Pétalas de Rosas Memórias de um Samurai.

Transcrição

1 Pétalas de Rosas Memórias de um Samurai. Pétalas de Rosas é um livro que traz muitas historias e misticismos dos antigos Samurais do Japão feudal. O conto se passa em Osaka e outras cidades do Japão, nos quais as atuais cidades japonesas dos dias de hoje são transportadas para o passado, onde um pequeno garoto é a reencarnação de um Grande Guerreiro que renasce a cada século. O livro também traz muitos acontecimentos do cotidiano e do caos da vida moderna, onde pessoas deixam de ter antigos valores e sentimentos como amizade, compaixão, amor e fé. O livro também traz batalhas e aventuras emocionantes por todo o Japão, nosso Guerreiro lendário passa por diversas situações e provações que aprimoram seu treinamento e conhecimento para que ele consiga chegar ao seu objetivo, que é salvar o mundo do poder do mal que se encontra nas mãos do terrível Lord Darkar... Uma verdadeira viagem no tempo e na fantasia dividido em mais de 20 emocionantes capítulos. Venha e descubra um novo mundo! Escrito por: Alex Fratucci Bezerra Ficção Romance Aventura. Conto Japonês.

2 Carta ao leitor. Queridos leitores, espero que se divirtam com esta obra que inicialmente foi toda escrita a mão em um pequeno caderno, com um pensamento e sem pretensões que um dia se tornaria algo grandioso que, enfim, fora passada para um computador. Aqui vocês encontrarão um mundo de fantasia, aventura e realidade misturado a uma cultura e país de um povo que sempre me fascinou, o Japão. Escrever é uma paixão que vem desde a infância, porém sempre fui péssimo em português e matemática, então lhes peço desculpas pelo modo singelo e até com erro de concordâncias, mas é minha paixão e quero exercê-la. Tudo que está escrito foi pensado, planejado e escrito por mim, sem ajuda ou alguém para produzir, tudo amador mesmo. Minhas fontes foram livros de histórias e alguns desenhos e filmes japoneses, eles me inspiraram em nomes e cenas de alguns momentos do livro. Sempre tive essa paixão e com certa deficiência que alguns chamam de dislexia, sempre tive um déficit de atenção e aprendizado, tornando em meu caso uma dificuldade maior para aprender a Língua Portuguesa e construir um texto, porém NUNCA desisti. Agradeço hoje a minha professora da 2º ano do colegial (Srª Sebastiana) a qual me pediu que interpretasse um livro, um de minha escolha porém com medo de assumir meu problema e mais medo ainda de tentar, o que fiz foi ler e fui com cara e coragem com ele na minha memória. Ao chegar a minha vez de entregar e ler para ela disse que não o tinha escrito, mas sábia tudo em mente, naquele momento já imaginei um ZERO tão grande, mas tão grande, que já estava preparado porém foi ai que ela me surpreendeu e disse: - Então diga! Assim que ela acabou de me escutar, vi um sorriso em sua face e entendi que o seu papel e sua missão foram cumpridos ali comigo, entendi a maravilha que era ensinar e o melhor, aprendi o amor pela leitura e a enfrentar tudo mesmo que seja algo tão bobo. O ato de ler meus queridos não é bom apenas para a memória é mais que isso, é paixão, amor, é a entrega suprema da alma a um mundo que é só seu. Daquele dia em diante descobri que podia ouvir as personagens, escutar cada passo, cada palavra e conseguir transmutar rostos e pessoas através de simples palavras. Se hoje você estiver lendo esta carta é porque consegui alcançar o meu objetivo e pode ter certeza que dei o meu melhor nesse livro para você, a partir de hoje seremos bons amigos. Boa leitura. De: Alex Fratucci Bezerra

