Processo Coletivo Guilherme Kronemberg Hartmann
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1 Processo Coletivo Guilherme Kronemberg Hartmann
2 LEGITIMIDADE (art. 5º, Lei nº 7.347/1975 c/c art. 82, CDC) - Legitimidade concorrente e disjuntiva. Possibilidade de assistência litisconsorcial (art. 5º, 2º, Lei nº 7.347/1985 c/c art. 124, CPC/2015). - Legitimidade extraordinária (art. 18, CPC/2015) e a representatividade adequada. Ministério Público como legitimado universal.
3 Na tutela coletiva, a substituição dos titulares do direito é a regra, de modo que até mesmo soa excêntrico tratar essa legitimidade como extraordinária (GODINHO, Robson Renaut. O Ministério Público como substituto processual. Tese vencedora do XXV Encontro do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, realizado no período de 09 a 12 de fevereiro de Disponível em: >. Acesso em: 11 dezembro 2015).
4 LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO (art. 129, III, CRFB c/c art. 5º, I, Lei nº 7.347/1985) 1. A jurisprudência desta Corte vem se sedimentando em favor da legitimidade ministerial para promover ação civil pública visando a defesa de direitos individuais homogêneos, ainda que disponíveis e divisíveis, quando na presença de relevância social objetiva do bem jurídico tutelado (a dignidade da pessoa humana, a qualidade ambiental, a saúde, a educação, apenas para citar alguns exemplos) ou diante da massificação do conflito em si considerado. Precedentes (STJ REsp /PE, 2ª Turma, j. 01/03/2011).
5 LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO (art. 129, III, CRFB c/c art. 5º, I, Lei nº 7.347/1985) Cancelamento da súmula nº 470, STJ, que restringia a legitimidade do Ministério Público para o ajuizamento de ação coletiva em defesa de direitos individuais homogêneos dos beneficiários do seguro DPVAT (STJ REsp /GO, 2ª Seção, j. 27/05/2015).
6 No caso do Ministério Público, o interesse na defesa de interesse difusos e coletivos se configura pela só circunstância de que ela representa o cumprimento de suas funções institucionais. É diferente, entretanto, com os demais legitimados, cujas funções primordiais são outras e para os quais a atuação em defesa de direitos transindividuais constitui atividade acessória e eventual. (..) há, em relação a eles, uma condição de legitimação implícita: (..) é indispensável que se possa identificar uma relação de pertinência entre o pedido formulado pela entidade autora da ação civil pública e seus próprios interesses e objetivos como instituição. Assim, quanto à legitimidade da Defensoria Pública, há a limitação natural decorrente de suas funções institucionais (..) em que os bens a serem tutelados digam respeito a interesse de pessoas reconhecidamente carentes de recursos financeiros (ZAVASCKI, Teori Albino. Processo coletivo: tutela de direitos coletivos e tutela coletiva de direitos. 3 ed. São Paulo: RT, 2008, p. 76/77).
7 LEGITIMIDADE DA DEFENSORIA PÚBLICA (art. 5º, II, Lei nº 7.347/1985) Lei de Organização da Defensoria Pública (Lei Complementar nº 80/1994): Art. 4º. São funções institucionais da Defensoria Pública, dentre outras: (..) VII - promover ação civil pública e todas as espécies de ações capazes de propiciar a adequada tutela dos direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos quando o resultado da demanda puder beneficiar grupo de pessoas hipossuficientes.
8 (..) 4. A expressão 'necessitados' (art. 134, caput, da Constituição), que qualifica, orienta e enobrece a atuação da Defensoria Pública, deve ser entendida, no campo da Ação Civil Pública, em sentido amplo, de modo a incluir, ao lado dos estritamente carentes de recursos financeiros - os miseráveis e pobres -, os hipervulneráveis (isto é, os socialmente estigmatizados ou excluídos, as crianças, os idosos, as gerações futuras), enfim todos aqueles que, como indivíduo ou classe, por conta de sua real debilidade perante abusos ou arbítrio dos detentores de poder econômico ou político, 'necessitem' da mão benevolente e solidarista do Estado para sua proteção, mesmo que contra o próprio Estado. (..) 6. Embargos de divergência acolhidos para, reformando o acórdão embargado, restabelecer o julgamento dos embargos infringentes prolatado pelo Terceiro Grupo Cível do TJ-RS, que reconhecera a legitimidade da Defensoria Pública para ajuizar a ação civil pública em questão (STJ EREsp /RS, CE, j. 21/10/2015).
9 Em informação adicional, no voto vista do Min. Luis Felipe Salomão no julgado retro, constou a seguinte expressão: (..) o juízo realizado a priori da coletividade de pessoas necessitadas deve ser feito de forma abstrata, em tese, bastando que possa haver, para a extensão subjetiva da legitimidade, o favorecimento de grupo de indivíduos pertencentes à classe dos hipossuficientes, mesmo que de forma indireta e eventual, venha a alcançar outros economicamente mais bem favorecidos. (..) a instituição só poderá 'prosseguir com a liquidação e execução da sentença proferida nas ações civis públicas em relação aos que comprovarem insuficiência de recursos, pois, nessa fase, a tutela de cada membro da coletividade ocorre separadamente, sendo possível atender apenas a esse grupo.
10 DEMAIS LEGITIMADOS - Entes da administração pública direta e indireta (art. 5º, III e IV, Lei nº 7.347/1985). - Associações (art. 5º, V, Lei nº 7.347/1985). Exigência legal de pertinência com os fins institucionais (art. 5º, V, a, lei nº 7.347/1985); e do requisito temporal de constituição prévia há mais de 1 ano (art. 5º, V, b, lei nº 7.347/1985), o que pode ser dispensado pelo juiz (art. 5º, 4º, lei nº 7.347/85). - OAB (art. 81, III, Lei nº /2003).
11 (..) 2. Os conselhos seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil podem ajuizar as ações previstas - inclusive as ações civis públicas no art. 54, XIV, em relação aos temas que afetem a sua esfera local, restringidos territorialmente pelo art. 45, 2º, da Lei n / A legitimidade ativa - fixada no art. 54, XIV, da Lei n /94 - para propositura de ações civis públicas por parte da OAB, seja pelo Conselho Federal, seja pelos conselhos seccionais, deve ser lida de forma abrangente, em razão das finalidades outorgadas pelo legislador à entidade - que possui caráter peculiar no mundo jurídico - por meio do art. 44, I, da mesma norma; não é possível limitar a atuação da OAB em razão de pertinência temática, uma vez que a ela corresponde a defesa, inclusive judicial, da Constituição Federal, do Estado de Direito e da justiça social, o que, inexoravelmente, inclui todos os direitos coletivos e difusos (STJ REsp /PE, 2ª Turma, j. 26/11/2013).
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