Aula 19. É necessário parti da premissa que na doutrina e na jurisprudência havia uma divergência a respeito da amplitude da liquidação de sentença.

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1 Turma e Ano: Curso de Direito Processual Civil 2015 módulo B Matéria / Aula: Liquidação de sentença Aula 19 Professor: Edward Carlyle (Juiz Federal) Monitor: Lino Ribeiro Aula 19 LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA (art. 509 e ss do NCPC) É necessário parti da premissa que na doutrina e na jurisprudência havia uma divergência a respeito da amplitude da liquidação de sentença. A 1ª corrente (clássica) ela ocorre na hipótese em que se tem uma sentença. E a sentença condena a parte em uma obrigação de pagar quantia certa. Nesse caso tinha a definição do an debeatur. No entanto, às vezes não tinha definição do valor da quantia que deveria ser paga. Então era necessário liquidar a sentença para estabelecer o valor da obrigação ( quantum debeatur ). Já a 2ª corrente (originada do Sul do país) alegava que a liquidação de sentença poderia dizer a respeito a hipótese de pagar quantia certa, bem como nas hipoteses em que é preciso certificar o teor da obrigação. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA SENTENÇA - OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA SENTENÇA: (i) OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA (ii) CERTIFICAR O TEOR DA OBRIGAÇÃO AN DEBEATUR + QUANTUM DEBEATUR O NCPC adotou a teoria clássica, conforme o artigo 509. Art Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor:

2 FORMAS DE LIQUIDAÇÃO FASE DO PROCESSO (MAIS COMUM); PROCESSO AUTÔNOMO art. 515, VI, VII e VIII do NCPC; e LIQUIDAÇÃO INCIDENTAL início do processo com título executivo extrajudicial. Cuja obrigação é de entregar coisa, fazer e não fazer. No curso do processo a obrigação não pode mais ser obtida, em razão disso será possível a conversão em perdas e danos. A conversão em perdas e danos é realizada pela liquidação incidental. Ex.: arts. 813 e 826 do NCPC. Art Se o executado não satisfizer a obrigação no prazo designado, é lícito ao exequente, nos próprios autos do processo, requerer a satisfação da obrigação à custa do executado ou perdas e danos, hipótese em que se converterá em indenização. Parágrafo único. O valor das perdas e danos será apurado em liquidação, seguindo-se a execução para cobrança de quantia certa. Art Havendo recusa ou mora do executado, o exequente requererá ao juiz que mande desfazer o ato à custa daquele, que responderá por perdas e danos. Parágrafo único. Não sendo possível desfazer-se o ato, a obrigação resolve-se em perdas e danos, caso em que, após a liquidação, se observará o procedimento de execução por quantia certa. Para o NCPC tanto a fase do processo como o processo autônomo são considerados incidentes e serão objetos de agravo de instrumento, de acordo com o artigo 1.015, ú do NCPC. Art Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: I - tutelas provisórias; II - mérito do processo; III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem; IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica; V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; VI - exibição ou posse de documento ou coisa; VII - exclusão de litisconsorte; VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;

3 IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, 1 o ; XII - (VETADO); XIII - outros casos expressamente referidos em lei. Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário. NATUREZA JURÍDICA DA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA Trata-se de um incidente processual, de acordo com o NCPC. NATUREZA JURÍDICA DA SENTENÇA NA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA NATUREZA JURÍDICA DA SENTENÇA NA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA FASE DE CONHECIMENT O SENTENÇA FASE DE LIQUIDAÇÃO SENTENÇA/ DECISÃO INTERLOCUTÓRIA (DE MÉRITO) DECLARATÓRIA CONDENATÓRIA CONSTITUTIVA DECLARATÓRIA Foi a corrente escolhida pelo NCPC Foi a corrente escolhida pelo NCPC Obs.: A liquidação zero é válida, no entanto é inexequível. LEGITIMIDADE PARA LIQUIDAÇÃO

4 Com base no caput do artigo 509 do NCPC o credor e o devedor possuem legitimidade para liquidação. 1 o Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta. 2 o Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença. O legislador excluiu a liquidação pelo contador como espécie de liquidação de sentença. Art NCPC A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo. Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito exequendo não retira a liquidez da obrigação constante do título. 3 o O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos interessados programa de atualização financeira. 4 o Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou. Obs.: A sentença não poderá ser alterada no curso da liquidação em relação a coisa julgada. No entato, se na sentença não tiver expresso o pagamento da perícia ou dos honorários na fase de liquidação será cobrado. ESPÉCIES DE LICITAÇÃO Art. 509, I POR ARBITRAMENTO (art. 510 do NCPC)