3 Capitulo 1 Nas tardes de primavera onde o vento sopra tão suave quanto à pluma de um pássaro, um grito violento atravessa os campos de Osaka, grito de dor de uma mulher que estava em um simples casebre com madeiras velhas que rangiam com o bater dos ventos. Cada minuto que passa os gritos aumenta mais e mais e do desespero, veio o sopro da vida. Logo os gritos pararam e o breve momento de silêncio foi cortado pelo choro de uma criança que acabara de nascer. Assim veio ao mundo Horimucha, tão frágil e provido de incertezas, já se deparando com a agonia do mundo, a mulher que gritava e lutava para trazê-lo a vida acabara de falecer, pois esgotaram suas forças. Tão jovem já órfão e sozinho no mundo. Vendo como tudo ocorrera e se deparando com o pequeno órfão, o velho ancião da aldeia já sabia quem era a pequena criança, e decidiu cuidar da situação para que seu propósito se cumprisse. Com o bebê no colo, o velho ancião saiu em direção à montanha de Shizem e sumiram entre as vegetações fechadas e misteriosas da montanha. Muitas lendas abrigam Shizem, uma delas é que a montanha serve de morada dos espíritos dos grandes Guerreiros Samurais é lá que eles vivem e guardam suas saídas, para impedir que os três maiores e antigos demônios da humanidade saiam durante a noite. Chegando ao longo caminho estreito da montanha, o velho ancião chega até o lago das Lágrimas, assim conhecido, e deita o pequeno Horimucha dentro de uma baia de bambu e palha e junto a ele, deixa uma pequena faixa escrita sobre o peito dizendo: - Eis o filho da luz que caminha entre dois mundos, treine-o e entregue o destino nas mãos daquele que esperávamos por séculos. Entrego o pequeno Horimucha a você, sábio Guerreiro, foi uma honra poder servir a esse propósito tão nobre. E assim o pequeno Horimucha foi navegando na mansa corrente do lago e sumindo entre a neblina até desaparecer. O velho ancião se pós a caminhar para fora da montanha e consigo o sentimento de missão cumprida. Enquanto a pequena criança era levada pela leve corrente do lago, na outra margem barulhos mechem a vegetação, parece seguir o trajeto da criança na sua espera. Quando a baia de palha e bambu chega ao outro lado do lago, um ser se aproxima até a pequena embarcação, a figura misteriosa é revelada pelos raios de Sol. Era um homem trajando uma vestimenta de guerra, uma armadura Samurai com duas adagas e duas espadas katana. Sua armadura robusta, cheia de detalhes e marcas de guerras passadas, parecia que era um dos Deuses que descera do Olímpo Oriental. O Nobre Guerreiro se aproxima até a criança e a pega no colo, então lê a faixa em seu peito, a levanta ao alto de sua cabeça e olhando em seus olhos diz:

4 - Hoje é o dia que todos esperávamos. Após 100 anos você renasceu meu pequeno Guerreiro de Luz, sua jornada começa agora, nosso caminho é longo e temos muito por fazer. Com a criança em seus braços partem para o centro da floresta na montanha. Dentro de Shizem, no seu eixo central existe uma passagem que fica sobre uma caverna úmida e escura, empestada por morcegos e outros seres noturnos que ali habitam há séculos. Essa caverna tem forma de crânio de caveira, o qual muitos moradores de Osaka falam que ali é à entrada dos mortos. A caverna é mais conhecida como SeikiShick (entrada das almas perdidas). A lenda diz que quanto mais você entra na caverna, mais você chega ao centro da terra e que nenhum mortal é capaz de chegar até ao fundo dela, pois quanto mais você desce, mais você morre, a cada passo dado um ano de vida lhe é tirado, sendo assim, ninguém consegue chegar até o fim. Muitos que chegaram até a entrada da caverna, relataram que em sua volta e em seu começo, estão cheios de ossos humanos de homens e mulheres que tentaram descer as escadarias. É esse o destino que o misterioso Samurai com o pequeno Horimucha, irá percorrer dali em diante. De frente a entrada, ele começa a descer os degraus e quanto mais baixo chegam, mais forte e frio o vento se torna. Passado algum tempo, ele chega ao fundo da caverna e se depara com um imenso lago o qual parece ser um rio subterrâneo de cor escura e barrenta e a sua espera, uma barca de madeira velha faltando pedaços e que rangia muito. Dentro da barca estava um homem estranho de capuz que cobria todo seu rosto e seu corpo, o qual era envolvido por uma manta comprida de cor marrom escura. As mãos do assim chamado barqueiro, eram ossos expostos parecendo um ser de outro mundo. Essa figura era realmente arrepiante e todos os homens o temem quando a vida chega ao fim. O barqueiro da morte os esperava para a travessia. É admirável até onde conseguiram chegar. Entrando na barca começam a navegar, ao longo do caminho, há um túnel escuro onde logo na entrada é guardada por duas enormes estátuas, uma representa um Guerreiro Deus e a outra um Guerreiro Demônio. As estátuas pareciam estar em sincronia empunhando suas espadas, uma cruzando com a outra, fincadas no chão até o fundo do lago, juntas formavam uma espécie de passagem. Passando por elas, eles adentram o túnel, mas antes o Guerreiro coloca uma venda sobre os olhos da criança e a coloca sobre o peito para acalma-la. Assim que a escuridão do lugar chega, ele começa a cantar uma velha canção japonesa, que dizia: - Não olhe para traz, eles já não podem mais pegar você, seus olhos são iluminados. - Você sempre foi o Anjo da vitória, siga em frente, pois o que passou é passado em sua lembrança e isso já não pode te fazer mal algum. Segure-se em mim, pois eu te protegerei. Assim foi durante todo o percurso do túnel. Enquanto o Samurai cantava para Horimucha adormecer, não muito longe da li, ao fundo da caverna, podia se ouvir gritos, lamurias e um ranger de dentes e risadas demoníacas, parecendo se deliciar daqueles gritos de desespero. Chegando ao fim do túnel macabro junto à margem, começava uma enorme escadaria parecendo não ter fim. Descendo da barca, começam a subir até o topo e, assim que chegam à entrada, avistam duas colunas gigantescas em forma de Monges meditando. O teto parecia estar sendo sustentado por suas cabeças. Era algo extraordinário de se ver.

