreja, que mandou para as terras americanas a Companhia de Jesus, ainda no século 16, formando assim o que podemos denominar de Reduções Jesuíticas. No Rio Grande do Sul tivemos os sete povos das missões: São Francisco de Borja, São Nicolau, São Luiz Gonzaga, São Miguel Arcanjo, São Lourenço Mártir, São João Batista e Santo Ângelo Custódio, sendo um dos mais conhecidos o de São Miguel, patrimônio da humanidade reconhecido pela Unesco. As reduções ocupavam grandes territórios e agrupavam um grande número de índios, os quais viviam coletivamente, praticavam a agricultura, a pesca e o artesanato, mas em troca eram cristianizados pelos jesuítas. Nas reduções a distribuição dos bens era igualitária, pois produziam para viver e manter a ordem religiosa, os nativos eram inclusive alfabetizados em sua própria língua. Também podemos constatar a presença do trabalho semilivre, que se iniciou ainda no final do século 16, nas grandes fazendas e mais tarde se estendeu para as minas, onde era conhecido como sistema de peonagem, que em algumas regiões ainda persiste na atualidade. É uma forma de trabalho assalariado, mas o trabalhador recebe o seu salário em produtos e não em dinheiro. Esses produtos podem ser os mais variados possíveis, tais como: carne, cachaça, roupas, utensílios, etc. 22

23 HISTÓRIA DA AMÉRICA MERIDIONAL O detalhe desta relação é a seguinte: esses produtos são comprados nos armazéns das minas ou fazendas por um preço muito alto. Sendo assim, o trabalhador fica permanentemente endividado, e isso faz com que ele continue trabalhando para esse mesmo patrão pelo resto de sua vida, caracterizando mais uma servidão do que um trabalho livre. A estrutura comercial da América Espanhola era totalmente atrelada à metrópole, pois as relações eram estabelecidas a partir dos tratados que os regulamentavam. No início do processo de colonização tudo era feito a partir de Castela, pois foi instituída a Casa de Contratación para cuidar da administração da América Espanhola. O comércio era feito todo pelo porto de Sevilha, e a partir de 1717 o porto único foi transferido para Cádiz. No século 18 foi posto fim ao regime de porto único. Sendo assim, qualquer porto espanhol poderia comercializar com a América. Toda a produção de metais explorados aqui deveria ser enviadas à Espanha, bem como as matérias-primas que aqui eram produzidas. O ouro e a prata pagavam altos impostos, e era chamado de quinto um imposto de 20% sobre o metal. Os produtos manufaturados importados pelas colônias eram comprados com um alto preço, resultando em altos ganhos por para a Espanha. Nas colônias poderiam ser praticados a produção de manufaturas e o artesanato. Isso servia para atender à economia interna, mas era proibido elaborar produtos que concorressem com a metrópole, como o vinho. Durante um longo período as colônias não podiam comercializar entre si, pois todo o comércio deveria ser feito pelos espanhóis, no entanto era possível encontrar práticas de contrabando. A Espanha tinha uma fraca indústria, que não conseguia atender às demandas das colônias. Com isso, havia muito contrabando, inclusive com a permissão dos administradores locais, que recebiam propinas para permitir que os navios estrangeiros atracassem e vendessem as suas mercadorias para as colônias. Os funcionários corruptos recebiam muitas propinas por permitir esse comércio, juntando muito dinheiro e voltando a viver na Espanha. Os ingleses, holandeses e franceses frequentavam constantemente os portos para fazer contrabando, vendiam os produtos manufaturados, e, em troca, compravam produtos agrícolas recebendo em ouro e prata, comércio lucrativo para os contrabandistas. A sociedade espanhola era extremamente tradicional, possuindo resquícios do feudalismo, mostrando-se muito aristocrática e fechada, transferindo esse modelo para as colônias. Os critérios para classificações dos indivíduos em classes sociais foi estabelecido pela renda de cada um, pelo poder e nascimento. Aqui ainda levava-se em conta a cor da pele, tudo isso era critério para a alocação nas classes. Outra grande herança espanhola foi a questão da grande propriedade, pois foi constituída uma estrutura agrária com predomínio dos latifúndios destinados aos conquistadores e seus sucessores. A estrutura dos latifúndios é um modelo que começou no período colonial 23

24 Ivo do s Santos Canabarro e que persiste até a atualidade. Toda a produção colonial era destinada para a metrópole, assim o desenvolvimento interno das colônias foi extremamente prejudicado, pois não se investia internamente. A estrutura social determinava que no seu topo ficariam alocados os espanhóis provenientes da península ibérica, os denominados chapetones, descendentes da nobreza empobrecida da Espanha. Esses chapetones ocupavam todos os cargos administrativos das colônias, pois eram os letrados, também tornando-se donos das grandes propriedades e das minas, portanto tinham poder político e econômico ao mesmo tempo. Abaixo dos chapetones ficavam os criollos. Esses eram os filhos de espanhóis nascidos na América, mas não podiam ter mestiçagem, ou seja, não podiam ter cruzamento interétnico. Os criollos geralmente eram grandes proprietários de terras, mas também comerciantes. Não podiam ocupar altos cargos administrativos, mas participavam dos cabildos, um órgão que representava o poder local. O modelo de estrutura de classes foi complexo, pois sempre privilegiou os brancos e a superioridade da raça e do sangue, e isso, de imediato, já excluía índios, negros, mestiços e outros cruzamentos raciais. Os mestiços, resultado do cruzamento de brancos com índios, de brancos e negros e de negros com índios, constituíam a maior parcela da população, mas nunca ocupavam os cargos administrativos, no máximo poderiam ser capatazes das fazendas e minas, bem como mão de obra servil e livre. Na base da sociedade estavam os índios, que na época da chegada dos espanhóis eram aproximadamente 30 milhões e ficaram reduzidos a cerca de 10 milhões. Isso comprova o verdadeiro massacre que essa população sofreu ao longo do processo de colonização, pois foram condenados à servidão nas minas e fazendas. Na tentativa de interferir no massacre dos índios, a Espanha criou a Lei das Índias, que procurava proteger a organização comunitária da propriedade e do trabalho indígena. Na prática, porém, essas leis não funcionaram, pois o encomendero que cobrava impostos e estava encarregado de cristianizar os indígenas, na realidade os explorava ainda mais, transformando- os em força de trabalho e quando estes morriam ou deixavam as terras, ficava com elas. Essa mesma Lei da Índias também proibia a mita, mas isso, na prática, também não teve acesso, pois os índios continuavam a ser alocados em trabalhos forçados, o que contribuiu decisivamente para o genocídio desse povo. Na lei foi instituída a igualdade de direitos entre índios e espanhóis, mas isso somente existiu formalmente, pois na realidade os indígenas continuaram a ser mão de obra nas fazendas e minas. 24

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