5 I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação; Art Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial Súmula 344 do STJ A liquidação por forma diversa da estabelecida na sentença não ofende a coisa julgada. Art. 509, II POR PROCEDIMENTO COMUM II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo. Art Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste Código Era a liquidação chamada de liquidação por artigo. A petição que inicia a liquidação por procedimento comum é mais formal, porque vai alegar e provar fato novo. O requerido será intimado para apresentar contestação. É possível a revelia na liquidação por procedimento. LIQUIDAÇÃO PROVISÓRIA Art A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em autos apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes. Obs.: Quando o recurso tiver efeito suspensivo será cabível a liquidação provisória? Uma parte da doutrina diz que sim e a o outra diz que não. É preciso aguardar para ver qual corrente irá prevalecer. TEORIA GERAL DO CUMPRIMENTO DA SENTENÇA

6 Art O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código. 1 o O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo, far-se-á a requerimento do exequente. No 1º tem uma modificação no cumprimento de sentença. O cumprimento para pagar quantia certa tem que ser iniciado por requerimento do exequente. Nas demais espécies podem ser iniciadas de ofício pelo juiz. Art. 513 (...) 2 o O devedor será intimado para cumprir a sentença: I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos; II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos, ressalvada a hipótese do inciso IV; III - por meio eletrônico, quando, no caso do 1 o do art. 246, não tiver procurador constituído nos autos IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256, tiver sido revel na fase de conhecimento. Art A citação será feita: (...) 1 o Com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte, as empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio. Art A citação por edital será feita: I - quando desconhecido ou incerto o citando; II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar o citando; III - nos casos expressos em lei.

7 1 o Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que recusar o cumprimento de carta rogatória. 2 o No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notícia de sua citação será divulgada também pelo rádio, se na comarca houver emissora de radiodifusão. 3 o O réu será considerado em local ignorado ou incerto se infrutíferas as tentativas de sua localização, inclusive mediante requisição pelo juízo de informações sobre seu endereço nos cadastros de órgãos públicos ou de concessionárias de serviços públicos. Art. 513 (...) 3 o Na hipótese do 2 o, incisos II e III, considera-se realizada a intimação quando o devedor houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no parágrafo único do art Art. 513 (...) 4 o Se o requerimento a que alude o 1 o for formulado após 1 (um) ano do trânsito em julgado da sentença, a intimação será feita na pessoa do devedor, por meio de carta com aviso de recebimento encaminhada ao endereço constante dos autos, observado o disposto no parágrafo único do art. 274 e no 3 o deste artigo. Art. 513 (...) 5 o O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face do fiador, do coobrigado ou do corresponsável que não tiver participado da fase de conhecimento. Para o fiador, do coobrigado ou do coresponsável para ser responsabilizado no cumprimento de sentença é necessário a participação deles na fase de conhecimento. Art Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou termo, o cumprimento da sentença dependerá de demonstração de que se realizou a condição ou de que ocorreu o termo.

8 Art O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: I - os tribunais, nas causas de sua competência originária; II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem. Art A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art o Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de teor da decisão. 2 o A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazo de 3 (três) dias e indicará o nome e a qualificação do exequente e do executado, o número do processo, o valor da dívida e a data de decurso do prazo para pagamento voluntário. 3 o O executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a decisão exequenda pode requerer, a suas expensas e sob sua responsabilidade, a anotação da propositura da ação à margem do título protestado. 4 o A requerimento do executado, o protesto será cancelado por determinação do juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três) dias, contado da data de protocolo do requerimento, desde que comprovada a satisfação integral da obrigação. Art Todas as questões relativas à validade do procedimento de cumprimento da sentença e dos atos executivos subsequentes poderão ser arguidas pelo executado nos próprios autos e nestes serão decididas pelo juiz. Art Aplicam-se as disposições relativas ao cumprimento da sentença, provisório ou definitivo, e à liquidação, no que couber, às decisões que concederem tutela provisória.