5 Passando pela a entrada a sua frente, havia somente um caminho reto para seguir, aos lados e sobre as paredes, existiam inúmeras estátuas em forma de homens onde todos usavam vestimentas Samurai, todos estavam alinhados um atrás do outro parecendo ser um exército pronto para batalha. Estátuas de tamanho real que estavam ali por um único propósito, o de proteger a entrada. Caminhando entre elas, logo chegam ao fim da passagem extensa e ficam de frente a um espelho grande, com suas bordas adornadas a ouro puro. Ali era o fim do caminho. Estando de frente ao grande espelho luxuoso, o misterioso Samurai diz a Horimucha: - Enfim chegamos, estamos um passo de casa. Sua jornada acaba de começar meu pequeno herdeiro da vida! Como se fosse mágica, uma luz com brilho extenso e muito forte começa a sair de dentro do espelho e, subitamente, abre uma espécie de passagem. Quando o Samurai dá o primeiro passo em direção ao espelho, algo estranho acontece como uma explosão. A luz erradia em todo local, não sendo possível enxergar mais nada. Assim que ela desaparece, tudo o que se vê é um Samurai que caminha, mas seu corpo não se mexe, sua alma vai para dentro do espelho. Tudo o que fica é apenas seu corpo transformado em pedra, e tudo o que o espelho reflete agora é apenas uma imagem de um Guerreiro segurando uma criança no colo.

6 Longe da li, na pequena aldeia, um forte trovão chamou atenção dos pacatos aldeões. Um raio caiu do céu atingindo o centro da montanha de Shizem, como se fosse uma espada bem afiada, feita de luz e fogo, veio rasgando o solo e deixando um rastro de fogo por onde passava, assim, abrindo enormes fendas nos chão, a qual começou do centro da montanha indo em direção á aldeia. O raio foi percorrendo todo caminho que o velho ancião fez com o pequeno Horimucha, até chegar à cabana no qual o pequeno havia nascido. Com um forte impacto, o raio atingiu a cabana incendiando-a, seguido por uma enorme explosão transformando tudo em cinzas até não deixar nenhum rastro que ali havia algo. Todos da aldeia apavorados foram correndo para ver o que tinha acontecido, mas ninguém entendia o que era aquilo. Como um raio poderia surgir de um céu límpido e sair rasgando o solo dessa maneira, incendiando uma pequena cabana? Só podia ser a fúria dos deuses. Um dos aldeões chegou até o velho ancião e perguntou se sabia de algo. Muito sábio, o velho responde: - Isso é o fim de um novo começo. Agora o filho da luz dorme e cresce entre a luz e a sombra, para amanhã, trazer a justiça à Terra. A guerra começou e estou para testificar a vinda do escolhido, ele nos libertará e irá trazer a paz na ponta de sua espada. O aldeão, sem entender nada, abaixou a cabeça e se pós a pensar no que seria aquilo, enquanto o mistério estava no ar conturbando a mente de todos. Continua...