Prémio Fundação Ilídio Pinho Ciência na Escola
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- Domingos Back Valgueiro
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1 Prémio Fundação Ilídio Pinho Ciência na Escola 11.ª Edição do Prémio Fundação Ilídio Pinho /2014 Visando incentivar a conceção de projetos multidisciplinares cujas ideias tenham potencial valor económico e utilidade pública, a Fundação Ilídio Pinho, em parceria com os Ministérios da Educação e Ciência e Ministério da Economia, promove a 11.ª edição do Prémio Fundação Ilídio Pinho Ciência na Escola, este ano subordinada ao tema Ciência e Tecnologia para a rentabilização dos Recursos Naturais. Professora Ângela Nóbrega Coordenadora do Projeto Concluiu-se a 1ª fase da 11ª Edição do Prémio Fundação Ilídio Pinho "Ciência na Escola", com entrega dos Prémios de Mérito aos projetos selecionados para desenvolvimento. O projeto Mãos bem lavadas, saúde mais cuidada, coordenado pela professora Ângela Nóbrega e dirigido aos alunos do 1º ciclo, recebeu o Prémio de Mérito, no dia 3 de abril.
2 Atividades Após apresentação do projeto às várias turmas, cada uma delas começou a realizar várias atividades de forma a responder à questão que lhes foi colocada: Como se faz um sabonete líquido, caseiro e barato. De forma criativa e até divertida os alunos propuseram várias ideias muito originais, de seguida iniciaram as atividades tendo realizado vários tipos de trabalho no âmbito do projeto. Inicialmente começaram por pesquisar na Internet os seguintes temas: -Como se retira o aroma das plantas/frutos; -Que tipo de plantas pode ser utilizado; -Como se faz um sabonete líquido caseiro; -Que produtos são necessários para a confeção do sabonete líquido; -Que quantidades devem ser utilizadas; -Porque é que o sabonete líquido faz espuma; -Qual a diferença entre glicerina sólida e líquida; As pesquisas foram realizadas na sala de aula e em momentos que, com autorização dos encarregados de educação, os alunos estiveram na escola, em horário extracurricular, para participarem nestas atividades. Nesta fase também os encarregados de educação ajudaram com a realização das pesquisas, ajudando na seleção da informação recolhida. As pesquisas realizadas foram bastante diversificadas abrangendo várias formas de fazer sabonetes líquidos, quer dos mais simples até aos de nível industrial. De acordo com as pesquisas realizadas por cada turma, os alunos fizeram um levantamento do material necessário para iniciarem as atividades experimentais. Assim trouxeram vários tipos de recipientes de vidro e de plástico, de formas e tamanhos diferentes; sabão em barra; limões; folhas de tangerineira; alecrim; alfazema; folhas de hortelã-pimenta; rosmaninho; alfazema; mel; grãos de café; baunilha; canela; flor de anis, rosas amarelas, rosas vermelhas; rosas brancas; camélias; gerberas; maçãs de vários tipos;
3 rebentos de pinheiro; eucalipto; etc. Com a verba atribuída para a implementação do projeto foi adquirido o seguinte material: glicerina sólida transparente; glicerina sólida branca; glicerina líquida; sabonetes de glicerina; corantes para a confeção caseira de sabonetes; ativador de espuma; frascos de plástico transparente de 250 ml; frascos de plástico transparente de vários tamanhos; papel de etiquetas; DVD; recipientes de ir à placa elétrica; resmas de papel; canetas de acetato; colas. Todo o trabalho realizado pelos alunos tem sido documentado através de fotografias bem como de registos escritos em documentos criados para o efeito. Há momentos de partilha, de reflexão, de experiências, de verificação de resultados, de escrita de relatórios e há algumas caretas muito engraçadas quando cheiravam o conteúdo das experiências feitas nos frascos. Tem sido interessante os alunos verificarem que nem sempre as experiências resultam, que os resultados esperados podem ser diferentes dos obtidos, que é preciso refletir sobre o que temos que alterar e que ser cientista não é assim tão fácil, obriga a muita pesquisa e a muitos procedimentos experimentais Experimentando De acordo com as pesquisas realizadas pelos alunos, fizemos várias atividades experimentais que têm contribuído para o enriquecimento científico dos alunos: nos procedimentos experimentais; no cumprimento de regras; no conhecimento e manipulação de novos materiais e objetos; na procura de soluções para os problemas surgidos e até na forma como valorizaram o trabalho das diferentes turmas ao partilharem as suas descobertas. Até à elaboração do presente relatório já se realizaram bastantes atividades experimentais, umas com sucesso outras não, mas que têm servido de base a novos conhecimentos. Começamos pela forma como seria possível retirar o aroma duma planta/fruto, assim utilizando diferentes recipientes realizaram-se as seguintes atividades experimentais: 1-Com utilização de água fria dentro dos frascos com:
4 - Alecrim; 2-Com utilização de água quente fervendo as plantas e colocando nos frascos com: - Alecrim; - Folhas de tangerineira; 3-Com utilização de óleo de girassol dentro dos frascos com: - Rosmaninho; 4-Com utilização de barra de sabão raspado, derretido em água e colocado nos frascos com: - Grãos de café; - Mel de abelha; - Casca de laranja; 5-Com raspas de sabonete de glicerina derretido em água e colocado nos frascos com: - Folhas de eucalipto; - Rosmaninho; 6-Com raspas de sabonete de glicerina derretido em água, com glicerina líquida e colocado nos frascos com: 7-Com óleo de amêndoas doces colocado nos frascos: - Pétalas de rosas vermelhas; - Pétalas de rosas amarelas; - Pétalas de gerberas alaranjadas; - Pétalas de camélias; - Grãos de café; - Casca de laranja; - Baunilha; - Canela;
5 - Hortelã-pimenta; - Alecrim; - Folhas de tangerineira; 8-Com glicerina sólida (derretida em água quente) e com adição de glicerina líquida, colocada depois nos frascos: - Pétalas de rosas vermelhas; - Pétalas de rosas amarelas; - Pétalas de gerberas alaranjadas; - Pétalas de camélias; - Canela em pau; Estas foram as atividades experimentais que os alunos já realizaram até à presente data. Algumas têm corrido bem e outras não, mas tem sido muito interessante o percurso que os alunos têm realizado a nível da descoberta de como se faz um sabonete líquido. Para além das atividades experimentais já realizadas estão já planificadas outras com base nos resultados já obtidos e que poderão ajudar a encontrar a melhor solução possível. Para além do material de uso comum utilizado nas experiências temos também utilizado material de laboratório, como copos graduados, provetas graduadas, conta-gotas, pipetas, jarro elétrico, e tubos de ensaio de plástico com tampa. Avaliando O projeto foi implementado junto dos alunos que aderiram de forma imediata, propondo ideias interessantes e possíveis de realizar e outras extravagantes mas simultaneamente divertidas. Após um momento de brainstorming realizado com os alunos, foram selecionadas as ideias possíveis de concretizar. Trabalharam em pequenos grupos, onde debatiam as suas opções, apresentavam as ideias e depois passavam as experiências. Esta fase foi bastante movimentada, algo agitada e por vezes competitiva entre os grupos, pois achavam que as suas propostas eram as melhores. Após a realização das primeiras experiências e a observação dos resultados houve dias de espera, em que os
6 alunos queriam abrir os frascos para ver os resultados de imediato. Esperar não foi fácil para eles, queriam ver resultados, por isso referi o aspeto competitivo que inicialmente não tinha sido previsto. Alguns dos resultados obtidos foram inesperados e divertidos, estão documentados em fotografias, achei a sua importância tão relevante que descrevo alguns dos mais significativos: - Utilização de barra de sabão raspado, derretido em água e colocado nos frascos com grãos de café, inicialmente até cheirava bem, mas passada uma semana e meia, quando os alunos abriram o frasco o cheiro era horrível, tal como eles o classificaram. O mesmo aconteceu quando utilizaram mel de abelha e ao abrirem o frasco era impossível cheirar; - Utilização de raspas de sabonete de glicerina derretido em água, com glicerina líquida e colocado nos frascos com chá de menta (menta fervida em água). Depois de tudo adicionado juntaram corante alimentar verde, mas a cor final obtida foi castanha. Os alunos questionaram o que teria acontecido, utilizaram o sabonete líquido que tinha um cheiro agradável e batizaram-no de Baba de camelo pela cor parecida com o doce com o mesmo nome. Outra situação semelhante aconteceu com chá de alfazema, o sabonete líquido resultante tinha um aroma muito agradável mas a cor era também estranha, assim deram-lhe o nome de Verde pântano ; Embora estas duas últimas experiências tenham tido um resultado inesperado o sabonete líquido tem sido utilizado nas salas pelos alunos, independente da cor que obtiveram. Paralelamente às situações atrás descritas, obtivemos também resultados interessantes a partir da utilização da glicerina sólida e líquida, de acordo com uma tabela de proporções que os alunos do 4º ano criaram para ser utilizada pelas turmas, e recorrendo aos aromas que os alunos conseguiram obter, com ajuda do óleo de amêndoas doces, a partir das várias plantas e frutos que trouxeram e que continuam a trazer. Ainda estamos a fazer aromas de maçã verde e vermelha, laranja, flor de anis, eucalipto, hortelã da ribeira e camomila para fazer outras variedades de sabonetes líquidos. Vamos continuar o trabalho experimental, já realizamos 2 parcerias e estamos a dialogar uma terceira, no sentido de vender os sabonetes líquidos artesanais. Professora Ângela Nóbrega
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